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ERNANDES RESENDE DA SILVA JÚNIOR UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICIPIO DE ARAXÁ-MG ARAXÁ 2019 ERNANDES RESENDE DA SILVA JÚNIOR UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICIPIO DE ARAXÁ-MG Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial de avaliação, para obtenção do título de Engenheiro Civil pelo Centro Universitário do Planalto de Araxá, sob orientação do professor Ricardo Augusto Oliveira Batista. ARAXÁ 2019 ERNANDES RESENDE DA SILVA JÚNIOR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial de avaliação, para obtenção do título de Engenheiro Civil pelo Centro Universitário do Planalto de Araxá, sob orientação do professor Ricardo Augusto Oliveira Batista. UM ESTUDO SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICIPIO DE ARAXÁ-MG Araxá-MG, ________ de ___________________ de 2019. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof. Ricardo Augusto Oliveira Batista Orientador _________________________________________________ Examinador(a) _________________________________________________ Examinador(a) Dedico esse trabalho de forma especial a minha mãe Lucimara e aos meus avós Isabel Cristina e Mario, que com todo amor e compreensão contribuíram de forma substancial durante todos os 5 anos de minha graduação. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar à Deus, que sempre me acompanha e me fortalece em todos os momentos, bons ou ruins, nunca me deixando desamparado e sempre guardando o que há de melhor para mim. À N. Sª. de Aparecida, minha “mãezinha”, que sempre me escutou e iluminou meu caminho. À minha mãe, Lucimara, que à sua maneira me apoiou e esteve ao meu lado durante toda essa jornada e com quem sei que poderei contar independente dos acasos e da complexidade de cada situação que possamos passar. Divido também esse momento aos meus avós, Isabel Cristina e Mario, que com seu amor e compreensão estiveram, estão e estarão sempre ao meu lado. Vocês foram o motivo que me trouxe até esse momento e sem que em cada conquista ou derrota que estiver no meu caminho daqui para a frente, poderei contar com seu apoio e alento. Dedico esse momento a duas pessoas que, fisicamente, não podem estar aqui comigo, mas sei que de uma forma bem maior que a nossa compreensão, estão do meu lado sempre me iluminando e apoiando. São eles o meu pai, Ernandes, e minha tão amada tia Edilamar. Não tenho dúvidas que onde quer que estejam vocês festejam e comemoram mais essa conquista. Amo vocês! Divido também essa alegria com meus irmãos Yago e Tayane, os quais amo incondicionalmente e contribuíram, cada um ao seu modo, para que esse momento chegasse. De forma especial, agradeço ao meu orientador Ricado Batista por todo o apoio e suporte que me foi dado e estendo esse agradecimento não só a ele como orientador, mas por todo o crescimento profissional que ele trouxe para a minha formação enquanto professor também. Você é meu exemplo! Não poderia deixar de fora uma pessoa que também acrescentou para que esse trabalho existisse, o amigo Ricardo Ramalho. Sua busca pelo conhecimento e sua disseminação são um dos vários pontos que admiro e me espelho em você. Gratidão à ambos. Agradeço também, na pessoa da minha tia Brígida, a todos os professores e mestres que tive antes de minha graduação na E. M. Pedro Alves de Paiva. Só eu sei o quanto todo o conhecimento e base que me foi dada nos 13 anos que estudei aí colaboraram para que esse momento que agora celebro chegasse. A cada passo que der daqui por diante levarei cada um de vocês no meu coração. Agradeço a todos os meus colegas de faculdade, amigos e familiares pelo apoio e por sempre estarem e dividirem comigo cada luta. Sem vocês, esse momento não seria tão especial quanto é. Enfim, agradeço a todos os que passaram em minha vida e de certa forma colaboraram para a realização desta conquista. RESUMO JÚNIOR, E.R.S. Um estudo sobre Educação Continuada na área da construção civil no munícipio de Araxá-MG. 2019. 43 páginas. Trabaho de Conclusão de Curso (Bacharelado) - Centro Universitário do Planalto de Araxá. Araxá, 2019. A construção civil é um setor de suma importância para a economia do país e do mundo. De forma expressa, ela movimenta um contingente muito alto de bens e gera uma massa trabalhista muito alta. Por se tratar de uma ramificação profissional muito técnica, sua mão de obra carece e um certo preparo e conhecimento previamente adquiridos. Entretanto, contrário a essas necessidades, vem enfrentando uma grande dificuldade com sua mão de obra desqualificada. O intuito desse trabalho é verificar o nível de instrução dos trabalhadores desse setor no munícipio de Araxá-MG, como também verificar o interesse em programas e oportunidades de capacitação para os mesmos. Os resultados indicaram um baixo nível de escolaridade, instrução técnica e prática, contudo, também foi possível observar um interesse considerável dos entrevistados em se capacitar nas suas áreas de atuação atuais. Palavras-chave: construção civil; capacitação; mão de obra. ABSTRACT JÚNIOR, E.R.S. A study on Continuing Education in the area of civil construction in the municipality of Araxá-MG. 2019. 43 pages. Work of Completion of Course (Bachelor's Degree) - University Center of the Araxá Plateau. Araxá, 2019. Civil construction is an extremely important sector for the economy of the country and the world. In an express way, it moves a very high contingent of goods and generates a very high labor mass. Because it is a very technical professional branch, its workforce lacks a certain preparation and knowledge previously acquired. However, contrary to these needs, you are facing great difficulty with your disqualified workforce. The purpose of this work is to verify the level of education of workers in this sector in the municipality of Araxá-MG, as well as to verify the interest in programs and training opportunities for them. The results indicated a low level of education, technical and practical instruction, however, it was also possible to observe a considerable interest of the interviewees in training in their current areas of activity. Keywords: civil construction; training; labor. LISTA DE TABELAS Tabela 1- Escolaridade: Mestre de Obras .................................................................. 24 Tabela 2- Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. ...................................................................................................................... 25 Tabela 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. ....................... 26 Tabela 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. ................. 27 Tabela 5- Escolaridade: Pedreiros. ............................................................................. 28 Tabela 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. . 29 Tabela 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. ............................. 30 Tabela 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. ..................... 31 Tabela 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. .......................................................... 32 Tabela 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou adicionais .......................................................................................................................33 Tabela 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos profissionalizantes. ....................................................................................................... 34 Tabela 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. ............... 35 Tabela 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores. .................................................. 36 Tabela 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos profissionalizantes/adicionais. ..................................................................................... 36 Tabela 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos profissionalizantes e de especializações. ..................................................................... 37 Tabela 16- Escolaridade: Carpinteiros. ...................................................................... 38 Tabela 17- Participação de Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. ...................................................................................................................... 39 Tabela 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica. ........................................................................................................................................ 39 Tabela 19- Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. 40 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Escolaridade: Mestre de Obras. ............................................................... 25 Gráfico 2 - Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. ...................................................................................................................... 26 Gráfico 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. ...................... 26 Gráfico 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. ............... 27 Gráfico 5- Escolaridade: Pedreiros. ............................................................................ 29 Gráfico 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. 30 Gráfico 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. ............................ 30 Gráfico 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. .................... 31 Gráfico 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. ......................................................... 33 Gráfico 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. .............................................................................................................. 33 Gráfico 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos profissionalizantes. ....................................................................................................... 34 Gráfico 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. .............. 35 Gráfico 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores. ................................................ 36 Gráfico 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos profissionalizantes/adicionais. ..................................................................................... 36 Gráfico 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos profissionalizantes e de especializações. ..................................................................... 37 Gráfico 16- Escolaridade: Carpinteiros. .................................................................... 38 Gráfico 17- Participação dos Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. ...................................................................................................................... 39 Gráfico 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica. ........................................................................................................................................ 40 Gráfico 19: Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. ........................................................................................................................................ 40 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 13 3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 18 a. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 18 b. OBJETIVOS ESPECIFICOS .............................................................................. 18 4. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 19 5. METODOLOGIA ............................................................................................................. 20 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 21 MESTRE DE OBRAS ................................................................................................ 24 PEDREIRO ................................................................................................................. 28 SERVENTE / AJUDANTE ........................................................................................ 32 BOMBEIRO / ENCANADOR ................................................................................... 35 CARPINTEIRO .......................................................................................................... 38 7. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 41 8. ANEXOS ............................................................................................................................ 43 a. ANEXO 1 ............................................................................................................ 43 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 44 12 1. INTRODUÇÃO A qualidade dos recursos humanos de uma empresa é um dos principais fatores de seu sucesso ou fracasso. Infelizmente alguns processos de recrutamento ainda realizam a seleção de empregados pensando naqueles com baixas pretensões salariais sem oferecer posteriormente oportunidades de capacitação para melhorar o desempenho nas atividades exercidas (Caldas, 2017). No Brasil, grandes programas e slogans sobre a importância da educação são sempre muito discutidos, porém, não ganham forma e não se fragmentam. Deve-se ressaltar que isso não acontece apenas no âmbito governamental. Na iniciativa privada a dificuldade para priorizar a educação esbarra sempre nos problemas imediatos. Na indústria da construção civil, esse cenário não é diferente. Mesmo que isso não seja prioridade, existem vários motivos que podem gerar preocupação do setor com esse assunto, onde alguns deles são: Ganhos de produtividade; Maior custo dos operários; Maior exigência do mercado por capacitação / formação; Mudança cultural do setor; Combate setorial a informalidade. A construção civil afeta consideravelmente a economia brasileira por possuir uma grande rede de fornecedores de materiais, de insumos, de equipamentos e de mão de obra qualificada e não qualificada, é constituída de importantes elementos para a composição do produto interno bruto – PIB brasileiro (Leão, 2016). Segundo as Contas Regionais do IBGE, as atividades de construção em Minas Gerais têm peso significativo na composição do valor adicionado pela construção nacional, com participação de 14,6% na médiados últimos 15 anos, o que projeta o setor mineiro à 2ª posição vis-à-vis às demais unidades da federação, atrás somente da construção paulista (Teixeira, Gomes, & Silva, 2011). Para justificar o peso desse mercado na economia estadual e nacional, faltam investimentos em melhorias e capacitação dos profissionais a ela atrelados. A falta desse, 13 traz prejuízos imensuráveis em vários pontos de análise e justifica a falta de motivação e comprometimento profissional de seus funcionários. Como resposta e possível solução dessa situação, surgem as Universidades Corporativas (UC’s) que vem para mitigar a má capacitação dos profissionais presentes no cotidiano desse mercado. Essas universidades corporativas são como laboratórios de aprendizagem. São, de uma forma genérica, uma forma estratégica de desenvolvimento para colaboradores, clientes e fornecedores, que visam ensinar técnicas para melhorar o desempenho organizacional. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O papel da ‘Educação’ é de grande importância para a sociedade, não só pela formação dos indivíduos que a ela pertencem, mas também pela inclusão daqueles que estão fora do processo produtivo social, ou seja, qualquer grupo que não tenha um livre acesso (ou relativamente limitado) a qualquer serviço pilar da cidadania, como saúde, lazer, dentre outros. A Educação é um dos principais caminhos para aquilo que muitos chamam de inclusão social, que é a inserção de todos os indivíduos no contexto social. Deve-se salientar que educar é algo que não se priva a ser “dentro da escola”. Existem diversos tipos e subtipos de educação e, dentre elas, destaca-se a educação corporativa. Nos dias atuais, um dos principais dilemas dentro das empresas (de qualquer ramo) é manter seus colaboradores motivados, engajados e atualizados acerca das novas tendências de suas áreas de atuação. Esse tipo de educação vem a sanar todos esses pontos de uma vez só, uma vez que atribui competências práticas de melhoria em cada vertente, oferecendo algo que vai além de remuneração financeira, mas sim, uma contribuição infinita de conhecimentos para cada um. Além disso, esse tipo de investimento partindo das empresas, traz mais eficiência e produtividade na realização das tarefas. No Brasil, a educação corporativa ainda é um ponto muito negligenciado e isso precisa mudar ou colocará em risco questões competitivas e estratégicas das empresas. Entretanto, felizmente, cada vez mais as empresas enxergam a importância de capacitações e treinamentos para seus colaboradores. A qualificação profissional é um dos principais complementos da educação formal de qualquer indivíduo, pois a medida que o tempo passa e novas tecnologias e mecanismos 14 produtivos vão surgindo, muito além de experiência, renovar os conhecimentos já adquiridos e somar novos torna-se algo inevitável. (Tameirão, 2018) Nesta árdua tarefa, a educação profissional e tecnológica vem ocupando uma posição estratégica importante como elemento de alavancagem, junto com outras políticas e ações públicas, para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e construção da cidadania. Os cursos profissionalizantes, em sua maioria, tendem a formar fundamentalmente para atender a demandas específicas do mercado de trabalho (Bispo, 2015). A Indústria da Construção Civil passou por longos anos de baixo desenvolvimento. Entretanto, a partir do ano de 2004, experimentou uma nova dimensão, com alta performance do seu crescimento e desenvolvimento, deixando anos de atraso para trás. A Construção Civil é fundamental para a economia brasileira, por sua atividade garantir a infraestrutura de que o país tanto necessita, seu efeito multiplicador e por alocar elevado contingente de mão de obra, sendo o setor um dos motores propulsores para economia nacional, principalmente em momentos econômicos recessivos (Alves, 2012). Os investimentos na construção civil são híbridos, uma vez que contêm elementos de consumo para a habitação e/ou componentes especulativos, em função da expectativa de valorização dos imóveis ou mesmo de apreciação de títulos de dívida imobiliária, através dos quais os consumidores buscam maximizar a utilidade e os investidores maximizar as taxas de retorno das aplicações (Evans, 2004 apud Fochezatto; Ghinis, 2011). Junto com o destaque que este setor vem apresentando, surge também a preocupação com seus respectivos problemas, tais como, degradação ambiental, desperdício de matéria-prima, falta de qualificação dos profissionais, escassez de mão-de-obra, entre outros. Para que esse importante setor da economia continue em ascendência, é necessário buscar soluções eficazes que minimizem tais problemas (Leão, 2016). A construção civil é uma das maiores praças de trabalho e, em sua maior parte, absorve profissionais com baixa escolaridade e um nível de qualificação mínimo (que muitas vezes é nulo) quando comparados a outros setores. Aliado a essa grande absorção de funcionários, encontram-se fatores como a rotatividade da mão de obra, a má remuneração e zelo dos órgãos fiscalizadores governamentais, uma cultura que valoriza mais à experiência do que a instrução e a falta de incentivo dos empregadores em capacitar seus funcionários. 15 De acordo com Cruz (2009), cerca de 60% dos trabalhadores do setor da construção civil apresentam baixo índice de escolaridade e 10% apenas assinam o nome, o que prejudica a produção, pois a falta de conhecimento básico causa ineficácia na execução de tarefas, muitas vezes simples, mas que exigem o mínimo de conhecimento, comprometendo o desempenho dos investimentos realizados, pelo fato de não haver mão de obra suficiente para suprir a demanda gerada pelo fomento na economia. A capacitação técnica na construção civil é um processo de constante aprimoramento dos profissionais da área. A atualização profissional deve fazer parte da vida de qualquer colaborador. Além de encontrar mais espaço no mercado, um profissional devidamente capacitado em sua área de atuação traz mais eficiência para a empresa, além de confiança, segurança e o mais importante – a qualidade do serviço prestado. Quando falamos em capacitação de mão de obra, estamos falando também de qualidade. A qualidade dos recursos humanos é certamente um dos determinantes no resultado do que está sendo executado pelos mesmos. Na construção civil, isso não é diferente. Muitos dos materiais utilizados carecem de um conhecimento prévio e qualificado antes de serem manuseados. Caso contrário, há um risco muito grande do material ser desperdiçado. Disso, partimos para outro ponto crucial nesse (e em qualquer outro) mercado –economia. Grande parte dos problemas nas obras acontecem após sua finalização. São os chamados “vícios ocultos”, defeitos praticamente imperceptíveis na execução do projeto, mas que surgem quando o usuário começa a utilizar o produto finalizado. Nos dias atuais é comum, antes do cliente receber seu produto finalizado, que seja feito um check-list para saber se esse bem está ou não em condições de ser utilizado. Após esse procedimento o cliente carece de uma garantia mínima, previamente estipulada, onde à responsabilidade de qualquer avaria de ordem executiva na obra seja do responsável pela execução do mesmo. Quando problemas assim acontecem cabe ao executor fazer as correções necessárias para sanar o problema. Essa correção é chamada de retrabalho, que implica em um prejuízo significativo que fere o orçamento da obra, visto que medidas assim não são previamente incorporadas ao orçamento. Esses problemas, em sua maioria, são resultado das seguintes situações: Mal manuseio dos materiais e equipamentos durante a execução do projeto; Falta de interpretação do projeto original; 16 Imperícia acerca dos procedimentos necessários para a execução do projeto; Desconhecimento dos efeitos químico-físicosde alguns materiais utilizados; Negligência de procedimentos necessários durante a execução do projeto. Existem outros fatores que atenuam esses problemas, porém, os apresentados anteriormente são os principais. O sujeito causador desses problemas geralmente é aquele profissional ligado diretamente à execução dos projetos (pedreiros, mestre de obras, servente, bombeiros, eletricistas, carpinteiros, etc.). Segundo a norma ABNT NBR 15825:2010, entende-se por capacitação o desenvolvimento e mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes nas dimensões educacionais, técnica, econômica, social, política, ética, cultural e ambiental, considerando-se relações pessoais e interpessoais. É expressa, fundamentalmente, pela capacidade de responder satisfatoriamente as exigências de uma qualificação profissional, com a mobilização de recursos e a participação consciente, critica e ativa no mundo do trabalho e na esfera social. Uma mão de obra devidamente qualificada e capacitada, que entende os procedimentos da obra e os executa de forma correta, implica na quase extinção de problemas assim. Partindo dessa premissa, vê-se como uma forma viável de melhoria e desenvolvimento a introdução do tema “Educação Continuada” e “Universidade Corporativa” dentro do cenário das empresas e centros empregatícios e/ou de seleção de talentos. De acordo com Eboli, educação é um tema que interessa a todos os setores da sociedade, inclusive o corporativo, e está na agenda de todas as empresas empenhadas em aumentar sua competitividade. O que parece importante é estimular cada vez mais uma profunda reflexão sobre o assunto. Nesse sentido, um rápido olhar sociológico contribui muito para enriquecer esta discussão. A literatura aponta três formas básicas de Produção do Conhecimento: Ideológica, Institucional e Tecnológica. Em linhas gerais pode-se dizer que a Escola Clássica se dirige à formação das classes dominantes, dando ênfase à transmissão da Ideologia vigente (modo de ser e pensar), enquanto que a Escola Profissionalizante, voltada às classes instrumentais e dominadas, privilegia os aspectos técnicos e operacionais (modo de fazer). Neste sentido é interessante notar que as Universidades Corporativas (UC’s) surgem no final do século 20, mesclando estes dois enfoques, procurando desenvolver nos mais diversos públicos e categorias profissionais 17 com os quais a empresa interage, tanto os componentes ideológicos quanto os tecnológicos. No Brasil, a adoção desse conceito deu-se na década de 1990, pressionado com a necessidade de investir em qualificação como elemento-chave para o desenvolvimento do diferencial competitivo. Uma das primeiras Universidades Corporativas (UC’s) foi fundada em 1992, para o Grupo Accor, pelo consultor Hugo Nisebaum, proprietário da empresa HN Educação e Performance (Sousa, 2018). Segundo Eboli (2007) existem aproximadamente 80 Universidades Corporativas no Brasil, entre elas empresas do setor financeiro, de telecomunicações, de serviços, de associações de classe, de empresas aéreas, automobilísticas, dentre outras. Hoje, na realidade brasileira, as iniciativas são significativas, mas ainda precisam ser consolidadas, por isso, segundo Ricardo (2007, p.8). De uma forma mais simplória, as UC’s são instituições de determinadas empresas, sejam públicas ou privadas, que visam educar seus colaboradores em vários níveis para que essas mesmas empresas operem com mais eficiência. Uma UC também pode ser criada pela parceria entre uma empresa e uma instituição educacional especializada, contribuindo para a redução de custos e rapidez na formação de mão de obra estratégica. São um dos principais motivos a levarem as organizações a investirem nessa ideia: Educação personalizada e direcionada a área de atuação e aos objetivos da empresa; Melhoria da imagem da empresa; Rápida difusão de conhecimentos e incentivo ao capital intelectual; A UC é um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão de pessoas por Competências. Se o conceito de competência é incorporado e assimilado como um princípio organizacional, a empresa tende a contratar por competência, a remunerar por competência, a avaliar por competência etc. Torna-se, mais do que um conceito: um valor e uma prática empresarial! As organizações que aplicam os princípios inerentes à UC estão criando um sistema de 18 aprendizagem contínua. O propósito é que toda a empresa aprenda e trabalhe com novos processos e novas soluções e compreenda a importância da aprendizagem permanente vinculada a metas empresariais. A missão de uma UC consiste em formar e desenvolver os talentos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do conhecimento organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação), através de um processo de aprendizagem ativa e continua (Eboli). Como o setor da construção civil contribui significativamente com o PIB, a falta de profissionais e o uso intensivo da mão de obra geram uma grandeza de valor e da quantidade de esforço humano envolvido nesse setor. Deste modo a eficiência do país está atrelada diretamente à qualificação da mão de obra na construção civil (Leão, 2016). 3. OBJETIVOS a. OBJETIVO GERAL Este trabalho tem por premissa analisar o nível de qualificação da mão de obra da construção civil no município de Araxá-MG, avaliando-se o interesse destes operários e das empresas que os contratam pela busca de capacitação voltada para suas áreas de atuação. b. OBJETIVOS ESPECIFICOS Este trabalho, busca mapear e aferir percentuais de como se esse panorama se aplica efetivamente na realidade corporativa de Araxá. Para isso, foi aplicado um questionário (conforme o ANEXO 1), para funcionários das seguintes funções. Mestre de obras; Pedreiro; Servente / ajudante; Bombeiro / Encanador; 19 Carpinteiro. Nesse questionário foram levantadas informações sobre a capacitação de cada entrevistado, que buscam: Aferir o grau de escolaridade do entrevistado; Analisar se o entrevistado acha pertinente e importante programas de capacitação técnica para sua área e se o mesmo vê como importante que a execução dessas tarefas seja feita por um profissional devidamente capacitado; Verificar se o entrevistado passou por processos / cursos de capacitação específicos para a sua área de atuação; Verificar se o entrevistado possui interesse em participar de programas de especialização e capacitação na sua área de atuação. 4. JUSTIFICATIVA A expansão do setor da construção civil, oriunda pelo crescimento econômico do país, exige uma maior produtividade da mão de obra. Essa produtividade está diretamente relacionada com a qualificação do profissional. Logo quanto maior e melhor a capacitação do trabalhador, maior e melhor é a sua produtividade. Porém, a realidade nos canteiros de obras vai contra essa vertente de qualidade, tendo em vista a baixa escolaridade e a falta de formação técnica por parte dos trabalhadores. De acordo com Coelho (2003), o ramo da construção civil atualmente apresenta baixo grau de mecanização, alto índice de desperdícios e perdas, mão de obra desqualificada, alto grau de insatisfação dos clientes, além disso, possui alta incidência de patologias e baixa produtividade. Portanto, é de extrema necessidade que sejam realizados contínuos treinamentos, de preferência no canteiro de obra, visando tornar a mão de obra qualitativamente capacitada e assim, mais eficiente. O que resultará em instrumentos de melhorias contínuas de qualidade e produtividade. Outro problema que afeta a construção civil é a dificuldade de atrair novos trabalhadores em quantidade e qualidade, um estudo realizado para o CII (Construction Industry Institute, Texas EUA) questionava os estudantes prestes a se formar no segundo grau,20 qual carreira profissional gostariam de seguir, foram apresentadas 250 opções de trabalho e trabalhar em uma obra de construção foi ranqueada na posição 248. A fim de propor soluções para a melhoria do cenário da maioria das obras em relação à baixa qualificação e produtividade, tem-se por objetivo analisar o perfil dos trabalhadores e as dificuldades encontradas pelos mesmos para aumentar seus conhecimentos nas suas áreas de atuação e, posteriormente, apresentar os resultados desta realidade na construção civil, a partir de um estudo de caso na cidade de Araxá-MG. 5. METODOLOGIA O município de Araxá-MG detém uma farta e numerosa mão-de-obra para a construção civil. Este setor é visto como um dos que mais emprega no munícipio. Contudo, a má qualificação dos profissionais e a falta de capacitação dos mesmos é um fator que merece atenção. Para alcançar o objetivo proposto, foi utilizado o método de pesquisa documental que envolveu uma serie de revisões bibliográficas por meio de consulta a artigos técnicos nacionais, dissertações, teses, trabalhos de conclusão de curso, e alguns documentos digitais. A fim de complementar, uma pesquisa de campo foi desenvolvida que tinha como objetivo a caracterização do trabalhador da construção civil na cidade de Araxá-MG. De acordo com Oliveira (1999a) apud Neves (2014), a entrevista é uma técnica de coleta de dados que tem por finalidade obter informações verbais de uma parcela representativa de um grupo, com o propósito de atender os objetivos da pesquisa. Diante dessa situação, elaborou-se um diagnóstico de alguns parâmetros avaliativos, acerca da capacitação profissional e técnica dos profissionais atuantes na execução de projetos, dentro do mercado da construção civil dentro das delimitações municipais. Pré-determinou-se as seguintes ações: Elaborar um questionário a fim de levantar os dados pessoais dos trabalhadores e verificar o seu grau de qualificação em suas áreas de atuação e se há interesse de aperfeiçoamento profissional por parte destes; 21 Aplicar o questionário para trabalhadores da construção civil da cidade de Araxá- MG, em construtoras de pequeno, médio e grande porte, a fim de abranger diferentes áreas do setor da construção civil; Avaliar os dados obtidos nos questionários, analisando principalmente o número de profissionais que manifestam interesse em cursos ofertados para a melhoria da qualidade e aumento da produtividade da construção civil, através da qualificação profissional, na cidade de Araxá. 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 55 trabalhadores da construção civil em obras de pequeno, médio e grande porte na cidade de Araxá-MG, a fim de abranger diversas áreas do setor. Em uma breve pesquisa, pode-se observar que o município conta com diversas entidades educacionais com cursos profissionalizantes para cada área analisada e que a grande maioria desses cursos é gratuita ou com um custo relativamente acessível. Algumas instituições oferecem também a modalidade de curso à distância, o que desprende um tempo menor de dedicação daquele que o está fazendo. Outro ponto que vale ressaltar é que muitas dessas instituições oferecem paralelamente cursos intensivos (supletivos) de Ensino Fundamental e Ensino Médio, que podem ser feitos simultaneamente com os cursos profissionalizantes também oferecidos. O questionário (ANEXO 01) seguiu uma formatação e escopo simples, porém, não deixou de tratar dos pontos principais que precisavam ser analisados (escolaridade, formação complementar, área de atuação, idade, naturalidade, etc.), contudo, com as informações obtidas por ele, esperava-se conhecer os dados necessárias para traçar um perfil médio profissional dos funcionários da construção civil em Araxá-MG. Os questionários foram aplicados, mediante autorização cedida por cada empresa, entre os meses de janeiro e fevereiro do ano de 2019. O plano amostral da pesquisa compreendeu 6 empresas de construção civil, sendo que uma delas atua ativamente na execução de obras públicas. Em um primeiro momento, esperava-se entrevistar cerca de 40 funcionários dos seguimentos e vertentes mais atuantes no campo contemplado pelo estudo na cidade, 22 porém, ao final das entrevistas, houve um quórum de 55 funcionários dos ramos de atuação pré-determinados. Foi-se feito um “roteiro” de empresas que poderiam ser visitadas e assim, selecionar alguns dos seus colaboradores para a aplicação do questionário. As empresas deveriam ser de médio à grande porte, ter atuação direta no mercado da construção civil araxaense, deter de mão de obra contratada em regime CLT. A primeira obra examinada foi um condomínio residencial de grande porte, contendo 24 pavimentos, sendo o primeiro térreo e sem unidade habitacional, e 80 apartamentos de 103,45 m². O empreendimento conta com área social e 2 pavimentos no subsolo para estacionamento, elevador social e de serviço, dentre outras características menos importantes. Uma peculiaridade é que toda a mão de obra encontrada no local tem naturalidade nordestina, que diminui alguns gastos, pois, mesmo com carteira de trabalho assinadas, os trabalhadores aceitam salários inferiores o que ocasiona encargos menores também. A segunda obra visitada foi um empreendimento imobiliário de alto padrão. Com 25 andares, o empreendimento será o maior prédio da cidade, com 50 apartamentos de alto padrão e 2 coberturas duplex. Foi observado rapidamente que a obra conta com algumas inovações tecnológicas para a área da construção como, por exemplo, a utilização de reboco jateado e o uso de tomadas com entrada USB. A terceira obra que foi visitada foi um cômodo comercial em fase final de construção. Trata-se de um pequeno edifício comercial de 2 pavimentos, com área de luz e 4 vagas para estacionamento. Todas as paredes internas da edificação são em placas de drywall, o que fez carecer de uma mão de obra terceirizada e especializada para sua instalação. Para os outros serviços, a empresa contou com sua própria mão de obra interna. Ao contrário da primeira empresa, dessa vez foi observado que toda a mão de obra presente no local era de naturalidade mineira e esses, alegaram receber um salário relativamente maior que os funcionários da primeira empresa. A quarta obra visitada foi um prédio comercial de 13 pavimentos e 1 subsolo. A obra é constituída por várias salas de atendimento clínico e algumas salas especificas para atendimentos ambulatoriais. Todo o prédio é em alvenaria estrutural, dispensando o uso de alguns elementos estruturais comuns. A mão de obra presente no local é ne 23 naturalidade mista e essa obra, ao contrário das demais, não tinha a supervisão constante de um Engenheiro Civil ou Técnico de Edificações. A quinta obra visitada foi a construção de uma instituição jurídica na cidade, que era financiada por capital público. A obra conta com múltiplas edificações de 2 pavimentos, área para estacionamento, área de convivência dentre outros. Uma peculiaridade dessa empresa é que sua sede não é em Araxá e, segundo relato de alguns funcionários, todo o processo seletivo que antecede as contratações é terceirizado. A sexta e última obra visitada foi uma residência unifamiliar de grande porte. A obra conta com 3 pavimentos, e uma ampla área construída de 316,26 m². A empresa contratada pelos proprietários da residência vende apenas o serviço de seus funcionários para os contratantes e todo o capital que financia a obra é de iniciativa e fundos próprios dos proprietários. Essa empresa, ao contrário das demais, é de pequeno porte e começou a atua a pouco tempo nas imediações da cidade. Deve-se salientar que nem a identidade das empresas, bem como dos entrevistados, foi exposta, respeitando todas as questões morais e éticas pertinentes. Por fim, apartir dos dados obtidos, uma análise geral e quantitativa foi feita, tendo em vista: 1º. verificar a escolaridade média dos funcionários; 2º. observar se, de acordo com seu nível de escolaridade, um número razoável de funcionários detém o mínimo conhecimento técnico/teórico para exercer tal profissão; 3º. analisar o interesse dos funcionários em participar de cursos profissionalizantes e complementares para o exercício de suas funções. A interpretação foi feita através da análise estatística dos dados levantados, em forma de percentual, que permitiu destacar os pontos importantes observados na pesquisa. Tendo em mãos esses dados, foi possível traçar um perfil do trabalhador da construção civil araxaense. 24 MESTRE DE OBRAS O Mestre de Obras é o profissional a quem fica responsável toda a fiscalização e supervisão da obra do início até a sua conclusão. Ele deve conhecer toda a sua programação, os materiais utilizados e as funções de cada colaborador. Enquadra-se sob as responsabilidades de um Mestre de Obras acompanhar a construção e reforma da parte estrutural e acabamento de prédios comerciais e residenciais ou também em construções de grande, médio ou pequeno porte, atuando no controle do fluxo de serviços, recebimento e checagem de materiais, coordenação do trabalho dos pedreiros, serralheiros e outros profissionais da construção civil, leitura e interpretação das plantas desenhadas por engenheiros e arquitetos, cálculo da quantidade de material utilizado na construção, manter informados engenheiros, projetistas, calculistas e arquitetos do andamento da obra. No presente trabalho, foram entrevistados 10 profissionais que ocupam essa função nas 6 obras visitadas. Algumas dessas obras, por terem várias frentes de serviço contam com mais de um profissional para auxiliar na gerência executiva dessa obra. Quanto a escolaridade de cada um desses profissionais, foram obtidos os seguintes percentuais: Tabela 1- Escolaridade: Mestre de Obras Esses percentuais podem ser ilustrados através do seguinte gráfico: % 40% 30% 10% 20% 0% 0% 0% ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ANALFABETO ENSINO SUPERIOR COMPLETO ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ENSINO MEDIO COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO Escolaridade Nível de Estudo 25 Gráfico 1- Escolaridade: Mestre de Obras. De uma forma geral, esse resultado tende a ter uma perspectiva positiva. Um grande percentual dos entrevistados alegou ter concluído o ensino fundamental, porém não seguiram adiante com seus estudos por falta de incentivo de seus nichos sociais e familiares. Outros fatores que justificam essa situação é a necessidade da participação dos salários desses funcionários dentro do orçamento familiar. Porém, o número de entrevistados que não tiveram a oportunidade concluir o ensino fundamental também é preocupante. Como argumento para isso, alguns dos entrevistados alegam ter que priorizar seus trabalhos em relação a “ir à escola”. Tal característica é mais observada nos funcionários de nacionalidade de regiões menos desenvolvidas no país. Quando perguntados sobre sua formação / participação em cursos profissionalizantes adicionais, obtiveram-se os seguintes percentuais como respostas: Tabela 2- Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. Os resultados apresentados são traduzidos no seguinte gráfico: 20% 80% SIM NÃO Você já participou de algum curso profissionalizante / adicional durante sua vida? % 26 Gráfico 2 - Participação de Mestre de Obras em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. Muitos dos entrevistados alegaram não ter interesse em fazer cursos desse âmbito, visto que tais qualificações e certificações não tem peso nas suas remunerações. Outros, argumentaram que não tem acesso ou tempo para estar fazendo esse tipo de cursos. Aqueles que fizeram esse tipo de curso, alegaram que buscavam um conhecimento e traquejo técnico maior, porém, nenhum desses entrevistados mostraram interesse em participar de mais cursos dessa abrangência. Um outro questionamento feito aos Mestre de Obras era se eles julgavam necessário que os profissionais da construção civil fossem devidamente capacitados. As respostas podem ser observadas na tabela abaixo e traduzidas através do gráfico que se segue, respectivamente. Tabela 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. Gráfico 3- Opinião dos Mestre de Obras sobre capacitação técnica. SIM NÃO 90% 10% Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da construção civil? % 27 Pode-se observar que apesar do baixo nível de escolaridade e capacitação técnica, os Mestre de Obras acreditam que esses conhecimentos são importantes para que o produto de cada obra tenha qualidade. Alguns dos profissionais entrevistadas julgam também importante que nos processos de seleção de funcionários de suas empresas, essa característica seja um parâmetro avaliativo. Esses mesmos profissionais também foram questionados sobre o seu interesse em fazer cursos profissionalizantes nas suas áreas de atuação. De forma satisfatória, todos os entrevistados demonstraram interesse de forma veemente em participar desses cursos. Esse resultado traduz que os profissionais, de uma forma geral, tendem a querer se capacitar e se adequar acerca das novas tecnologias, métodos construtivos e exigências do mercado. Sobre esse panorama, a tabela e o gráfico a seguir, respectivamente, ilustram e quantificam esses dados entre os entrevistados. Tabela 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. Gráfico 4- Interesse dos Mestres de Obras em capacitação profissional. Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? % SIM NÃO 100% 0% 28 PEDREIRO O Pedreiro é profissional responsável pela manutenção e construção da obra do seu início ao fim. Ele deve ter conhecimento de todas as fases da obra, dos materiais utilizados, das limitações executivas da obra, acabamentos, etc. Fica sob as responsabilidades de um Pedreiro: atuar na construção e reforma da parte estrutural e acabamento de prédios comerciais e residenciais ou também em construções de grande, médio ou pequeno porte, fazer o controle do fluxo de serviços, recebimento e checagem de materiais, realizar a leitura e interpretação das plantas desenhadas por engenheiros e arquitetos, fazer pequenos cálculos da quantidade de material utilizado na construção, mantendo informados engenheiros, projetistas, calculistas e arquitetos do andamento da obra. Nesse trabalho, 10 Pedreiros foram entrevistados. É importante salientar que esses profissionais atuam nas diversas áreas e fazem distintas tarefas, porém tem a mesma responsabilidade dentro de suas funções. Há também uma grande diferença salarial entre os funcionários de uma empresa para outra. Outra informação necessária, é que alguns dos pedreiros tem seu salário bruto calculado por produtividade, já outros, tem um salário mensal fixo. Quanto a sua escolaridade, observou-se os seguintes percentuais: Tabela 5- Escolaridade: Pedreiros. Aproximadamente um terço dos profissionais entrevistados são analfabetos. Esse resultado tem uma perspectiva negativa, pois algumas das atividades atribuídas a esses profissionais necessitam do mínimo conhecimento matemático, escrito, de leitura, etc. Pode-se observar essa deficiência quando profissionais que passaram por processos de migração, ou seja, de naturalidade distinta de onde residem atualmente. Uma possível % 30% 30% 0% 10% 0% 0% 30% ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ENSINO MEDIO COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO ENSINO SUPERIOR COMPLETO ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ANALFABETO Escolaridade Nível de Estudo 29 solução para esse problema seria o incentivopartindo tanto das empresas quanto do governo para que esses profissionais possam frequentar supletivos, instituições de ensino para jovens e adultos (EJA), etc. Esses dados podem ser representados pelo gráfico a seguir: Gráfico 5- Escolaridade: Pedreiros. Quando perguntados sobre sua formação / participação em cursos profissionalizantes adicionais, observou-se os seguintes percentuais: Tabela 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. Os resultados apresentados podem ser traduzidos no seguinte gráfico: % 40% 60% SIM NÃO Você já participou de algum curso profissionalizante / adicional durante sua vida? 30 Gráfico 6- Participação dos Pedreiros em cursos profissionalizantes / adicionais. Assim como para os Mestre de Obras, muitos dos entrevistados alegaram não ter interesse em fazer cursos desse âmbito, por essas qualificações e certificações não representarem peso nas suas remunerações. Aqueles que fizeram esse tipo de curso, aproveitaram oportunidades gratuitas ou fizeram para pleitear melhores vagas no mercado de trabalho. Outro questionamento apresentado aos Pedreiros, foi se esses julgavam necessário que os profissionais da construção civil fossem devidamente capacitados. As respostas podem ser observadas na tabela abaixo e no gráfico que se seguem, respectivamente. Tabela 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. Gráfico 7- Opinião dos Pedreiros acerca de capacitação técnica. SIM 70% NÃO 30% Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da construção civil? % 31 Uma significativa parcela dos entrevistados respondeu que não julga importante a capacitação técnica dos trabalhadores da construção civil. Os funcionários que responderam dessa forma, trabalham em empresas de menores portes e ocupam posições hierárquicas inferiores, quando comparados aos que foram positivos a esse questionamento. Uma das possíveis justificativas a esse posicionamento, seria que em empresas de menores porte, conceitos regulamentadores, de qualidade e segurança não são devidamente difundidos e não há uma forte conscientização dos profissionais sobre esse assunto. Esses profissionais foram questionados, também, sobre o seu interesse em fazer cursos profissionalizantes nas suas áreas de atuação. Os resultados podem ser observados na seguinte tabela e gráfico. Tabela 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. Gráfico 8- Interesse dos Pedreiros em cursos de capacitação técnica. Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? % NÃO 10% SIM 90% 32 SERVENTE / AJUDANTE O Servente participa de diversas tarefas em uma edificação: preparação do canteiro de obras, da massa de concreto, limpeza e compactação dos solos. Ele também pode atuar na demolição de edificações e verificar os equipamentos da construção civil. Apesar de não precisar ter tanto conhecimento técnico quanto o pedreiro, esse profissional deve apresentar uma grande disposição física e a capacidade de realizar as tarefas solicitadas. Sua principal atribuição é auxiliar o pedreiro no que ele solicitar. Esse papel de “servir” contribui muito para a produtividade, pois o profissional não precisa parar para buscar ferramentas, preparar e carregar a massa, os tijolos, a areia, o cimento, etc (Pointer, 2018). Em geral, os profissionais que ocupam essa função são menos escolarizados que os demais, e recebem uma remuneração inferior. Outro ponto que merece destaque é que as atividades executadas por esses necessitam de um esforço físico maior que o conhecimento técnico sobre elas. Todavia, algumas das atividades desempenhadas pelos Serventes, merecem o mínimo de conhecimento para sua boa execução. No presente trabalho, 9 funcionários que desempenham essas funções em Araxá-MG, nas empresas visitadas, foram entrevistados. Quando perguntados sobre sua escolaridade e sua formação complementar, esses funcionários responderam da forma apresentada abaixo: Tabela 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. % 22,22% 33,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 44,44% ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ENSINO MEDIO COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO ENSINO SUPERIOR COMPLETO ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ANALFABETO Nível de Estudo Escolaridade 33 Tabela 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou adicionais Partindo das tabelas apresentadas anteriormente, podem se ilustrar os dados coletados nos seguintes gráficos: Gráfico 9- Escolaridade: Serventes/Ajudantes. Gráfico 10- Participação dos Serventes/Ajudantes em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. Outro questionamento apresentado aos funcionários, foi sobre o interesse dos mesmos em participar de cursos ou programas de capacitação técnica nas suas áreas de atuação. Assim como para os Pedreiros, os Serventes/Ajudantes também demonstraram um interesse em potencial para a participação de cursos profissionalizantes. Um ponto que merece destaque é que a grande maioria dos funcionários entrevistados é analfabeto, e esse público foi o que mais reagiu de forma positiva a esse questionamento. % 0% 100% SIM NÃO Você já participou de algum curso profissionalizante / adicional durante sua vida? 34 As respostas podem ser vistas na tabela a seguir, e ilustradas no gráfico apresentado posteriormente. Tabela 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos profissionalizantes. Gráfico 11- Interesse dos Serventes/Ajudantes na participação de cursos profissionalizantes. Outro questionamento pertinente e importante feito a esses profissionais foi sobre sua opinião acerca da importância da capacitação técnica da mão-de-obra da construção civil. Um percentual menor do que o dos interessados em se capacitar se posicionou de forma positiva. A grande maioria desses profissionais alegou já ter presenciado momentos de imperícia de alguns colegas (que trabalham com construção) durante sua vida profissional, e isso fomenta essa opinião. Isso corrobora o que é dito por peritos técnicos, engenheiros especialistas em patologias e afins: vários dos problemas em edificações civis são causados por uma má capacitação dos funcionários responsáveis por executá- las. As respostas são apresentadas na tabela e no gráfico, a seguir: NÃO 11% SIM 89% Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? % 35 Tabela 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. Gráfico 12- Opinião dos Serventes/Ajudantes sobre capacitação técnica. BOMBEIRO / ENCANADOR Chama-se de Bombeiro ou Encanador o profissional da construção civil responsável pela instalação e manutenção de sistemas usados para água potável, esgoto e drenagem em canos e tubulações. O encanador deve estar presente desde o início, durante a construção do canteiro de obras, para fazer o ponto de água. Depois, deve retornar no período de construção das lajes para encaixar as tubulações e ao final da obra, na fase do acabamento para instalar as peças sanitárias. O presente trabalho entrevistou um total de 9 encanadores de diversas idades que trabalham nas obras analisadas em questão. As faixas etárias desses funcionários variam de 26 a 65 anos e as especializações de cada um são distintas consideravelmente entre si. O grau de escolaridade também oscila muito entre cada um desses funcionários e, os funcionários mais novos, apresentaram uma escolaridade maior que os funcionários mais velhos. Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da construção civil? % SIM 78% NÃO 22% 36 A escolaridade desses funcionários e suas formações complementares, em percentual, são apresentadas nos quadros a seguir. Tabela 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores.Gráfico 13- Escolaridade: Bombeiros/Encanadores. Tabela 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos profissionalizantes/adicionais. Gráfico 14- Participação dos encanadores/bombeiros em cursos profissionalizantes/adicionais. % 44,44% 0,00% 44,44% 11,11% 0,00% 0,00% 0,00% ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ENSINO MEDIO COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO ENSINO SUPERIOR COMPLETO ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ANALFABETO Escolaridade Nível de Estudo 88,89% 11,11% Você já participou de algum curso profissionalizante / adicional durante sua vida? % SIM NÃO 37 Outro questionamento feito a esses funcionários foi sobre seus julgamentos acerca da importância do assunto (capacitação técnica) dentro do mercado da construção civil. Todos os entrevistaram concordaram que a capacitação técnica é de extrema importância para um bom trabalho, e consequentemente um bom resultado, dentro do canteiro de obras. Porém, eles alegaram que a exigência desses requisitos traria uma falta de mão de obra para o segmento, visto que boa parte dos funcionários não apresentam a devida capacitação. Um último ponto tratado com os funcionários foi sobre o interesse dos mesmos em fazer cursos de capacitação / especialização em suas áreas. Os percentuais são apresentados nos quadros a seguir: Tabela 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos profissionalizantes e de especializações. Gráfico 15- Interesse dos Bombeiros/Encanadores em participar de cursos profissionalizantes e de especializações. Todos os entrevistados demonstraram bastante interesse em participar de cursos profissionalizantes, de especialização ou atualização sobe o segmento, porem a falta de incentivo e oportunidade vindos do governo, de suas empresas e até das entidades de classe foi uma queixa bastante recorrente entre os entrevistados. Segundo um dos entrevistados, “Araxá não vê perspectiva de melhoria e/ou crescimento acerca dessa situação, visto o mau momento da indústria da construção civil na cidade”. NÃO 0% SIM 100% Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? % 38 CARPINTEIRO O Carpinteiro é o profissional responsável pelo madeiramento da obra. O trabalho de um carpinteiro envolve frequentemente a utilização de esforço físico e trabalhos ao ar livre. Na carpintaria o profissional desta área deve ter: noções de geometria e um vasto conhecimento de como lidar com madeira no seu estado natural (madeira maciça), o que o diferencia da marcenaria. A especialidade abrange o feitio de: telhados, escadas, assoalhos, forros, portas, venezianas, móveis, (esquadrias de madeira), etc. A carpintaria também é responsável por trabalhos ornamentais como marchetaria, assim como trabalhos grandes, como a carpintaria naval. Quanto a escolaridade dos entrevistados, pode-se aferir os seguintes percentuais: Tabela 16- Escolaridade: Carpinteiros. Gráfico 16- Escolaridade: Carpinteiros. Um pequeno percentual dos entrevistados alegou não ser alfabetizado. Por mais pequeno que seja, esse resultado é preocupante, visto que esses funcionários trabalham diariamente com aferição de medidas, análise de projetos, e demais atividades que carecem do mínimo de instrução. % 33,33% 44,44% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 22,22% ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ENSINO MEDIO COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO ENSINO SUPERIOR COMPLETO ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ANALFABETO Escolaridade Nível de Estudo 39 Assim como para os outros públicos entrevistados, esse nicho profissional foi questionado sobre a participação de cursos profissionalizantes, de especialização ou técnicos em suas áreas de atuação. Nenhum dos entrevistados alegou ter participado desse tipo de curso. Para alguns, o desempenho dessa função tem uma origem cultural e, geralmente, hereditária. Assim, eles não procuram por uma formação técnica/teórica, visto que tudo que aprenderam foi passado em caráter “pai para filho”. Os dados obtidos nessa questão, são apresentados a seguir: Tabela 17- Participação de Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. Gráfico 17- Participação dos Carpinteiros em cursos profissionalizantes e/ou adicionais. Apesar de não ter a devida capacitação, um grande percentual desse público (ilustrado na tabela e gráfico que seguem) acredita que é importante que o profissional atuante na carpintaria seja devidamente capacitado, principalmente em pontos como segurança e analise de projetos, sendo esses os pontos mais críticos na área, segundo eles. Tabela 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica. 0,00% 100,00% Você já participou de algum curso profissionalizante / adicional durante sua vida? % SIM NÃO Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da construção civil? % SIM 88,89% NÃO 11,11% 40 Gráfico 18- Opinião dos Carpinteiros sobre a importância da capacitação técnica. Por fim, os entrevistados foram questionados sobre o seu interesse em participar desse tipo de cursos. Foi possível observar que os profissionais mais jovens detêm um maior interesse em aumentar seu nível de formação, quando comparados aos profissionais mais velhos. Os entrevistados que não demonstraram interesse em fazer esse tipo de curso, pontuaram que o conhecimento que adquiriram por meio de experiências vividas no âmbito profissional, substituem ou inutilizam qualquer conhecimento teórico ou técnico que possam vir a adquirir. Os dados a seguir representam a expressão dos profissionais acerca dessa questão. Tabela 19- Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. Gráfico 19: Interesse dos Carpinteiros em participar e cursos profissionalizantes. Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? % NÃO 22,22% SIM 77,78% 41 7. CONCLUSÃO Quando falamos do termo ‘Educação’, geralmente, temos uma visão limitada sobre seu significado. É difícil imaginar o quão amplo e significativo é o papel da educação no nosso cotidiano. Junto com esse termo, a ideia de ‘capacitação’ caminha extremamente junto. O significado deste termo associa-se com a preparação da pessoa para enfrentar-se a situações derivadas da função que exerce; muni-la de conhecimentos e possibilidades de criação, solucionar problemas, dar sugestões que apresentem alternativas no ambiente laboral. Essa definição traz o ponto de análise da associação desse assunto diretamente para o âmbito profissional. A capacitação de seus profissionais é o primeiro pilar para o sucesso de qualquer atividade dentro de uma empresa ou qualquer equipe de trabalho. Não é de hoje que o desinteresse por cursos de aperfeiçoamento ou capacitação técnica é associado aos trabalhadores da construção civil. Não diferente disso, através dos dados obtidos por essa pesquisa, pode-se observar que os profissionais do município de Araxá-MG demonstram um interesse mínimo em se capacitar para suas áreas de atuação. O maior fator para essa realidade é o quadro social desses trabalhadores. Grande parte desses funcionários enquadram-se no perfil socioeconômico de classe baixa ou média- baixa. Infelizmente, o investimento dos órgãos públicos, dos nichos sociais e familiares a que pertencem e até mesmo das empresas que empregam esses colaboradores é insignificante e muitas vezes nulo. Esse quadro só aumenta o desinteresse, a falta de informação e oportunidade para esses indivíduos. Vale ressaltar que nenhuma das empresas visitadas oferecem treinamentos básicos para seus funcionários, além dos previstos estatutariamente, tendo como exemplo os treinamentos de segurança e ergonomia. Como resposta a essa realidade, as Universidades Corporativas (UC’s) surgem para sanar esse tipo de problema de forma eficaz e firme. O investimento financeiro,comparado ao retorno e aos benefícios trazidos por essa ação, é mínimo. Essas instituições, além de aumentar a qualidade da mão de obra da própria empresa, aumentam também sua credibilidade e a qualidade dos produtos oferecidos por ela. Os cursos ofertados por elas podem ser montados conforme as políticas e regulamentações locais e das empresas, trazendo assim, o perfil da empresa para suas obras. 42 Por fim, a pesquisa pode evidenciar o baixo nível de instrução e preparo dos funcionários da indústria construtiva de Araxá-MG. Isso merece uma atenção especial dos órgãos regulamentadores, executivos e normativos voltados para esse segmento na cidade. Pode- se supor que a medida que os profissionais fossem se capacitando e adequando as novas necessidades do mercado, o resultado de seu trabalho aumenta (em termos qualitativos) exponencialmente, podendo até alavancar e aquecer esse setor que, por sua vez, beneficiará diversos outros segmentos. 43 8. ANEXOS a. ANEXO 1 Nome: _______________________________________________________________ Empresa: _____________________________________________________________ Idade: ______________ Naturalidade: ____________________________________________________ Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo ( ) Analfabeto Cursos adicionais: ( ) Curso Técnico Qual? ____________________________ ( ) Curso de Especialização na área de exercício Qual? ________________________ Outros cursos de especialização ou de âmbito profissional: ________________________________________________________ Você julga importante a capacitação técnica dos profissionais da construção civil? ( ) Sim ( ) Não Você tem interesse em fazer cursos de capacitação técnica? ( )Sim ( ) Não 44 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alves, A. V. (2012). UOL. Fonte: Brasil Escola. Bispo, F. C. (2015). Formação Profissional e Cidadania: A contribuição do PRONATEC. XX SEGeT. Caldas, N. (26 de Setembro de 2017). A importância da qualificação da mão de obra. SEBRAE Nacional. Eboli, M. (s.d.). Educação Corporativa no Brasil: Da Prática a Teoria. Formice, C. R. (15 de Julho de 2013). A importância da educação profissionalizante. Leão, M. V. (2016). ANÁLISE DA QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE DE DOURADOS (MS). Dourados (MS). Pointer. (12 de Janeiro de 2018). Pointer. Fonte: Pointer blog. . Sousa, A. C. (09 de Junho de 2018). Fonte: Administradores.com: https://administradores.com.br/artigos/universidade-corporativa-trajetoria-e- implicacoes Tameirão, N. (06 de Dezembro de 2018). Samba Tech . Fonte: Blog da Samba: https://sambatech.com/blog/insights/educacao-corporativa/ Teixeira, L. P., Gomes, M. F., & Silva, A. B. (2011). Construção civil mineira: dinâmica e importância para a economia estadual. G & DR.
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