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TRABALHO INFANTIL 
Célia C. Fetter, Cheila S. da Luz, Jéssica Adair, Rosete M. Jensen
Professor - Giovana Souza
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Serviço Social (SES0216) – Prática do Módulo I
14/12/2013 
RESUMO 
Este estudo trata-se de uma análise crítica a prática da função irregular e indevida do trabalho infantil, que persiste apesar dos avanços da modernidade. Dentre a complexidade do assunto, destacamos, os Piores Tipos de Trabalho Infantil, que exploram, escravizam e degradam as condições de vida de muitas crianças.
Palavras-chave: Criança, Trabalho, Piores
1 INTRODUÇÃO
Em pleno século XXI, o trabalho infantil contínua assolar uma triste realidade no mundo em que vivemos. Nas últimas décadas foram retiradas milhões de crianças de situações do trabalho infantil. Mesmo assim, estimativas recentes, apontam que 168 milhões de crianças são vítimas do trabalho infantil no mundo.
Devido a vários fatores, em especial a pobreza, muitas crianças são forçadas a assumir responsabilidades que vão além de suas capacidades, seja ajudando em casa, seja indo elas mesmas trabalhar para complementar a renda da família.
 Embora todo o trabalho infantil, seja inadequado e impróprio para os menores da idade mínima legal, há alguns considerados mais nocivos e cruéis que devem ser tratados com prioridade. Neste estudo, pretende-se abordar os principais tipos de trabalho infantil, bem como uma reflexão ao uso irregular desta prática.
2 PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL
O trabalho infantil é definido, segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), como toda a forma de trabalho abaixo de doze anos de idade, em quaisquer atividades econômicas; qualquer trabalho entre doze e quatorze anos que não seja trabalho leve; todo o tipo de trabalho abaixo dos dezoito anos enquadrados pela OIT nas “Piores Formas de Trabalho Infantil”.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 2013, reforça o direito ao desenvolvimento sadio, em condições dignas de vida e proíbe o trabalho aos menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Também proíbe o trabalho noturno (após as 22 horas), insalubre, perigoso ou que prejudique a formação e o desenvolvimento do menor. De acordo com ECA, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a garantia dos direitos da criança e do adolescente.
O sistema educacional deficiente acaba empurrando as crianças e adolescentes para o trabalho, pois após inúmeras repetências, são considerados incapazes e abandonam a escola, entrando direto no mercado de trabalho sem a devida qualificação, perpetuando a pobreza. O trabalho infantil é prejudicial para as crianças, pois acarreta vários danos para sua formação, tanto física como psicológica, impedindo que elas desfrutem de uma infância sadia, e que frequentem a escola corretamente. No Brasil, de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2012, 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e dezessete anos de idade estão sujeitas ao trabalho infantil. 
Os trabalhos nocivos, aqueles que exploram e abusam da mão de obra infantil, afetam o desenvolvimento sadio da criança e deixam marcas que podem persistir para o resto da vida. Em todos os países, tanto os desenvolvidos como os subdesenvolvidos, existem formas de trabalho infantil considerados altamente agressivos, que devem ser tratados como inadmissíveis em nossa sociedade.
Para que o combate ao trabalho infantil no país se tornasse mais abrangente e ampliasse a possibilidade de punição contra indivíduos e empresas que os utilizasse, foi aprovado em 2008, pela legislação brasileira, o decreto de número 6.481, a “Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil” (Lista TIP), baseada na convenção 182 da OIT. A Lista aborda oitenta e nove atividades, com descrições e consequências para a saúde dos menores. 
A Organização Internacional do Trabalho na Convenção 182, aprovada em 17/06/1999, no Brasil, promulgada pelo Decreto 3597 de 12/09/2000 estabelece as seguintes piores formas de trabalho infantil:
a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, como venda e tráfico de crianças, sujeição por dívidas, servidão, trabalho forçado ou compulsório, inclusive recrutamento forçado ou obrigatório de crianças para serem utilizadas em conflitos armados;
b) utilização, recrutamento e oferta de criança para fins de prostituição, produção ou atuações pornográficas;
c) utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes, conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes;
d) trabalhos que por sua natureza ou pelas circunstâncias em que são executados, são susceptíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.
Estas quatro categorias integram o núcleo básico do conceito “piores formas de trabalho infantil”, e devem ser priorizadas nas políticas e suas estratégias de combate. 
Segundo relatório da ONU, o Brasil, infelizmente, ocupa o primeiro lugar na relação às atividades de Exploração Sexual Infantil da América Latina, e segundo lugar no mundo, perde apenas para o tráfico de drogas e armas. Realidade vinda de famílias desestruturadas, pobres e carentes de atendimento social e psicológico. 
Não são raros os casos em que os próprios pais atraem turistas, através de panfletos e venda de drogas, oferecendo seu bem mais precioso, “seu filho”. O problema vai se agravando tomando dimensões que chegam ao tráfico de crianças para o exterior. No Brasil a Exploração Infantil é crime, previsto no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O trabalho infantil escravo, ainda é um dos crimes mais cometidos contra a criança e o adolescente, e vem preocupando as entidades responsáveis pelos direitos dos mesmos, devido o crescimento deste ato criminal.
Outro caso muito comum é o Trabalho Urbano informal e ilícito no tráficos de droga. Crianças a partir dos 10 anos de idade são recrutadas pelos traficantes no morros do Rio de Janeiro, são os “soldados” ou vapores, fogueteiros, aviões a serviço do tráfico de drogas. Espelham-se na fama dos chefões do tráfico, que circulam com carrões, sempre rodeados de mulheres bonitas e com seguranças armados. A eles, além de um “bom salário”, o tráfico oferece lazer e entretenimento, como os bailes funks onde a cocaína é livremente vendida a preço baixo, num território dominado pelos bandidos. Há jovens que são contratados como “fogueteiros” que ficam em pontos estratégicos, munidos de fogos de artifício para serem soltos em duas ocasiões: quando as drogas chegam e estão disponíveis para o “comércio” e para avisar quando a polícia está chegando.
Principalmente no Norte e no Nordeste do Brasil, há notícias de crianças e adolescentes envolvidas no plantio de cannabis sativa (maconha), normalmente acompanhando seus pais ou parentes próximos no plantio e na colheita.
Os trabalhos moralmente degradantes são aqueles que prejudicam a saúde, a segurança e o desenvolvimento moral da criança. De acordo com a Recomendação 190 da Convenção 182 da OIT, devem ser considerados alguns critérios para determinar os trabalhos moralmente degradantes. São considerados nesta categoria aqueles trabalhos em que as crianças são expostas a abusos de ordem física, psicológica e social. Também os trabalhos que se realizam embaixo da terra ou da água ou em alturas perigosas ou em espaços confinados. Outro item que caracteriza este tipo trabalho está relacionado com o uso de máquinas e equipamentos perigosos ou que impliquem no transporte manual de cargas pesadas. Trabalho realizado em meio insalubre onde a criança possa estar exposta a substâncias, agentes ou processos perigosos ou a temperaturas e níveis de ruído ou de vibração que sejam prejudiciais à saúde. Finalmente são considerados perigosos trabalhos realizados em período noturno ou que impliquem em carga horária prolongada.
O trabalho penoso, embora citado no Estatuto da Criança e do Adolescente, aindanão foi regulamentado. Informalmente, tende-se que o trabalho penoso é o que provoca desgaste físico ou psicológico. Aquele que demanda o emprego da força muscular acima da capacidade física, ou exercido em carga horária excessiva, que causa sofrimento, desconforto ou dor. 
São inumeras as atividades que ocasionam e pejudicam a saúde e a moral da criança e do adolescente, desde os trabalhos domésticos até os mais pesados como na agricultura e pecuária. De acordo com um relatório da FAO (agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) quase sessenta por cento das crianças envolvidas em trabalho infantil estão na agricultura, um dos setores mais perigosos, pois, muitas vezes, causam consequências como à liberação de substâncias tóxicas, como também bursites, tendinites, urticárias, doenças respiratórias, mutilação e até o câncer; exemplo na plantação de fumo.
Outra situação deprimente, mas uma triste realidade em nosso país é o trabalho infantil nos lixões. Um fator cruel, extremamente degradante, onde muitas crianças exercem diariamente jornadas exaustivas de trabalho, geralmente ajudando seus familiares, coletando alimentos, materiais recicláveis para revender, permanecendo afastadas da escola. A exploração da mão de obra infantil nos aterros é cada vez mais frequente, o que as expõem a diversos problemas de saúde, pois estão em contato com germes, ratos, baratas, mosca, materiais em decomposição, etc.. Nos lixões, ficam sujeitas ainda a acidentes com objetos cortantes ou atropelamento pelos caminhões que descarregam o lixo.
O trabalho infantil, em geral, é proibido por lei, principalmente as formas mais nocivas ou cruéis, que não são apenas proibidas, mas também constituem crime. O trabalho degradante afronta os direitos humanos de qualquer cidadão.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Mesmo a legislação proibindo a prática do trabalho infantil, ele ainda é uma triste realidade. Tanto para os trabalhos considerados leves, quanto para os nocivos, o país precisa aprimorar a fiscalização para assegurar o cumprimento e ainda instituir políticas públicas que visem melhorar a renda das famílias. Oferecer um sistema educacional que garanta a permanência das crianças na escola e que proporcione efetiva aprendizagem a fim de reduzir os danos no desenvolvimento físico e emocional das crianças e adolescentes causados pelo trabalho infantil.
A proteção social e familiar é essencial para combater o trabalho infantil, para que as livre de todo e qualquer tipo de exploração, principalmente aqueles que são considerados as Piores Formas de Trabalho Infantil, que deixam marcas e sequelas que permanecem em alguns casos para o resto da vida.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição (1988). Lex: Legislação Federal. São Paulo: Saraiva, 2011
BRASIL, Estatuto da Criança e Adolescente (1990. Brasília: Ministério da Educação, 2010
CARVALHO, Odete Silva. As medidas de Proteção e o Sistema de Garantia de Direitos, Belém 2009
GOVERNO FEDERAL. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Disponível em: http://www.mds.gov.br/programas/redesuas/protecaosocialespecial/programade-erradicacao-do-trabalho-infantil-peti. Acesso: 10/11/213.
KASSOUF, Ana Lúcia (coord.). O trabalho infantil no ramo agrícola brasileiro. Brasília: OIT, 2004.
LIESTEM, Kristoffel (Org.); ANNONI Daniele (Tradução) - O Problema do Trabalho Infantil -Temas e Soluções. Curitiba: Ed. Multidéia, 2007.
______MEIA INFÂNCIA, Desafios do combate ao trabalho infanto-juvenil http://reporterbrasil.org.br/trabalhoinfantil/as-piores-formas-de-trabalho-infantil. Acesso: 03/11/2013.
______OIT, Organização Internacional do Trabalho. http://www.oit.org.br/convention. Acesso: 02/11/213.
______OIT, Organização Internacional do Trabalho. Crianças no narcotráfico: um diagnóstico rápido. Jailson de Souza e Silva e André Urani (coordenadores). Brasília: OIT e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 2002.

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