Buscar

Biblioteca_1879316 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ÉTICA EM SANTO AGOSTINHO
Prof. Me. Manoel pereira da cruz neto
Faculdade estácio de sá de goiás - fesgo
SANTO AGOSTINHO
Santo Agostinho, bispo de Hipona no norte da África, foi sem dúvida o filósofo mais importante, devido à sua criatividade e originalidade, a surgir no pensamento antigo desde Platão e Aristóteles.
Sua influência na elaboração e consolidação da filosofia cristã na Idade Média, até a redescoberta do pensamento de Aristóteles no séc. XIII, foi imensa e sem rival. 
A aproximação que elaborou entre a filosofia de Platão, que conhecia através dos intérpretes da escola de Alexandria e de traduções latinas, e o cristianismo constitui a primeira grande síntese entre o pensamento cristão e a filosofia grega, o assim chamado platonismo cristão.
SANTO AGOSTINHO
Aurélio Agostinho nasceu em 354 em Tagaste na Numídia, província romana no norte da África, hoje localizada na Argélia, e faleceu em uma cidade próxima de Hipona da qual era bispo, em 430, durante a invasão dessa região pelos vândalos liderados por Genserico. Sua mãe, Mônica, era cristã, porém seu pai era pagão. Estudou em várias cidades de sua região, tornando-se mestre de retórica em Cartago, tendo escrito uma obra sobre esse assunto intitulada Principia dialecticae.
Aderiu ao maniqueísmo, religião de origem persa fundada por Mani no séc. III como um desdobramento do cristianismo, e que apresentava uma visão dualista do mundo perpetuamente em luta entre dois princípios equivalentes: o Bem e o Mal. Posteriormente combateu o maniqueísmo (Confissões, VIII, 10), criticando as interpretações do cristianismo que iam nessa linha.
SANTO AGOSTINHO
Destaca-se três aspectos fundamentais de sua contribuição ao desenvolvimento da filosofia:
1. Sua formulação das relações entre teologia e filosofia, entre razão e fé.
2. Sua teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade.
3. Sua teoria da história elaborada na monumental Cidade de Deus.
A filosofia de santo Agostinho foi elaborada com base em uma aproximação entre o neoplatonismo, de Plotino e Porfírio e os ensinamentos de são Paulo e do Evangelho de são João.
O platonismo é visto, na linha da Escola de Alexandria, como antecipando o cristianismo, este sim, agora, a “verdadeira filosofia”.
SANTO AGOSTINHO: fé e razão
Para santo Agostinho, a verdadeira e legítima ciência é a teologia, e é a seus ensinamentos que o homem deve dedicar-se, pois preparam sua alma para a salvação e para a visão de Deus, que é a sua recompensa. Essa posição foi interpretada posteriormente, no início do período medieval, como desvalorizando o conhecimento do mundo, inclusive a ciência, explicando, em parte, o desinteresse do cristianismo pela ciência natural nos primeiros séculos da Idade Média.
Santo Agostinho se pergunta então como pode a mente humana, mutável e falível, atingir uma verdade eterna com certeza infalível. Sua resposta a essa questão se encontra em sua teoria da iluminação divina, elaborada com base na teoria platônica da reminiscência.
SANTO AGOSTINHO: teoria da iluminação
Santo Agostinho se ocupou frequentemente em várias de suas obras, sendo sua teoria do signo de grande influência na tradição filosófica e linguística.
Conclui que, dada a convencionalidade do signo linguístico – isto é, as palavras variam de língua para língua e são sinais arbitrários das coisas –, este não pode ter qualquer valor cognitivo mais profundo; não é através das palavras que conhecemos; logo não podemos transmitir conhecimento pela linguagem.
A possibilidade de conhecer supõe algo de prévio, que torna inteligível a própria linguagem.
Não aceita, entretanto, a doutrina platônica da anamnese (reminiscência), mas desenvolve sua teoria da interioridade e da iluminação como uma resposta que considera mais completa para essa questão.
SANTO AGOSTINHO: teoria da iluminação
“No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina verdadeiramente e este é Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior [cap. XI, 38]. Quando, pois, se trata das coisas que percebemos pela mente, isto é, através do intelecto e da razão, estamos falando ainda em coisas que vemos como presentes naquela luz interior de verdade, pela qual é iluminado e frui o homem interior; mas também neste caso quem nos ouve conhece o que eu digo por sua própria contemplação e não através de minhas palavras, desde que ele também veja por si a mesma coisa com olhos interiores e simples [cap. XII, 40]”. (De magistro)
SANTO AGOSTINHO: teoria da iluminação
Santo Agostinho pode ser considerado assim o primeiro pensador em nossa tradição a desenvolver, com base em concepções neoplatônicas e estoicas, uma noção de interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno. 
É olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade.
Essa interioridade é dotada da capacidade de entender a verdade pela iluminação divina (lumen naturale, a “luz natural”). A mente humana possui uma centelha do intelecto divino, já que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. 
A teoria da iluminação vem assim substituir a teoria platônica da reminiscência, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
SANTO AGOSTINHO: CIDADE DE DEUS
A concepção agostiniana de história encontra-se elaborada em sua A cidade de Deus (De civitate Dei, c.413-427). Nessa obra, santo Agostinho interpreta a história da humanidade, desde a sua origem na criação (Gênesis), como um processo sucessivo de alianças e rupturas entre o homem e seu Criador, iniciando-se com Adão, o primeiro homem, e sua queda, a expulsão do Paraíso, até o juízo final e a redenção, a volta do homem a Deus.
A aliança entre Deus e o homem é representada pela cidade divina, enquanto os momentos de ruptura desta aliança correspondem à prevalência da cidade terrena (civitas terrena), que se confunde com a cidade do demônio. Os livros XI-XIV de sua obra analisam a história da humanidade à luz dessa distinção e do conflito entre as duas cidades.
SANTO AGOSTINHO: CIDADE DE DEUS
A expulsão do Paraíso, Caim e Abel, a Arca de Noé, Abraão, o cativeiro da Babilônia representam os sucessivos momentos de ruptura e de aproximação do homem com Deus. Finalmente a vinda de Cristo e o Novo Testamento preparam a redenção e o juízo final quando, só então, a cidade celestial triunfará definitivamente. Os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação: esta nos mostra que, ao final, a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção. 
Este sentido da história deve injetar no homem de fé um novo ânimo para viver o seu tempo, bem como permitir que ele compreenda o momento em que vive como parte de um processo mais amplo, dando-lhe assim a esperança dos tempos que virão e não se limitando à visão restrita dos acontecimentos de sua época.
SANTO AGOSTINHO: AMOR COMO FUNDAMENTO DA ÉTICA
O pensamento ético de Santo Agostinho tem como núcleo a compreensão cristã de amor, mais especificamente caritas.
É o amor que impulsionará toda a ordem moral. E esse amor tem como finalidade a caridade. Aquilo que traz a orientação para esse amor é a vontade, que leva à liberdade, tendo como fim a ordem da caridade. 
A questão fundamental da ética de Santo Agostinho é “o da reta escolha das coisas a serem amadas”. Diante desta questão o problema moral que é levantado não se preocupa com a pergunta sobre se há que amar, mas sim com o que há de amar. 
SANTO AGOSTINHO: AMOR COMO FUNDAMENTO DA ÉTICA
O amor está na própria existência humana. Segundo Santo Agostinho é um apetite natural pressuposto pela vontade livre. Esta — a vontade livre — deixa-se direcionar pela razão e leva o ser humano para Deus. Sendo assim, o amor será visto como uma atividade do próprio ser humano.
O amor é uma atividade própria do ser humano, sendo o mesmo uma tendência naturalpara um certo bem. Percebe-se que é no fundo do coração humano que se encontra a raiz do amor e é dela que irá proceder o bem, o que resulta na máxima agostiniana: “ Ama e faze o que quiseres”.
SANTO AGOSTINHO: AMOR COMO FUNDAMENTO DA ÉTICA
O problema moral que se coloca aqui é saber o que é necessário amar7 e não saber se é necessário amar. Portanto, esse problema, que está relacionado com a liberdade, tem a ver com a reta escolha das coisas amadas e com a medida que as coisas são amadas.
Se o amor pode ser visto como a vontade, a virtude suprema é também o amor supremo9. Quanto às virtudes que se subordinam a isso, elas facilmente se reduzem.
O tema central da moral da qual somos guiados é o amor pelo bem supremo, a caridade. A caridade pode ser vista como um peso interior, que leva a alma em direção a Deus: “Meu peso é o amor; por ele sou levado para onde sou levado”.
SANTO AGOSTINHO: AMOR COMO FUNDAMENTO DA ÉTICA
A caridade deve ser entendida como o amor pela qual se ama o que se deve amar. Sendo ela o amor, esta deve se assemelhar a um dos pesos que levam a vontade em direção a seu objeto.
Será o amor divino que irá direcionar os corpos físicos bem como as vontades humanas. Entretanto, “a despeito da diferença radical que distingue os movimentos naturais dos movimentos livres e voluntários, a caridade tende para Deus, que é uma pessoa, enquanto o corpo tende para seu lugar natural, que é um coisa”.
Segundo Agostinho o amor ao próximo (a caridade) será visto como a força motriz de toda socialização entre os seres humanos. O amor é o poder basilar da vontade que culmina na liberdade para Deus, supremo Bem.

Continue navegando