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Legislação Tributaria aula 03

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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marcella Gomes de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Daremos continuidade aos nossos estudos, nesta aula, dividindo-os em 
cinco temas que abordaremos da seguinte forma: 
1. Capacidade tributária ativa e passiva 
2. Lançamento tributário e suas modalidades 
3. Constituição do crédito tributário 
4. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
5. Extinção do crédito tributário. 
Em nossas aulas anteriores, conseguimos identificar como ocorre a 
construção de uma obrigação tributária, qual seu objeto e as pessoas que fazem 
parte dessa relação jurídica. Lembremos que a norma jurídica tributária é 
constituída por uma hipótese de incidência e uma consequente tributária. Com 
base nessa ideia, é possível construir a regra-matriz de incidência tributária, 
completando seus critérios e interpretando a relação jurídica ocorrida a partir do 
fato gerador. 
Vimos também a competência tributária, que é outorgada pela 
Constituição Federal (CF) aos entes federativos para a instituição, majoração e 
extinção de tributos (Brasil, 1988); e também a hierarquia das leis. 
Dessa forma, para continuar nosso raciocínio, primeiro é necessário 
distinguir a competência tributária da capacidade tributária e este será nosso 
primeiro tema. 
CONTEXTUALIZANDO 
Uma das formas de extinção do crédito tributário é a transação, que está 
disposta no art. 171 do Código Tributário Nacional (CTN): 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos 
ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, 
mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e 
consequente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar 
a transação em cada caso. (Brasil, 1966) 
Para ilustrar um exemplo de como pode ocorrer a transação como uma 
modalidade de extinção do crédito tributário, falaremos sobre a Medida 
Provisória (MP) do Contribuinte Legal. A MP n. 899/2019 estabelece requisitos 
e condições para a regularização e a resolução de conflitos fiscais entre a 
 
 
3 
Administração Tributária Federal e os contribuintes com débitos em face da 
União, regulamentando o instituto da transação tributária. Essa transação é uma 
alternativa ao que era praticado por meio da concessão de parcelamentos 
especiais (pelo Refis). A MP n. 899/2019 prevê a concessão de benefícios fiscais 
nos casos de comprovada necessidade e mediante avaliação individual da 
capacidade contributiva (Brasil, 2019a). 
Saiba mais 
Para entender mais sobre o assunto, acesse os links a seguir e leia uma 
matéria a respeito da MP e seu próprio conteúdo, respectivamente em: 
<http://www.pgfn.fazenda.gov.br/noticias/2019/mp-do-contribuinte-legal-
negociacao-de-dividas-junto-a-uniao> (Brasil, 2019b); 
<http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-899-de-16-de-outubro-
de-2019-222374340> (Brasil, 2019a). Acesso em: 19 fev. 2020. 
Após verificarmos como ocorre uma das modalidades de extinção do 
crédito tributário, cabe agora entendermos mais os temas de nossa aula. 
TEMA 1 – CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA E PASSIVA 
A capacidade tributária pode ser ativa ou passiva e, conforme já 
analisamos, essa definição está relacionada ao tipo de sujeito nela envolvido, de 
modo que a capacidade tributária ativa irá se referir ao sujeito ativo (quem pode 
cobrar), enquanto que a capacidade tributária passiva irá se referir ao sujeito 
passivo (quem deve pagar). Em sua definição, temos que: 
A capacidade tributária ativa, ao contrário da competência tributária, é 
o poder atribuído pela lei às pessoas jurídicas de direito público de 
exigir do particular o cumprimento da obrigação tributária, nos termos 
do art. 119, do CTN. 
Podemos concluir, por óbvio, que a capacidade tributária é delegável. 
Analisando o art. 7º, §3º, do CTN, concluímos também que a função 
de arrecadar um tributo pode ser delegada a uma pessoa jurídica de 
direito privado, o que não a torna sujeito ativo da obrigação tributária. 
Em outras situações, essa pessoa, poderá, além de arrecadar, 
apropriar-se do produto arrecadado e permanecer com a arrecadação, 
como é o caso das contribuições parafiscais arrecadadas pelos 
conselhos regionais representativos de categorias profissionais. 
Por outro lado, a capacidade tributária passiva é a aptidão dada ao 
sujeito passivo (particular) para fazer parte da relação jurídico-
tributária, que pode ser de fato ou de direito. (Veneral, 2017, p. 167-
168) 
A fundamentação legal a que se refere a capacidade tributária passiva 
está no art. 126 do CTN: 
 
 
4 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou 
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que 
configure uma unidade econômica ou profissional. (Brasil, 1966) 
Importante mencionar que outra ideia se apresenta para a identificação 
do contribuinte, que é justamente a que se baseia na análise da capacidade 
econômica atingida pelo tributo, de modo que o fato gerador poderia ser 
considerado a tradução da capacidade econômica do contribuinte. Em regra, na 
situação material descrita como fato gerador, o contribuinte é a pessoa que 
manifesta a capacidade contributiva, quem detém titularidade de riqueza 
(patrimônio, renda etc.). Como exemplo, quem aufere renda é quem será o 
contribuinte do Imposto de Renda; assim como quem for proprietário de imóvel, 
igualmente. 
Mas quem demonstra capacidade contributiva nem sempre será a pessoa 
a quem a lei irá determinar como contribuinte – temos, aqui, a diferenciação entre 
contribuinte de fato e contribuinte de direito. 
O contribuinte de fato será a pessoa que irá arcar com o ônus do 
pagamento do tributo, não o que a lei define. Por exemplo, se uma empresa 
vende produtos de primeira necessidade, a tributação não leva em conta a 
capacidade econômica da empresa, mas a do consumidor, que será o 
contribuinte de fato, uma vez que a empresa pode adicionar no valor de venda 
de seus produtos parte da tributação. A empresa, que é o contribuinte de direito, 
estaria onerando seus produtos, para obter uma margem maior de lucro. Em 
outras palavras, embora o vendedor (empresa) possa ser definido como 
contribuinte de direito, a capacidade econômica do consumidor é que precisa ser 
ponderada para efeito da definição do eventual ônus fiscal, pois ele será o 
contribuinte de fato. 
É contribuinte quem a lei identificar como contribuinte, devendo ser 
observados os parâmetros que decorrem tanto do CTN, quanto da CF (Brasil, 
1966, 1988). Para Luciano Amaro (2011, p. 328, grifo do original): 
À vista do exposto, podemos afirmar que a definição do contribuinte 
não pode ignorar a capacidade contributiva do indivíduo, sob pena de 
inconstitucionalidade (mas não necessariamente esse indivíduo 
precisa ser “de direito” descrito como contribuinte). Respeitada essa 
premissa, a Constituição não será ferida se a legislação 
infraconstitucional indicar como contribuinte numa operação de venda 
para o consumo, indiferentemente, o vendedor ou o comprador. 
 
 
5 
O Código Tributário Nacional, por seu turno, fecha um pouco mais o 
espaço para definição da figura do contribuinte, ao exigir que ele tenha 
a discutida relação pessoal e direta com o fato gerador, o que 
significa que, conforme seja a descrição do fato gerador, o contribuinte 
já poderá ser caracterizado a partir dessa descrição. 
A capacidade jurídica pode ser entendida como a aptidão para assumir 
direitos e obrigações. Outro exemplo seria o de que o fato de a pessoa física não 
poder exercitar determinada atividade, digamos que, por um impedimento legal 
(pródigo), não inibe a capacidadetributária, pois, se alguém não habilitado 
legalmente exercer determinada atividade, está constituído o fato gerador, pois 
sua condição jurídica particular não desqualifica o fato, ou seja, não impede o 
nascimento da obrigação tributária. 
Além disso, há também o princípio da capacidade contributiva, que se 
encontra disposto na primeira parte do parágrafo 1º do art. 145 da CF: “sempre 
que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte [...]” (Brasil, 1988, grifo nosso). Tal 
princípio se manifesta nos fatos ou situações que revelam, da parte de quem os 
realiza ou nelas se encontra, condições objetivas para suportar a carga fiscal. 
Não é por outro motivo que este princípio sinaliza que os impostos 
haverão de ter caráter pessoal. De fato, a capacidade contributiva deve 
manifestar-se, sempre que possível, na pessoalidade destes tributos, 
hipótese em que o legislador, ao estrutura-los, determinará à Fazenda 
Pública que, por ocasião do lançamento, leve em conta especificidades 
do contribuinte (idade, filhos menores, condições de saúde etc.). Tudo 
para que – tornamos a dizer – venham a efetivamente atender ao 
primado da isonomia. (Carrazza, 2006, p. 106) 
Assim, a capacidade contributiva é um dos mecanismos para que seja 
alcançada a justiça fiscal e esse princípio exige que os impostos sejam 
modulados conforme as manifestações objetivas de riquezas dos contribuintes. 
TEMA 2 – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO E SUAS MODALIDADES 
O lançamento é a liquidação, ou seja, o acertamento ou quantificação da 
obrigação tributária. Tal definição, explicitada no art. 142 do CTN (Brasil, 1966), 
é criticada por parte da doutrina, pois há tributos, especificadamente as taxas, 
que são cobrados em valores fixos e não precisam de cálculo, figurando hipótese 
em que, ainda que exista o lançamento, não se pode dizer que, sobre ele, tenha 
que se calcular o valor do tributo devido, pois a autoridade que realiza o 
lançamento não propõe aplicar alguma penalidade. 
 
 
6 
Para alguns doutrinadores, o lançamento seria apenas um ato 
administrativo, não sendo considerado um procedimento, pois, conforme os art. 
147, 149 e 150 do CTN, existem três espécies de lançamento: o lançamento 
de ofício (realizado pela administração independentemente da participação ou 
provocação de terceiros interessados; ex.: Imposto sobre a Propriedade Predial 
e Territorial Urbana – IPTU); o lançamento por declaração (ocorre quando é 
levado ao conhecimento da autoridade administrativa o acontecimento de um 
fato tributável e sua dimensão econômica pelo sujeito passivo, que aguarda o 
cálculo do tributo devido e sua notificação por parte da administração, para que 
enfim efetue o pagamento correspondente ou para que apresente a sua 
impugnação; ex.: Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a 
eles Relativos – ITBI); e o lançamento por homologação (quando a apuração 
do montante devido cabe ao sujeito passivo, que também deve realizar o 
pagamento do tributo antes da manifestação da autoridade fazendária acerca 
dessa apuração; ex.: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI) (Brasil, 
1966). 
O lançamento possui natureza declaratória em face da obrigação 
tributária e constitutiva do crédito tributário quanto à realidade formal autônoma, 
de maneira a ser aplicada ao lançamento a legislação que era vigente 
quando da ocorrência do fato gerador. Mas, em relação aos aspectos 
materiais da relação tributária a ser acertada e em relação aos aspectos formais 
do procedimento, deve ser aplicada a legislação vigente na data em que foi 
realizado o lançamento, conforme disposto no art. 144 do CTN (Brasil, 1966). 
É necessário, no lançamento, a sua devida fundamentação, para que ele 
não seja considerado inválido, da mesma forma que são indispensáveis a 
comprovação e a notificação do sujeito passivo, determinando a ele um prazo 
para efetivação do pagamento ou impugnação administrativa. Tal impugnação 
pode ser realizada pelo sujeito passivo em razão do direito de petição e das 
garantias do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, 
incisos XXXIV, alínea a, LIV e LV da CF) (Brasil, 1988), ou seja, o direito 
fornecido ao contribuinte de provocar a Administração Pública para que ela 
exerça sobre esse ato administrativo a autotutela vinculada ou o seu 
autocontrole, decorrente do princípio da legalidade. 
Essa autotutela deve ser exercida por intermédio de um processo 
administrativo, no qual é assegurada a participação em contraditório do cidadão, 
 
 
7 
com amplas possibilidades de defesa. Para que o sujeito passivo provoque o 
exercício de autotutela ou autocontrole da Administração Pública é necessário 
dar início ao processo administrativo por meio da impugnação, que é o 
instrumento utilizado para o exercício do seu direito de defesa. 
O lançamento configura um ato administrativo que externa a exigibilidade 
da obrigação tributária, dando ensejo à inscrição na dívida ativa como respaldo 
de uma eventual execução fiscal. Pela notificação do lançamento ao sujeito 
passivo (art. 145 do CTN) (Brasil, 1966), o Fisco demonstra sua pretensão 
tributária de modo formal ao contribuinte, de forma a dinamizar a relação 
obrigacional. Se, nesse momento, o sujeito ativo (Estado) não tiver formalizado 
sua pretensão em face do sujeito passivo (contribuinte); e se, no procedimento 
tributário, não houver caráter litigioso, não incidirão as regras de processo 
tributário. No entanto, se demonstrada a litigiosidade na relação tributária, diante 
da existência de uma pretensão fiscal do Estado (notificação de lançamento); e 
se houver a resistência do sujeito passivo (mediante impugnação administrativa 
formal), iniciará a etapa de transformação do procedimento de lançamento no 
chamado processo administrativo fiscal, presidido pelas garantias processuais 
do contribuinte. 
Por exemplo: um prestador de serviços deve emitir uma nota fiscal, a cada 
prestação de serviço, sobre a qual irá incidir o Imposto sobre Serviços (ISS). 
Considerando que o profissional presta serviços no seu município de origem e 
também em municípios ao redor, pelo tipo de serviço há a definição de qual 
município deverá recolher o ISS. Nesse caso, o prestador realizou o 
recolhimento do ISS somente em seu município, em razão de sua atividade, 
porém, se vê surpreendido ao receber uma notificação de lançamento por 
arbitramento (já com fixação do valor) do município vizinho, para que 
apresente as notas fiscais emitidas nos últimos cinco anos, por não ter verificado 
o pagamento, desconsiderando a atividade prestada ou considerando que a 
atividade prestada não se encaixa no pagamento do município em que está 
fixado o estabelecimento do prestador, informando que o ISS deveria ter sido 
recolhido no local da prestação do serviço. 
O prestador de serviços apresenta sua impugnação administrativa, 
juntando todas as notas fiscais emitidas, comprovando o recolhimento do ISS no 
município do local de seu estabelecimento. Sendo assim, esse trâmite é o 
chamado processo administrativo fiscal, que irá apurar a resposta do 
 
 
8 
contribuinte. Caso não haja uma decisão favorável ao contribuinte, será possível 
a discussão judicial da situação. 
TEMA 3 – CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
A obrigação tributária se refere à relação jurídica havida em decorrência 
da incidência da norma estabelecida na lei tributária acerca do fato que nela se 
encontre previsto (art. 113 do CTN). Quando acertada, quantificada e liquidada, 
a relação tributária é remetida à outra fase, torna-se líquida, certa e exigível. 
Essa fase denomina-se, conforme explícito no CTN, crédito tributário (Brasil, 
1966). 
O crédito tributário corresponde ao direito do Estado de exigir o tributo, ou 
melhor, de exigir o objeto da obrigação tributária principal do sujeito passivo. 
Dessa forma, é possívelverificar que o crédito tributário nasce com a obrigação 
tributária e é formalizado pelo ato administrativo denominado lançamento. 
Assim, temos uma ordem lógica de acontecimentos: 
1. Obrigação tributária principal 
a. Ocorrência do fato gerador, preenchendo os critérios da regra-matriz 
de incidência tributária 
 Critério material: verbo mais complemento 
 Critério espacial: local do acontecimento 
 Critério temporal: momento em que ocorreu 
 Critério pessoal: sujeito ativo (credor); sujeito passivo (devedor) 
 Critério quantitativo: base de cálculo (valor sobre o qual incidirá a 
alíquota); alíquota (fixada com um percentual) 
2. Lançamento tributário: ato administrativo (quantificação da obrigação 
tributária) 
a. Lançamento de ofício (realizado pela administração 
independentemente da participação ou provocação de terceiros 
interessados; ex.: IPTU) 
b. Lançamento por declaração (ocorre quando é levado ao conhecimento 
da autoridade administrativa o acontecimento de um fato tributável e 
sua dimensão econômica pelo sujeito passivo, que aguarda o cálculo 
do tributo devido e sua notificação por parte da administração, para 
 
 
9 
que, enfim, efetue o pagamento correspondente ou para que 
apresente a sua impugnação; ex.: ITBI) 
c. Lançamento por homologação (quando a apuração do montante 
devido cabe ao sujeito passivo, que também deve realizar o 
pagamento do tributo antes da manifestação da autoridade fazendária 
acerca dessa apuração; ex.: IPI) 
3. Crédito tributário: após a ocorrência da obrigação tributária principal e do 
ato administrativo que é o lançamento, está constituído o crédito tributário 
e, somente após essa constituição, ele poderá ser cobrado (exigido) 
Portanto, uma pessoa que auferiu renda (obrigação tributária principal), 
irá realizar o ato administrativo de preenchimento da declaração de Imposto de 
Renda (lançamento por homologação, pois a autoridade administrativa apenas 
confirma se os atos do sujeito passivo estão de acordo com a legislação 
tributária; essa confirmação é a homologação) e, tendo sido constituído o crédito 
tributário, o contribuinte irá realizar o pagamento. 
No art. 142 do CTN consta que 
compete privativamente à autoridade administrativa constituir o 
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente; determinar a matéria tributável; calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o 
caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (grifo nosso) 
E, em seu parágrafo único, que: “a atividade administrativa de lançamento é 
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional” (Brasil, 1966, 
grifo nosso). 
Os elementos da obrigação tributária e, consequentemente, do crédito 
tributário deverão estar devidamente identificados, sendo eles: fato jurídico 
tributário (fato gerador), os sujeitos ativo e passivo, a base de cálculo, a alíquota 
e o montante a ser pago. Tais critérios são os mesmos critérios que verificamos 
na regra-matriz de incidência tributária. 
Importante destacar que, até o lançamento, existe apenas a obrigação 
tributária e é após a formalização, pelo ato administrativo, do lançamento que o 
crédito tributário é constituído e exigível. Então, se a obrigação tributária nasce 
com a ocorrência do fato gerador, o crédito tributário nasce com o lançamento. 
 
 
 
10 
TEMA 4 – SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
A suspensão da exigibilidade do crédito, em rigor, ocorre quando o sujeito 
ativo admite que o cumprimento da obrigação tributária deixa de ser exigido, 
porém, não suspende a obrigação em si ou o crédito tributário, conforme 
admitido pelo CTN, do surgimento da obrigação tributária e o aparecimento do 
crédito tributário que dela for decorrente (art. 113, parágrafo 1º do CTN) (Brasil, 
1966). Um dos exemplos que iremos estudar é o parcelamento, uma vez que, 
realizado o parcelamento, não pode ser exigido o pagamento do crédito 
tributário. Exemplificando ainda mais, podemos mencionar o Refis, que é o 
programa de recuperação fiscal que tem como objetivo facilitar a regularização 
de tributos em atraso de pessoas físicas ou jurídicas, caso optantes pelo 
parcelamento. 
Dessa forma, surge a possibilidade da existência da obrigação tributária 
sem o crédito tributário, conforme disposto no art. 139 do CTN, segundo o qual 
“o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza 
desta” (Brasil, 1966). Portanto, não existe obrigação sem crédito ou débito, 
porque estes são imprescindíveis para a ocorrência de uma relação jurídica 
denominada obrigação tributária, pois figuram como elementos indispensáveis e 
integram o vínculo obrigacional. 
Uma vez realizado o lançamento e notificado o sujeito passivo, sem que 
ocorra o pagamento do tributo no prazo fixado, cabe à Fazenda Pública exigir 
judicialmente o seu crédito, pois, como as demais obrigações em geral, a 
obrigação tributária não é autoexecutável. Por isso, se o direito de crédito 
estiver dotado de liquidez, certeza e exigibilidade pela efetuação do 
lançamento, o Fisco procederá à formalização do título executivo mediante 
a inscrição do crédito em dívida ativa (Nascimento, 1997). 
O art. 151 do CTN prevê uma alternativa: mesmo que já tenha sido 
efetuado o lançamento e inexistindo o pagamento, a Fazenda Pública não 
poderá propor a execução judicial por causa da suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário. Não se extingue o direito de crédito da Fazenda, mas, 
enquanto durarem as causas elencadas no referido artigo, ele não poderá ser 
exercido por ausência de exigibilidade, pois, se fixado um prazo maior para 
pagamento (moratória) ou caso seja realizada uma renegociação da dívida 
(parcelamento) ou, então, que seja realizado depósito do valor para se evitar a 
 
 
11 
incidência de multas e juros, mas em que ainda se queira discutir o valor que 
está sendo cobrado (Brasil, 1966). Todas essas hipóteses não fazem com que a 
dívida esteja quitada, mas sim suspensa e, durante esse período, o crédito 
tributário não poderá ser cobrado, ou seja, o crédito estará com sua exigibilidade 
suspensa. Comprova-se aqui que a existência do direito nada tem a ver com seu 
exercício ou exigibilidade. 
A ocorrência de ao menos uma das causas presentes no art. 151 do CTN 
e enquanto ela(s) durar(em) acarretará(ão) a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, tendo como consequência: o bloqueio do ajuizamento de 
execução fiscal; ou a suspensão da contagem do prazo prescricional para que 
seja ajuizada a ação fiscal, se ela já tiver sido iniciada, causando um efeito 
suspensivo, ou impedindo o início da contagem, gerando um efeito impeditivo; 
ou, ainda, a não importância, em dispensa do cumprimento de obrigação 
acessória ou principal (como preceitua o parágrafo único do mesmo artigo) 
(Brasil, 1966). 
Outra causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário são as 
reclamações e recursos em processo tributário administrativo, de acordo com os 
termos das leis que os disciplinam, já que, se o contribuinte apresentar uma 
impugnação/recurso, não poderá o órgão administrativo lhe cobrar o valor que 
está em discussão. Isso não evita a incidência de multas e juros, caso sejam 
julgadas improcedentes as tentativas do contribuinte; mas, enquanto durar o 
processo administrativo, não há o dever de pagar, o que pode acontecer ao fim 
do processo, pois o crédito tributário tornar-se-á exigível. Dessa forma, cabe 
identificar que as leis que regulam o processo administrativo tributário, no que 
se refere ao art. 151 do CTN, são as leis das pessoas competentes para legislar, 
ou seja, a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal. Assim sendo, 
não podem negar efeito suspensivo às impugnações e recursos administrativos 
as leis federais, estaduais ou municipais,pois o CTN consagra a norma de raiz 
constitucional, inafastável, ainda que por meio de lei complementar (Brasil, 
1966). 
O CTN trata da suspensão da exigibilidade do crédito tributário no seu art. 
151: 
Art. 151 - Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
 
 
12 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança; 
V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação judicial; 
VI - o parcelamento. (AC) 
Parágrafo único - O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento 
das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo 
crédito seja suspenso, ou dela consequentes. 
Vamos nos atentar para duas formas da suspensão da exigibilidade do 
crédito, que são: a moratória e o parcelamento. Para Carlos Valder Nascimento 
(1997, p. 413): 
Moratória é a concessão de melhores condições e prazo para 
execução da dívida (dilação do prazo para pagamento, parcelamento 
da dívida), etc. não tem, assim, o sentido de remissão extintiva do 
débito ou anistia das penalidades cabíveis. Funda-se a lei concessiva 
em razões de ordem pública, como guerra, calamidade, comoção 
política ou grave crise econômica e financeira. 
No direito tributário somente decorre de lei, em razão do princípio da 
indisponibilidade dos bens públicos, de modo que a autoridade 
fazendária não pode – sem lei – conceder moratória de tributos. 
Assim, temos que a moratória se refere a uma extensão do prazo para o 
pagamento, enquanto o parcelamento seria a negociação do pagamento em 
parcelas. Cabe, então, à União, aos estados e aos municípios a concessão da 
moratória, mediante lei geral ou individual, de seus próprios tributos. 
A moratória e o parcelamento, praticamente como toda atividade 
administrativa, é procedimentalizada. No que se refere ao deferimento dos 
pedidos de parcelamento, tal procedimento desenvolve-se desde o 
requerimento, passa pela verificação realizada pela autoridade competente no 
que diz respeito ao preenchimento dos requisitos legais exigidos como condição 
para seu deferimento, até o aperfeiçoamento do ato que o concede. O 
procedimento que defere o parcelamento deve ter suas exigências legais 
atendidas para que então se conceda o benefício, de forma que não é facultada 
ao Fisco a concessão de um parcelamento e, em outro momento, formular novas 
exigências para que sejam reconhecidos seus efeitos. 
Ainda que o parcelamento ou seus efeitos só possam ser 
desconsiderados pelo Fisco no caso de o sujeito passivo dar causa à sua 
rescisão, ocorre que, eventualmente, após concessão do parcelamento, seus 
efeitos não sejam respeitados pelo agente autorizador. 
Quanto à diferenciação entre moratória e parcelamento, destaca-se que 
moratória é a concessão de melhores condições e prazo para a execução da 
 
 
13 
dívida, enquanto o parcelamento, introduzido pela Lei Complementar n. 
104/2001, figura hipótese de suspensão, existindo a possibilidade da concessão 
de tal instituto em normas incompatíveis com o regime jurídico de moratória, 
como nas normas que determinam a incidência de juros e multas (Brasil, 2001). 
Dessa forma, diferencia-se o parcelamento como espécie de moratória e o 
parcelamento em sentido estrito. 
Sendo assim, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ocorre 
quando o sujeito ativo admite que o cumprimento da obrigação tributária deixe 
de ser exigido, sem suspender a obrigação em si ou o crédito tributário. 
TEMA 5 – EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
A extinção do crédito tributário se refere ao término do direito da Fazenda 
Pública de cobrar a obrigação tributária, exigir o pagamento do crédito tributário. 
As hipóteses para que isso ocorra, previstas no CTN, encontram-se dispostas 
nos arts. 156, 164 e 170 a 174 (Brasil, 1966). 
As 12 modalidades de extinção do crédito tributário são: 
1. Pagamento. 
2. Imputação do pagamento: escolha do devedor, quando houver dois ou 
mais débitos da mesma natureza, por um só credor, para indicar a qual 
deles oferecerá pagamento, caso todos forem líquidos e vencidos. O 
sujeito passivo indica qual débito pretende saldar em primeiro lugar. 
3. Compensação: quando duas pessoas são credoras e devedoras uma da 
outra ao mesmo tempo, há a possibilidade de suas prestações serem 
extintas, dependendo dos seus valores. 
4. Transação: acordo celebrado entre duas ou mais pessoas com finalidade 
de extinguir o crédito tributário. 
5. Remissão: depende de lei expedida pelo ente competente para legislar 
sobre o tributo a que se aplica. Consiste na dispensa do pagamento total 
ou parcial do crédito tributário e não se aplica às penalidades relativas à 
falta de pagamento, mas sim ao tributo devido. 
6. Prescrição: perda do direito de ação, perda do prazo para que se ajuíze 
uma ação destinada a assegurar um direito; esse não exercício configura 
prescrição se, no prazo de cinco anos, contados da data do lançamento 
 
 
14 
válido (constituição definitiva do crédito tributário), o credor não cobrar, 
mediante via administrativa, seu crédito. 
7. Decadência: tem como sinônimo a caducidade, correspondente ao prazo 
para o exercício de um direito. Em matéria tributária, refere-se ao 
exercício do direito de constituir o crédito tributário por meio do 
lançamento. Se, em cinco anos, não se houver realizado o lançamento, o 
direito decai e é considerada a sua decadência. 
8. Conversão de depósito em renda: o sujeito passivo, ao discutir a validade 
da cobrança do crédito tributário, poderá fazer depósito em juízo dos 
valores até se apurar se o tributo é ou não devido. 
9. Homologação do lançamento: refere-se a tributos sujeitos ao lançamento 
por homologação. A lei permite ao sujeito passivo realizar o lançamento 
e, se em cinco anos a Administração Pública não se manifestar, se 
considerarão extintos os créditos tributários em razão da confirmação. 
10. Consignação em pagamento: consiste no depósito judicial do valor devido 
e tem efeito de pagamento; ocorre quando a Administração Pública se 
recusar a receber o pagamento. 
11. Decisão administrativa irreformável: ocorre ao término de um processo 
administrativo que não pode mais sofrer alteração em âmbito 
administrativo, podendo se extinguir o crédito por não ser considerado 
devido o pagamento. 
12. Decisão judicial transitada em julgado: decisão proferida por juízo ou 
tribunal da qual não cabe qualquer recurso pode provocar a extinção da 
exigência do crédito. 
Assim, verificamos as formas pelas quais o crédito tributário se extingue 
e não poderá mais ser exigido. 
TROCANDO IDEIAS 
O direito tributário possui uma relação com as demais áreas do direito, 
inclusive com o direito penal. Sobre essa relação, vamos analisar o entendimento 
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que o não recolhimento de Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode caracterizar crime. 
Essa questão é importante pela ótica de como é possível utilizar o poder 
de coerção do Estado para se garantir o pagamento de um tributo, ou seja, foi 
 
 
15 
constituído um crédito tributário; cabe ao sujeito ativo cobrá-lo e ver seu crédito 
satisfeito. Não havendo causa de sua suspensão ou extinção, o crédito tributário 
pode ser exigido pela via judicial, por meio da execução fisca, porém, o mero 
inadimplemento de um tributo não configura cometimento de um crime ou pelo 
menos não o deveria configurar. 
Saiba mais 
 Para entender melhor, leia as matérias disponíveis nos links a seguir. 
<http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-
antigas/2018/2018-08-28_07-51_Nao-recolhimento-de-ICMS-pode-caracterizar-
crime.aspx> (Brasil, 2018); 
<https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI311964,71043-
A+criminalizacao+do+mero+inadimplemento+tributario+Analise+do+novo>(Lima; Cannizzaro, 2019). Acesso em: 19 fev. 2020. 
Discuta no fórum sobre a criminalização do não recolhimento do ICMS, se 
acredita que essa criminalização poderia fazer com que diminuísse o 
inadimplemento dos contribuintes quanto ao pagamento do crédito tributário 
constituído. 
NA PRÁTICA 
Considere-se como caso prático hipotético uma pessoa que trabalhe 
como perito de assistência técnica para os efeitos do Acordo Básico de 
Assistência Técnica firmado entre o Brasil e a Organização das Nações Unidas 
(ONU). Em tal situação, há previsão legal de isenção do Imposto de Renda, 
expressa nos Decretos n. 1.041/1994 e n. 3.000/1999, que são os Regulamentos 
de Imposto de Renda (RIR) (Brasil, 1994, 1999). Nessa situação, referida pessoa 
faz constar, em sua declaração de Imposto de Renda, que a remuneração 
percebida correspondente é de rendimentos não tributáveis. 
 Suponha-se que a declaração de Imposto de Renda dessa pessoa caia 
na malha fina e, na averiguação fiscal sobre serem ou não, os rendimentos, 
tributáveis, o agente fiscal interprete como tributáveis os referidos rendimentos. 
Por entender o contribuinte ser obrigado a efetuar o pagamento do valor 
constante da notificação de lançamento, ele opta por realizar o parcelamento, 
única condição financeira que lhe é viável, no momento em que é obrigado a 
 
 
16 
confessar o débito de forma irrevogável e irretratável, configurando a confissão 
extrajudicial. 
No curso do parcelamento havido, com o correspondente adimplemento 
de parcelas, o contribuinte fica sabendo que a exação fiscal que lhe foi 
perpetrada é totalmente insubsistente, em decorrência da isenção de Imposto de 
Renda a que tinha direito, diante de ter tido acesso a decisões judiciais sobre a 
matéria. Verifica-se que a jurisprudência está se pacificando no sentido de 
considerar que a confissão de débitos na via administrativa não implica a 
impossibilidade de discutir sua legalidade ou inconstitucionalidade em ação 
judicial. 
Depois de referidos os conceitos anteriores, cabe mencionar a suspensão 
da exigibilidade do crédito tributário, mais especificamente as figuras da 
moratória e do parcelamento tributário. A suspensão ocorre quando o sujeito 
ativo admite que o cumprimento da obrigação tributária deixe de ser 
exigido, sem suspender a obrigação em si ou o crédito tributário, conforme 
art. 151 do CTN (Brasil, 1966). 
A moratória se exprime pela concessão de melhores condições e prazo 
para a execução da dívida (art. 152 e seguintes do CTN), mediante dois 
requisitos obrigatórios, que são: o prazo de duração do favor e os tributos a que 
se aplica (Brasil, 1966). 
Assim, com base na análise dos conceitos abordados, verifica-se que, 
ainda que haja confissão, como um requisito para se aderir ao parcelamento; 
ainda que a exigibilidade do crédito esteja suspensa, é possível discutir os efeitos 
da confissão por via judicial, a fim de verificar que o tributo foi pago 
indevidamente, extinguindo o crédito tributário a que se refere o parcelamento e 
tendo direito o sujeito passivo à restituição dos valores porventura já pagos. 
FINALIZANDO 
O reconhecimento de um direito é realizado pelo direito positivo em 
conjunto com a norma jurídica, ou seja, o texto legal e a sua interpretação, 
ensejando a construção das normas jurídicas tributárias, que se exprimem de 
várias formas, seja mediante a constituição do crédito tributário, das normas 
protetivas do sujeito passivo, seja por meio do sujeito ativo ou ainda das medidas 
legais cabíveis a cada caso concreto. 
 
 
17 
Verificamos, também, a diferença entre competência tributária e 
capacidade tributária ativa e passiva e entre as figuras de contribuinte de fato e 
contribuinte de direito, bem como o princípio da capacidade contributiva. 
Acerca da relação jurídica ocorrida em decorrência da incidência da 
norma disposta na lei tributária, depois de acertada, quantificada e liquidada, 
remete-se a outra fase, denominada crédito tributário. A constituição do crédito 
tributário ocorre mediante lançamento, que é um ato praticado pela 
Administração Pública. Ainda que a obrigação tributária tenha surgimento com o 
fato gerador, o crédito só é constituído e exigível a partir do seu lançamento. 
Ainda falando sobre crédito tributário, estudamos as causas de suspensão 
da sua exigibilidade e também as suas causas de extinção. 
Após nossos estudos desta aula, continuaremos a construção dos 
institutos abordados pela disciplina. Bons estudos! 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
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BRASIL. Decreto n. 1.041, de 11 de janeiro de 1994. Diário Oficial da União, 
Brasília, 12 jan. 1994. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D1041.htm>. Acesso em: 
8 fev. 2020. 
_____. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Diário Oficial da União, 
Brasília, 29 mar. 1999. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm>. Acesso em: 8 fev. 
2020. 
_____. Lei Complementar n. 104, de 10 de janeiro de 2001. Diário Oficial da 
União, Brasília, p. 1, 11 jan. 2001. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm>. Acesso em: 7 fev. 
2020. 
_____. Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Diário Oficial da União, Brasília, 
p. 12.452, 27 out. 1966. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 7 fev. 2020. 
_____. Medida Provisória n. 899, de 16 de outubro de 2019. Diário Oficial da 
União, Brasília, p. 1, 17 out. 2019a. Disponível em: 
<http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-899-de-16-de-outubro-
de-2019-222374340>. Acesso em: 7 fev. 2020. 
BRASIL. Ministério da Economia. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. MP 
do Contribuinte Legal: negociação de dívidas junto à União. Brasília, 12 nov. 
2019b. Disponível em: <http://www.pgfn.fazenda.gov.br/noticias/2019/mp-do-
contribuinte-legal-negociacao-de-dividas-junto-a-uniao>. Acesso em: 7 fev. 
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BRASIL. Senado Federal. Centro Gráfico. Constituição da República 
Federativa do Brasil. Brasília, 1988. 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Não recolhimento de ICMS pode 
caracterizar crime. Brasília, 28 ago. 2018. Disponível em: 
<http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-
 
 
19 
antigas/2018/2018-08-28_07-51_Nao-recolhimento-de-ICMS-pode-caracterizar-
crime.aspx>. Acesso em: 8 fev. 2020. 
CARRAZZA, R. A. Imposto sobre a renda (perfil constitucional e temas 
específicos). São Paulo: Malheiros Editores, 2006. 
LIMA, T. G. F.; CANNIZZARO, P. J. C. L. A criminalização do mero 
inadimplemento tributário: análise do novo entendimento do STJ. Migalhas, 1 
out. 2019. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/311964/a-
criminalizacao-do-mero-inadimplemento-tributario-analise-do-novo-
entendimento-do-stj>. Acesso em: 8 fev. 2020. 
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n. 5.172, de 25/10/1966. Rio de Janeiro: Forense, 1997. 
VENERAL, D. C. Direito aplicado. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.