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PROCESSO CIVIL V - Unicuritiba - 2º bimestre

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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – 28/04
· Artigo 334 e ss
Hipóteses de cabimento – artigo 335 do CC – deverá consignar para extinguir a obrigação:
· Recusa do credor – se pactuou que o devedor procuraria o credor para realizar o pagamento e o credor, por algum motivo se nega a receber o pagamento;
· Inércia do credor – não foi “buscar” o pagamento;
· Dúvida quanto a titularidade do crédito – vários se dizem credores, o devedor não sabe para quem deve pagar;
A legitimidade ativa é do devedor, a passiva é do credor.
Quem pode fazer essa consignação em pagamento é o credor, o terceiro interessado e o terceiro não interessado (não se sub-roga nos direitos do credor).
Competência
Artigo 540 do CPC: lugar do pagamento – o lugar do pagamento geralmente vem estabelecido no contrato entre as partes, mas se não estiver estabelecido, será no domicílio do autor.
Forma
Considera-se pagamento e extingue a obrigação o depósito feito judicialmente ou em estabelecimento bancário.
A) Pagamento feito em estabelecimento bancário – Consignação extrajudicial
Artigo 539, §1º do CPC.
Consignações de obrigação em dinheiro – facilita o pagamento, não possui tantos gastos, não precisa de advogado etc.
Oficial onde houver: preferencialmente bancos oficiais – não podem se recusar a receber o pagamento por consignação.
O devedor comparece a este estabelecimento bancário, informa que quer fazer o pagamento por consignação (dá o nome e endereço do credor). O banco abrira uma conta com este valor e irá notificar o credor de que existe um valor depositado por tal pessoa:
· O credor pode aceitar receber, pode se negar a receber ou, ainda, não se pronunciar.
É um depósito feito numa conta aberta para esse fim. O devedor comparece no banco, deve indicar expressamente qual o fim a que se destina e qual obrigação quer extinguir.
Quem é o titular dessa conta? RESOLUÇÃO DO CMN 2814 – ARTIGO 3º: primeiro, a disposição do credor, até que haja recusa formal. Se houver recusa do credor, fica a disposição do próprio depositante. Se for proposta a ação, o depósito fica a disposição do juízo competente.
Natureza jurídica do depósito
Sob a ótica do devedor, é um depósito voluntário.
Sob a ótica do estabelecimento bancário, é um depósito necessário – o legislador não deu o direito do estabelecimento bancário de se recusar a receber (bancos oficiais).
Procedimento
Quando o depósito é realizado, o credor é notificado via AR, abrindo-se o prazo de 10 dias para que se manifeste - §2º do art, 539 do CPC: conta-se a partir do retorno do AR. O credor tem 10 dias para manifestar – recusa, não se manifestar ou ir ao banco e levantar o dinheiro.
1. Credor comparece ao banco levantar o dinheiro
O devedor fica liberado da obrigação. Se eventualmente precisar provar, tem o comprovante de que realizou esse pagamento em consignação na forma legal.
2. Credor manifesta a recusa por escrito
O valor fica à disposição do depositante (devedor).
Não precisa de maiores formalidades, não precisa justificar para o banco.
Assim, o devedor passa a ter a opção de propor ou não a ação judicial.
	2.1 Devedor não propõe ação
	Levanta o valor.
Se tiver levantado o valor e quiser propor a ação, após esse prazo de 1 mês, vai ter que realizar esse depósito em juízo – valor atualizado até a data do efetivo depósito.
2.2. Devedor não levanta o valor e propõe a ação
Deverá propor a ação no prazo de 1 mês.
Petição inicial em juízo dizendo que efetuou o depósito em consignação extrajudicial, houve recusa, apresentando o comprovante do pagamento.
*Não há juros ou atualização monetária, já foram calculados na época do depósito.
O réu será citado para levantar o valor ou contestar.
3. Credor não se manifesta
Nem manifesta a recusa, nem vai levantar o valor – artigo 3º Resolução 2814 CMN: depósito fica a disposição do depositante após recebida a recusa – se o credor não manifestar a recusa, continua a disposição do próprio credor e o devedor também se considera liberado da obrigação.
Se um dia o credor quiser, levanta o valor. Se um dia vier cobrar o devedor, ele tem prova de que está liberado da obrigação.
B) PROCEDIMENTO JUDICIAL
Tendo ou não havido a consignação extrajudicial, começará com uma petição inicial. A diferença é que, se houve o depósito extrajudicial e houve a recusa, se o autor optar pela ação dentro do prazo de 30 dias, não precisará fazer o depósito em juízo, basta juntar o comprovante do pagamento realizado.
Requisitos gerais da petição inicial, mas não precisa ter o requisito da realização da audiência de conciliação ou de mediação. Artigo 542 – o que o autor irá pedir na inicial – o depósito da quantia e a citação do réu para levantar a quantia ou oferecer contestação.
Se já realizou o depósito e já houve a recusa, não irá pedir o depósito da quantia, irá pedir apenas a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Sendo o caso de juízo de admissibilidade positivo, o Juiz dará o prazo para o autor fazer o depósito – prazo de 5 dias para depositar. Se não depositar, o processo será extinto. Se fizer o depósito fora do prazo, terá que calcular os juros e a correção monetária até a data do efetivo depósito (o depósito cessa os juros, riscos sobre a coisa...).
O juiz não pode extinguir o processo de plano – deve intimar o autor para que dê prosseguimento ao feito, sob pena de extinção.
Quando o objeto da prestação for coisa indeterminada – artigo 543: o juiz irá marcar uma data ou hora para que haja o depósito, irá citar o réu para dizer qual é a coisa (direito de escolha), sob pena de o autor poder escolher.
Em prestações periódicas/sucessivas – artigo 541: uma vez consignada a primeira, elas podem vir a ser consignadas no curso do processo sem maiores formalidades, desde que o depósito seja realizado em até 5 dias contados da data do respectivo vencimento da dívida.
Valor da causa: valor da coisa depositada com seus respectivos acréscimos (anuidade...).
Juiz defere a inicial:
1. Foi feito o depósito extrajudicial e a ação está sendo proposta dentro de 1 mês
O réu será citado:
i) Pode comparecer e levantar o valor – sentença de extinção da obrigação – a sucumbência será do réu, porque ao comparecer e levantar o valor, houve reconhecimento jurídico do pedido.
ii) Revelia – não necessariamente induz a procedência do pedido – existe a possibilidade de haver uma sentença de extinção da obrigação ou não.
iii) Ofereça contestação (15d) – pode trazer várias alegações
· outras alegações – artigo 544: o que o réu pode alegar. Deverá ser analisado de quem é o ônus da prova. Defesa de mérito direta: autor. Defesa de mérito indireta: réu. Sempre que trouxer outras alegações, se as partes não pedirem mais alguma prova, o juiz pode julgar ou determinar que haja a instrução, para depois vir a sentença.
· insuficiência do depósito – artigo 544, IV: réu deve indicar quanto é que deveria ter sido depositado. Abre-se a oportunidade para o autor, se quiser, complementar o depósito (artigo 545). Se o autor complementar, o juiz dá sentença e a sucumbência será do próprio autor. Se o autor não complementar, o processo prossegue – pode haver instrução ou não, para discutir a parcela controvertida, se é devido na integralidade ou não. Se o juiz verificar que o depósito foi efetivamente insuficiente, a sentença não vai apenas julgar improcedente a consignação, mas sim, indicar qual o montante devido – vale como título executivo – réu pode, no mesmo processo, executar a parcela não levantada e reconhecida como devida na sentença (caráter dúplice da ação consignatória).
Em qualquer das hipóteses – complementando ou não – o réu está autorizado a levantar a quantia depositada (liberação parcial do autor).
2. O depósito extrajudicial não foi feito
O autor, na petição inicial, deverá pedir o depósito, no prazo de 5 dias e antes de mandar citar o réu, ele deverá efetuar o depósito. Depois disso, o réu será citado. Se não efetua o depósito no prazo de 5 dias, o feito será extinto – mas o juiz não pode julgar extinto de plano, deve sempre dar a oportunidade para o autor dar prosseguimentoao feito sob pena de extinção.
3. Objeto da ação for coisa indeterminada, cuja escolha couber ao credor
Réu será citado para exercer o seu direito de escolha e, depois, o autor irá depositar a coisa. Se o réu aceita, prossegue o processo com a sentença e se o réu não aceita – instrução, julgamento antecipado...
Caráter dúplice: quando a outorga da prestação jurisdicional pode ser dada tanto ao autor, quanto para o réu. Réu não precisa de reconvenção.
Dúvida quanto a titularidade do crédito
O autor não sabe se paga para A, B ou C, portanto deverá consignar.
O feito irá se desenvolver de outra maneira, se iniciando com uma petição inicial.
Artigo 548 do CPC.
Se o juiz defere a inicial, o valor é depositado e todos os credores serão citados – não serão citados para levantar o valor.
i) nenhum credor comparece – nesse caso, ocorre julgamento antecipado e a sentença vai declarar extinta a obrigação, liberar o devedor e esse depósito é arrecadado como coisas vagas.
ii) apenas um dos credores comparece – a manifestação não vai ser necessariamente uma contestação, o juiz deverá analisar as alegações, a relação de crédito em si e a sentença vai ter que julgar se aquele sujeito que compareceu é ou não é o credor. Sentença de extinção da obrigação por parte do autor, mas não necessariamente este sujeito que compareceu, irá receber. Se não comprovar que ele é o credor, também será considerado como arrecadação de coisas vagas.
iii) mais de um credor comparece – artigo 548 §3º: juiz irá declarar efetuado o depósito, extinta a obrigação e o processo continua a correr entre os credores, pelo procedimento comum.
E se um desses credores que compareceu, alegar a insuficiência do depósito? Não é correto que tenha uma decisão extinguindo a obrigação do autor – se for alegado que o depósito foi insuficiente, o autor será intimado para complementar e, se complementar, vai haver a extinção da obrigação; mas se não complementar, o processo prosseguirá também com o autor. O juiz vai ter que analisar quem é o detentor desse crédito e também se o valor é ou não insuficiente.
--
O depósito, na ação de consignação em pagamento, deve ser realizado no lugar do pagamento. Na data em que ele é realizado, cessam, para o devedor, os juros e os riscos da mora. Mas se ao fim a ação for julgada improcedente, correrão os juros e o risco por conta do devedor – artigo 540, CPC
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS – 30/04
Dependendo do negócio que as partes estabelecem, há a necessidade de um acertamento posterior no sentido de uma das partes demonstrar o resultado daquele negócio. Ocorre sempre que uma pessoa fica sob administração de bens de outra – tutor, curador, testamenteiro, advogado com cliente... todo o administrador em face do administrado. Nessas situações as vezes é necessário mostrar o resultado posteriormente. E é aí que surge essa ação de exigir contas.
CPC 1973 – ação de prestação de contas – dentro de todos esses exemplos, existia (ou existe) de um lado um dever de um e o direito do outro. Por exemplo, o advogado tem o dever de prestar contas ao cliente, e o cliente de exigir contas. No CPC antigo, existia a ação de exigir contas tanto para exigir, quanto para prestar contas – a legitimidade ativa era daquele que tomasse a iniciativa primeiro – e isso determinaria qual o procedimento.
O CPC de 2015 agora só fala em exigir contas – proposta por quem tem o direito de exigir, em face de quem tem o dever de prestar essas contas. Quem tem o dever, também pode tomar iniciativa, mas aí será pelo procedimento comum.
Prestar contas significa uma pessoa fazer a outra, a exposição pormenorizada dos componentes do débito e do crédito resultantes de uma determinada relação jurídica, concluindo assim, pela apuração de um saldo, que pode ser credor, devedor ou inexistente – ADROALDO FURTADO
Precisa ter interesse de agir – nem sempre serão prestadas judicialmente -> só vai haver o interesse de agir para essa ação de exigir contas se a pessoa que tem o direito de exigir contas pediu e não recebeu as contas ou então quando houve alguma discordância com relação a forma ou ao conteúdo das contas prestadas.
· Artigo 553
Natureza dúplice: a pessoa que tem o dever de exigir contas propõe a ação, e quem tem o dever de prestar as contas – se as contas estiverem em juízo e o juiz tiver que julgá-las, pode ser que ao julgar as contas o juiz reconheça um saldo. O detentor desse saldo pode cobrar na fase de execução. Pode ser tanto o autor, quanto o réu.
· Artigo 552
Na inicial, o autor tem que preencher todos os requisitos gerais da petição inicial – artigo 319 do CPC – sem a necessidade de ter que cumprir com o requisito da audiência de conciliação e de mediação. O autor terá que fazer a prova de que o réu realmente tinha a administração dos bens dele – demonstrar o interesse de agir, de acordo com o artigo 550, §1º - juntando documentos que comprovem as razões pelas quais tem o direito de exigir contas.
Se essa petição inicial preencher os requisitos – juízo de admissibilidade positivo – o réu vai ser citado para apresentar as contas ou contestar.
Nesse procedimento, o réu poderá:
i) apresentar as contas 
ii) contestar
iii) não fazer nada
A ação pode se desenvolver em “duas fases” - se o réu contestar ou ficar inerte, pode ser que a ação tenha duas fases, o juiz terá que verificar se existe realmente o direito do autor de exigir as contas.
1º – a verificação do direito de exigir contas (exigibilidade das contas)
2º – se o juiz verificar que de fato existe esse direito, vai condenar o réu a prestar essas contas.
Se o réu é citado e apresenta as contas, o procedimento vai prosseguir para que haja essa análise das contas.
Agora, se o réu não apresenta as contas – postou-se inerte, não contestou, negou o dever de prestar contas – o juiz terá que verificar se existe ou não o direito do autor de exigir essas contas. Se o juiz entender que ele não tem direito, ele, por sentença, vai julgar improcedente o pedido (põe fim àquele processo em fase cognitiva). Mas, se o juiz verificar que de fato o autor tem o direito de exigir contas, ele, por decisão interlocutória, vai condenar o réu a prestar contas (iniciando a segunda fase).
PROCEDIMENTO
Inicia-se com petição inicial.
O réu será citado no prazo de 15 dias para apresentar as contas ou contestar. 
i) SE O RÉU APRESENTAR AS CONTAS 
O autor pode se manifestar (prazo de 15 dias) concordando com as contas ou então discordando das contas apresentadas.
1. se ele concorda com as contas, o juiz já pode julgar essas contas.
2. se o autor discordar das contas, ele tem que claramente dizer qual é o lançamento que ele está impugnando – não concorda.
Assim, o réu ainda vai ter a oportunidade de apresentar documentos justificativos desse lançamento impugnado. Independente de ele apresentar ou não esses documentos justificativos, o processo tem que ser julgado.
Na grande maioria das vezes, esse tipo de processo conta com prova pericial, ou pelo menos um cálculo do contador para dirimir a discussão. E aí, então, o juiz irá julgar. cálculo do contador para dirimir a discussão. E aí, então, o juiz irá julgar.
ii) SE O RÉU APENAS CONTESTAR – ele está negando o seu dever de prestar contas e o juiz irá analisar se o réu tem ou não que ser condenado a prestar contas. Por isso, primeiro ocorre essa análise – talvez precise de produção de provas, inclusive - para verificar se ele tem, realmente, o dever de prestar contas. Em havendo, o juiz então irá condená-lo a prestar contas, sob pena de não poder impugnar aquelas contas que o autor apresentar. Se o autor não conseguir demonstrar que o réu tem esse dever, o juiz pode julgar improcedentes os pedidos. Se o dever de prestar contas ficar demonstrado, o juiz condena o réu a prestar contas por uma decisão que, pela doutrina majoritária, é uma decisão interlocutória (não põe fim a fase cognitiva do procedimento comum) então, portanto, cabe agravo de instrumento. FPPC: entendeu que se trata de decisão interlocutória, passível de agravo de instrumento.
O feito vai tramitar pelo procedimento comum,porque o juiz pode entender que o pedido do autor é improcedente, e então pode cominar com uma sentença de improcedência – juiz entender que não há obrigação do réu de prestar contas. E pode, por outro lado, haver o reconhecimento de que o réu tem que prestar contas. Como a fase cognitiva do procedimento comum não acaba quando o juiz reconhece a obrigação do réu a prestar contas, então, esse ato é uma decisão interlocutória da qual cabe agravo de instrumento. Quando o juiz reconhece a obrigação do réu prestar contas, esse réu então tem que prestar contas em 15 dias. A decisão aqui tem caráter mandamental – ordem para o réu cumprir sob pena de uma sanção – reconhece que o réu descumpriu com o contrato e, portanto, tem que prestar contas e o condena a prestar, sob pena de sanção – a sanção é não poder impugnar as contas que o autor apresentar.
O réu será intimado a apresentar essas contas em 15 dias e ele pode, portanto, apresentá-las ou não. Se ele apresenta, o autor será intimado a se manifestar (discordar ou concordar das contas). 
O réu apresenta as contas, depois que foi condenado e o autor discorda, tem que mostrar claramente qual o lançamento que não concorda, e aí o réu pode apresentar documentos justificativos desse lançamento e o processo, com ou sem prova pericial, vai passar para a análise das contas e verificação do saldo. 
Se, por sua vez, a decisão reconhecer a obrigação do réu a prestar contas, o réu for intimado a prestar contas, apresentá-las e o autor concordar, também o juiz já pode julgar, sem a necessidade de passar pela produção de provas.
Agora, se o réu contestou, o juiz reconheceu a obrigação do réu a prestar essas contas e, intimado, ele não apresentou -> a sanção é não poder impugnar as contas que o autor apresentar. Por esse motivo, o autor será intimado a apresentar essas contas em 15 dias. Mas isso não significa que ele possa apresentar qualquer coisa. O juiz fará, provavelmente, prova pericial e, então, julgá-las. Se o juiz determinar prova pericial, as partes – tanto autor quanto réu – terão, plenamente, o direito de formular quesitos e indicar assistentes técnicos.
iii) SE O RÉU PERMANECER INERTE 
O feito prosseguirá da mesma forma que tivesse contestado ou não – o fato do réu ter se tornado inerte, ou seja, revel, só vai determinar o julgamento antecipado, mas isso não significa que o juiz tem que necessariamente dar uma decisão de procedência, ele pode perfeitamente julgar pela improcedência do pedido. E se isso acontecer, está se pondo fim à fase cognitiva do procedimento comum, porém, se o juiz entender que o réu revel deve, sim, prestar as contas, então ele vai dar a decisão reconhecendo a obrigação e condenando o réu revel a apresentar as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não poder impugnar as contas que o autor apresentar, da mesma forma.
Por isso, a maneira como o procedimento irá de desdobrar depende muito da reação que o réu tiver.
Pode ser também que o réu apresente contas e também conteste.
05/05
AÇÕES DE FAMÍLIA
Primazia da solução consensual
Ouvido o incapaz 
AÇÃO MONITÓRIA – 07/05
No CPC de 73, quando uma pessoa tinha algum crédito que não possuía força executiva, a única maneira de conseguir “cobrar”, executar, era primeiro, propondo uma ação de cobrança – procedimento comum.
Com o advento da ação monitória, o que se permite é que a pessoa que tenha uma prova escrita representativa de um crédito, ela não precisa passar por todo esse procedimento demorado, o procedimento é mais simples.
Podem ser considerados: cheque, nota promissória, contrato assinado por duas testemunhas...
Nesses exemplos, a parte propõe a ação e o réu será citado para pagar (pode apresentar embargos e tudo mais). É mais rápido porque não precisa passar pela fase de cognição e etc.
Quando estava se permitindo que ou, se a parte tivesse um título executivo extrajudicial ou se não tivesse, seria ação de cobrança, o procedimento que se atribuía era o mesmo de uma pessoa que não tinha nem um início de “prova”. Com o início da ação monitória, pretendeu-se uma maior celeridade para aquele que tivesse uma prova escrita representativa de seu crédito. 
Foi inserida no nosso sistema em 1994.
No atual CPC, a ação monitória foi mantida, com algumas inclusões, foi aprimorada.
Quem pode se valer da ação monitória
Quem tiver prova escrita representativa de seu crédito para cobrar o pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou infungível, bem móvel ou imóvel ou também para o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer – conforme artigo 700, CPC.
A ação monitória é uma opção do credor. Pode ainda se utilizar do procedimento comum por ação de cobrança.
A prova escrita
Instrui a ação monitória, é obrigatória. É todo o documento apto, idôneo a convencer o juiz da exigibilidade de um valor, do crédito por parte do autor, de que ele é detentor de uma obrigação... É todo escrito que dê ao juiz a probabilidade de que aquilo que o autor está alegando, ele tem razão. Por isso se diz que a fase inicial da ação monitória é a fase de cognição sumária – apenas com base nessa prova escrita que o autor apresenta, é que o juiz se convence da evidência do direito do autor -> ao que tudo indica, a prova escrita é representativa de um crédito, de uma obrigação de fazer/não fazer, entregar coisa fungível/infungível, móvel/imóvel.
Quando o juiz recebe essa petição inicial, tem de se convencer da idoneidade da prova escrita.
· não se encaixa como prova escrita a prova documental latu sensu – gravação de um DVD, filmagem em condomínio, em via urbana...
· deve ser documento escrito, não prova documental.
· pode ser cheque prescrito, nota promissória prescrita, duplicata sem aceite, contrato sem a presença de duas testemunhas, orçamento, carta/e-mail... pode ser um conjunto de diversos escritos que formem o convencimento do juiz.
· não é aceito uma declaração de testemunho – mas CPC/15 inclui como prova escrita a prova oral documentada antecipadamente – oitiva de testemunhas através do procedimento de produção antecipada de prova conforme o artigo 381 do CPC. Neste caso, pode utilizar dessa prova oral documentada como prova escrita para instruir a ação monitória – artigo 700, §1º atribui força de prova escrita.
Formado o convencimento do juiz, ele irá determinar a expedição de um mandado monitório.
Procedimento
Petição inicial na forma do art. 700, §2º do CPC.
O autor, na petição inicial, deve trazer a prova escrita e especificar o que irá cobrar (ex: valor a ser cobrado, corrigido). Se pretende uma coisa, na petição também deverá esclarecer qual o valor da coisa reclamada. Se for uma obrigação, o valor do proveito econômico pretendido. O valor da causa será esse valor pretendido.
Memória de cálculo, valor da coisa/proveito econômico...
O juiz irá receber e, se convencendo da idoneidade da prova e da evidência do direito do autor, fixará honorários com base nesse valor apresentado e irá determinar a expedição de um mandado monitório.
O réu será citado (qualquer meio) e irá receber o mandado. Sendo citado, poderá (prazo de 15 dias):
i. cumprir a obrigação – pagar, entregar a coisa, cumprir a obrigação em 15 dias.
Sempre acrescido do pagamento dos honorários arbitrados pelo juízo. Se o réu cumpre a obrigação, fica isento das custas (extingue o processo).
Cumprir o mandado significa a obrigação + honorários fixados pelo juiz.
Se o réu cumprir o mandado espontaneamente, extingue-se o processo com resolução de mérito, bem como a obrigação e fica isento do pagamento das custas, ficando obrigado a pagar os honorários advocatícios de 5% que o juiz fixou.
ii. não fazer nada
Constitui-se de pleno direito o título executivo judicial, o autor poderá então dar início a fase de cumprimento de sentença. Quando o réu se posta inerte o juiz faz uma decisão sem maiores formalidades, não precisa ter todos os requisitos da sentença, pode até não parecer uma sentença, mas a natureza dessa ação é de sentença e dela cabe ação rescisória, quando o réu se posta inerte. Se o réu for a fazenda pública, a decisão estásujeita ao reexame necessário.
Tendo natureza de sentença, quando transitar em julgado, irá começar a fase de cumprimento de sentença – se o réu eventualmente quiser se insurgir, poderá impugnar o cumprimento de sentença, mas a matéria fica limitada às matérias passíveis de serem discutidas em fase de impugnação.
iii. opor embargos monitórios.
Se o réu opor embargos monitórios, estes irão tramitar pelo procedimento comum. Esses, não dependem de prévia segurança do juiz, são protocolados nos próprios autos e possuem natureza de contestação – é chamado de embargos porque quando são opostos dentro do prazo, suspendem a eficácia daquela decisão que determinou a expedição do mandado monitório. A partir daí, vai haver discussão, é como se o réu estivesse contestando, portando o autor pode ser intimado a se manifestar sobre estes embargos e o juiz pode até rejeitar esses embargos. 
*não há limite na matéria que pode ser discutida, possibilitam a cognição plena
§3º do artigo 702, é causa de indeferimento liminar dos embargos se o devedor não apontar o valor correto, quando alegar que o autor pleiteia valor superior ao devido. Além de apontar o valor que entende devido, deverá juntar demonstrativo atualizado da dívida. 
Se não for o caso de rejeição liminar dos embargos e eles forem recebidos, irão ser processados, admitindo-se ampla dilação probatória. O autor será intimado a se manifestar.
Suspendem a eficácia daquela decisão que determinou a expedição do mandado monitório até decisão de 1º grau. Além da cognição plena, os embargos possibilitam também a cognição exauriente – somente depois de respeitada a ampla defesa é que podem ser julgados. 
Se for rejeitado, constitui-se o título executivo judicial e o autor já poderá começar a execução (constitui, mesmo que haja apelação), prosseguindo nos termos do cumprimento de sentença. 
Se forem acolhidos, fica extinto, como se tivesse se julgando improcedente a ação monitória.
Dessa decisão que constitui de pleno direito o título executivo judicial cabe apelação (apenas com efeito devolutivo, porque os embargos somente suspendem até decisão de 1º grau - celeridade). 
§8º do art 702. 
Se os embargos forem acolhidos, após a cognição exauriente – equivalente a julgar improcedente os pedidos da ação monitória, portanto, quem irá arcar com os encargos sucumbenciais será o próprio autor.
Súmula 247 - O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. 
Súmula 282 - Cabe a citação por edital em ação monitória.
Súmula 299 - É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
Súmula 339 - É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.
Súmula 384 - Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia.
Súmula 504 - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
Súmula 503 - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
Súmula 531 - Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
Não há distribuição por dependência ao juízo que produzir prova antecipada.
Ao opor embargos, não está se cumprindo a obrigação, por isso não precisa pagar os honorários -> serão fixados na forma do art. 85
AÇÕES POSSESSÓRIAS - 12/05 
art 73 §2º
art 338 e 339 cpc
ação possessória tem um procedimento especial apenas quando se tratar de ação de força nova – ação que foi proposta dentro de ano e dia contados do esbulho ou turbação: o procedimento especial consiste em haver uma fase inicial de proteção provisória da posse – provando que tem a posse, já tem a proteção 
I. POSSE, ESBULHO E TURBAÇÃO
Posse é uma situação jurídica de fato, exerce os poderes próprios de proprietário, mas não ostenta a condição jurídica de dono.
· artigo 1.196, CC
O possuidor não pode perder essa posse se não for pelos meios legais. Não precisa provar a que título é possuidor, pode proteger de moléstia, ameaça, turbação.
· artigo 1.210, CC
O possuidor tem direito de ser mantido no caso de turbação, de ser restituído no caso de esbulho e segurado em caso de violência iminente. Ameaça -> tutela preventiva.
§1º: autotutela da posse.
As ações possessórias surgem quando ou o possuidor não fez a autotutela ou fez e não obteve sucesso. 
Se perdeu a posse sem ser pelos meios legais (ilícito), pode entrar com uma ação possessória contra o locatário.
O cabimento de cada ação possessória depende da moléstia que tem ocorrido na posse.
· Esbulho: perda da posse, saiu integralmente da esfera de propriedade do possuidor. Moléstia mais grave. Se pretende a restituição (já houve o ilícito), precisa de uma tutela repressiva reintegratória (voltar ao status quo ante – voltar a ter a posse).
· Turbação: um incomodo, desgaste, perturbação. O possuidor tem a posse, mas não consegue exercê-la em sua plenitude. Se pretende a manutenção de posse, precisa de uma tutela repressiva.
· Ameaça: interdito proibitório (ainda não houve o ilícito, mas há o risco de que ocorra esbulho ou turbação.
· ambos se dão por violência, por clandestinidade (ausência do possuidor) ou precariedade (a posse é legítima, mas se torna de má-fé quando o possuidor nega a restituição em determinado tempo).
· artigo 1.223: quando cessa os direitos sobre os bens
Nas ações possessórias puras ou típicas -> ação em que vai se discutir a posse. Não importa, aqui, a titulação. Ação acerca de propriedade, usufruto, etc., não tem importância aqui.
Impuras ou não típica: 
Ação petitótia:
Imissão de posse não é uma ação possessória porque a pessoa não tem a posse, e esse é imprescindível para a ação possessória.
II. AÇÕES DE “FORÇA NOVA” E DE “FORÇA VELHA”
Força nova: proposta dentro de 1 ano e 1 dia, contados da data do esbulho ou da turbação foi proposta a ação. Passado esse prazo, será uma ação de força velha, mas não muda o caráter possessório, continua sendo uma ação pura.
· artigo 1.224, CC: se conta a partir de quando se teve notícia do acontecimento. Só se considera perdida quando, tendo notícia, se abstém de retomar a coisa ou tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
III. REGRAS GERAIS APLICADAS A TODAS AS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Se aplicam para as ações possessórias puras, sendo de força nova ou de força velha. Só altera o procedimento para as ações de força nova (procedimento especial), as de força velha serão pelo procedimento comum.
1. LEGITIMIDADE PARA PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
Quem pode pedir essa proteção possessória.
Tanto o possuidor direto (poder físico), quanto o indireto (aquele que não tem o poder físico sobre a coisa – cedeu temporariamente para o possuidor direto -, mas tem posse).
-> artigo 73, CPC: deve haver participação do cônjuge.
2. CITAÇÕES
Às vezes, quem figura no polo passivo é um grande número de pessoas - ocupações por grande número de pessoas – e o autor nem sabe quem são essas pessoas, coloca “contra ocupantes do lugar X”, “réu desconhecido”. Como se faz a citação dessas pessoas?
-> artigo 554, §1º a 3º CPC: regras para a citação de quando forem muitas pessoas
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por editalos que não forem encontrados.
§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios.
3. FUNGIBILIDADE
Não se impede que, relatada uma moléstia, se verifique que se trata de outra. O juiz deve verificar se há uma moléstia na posse e se estiver, deve dar a proteção possessória adequada, mesmo que o pedido seja específico, se o juiz verificar todos os requisitos para outra moléstia, deverá dar a proteção correspondente.
Às vezes, no curso do processo, a situação fática pode se alterar. Por exemplo, o juiz deu manutenção de posse para a turbação que vinha sofrendo e, no curso do processo, se tornou esbulho. O fato de o juiz dar a proteção possessória adequada ao caso concreto, mesmo que não tenha sido objeto da petição inicial, não estará agindo extra petita.
4. NATUREZA DÚPLICE
Quando não é dúplice, a tutela jurisdicional/bem da vida será dado para o autor (pedido mediato e imediato). O réu quando se defende, só tem direito a tutela jurisdicional, não pode pedir um bem da vida, só irá afastar a alegação do autor, se quiser indenização, deve pedir em outra ação.
A natureza dúplice se dá quando tanto o autor quanto o réu pode se beneficiar – quem tem a melhor posse.
Negada a posse ao autor, ela se reconhece a favor do réu.
-> artigo 556, CPC
Revelia não induz, necessariamente, a procedência do pedido – o juiz pode julgar improcedente o pedido do autor, mesmo quando o réu é revel. Se o juiz negar procedência ao pedido do autor, significa que está reconhecendo a posse a favor do réu.
Se o réu quer pedir indenização se se achar ofendido pelo autor, deverá falar expressamente que é ele quem está sendo ofendido e deverá ser indenizado
5. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
-> artigo 555: pode cumular o pedido possessório com um pedido indenizatório, não descaracteriza a natureza possessória dessa ação, quando forem decorrentes do principal.
CONTINUAÇÃO – AÇÕES POSSESSÓRIAS – 14/05
6. EXCEÇÃO DE DOMÍNIO
Uma ação possessória é pura quando seu fundamento é a posse e o seu pedido é a proteção da posse. O fundamento da proteção possessória é a posse e o pedido é a proteção à moléstia a posse.
O domínio não pode influenciar na demanda possessória – não seria razoável, obviamente o proprietário sempre seria vencedor da demanda. 
-> artigo 557, CPC: a questão referente a propriedade somente pode ser interposta no término da ação possessória.
Juízo possessório e juízo petitório não se confundem -> o julgamento da posse favoravelmente a um ou outro não faz coisa julgada com relação ao domínio, ainda que a posse seja com base nele disputada.
Súmula 487 STF – se aplica nas ações reivindicatórias e não nas possessórias. Nas possessórias, há casos em que o domínio só tem relevância quando é conflitante e duvidosa a posse de ambas as partes – será deferida a favor daquele que tem a propriedade/domínio (caráter excepcional).
A exceção de domínio é permitida na ação petitória (reivindicatória) – recuperação da posse fundada no domínio.
7. CAUÇÃO
Se aplicam a todas as ações possessórias.
Pode ser exigida pelo réu quando o autor tiver sido provisoriamente mantido ou reintegrado na posse. O juiz irá resguardar o réu de um dano.
· artigo 559, CPC
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Pode se dar a qualquer tempo e, se o juiz acolher na alegação do réu, irá dar um prazo para o autor prestar essa caução e se não for prestada, irá nomear um depositário – o autor pode até ficar com a coisa, mas não na qualidade de possuidor mas sim de depositário. Ou então irá determinar que a coisa seja depositada na mão de uma outra pessoa.
IV. PROCEDIMENTO ESPECIAL DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Se aplica para as ações de força nova (propostas dentro de 1 ano e 1 dia).
1. MANUTENÇÃO E REINTEGRAÇÃO
Manutenção: basta o incômodo ao usufruto da posse – turbação.
Reintegração: deve ter ocorrido a perda da posse – esbulho.
A) propositura
O procedimento é o mesmo. Começa com uma petição inicial, excluindo-se o requisito da audiência de conciliação (artigo 319).
-> artigo 561 CPC: incumbe ao autor provar a posse, a turbação ou o esbulho, a data e a continuação da posse embora turbada (no caso da manutenção) ou a perda da posse (reintegração). Não basta que se descreva a coisa possuída, deve provar que tinha a posse e perdeu/está sendo perturbado. Exige-se prova liminar desses fatos (não quer dizer prova pré-constituída) – não há obrigatoriedade de ser prova documental; se não for possível, pode ser prova produzida por meio de justificação.
B) justificação
É designada uma audiência para que o autor/réu vá, seja ouvido, leve testemunhas etc. Não é confundida com a audiência de instrução. A justificação é uma audiência que será marcada na hipótese de o autor não ter conseguido a prova documental dos requisitos do art. 561. O réu será citado para comparecer a essa audiência. Ele não tem uma atitude totalmente passiva. Nessa audiência, o réu não tem que levar a contestação. Ele irá para acompanhar a oitiva de testemunhas/prova oral. O réu não tem direito de arrolar testemunhas, ele será citado para comparecer – ele poderá contraditar, fazer perguntas para a testemunha... mas ainda não estará correndo o prazo para ele contestar.
C) liminar
Estando devidamente instruída a petição, o juiz poderá deferir a liminar, na forma do art. 562. Se não estiver devidamente instruída com documentos, o juiz determina que o autor justifique previamente o alegado, mas vai citar o réu para comparecer a audiência de justificação.
obs: se a ação foi proposta contra uma pessoa jurídica de direito público, não vai ser deferida a manutenção/reintegração liminar sem que haja prévia audiência da PJ. Não cabe contra PJ de Dto. Públ. a concessão de liminar com ou sem justificação prévia. Contra ela, deverá se garantir o contraditório, ouvir os representantes judiciais e aí sim é que poderá ser deferida uma tutela provisória da posse – não será liminar porque já houve o contraditório.
A liminar pose se dar em dois momentos:
1. quando a PI estiver devidamente instruída com documentos.
2. se não estiver, após a justificação – não quer dizer que vai ser concedida imediatamente após, pode ser um pouco depois (juiz pode analisar). Mas ainda assim será liminar porque não houve contraditório (não vai ouvir a defesa do réu na justificação). Se considerar que foi devidamente justificado/provado pelo autor, irá determinar a expedição de mandado de manutenção ou reintegração.
D) prosseguimento
Após a liminar (com ou sem a concessão), o autor tem que promover a citação do réu – pagar custas, fornecer endereço para que seja citado... – se houve justificação, o réu já foi citado, então o prazo para a resposta começará a contar de forma diferente (15 dias).
Se a concessão da manutenção/reintegração de posse for liminar e sem justificação, o réu é citado para contestar no prazo de 15 dias contados da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido.
Se foi determinada a justificação prévia, o réu não vai ser citado para contestar porque ele já foi citado; será intimado para contestar. Essa intimação para contestar começa a contar a partir da intimação da decisão que deferiu ou não a medida liminar - §único, artigo 564. Se a decisão foi dada ao término da audiência de justificação, iniciará o prazo no dia seguinte. Se o juiz não decidiu no término da audiência, o prazo começará a contar quando for intimado da decisão que deferiu ou não a liminar.
E) julgamento
A partir daí, o procedimento passa a ser “comum”. O procedimento é especial por conta da possibilidadede concessão liminar da reintegração ou da manutenção – para a concessão liminar não há necessidade de se provar nada além da posse e a data do esbulho/turbação (força nova). 
Quando se tratar de ação de força velha (após 1 ano e 1 dia) – procedimento comum – o juiz pode, ainda assim, conceder liminar/tutela provisória da posse, mas não basta ao autor a prova da posse e da moléstia à posse, terá de provar a urgência (requisitos do artigo 300 do CPC).
A especialidade do rito permite que as ações de força nova tenham a concessão dessa tutela provisória da posse concedida liminarmente, apenas com a prova da posse e da ameaça.
A amplitude da cognição do juiz nas ações de manutenção e reintegração tem relação com as questões que podem ser debatidas – não é possível debater questão relacionada à propriedade – portanto, a matéria fica limitada ao conflito possessório. A cognição nesse tipo de procedimento é limitada ou parcial, quanto ao aspecto horizontal.
F) litígio coletivo pela posse de imóvel 
-> artigo 565, CPC
Quanto se tratar de litígio coletivo pela posse de imóvel, e quanto a moléstia tiver ocorrido a mais de 1 ano e 1 dia (força velha), o juiz não pode apreciar esse pedido de tutela provisória antes de designar uma audiência de mediação.
Essa audiência de mediação tem que ser realizada até um prazo de 30 dias e possui algumas peculiaridades:
Além de ser designada num prazo de 30 dias, o MP será intimado a comparecer a essa audiência e quando envolver pessoas que sejam beneficiárias da justiça gratuita, a defensoria pública também será intimada; o juiz pode comparecer a área objeto do litígio para entender melhor a situação; §4º: os órgãos responsáveis pela política agrária e urbana do ente em que se situa a área objeto do litígio, eles podem ser intimados para essa audiência a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de uma possibilidade de solução para o conflito possessório.
-> documentário – derrubaram o pinheirinho – caso emblemático
-> TEXTO - moodle
3. INTERDITO PROIBITÓRIO
O procedimento é, basicamente, igual ao da ação possessória – manutenção/reintegração – pode ter liminar, justificação prévia, mas tem uma diferença porque as outras são ações que visam obter uma tutela repressiva da posse, enquanto a ação de interdito proibitório é uma ação que visa evitar que a posse seja molestada, quando houver fundado receio de moléstia.
É uma ação de caráter nitidamente preventivo e mandamental.
É um remédio conferido àquele que tem receio do esbulho/turbação iminentes, e tem por objetivo impedir a agressão à sua posse. O autor do interdito proibitório pretende obter uma ordem para que o réu não cometa o esbulho ou a turbação.
Na inicial, se conseguir provar sua posse e o justo receio, o juiz pode deferir a liminar. Se não conseguir provar, ele também pode justificar.
Prestação de fazer negativa -> réu se abster de molestar a posse do autor sob pena de incorrer em multa pecuniária.
· artigo 557, CPC
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
19/05
Respostas trabalho sobre ações possessórias – 19/05
Ana é usufrutuária de uma chácara localizada em Campo Largo – PR. Após uma estada de 15 meses fora do país – a qual aconteceu dias após ter concluído, ela mesma, uma pequena reforma nessa área rural - dirigiu-se ao imóvel no dia seguinte ao seu retorno ao Brasil, ocasião em que verificou que o bem fora invadido por Bruno. Ao tentar recuperar a posse do terreno, Ana foi violentamente repelida. Ana ajuizou, cerca de 60 dias depois, uma ação de reintegração de posse em face de Bruno, afirmando ter sofrido esbulho em razão da invasão furtiva dele, que clandestinamente se instalou no local. Foi ordenada a justificação prévia, ocasião em que foram prestados esclarecimentos por Ana, bem como ouvida uma testemunha levada por ela. O réu estava presente e, através de seu advogado, que pediu a palavra e foi atendido, se insurgiu por não lhe ter sido dada a oportunidade de igualmente ouvir testemunhas. Ainda, observou que, quando da propositura da ação, Bruno completava 15 meses de posse do imóvel, de modo que não seria cabível a antecipação da tutela. Por cautela, pediu que, caso não fosse esse o entendimento do juiz, que a reintegração provisória da posse somente fosse levada a efeito mediante caução a ser prestada pela autora. Por fim, apresentou contestação, antecipando-se ao prazo legal, afirmando ser o proprietário do imóvel, tendo em vista tê-lo adquirido do proprietário Carlos, apresentando contrato de compra e venda firmado entre eles. Pediu o reconhecimento do domínio e a proteção de sua posse. Com base nesse caso hipotético, responda se têm cabimento as alegações do réu, justificando uma a uma, e se seria possível deferir a tutela provisória da posse à Ana.
Sobre não lhe ter sido dada a oportunidade de igualmente ouvir testemunhas: nessa audiência, o réu não tem contestar. Ele irá para acompanhar a oitiva de testemunhas e acompanhar a prova oral. Ele não tem direito de arrolar testemunhas, será citado apenas para comparecer – poderá contraditar e fazer perguntas para a testemunha.
Bruno completava 15 meses de posse do imóvel, não sendo cabível a antecipação da tutela: conforme o artigo 1.224 do CC, o prazo se conta a partir de quando se teve notícia do acontecimento. Só se considera perdida quando, tendo notícia, se abstém de retomar a coisa ou tentando recuperá-la, é violentamente repelido (é de força nova).
Caso não fosse esse o entendimento do juiz, a reintegração provisória da posse somente fosse levada a efeito mediante caução a ser prestada pela autora: não tem cabimento, porque não é uma condição para que seja deferida a tutela provisória, poderia ser prestada depois ao réu, se ele comprovasse a idoneidade financeira da autora se ela sucumbisse.
Contestação afirmando ser o proprietário do imóvel, tendo em vista tê-lo adquirido do proprietário Carlos, apresentando contrato de compra e venda firmado entre eles: não há que se discutir o domínio, só a posse. Ana só poderia ter perdido a posse pelos meios cabíveis.
Portanto, sim, seria possível deferir a tutela provisória da posse à Ana, considerando que a posse restou devidamente justificada e provada por ela.
Ivan é possuidor de uma chácara localizada em Almirante Tamandaré – PR. Após um longo cruzeiro pelo Oceano Pacífico, Ivan retorna de viagem e se depara com um sujeito chamado Vicente residindo em sua chácara. Após consultar um advogado, Ivan propõe ação possessória em face de Vicente. O que Ivan desconhecia era que Vicente, em verdade, estava morando na chácara de Ivan a pedido de Isabelle, que havia tomado posse do imóvel e se apresentado a Vicente como se fosse a dona, tendo contratado ele para cuidar da chácara como caseiro. Na ação possessória, foi ordenada a justificação prévia para o dia 07/02/2020 e, para essa audiência, Vicente compareceu, mas sem constituir advogado. No dia seguinte à audiência, o juiz deferiu a liminar de reintegração de posse. Pergunta-se: A) Pode Vicente ser considerado revel, diante de seu comparecimento em audiência de justificação sem advogado?  B) Quando tem início o prazo para Vicente contestar e o que deve ele alegar na contestação?
A) Não, porque Vicente comparecerá para acompanhar a audiência, não para exercer sua defesa. Ainda não estará correndo o prazo para ele contestar. O prazo para contestar só começa a contar quando for intimado da concessão ou não na audiência de justificação.
B) O prazo para Vicente contestar se iniciará quando for intimado pessoalmente (porque está sem advogado) da decisão que deferiu a liminar, conforme o §único do artigo 564, o prazo começará a contar da juntada do AR aos autos. Ele deverá invocar os artigos 338 e 339 na contestação.
Patricia, solteira, residente e domiciliadaem Curitiba, é possuidora de um sítio situado em Irati e, em um final de semana, nota que a cerca de arame que faz divisa com o sítio de seu vizinho Lucas, casado em comunhão parcial de bens, foi deslocada cinco metros para dentro de seu terreno, reduzindo sua área. Prontamente, Patricia providencia o deslocamento da cerca para a sua posição originária. Um mês depois, o vizinho Lucas, residente e domiciliado em Guarapuava, desloca a cerca de lugar novamente, para usar aquela faixa de terra para passagem de seu gado e, ao final do mesmo dia, providencia o deslocamento da cerca para sua posição originária. Passado mais um mês, Lucas repete a sua mesma conduta do mês anterior, providenciando, ao final do dia, o deslocamento da cerca para sua posição originária. Três meses se passam após essa última conduta de Lucas, quando ele, aproveitando que Patricia está indo poucas vezes ao sítio, avisa ao funcionário de Patricia que irá passar a deslocar, novamente, a cerca, mantendo-a nessa posição pelo período de seis meses, para que possa usar aquela faixa de terra para passagem de suas novas cabeças de gado, adquiridas recentemente em um leilão. Como advogado de Patricia, responda e justifique suas respostas: A) qual a ação judicial cabível? B) qual o foro competente para apreciar a matéria? C) se Patricia propuser a ação em foro incorreto e Lucas nada alegar em contestação, prorroga-se a competência? D) há necessidade de formação de litisconsórcio passivo entre Lucas e sua esposa?
A) A ação cabível é o interdito proibitório – porque ele parou de cometer a turbação, ficou 3 meses sem fazer nada mas avisa que vai voltar a cometer, uma moléstia à posse. Precisa de uma ordem para que ele não faça, existe uma ameaça de que Lucas cometa uma moléstia à posse.
B) O foro competente para apreciar é o foro do local do imóvel, Irati, conforme o artigo 47, §2º do CPC.
C) Não se prorroga a competência. Como a competência é absoluta, não se admite que a demanda tenha andamento em outro foro.
D) Embora seja casado, foi apenas um deles que avisou ao autor o que iria fazer. Só haveria a obrigatoriedade da participação de ambos, quando o ato for praticado pelos dois, conforme o § 2º do artigo 73, CPC.
Caio, domiciliado em Curitiba, adquiriu, há dez anos, um terreno com 30.000 m² na mesma cidade, que tem valor venal de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Nesse período, o imóvel foi alugado três vezes, mas há sete meses a última locação foi desfeita e o imóvel foi devolvido a Caio, encontrando-se desocupado desde então. Há cerca de dez dias, um vizinho do imóvel telefonou para Caio, informando que o terreno foi parcialmente invadido por Gabriela, que ali construiu um campo de futebol, um vestiário e um pequeno bar, ocupando aproximadamente 3.000 m². Convencido de que o imóvel pertence à Prefeitura, Gabriela se recusa a desocupá-lo. Com base em tal situação, responda: A) qual medida judicial pertinente a ser adotada por Caio, visando à desocupação do imóvel? B) qual valor deve ser atribuído à causa? Fundamente.
A) A medida judicial pertinente a ser adotada por Caio deverá ser a ação de reintegração de posse, tendo em vista que ocorreu o esbulho e Caio não pode exercer sua posse.
B) Será o valor da área esbulhada - no caso, considerando a área em que foi perdida e ocupada por Gabriela, de 3.000 m² (10% da área, portanto equivale a R$100.000,00).
Embargos de terceiro e oposição – 21/05
Remédio processual colocado à disposição daquela pessoa que, apesar de não fazer parte do processo, acaba sofrendo uma constrição ou ameaça de constrição de um bem que é seu.
Processo -> determinação de constrição judicial sobre um bem de uma pessoa que não é parte desse processo.
Afeta quem não é parte no processo e não poderia sofrer os efeitos da constrição. 
Para eliminar essa constrição sobre o bem, o terceiro propõe essa ação autônoma, de jurisdição contenciosa e de procedimento especial – embargos de terceiro – objeto é a exclusão dos efeitos de uma decisão judicial em relação ao bem ou a aos bens constritos, porém, a decisão que exclui essa constrição, não afeta o direito discutido na ação.
Alguns autores afirmam que se trata de uma mera intervenção de terceiro no processo – a intervenções de terceiro no CPC tratam de intervenções dentro de um processo já existente – já existe um processo em trâmite e o terceiro, de forma voluntária, passa a atuar dentro do processo – chamado ao processo, amicus curiae... – mas nesse caso não se trata de uma mera atuação de um terceiro num processo já existente, ao contrário, é uma nova ação, com a finalidade de promover a proteção da posse ou da propriedade daquele que não tendo sido parte no feito, teve um bem seu constrito por um ato judicial. Há casos em que se sabe que um terceiro pode vir a ter uma constrição determinada judicialmente de forma legítima, mas pode acontecer de um terceiro totalmente estranho ao processo, sem qualquer responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, vir a ser afetado pela constrição judicial de um bem ou direito seu. Nesse caso, entra o remédio jurídico dos embargos de terceiro, onde o terceiro vira obter o desfazimento ou a inibição dessa constrição, na forma dos artigos 674 e ss do CPC.
Serve tanto para terceiro que for proprietário do bem constrito, como para o possuidor (está se defendendo de uma turbação ou esbulho na posse de seu bem, em consequência de um litígio que lhe é estranho.
Embargos de terceiro (pelo possuidor) é diferente das ações possessórias – nas possessórias, decorre de um ato de um particular/administração, já nos embargos de terceiro, a violação da posse terceiro, a violação da posse ocorre sempre de um ato judicial.
O que se tem em vista não é o direito discutido pelas partes na ação, mas sim o ato estatal daquele litígio que indevidamente constringiu bem de quem não era parte no feito. O direito do autor e do réu continuam sendo exercidos normalmente.
Fundamento jurídico – apenas as partes estão sujeitas aos efeitos diretos das decisões judiciais.
Os Embargos de Terceiros são cabíveis sempre que houver um ato judicial de constrição de bem ou direito, podendo isso ocorrer em um processo de conhecimento ou de execução. 
O CPC antigo trazia um rol exemplificativo que não foi recepcionado pelo novo CPC.
- penhora, arresto, sequestro, alienação judicial, arrolamento, inventário, partilha, busca e apreensão, entre outros.
Nessa ação, não se invalida ou desconstitui a sentença proferida em processo alheio – apenas impede que a sua eficácia venha a atingir o patrimônio de quem não foi parte daquela relação processual.
LEGITIMIDADE
Terceiro -> toda e qualquer pessoa que esteja fora da relação material de processo e que não peticione ou em face da qual seja peticionado.
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. 
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. 
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: 
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; (súmula 134 do STJ)
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; 
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; (artigos 133 e ss CPC – permite que os sócios e a sociedade possam, antes de ter seus bens constritos, possam ser citados, se defenderem, produzirem provas... para somente depois ter uma decisão que recaia sobre seus bens)
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. (A defesa do embargado está restrita ao que prevê o artigo 680 –inexigibilidade da garantia).
· Legitimidade ativa: §2º
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
Em se tratando de penhora de bem indivisível, os embargos de terceiro não são necessários, passa a haver uma proteção expressa ao recebimento da quota sobre o bem e não mais ao bem. Esse cônjuge sempre tem direito de preferência sobre o bem – caso não tenha interesse, tem resguardado seu direito ao produto da venda do bem.
Substituto processual: litiga em nome próprio na defesa de direito alheio, então se um bem seu vier a ser atingido por constrição judicial, poderá opor E.T.
Assistente simples: está presente no feito mas se limita a defender direito apenas do assistido.
Cônjuge – artigo 674 – ressalvado o disposto no 843 (o cônjuge não pode apresentar embargos)
Promissário comprador – se o bem não for registrado em nome de quem comprou o bem, continua no nome do vendedor. Se, em alguma ação, em face desse vendedor, este bem vier a ser constrito, o comprador (possuidor) pode opor E.T.
Súmula 84 STJ: é admissível a oposição de embargos de terceiro fundado em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.
A boa-fé é presumida. 
· Legitimidade passiva: todos os que, no processo originário, tem interesse nos efeitos da medida impugnada. 
Art. 677. 
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial. Pode tanto ser o autor, quanto o autor e o réu. Se o réu da outra ação indicou o imóvel do terceiro, tanto ele quanto o autor irão ser réus nos embargos. Se o réu fala que o imóvel do terceiro é do terceiro e não mais seu, irá apenas o autor da outra ação para o polo passivo dos embargos. 
Na execução, os atos executivos são de interesse do credor, então ele deve ser parte passiva em eventuais E.T. Mas pode acontecer de nessa mesma execução, o ato de constrição se dar por indicação do próprio devedor – ambos devem figurar no polo passivo.
JUÍZO COMPETENTE
Por se tratar de uma nova ação/relação processual, não se trata de uma mera interferência de um terceiro prejudicado num processo que já existe.
Existe um certo vínculo de acessoriedade entre o E.T e o processo de onde veio a constrição sobre os bens do terceiro no processo.
A competência segue a mesma do juízo em que foi ordenado o ato constritivo – distribuído por dependência.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado. 
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta (nesses casos serão opostos perante o juízo deprecante). 
PRAZOS
O ato judicial de constrição de bem/direito que leva a oposição de E.T pode ocorrer tanto em processo de conhecimento, como de execução. A partir da ameaça de constrição judicial o terceiro já pode oferecer embargos preventivos.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
O prazo é fatal e se conta a partir da assinatura do auto ou da sentença concessiva. Se, por qualquer motivo a carta tiver sido expedida de forma antecipada, dá-se o abreviamento do prazo – sempre antes da assinatura da carta.
Se ultrapassado o prazo máximo de utilização dos embargos, o terceiro sempre poderá se utilizar das vias ordinárias para reivindicar um bem constrito judicialmente. Não significa que, passado o prazo de 5 dias, perdeu o bem. Não modifica o direito material do terceiro. Em tese, não poderá mais se valer dessa via especial.
Terceiro não foi intimado e desconhecia totalmente a existência de constrição sobre o bem – a doutrina sustenta que os E.T poderiam ser opostos a partir da data em que tomasse conhecimento da constrição.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.
Art. 792
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
PROCEDIMENTO 
Apresentados através de petição inicial.
I. Inicial – cognição sumária – se antecipam os efeitos da tutela desejada. Se o juiz considerar suficientemente comprovada a posse desse terceiro (autor) com ou sem audiência preliminar, ele vai determinar a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos.
Vai ordenar a expedição de mandado de manutenção ou de restituição se for o caso.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 
§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 
O valor da causa é o valor do bem que se pretende desvincular do ato constritivo. 
II. Liminar: 
O juiz tem que se convencer da posse ou da propriedade do terceiro – tanto através de documentos quanto por oitiva de partes, testemunhas na audiência chamada de preliminar. 
O juiz pode exigir caução para assegurar a restituição dos bens com seus respectivos rendimentos, na hipótese final de improcedência do pedido do terceiro.
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. 
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. 
Se o juiz não se convencer com as provas, designará audiência preliminar para o autor comprovar o alegado – prova oral, testemunha – e se o juiz se convencer, defere a liminar determinando a suspensão dos atos constritivos, determinando a citação do réu e o feito prossegue pelo procedimento comum.
Se o juiz indeferir a liminar, de qualquer forma o réu vai ser citado para contestar e o feito prossegue pelo procedimento comum -> também pode acontecer mesmo que o autor apresente a p.i e o juiz designe audiência preliminar (o juiz não se convence). Sempre que indeferir, o autor pode interpor recurso de agravo de instrumento.
III. Citação: pode acontecer antes ou depois dessa audiência. 
Concedida ou não essa liminar nos embargos de terceiro, haverá a citação do réu – não será, via de regra, pessoal.
Art. 677. 
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal. 
Via de regra será intimado na pessoa do advogado. 
IV. Prosseguimento: os embargos seguem no procedimento comum. 
Prazo para contestação: 15 dias – artigo 679 CPC – após esse prazo, com ou sem contestação, o procedimento segue o procedimento comum – terá réplica, especificação de provas, saneamento, produção de provas... até que venha sentença acolhendo ou rejeitando os embargos.
V. Sentença: o juiz pode acolher ou rejeitar os embargos. A natureza dessa decisão é DECLARATÓRIA, as vezes pode ter uma cara mandamental ou executiva. 
Acolhidos os embargos, o ato de constrição judicial indevida será cancelado. Mas deve se observar que mesmo que seja procedente, na fixação dos honorários dessa sentença, nem sempre se aplica o principio da sucumbência (o vencido paga ao vencedor as custas e os honorários). Há casos em que se aplicao principio da causalidade (quem deu causa a constrição indevida, é que deve arcar com os honorários, mesmo que vencedor da demanda).
Súmula 303 STJ: Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar
Se aplica ao caso do promissário comprador -> o imóvel foi constrito porque o embargante não registrou, então se ele tivesse registrado, estaria no nome dele (não seria constrito indevidamente). Ele opõe o E.T e se forem julgados procedentes, quem vai arcar com os encargos sucumbenciais será ele mesmo (ele que deu causa a propositura dos embargos).
Possibilidade de se manter penhora que recaiu sobre um bem alienado fraudulentamente pelo devedor insolvente – fraude contra credores nos próprios embargos? Não – fraude contra credores e fraude contra a execução não podem ser confundidas. Fraude contra o credor -> devedor se desfaz de todos seus bens, não reservando nenhum para a satisfação de suas obrigações. Depende de ação própria, não pode ser reconhecida nos e.t. Ação pauleana.
Súmula 195 STJ
Se esse desfazimento de bens ocorre quando já existe uma ação fundada em direito real ou se há uma demanda contra esse devedor capaz de reduzi-lo a insolvência, então há fraude de execução – essa pode ser reconhecida em e.t.
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante. 
AÇÃO DE OPOSIÇÃO 
Não se confunde com embargos de terceiro.
Era tratada no CP de 73 como uma espécie de intervenção de terceiros, na qual, por sua iniciativa, o terceiro postulava, em nome próprio, em todo ou em parte o objeto litigioso entre o autor e o réu.
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
Há um processo entre A e B. Nesse processo, discutem um bem ou direito. C, terceiro, entende que esse bem disputado por A e B é seu (C). Ele opõe essa ação chamada oposição para pleitear exatamente o bem ou direito controvertido pelas partes. Se opõe contra a pretensão do autor e do réu (A e B). Pretende excluir a pretensão dos dois, fazendo prevalecer o seu interesse.
Uma pessoa propõe uma ação conexa a uma outra que já existe e pretende demonstrar que nessa ação que já existe nem autor nem réu tem razão, mas sim ela própria.
O prazo para propor tal ação é até a sentença da outra ação. Assim, as partes da outra ação serão do polo passivo na ação de oposição. O terceiro não ingressa no processo para pleitear o bem ou direito controvertido entre autor e réu, ele ingressa com um novo processo contra eles.
REQUISITOS 
O primeiro requisito é que exista um processo pendente (que já foi instaurado) em que se discuta sobre a coisa ou direito de interesse do oponente.
Segundo, é necessário que esse processo esteja em curso e que ainda não tenha recebido sentença -> se houver sentença declarando que o direito é do autor ou do réu, essa pessoa que pretende retomar ou discutir o bem, não precisa apresentar oposição contra ambos, basta que ajuíze uma ação diretamente contra o vencedor dessa ação.
Terceiro, é necessário que esse oponente se afirme ser titular de uma relação jurídica em face da coisa/direito que controvertem as partes, incompatível com a relação jurídica que existe e é objeto do primeiro processo.
Essa oposição é uma outra/nova ação. Deve ser apresentada por petição inicial (requisitos 319, não pode conter nenhuma causa de indeferimento do 330).
LEGITIMIDADE
· Polo passivo: necessários – autor e réu da demanda já ajuizada. 
REQUERIMENTO 
Vai ser distribuído por dependência, e tramita em apenso aos autos do primeiro processo porque ela prejudica o andamento da outra. Recebida a inicial, os opostos serão citados nas pessoas de seus respectivos advogados (art. 683, CPC) para apresentarem resposta no prazo de 15 dias {caso não tenha advogado constituído, será citado pessoalmente} — se forem autos físicos o prazo será em dobro {réus diferentes com advogados diferentes}. 
Pode acontecer de quando essa oposição ser apresentada, a ação já ajuizada, estar em uma fase já adiantada e então, nesse caso, será suspensa (em regra). A não ser que o juiz entenda que não é o caso de suspender.
JULGAMENTO DAS AÇÕES 
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. 
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. 
{Como que funciona: suspende o processo instaurado antes para que o novo processo alcance (chegue no mesmo momento processual)}. 
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar. 
Julga a oposição em primeiro lugar – se a oposição for procedente, prejudicará o direito da ação – aqui está a diferença entre oposição e embargos de terceiro: a procedência dos E.T. não afeta o direito discutido na ação de onde se originou a decisão que gerou constrição indevida no terceiro – o terceiro não pretende atacar o direito das partes na ação, ele quer ver liberado da constrição que considera indevida um bem que considera que é seu.
Na oposição, ele está discutindo o mesmo direito que as partes – o direito que ele tem pode vir a prejudicar o direito que está sendo discutido na ação. 
DEPOIS DA SENTENÇA 
O entendimento majoritário é de que não caberia oposição depois do proferimento da sentença, mas o terceiro antes do transito em julgado da decisão poderia entrar com recurso de terceiro prejudicado. Mas, como o transito em julgado não atinge o terceiro, ele poderá entrar com nova ação contra a pessoa que ficou com o direito ou o bem {não será mais oposição pois não há mais pretensão de ambos}.
INVENTÁRIO – 26/05
No momento da morte, se abre a sucessão hereditária e que se transmitem os bens para os herdeiros – deverá ser apurado quais os bens e quem ficará com eles no momento da partilha. O inventário serve exatamente para uma descrição detalhada dos bens do de cujus, totalidade dos bens, dívidas e saldar as dívidas existentes deixadas por ele e por fim, partilhar o patrimônio deixado por ele entre os herdeiros.
CPC: procedimento de jurisdição contenciosa.
· Extrajudicial – artigo 610 do CPC – pode ser feito em tabelionato (escritura pública) desde que todos sejam maiores e capazes e que estejam de acordo com os termos da partilha. É necessário que todos estejam representadas por seu advogado. É uma faculdade aos herdeiros – podem preferir a via judicial. Se houver testamento ou herdeiro incapaz, o inventário e a partilha deverão ser necessariamente judicial.
· Não necessidade de inventário – recebimento de alguns valores referentes ao FGTS e ao PIS/PASEP não recebidos em vida pelo de cujus. Restituições referentes ao IR e demais tributos, saldos em cadernetas de poupança. -> artigo 666, CPC.
· Inventário negativo – não está prevista pelo CPC – facilita para situações em que não há bens a serem partilhados e prova o óbito. Ex: viúvo(a) que tiver filho do cônjuge pretender se casar. -> artigo 1.523, I, CC: esse inventário serviria apenas para provar que não há bens.
Prazos
Abertura: 2 meses contados da abertura da sucessão (falecimento). Se descumpridos, os interessados ficam sujeitos a uma multa instituída por lei estadual.
Uma vez aberto o inventário, deverá sem encerrado no prazo de 12 meses – quase nunca é cumprido.
Procedimento de cognição limitada – no inventário, o juiz resolve todas as questões de direito e de fato que são provadas por documento e que possam surgir ao longo do procedimento. Mas quando existem matérias que dependem de prova de natureza diversada documental (matérias de alta indagação – depende de prova pericial ou oral), essas não podem ser resolvidas no próprio procedimento do inventário – limitação quanto a prova a ser produzida -> ex. artigo 627, 628, 641, 643 do CPC.
Competência – artigo 23 CPC. Exclusiva da autoridade judiciária brasileira o inventário/partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
Artigo 48, CPC: regra de competência relativa, pode ser prorrogada e modificada pelas partes. Deve ser proposto no foro de domicílio do autor da herança (último local em que residia), se não possuía domicílio certo/estrangeiro, será o foro de situação dos bens imóveis, se não tinha bens imóveis, no foro do local de qualquer dos bens móveis.
Artigo 1.785, CC.
Legitimidade – artigo 615, CPC: pessoa que estiver na posse e na administração do espólio na época da sucessão. Em regra, será o cônjuge ou um dos filhos do falecido. Mas tem legitimidade concorrente as pessoas indicadas no artigo 616 do CPC (essas, não estão sujeitas a aplicação de multa no caso de desrespeito ao prazo de 2 meses se não forem pessoas que estiverem na posse dos bens).
Administram e representam o espólio – artigos 613 e 614, CPC. Representam o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele. 
· Administrador provisório – administra a massa hereditária enquanto não for nomeado inventariante. Detém a posse dos bens do de cujus. Artigo 1.797, CC – quem são. Deve ter sua regularidade reconhecida e não tem livre disposição dos bens.
· Inventariante – nomeado após a abertura do inventário. Sua função é exercida dentro do processo a partir da sua nomeação e do momento em que presta seu compromisso. Artigo 617 – ordem para nomear o inventariante. Caso um deles não queira, passa para o próximo da ordem. Seus poderes duram até o julgamento da partilha e podem se estender além, caso depois da partilha sejam descobertos outros bens partilhados. Sua incumbência pode ou não depender de autorização judicial – as previstas no artigo 618 não dependem de prévia autorização, as do 619 dependem de autorização (são atos que implicam em disposição de bens e, portanto, devem contar com a anuência dos demais herdeiros.
Deve sempre prestar contas perante o juízo de seus atos, podendo ser removido se não prestar contas.
Remoção do inventariante – hipóteses no artigo 622 – não é exaustivo, a remoção pode ocorrer sempre que ficar caracterizado a negligência ou a malícia do inventariante. Para ele ser removido, deve-se observar o procedimento de remoção – artigos 623 a 625: 
1. requerimento da remoção com fundamento nas hipóteses do artigo 622;
2. o inventariante será intimado para se defender, podendo produzir provas;
3. com ou sem sua defesa/produção de provas, o inventariante pode ser removido – juiz irá decidir. Se remover, nomeia outro, seguindo a ordem do artigo 617. Se não remover, é porque não ficou demonstrado nenhuma das hipóteses do artigo 622.
O inventariante que for removido deve entregar imediatamente ao seu substituto os bens do espólio, caso deixe de fazê-lo – artigo 625: pode ser compelido, sem prejuízo de multa que o juiz pode fixar.
PROCEDIMENTO
1. Petição inicial – deve ser instruída com a certidão de óbito, não precisa já relacionar quais os bens a serem partilhados, basta informas que está se pedindo a abertura do inventário.
2. Quando o juiz recebe a PI, nomeia um inventariante seguindo a ordem de preferencia do artigo 617 do CPC.
3. Uma vez nomeado o inventariante, será lavrado o termo de compromisso deste – assinado em 5 dias da nomeação da intimação. Para que o advogado possa assinar esse termo de compromisso de inventariante ele tem que ter poderes expressos na procuração exatamente para esse fim. 
A pessoa que foi nomeada como inventariante pode recusar – se ela não assina o termo de compromisso, o juiz irá nomear outro, seguindo a ordem do 617 do CPC.
4. Compromissado o inventariante, ele tem 20 dias, contados da data em que prestou o compromisso, para apresentar as suas primeiras declarações – petição em que se descrevem os herdeiros, o patrimônio, dívidas, dá um esboço inicial da situação patrimonial do falecido (artigo 620). Feito isso, é expedido um termo de primeiras declarações – o inventariante deve assinar.
5. Citações e intimações – artigo 626 do CPC. 
6.Apenas quando forem concluídas todas as citações é que se abre vista às partes para que, no prazo comum de 15 dias, possam se manifestar sobre as primeiras declarações. Artigo 627, CPC.
Podem arguir erros, omissões, sonegações de bens, impugnar a ordem de indicação do inventariante etc. Regra da cognição -> as matérias alegadas devem depender apenas de prova documental para que o juiz conheça, se depender de prova pericial ou oral, não pode ser discutida no próprio inventário, a matéria tem que ser discutida em outra ação. §3º do artigo 627, CPC.
De qualquer decisão do juiz sobre essa manifestação a respeito das primeiras declarações, a parte, inconformada, pode interpor agravo de instrumento.
7. Herdeiro preterido – quando há uma pessoa que, dentro do processo, entende ter sido deixada de lado do rol de herdeiro – pode pedir sua admissão no inventário, desde que o faça antes da partilha. As partes serão ouvidas no prazo comum de 15 dias e o juiz decide – prova documental apenas. caso precise de outra prova, terá que ser discutida em ação própria e enquanto estiver se decidindo essa questão, o juiz manda reservar a parte do herdeiro excluído ate que se decida o litígio.
8. Colações – os herdeiros que receberam adiantamentos da legítima (donatários) tem a obrigação de trazer a colação aqueles bens que receberam antes do falecimento do de cujus. Valores ou bens que foram recebidos pelos herdeiros quando o de cujus era vivo. Eles tem a obrigação de levar ao processo informações a respeito desses bens e dizer quais os valores. Artigo 639, CPC. Serão considerados na partilha para restituir ou completar a sua parte na herança. Se estende ao herdeiro que renunciou a herança ou que foi excluído dela, na forma do artigo 640 do CPC.
As vezes quem faz essa colação e diz que houve um adiantamento da legítima não é a própria pessoa que a recebeu; se o herdeiro que recebeu disser que não recebeu, o juiz vai ouvi-lo a respeito disso e dizer se procede ou não, se tinha o dever de colação ou não. Se eventualmente exigir dilação probatória para essa questão, o juiz remete para as vias ordinárias e depois decide.
9. Sonegação – quando os bens do espólio são dolosamente ocultados para não se submeterem ao inventario. Pode ocorrer: herdeiro tinha que levar o bem para colação e não o faz, as vezes o inventariante de forma dolosa oculta. Se o sonegador era apenas herdeiro, ele perde o direito sucessório sobre o objeto sonegado – se ele não tem mais esse objeto, ele tem que pagar ao espolio o valor equivalente ao bem em perdas e danos. Se além de herdeiro, for inventariante – também perde o encargo de inventariante.
A questão da sonegação será decidida em autos apartados – ação de sonegados – a provocação dela cabe a qualquer herdeiro.
10. Impostos e avaliação – a Fazenda Pública tem vistas dos autos para informar o valor dos bens de raiz, para avaliar os bens na forma do artigo 629. Os bens que não são bens de raiz, serão avaliados pelo avaliador judicial ou em alguns casos perito (artigo 630 e ss). Quando as partes são todas capazes, se a FP concordar com o valor apresentado pelas partes, não precisa fazer avaliação (artigo 633). Feito isso, o juiz manda as partes se manifestarem sobre essa avaliação no prazo de 15 dias (artigo 635). As partes podem impugnar -> juiz deve decidir se julga procedente ou não e, se for o caso, manda para o perito para que retifique essa avaliação.
11. Últimas declarações – depois de tudo isso, o inventariante tem a oportunidade de emendar/aditar/corrigir as primeiras declarações. É o retrato final da situação patrimonial da partilha (artigo 636). As partes podem se manifestar sobre elas, no prazo

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