Atividade - Filme Estrelas Além do Tempo AMANDA

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UNIGUAÇU – UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DO IGUAÇU LTDA
FAESI – FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
	PEDAGOGIA
	Período
	Disciplina
	Ciclo
	Visto Coordenadora
	
	3°
	
	
	
	
	Turno
	Ano
	Semestre
	Bimestre
	AT
	Unidades
	Data
	
	Noturno
	2020
	1 º
	1º
	2
	1 e 2
	
	Professora
	Acadêmico
	Nota
	Margarete de Paula
	AMANDA HENZEL PINOW 
	
	Instruções
	O Trabalho deverá ser entregue no dia 02 de Abril.
Atividade Avaliativa sobre o filme “Estrelas Além do Tempo”
1. Os limites impostos por racismo e machismo são tão práticos como políticos.
O contexto histórico em que o filme se passa não era dos mais tranquilos. Os Estados Unidos estavam imersos na Corrida Espacial em plena Guerra Fria, além de serem um país extremamente segregado. Todas essas questões impactavam a vida de brancos e negros. Mas o racismo, sem dúvidas, influenciou negativamente o cotidiano das mulheres negras que trabalhavam na NASA, a agência espacial norte-americana.
Os impactos do racismo podem ser vistos em tarefas simples e cotidianas como a ida ao banheiro, por exemplo. Um dos momentos mais icônicos da trama é a corrida que Katherine Johnson, interpretada por Taraji P. Henson, precisa fazer para chegar ao prédio que tinha sanitários para “pessoas de cor”. Mesmo que a cena seja cômica, fica evidente como o fato interferia em seu trabalho, uma vez que perdia 40 minutos correndo debaixo de sol ou chuva apenas para fazer suas necessidades, algo que nenhum homem ou mulher branca precisava se submeter. Hoje não há banheiros separados por cor da pele, mas ainda assim negros recebem menos que brancos desempenhando a mesma função. Quer limite mais prático do que um saldo bancário que não paga todas as contas?
2. O racismo é contínuo.
Muitas pessoas acreditam que o racismo se resume a ações isoladas e se manifesta por meio de ofensas como o ato de xingar um negro de “macaco”, por exemplo. Em ‘Estrelas Além do Tempo’ fica evidente que não há um momento em que a discriminação racial não seja uma questão para se notar e se preocupar.
No filme, as opressões se estendem pelos mais diversos aspectos da vida das personagens negras, seja para irem ao banheiro, beberem café ou até mesmo para pedirem uma promoção no trabalho. Em todas essas ações, a segregação se faz presente e deixa uma mensagem: não há como tirar férias do racismo.
3. O olhar é uma das expressões mais sutis e violentas do racismo.
Mesmo que Katherine e suas amigas Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) se arrumassem diariamente como se fossem encontrar o presidente dos Estados Unidos, os olhares de incômodo por estarem presentes em alguns espaços eram nítidos. Há uma cena em que Katherine vai beber café e todos na sala param para observá-la e se mostram atônitos, como se o ato fosse uma ofensa ou ousado demais para uma mulher negra. Ninguém diz nada, mas a tensão gerada pelas expressões denunciou o que seus colegas de trabalho pensavam.
Considero o olhar uma das facetas mais agressivas do racismo. Muitas vezes, o modo como os olhos alheios nos encaram é extremamente violento. Além de tudo, trata-se de uma opressão perversa, pois sentimos o preconceito e não podemos denunciá-lo. E quando ousamos expor essa sutileza, há sempre quem diga que somos “complexados” e possuímos “síndrome de perseguição”. Deu um alívio enorme ver cenas no filme que escancaram essa questão, achei uma forma pedagógica de mostrar como o fato ocorre em nosso dia a dia.
4. A meritocracia é uma falácia.
O que impede Dorothy de receber uma promoção em seu setor? Ou então, porque Katherine volta ao cargo anterior, de computador humano, mesmo após provar que é uma das mentes mais brilhantes da geometria analítica da NASA? Mary sabia que se fosse um homem branco já seria uma engenheira, uma vez que a eles nada é impedido, basta que queiram. A meritocracia não era uma realidade em suas vidas.
Quando Katherine era a principal responsável pelos relatórios de seu setor, o mérito pelo trabalho era todo dado a seu colega de trabalho, um homem branco que ocultava o nome dela das apresentações. Ou seja, mesmo que merecesse e insistisse pelo reconhecimento, a funcionária não o tinha. A meritocracia não existe para mulheres negras e muito menos para homens brancos, que muitas vezes são celebrados e promovidos por algo que não merecem.
A tradução do filme para o português ocultou a principal mensagem do título original: ‘Hidden Figures’, que seria algo como “figuras escondidas”. A expressão se adequa perfeitamente ao conteúdo exposto na trama. As três personagens retratadas, ainda que incríveis, tiveram suas histórias ocultadas por muito tempo. Não à toa, o livro homônimo e inspirador da obra cinematográfica foi escrito por Margot Lee Shetterly, uma mulher negra que sabe bem como a história da ciência apagaria as “estrelas além do tempo”.No livro, a autora deixa evidente que foram muitas as mulheres que atuaram na NASA nesse período da história, e muitas negras. Atualmente, seu trabalho é fazer o mapeamento das funcionárias que construíram a NASA como instituição e provar que a existência das mulheres negras tornou-se praticamente uma obsessão. Ainda bem que Margot é persistente, além de maravilhosa.
5. Não há nada que mulheres negras não possam fazer.
Há muitos setores da sociedade em que mulheres negras ainda são minoria. Na área de ciência e tecnologia, essa realidade se faz ainda mais presente. No caso, o pequeno número de participação negra e feminina se deve a inúmeros fatores sociais ligados a racismo e machismo.
Como elemento curioso, Shetterly conta em seu livro que, quando criança, tinha a impressão que cientista era a principal ocupação dos negros, incluindo mulheres, uma vez que esse era o ofício de muitos em sua comunidade. Porém, essa sensação ficou apenas em suas memórias infantis, pois não foram feitos registros históricos desses empregados. Então fica a dúvida: será que somos poucas ou fomos ocultadas?
Por conta do contexto apresentado, temos acesso a poucas produções cinematográficas que apresentam mulheres negras em papéis que não sejam subalternos. Também por isso é que ‘Estrelas Além do Tempo’ é um filme poderoso e inspirador ao revelar mulheres negras que são matemáticas, engenheiras, programadoras e o que mais elas desejarem. O recado que Katherine, Dorothy e Mary nos deixam é simples e potente: não nos falta capacidade, e sim oportunidades.
6. _________________________________________________________
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