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UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NO SEGMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM ARAXÁ/MG

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ERNANDES RESENDE DA SILVA JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL NO MUNICIPIO DE ARAXÁ-MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAXÁ 
2019 
 
 
ERNANDES RESENDE DA SILVA JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL NO MUNICIPIO DE ARAXÁ-MG 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial de 
avaliação, para obtenção do título de 
Engenheiro Civil pelo Centro Universitário 
do Planalto de Araxá, sob orientação do 
professor Ricardo Augusto Oliveira Batista. 
 
 
ARAXÁ 
2019 
 
 
ERNANDES RESENDE DA SILVA JÚNIOR 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial de 
avaliação, para obtenção do título de 
Engenheiro Civil pelo Centro Universitário 
do Planalto de Araxá, sob orientação do 
professor Ricardo Augusto Oliveira Batista. 
 
UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL NO MUNICIPIO DE ARAXÁ-MG 
 
Araxá-MG, ________ de ___________________ de 2019. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_________________________________________________ 
Prof. Ricardo Augusto Oliveira Batista 
Orientador 
 
_________________________________________________ 
Examinador(a) 
 
_________________________________________________ 
Examinador(a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho de forma especial a minha 
mãe Lucimara e aos meus avós Isabel Cristina e 
Mario, que com todo amor e compreensão 
contribuíram de forma substancial durante todos os 
5 anos de minha graduação. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço em primeiro lugar à Deus, que sempre me acompanha e me fortalece em todos 
os momentos, bons ou ruins, nunca me deixando desamparado e sempre guardando o que 
há de melhor para mim. À N. Sª. de Aparecida, minha “mãezinha”, que sempre me 
escutou e iluminou meu caminho. 
 À minha mãe, Lucimara, que à sua maneira me apoiou e esteve ao meu lado durante 
toda essa jornada e com quem sei que poderei contar independente dos acasos e da 
complexidade de cada situação que possamos passar. 
 Divido também esse momento aos meus avós, Isabel Cristina e Mario, que com seu amor 
e compreensão estiveram, estão e estarão sempre ao meu lado. Vocês foram o motivo que 
me trouxe até esse momento e sem que em cada conquista ou derrota que estiver no meu 
caminho daqui para a frente, poderei contar com seu apoio e alento. 
 Dedico esse momento a duas pessoas que, fisicamente, não podem estar aqui comigo, 
mas sei que de uma forma bem maior que a nossa compreensão, estão do meu lado sempre 
me iluminando e apoiando. São eles o meu pai, Ernandes, e minha tão amada tia Edilamar. 
Não tenho dúvidas que onde quer que estejam vocês festejam e comemoram mais essa 
conquista. Amo vocês! 
 Divido também essa alegria com meus irmãos Yago e Tayane, os quais amo 
incondicionalmente e contribuíram, cada um ao seu modo, para que esse momento 
chegasse. 
 De forma especial, agradeço ao meu orientador Ricado Batista por todo o apoio e suporte 
que me foi dado e estendo esse agradecimento não só a ele como orientador, mas por todo 
o crescimento profissional que ele trouxe para a minha formação enquanto professor 
também. Você é meu exemplo! Não poderia deixar de fora uma pessoa que também 
acrescentou para que esse trabalho existisse, o amigo Ricardo Ramalho. Sua busca pelo 
conhecimento e sua disseminação são um dos vários pontos que admiro e me espelho em 
você. Gratidão à ambos. 
 Agradeço também, na pessoa da minha tia Brígida, a todos os professores e mestres que 
tive antes de minha graduação na E. M. Pedro Alves de Paiva. Só eu sei o quanto todo o 
 
 
conhecimento e base que me foi dada nos 13 anos que estudei aí colaboraram para que 
esse momento que agora celebro chegasse. A cada passo que der daqui por diante levarei 
cada um de vocês no meu coração. 
 Agradeço a todos os meus colegas de faculdade, amigos e familiares pelo apoio e por 
sempre estarem e dividirem comigo cada luta. Sem vocês, esse momento não seria tão 
especial quanto é. 
 Enfim, agradeço a todos os que passaram em minha vida e de certa forma colaboraram 
para a realização desta conquista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
JÚNIOR, E.R.S. Um estudo sobre Educação Continuada na área da construção civil 
no munícipio de Araxá-MG. 2019. 43 páginas. Trabaho de Conclusão de Curso 
(Bacharelado) - Centro Universitário do Planalto de Araxá. Araxá, 2019. 
 
A construção civil é um setor de suma importância para a economia do país e do mundo. 
De forma expressa, ela movimenta um contingente muito alto de bens e gera uma massa 
trabalhista muito alta. Por se tratar de uma ramificação profissional muito técnica, sua 
mão de obra carece e um certo preparo e conhecimento previamente adquiridos. 
Entretanto, contrário a essas necessidades, vem enfrentando uma grande dificuldade com 
sua mão de obra desqualificada. O intuito desse trabalho é verificar o nível de instrução 
dos trabalhadores desse setor no munícipio de Araxá-MG, como também verificar o 
interesse em programas e oportunidades de capacitação para os mesmos. Os resultados 
indicaram um baixo nível de escolaridade, instrução técnica e prática, contudo, também 
foi possível observar um interesse considerável dos entrevistados em se capacitar nas suas 
áreas de atuação atuais. 
Palavras-chave: construção civil; capacitação; mão de obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
JÚNIOR, E.R.S. A study on Continuing Education in the area of civil construction in 
the municipality of Araxá-MG. 2019. 43 pages. Work of Completion of Course 
(Bachelor's Degree) - University Center of the Araxá Plateau. Araxá, 2019. 
 
Civil construction is an extremely important sector for the economy of the country and 
the world. In an express way, it moves a very high contingent of goods and generates a 
very high labor mass. Because it is a very technical professional branch, its workforce 
lacks a certain preparation and knowledge previously acquired. However, contrary to 
these needs, you are facing great difficulty with your disqualified workforce. The purpose 
of this work is to verify the level of education of workers in this sector in the municipality 
of Araxá-MG, as well as to verify the interest in programs and training opportunities for 
them. The results indicated a low level of education, technical and practical instruction, 
however, it was also possible to observe a considerable interest of the interviewees in 
training in their current areas of activity. 
Keywords: civil construction; training; labor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- Escolaridade: Mestre de Obras .................................................................. 24 
Tabela 2- Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou 
adicionais. ...................................................................................................................... 25 
Tabela 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. ....................... 26 
Tabela 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. ................. 27 
Tabela 5- Escolaridade: Pedreiros. ............................................................................. 28 
Tabela 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. . 29 
Tabela 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. ............................. 30 
Tabela 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. ..................... 31 
Tabela 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. .......................................................... 32 
Tabela 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou 
adicionais .......................................................................................................................33 
Tabela 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos 
profissionalizantes. ....................................................................................................... 34 
Tabela 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. ............... 35 
Tabela 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores. .................................................. 36 
Tabela 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos 
profissionalizantes/adicionais. ..................................................................................... 36 
Tabela 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos 
profissionalizantes e de especializações. ..................................................................... 37 
Tabela 16- Escolaridade: Carpinteiros. ...................................................................... 38 
Tabela 17- Participação de Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou 
adicionais. ...................................................................................................................... 39 
Tabela 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica.
 ........................................................................................................................................ 39 
Tabela 19- Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. 40 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1- Escolaridade: Mestre de Obras. ............................................................... 25 
Gráfico 2 - Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou 
adicionais. ...................................................................................................................... 26 
Gráfico 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. ...................... 26 
Gráfico 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. ............... 27 
Gráfico 5- Escolaridade: Pedreiros. ............................................................................ 29 
Gráfico 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. 30 
Gráfico 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. ............................ 30 
Gráfico 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. .................... 31 
Gráfico 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. ......................................................... 33 
Gráfico 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes 
e/ou adicionais. .............................................................................................................. 33 
Gráfico 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos 
profissionalizantes. ....................................................................................................... 34 
Gráfico 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. .............. 35 
Gráfico 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores. ................................................ 36 
Gráfico 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos 
profissionalizantes/adicionais. ..................................................................................... 36 
Gráfico 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos 
profissionalizantes e de especializações. ..................................................................... 37 
Gráfico 16- Escolaridade: Carpinteiros. .................................................................... 38 
Gráfico 17- Participação dos Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou 
adicionais. ...................................................................................................................... 39 
Gráfico 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica.
 ........................................................................................................................................ 40 
Gráfico 19: Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes.
 ........................................................................................................................................ 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 13 
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 18 
a. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 18 
b. OBJETIVOS ESPECIFICOS .............................................................................. 18 
4. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 19 
5. METODOLOGIA ............................................................................................................. 20 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 21 
MESTRE DE OBRAS ................................................................................................ 24 
PEDREIRO ................................................................................................................. 28 
SERVENTE / AJUDANTE ........................................................................................ 32 
BOMBEIRO / ENCANADOR ................................................................................... 35 
CARPINTEIRO .......................................................................................................... 38 
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 41 
8. ANEXOS ............................................................................................................................ 43 
a. ANEXO 1 ............................................................................................................ 43 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A qualidade dos recursos humanos de uma empresa é um dos principais fatores de seu 
sucesso ou fracasso. Infelizmente alguns processos de recrutamento ainda realizam a 
seleção de empregados pensando naqueles com baixas pretensões salariais sem oferecer 
posteriormente oportunidades de capacitação para melhorar o desempenho nas atividades 
exercidas (Caldas, 2017). 
 No Brasil, grandes programas e slogans sobre a importância da educação são sempre 
muito discutidos, porém, não ganham forma e não se fragmentam. Deve-se ressaltar que 
isso não acontece apenas no âmbito governamental. Na iniciativa privada a dificuldade 
para priorizar a educação esbarra sempre nos problemas imediatos. Na indústria da 
construção civil, esse cenário não é diferente. 
 Mesmo que isso não seja prioridade, existem vários motivos que podem gerar 
preocupação do setor com esse assunto, onde alguns deles são: 
 Ganhos de produtividade; 
 Maior custo dos operários; 
 Maior exigência do mercado por capacitação / formação; 
 Mudança cultural do setor; 
 Combate setorial a informalidade. 
 A construção civil afeta consideravelmente a economia brasileira por possuir uma 
grande rede de fornecedores de materiais, de insumos, de equipamentos e de mão de obra 
qualificada e não qualificada, é constituída de importantes elementos para a composição 
do produto interno bruto – PIB brasileiro (Leão, 2016). 
 Segundo as Contas Regionais do IBGE, as atividades de construção em Minas Gerais 
têm peso significativo na composição do valor adicionado pela construção nacional, com 
participação de 14,6% na médiados últimos 15 anos, o que projeta o setor mineiro à 2ª 
posição vis-à-vis às demais unidades da federação, atrás somente da construção paulista 
(Teixeira, Gomes, & Silva, 2011). 
 Para justificar o peso desse mercado na economia estadual e nacional, faltam 
investimentos em melhorias e capacitação dos profissionais a ela atrelados. A falta desse, 
13 
 
traz prejuízos imensuráveis em vários pontos de análise e justifica a falta de motivação e 
comprometimento profissional de seus funcionários. Como resposta e possível solução 
dessa situação, surgem as Universidades Corporativas (UC’s) que vem para mitigar a 
má capacitação dos profissionais presentes no cotidiano desse mercado. 
 Essas universidades corporativas são como laboratórios de aprendizagem. São, de uma 
forma genérica, uma forma estratégica de desenvolvimento para colaboradores, clientes 
e fornecedores, que visam ensinar técnicas para melhorar o desempenho organizacional. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 O papel da ‘Educação’ é de grande importância para a sociedade, não só pela formação 
dos indivíduos que a ela pertencem, mas também pela inclusão daqueles que estão fora 
do processo produtivo social, ou seja, qualquer grupo que não tenha um livre acesso (ou 
relativamente limitado) a qualquer serviço pilar da cidadania, como saúde, lazer, dentre 
outros. A Educação é um dos principais caminhos para aquilo que muitos chamam de 
inclusão social, que é a inserção de todos os indivíduos no contexto social. 
 Deve-se salientar que educar é algo que não se priva a ser “dentro da escola”. Existem 
diversos tipos e subtipos de educação e, dentre elas, destaca-se a educação corporativa. 
Nos dias atuais, um dos principais dilemas dentro das empresas (de qualquer ramo) é 
manter seus colaboradores motivados, engajados e atualizados acerca das novas 
tendências de suas áreas de atuação. Esse tipo de educação vem a sanar todos esses pontos 
de uma vez só, uma vez que atribui competências práticas de melhoria em cada vertente, 
oferecendo algo que vai além de remuneração financeira, mas sim, uma contribuição 
infinita de conhecimentos para cada um. Além disso, esse tipo de investimento partindo 
das empresas, traz mais eficiência e produtividade na realização das tarefas. No Brasil, a 
educação corporativa ainda é um ponto muito negligenciado e isso precisa mudar ou 
colocará em risco questões competitivas e estratégicas das empresas. Entretanto, 
felizmente, cada vez mais as empresas enxergam a importância de capacitações e 
treinamentos para seus colaboradores. 
 A qualificação profissional é um dos principais complementos da educação formal de 
qualquer indivíduo, pois a medida que o tempo passa e novas tecnologias e mecanismos 
14 
 
produtivos vão surgindo, muito além de experiência, renovar os conhecimentos já 
adquiridos e somar novos torna-se algo inevitável. (Tameirão, 2018) 
 Nesta árdua tarefa, a educação profissional e tecnológica vem ocupando uma posição 
estratégica importante como elemento de alavancagem, junto com outras políticas e ações 
públicas, para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e construção da cidadania. 
Os cursos profissionalizantes, em sua maioria, tendem a formar fundamentalmente para 
atender a demandas específicas do mercado de trabalho (Bispo, 2015). 
 A Indústria da Construção Civil passou por longos anos de baixo desenvolvimento. 
Entretanto, a partir do ano de 2004, experimentou uma nova dimensão, com alta 
performance do seu crescimento e desenvolvimento, deixando anos de atraso para trás. A 
Construção Civil é fundamental para a economia brasileira, por sua atividade garantir a 
infraestrutura de que o país tanto necessita, seu efeito multiplicador e por alocar elevado 
contingente de mão de obra, sendo o setor um dos motores propulsores para economia 
nacional, principalmente em momentos econômicos recessivos (Alves, 2012). 
 Os investimentos na construção civil são híbridos, uma vez que contêm elementos de 
consumo para a habitação e/ou componentes especulativos, em função da expectativa de 
valorização dos imóveis ou mesmo de apreciação de títulos de dívida imobiliária, através 
dos quais os consumidores buscam maximizar a utilidade e os investidores maximizar as 
taxas de retorno das aplicações (Evans, 2004 apud Fochezatto; Ghinis, 2011). 
 Junto com o destaque que este setor vem apresentando, surge também a preocupação 
com seus respectivos problemas, tais como, degradação ambiental, desperdício de 
matéria-prima, falta de qualificação dos profissionais, escassez de mão-de-obra, entre 
outros. Para que esse importante setor da economia continue em ascendência, é necessário 
buscar soluções eficazes que minimizem tais problemas (Leão, 2016). 
 A construção civil é uma das maiores praças de trabalho e, em sua maior parte, absorve 
profissionais com baixa escolaridade e um nível de qualificação mínimo (que muitas 
vezes é nulo) quando comparados a outros setores. Aliado a essa grande absorção de 
funcionários, encontram-se fatores como a rotatividade da mão de obra, a má 
remuneração e zelo dos órgãos fiscalizadores governamentais, uma cultura que valoriza 
mais à experiência do que a instrução e a falta de incentivo dos empregadores em 
capacitar seus funcionários. 
15 
 
 De acordo com Cruz (2009), cerca de 60% dos trabalhadores do setor da construção civil 
apresentam baixo índice de escolaridade e 10% apenas assinam o nome, o que prejudica 
a produção, pois a falta de conhecimento básico causa ineficácia na execução de tarefas, 
muitas vezes simples, mas que exigem o mínimo de conhecimento, comprometendo o 
desempenho dos investimentos realizados, pelo fato de não haver mão de obra suficiente 
para suprir a demanda gerada pelo fomento na economia. 
 A capacitação técnica na construção civil é um processo de constante aprimoramento dos 
profissionais da área. A atualização profissional deve fazer parte da vida de qualquer 
colaborador. Além de encontrar mais espaço no mercado, um profissional devidamente 
capacitado em sua área de atuação traz mais eficiência para a empresa, além de confiança, 
segurança e o mais importante – a qualidade do serviço prestado. 
 Quando falamos em capacitação de mão de obra, estamos falando também de qualidade. 
A qualidade dos recursos humanos é certamente um dos determinantes no resultado do 
que está sendo executado pelos mesmos. Na construção civil, isso não é diferente. Muitos 
dos materiais utilizados carecem de um conhecimento prévio e qualificado antes de serem 
manuseados. Caso contrário, há um risco muito grande do material ser desperdiçado. 
Disso, partimos para outro ponto crucial nesse (e em qualquer outro) mercado –economia. 
 Grande parte dos problemas nas obras acontecem após sua finalização. São os chamados 
“vícios ocultos”, defeitos praticamente imperceptíveis na execução do projeto, mas que 
surgem quando o usuário começa a utilizar o produto finalizado. 
Nos dias atuais é comum, antes do cliente receber seu produto finalizado, que seja feito 
um check-list para saber se esse bem está ou não em condições de ser utilizado. Após esse 
procedimento o cliente carece de uma garantia mínima, previamente estipulada, onde à 
responsabilidade de qualquer avaria de ordem executiva na obra seja do responsável pela 
execução do mesmo. Quando problemas assim acontecem cabe ao executor fazer as 
correções necessárias para sanar o problema. Essa correção é chamada de retrabalho, que 
implica em um prejuízo significativo que fere o orçamento da obra, visto que medidas 
assim não são previamente incorporadas ao orçamento. 
Esses problemas, em sua maioria, são resultado das seguintes situações: 
 Mal manuseio dos materiais e equipamentos durante a execução do projeto; 
 Falta de interpretação do projeto original; 
16 
 
 Imperícia acerca dos procedimentos necessários para a execução do projeto; 
 Desconhecimento dos efeitos químico-físicosde alguns materiais utilizados; 
 Negligência de procedimentos necessários durante a execução do projeto. 
Existem outros fatores que atenuam esses problemas, porém, os apresentados 
anteriormente são os principais. 
O sujeito causador desses problemas geralmente é aquele profissional ligado diretamente 
à execução dos projetos (pedreiros, mestre de obras, servente, bombeiros, eletricistas, 
carpinteiros, etc.). 
 Segundo a norma ABNT NBR 15825:2010, entende-se por capacitação o 
desenvolvimento e mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes nas dimensões 
educacionais, técnica, econômica, social, política, ética, cultural e ambiental, 
considerando-se relações pessoais e interpessoais. É expressa, fundamentalmente, pela 
capacidade de responder satisfatoriamente as exigências de uma qualificação profissional, 
com a mobilização de recursos e a participação consciente, critica e ativa no mundo do 
trabalho e na esfera social. 
Uma mão de obra devidamente qualificada e capacitada, que entende os procedimentos 
da obra e os executa de forma correta, implica na quase extinção de problemas assim. 
Partindo dessa premissa, vê-se como uma forma viável de melhoria e desenvolvimento a 
introdução do tema “Educação Continuada” e “Universidade Corporativa” dentro do 
cenário das empresas e centros empregatícios e/ou de seleção de talentos. 
 De acordo com Eboli, educação é um tema que interessa a todos os setores da sociedade, 
inclusive o corporativo, e está na agenda de todas as empresas empenhadas em aumentar 
sua competitividade. O que parece importante é estimular cada vez mais uma profunda 
reflexão sobre o assunto. Nesse sentido, um rápido olhar sociológico contribui muito para 
enriquecer esta discussão. A literatura aponta três formas básicas de Produção do 
Conhecimento: Ideológica, Institucional e Tecnológica. Em linhas gerais pode-se dizer 
que a Escola Clássica se dirige à formação das classes dominantes, dando ênfase à 
transmissão da Ideologia vigente (modo de ser e pensar), enquanto que a Escola 
Profissionalizante, voltada às classes instrumentais e dominadas, privilegia os aspectos 
técnicos e operacionais (modo de fazer). Neste sentido é interessante notar que as 
Universidades Corporativas (UC’s) surgem no final do século 20, mesclando estes dois 
enfoques, procurando desenvolver nos mais diversos públicos e categorias profissionais 
17 
 
com os quais a empresa interage, tanto os componentes ideológicos quanto os 
tecnológicos. 
 
 No Brasil, a adoção desse conceito deu-se na década de 1990, pressionado com a 
necessidade de investir em qualificação como elemento-chave para o desenvolvimento 
do diferencial competitivo. Uma das primeiras Universidades Corporativas (UC’s) foi 
fundada em 1992, para o Grupo Accor, pelo consultor Hugo Nisebaum, proprietário da 
empresa HN Educação e Performance (Sousa, 2018). 
 
 Segundo Eboli (2007) existem aproximadamente 80 Universidades Corporativas no 
Brasil, entre elas empresas do setor financeiro, de telecomunicações, de serviços, de 
associações de classe, de empresas aéreas, automobilísticas, dentre outras. 
Hoje, na realidade brasileira, as iniciativas são significativas, mas ainda precisam ser 
consolidadas, por isso, segundo Ricardo (2007, p.8). 
 
De uma forma mais simplória, as UC’s são instituições de determinadas empresas, sejam 
públicas ou privadas, que visam educar seus colaboradores em vários níveis para que 
essas mesmas empresas operem com mais eficiência. Uma UC também pode ser criada 
pela parceria entre uma empresa e uma instituição educacional especializada, 
contribuindo para a redução de custos e rapidez na formação de mão de obra estratégica. 
 
 São um dos principais motivos a levarem as organizações a investirem nessa ideia: 
 Educação personalizada e direcionada a área de atuação e aos objetivos da 
empresa; 
 Melhoria da imagem da empresa; 
 Rápida difusão de conhecimentos e incentivo ao capital intelectual; 
 
 A UC é um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão de pessoas por 
Competências. Se o conceito de competência é incorporado e assimilado como um 
princípio organizacional, a empresa tende a contratar por competência, a remunerar por 
competência, a avaliar por competência etc. Torna-se, mais do que um conceito: um valor 
e uma prática empresarial! 
 
 As organizações que aplicam os princípios inerentes à UC estão criando um sistema de 
18 
 
aprendizagem contínua. O propósito é que toda a empresa aprenda e trabalhe com novos 
processos e novas soluções e compreenda a importância da aprendizagem permanente 
vinculada a metas empresariais. A missão de uma UC consiste em formar e desenvolver 
os talentos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento organizacional 
(geração, assimilação, difusão e aplicação), através de um processo de aprendizagem 
ativa e continua (Eboli). 
 
 Como o setor da construção civil contribui significativamente com o PIB, a falta de 
profissionais e o uso intensivo da mão de obra geram uma grandeza de valor e da 
quantidade de esforço humano envolvido nesse setor. Deste modo a eficiência do país 
está atrelada diretamente à qualificação da mão de obra na construção civil (Leão, 2016). 
 
3. OBJETIVOS 
 
a. OBJETIVO GERAL 
 
 Este trabalho tem por premissa analisar o nível de qualificação da mão de obra da 
construção civil no município de Araxá-MG, avaliando-se o interesse destes operários e 
das empresas que os contratam pela busca de capacitação voltada para suas áreas de 
atuação. 
 
b. OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 
 Este trabalho, busca mapear e aferir percentuais de como se esse panorama se aplica 
efetivamente na realidade corporativa de Araxá. Para isso, foi aplicado um questionário 
(conforme o ANEXO 1), para funcionários das seguintes funções. 
 Mestre de obras; 
 Pedreiro; 
 Servente / ajudante; 
 Bombeiro / Encanador; 
19 
 
 Carpinteiro. 
 Nesse questionário foram levantadas informações sobre a capacitação de cada 
entrevistado, que buscam: 
 Aferir o grau de escolaridade do entrevistado; 
 Analisar se o entrevistado acha pertinente e importante programas de capacitação 
técnica para sua área e se o mesmo vê como importante que a execução dessas 
tarefas seja feita por um profissional devidamente capacitado; 
 Verificar se o entrevistado passou por processos / cursos de capacitação 
específicos para a sua área de atuação; 
 Verificar se o entrevistado possui interesse em participar de programas de 
especialização e capacitação na sua área de atuação. 
 
4. JUSTIFICATIVA 
 
 A expansão do setor da construção civil, oriunda pelo crescimento econômico do país, 
exige uma maior produtividade da mão de obra. Essa produtividade está diretamente 
relacionada com a qualificação do profissional. Logo quanto maior e melhor a capacitação 
do trabalhador, maior e melhor é a sua produtividade. Porém, a realidade nos canteiros de 
obras vai contra essa vertente de qualidade, tendo em vista a baixa escolaridade e a falta 
de formação técnica por parte dos trabalhadores. 
 De acordo com Coelho (2003), o ramo da construção civil atualmente apresenta baixo 
grau de mecanização, alto índice de desperdícios e perdas, mão de obra desqualificada, 
alto grau de insatisfação dos clientes, além disso, possui alta incidência de patologias e 
baixa produtividade. Portanto, é de extrema necessidade que sejam realizados contínuos 
treinamentos, de preferência no canteiro de obra, visando tornar a mão de obra 
qualitativamente capacitada e assim, mais eficiente. O que resultará em instrumentos de 
melhorias contínuas de qualidade e produtividade. 
 Outro problema que afeta a construção civil é a dificuldade de atrair novos trabalhadores 
em quantidade e qualidade, um estudo realizado para o CII (Construction Industry 
Institute, Texas EUA) questionava os estudantes prestes a se formar no segundo grau,20 
 
qual carreira profissional gostariam de seguir, foram apresentadas 250 opções de trabalho 
e trabalhar em uma obra de construção foi ranqueada na posição 248. 
 A fim de propor soluções para a melhoria do cenário da maioria das obras em relação à 
baixa qualificação e produtividade, tem-se por objetivo analisar o perfil dos trabalhadores 
e as dificuldades encontradas pelos mesmos para aumentar seus conhecimentos nas suas 
áreas de atuação e, posteriormente, apresentar os resultados desta realidade na construção 
civil, a partir de um estudo de caso na cidade de Araxá-MG. 
 
5. METODOLOGIA 
 
 O município de Araxá-MG detém uma farta e numerosa mão-de-obra para a construção 
civil. Este setor é visto como um dos que mais emprega no munícipio. Contudo, a má 
qualificação dos profissionais e a falta de capacitação dos mesmos é um fator que merece 
atenção. 
 Para alcançar o objetivo proposto, foi utilizado o método de pesquisa documental que 
envolveu uma serie de revisões bibliográficas por meio de consulta a artigos técnicos 
nacionais, dissertações, teses, trabalhos de conclusão de curso, e alguns documentos 
digitais. 
 A fim de complementar, uma pesquisa de campo foi desenvolvida que tinha como 
objetivo a caracterização do trabalhador da construção civil na cidade de Araxá-MG. De 
acordo com Oliveira (1999a) apud Neves (2014), a entrevista é uma técnica de coleta de 
dados que tem por finalidade obter informações verbais de uma parcela representativa de 
um grupo, com o propósito de atender os objetivos da pesquisa. 
 Diante dessa situação, elaborou-se um diagnóstico de alguns parâmetros avaliativos, 
acerca da capacitação profissional e técnica dos profissionais atuantes na execução de 
projetos, dentro do mercado da construção civil dentro das delimitações municipais. 
Pré-determinou-se as seguintes ações: 
 Elaborar um questionário a fim de levantar os dados pessoais dos trabalhadores e 
verificar o seu grau de qualificação em suas áreas de atuação e se há interesse de 
aperfeiçoamento profissional por parte destes; 
21 
 
 Aplicar o questionário para trabalhadores da construção civil da cidade de Araxá-
MG, em construtoras de pequeno, médio e grande porte, a fim de abranger 
diferentes áreas do setor da construção civil; 
 Avaliar os dados obtidos nos questionários, analisando principalmente o número 
de profissionais que manifestam interesse em cursos ofertados para a melhoria da 
qualidade e aumento da produtividade da construção civil, através da qualificação 
profissional, na cidade de Araxá. 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Foram entrevistados 55 trabalhadores da construção civil em obras de pequeno, médio 
e grande porte na cidade de Araxá-MG, a fim de abranger diversas áreas do setor. 
 Em uma breve pesquisa, pode-se observar que o município conta com diversas entidades 
educacionais com cursos profissionalizantes para cada área analisada e que a grande 
maioria desses cursos é gratuita ou com um custo relativamente acessível. Algumas 
instituições oferecem também a modalidade de curso à distância, o que desprende um 
tempo menor de dedicação daquele que o está fazendo. Outro ponto que vale ressaltar é 
que muitas dessas instituições oferecem paralelamente cursos intensivos (supletivos) de 
Ensino Fundamental e Ensino Médio, que podem ser feitos simultaneamente com os 
cursos profissionalizantes também oferecidos. 
O questionário (ANEXO 01) seguiu uma formatação e escopo simples, porém, não deixou 
de tratar dos pontos principais que precisavam ser analisados (escolaridade, formação 
complementar, área de atuação, idade, naturalidade, etc.), contudo, com as informações 
obtidas por ele, esperava-se conhecer os dados necessárias para traçar um perfil médio 
profissional dos funcionários da construção civil em Araxá-MG. 
 Os questionários foram aplicados, mediante autorização cedida por cada empresa, entre 
os meses de janeiro e fevereiro do ano de 2019. O plano amostral da pesquisa 
compreendeu 6 empresas de construção civil, sendo que uma delas atua ativamente na 
execução de obras públicas. 
 Em um primeiro momento, esperava-se entrevistar cerca de 40 funcionários dos 
seguimentos e vertentes mais atuantes no campo contemplado pelo estudo na cidade, 
22 
 
porém, ao final das entrevistas, houve um quórum de 55 funcionários dos ramos de 
atuação pré-determinados. 
 Foi-se feito um “roteiro” de empresas que poderiam ser visitadas e assim, selecionar 
alguns dos seus colaboradores para a aplicação do questionário. As empresas deveriam 
ser de médio à grande porte, ter atuação direta no mercado da construção civil araxaense, 
deter de mão de obra contratada em regime CLT. 
 A primeira obra examinada foi um condomínio residencial de grande porte, contendo 24 
pavimentos, sendo o primeiro térreo e sem unidade habitacional, e 80 apartamentos de 
103,45 m². O empreendimento conta com área social e 2 pavimentos no subsolo para 
estacionamento, elevador social e de serviço, dentre outras características menos 
importantes. Uma peculiaridade é que toda a mão de obra encontrada no local tem 
naturalidade nordestina, que diminui alguns gastos, pois, mesmo com carteira de trabalho 
assinadas, os trabalhadores aceitam salários inferiores o que ocasiona encargos menores 
também. 
 A segunda obra visitada foi um empreendimento imobiliário de alto padrão. Com 25 
andares, o empreendimento será o maior prédio da cidade, com 50 apartamentos de alto 
padrão e 2 coberturas duplex. Foi observado rapidamente que a obra conta com algumas 
inovações tecnológicas para a área da construção como, por exemplo, a utilização de 
reboco jateado e o uso de tomadas com entrada USB. 
 A terceira obra que foi visitada foi um cômodo comercial em fase final de construção. 
Trata-se de um pequeno edifício comercial de 2 pavimentos, com área de luz e 4 vagas 
para estacionamento. Todas as paredes internas da edificação são em placas de drywall, 
o que fez carecer de uma mão de obra terceirizada e especializada para sua instalação. 
Para os outros serviços, a empresa contou com sua própria mão de obra interna. Ao 
contrário da primeira empresa, dessa vez foi observado que toda a mão de obra presente 
no local era de naturalidade mineira e esses, alegaram receber um salário relativamente 
maior que os funcionários da primeira empresa. 
 A quarta obra visitada foi um prédio comercial de 13 pavimentos e 1 subsolo. A obra é 
constituída por várias salas de atendimento clínico e algumas salas especificas para 
atendimentos ambulatoriais. Todo o prédio é em alvenaria estrutural, dispensando o uso 
de alguns elementos estruturais comuns. A mão de obra presente no local é ne 
23 
 
naturalidade mista e essa obra, ao contrário das demais, não tinha a supervisão constante 
de um Engenheiro Civil ou Técnico de Edificações. 
 A quinta obra visitada foi a construção de uma instituição jurídica na cidade, que era 
financiada por capital público. A obra conta com múltiplas edificações de 2 pavimentos, 
área para estacionamento, área de convivência dentre outros. Uma peculiaridade dessa 
empresa é que sua sede não é em Araxá e, segundo relato de alguns funcionários, todo o 
processo seletivo que antecede as contratações é terceirizado. 
 A sexta e última obra visitada foi uma residência unifamiliar de grande porte. A obra 
conta com 3 pavimentos, e uma ampla área construída de 316,26 m². A empresa 
contratada pelos proprietários da residência vende apenas o serviço de seus funcionários 
para os contratantes e todo o capital que financia a obra é de iniciativa e fundos próprios 
dos proprietários. Essa empresa, ao contrário das demais, é de pequeno porte e começou 
a atua a pouco tempo nas imediações da cidade. 
 Deve-se salientar que nem a identidade das empresas, bem como dos entrevistados, foi 
exposta, respeitando todas as questões morais e éticas pertinentes. 
 Por fim, apartir dos dados obtidos, uma análise geral e quantitativa foi feita, tendo em 
vista: 
1º. verificar a escolaridade média dos funcionários; 
2º. observar se, de acordo com seu nível de escolaridade, um número razoável de 
funcionários detém o mínimo conhecimento técnico/teórico para exercer tal profissão; 
3º. analisar o interesse dos funcionários em participar de cursos profissionalizantes e 
complementares para o exercício de suas funções. 
 A interpretação foi feita através da análise estatística dos dados levantados, em forma 
de percentual, que permitiu destacar os pontos importantes observados na pesquisa. 
Tendo em mãos esses dados, foi possível traçar um perfil do trabalhador da construção 
civil araxaense. 
 
 
24 
 
MESTRE DE OBRAS 
 
 O Mestre de Obras é o profissional a quem fica responsável toda a fiscalização e 
supervisão da obra do início até a sua conclusão. Ele deve conhecer toda a sua 
programação, os materiais utilizados e as funções de cada colaborador. Enquadra-se sob 
as responsabilidades de um Mestre de Obras acompanhar a construção e reforma da parte 
estrutural e acabamento de prédios comerciais e residenciais ou também em construções 
de grande, médio ou pequeno porte, atuando no controle do fluxo de serviços, 
recebimento e checagem de materiais, coordenação do trabalho dos pedreiros, 
serralheiros e outros profissionais da construção civil, leitura e interpretação das plantas 
desenhadas por engenheiros e arquitetos, cálculo da quantidade de material utilizado na 
construção, manter informados engenheiros, projetistas, calculistas e arquitetos do 
andamento da obra. 
 No presente trabalho, foram entrevistados 10 profissionais que ocupam essa função nas 
6 obras visitadas. Algumas dessas obras, por terem várias frentes de serviço contam com 
mais de um profissional para auxiliar na gerência executiva dessa obra. 
 Quanto a escolaridade de cada um desses profissionais, foram obtidos os seguintes 
percentuais: 
 
 
Tabela 1- Escolaridade: Mestre de Obras 
 Esses percentuais podem ser ilustrados através do seguinte gráfico: 
%
40%
30%
10%
20%
0%
0%
0%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
ANALFABETO
ENSINO SUPERIOR COMPLETO
ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO
ENSINO MEDIO COMPLETO
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO
Escolaridade
Nível de Estudo
25 
 
 
Gráfico 1- Escolaridade: Mestre de Obras. 
 
 De uma forma geral, esse resultado tende a ter uma perspectiva positiva. Um grande 
percentual dos entrevistados alegou ter concluído o ensino fundamental, porém não 
seguiram adiante com seus estudos por falta de incentivo de seus nichos sociais e 
familiares. Outros fatores que justificam essa situação é a necessidade da participação dos 
salários desses funcionários dentro do orçamento familiar. Porém, o número de 
entrevistados que não tiveram a oportunidade concluir o ensino fundamental também é 
preocupante. Como argumento para isso, alguns dos entrevistados alegam ter que 
priorizar seus trabalhos em relação a “ir à escola”. Tal característica é mais observada nos 
funcionários de nacionalidade de regiões menos desenvolvidas no país. 
 Quando perguntados sobre sua formação / participação em cursos profissionalizantes 
adicionais, obtiveram-se os seguintes percentuais como respostas: 
 
 
Tabela 2- Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. 
 
 Os resultados apresentados são traduzidos no seguinte gráfico: 
20%
80%
SIM
NÃO
Você já participou de algum curso 
profissionalizante / adicional durante sua 
vida? 
%
26 
 
 
Gráfico 2 - Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. 
 Muitos dos entrevistados alegaram não ter interesse em fazer cursos desse âmbito, visto 
que tais qualificações e certificações não tem peso nas suas remunerações. Outros, 
argumentaram que não tem acesso ou tempo para estar fazendo esse tipo de cursos. 
Aqueles que fizeram esse tipo de curso, alegaram que buscavam um conhecimento e 
traquejo técnico maior, porém, nenhum desses entrevistados mostraram interesse em 
participar de mais cursos dessa abrangência. 
 Um outro questionamento feito aos Mestre de Obras era se eles julgavam necessário que 
os profissionais da construção civil fossem devidamente capacitados. As respostas podem 
ser observadas na tabela abaixo e traduzidas através do gráfico que se segue, 
respectivamente. 
 
Tabela 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. 
 
 
Gráfico 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. 
SIM
NÃO
90%
10%
Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da 
construção civil? 
%
27 
 
 
 Pode-se observar que apesar do baixo nível de escolaridade e capacitação técnica, os 
Mestre de Obras acreditam que esses conhecimentos são importantes para que o produto 
de cada obra tenha qualidade. Alguns dos profissionais entrevistadas julgam também 
importante que nos processos de seleção de funcionários de suas empresas, essa 
característica seja um parâmetro avaliativo. 
 Esses mesmos profissionais também foram questionados sobre o seu interesse em fazer 
cursos profissionalizantes nas suas áreas de atuação. De forma satisfatória, todos os 
entrevistados demonstraram interesse de forma veemente em participar desses cursos. 
Esse resultado traduz que os profissionais, de uma forma geral, tendem a querer se 
capacitar e se adequar acerca das novas tecnologias, métodos construtivos e exigências 
do mercado. 
 Sobre esse panorama, a tabela e o gráfico a seguir, respectivamente, ilustram e 
quantificam esses dados entre os entrevistados. 
 
Tabela 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. 
 
 
Gráfico 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. 
 
Você tem interesse em fazer cursos de capacitação 
técnica?
%
SIM
NÃO
100%
0%
28 
 
PEDREIRO 
 
 O Pedreiro é profissional responsável pela manutenção e construção da obra do seu 
início ao fim. Ele deve ter conhecimento de todas as fases da obra, dos materiais 
utilizados, das limitações executivas da obra, acabamentos, etc. Fica sob as 
responsabilidades de um Pedreiro: atuar na construção e reforma da parte estrutural e 
acabamento de prédios comerciais e residenciais ou também em construções de grande, 
médio ou pequeno porte, fazer o controle do fluxo de serviços, recebimento e checagem 
de materiais, realizar a leitura e interpretação das plantas desenhadas por engenheiros e 
arquitetos, fazer pequenos cálculos da quantidade de material utilizado na construção, 
mantendo informados engenheiros, projetistas, calculistas e arquitetos do andamento da 
obra. 
 Nesse trabalho, 10 Pedreiros foram entrevistados. É importante salientar que esses 
profissionais atuam nas diversas áreas e fazem distintas tarefas, porém tem a mesma 
responsabilidade dentro de suas funções. Há também uma grande diferença salarial entre 
os funcionários de uma empresa para outra. Outra informação necessária, é que alguns 
dos pedreiros tem seu salário bruto calculado por produtividade, já outros, tem um salário 
mensal fixo. 
 Quanto a sua escolaridade, observou-se os seguintes percentuais: 
 
Tabela 5- Escolaridade: Pedreiros. 
 Aproximadamente um terço dos profissionais entrevistados são analfabetos. Esse 
resultado tem uma perspectiva negativa, pois algumas das atividades atribuídas a esses 
profissionais necessitam do mínimo conhecimento matemático, escrito, de leitura, etc. 
Pode-se observar essa deficiência quando profissionais que passaram por processos de 
migração, ou seja, de naturalidade distinta de onde residem atualmente. Uma possível 
%
30%
30%
0%
10%
0%
0%
30%
ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO
ENSINO MEDIO COMPLETO
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO
ENSINO SUPERIOR COMPLETO
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
ANALFABETO
Escolaridade
Nível de Estudo
29 
 
solução para esse problema seria o incentivopartindo tanto das empresas quanto do 
governo para que esses profissionais possam frequentar supletivos, instituições de ensino 
para jovens e adultos (EJA), etc. 
 Esses dados podem ser representados pelo gráfico a seguir: 
 
Gráfico 5- Escolaridade: Pedreiros. 
 
 Quando perguntados sobre sua formação / participação em cursos profissionalizantes 
adicionais, observou-se os seguintes percentuais: 
 
Tabela 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. 
 
 Os resultados apresentados podem ser traduzidos no seguinte gráfico: 
%
40%
60%
SIM
NÃO
Você já participou de algum curso 
profissionalizante / adicional 
durante sua vida? 
30 
 
 
Gráfico 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. 
 
 Assim como para os Mestre de Obras, muitos dos entrevistados alegaram não ter 
interesse em fazer cursos desse âmbito, por essas qualificações e certificações não 
representarem peso nas suas remunerações. Aqueles que fizeram esse tipo de curso, 
aproveitaram oportunidades gratuitas ou fizeram para pleitear melhores vagas no mercado 
de trabalho. 
 Outro questionamento apresentado aos Pedreiros, foi se esses julgavam necessário que 
os profissionais da construção civil fossem devidamente capacitados. As respostas podem 
ser observadas na tabela abaixo e no gráfico que se seguem, respectivamente. 
 
Tabela 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. 
 
Gráfico 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. 
SIM 70%
NÃO 30%
Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais 
da construção civil? 
%
31 
 
 
 Uma significativa parcela dos entrevistados respondeu que não julga importante a 
capacitação técnica dos trabalhadores da construção civil. Os funcionários que 
responderam dessa forma, trabalham em empresas de menores portes e ocupam posições 
hierárquicas inferiores, quando comparados aos que foram positivos a esse 
questionamento. Uma das possíveis justificativas a esse posicionamento, seria que em 
empresas de menores porte, conceitos regulamentadores, de qualidade e segurança não 
são devidamente difundidos e não há uma forte conscientização dos profissionais sobre 
esse assunto. 
 Esses profissionais foram questionados, também, sobre o seu interesse em fazer cursos 
profissionalizantes nas suas áreas de atuação. Os resultados podem ser observados na 
seguinte tabela e gráfico. 
 
Tabela 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. 
 
 
Gráfico 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. 
 
 
 
Você tem interesse em fazer cursos de 
capacitação técnica?
%
NÃO 10%
SIM 90%
32 
 
SERVENTE / AJUDANTE 
 
 O Servente participa de diversas tarefas em uma edificação: preparação do canteiro de 
obras, da massa de concreto, limpeza e compactação dos solos. Ele também pode atuar 
na demolição de edificações e verificar os equipamentos da construção civil. Apesar de 
não precisar ter tanto conhecimento técnico quanto o pedreiro, esse profissional deve 
apresentar uma grande disposição física e a capacidade de realizar as tarefas solicitadas. 
Sua principal atribuição é auxiliar o pedreiro no que ele solicitar. Esse papel de “servir” 
contribui muito para a produtividade, pois o profissional não precisa parar para buscar 
ferramentas, preparar e carregar a massa, os tijolos, a areia, o cimento, etc (Pointer, 2018). 
 Em geral, os profissionais que ocupam essa função são menos escolarizados que os 
demais, e recebem uma remuneração inferior. Outro ponto que merece destaque é que as 
atividades executadas por esses necessitam de um esforço físico maior que o 
conhecimento técnico sobre elas. Todavia, algumas das atividades desempenhadas pelos 
Serventes, merecem o mínimo de conhecimento para sua boa execução. 
 No presente trabalho, 9 funcionários que desempenham essas funções em Araxá-MG, 
nas empresas visitadas, foram entrevistados. 
 Quando perguntados sobre sua escolaridade e sua formação complementar, esses 
funcionários responderam da forma apresentada abaixo: 
 
 
Tabela 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. 
 
%
22,22%
33,33%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
44,44%
ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO
ENSINO MEDIO COMPLETO
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO
ENSINO SUPERIOR COMPLETO
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
ANALFABETO
Nível de Estudo
Escolaridade
33 
 
 
Tabela 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou adicionais 
 Partindo das tabelas apresentadas anteriormente, podem se ilustrar os dados coletados 
nos seguintes gráficos: 
 
Gráfico 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. 
 
Gráfico 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. 
 Outro questionamento apresentado aos funcionários, foi sobre o interesse dos mesmos 
em participar de cursos ou programas de capacitação técnica nas suas áreas de atuação. 
Assim como para os Pedreiros, os Serventes/Ajudantes também demonstraram um 
interesse em potencial para a participação de cursos profissionalizantes. Um ponto que 
merece destaque é que a grande maioria dos funcionários entrevistados é analfabeto, e 
esse público foi o que mais reagiu de forma positiva a esse questionamento. 
%
0%
100%
SIM
NÃO
Você já participou de algum curso 
profissionalizante / adicional durante sua 
vida? 
34 
 
 As respostas podem ser vistas na tabela a seguir, e ilustradas no gráfico apresentado 
posteriormente. 
 
Tabela 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos profissionalizantes. 
 
 
Gráfico 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos profissionalizantes. 
 
 Outro questionamento pertinente e importante feito a esses profissionais foi sobre sua 
opinião acerca da importância da capacitação técnica da mão-de-obra da construção civil. 
Um percentual menor do que o dos interessados em se capacitar se posicionou de forma 
positiva. A grande maioria desses profissionais alegou já ter presenciado momentos de 
imperícia de alguns colegas (que trabalham com construção) durante sua vida 
profissional, e isso fomenta essa opinião. Isso corrobora o que é dito por peritos técnicos, 
engenheiros especialistas em patologias e afins: vários dos problemas em edificações 
civis são causados por uma má capacitação dos funcionários responsáveis por executá-
las. 
As respostas são apresentadas na tabela e no gráfico, a seguir: 
NÃO 11%
SIM 89%
Você tem interesse em fazer cursos de capacitação 
técnica?
%
35 
 
 
Tabela 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. 
 
 
Gráfico 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. 
 
BOMBEIRO / ENCANADOR 
 
 Chama-se de Bombeiro ou Encanador o profissional da construção civil responsável 
pela instalação e manutenção de sistemas usados para água potável, esgoto e drenagem 
em canos e tubulações. O encanador deve estar presente desde o início, durante a 
construção do canteiro de obras, para fazer o ponto de água. Depois, deve retornar no 
período de construção das lajes para encaixar as tubulações e ao final da obra, na fase do 
acabamento para instalar as peças sanitárias. 
 O presente trabalho entrevistou um total de 9 encanadores de diversas idades que 
trabalham nas obras analisadas em questão. As faixas etárias desses funcionários variam 
de 26 a 65 anos e as especializações de cada um são distintas consideravelmente entre si. 
O grau de escolaridade também oscila muito entre cada um desses funcionários e, os 
funcionários mais novos, apresentaram uma escolaridade maior que os funcionários mais 
velhos. 
Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da 
construção civil? 
%
SIM 78%
NÃO 22%
36 
 
 A escolaridade desses funcionários e suas formações complementares, em percentual, 
são apresentadas nos quadros a seguir. 
 
Tabela 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores.Gráfico 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores. 
 
 
Tabela 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos profissionalizantes/adicionais. 
 
Gráfico 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos profissionalizantes/adicionais. 
%
44,44%
0,00%
44,44%
11,11%
0,00%
0,00%
0,00%
ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO
ENSINO MEDIO COMPLETO
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO
ENSINO SUPERIOR COMPLETO
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
ANALFABETO
Escolaridade
Nível de Estudo
88,89%
11,11%
Você já participou de algum curso 
profissionalizante / adicional durante sua 
vida? 
%
SIM
NÃO
37 
 
 Outro questionamento feito a esses funcionários foi sobre seus julgamentos acerca da 
importância do assunto (capacitação técnica) dentro do mercado da construção civil. 
Todos os entrevistaram concordaram que a capacitação técnica é de extrema importância 
para um bom trabalho, e consequentemente um bom resultado, dentro do canteiro de 
obras. Porém, eles alegaram que a exigência desses requisitos traria uma falta de mão de 
obra para o segmento, visto que boa parte dos funcionários não apresentam a devida 
capacitação. 
 Um último ponto tratado com os funcionários foi sobre o interesse dos mesmos em fazer 
cursos de capacitação / especialização em suas áreas. Os percentuais são apresentados nos 
quadros a seguir: 
 
Tabela 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos profissionalizantes e de especializações. 
 
Gráfico 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos profissionalizantes e de 
especializações. 
 Todos os entrevistados demonstraram bastante interesse em participar de cursos 
profissionalizantes, de especialização ou atualização sobe o segmento, porem a falta de 
incentivo e oportunidade vindos do governo, de suas empresas e até das entidades de 
classe foi uma queixa bastante recorrente entre os entrevistados. Segundo um dos 
entrevistados, “Araxá não vê perspectiva de melhoria e/ou crescimento acerca dessa 
situação, visto o mau momento da indústria da construção civil na cidade”. 
 
NÃO 0%
SIM 100%
Você tem interesse em fazer cursos de capacitação 
técnica?
%
38 
 
CARPINTEIRO 
 
 O Carpinteiro é o profissional responsável pelo madeiramento da obra. O trabalho de 
um carpinteiro envolve frequentemente a utilização de esforço físico e trabalhos ao ar 
livre. Na carpintaria o profissional desta área deve ter: noções de geometria e um vasto 
conhecimento de como lidar com madeira no seu estado natural (madeira maciça), o que 
o diferencia da marcenaria. A especialidade abrange o feitio de: telhados, escadas, 
assoalhos, forros, portas, venezianas, móveis, (esquadrias de madeira), etc. A carpintaria 
também é responsável por trabalhos ornamentais como marchetaria, assim como 
trabalhos grandes, como a carpintaria naval. 
 Quanto a escolaridade dos entrevistados, pode-se aferir os seguintes percentuais: 
 
Tabela 16- Escolaridade: Carpinteiros. 
 
 
Gráfico 16- Escolaridade: Carpinteiros. 
 Um pequeno percentual dos entrevistados alegou não ser alfabetizado. Por mais pequeno 
que seja, esse resultado é preocupante, visto que esses funcionários trabalham diariamente 
com aferição de medidas, análise de projetos, e demais atividades que carecem do mínimo 
de instrução. 
%
33,33%
44,44%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
22,22%
ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO
ENSINO MEDIO COMPLETO
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO
ENSINO SUPERIOR COMPLETO
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO
ANALFABETO
Escolaridade
Nível de Estudo
39 
 
 Assim como para os outros públicos entrevistados, esse nicho profissional foi 
questionado sobre a participação de cursos profissionalizantes, de especialização ou 
técnicos em suas áreas de atuação. Nenhum dos entrevistados alegou ter participado desse 
tipo de curso. Para alguns, o desempenho dessa função tem uma origem cultural e, 
geralmente, hereditária. Assim, eles não procuram por uma formação técnica/teórica, 
visto que tudo que aprenderam foi passado em caráter “pai para filho”. 
 Os dados obtidos nessa questão, são apresentados a seguir: 
 
Tabela 17- Participação de Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. 
 
Gráfico 17- Participação dos Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. 
 Apesar de não ter a devida capacitação, um grande percentual desse público (ilustrado 
na tabela e gráfico que seguem) acredita que é importante que o profissional atuante na 
carpintaria seja devidamente capacitado, principalmente em pontos como segurança e 
analise de projetos, sendo esses os pontos mais críticos na área, segundo eles. 
 
 
Tabela 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica. 
 
0,00%
100,00%
Você já participou de algum curso 
profissionalizante / adicional durante sua 
vida? 
%
SIM
NÃO
Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da 
construção civil? 
%
SIM 88,89%
NÃO 11,11%
40 
 
 
Gráfico 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica. 
 Por fim, os entrevistados foram questionados sobre o seu interesse em participar desse 
tipo de cursos. Foi possível observar que os profissionais mais jovens detêm um maior 
interesse em aumentar seu nível de formação, quando comparados aos profissionais mais 
velhos. Os entrevistados que não demonstraram interesse em fazer esse tipo de curso, 
pontuaram que o conhecimento que adquiriram por meio de experiências vividas no 
âmbito profissional, substituem ou inutilizam qualquer conhecimento teórico ou técnico 
que possam vir a adquirir. 
 Os dados a seguir representam a expressão dos profissionais acerca dessa questão. 
 
Tabela 19- Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. 
 
 
Gráfico 19: Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. 
Você tem interesse em fazer cursos de capacitação 
técnica?
%
NÃO 22,22%
SIM 77,78%
41 
 
7. CONCLUSÃO 
 
 Quando falamos do termo ‘Educação’, geralmente, temos uma visão limitada sobre seu 
significado. É difícil imaginar o quão amplo e significativo é o papel da educação no 
nosso cotidiano. Junto com esse termo, a ideia de ‘capacitação’ caminha extremamente 
junto. O significado deste termo associa-se com a preparação da pessoa para enfrentar-se 
a situações derivadas da função que exerce; muni-la de conhecimentos e possibilidades 
de criação, solucionar problemas, dar sugestões que apresentem alternativas no ambiente 
laboral. Essa definição traz o ponto de análise da associação desse assunto diretamente 
para o âmbito profissional. 
 A capacitação de seus profissionais é o primeiro pilar para o sucesso de qualquer 
atividade dentro de uma empresa ou qualquer equipe de trabalho. Não é de hoje que o 
desinteresse por cursos de aperfeiçoamento ou capacitação técnica é associado aos 
trabalhadores da construção civil. Não diferente disso, através dos dados obtidos por essa 
pesquisa, pode-se observar que os profissionais do município de Araxá-MG demonstram 
um interesse mínimo em se capacitar para suas áreas de atuação. 
 O maior fator para essa realidade é o quadro social desses trabalhadores. Grande parte 
desses funcionários enquadram-se no perfil socioeconômico de classe baixa ou média-
baixa. Infelizmente, o investimento dos órgãos públicos, dos nichos sociais e familiares 
a que pertencem e até mesmo das empresas que empregam esses colaboradores é 
insignificante e muitas vezes nulo. Esse quadro só aumenta o desinteresse, a falta de 
informação e oportunidade para esses indivíduos. Vale ressaltar que nenhuma das 
empresas visitadas oferecem treinamentos básicos para seus funcionários, além dos 
previstos estatutariamente, tendo como exemplo os treinamentos de segurança e 
ergonomia. 
 Como resposta a essa realidade, as Universidades Corporativas (UC’s) surgem para 
sanar esse tipo de problema de forma eficaz e firme. O investimento financeiro,comparado ao retorno e aos benefícios trazidos por essa ação, é mínimo. Essas 
instituições, além de aumentar a qualidade da mão de obra da própria empresa, aumentam 
também sua credibilidade e a qualidade dos produtos oferecidos por ela. Os cursos 
ofertados por elas podem ser montados conforme as políticas e regulamentações locais e 
das empresas, trazendo assim, o perfil da empresa para suas obras. 
42 
 
 Por fim, a pesquisa pode evidenciar o baixo nível de instrução e preparo dos funcionários 
da indústria construtiva de Araxá-MG. Isso merece uma atenção especial dos órgãos 
regulamentadores, executivos e normativos voltados para esse segmento na cidade. Pode-
se supor que a medida que os profissionais fossem se capacitando e adequando as novas 
necessidades do mercado, o resultado de seu trabalho aumenta (em termos qualitativos) 
exponencialmente, podendo até alavancar e aquecer esse setor que, por sua vez, 
beneficiará diversos outros segmentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
8. ANEXOS 
 
a. ANEXO 1 
 
Nome: _______________________________________________________________ 
Empresa: _____________________________________________________________ 
Idade: ______________ 
Naturalidade: ____________________________________________________ 
 
Escolaridade: 
( ) Ensino Fundamental Incompleto 
( ) Ensino Fundamental Completo 
( ) Ensino Médio Incompleto 
( ) Ensino Médio Completo 
( ) Ensino Superior Incompleto 
( ) Ensino Superior Completo 
( ) Analfabeto 
 
Cursos adicionais: 
( ) Curso Técnico Qual? ____________________________ 
( ) Curso de Especialização na área de exercício Qual? ________________________ 
Outros cursos de especialização ou de âmbito profissional: 
________________________________________________________ 
 
Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da construção civil? 
( ) Sim ( ) Não 
Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? 
( )Sim ( ) Não 
44 
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Alves, A. V. (2012). UOL. Fonte: Brasil Escola. 
Bispo, F. C. (2015). Formação Profissional e Cidadania: A contribuição do PRONATEC. 
XX SEGeT. 
Caldas, N. (26 de Setembro de 2017). A importância da qualificação da mão de obra. 
SEBRAE Nacional. 
Eboli, M. (s.d.). Educação Corporativa no Brasil: Da Prática a Teoria. 
Formice, C. R. (15 de Julho de 2013). A importância da educação profissionalizante. 
Leão, M. V. (2016). ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA NO SETOR 
DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE DE DOURADOS (MS). Dourados (MS). 
Pointer. (12 de Janeiro de 2018). Pointer. Fonte: Pointer blog. . 
Sousa, A. C. (09 de Junho de 2018). Fonte: Administradores.com: 
https://administradores.com.br/artigos/universidade-corporativa-trajetoria-e-
implicacoes 
Tameirão, N. (06 de Dezembro de 2018). Samba Tech . Fonte: Blog da Samba: 
https://sambatech.com/blog/insights/educacao-corporativa/ 
Teixeira, L. P., Gomes, M. F., & Silva, A. B. (2011). Construção civil mineira: dinâmica 
e importância para a economia estadual. G & DR.

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