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Mercador de Veneza

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Nome: Igor dos Santos Silva 
Turma: 23
RA: 5140876
TRABALHO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
1) Quantos negócios jurídicos foram realizados no filme ? Descrevê-los.
Após uma análise geral dos fatos ocorridos durante o filme :Mercador de Veneza, é possível destacar a realizações de alguns negócios jurídicos, como o casamento, ou seja,  é um negócio jurídico que depende da livre manifestação de vontade das partes para sua realização, de modo a produzir seus efeitos patrimoniais regulados pelo regime de bens. É possível observar esse negócio jurídico em diversos trechos do filme, como no seguinte trecho: “Bassânio traz notícias de sua última aventura: viajou a uma região chamada de Belmonte e tomou conhecimento de Pórtia, uma linda, inteligente, solteira e rica herdeira. O caso é que, antes de morrer, seu pai determinou que ela não poderia recusar qualquer pedido de casamento. Ao invés, quem desejasse se casar com ela deveria escolher entre três baús – um de ouro, um de prata e outro de chumbo. Se o pretendente escolhesse o certo, casaria com a herdeira. Caso errasse, além de não ganhar a mão de Pórtia, não poderia se casar com qualquer outra pessoa até o fim de sua vida.”
Outro negócio jurídico que pode ser observado durante a execução do filme: Mercador de Veneza, é o empréstimo, ou seja, trata-se de um negócio jurídico unilateral, por meio do qual o mutuante transfere a propriedade de um objeto móvel fungível ao mutuário, que se obriga à devolução, em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Antônio que realizou um empréstimo com Shylocke, que acostumava cobrar juros. No contrato celebrado entre eles, ficou pactuado que Shylocke reduziria os juros que ele era acostumado a cobrar e a sanção estabelecida seria poder arrancar uma libra de carne do próprio devedor caso houvesse o inadimplemento, o que não o preocupava, todavia possuía bens para cumprir a obrigação. O empréstimo realizado por Antônio seria para seu amigo Passâmio, para que ele pudesse se casar. Antônio perde seus bens, o que faz o credor exigir a sanção pactuada.( empréstimo de 3.000 ducats, por três meses, com Antonio como fiador do contrato).
O contrato, que é outro exemplo clássico de negócio jurídico, que pode ser do tipo bilateral ou plurilateral, em que as partes envolvidas registram as suas vontades de forma harmônica e estabelecem os meios para que estas sejam por fim alcançadas, as cláusulas ou artigos que devem ser redigidos tendo como fundamentação a legislação local. “O contrato foi acordado entre eles, porém mal elaborado como já dito anteriormente, contendo uma relação obrigacional que possibilitava Shylock cobrar alternativamente o dinheiro ou a carne de Antonio. Ocorre que seu amigo Bassânio já era detentor da quantia até mesmo maior para o referido pagamento, ou seja, o cumprimento da obrigação, e que incluso foi de encontro a estes na corte para findar a relação obrigacional existente entre eles.”
 
A doação é um negócio jurídico de natureza especial. Doação é o contrato pelo qual uma das partes transfere voluntariamente bens ou vantagens de sua propriedade para patrimônio da outra, sem receber nada como contraprestação. “Antonio logo é visitado por seu grande amigo Bassânio, um nobre jovem veneziano que gastou prodigamente muito de sua herança. Com isso, tem muito de sua vida financiada por doações/empréstimos de Antonio.”
2) A multa avençada poderia ser chamada de cláusula penal, e se o objeto fosse lícito, poderia ser cobrada ainda hoje ? Explique.
Pensando na compensação pela ruptura do contrato e remetendo-se à ideia de finalizar o ciclo do contrato de maneira semelhante àquele que teria ocorrido caso não houvesse o descumprimento, o ordenamento jurídico concede certa discricionariedade aos contratantes. Com fundamento no princípio da autonomia privada, é possível que credor e devedor estipulem um pacto acessório ao objeto principal do contrato, por meio do qual se antecipa a indenização devida em caso de inadimplemento. Este pacto é chamado de cláusula penal ou convencional, capaz de liquidar antecipadamente os danos na hipótese descumprimento futuro. É exatamente o caso do contrato estipulado entre Antôn e Shylocke. O objetivo de Shylocke ao sugerir a estipulação da Cláusula penal, era intimidar Antônio e ao mesmo coagi-lo a cumprir os termos da fiança.
Isso demonstra que, além da previsão legal da responsabilidade decorrente do inadimplemento contratual (culpa, caso fortuito ou mora), o ordenamento também concede liberdade entre os contratantes para determinar mais uma ferramenta de desestímulo ao descumprimento do pacto. Ao mesmo tempo que a cláusula penal possui função de liquidar previamente os danos decorrentes de um possível inadimplemento, também serve para estimular o devedor a honrar o vínculo obrigacional formado com o credor.
Shylocke pretendia: atuar no psicológico de Antônio, que, a cada dia que se passasse e os navios não retornassem, ficando mais próximo o dia do pagamento, dormiria e acordaria mais assustado com a possibilidade de efetuar a garantia.
No entanto, é justamente a estipulação da cláusula penal como pacto acessório de garantia da obrigação contratual principal que salvaria Antônio sob a luz do ordenamento vigente. A cláusula penal ou stipulatio penae deve ser passível de conversão pecuniária, ou seja, necessita de um valor econômico para que sua estipulação seja válida
. 
 Essas passagens mostram que sob, as regras legais de hoje, sem nem mesmo entrar na seara de dignidade da pessoa humana, é inválida a cláusula uma vez que o objeto da garantia não possui valor econômico. Assim, tangencia-se a questão da utilidade econômica do objeto pactuado. Sob as regras legais daquele período e tendo respaldo legal daquela época e após uma análise geral do filme, poderia a multa avençada ser chamada de cláusula penal já que fazia parte das atribuições do contrato realizado entres as partes.
A cláusula penal que estipula o pagamento de uma libra de carne do devedor não deve preponderar, não devido à justiça, mas porque não possui utilidade para a circulação de bens do universo jurídico. A cláusula estipulada por Shylocke tinha a intenção de satisfazer um sentimento vingativo, mas é também vazia de utilidade econômica.
A garantia estipulada na cláusula penal não pode ser economicamente mais valiosa do que o próprio objeto do contrato principal, sendo também o motivo pelo qual o objeto da cláusula acessória precisa ser economicamente passível de estimação. Caberia ao Doge de Veneza então reduzir o montante da pena, tal como ordena o Código Civil de 2002, segundo o qual sendo a pena excessiva aos olhos da lei, deve o juiz reduzi-lá. Assim sendo, com o objetivo de proteger as relações jurídicas de natureza econômica, a lei contratual se mune no mecanismo, livremente pactuado pelas partes, a fim de impedir a ruptura do pacto. 
Sendo a cláusula uma discricionariedade dos contratantes, ela não será válida se ofender princípios legais ou for contra a ordem pública, ainda que seu objetivo seja resguardar a força obrigacional do contrato. Além destas limitações, a cláusula penal também se depara com os limites de cunho econômico, como a possibilidade de conversão pecuniária do objeto da garantia e a impossibilidade de seu valor ser maior do que aquele do objeto principal. Com isso, garante-se equilíbrio à relação contratual e às expectativas do credor, ao mesmo tempo em que se mantém o devedor incentivado a cumprir o pacto, promovendo ainda a circulação de bens e direitos no comércio jurídico, encontrando limite na própria natureza econômica do contrato.
.
3) Em um negócio jurídico nesse filme, houve a contratação de cláusula resolutiva expressa, identifique a cena.
No momento em que Pórcia da o anel para Bassânio e diz para ele que se sumir ou entregar pra alguém o casamento acaba; nesse momento é possível observar a cláusula resolutiva expressa é aquela livremente convencionada em um contrato e que dispõe que haverá a resolução da avença em caso de descumprimento (inadimplemento)por parte de uma das partes, em alguns casos inclusive são elencadas no próprio negócio as possíveis causas (atos que importem em inadimplemento).
Em minha opinião, nesse momento de entrega do anel, é possível concluir e verificar de forma concreta o funcionamento da cláusula resolutiva expressa, por sua vez, faz surgir ao credor, em face do inadimplemento do devedor, o direito potestativo de resolver a relação jurídica e, portanto, o credor lesado pode ou não optar pela extinção do contrato.
4) Ambientando o filme no Brasil contemporâneo o que a sua Constituição proibiria veementemente.
Analisando as características gerais do filme: Mercador de Veneza, e observando o papel dos indivíduos na sociedade, pactuando em sua liberdade deixou de ser o foco do sistema, para dar lugar às questões relacionadas a dignidade da pessoa e a solidariedade social.A partir dos Direitos Fundamentais presente ao longo de nossa Constituição, podemos citar o artigo 5° inciso VI (é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias) que, logo no inicio do filme, é violado quando o mercador cospe no judeu como conseqüência do preconceito que todos os judeus sofriam por parte dos cristãos. No inciso XIII (é garantido o direito de propriedade), aos judeus era vedado o direito a propriedade em direta violação a este direito fundamental.
Ainda, segundo o inciso XV (é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens), a área a que os judeus eram permitidos após o anoitecer, com guardas cristãos vigiando as entradas configura uma violação deste direito fundamental.
Os judeus não podiam possuir propriedades, portanto praticavam a usura (empréstimo de dinheiro a juros), o que era contra as leis cristãs. Os judeus eram discriminados não só pela sua crença, mas também porque possuíam o capital, e se tratava de uma época em que estava começando a transição do sistema feudal para o sistema capitalista. Enquanto os italianos, cristãos, possuíam poder político.
Após o século XVI passou-se a aplicar o Direito Racional, Positivo, em que não se condenava a pessoa, mas sim sua atitude, e as dívidas não eram mais pagas com o corpo, eram pagas com o patrimônio. Conforme artigo mencionado anteriormente, torna-se veementemente proibido qualquer descumprimento seguido de sanção. 
A violação é nítida. A discriminação dos cristãos perante o judeus encontra-se claramente expressa em seu “caput”, pois todos devem ser iguais perante a lei, não podendo haver distinção, principalmente em razão da crença religiosa ( Inciso VI). “A lei deve punir qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades”. XLI
Não há menção de lei para que os judeus usassem os gorros vermelhos e morassem no gueto, é uma forma de discriminação. No inciso II do Artigo quinto da Constituição Federal discorre que “ninguém será obrigado a fazer alguma coisa ou deixar de fazer senão em virtude de lei”, pois a “locomoção é livre no territorial nacional” de acordo com o inciso XV.
Os membros do nosso corpo não podem ser usados como garantia de uma obrigação, tendo em vista que no inciso XLIX ao réu é assegurado o respeito a sua integridade física e moral, ou seja, no caso de Antônio se este fosse condenado não poderia lhe ser arrancado uma parte do seu corpo. 
5) No caso de Shylocke houve mora ou inexecução absoluta ? Explique. 
No caso de Shylocke houve a inexecução absoluta, a obrigação deixou definitivamente de ser cumprida pelo devedor, como também, é possível perceber durante o decorrer do filme que o credor não tinha mais interesse no dinheiro, decorrendo dessa forma a inexecução absoluta.

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