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Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 2 MEDICINA SÃO CAMILO TXXVI PRIMEIROS SOCORROS PROFESSORES: NILTON JUNIOR PEDRO LUIZ SQUILACCI LEME Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 3 Índice: Traumas: ................................................................... 4 Prevenção do trauma: .......................................... 4 Matriz de Haddon:................................................. 4 Princípios de ouro: ................................................ 4 Situações especiais: ............................................. 4 Método START ..................................................... 4 Conceito da “Hora de Ouro” ..................................... 5 Conceitos iniciais: ..................................................... 6 Exame primário ABCDE do trauma ...................... 6 Obstrução das vias aéreas por corpo estranho: ...... 7 Hipóxia ...................................................................... 7 Hipoperfusão ............................................................ 7 Reposição volêmica: ................................................ 7 Parada cardíaca: ...................................................... 8 American Heart Association: ................................ 8 Insuficiência cardíaca: .............................................. 8 Desmaio (síncope): .................................................. 8 Síndrome vaso vagal ou síncope não verdadeira: .............................................................................. 9 Síncope cardíaca: 18%......................................... 9 Não cardíacas: 20% ............................................. 9 Origem desconhecida: 34% ................................. 9 AVC ........................................................................... 9 Dor torácica aguda (angina pectoris) ..................... 10 Crise convulsiva ..................................................... 10 Lesão na coluna vertebral ...................................... 10 Remoção do capacete: ........................................ 11 Colar cervical: ...................................................... 11 Vítima em decúbito dorsal horizontal: ................. 11 Vítima em decúbito ventral: ................................. 11 Síndrome do bebê sacudido: .................................. 11 Traumas musculoesqueléticos ............................... 12 Fraturas: .............................................................. 12 Luxações: ............................................................ 12 Entorse: ............................................................... 12 Distensão e Contusão: ........................................ 12 Amputação .......................................................... 12 Queimaduras: .......................................................... 13 Regra dos nove: .................................................. 13 Afogamento ............................................................. 13 Artigo: Entendendo os distúrbios hidroeletrolíticos e o equilíbrio acidobásico (Amanda Macri T26A) 14 Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 4 Traumas: • Causa de morte mais comum entre 1 e 44 anos • 80% das mortes de adolescentes • 60% das mortes na infância • 7º causa de morte do idoso Prevenção do trauma: - Primária: sinalização preventiva. - Secundária: diminuir danos (capacete). - Terciária: influência do profissional da saúde e campanhas de prevenção. Matriz de Haddon: Serve como instrumento para análise de acidentes e ferramenta de prevenção dos mesmos. Pode ser usada para analisar qualquer tipo de evento que determina lesão e identificar as intervenções para prevenir a sua ocorrência novamente ou reduzir o dano. Princípios de ouro: ❖ Segurança da cena (socorrista e vítima) ❖ Avaliar necessidade de recursos adicionais ❖ Biomecânica das lesões ❖ Reconhecer lesões com risco de vida no exame primário ❖ Estabilizar a coluna cervical ❖ Oferecer oxigênio (saturação O2 > 95%) ❖ Controlar hemorragia externa significativa (por ex. compressão com camiseta) ❖ Realizar manutenção da temperatura do paciente, ou seja, aquecer a vítima. ❖ Estabilizar a coluna até imobilização em prancha longa. ❖ Acima de tudo, saiba o que está fazendo, NÃO cause mais dano. Situações especiais: • Traumas ambientais (calor, frio, afogamento, raios, etc) • Atendimento a desastres/catástrofes • Armas de destruição em massa • Acidentes com múltiplas vítimas: Método START “simple triage and rapid treatment” - Acidentes com múltiplas vítimas ou situações onde a emergência ultrapassa a capacidade de resposta da equipe de socorro - Triagem da vítima em menos de um minuto Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 5 Conceito da “ ” “cada minuto a mais gasto na cena é (...) tempo valioso que é tirado do ‘Período de Ouro’” Na assistência pré-hospitalar a expressão “hora de ouro” é utilizada para designar a primeira hora que sucede um episódio de trauma. Esse termo foi inicialmente conceituado por Adams Cowley, primeiro tenente do exército americano. Ele observou, através de procedimentos assistenciais emergenciais de indivíduos gravemente feridos, que quando uma vítima era socorrida e recebia tratamento em suas lesões em menos de uma hora após o acidente aumentava a possibilidade de sobrevivência da mesma, reduzindo a letalidade do trauma. Quando o atendimento pré-hospitalar é realizado com um menor tempo-resposta pode- se notar a redução da morbimortalidade de acidentados, reduzindo-se as sequelas causadas devido aos traumas. Ele é melhor naquelas cidades que possuem melhores condições de tráfego e boa frota de atendimento pré-hospitalar, sendo prejudicado naquelas em que há lentidão do trânsito, carência e deterioração de infraestrutura. As mortes por trauma foram descritas como tendo uma distribuição trimodal, com picos que correspondem aos tipos de intervenção que seriam mais eficazes na redução da mortalidade. O primeiro pico (50%) representa a morte imediata ou “morte na cena” devido a lesões de órgãos vitais, sendo assim, poucos desses pacientes teriam qualquer chance de sobrevivência, pois quase 60% dessas mortes ocorrem ao mesmo tempo que a lesão. A prevenção continua sendo a principal estratégia para reduzir essas mortes. O segundo pico (30%), as primeiras mortes são aquelas que ocorrem em até 4 horas após a lesão. Metade é causada por hemorragia interna (por ex. ruptura de baço, fígado, fraturas pélvicas, hematomas intra- cranianos, etc) e a outra metade por lesões do sistema nervoso central. Quase todas essas lesões são potencialmente tratáveis. No entanto, na maioria dos casos, o resgate requer cuidados imediatos e definitivos do tipo disponível em um centro de trauma, que é uma instituição especializada que pode fornecer ressuscitação imediata, identificação de ferimentos e acesso a uma sala cirúrgica pronta 24 horas por dia. O terceiro pico (20%), as mortes tardias, consiste em pacientes que morrem dias ou semanas após a lesão. A mortalidade por esse período tem sido tradicionalmente atribuída à infecção (septicemia) e falência múltipla de órgãos. Causa complicações. Durante a primeira semana, a hipertensão intracraniana refratária após traumatismo cranioencefálico grave é responsável por um número significativo dessas mortes. Sendo assim, para melhorar as curvas e diminuir a mortalidade é necessário melhorar a qualidade do atendimento dos serviços. Além da adoção de algumas estratégias de prevenção, como ensinar habilidades básicas à população, alterar percepção do risco, mudar normas e atitudes sociais,promover mudanças políticas e educar consumidores a exigirem produtos mais seguros. Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 6 Conceitos iniciais: 1) Avaliação e proteção da equipe na cena (geral e individual, de 15 a 20% dos traumas penetrantes recebidos no hospital são pacientes portadores do vírus HIV.) 2) Avaliação da biomecânica do evento (prever lesões específicas) a) Fratura comum no fêmur-acetábulo de difícil diagnóstico b) Motocicleta: colisão frontal c) Capotamento: coluna cervical d) Explosão: lesões complexas e) Volante do carro: colisão frontal 3) Reconhecer incidentes com múltiplas vítimas e desastres (método START) 4) Sequência de prioridades: Perda de Vida > Perda de Membros > Condições que não ameacem a vida. Avaliação inicial: - Verificar se está respirando e acordado? - Se estiver vivo, perguntar algo como: “Como você se chama?”, “O que aconteceu?” Exame primário ABCDE do trauma ✓ Airways (com controle da coluna cervical) - Controle da via aérea; Abertura ou aspiração de secreções - Reconhecer se é necessário o uso do colar cervical. - Pinça de Magill ✓ Breathing (ventilação) - Checar se a pessoa está realmente respirando - Analisar a movimentação do tórax e auscultar - Caso haja necessidade, utilização de métodos de ventilação mecânica. ✓ Circulation (sangramento e perfusão) - Impedir que a vítima tenha uma hipovolemia, ou seja, uma diminuição anormal do volume do sangue. - Verificação do pulso; perfusão; cor e temperatura OBS: O volume de sangue é de aproximadamente 7% do peso do adulto (aprox. 5L), a partir da retirada de 750mL começa atrapalhar o sistema circulatório. No estado de choque, o corpo prioriza o cérebro, coração e rim. ✓ Disability (incapacidade) - Exame de consciência - Verificar as reações da vítima - Avaliação das pupilas ≤8: coma ou lesão cerebral grave 9-12: lesão moderada ≥13: lesão leve ✓ Exposition (controle do ambiente; sinal do guaxinim) - Despir a vítima para buscar possíveis lesões não identificadas - Impedir hipotermia (manta térmica até o hospital.) Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 7 Obstrução das vias aéreas por corpo estranho: ➢ Em pé: manobra de Heimlich ➢ Na pessoa desmaiada: sentar na região da bacia, apertar na região da barriga em um movimento ascendente. ➢ Em bebês: dois dedos ➢ Em crianças: uma mão Hipóxia Significa baixo teor (concentração) de oxigênio. A falta de oxigênio pode se restringir a um local do organismo (isquemia) sendo classificada pelo local afetado, por exemplo isquemia cerebral ou isquemia cardíaca, ou pode ser sistêmica. Quando o problema é a circulação do oxigênio no sangue também pode ser chamada também de hipoxemia. Quando o problema é por dificuldade pulmonar pode ser considerada como uma hipoventilação. Quando não há respiração pulmonar, por exemplo em um afogado ou lesão medular a nível da primeira cervical, passa a ser chamada de anoxia. Hipoperfusão Baixa irrigação sanguínea em determinada região do corpo, sendo seu emprego mais comum quando relacionada ao miocárdio. Ex: Devido a hemorragia intensa o indivíduo apresentava hipoperfusão no miocárdio. Reposição volêmica: As principais perdas de volume de sangue e fluido corporal (por exemplo, devido a cirurgias ou lesões traumáticas) devem ser corrigidas imediatamente administrando soluções de infusão, ou seja substitutos do volume sanguíneo e / ou eletrólitos para evitar a má perfusão de órgãos secundária à hipovolemia. Nervos cranianos: • III oculomotor: abrir e fechar pupilas • IV troclear: movimentos dos olhos para cima e para baixo • VI abducente: movimentos laterais dos olhos https://pt.wikipedia.org/wiki/Concentra%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Concentra%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%AAnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%AAnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Isquemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Isquemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Isquemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoxemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoxemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoxemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoventila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoventila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%A3o_medular https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%A3o_medular https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%A3o_medular https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%A3o_medular https://pt.wikipedia.org/wiki/Anoxia https://pt.wikipedia.org/wiki/Anoxia Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 8 Parada cardíaca: 1. Reconhecimento inicial: pessoa caída, não reage e não respira a. Avaliação do pulso carotídeo (esternocleidomastoide) e respiração (<10s) b. Posicionamento da cabeça para liberar a via aérea (Hiperextensão do queixo) 2. Preocupar-se com a segurança do local 3. Chamar auxílio imediatamente (192) 4. Comunicação em alça fechada (não dê ordens genéricas) 5. Evitar contato com fluidos corporais da vítima (sangue, urina, saliva), utilizar equipamentos de proteção individual (luvas, máscaras) 6. Iniciar rapidamente as compressões torácicas a. 100 a 120 compressões por minuto (Bee Gees – Stayin’ Alive) b. Usar o peso do corpo, com braços esticados, no meio do tórax, na altura dos mamilos c. O osso esterno deve ser comprimido em uns 5 cm d. Se tiver ventilação deve ser de 2 respirações a cada 30 compressões e. Em bebês e crianças: polegares (3° e 4° dedos) 7. Intervalo de 10 seg no máximo caso esteja sozinho, até chegada do socorrista 8. Profissionais da saúde: compressão associada a respiração boca a boca 9. Desfibrilação: aparelhos automáticos a. Verificar se não está molhado ou se não tem artefato metálico b. Remover todas roupas da região do peito, remover pelos caso esteja em excesso c. Usar eletrodos abaixo da clavícula American Heart Association: A - Acionamento serviço de emergência B - RCP precoce com ênfase nas compressões torácicas C - Rápida desfibrilação D - Suporte avançado de vida eficaz E - Cuidados pós-PCR integrados Insuficiência cardíaca: Pode levar a um choque (déficit de perfusão e consequentemente não oxigenação dos tecidos) Choque cardiogênico: acontece quando o coração deixa de ser capaz de bombear o sangue pelo corpo, mais frequente em casos de infarto Tratamento: precisa ser tratado o mais rápido possível no hospital para evitar uma parada cardíaca Choque hipovolêmico: surge quando não existe sangue suficiente para levar o oxigênio até aos órgãos mais importantes, normalmente aparece quando existe uma hemorragia grave Perdas exógenas: diarreia, vômitos, desidratação, hemorragias e queimaduras Perdas endógenas: inflamações Tratamento: quase sempre é necessário fazer uma transfusão de sangue para repor a quantidade de sangue perdida Desmaio (síncope): • Perda súbita e transitória da consciência e tônus postural causada por queda na circulação sanguínea do cérebro • Sintoma de problemas do sistema nervoso, hipoglicemia, exaustão e anemia. Identifique a causa: • Não acontecem só em doenças graves, podem ser desencadeados por ansiedade, medo, estresse, fome, abuso de drogas ou álcool, mais comum em idosos (mais de 70 anos) Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 9 Síndrome vaso vagal ou síncope não verdadeira: A principal causa é a elevação das pernas. • Diminuição da pressão arterial e do batimento cardíaco por ação do nervo vago • Primeiros sinais: fraqueza, sudorese, palidez, calor, náusea, tontura, barramento visual, cefaleia ou palpitações • Deitar imediatamente para o sangue circular rapidamente, compensando a queda da pressão e reduzindo o mal estar Síncope cardíaca: 18% • Arritmias (mais comum): doença arterial coronária, taquicardia ou bradicardia • Doenças estruturais do coração: miocardiopatiahipertrófica, estenose aórtica Não cardíacas: 20% Neuro cardiogênico (vaso vagal): • Incapacidade súbita para manter a pressão arterial e frequência cardíaca, geralmente precedidos de atordoamento, sudorese e náuseas. Após estímulos emocionais, medo, ambientes quentes, exercícios vigorosos, punção venosa • Hipotensão ortostática: 10%, mudança rápida de decúbito • Hipersensibilidade carotídea e causas neurais (até 30% eventos não explicados) pressão sobre o seio carotídeo: bradicardia. Idosos que realizam movimentos súbitos do pescoço • Convulsões: 10% Origem desconhecida: 34% • Sintomas prévios: desconforto torácico, palpitações, atordoamento náuseas, calor, sudorese, alteração súbita da posição do corpo, após esforço físico • Sempre investigar síncopes após esforço físico em jovens: investigar miocardiopatia hipertrófica e estenose aórtica (importante em atletas) AVC • AVC: doença de início súbito que causa lesão cerebral por oclusão ou ruptura de um vaso sanguíneo cerebral • AITs: acidente isquêmico transitório - episódios breves de disfunção neurológica de origem vascular, com sintomas durando menos de 1h e sem evidências de infarto cerebral. • Risco de AVC em 48h após um AIT: 5% • Maioria AVCs isquêmicos: origem trombótica ou embólica, geralmente resultante da doença arteriosclerótica dos vasos cerebrais ou doença cardíaca subjacente • AVCs lacunares: trombose de pequenas artérias subcorticais, geralmente associado à hipertensão arterial Fatores de risco: • Hipertensão, tabagismo, diabetes, fibrilação atrial, doença cardíaca, estenose das carótidas, dislipidemia, sedentarismo, reposição hormonal pós-menopausa, obesidade, abuso de álcool, drogas, síndrome metabólica, hipercoagulabilidade, contraceptivos orais, etc. Tratamento AVCs agudos: Terapia trombolítica intravenosa com ativador do plasminogênio tecidual recombinante (rt-PA) • Precisa ser iniciado até 3 horas depois do início dos sintomas • Não pode ser utilizado na presença de hemorragia intracraniana Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 10 Dor torácica aguda (angina pectoris) Infarto agudo do miocárdio é necrose miocárdica resultante de obstrução aguda de uma artéria coronária. Os sintomas incluem desconforto torácico com ou sem dispneia, náuseas e diaforese (transpiração intensa). O diagnóstico é efetuado por ECG e pela existência ou ausência de marcadores sorológicos. Crise convulsiva • Não tentar imobilizar a vítima • Afastar objetos da vítima (evitar ferimentos) • Proteger a cabeça (colocar algo para amortecer) • Não colocar dedo dentro da boca da vítima • A vítima não vai enrolar ou engolir a língua Lesão na coluna vertebral Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 11 Exemplos de fratura clássicas: C1: mergulhar piscina, atropelamento, etc. C2: tombo de idosos, enforcamento, etc. C5: morte na cena Remoção do capacete: • Primeiro socorrista acima da cabeça: estabiliza o capacete, a cabeça e o pescoço (posição de alinhamento neutro); dedos curvados sobre a borda inferior • Segundo socorrista: abre a proteção do rosto; desfaz ou cortar a tira do capacete • Prender a mandíbula entre o polegar e os dois primeiros dedos ficam na altura do ângulo da mandíbula, outra mão por baixo do pescoço, no occipício (controle da estabilização manual) • Primeiro socorrista puxa para fora os lados do capacete e movimenta o capacete para cima e para baixo, tracionando-o para fora da cabeça com movimentos lentos e controlados • Cuidado ao liberar o nariz do paciente • Coxins abaixo da cabeça • Colocar o colar cervical Colar cervical: Isoladamente não imobilizam adequadamente, mas ajudam a sustentar o pescoço, auxiliando a imobilização. • Limitam a flexão em quase 90%e outros movimentos em cerca 50% • Protegem a coluna da compressão • Apoio sobre o peito, coluna torácica posterior, clavícula e músculo trapézio • Manter a estabilização manual da coluna cervical Vítima em decúbito dorsal horizontal: • Posicionar-se acima da cabeça, ajoelhado ou deitado • Estabilizar a cabeça com as mãos, cobrindo as orelhas (dedos apontados para os pés) • Cotovelos e antebraços apoiados no chão ou joelhos (segundo socorrista coloca o colar cervical) Rolamento em bloco: • Manter estabilização manual com movimentos mínimos da coluna (um socorrista) • Segundo socorrista ajoelhado na altura da metade do tórax • Terceiro socorrista ajoelhado na altura dos joelhos • Vítima: braços esticados junto ao corpo (mãos voltadas para o tronco) • “Rolar em bloco” e posicionar a prancha longa (borda inferior da prancha entre o joelho e tornozelo) • Prancha angulada contra o dorso e vítima rolada “em bloco” sobre a prancha • No chão: posicionar a vítima apoiada firmemente pelos ombros, pelve e pernas, sem tracionar a cabeça. • Imobilizar com os tirantes (inicialmente o tronco) e aplicar os estabilizadores da cabeça Vítima em decúbito ventral: • Se possível girar na direção oposta à direção da face que está em contato com o solo • Mesmo alinhamento da vítima e mesmo posicionamento dos socorristas • Um socorrista alinha e estabiliza manualmente a cabeça e o pescoço • Prancha posicionada entre os socorristas e a vítima • A cabeça rola menos que o tronco (fica alinhada quando a vítima estiver perpendicular ao chão) • Posicionar a vítima na prancha sem tracionar o pescoço e colocar o colar cervical Síndrome do bebê sacudido: • Morte imediata do bebê após chacoalha-lo (intencional), causando hemorragia lesões intracranianas. • A articulação atlanto-occipital é uma articulação muito instável e nobre (perto do forame magno – bulbo: centro respiratório). Em crianças com Síndrome de Down, não se pode ensinar a dar cambalhota. Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 12 Traumas musculoesqueléticos Tipos: Fraturas, luxação, entorse, lesões musculares, esmagamento e amputações. • Comprimir sangramentos (compressas e ataduras) • Imobilização: reduz a dor, diminui outras lesões de partes moles e hemorragia • Avaliar pulsos e perfusão abaixo do local fraturado • Imobilização de ossos longos: uma articulação acima e uma abaixo da fratura • Sustentar manualmente a extremidade lesada, utilizar três talas • Imobilizar na posição em que foi encontrado • Fraturas sem pulso distal tentar alinhar delicadamente a extremidade fraturada • Se possível elevar a extremidade após a imobilização Fraturas: • Incompleta: fratura parcial do segmento ósseo. • Completa: fratura total do segmento ósseo. • Fechada: não há comunicação do foco de fratura com o meio externo. • Aberta ou exposta: quando há lesão da pele e das partes moles, possibilitando a contaminação e infecção. • Desvio: pode ser com desvio do alinhamento ósseo e sem desvio. Luxações: • Separação de dois ossos de uma articulação (ruptura significativa dos ligamentos que a estabilizam) • Ocorre instabilidade como nas fraturas (imobilizar) e muita dor • Pode ser difícil diferenciar fratura e luxação, podem estar associadas (fratura-luxação) • Imobilizar com talas na posição encontrada • Se pulso distal ausente ou fraco tentar manipulação delicada (muita dor) Entorse: • Lesão nos ligamentos que estão em volta das articulações; vasos sanguíneos se rompem causando o edema, a articulação fica sensível e a pessoa sente dor ao movimentar-se. • Grau I: dor, com dano mínimo ao ligamento • Grau II: gera uma leve frouxidão da articulação • Grau III: articulação instável, ruptura total ligamento Tratamento: Repouso, elevar membro para controle do edema. Aplicar frio, produz vasoconstrição e diminui sangramento, edema e desconforto. Distensão e Contusão: • Distensão: estiramento, rupturaparcial ou total destes músculos. • Contusão: trauma das partes moles do aparelho locomotor, decorrente de uma agressão, batida ou queda. Amputação Perda de partes ou a totalidade de um membro (tentar localizar a parte amputada para reimplante - identificar) 1. Limpar o segmento amputado da sujeira grosseira sem imergi-lo em líquido. 2. Envolver a extremidade em gaze seca ou compressa limpa. 3. Colocar o membro amputado dentro de um saco plástico. 4. Colocar em recipiente com gelo ou água gelada sem que a extremidade fique em contato direto com gelo. 5. Levar o segmento amputado ao hospital. 6. Preservar sempre que possível a extremidade amputada, porém a maior prioridade é a manutenção da vida. Avulsão: laceração e desprendimento de partes moles Reimplantes: membros superiores aceitam mais facilmente reimplantes enquanto membros inferiores raramente se adaptam a reimplantes (próteses adequadas). Os critérios dependem das amputações. Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 13 Queimaduras: 1. Parar o processo de queimadura 2. Reverter o choque 3. Remover todas as roupas do paciente e adereços a. 1º grau: vermelha e quente, na epiderme superficial. (solar) b. 2° grau: bolhas dolorosas que deverão ser desbridadas no hospital, na epiderme e derme profundas. c. 3° grau: aspecto de couro, branca a carbonizada, na epiderme e derme totais. d. 4º grau: carbonizada, todas as camadas da pele, tecido adiposo, músculos, ossos e órgãos. 4. Curativos secos e não aderentes (lençol limpo ou esterilizado) 5. Cobrir a queimadura diminui a dor 6. Não utilizar pomadas ou antibióticos tópicos convencionais 7. Centro de queimados: curativos revestidos com sais de prata –experiência militar Avaliar risco de lesão da via aérea e dos pulmões: mudança do caráter da voz, muitas secreções na via aérea, salivação excessiva, queimadura de cílios, sobrancelhas, vibrissas nasais, tosse e escarro com fuligem: sinais de obstrução iminente das vias aéreas Abuso infantil: • 20% queimaduras intencionais (maioria entre 1 a 3 anos) • Imersão: queimaduras simétricas, sem sinais de respingo, geralmente punição • Queimaduras por contato: bordas e profundidades irregulares (demarcação nítida) Queimaduras de espessura total de pele: ➢ Zona de coagulação: destruição tecidual, necrose e não há regeneração; ➢ Zona de estase: células ainda viáveis se restabelecida circulação e oxigenação local; ➢ Zona de hiperemia: lesão mínima, aumento fluxo sanguíneo pela reação inflamatória (interromper queimadura com água na temperatura ambiente) Regra dos nove: Estimativa do tamanho da queimadura Afogamento Morte nas primeiras 24 horas após imersão • Utilizar o termo "incidente de submersão" • Devido a capacidade de nadar, desmaio em água rasa, imersão acidental, uso de álcool, hipoglicemia, infarto do miocárdio, etc. Tratamento: Iniciar imediatamente as manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP) para reverter a hipóxia e prevenir parada cardíaca, e ativar os serviços de emergência. Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 14 Artigo: Entendendo os distúrbios hidroeletrolíticos e o equilíbrio acidobásico (por Amanda Macri) Sódio – conceitos: Metabolismo da água: sódio sérico + osmolaridade Metabolismo do sódio (Na+): exame físico (hipo/hipertensão, edema, hidratação, volume extracelular) Hipovolemia: déficit de sódio com excesso relativo de água Hipervolemia: excesso absoluto de água Hipernatremia • Na+ > 145 mEq/L; déficit de água pura e hiper osmolaridade. Sintomas: anorexia, fraqueza muscular, inquietação, náusea, vômitos, desidratação grave (Risco: edema cerebral) Etiologia: Perda de água é proporcionalmente maior que a de Na+ (diabetes insipidus, diabetes mellitus, febre, insolação, hiperventilação); Reposição é insuficiente (o paciente não sentiu sede, não lhe deram água ou ele não conseguiu beber por náusea, vômito ou incapacidade física); Ganho de sódio hipertônico (infusão de soluções hipertônicas, instilação intragástrica de alimentação hiperosmolar, diálise hipertônica) Tratamento: Reposição com água (VO ou infusão de soro glicosado 5%) Hiponatremia • Na+ < 135 mEq/L Hipotônica/Hipervolêmica: aumento do sódio total do organismo. Etiologia: Distúrbios edematosos insuficiência cardíaca, cirrose, síndrome nefrótica (e outras hipoalbuminemias) e insuficiência renal. Tratamento: diurese com restrição hídrica Hipovolêmica: diminuição do sódio total do organismo. Etiologia: perdas extrarrenais de sódio por vômitos, diarreia etc; por perdas renais de sódio por uso de diuréticos, insuficiência renal crônica, doença de Addison etc; Tratamento: soro fisiológico isotônico Isovolêmica/síndrome da secreção inapropriada do ADH: Etiologia: carcinomas (pulmonar, pancreático), doenças pulmonares (pneumonia, abscesso, tuberculose, ventilação com pressão positiva) e doenças do sistema nervoso central (meningite, encefalite, acidente vascular cerebral, tumor, abscesso, trauma). Outras causas importantes deste grupo são: hipotireoidismo, polidipsia, deficiência de glicocorticóides, pósoperatório, estresse e medicamentos. Tratamento: restrição hídrica/ infusão de soro fisiológico hipertônico (sintomas neurológicos sérios) Sintomas comuns: náusea e vômitos, cefaléia, letargia, agitação, confusão, convulsões e coma. + Hiponatremia isotônica (pseudohiponatremia) + Hiponatremia hipertônica (hiponatremia dilucional) Potássio – conceitos: Metabolismo do potássio (K+): 98% está no intracelular e o seu balanço interno (entrada e saída da célula) acontece pela troca pelo íon hidrogênio (H+), ou seja, o K+ influi no pH e vice- versa. Hipercalemia: • K+ > 5,5 mEq/L; Causas: diminuição da excreção renal (ex: insuficiência renal), aumento da disponibilidade (uso de medicamentos que contenham K+) e redistribuição do K+ para o meio extracelular (acidose, hiperosmolaridade, hiperglicemia, trauma) Manifestações clinicas: fraqueza, paralisia muscular, parada respiratória, íleo, parestesias Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 15 e palpitações (ECG onda t, PR, QRS alterados: fibrilação ventricular e assistolia) Tratamento: 3 partes: 1- antagonizar os efeitos tóxicos do K + sobre o potencial de membrana (infusão de gluconato de cálcio e evitar qualquer ingestão de potássio)2- redistribuir o K+ para o meio intracelular (glicoinsulinoterapia e uso de ß2agonistas inalatórios) 3- promover sua excreção renal e gastrointestinal (diuréticos de alça e tiazídicos e resina sulfonato polistireno de sódio). Hemodiálise é usada quando há dificuldade no seu controle. Nota: Diferente de pseudohipercalemia, que é a liberação in vitro de K+ por hemólise etc Hipocalemia: K+ < 3,5 mEq/L; Causas: perdas gastrointestinais (vômitos, diarreia), perdas urinárias (diuréticos, acidose tubular renal), diminuição da ingesta (alcoolismo, anorexia), e redistribuição do K+ para o meio intracelular (alcalose, hiperinsulinismo, agonistas ß2adrenérgicos) Manifestações clinicas: fraqueza muscular, paralisia ascendente, atonia gástrica, íleo, retenção urinária, rabdomiólise com mioglobinúria e insuficiência renal aguda, taquicardia atrial, dissociação atrioventricular, taquicardia e fibrilação ventricular ECG ondas T, ST, U alteradas Tratamento: reposição oral de potássio (bicarbonato de potássio) e correção do distúrbio de base Equilíbrio acidobásico Acidose metabólica • pH < 7,35 • diminuição do bicarbonato (HCO3 – ) Acidose com “gap” aniônico normal (hiperclorêmica) Causas: perda gastrointestinal de HCO3 – (diarreia, enterostomia, ureteroenterostomia); perda renal de HCO3 – (acidose tubular renal);e outros (diluição, superalimentação e adição de cloretos). Acidose com “gap“ aniônico aumentado (aumento dos ânions não medidos) Causas: incapacidade renal de secretar ácidos (acidose urêmica na insuficiência renal); maior produção endógena de ácidos (acidose láctica, cetoacidose diabética, cetoacidose do jejum, cetoacidose alcoólica); e por maior produção exógena de ácidos (envenenamento por etilenoglicol, metanol e salicilatos). Manifestações clinicas comuns: insuficiência cardíaca e vasodilatação, podendo agravar ou desencadear choque, edema pulmonar e fibrilação ventricular Tratamento: correção da acidose e infusão de bicarbonato de sódio (respiração de Kussmaul, alterações circulatórias e bicarbonato sérico de 15 mEq/L). Nota: Acidose Grave = respiração de Kussmaul: respiração rápida e profunda, na tentativa de eliminar CO2. Alcalose metabólica • pH > 7,45 • aumento do HCO3 Causas: depleção do volume extracelular (por ex: perdas gástricas por vômitos); expansão do volume extracelular (síndrome de Cushing: excesso de mineralocorticoide); depleção de potássio; administração de álcalis; e hipercalcemia (liberação de substancias tampão). Tratamento: expansão com cloreto de sódio (depleção de volume) ou espironolactona (excesso de mineralocorticoides). Acidose respiratória pH < 7,35 • retenção de CO2 • agudas ou crônicas Resposta renal: reabsorver HCO3 + secretar H Causas: distúrbio agudo ou crônico das vias aéreas, aparelho neuromuscular torácico ou pulmões Tratamento: suporte ventilatório Guilherme de Camargo Antunes | T26A pág. 16 Alcalose respiratória • pH > 7,45 • redução da pCO2 Causas: hiperventilação por estímulos neurais (ansiedade, febre, vasculopatia cerebral, tumor cerebral, meningoencefalite, hipoxemia); agentes químicos (salicilatos); estímulos pulmonares (grandes altitudes, embolia pulmonar); septicemia; insuficiência hepática; ventilação mecânica.; Consequências: Tetania, convulsões, arritmias cardíacas e coma. Tratamento: tratar patologia de base
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