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Carmela Maria Polito Braga, DELT/EE-UFMG Hugo César Coelho Michel, DELT/EE-UFMG Aula 12 Conceitos básicos. Conceitos Básicos, Medidores de Vazão por Pressão Diferencial, por Área Variável, Força de Arrasto, Eletromagnéticos, Ultrassônicos, Mecânicos, Mássica e Medição de Vazão em Canais Abertos. MEDIÇÃO DE VAZÃO SUMÁRIO • Conceitos Básicos • Medidores de Vazão por Pressão Diferencial • Medidores de Vazão por Área Variável • Medidores de Vazão Eletromagnéticos • Medidores de Vazão Ultrassônicos • Medidores de Vazão Mecânicos • Medidores de Vazão Mássica • Medidores de Vazão em Canais Abertos 2 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG INTRODUÇÃO • Há mais de 4000 anos os romanos mediam a vazão de água dos seus aquedutos (movidos apenas por gravidade) para as edificações que a consumiam para controlar a distribuição e a alocação do recurso. • As vazões dos 11 aquedutos de Roma era em torno de 1 milhão de m3/dia. • A medição era feita por vertedouros, em canal aberto. • A China antiga também media a vazão de água salgada para controlar o fluxo nos vasos de salmoura usados para a produção de sal (condimento) • A medição de vazão provavelmente existe desde que o ser humano começou a manusear fluidos. 3 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG CONCEITOS BÁSICOS DEFINIÇÕES • Vazão ou fluxo: quantidade de fluido (líquido, gás ou vapor) que passa pela seção reta de um duto por unidade de tempo. • Transporte de fluidos: gasodutos e oleodutos. • Serviços públicos: abastecimento, saneamento. • Indústria em geral: controle de relação, batelada, balanços de massas, contribuindo para a qualidade e a otimização de controle de processos. • No nosso dia-a-dia: hidrômetro, bomba de gasolina, etc. • Vazão volumétrica: é a taxa de transferência de um fluido, tomada em unidades de volume no tempo. É a velocidade com que se transporta um volume. • A vazão que flui por um duto de área de seção transversal A faz com que uma partícula do fluido percorra uma distância h entre os pontos a e b deste duto num dado instante de tempo t. 4 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG t V Q Q – vazão volumétrica em m3/h ou outra unidade de volume dividido por tempo; V – volume escoado (m3); t – tempo decorrido (h). (1) CONCEITOS BÁSICOS DEFINIÇÕES • A velocidade v do escoamento é dada por: • Durante o tempo t de deslocamen-to de um partícula de fluido de a para b, considerando que o volume V do fluido que passou pelo ponto a preenche toda a parte do duto compreendida entre os pontos a e b e é dado por: 5 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG t h v (2) hAV (3) • Substituindo t e V de (2) e (3) em (1), obtém-se a relação entre vazão volumétrica e velocidade de escoamento para dutos totalmente preenchidos: vAQ (4) vQ A h a b CONCEITOS BÁSICOS DEFINIÇÕES • Vazão mássica: é a relação entre a massa escoada e o tempo que essa massa levou para escoar. • Como a massa específica ρ é a relação entre a massa m e o volume V, temos: • Substituindo (6) em (5), e lembrando a definição de vazão volumétrica da equação (1): 6 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG t m W W – vazão mássica em kg/h ou outra unidade de massa dividida por tempo; m – massa escoada (kg); t – tempo decorrido (h). (5) V m (6) t V W QW (7) (8) CONCEITOS BÁSICOS DEFINIÇÕES 7 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Método ou Dispositivo Sinal de Entrada Sinal de Saída Tubo de Pitot Velocidade pontual do local do fluido ou fluxo volumétrico Pressão diferencial Anemômetro (fio quente) Velocidade pontual do local do fluido Temperatura Eletromagnético Velocidade média do fluido Tensão elétrica Ultrassom Velocidade média do fluido Tempo ou frequência (Doppler) Placa de orifício Fluxo volumétrico Pressão diferencial Tubo de Venturi Fluxo volumétrico Pressão diferencial Bocal Fluxo volumétrico Pressão diferencial Turbina Fluxo volumétrico Ciclos ou revoluções Deslocamento positivo Fluxo volumétrico Ciclos ou revoluções Draga ou força de arrasto Fluxo volumétrico Força Área variável (rotâmetro) Fluxo volumétrico Deslocamento do elemento flutuante Vórtice Fluxo volumétrico Frequência Efeito Coriolis Massa média do fluxo Força Transporte térmico Massa média do fluxo Tempertura Tabela 1: Principais métodos utilizados em medidores de fluxo Fonte: Balbinot e Brusamarello, 2006 CONCEITOS BÁSICOS DEFINIÇÕES 8 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Tabela 2: Características básicas para seleção dos principais medidores de fluxo encontrados no mercado Fonte: Balbinot e Brusamarello, 2006 Medidor de fluxo Recomendado Principalmente para Perda de Pressão Erro Máximo (% do FE) Custo Relativo Placa de orifício Líquidos limpos Média ±2 a ±4 Baixo Tubo de Venturi Líquidos limpos, sujos e viscosos Baixa ±1 Médio Bocal Líquidos limpos e sujos Média ±1 a ±2 Médio Tubo de Pitot Líquidos limpos Baixa ±3 a ±5 Baixo Área variável (rotâmetro) Líquidos limpos, sujos e viscosos Média ±1 a ±10 Baixo Deslocamento positivo Líquidos limpos e viscosos Alta ±0,5 Médio Turbina Líquidos limpos e viscosos Alta ±0,25 Alto Vórtice Líquidos limpos e sujos Alta ±1 Alto Eletromagnéticos Líquidos condutivos limpos e sujos Nenhuma ±0,5 Alto Ultrassônico (efeito Doppler) Líquidos sujos e viscosos Nenhuma ±5 Alto Ultrassônico (tempo trânsito) Líquidos limpos e viscosos Nenhuma ±1 a ±5 Alto Efeito Coriolis (massa) Líquidos limpos, sujos e viscosos Baixa ±0,4 Alto Massa térmica Líquidos limpos, sujos e viscosos Baixa ±1 Alto Medidores de vazão Pressão Diferencial Medidores Lineares Volumétricos Canais Abertos Placa de orifício T Área variável D Diafragma G Calhas L Bocal T Coriolis D Disco de nutação L Vertedouros L Tubo de Venturi T Eletromagnético LC Palheta L Térmico D Pistão oscilante L Inserção Turbina T Pistões recíprocos L - Pitot T Ultrassônico T - Pitot de Média (Annubar) T Vórtice T Rotor Medidores Especiais - Lóbulo G Especiais Força D - Engrenagens L - Centrífugos D Correlação E - Semi-imersos G - Laminares G Laser G CONCEITOS BÁSICOS DEFINIÇÕES 9 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Tabela 3: Classificação de princípios de medição de vazão Fonte: BEGA et. al, 2006 T – para líquidos, gases e vapor; G – para medição de gases exclusivamente; L – para medição de líquidos exclusivamente; LC – para medição de líquidos condutores exclusivamente; Δ – não pode ser usado para vapores, salvo exceções; E – líquidos com sólidos em suspensão. CONCEITOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS DE FLUIDOS • Condutividade: facilidade de condução de corrente elétrica. No caso dos fluidos, a corrente será conduzida pelos íons dos quais são constituídos. • Viscosidade: propriedade dos fluidos cuja origem são as forças dissipativas existentes entre as moléculas. Interfere diretamente nos regimes de escoamento. • Viscosidade absoluta ou dinâmica (): resistência do fluido à força tangencial dada em [Pa.s]. • Viscosidade cinemática (): a relação entre a viscosidade absoluta () e a massa específica do fluido (), à mesma temperatura, dada em [m2/s]: 10 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG vA eF v – velocidade da placa deslizante (m/s) F – forção tangencial (N); e – espaço entre placas (m); A – área da placa deslizante (m2) CONCEITOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS DE FLUIDOS • Compressibilidade: variação da massa específica do material em função da pressão. • Os líquidos normalmente são tratados como incompressíveis (a massa específica não varia com a pressão). • Os gases e vapores como compressíveis (a massa específica pode variar significativamente com a pressão).• A vazão volumétrica, principalmente de fluidos compressíveis, exige que se especifique se o volume é referido às condições de temperatura e pressão de operação ou se é convertido a condições de referência. 11 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG gás líquido CONCEITOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS DE FLUIDOS • Se for nas condições de operação, geralmente não se usa atributo na unidade (na literatura americana, usa-se o prefixo “a”, i.e., Acuft/min [Aft3/min], para abreviar actual, que significa real). • Se for nas condições de referência, pode ser usado o prefixo N, i.e., Nm3/h (Sm3/h, em inglês), e N deve ser entendido como Normal. É recomendável especificar as condições de referência, por exemplo, Nm3/min a 0 °C e 760 mmHg. • Enquanto a vazão mássica permanece constante durante o escoamento permanente de um gás, a vazão volumétrica se altera conforme as condições de pressão e temperatura mudam. No caso de um compressor de ar, por exemplo, ela é maior na entrada do que na saída e por isso é comum o uso de vazões baseadas numa condição padrão, como o Nm³/h. Ela representa a vazão volumétrica que um fluido assumiria caso tivesse a mesma vazão mássica, porém em condições de pressão e temperatura definidas como padrão, i.e., 0 °C e 760 mmHg. 12 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG CONCEITOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS DE FLUIDOS • Número de Reynolds: parâmetro adimensional que caracteriza o regime de escoamento de um fluido em uma tubulação como laminar ou turbulento. • A relação entre fluxo e queda de pressão varia com a velocidade. Logo, tem- se um escoamento laminar quando Re 2000 e turbulento quando Re 4000. 13 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Dvm Re Re – número de Reynolds; – massa específica (kg/m3); vm – velocidade média (m/s); D – diâmetro da tubulação (m); – viscosidade do fluido (Pa.s). Osbone Reynolds observou, em 1883, dois tipos de escoamentos em tanques: laminar e turbulento Re < 2000 – Laminar Re > 4000– Turbulento Laminar: caracteriza-se por um escoamento em camadas planas/concêntricas, não há passagem das partículas do fluido de uma camada para outra e a velocidade não varia para determinada vazão. Turbulento: caracteriza-se por uma mistura intensa do líquido e oscilações de velocidades e pressões. O movimento das partículas é desordenado e suas trajetórias têm geralmente formas complicadas. A turbulência ocorre, via de regra, para velocidades mais altas de escoamento. vm D Na transição entre os regimes Laminar e Turbulento, as linhas de fluxo se tornam onduladas, indicando o início da mistura entre as camadas. CONCEITOS BÁSICOS EQUAÇÕES • Equação da continuidade: Para líquidos incompressíveis que fluem em tubulação completamente preenchida, cuja seção varia de A1 para A2. Observando um determinado instante ao longo de uma tubulação, a vazão volumétrica Qv é dada por: 14 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG vQvAvA 2211 (9) 2 2 22 1 2 11 22 h g v g P h g v g P (10) h1 h2 P1 P2 v1 v2 A2A1 P1,2 – pressões (Pa); A1,2 – área da seção transversal da tubulação (m 2); v1,2 – velocidade do fluido (m/s); h1,2 – altura da tubulação g – aceleração da gravidade (m2/s) – densidade do fluido (kg/m3) Daniel Bernoulli • Equação da Bernoulli: relaciona as velocidades e pressões de escoamento de um fluido líquido em uma tubulação. CONCEITOS BÁSICOS EQUAÇÕES • Assumindo a mesma altura para os dois pontos, tem-se que: • A equação acima pode ser rearranjada por meio da equação da continuidade (9): • Em que: 15 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG )( 2 )( 2 1 1 21 2 212 1 2 1 2 1 PPEPP A A A A v g v g P g v g P 22 2 22 2 11 P1,2 – pressões nos pontos 1 e 2 (Pa); A1,2 – área da seção transversal da tubulação (m 2); v1,2 – velocidades do fluido (m/s); D1 – diâmetro na seção 1 (m); D2 – diâmetro na seção 2 (m); 1 2 D D 4 1 1 E (11) (12) MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • A medição de vazão se dá por meio do efeito produzido por uma obstrução à passagem do fluido. • A obstrução é responsável por gerar uma queda de pressão na tubulação e, com isso, haverá uma pressão à montante e outra à jusante da obstrução. • Conforme mostrado em (12) a vazão volumétrica pode ser obtida por meio da medição da pressão diferencial (P1 - P2) , i.e., a diferença entre as pressões a montante e a jusante da obstrução. 16 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Pressão Posição à montante da obstrução Posição à jusante da obstrução MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL 17 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG (13) 1107,1 4 2 teóricavazão realvazão C d ρ )P(P EDC, )P(P ρ EβACQ dd 212 221 2 1 11071 2 • A equação (12) ainda pode ser modificada para: • Onde Cd é o coeficiente de descarga, que nada mais é que um fator de correção para a medição. • Vazão teórica calculada a partir de medidas precisas das dimensões do elemento obstrutor (elemento deprimogênio), massa específica do fluido e da pressão diferencial. • Vazão real medida pelo tempo necessário para medir um volume pré-determinado ou para completar um peso específico de fluido. MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Placa de Orifício: é o mais simples e flexível dos elementos primários de vazão. Consiste de um disco chato, de pouca espessura, com um orifício para passagem do fluido, que é colocado por meio de flanges na tubulação como indica abaixo. • Idealmente, as tomadas de pressão (TAPS) devem ser: • A primeira à montante da placa, para detectar a pressão do fluido no ponto de mínima velocidade, • A segunda à jusante da placa, para detectar a pressão no ponto de vena contracta (ou de máxima velocidade e mínima pressão). • Na realidade, essa condição ideal dificilmente é alcançada, sendo as tomadas instaladas onde é mais factível, como nos próprios flanges da placa. Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Tubulação Parafuso Porca Porca Placa de orifício TubulaçãoTubulação Parafuso Porca Porca Placa de orifício 18 MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Placa de Orifício: 19 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Excêntrica Segmentada Concêntrica Para escoamento de gás, o orifício deve ser em baixo (Excêntrica ou Segmentada), de modo que quaisquer gotas líquidas ou partículas sólidas possam facilmente passar. Para escoamento de líquidos, o orifício deve ser em cima para permitir que bolhas de gás passem através dele ou em baixo para permitir que os sólidos mais pesados passem através dele. MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Placa de Orifício: • VANTAGENS • Instalação fácil • Econômica • Construção simples • Manutenção e troca simples • DESVANTAGENS: • Alta perda de carga • Baixa Rangeabilidade Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 20 • Rangeabilidade é a razão da vazão máxima pela vazão mínima. O usuário do medidor de vazão deve considerar a rangeabilidade usando a vazão máxima que ocorre em sua aplicação, desconsiderando a especificada pela vazão máxima do medidor. A razão entre a vazão máxima e a vazão mínima do medidor relata a porcentagem da faixa de vazão. MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Tubo de Venturi: A lei de Venturi, como é chamado o princípio, foi formulada em 1797 por Giovanni Battista Venturi, sobre problemas de hidráulica: “Os fluidos sob pressão, na passagem através de tubos convergentes; ganham velocidade e perdem pressão, ocorrendo ooposto em tubos divergentes”. • O Tubo Venturi combina dentro de uma unidade simples uma curta “garganta” estreitada entre duas seções cônicas e está usualmente instalada entre dois flanges numa tubulação. Seu propósito é acelerar o fluido e temporariamente baixar sua pressão estática. 21 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Tubo de Venturi: 22 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • O Tubo Venturi apresenta algumas vantagens em relação a outros medidores de perda de carga variável como: • Boa precisão (0,75%); • Resistência a abrasão e ao acúmulo de poeira ou sedimentos; • Capacidade de medição de grandes escoamentos de líquidos em grandes tubulações; • Permite medições de vazão 60% superiores à placa de orifício nas mesmas condições de serviço. • Algumas das desvantagens no Tubo Venturi: • Custo elevado (em alguns casos 20 vezes mais caros que uma placa de orifício); • Dimensões grandes e incômodas; • Dificuldade de manutenção e troca uma vez instalado. 23 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Giovanni Battista Venturi MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Bocal (Flow nozzle): o perfil dos bocais de vazão favorece aplicações em serviços onde o fluído é abrasivo e corrosivo. O perfil de entrada guia o fluído até a seção mais estrangulada do elemento de medição, seguindo uma curva elíptica (ISO 5167, ASME) ou pseudoelíptca (ISA 1932). 24 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG O Bocal possui as mesmas vantagens e desvantagens das Placas de Orifício e ainda: É recomendado para vapores e gases com velocidades superiores a 30 m/s Para tubulação com diâmetros acima de 50 mm. Para fluido abrasivos ou corrosivos. MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Tubo de Pitot: mede a diferença entre a pressão estática e a pressão total, dada pela soma da pressões estática e dinâmica (pressão devido a velocidade do fluido). 25 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG P v v P D D 2 2 2 Henri Pitot • Possui duas aberturas para a medição das pressões, uma perpendicular ao eixo do fluxo (tomada de baixa pressão) e a outra com frente para o fluido (tomada de alta). • A diferença entre a pressão total e a pressão estática da linha é a pressão dinâmica, a qual é proporcional ao quadrado da velocidade. MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Tubo Pitot: • Vantagens: • Custo reduzido para compra e manutenção. • Oferece baixa perda de carga na tubulação. • Possibilidade de medir velocidade de escoamento do fluido (velocímetro em aeronaves). • Possui precisão relativamente alta para medições de vazão, cerca de 1,5 a 3%. • Desvantagens: • Não aplicáveis a fluidos que contenham sólidos em suspensão, abrasivos ou muito viscosos, devido a riscos de entupimento. Na prática, são recomendados apenas para vapores e gases, tendo poucas aplicações industriais. • Oferece erro considerável quando há distribuições anormais de velocidades na tubulação. 26 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Tubo Annubar (Pitot de Média): • Pode-se dizer que o Annubar é uma versão comercial industrial do Tubo de Pitot, sendo aplicado para medições de vazão tanto de líquidos, como vapores e gases. • Consiste em dois tubos inseridos na tubulação, perpendiculares ao fluxo do fluido. • Um tubo contém vários orifícios para coletar pontos de pressão diferentes e, por meio de um tubo interno, tem-se a média desses pontos. Esta é a Pressão Total Média. • O outro tubo mede apenas a Pressão Estática. • A diferença entre as duas é a Pressão Dinâmica proporcional ao quadrado da velocidade de v, i.e., a velocidade do fluido. 27 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Pressão Total (PT) (Média) Pressão Estática (P) MEDIDORES DE VAZÃO PRESSÃO DIFERENCIAL • Tubo Annubar (Pitot de Média): • Vantagens: • Custo reduzido para compra e manutenção. • Oferece baixa perda de carga na tubulação. • Oferece a possibilidade de se medir velocidade de escoamento média do fluido. • Precisão maior que o Tubo de Pitot para medições de vazão, cerca de 0,5% em relação à pressão diferencial medida. • São menos sensíveis a distribuições anormais de velocidade na tubulação. • Desvantagens: • Possuem aplicação restrita e não podem ser aplicados a fluidos que contenham sólidos em suspensão, abrasivos ou muito viscosos, devido a riscos de entupimento. 28 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO POR PRESSÃO DIFERENCIAL: CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS • Uma placa de orifício instalada pode ser representada conforme a figura ao lado: • Da equação (13), tem-se que para este instrumento, Cd , E, , e D2 são constantes, logo, a vazão dependerá apenas do diferencial de pressão: • Onde K representa a constante que torna a relação real e compatibiliza as unidades utilizadas. 29 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG PKPPKQ D )( 21 (14) • Conhecendo-se o range do medidor e a vazão máxima, torna-se possível encontrar qualquer valor de vazão (ou pressão diferencial) compre- endido na curva ΔP x Q: máxmáx PKQ D MEDIDORES DE VAZÃO POR PRESSÃO DIFERENCIAL: CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS • Placa de orifício: • Por esta equação pode-se observar que o ΔP varia quadraticamente em função da vazão Q. 30 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 2 2 1 Q K P PKQ D D MEDIDORES DE VAZÃO POR PRESSÃO DIFERENCIAL: CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS • O sinal de saída de um transmissor de vazão por pressão diferencial, varia linearmente em função do ΔP e quadraticamente em função da vazão. 31 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Portanto, quando é acoplado um indicador local para fazer a leitura de vazão vinda do transmissor, sua escala deve ser quadrática para obter leitura direta. Para linearizar o sinal de saída do transmissor em função de vazão, faz-se necessário o uso de um extrator de raiz quadrada. Um extrator de 3 a 15 psi: pressão de entrada no extrator (EFY) é linearmente proporcional ao DP, e a pressão de saída do extrator (SFY) é linearmente proporcional à vazão Q. EFY SFY 3315 315 3 FY FY E S MEDIDORES DE VAZÃO POR PRESSÃO DIFERENCIAL: CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS • Compensação de Pressão e Temperatura para gases/vapor: • Quando o fluido são gases ou vapor, tem-se que a densidade deste não é mais constante e sim uma função de sua temperatura e pressão. • Logo, para estes casos, a determinação da vazão não pode ser por meio da equação (14) e sim utilizando a equação (15): 32 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG P T P KQ A A D (15) Q – Vazão (m3/h) PA – Pressão Absoluta (bar) ΔP – Diferencial de Pressão (bar) TA – Temperatura Absoluta (K) Q P T P K A A D • Portanto, é necessário medir-se a temperatura e a pressão para efetuar- se a correção da medição de vazão. 33 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG PT PDT TT FY MEDIDOR DE VAZÃO POR ÁREA VARIÁVEL ROTÂMETRO • Princípio de funcionamento: devido à sua simplicidade e versatilidade, o medidor de vazão por área variável amplamente utilizado é o rotâmetro, que opera em quedas de pressão relativamente constantes a custa da variação da área da seção transversal do tubo. • É capaz de medir vazão de líquidos, gases e vapores. 34 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG • Um rotâmetro consistede duas partes: 1) Um tubo de vidro de formato cônico, colocado verticalmente na tubulação em que passará o fluido que se quer medir. A extremidade maior do tubo cônico ficará voltada para cima. O tubo pode ser calibrado e graduado de forma apropriada. 2) No interior do tubo cônico tem-se um flutuador que se moverá verticalmente em função da vazão medida. MEDIDOR DE VAZÃO POR ÁREA VARIÁVEL ROTÂMETRO • Nas condições de equilíbrio os rotâmetros funcionam da seguinte forma: 35 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG gVW ff gVE Lf g vAC F fLd 2 WFE fLa Lff AC Vg v )(2 a d C C 1 fL Lff d A Vg Cv )(2 fL Lff dw A Vg CAQ )(2 vAQ w (16)W – peso do flutuador [kg]; Vf – volume do flutuador [m 3]; 𝜌f – densidade do flutuador [kg/m 3]; 𝜌L – densidade do fluido [kg/m 3]; v – velocidade do fluido [m/s]; Af – área da seção do flutuador [m 2]; Aw – área da seção inferior do tubo (livre); F – forção de arraste do fluido sobre o flutuador [N]; E – forção de empuxo do fluido sobre o flutuador [N]; Ca – coeficiente de arraste do fluido sobre o flutuador; Cd – coeficiente de descarga do fluido O coeficiente de arraste Ca depende da viscosidade do fluido e da aerodinâmica do flutuador e por conveniência ele é separado em uma constante denominada coeficiente de descarga do fluido Cd. MEDIDOR DE VAZÃO POR ÁREA VARIÁVEL ROTÂMETRO • Vantagens: • Construção simples; • Alta confiabilidade; • Rangeabilidade razoável e típica de 10:1; • Aplica-se a gases, líquidos e vapores; • Incertezas da ordem de 0,4% a 4% do fluxo máximo; • Atraente relação custo-benefício (investimento e instalação baixos). • Desvantagens: • Necessitam ser instalados em tubulações verticais, fluxo de baixo para cima; • São frágeis por serem constituídos de vidro. 36 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Tipos de Flutuadores e seus pontos de leitura MEDIDORES DE VAZÃO POR ÁREA VARIÁVEL: CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS • Equivalente em Água: para um líquido qualquer, usando-se um flutuador de aço inoxidável (AISI 316) de densidade 8,04, a equação (16) se transforma em: • Dividindo-se a equação (17) pela (16), tem-se a normalização da vazão para o equivalente em água: • O equivalente água do rotâmetro facilita o dimensionamento e posterior seleção deste para operar com um líquido qualquer. 37 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG f f dwOH A Vg CAQ 1 )104,8(2 2 (17) Lf f OHQ Q 04,7 2 Lf f OHQQ 04,7 2 MEDIDORES DE VAZÃO POR ÁREA VARIÁVEL: CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS • No caso de um gás qualquer a uma temperatura T (ºC) e uma pressão P (mmHg), pode-se utilizar o Equivalente em Ar, usando-se um flutuador de aço inoxidável (AISI 316) de densidade 8,04: • No caso de vapor, tem-se que: • O Equivalente Ar do rotâmetro facilita o dimensionamento e posterior seleção deste para operar com um gás/vapor qualquer. 38 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG )( )04,8(760 288 gf g ggásAr P T QQ (18) L g VaporAr QQ 56,2 𝜌g – densidade do gás referido ao ar a 15 oC e 760mmHg. T – temperatura absoluta (t + 273,15 K) P – Pressão absoluta do gás (p + 760mmHg). 𝜈g – volume específico do vapor, 1/𝜌 (s/m 3). QVapor – vazão de vapor (kg/s) As vazões QAr e Qgás são vazões dadas em Nm3/s (normalizadas) MEDIDOR DE VAZÃO FORÇA DE ARRASTO • Um medidor simples e intuitivo, baseado na força de arrasto do fluido impressa em uma placa submersa e posicionada no centro da tubulação. • A força que o fluido exerce na placa sensora pode ser calculada por: Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG A v CF d 2 2 AC F v d 2 vAQ T F – força exercida na placa; 𝜌 – densidade do fluido; A – área da placa submersa; v – velocidade do fluido; Cd – constante experimental (coeficiente de descarga). 39 MEDIDOR DE VAZÃO FORÇA DE ARRASTO • Vantagens: • Pode ser utilizado com líquidos que contenham alguma quantidade de sólidos em suspensão, gases e vapores, incluso criogénicos, ; • Não possui partes móveis; • Alta confiabilidade, longo ciclo de vida, robustez; • Pode ser instalado em tubulações de ½“ até diâmetros tão superiores quanto se queira; • Facilidade de adaptação do range (ou ao fluido), apenas modificando a distância de submersão da haste (placa); • É capaz de medir vazões bidirecionais, podendo indicar um sinal negativo no caso de fluxo contrário; • Pode medir vazões mínimas de 0,3 L/min até 40.000 L/min, com erro máximo de 1% ; • Desvantagens: • A calibração deve ser feita no local de instalação, com o medidor instalado. 40 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Medidor de Vazão por Força de Arrasto utilizando célula de carga para medição da força MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO • Princípio de funcionamento: baseia-se na lei de Faraday: a força eletromotriz induzida no condutor móvel ao longo do campo magnético é proporcional à velocidade do condutor. 41 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG • Como a velocidade do fluido é diretamente proporcional à sua vazão, pode-se medir a vazão através da medição da velocidade. • Na literatura, tem-se que a condição necessária para a aplicação do medidor magnético é que o fluido seja condutor elétrico e que a condutividade mínima (0,1 a 200 S/m). • Todavia, atualmente é possível encontrar medidores com tecnologia nacional capazes de medir vazão em fluidos pouco condutivos, até 5S/m. MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO • A força eletromotriz induzida é dada por: • Se B for constante, então Q será proporcional a U , pois o termo .d/4B torna-se constante. Em outras palavras, a f.e.m induzida U , se conhecida, irá representar a vazão Q. • Na medição “indutiva” de vazão o fluido em movimento constitui o condutor móvel (sua condutividade precisa ser no mínimo 5 μS.cm-1). • O transmissor de vazão instalado na tubulação entre flanges é composto de: • tubo cilíndrico revestido de material isolante; • Duas bobinas fixadas no tubo, face a face, para geração do campo magnético; • Dois eletrodos fixados perpendicularmente às bobinas para medição da tensão induzida 42 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG U – fem induzida [V]; D – diâmetro interno do sensor [m]; B – densidade de fluxo magnético [T]; v – velocidade do fluido [m/s]. B UD Q 4 D U I v B I vDBU • Sendo Q = A . v e A = .D2/4, podemos isolar a velocidade v da equação anterior e, substituindo na equação da vazão, chegamos a: MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO • Medidores de Vazão Eletromagnéticos 43 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Medidor de Vazão Magnético Incontrol série VMF com saída em 4 a 20 mA MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO • DESVANTAGENS • Exige-se a condutividade mínima de 0,1 S/m a 200 S/m. • O princípio de funcionamento requer o tubo sempre cheio de líquido. • O medidor é montado em linha. • A característica do medidor é seu fator K, inerente a cada medidor, construído para atender determinados dados de vazão. A calibração do medidor magnético exige a simulação da vazão conhecida. • É um instrumento elétrico e, portanto sua montagem é limitada a locais seguros, ou se exige técnica adicional de segurança para montagem em local classificado. • VANTAGENS • Sua perda de carga é exatamente igual à perda de uma tubulação de igual tamanho. • Como não apresenta nenhuma obstrução à linha, pode medir vazão de fluidos sujos, corrosivos, abrasivos, com sólidos em suspensão. • Pode medir fluidos laminares e turbulentos. A presençade bolhas de ar introduzem erro, pois a medição é de volume. • A medição não é afetada pela viscosidade, densidade, temperatura ou pressão. • Não possui peças móveis e desde que a velocidade não ultrapassa o limite de 6,0 m/s, não há desgaste. • A saída é linear e com boa rangeabilidade. Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 44 • Empresas como a Vale tem utilizado o medidor eletromagnético para medição de vazão de polpa minério e água industrial (reaproveitada). MEDIDOR DE VAZÃO ULTRASSÔNICO • Princípio de funcionamento: a velocidade de propagação do som em um fluido depende da massa específica do meio. Assim, em um fluido com massa específica constante, 𝜌, pode-se utilizar uma onda sonora ultrassônica (frequência acima da audível pelo ser humano) para determinar a velocidade média do fluido. • Os dois principais medidores de vazão baseados em ondas ultrassônicas são: • Por tempo de trânsito: mede o tempo gasto pela energia ultrassônica para atravessar a seção do tubo, indo a favor e contra a vazão do fluido dentro da tubulação. A diferença no tempo de trânsito das ondas é proporcional a vazão do fluido. • Por efeito Doppler: mede a aparente variação de frequência produzida pelo movimento relativo de um emissor e de um receptor de frequência. 45 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDOR DE VAZÃO ULTRASSÔNICO TEMPO DE TRÂNSITO • Os tempos de trânsitos a favor e contra o fluxo é dado por: • Logo, medindo-se os tempos t12 e t21 , determina-se a vazão do fluido: 46 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG senvv cosD t fs / 12 t12,21 – tempo de transmissão [s]; vs – velocidade do som no fluido [m/s]; vf – velocidade do fluido [m/s]. senvv cosD t fs / 21 cosD senv tt f / 211 2112 2112 11 2 1 tt tgD v f fvAQ D – diâmetro da tubulação [m]; A – Área da tubulação [m2] MEDIDOR DE VAZÃO ULTRASSÔNICO EFEITO DOPPLER • Efeito Doppler: a variação de frequência ocorre quando as ondas são refletidas pelas partículas móveis do fluído. Nos medidores baseados neste princípio, os transdutores-emissores projetam um feixe contínuo de ultrassom na faixa das centenas de 0,5 -10 MHz. • Os ultrassons refletidos por partículas presentes no fluído têm sua frequência alterada proporcionalmente a componente de velocidade das partículas na direção do feixe. 47 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG T S f T f v senv ff 2 ST T v sen v sen TT TT f senf vff v 2 )( fvAQ Efeito Doppler Lei de Snell 𝜃 ≈ 25° 𝐷 bolhas de ar ou sólidos em suspensão ReceptorEmissor Reflexão 𝑣𝑇 Transmissão 𝑣𝑆 𝑣𝑓 𝜃𝑇 𝑓𝑇 𝑓𝑅 𝜃 ≈ 25° 𝐷 𝑣𝑓 bolhas de ar ou sólidos em suspensão Receptor Emissor Reflexão Transmissão 𝑣𝑆 𝑣𝑇 𝜃𝑇 𝑓𝑇 𝑓𝑅 vT – velocidade do som no material do transmissor; vf – velocidade do fluido; vS – velocidade do som no fluido; – ângulo de entrada da onda sônica (com fT) no fluido; T – ângulo do feixe no sensor; fT – frequência de transmissão (0,5 a 10MHz). fR – frequência detectada pelo receptor. MEDIDOR DE VAZÃO ULTRASSÔNICOS 48 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Efeito Doppler: MEDIDORES DE VAZÃO ULTRASSÔNICOS • Medição de Grandes Vazões em Grandes Tubulação Fechadas (diâmetro>1m) • Condutos forçados de usinas hidrelétricas; • Distribuição de água (Canadá mede com ultrassom – Brasil com canal aberto) Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 49 Flowmeter Transducer Instalação de Medidores de vazão ultrassônicos da Accusonic MEDIDOR DE VAZÃO ULTRASSÔNICO • Vantagens: • Alta precisão; • Não necessita estar em contato com o fluido; • Fácil instalação, instalado externamente e sem modificações na tubulação; • Sem perdas de carga no sistema; • Fácil ajuste e manutenção; • Desvantagens: • Custo elevado; • Só podem ser usados para medir vazão de fluidos líquidos; • Sensíveis a vibrações na tubulação; • Desvantagens (Tempo de Trânsito): • Só podem ser utilizados em fluidos limpos; • Desvantagens (Doppler): • Só podem ser utilizados em fluidos com sólidos em suspensão ou bolhas de ar. Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 50 MEDIDORES DE VAZÃO POR VÓRTICES • Os medidores de vazão por vórtices baseiam-se no princípio físico de formação de vórtices (ou turbilhões), que são criados quando se provoca uma mudança de direção súbita no escoamento de um fluido. • Um obstáculo inserido transversalmente ao eixo da tubulação gera os vórtices, que: • Para velocidade muito baixas: as linhas de fluxo acompanharão a forma do obstáculo, não ocorrendo a formação de vórtices. • Para velocidades maiores: as linhas não conseguem acompanhar a forma do obstáculo e se separam. O que provoca velocidades locais ainda maiores que associadas a zonas locais de baixa pressão, resulta em vórtices ou turbilhões. • Para velocidades médias: o vórtice permanece em posição fixa em relação ao obstáculo. Todavia, aumentando-se a velocidade, o vórtice aumenta e separa-se do obstáculo e continua a jusante levado pelo fluido. 51 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO POR VÓRTICES • O número de Strouhal, uma constante usada para fenômenos oscilatórios, é também aplicada à frequência de sucessão de turbilhões, sendo: • Nesta equação, tem-se constantes o número de Strouhal (St) (para um número de Reynolds entre 10.000 e 1.000.000) e D. • Logo, tem-se que a frequência de sucessão de vórtices é diretamente proporcional à velocidade do fluido, consequentemente à vazão. • São diversos os obstáculos geradores de vórtices, com seções transversais trapezoidais, triangulares ou circulares. 52 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG v D fSt Q – Vazão volumétrica (m3/s). St – Número de Strouhal (admensional). f – Frequência de sucessão de vórtices (Hz). D – Dimensão do obstáculo (m) v – Velocidade do fluido (m/s). A – Área transversal da tubulação (m2)St ADf Q vAQ MEDIDORES DE VAZÃO POR VÓRTICES • A forma de detecção pode ser por meio de: • Sensores de pressão, magnéticos ou térmicos (filamento quente). • A vantagem de se utilizar sensores térmicos e de pressão é a possibilidade de se medir a densidade do fluido e com isso ter a relação direta da vazão volumétrica com a vazão mássica. 53 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Obstáculo Obstáculo MEDIDORES DE VAZÃO POR VÓRTICES • Vantagens: • Pode ser utilizado em fluidos com comportamento turbulento, todavia, com o número de Reynolds ≥ 10.000. • Possui boa rangeabilidade variando de 15:1 a 100:1 e boa precisão, na ordem de 1%, podendo atingir 0,1%. • Podem operar em uma faixa de temperatura razoável, de -260 a 430 ºC, como também em pressões altas, cerca de 1500 psi. • São recomendados para medições de vazão de líquidos e gases, com velocidades limites altas, de 30m/s e 6m/s, respectivamente. • Desvantagens: • Custo elevado. • Podem ser utilizados em tubulação de até 8”. • Não podem ser utilizados para fluidos abrasivos ou muito viscosos. • Não podem ser utilizados em fluidos com velocidades de escoamento baixas. • Manutenção complexa e laboriosa, sensores e obstáculos. Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 54 MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS • Princípio de funcionamento: utilizam técnicas diretas baseadas no deslocamento de algum elemento mecânico. Entre eles, destacam-se: • Turbina; • Medidores de vazão por deslocamento positivo; • Engrenagens ovais e disco de nutação. 55 Profs. CarmelaMaria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Nutating Disk Flow Meter Turbine Turbine Gear flow meter MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS TURBINA • Turbina: consiste em um rotor balanceado com diâmetro um pouco menor que o diâmetro interno da tubulação. Sua velocidade de rotação é proporcional ao fluxo volumétrico e pode ser detectada por dispositivos eletrônicos (indutivos, capacitivos, efeito Hall) ou por sensores mecânicos. vórtices: 56 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Q – Vazão volumétrica (m3/s). S – Número de Strouhal (admensional). f – Frequência angular da turbina (rad/s). D – Altura da turbina (m) A – área transversal da tubulação (m2)St ADf Q • Na turbina clássica, o eixo de rotação da turbina é longitudinal ao sentido da vazão do fluido. As laminas da turbina, de material ferromagnético, induzem o trem de pulsos, quando corta o campo magnético. Uma bobina externa com um magnético detecta o trem de pulsos. • A vazão é determinada pela mesma equação do medidor de vórtices: MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS TURBINA • Vantagens • Altíssima precisão, na ordem de 0,2% do fundo escala. • Alta repetibilidade e confiabilidade. • Sua rangeabilidade é a maior entre todos os medidores de vazão, pois a relação matemática envolvida é linear. Tipicamente, tem-se rangeabilidade de 100:1, 50:1. • A saída é linear, digital (trem de pulsos), adequada para sistemas de totalização de vazão. • A turbina é de pequeno tamanho e peso, sendo de fácil instalação, sendo geralmente, é instalada entre flanges. • Desvantagens • A turbina possui peça móvel. Embora haja apenas o rotor móvel, há desgaste e folga nos seus mancais de sustentação. • Pode ser danificado por velocidade acima da calculada. • Não se aplica para medição de vazão de fluidos abrasivos, sujos, corrosivos e de alta velocidade. • Seu custo é elevado, ainda mais quando se considera a colocação de um filtro à montagem. • A turbina requer trechos longos e distúrbios podem afetar a medição. Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 57 MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS ENGRENAGENS OVAIS • Deslocamento positivo: são medidores que possuem uma relação bem definida entre o volume do fluido que passa pelo medidor e o acionamento de um dispositivo de medição. Para cada unidade de volume que atravessa o medidor o dispositivo de medição é acionado um certo número de vezes. Esse tipo de medidor apresenta um fator que permite determinar a vazão em volume. • Por exemplo, um medidor de engrenagens tem um fator de 20 cm³ para cada volta completa que um conjunto de engrenagens dá quando essa engrenagens são movidas pelo fluido que atravessa o medidor. Se o medidor contabilizar 10 voltas em 1 minuto, a vazão do fluido será de 200 cm³/min. 58 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS ENGRENAGENS OVAIS • O medidor de engrenagens ovais é um dos mais precisos (0,5% do FE e 0,1% de repetitibilidade) muito utilizados para medições de vazões muito pequenas (micro vazões), todavia para fluidos com viscosidade mínima de 30 cP (1 cP “centipoise“ = 1 mPa.s). 59 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Viscosidade > 150 cP Viscosidade < 150 cP MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS DISCO DE NUTAÇÃO • Disco de Nutação: junto às turbinas é um dos medidores mais comuns para o uso em hidrômetros e o seu é baseado em um disco móvel preso a uma esfera central. Uma haste presa por uma biela é fixa à esfera. • O disco é instalado em uma câmara com laterais arrendondadas e com as superfícies do topo e do fundo cônico. Uma volta completa do disco corresponde a um volume de fluido, determinado pelo fabricante. 60 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Biela MEDIDORES DE VAZÃO MECÂNICOS DISCO DE NUTAÇÃO • Disco de nutação (Deslocamento positivo): 61 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA • Princípio de funcionamento: determinam diretamente a massa do fluxo. Não dependem da massa específica, da pressão e da viscosidade do fluido. Existem dois tipos de medidores de vazão mássica: • Medidores térmicos de fluxo de massa - baseados na transferência de calor; • Medidores por efeito Coriolis – qualquer objeto movendo acima da terra com velocidade espacial constante é defletido em relação a superfície de rotação da terra (sentido de rotação da água em vasos nos hemisférios norte e sul). 62 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Mediores de Vazão Mássica Térmico Coriolis MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA TÉRMICOS • Medidores térmicos de vazão mássica: uma quantidade conhecida de energia é fornecida ao fluido através de uma resistência elétrica e a temperatura do fluido é medida a montante e a jusante (antes e depois da resistência elétrica). A vazão mássica será: • Um dos métodos mais simples utilizados para medidores térmicos de vazão é o anemômetro de fio quente. • Baseia-se na medição da variação da resistência da fonte de calor (fio quente) por uma ponte de medição. 63 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG W – vazão mássica (kg/s); Cp – calor específico do fluido (J/kg.K); T1,2 – temperatura medida a montante e a jusante (K); PR – potência fornecida a resistência (J/s). )( 21 TTC P W R p MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA TÉRMICOS 64 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Filamentos aquecidos Anemômetro a fio quente com filamento único inserido no fluxo. • Anemômetro de fio quente: nos medidores usados em fluxos laminares, os resistores R1 e R2 são fixos e os demais são imersos no fluxo, sendo R3 a montante e Rx a jusante do aquecedor. O fluxo faz com que a temperatura em R3 seja diferente da temperatura em Rx, o que resulta em R3 ≠ Rx e um desequilíbrio na ponte. • Se o anemômetro tiver um único filamento quente ele será o Rx, se tiver dois filamentos quentes eles serão os resistores R3 e Rx da figura ao lado. MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA TÉRMICOS • Outro método também utilizado é conhecido como medição por Dispersão Térmica (calorímetro). 65 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG • A face plana da ponta do sensor é aquecida a poucos graus acima da temperatura do fluido de medição. Quando o líquido escoa pela tubulação, o calor gerado no sensor é transferido para o líquido, assim o sensor é resfriado. • O procedimento de resfriamento gera uma medida precisa da velocidade do líquido (fluido)e, consequentemente, da vazão. Quanto maior a dispersão térmica maior é a vazão. • O sinal do sensor aquecido é comparado com o de um segundo sensor de temperatura, não aquecido, utilizado para medir a temperatura do fluido, possibilitando assim uma referência de comparação e compensação ao circuito de medição do conjunto medidor. MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA TÉRMICOS • Anemômetro de fio quente para medição vazão de ar: 66 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Air flow mass hot wire (film) Air flow mass hot wire (film) Medidor da IFM modelo SD5000 / 0 - 18 m3/h MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA TÉRMICOS • Anemômetro de fio quente para medição vazão de ar: 67 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG Medidor da Festo modelo SFAB / 0 - 50 L/min MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • Efeito Coriolis: Gaspard Coriolis estabeleceu (1835) que uma massa m deslocando-se com velocidade 𝒗𝒇 relativa em relação a um sistema, por sua vez em movimento de rotação com velocidade angular 𝝎, é submetido a uma força 𝑭, de acordo com a equação: 68 Profs. Carmela Maria Polito Braga e HugoCésar Coelho Michel - DELT/EE-UFMG fνωF m2 MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • Efeito Coriolis: o princípio desses medidores é gerar artificialmente a aceleração de Coriolis e medir a massa pela detecção do momento angular. Quando um fluido escoa em uma tubulação, está sujeito à aceleração de Coriolis, através da introdução mecânica de rotação da tubulação. • Um medidor Coriolis possui dois componentes: • Tubos de sensores de medição e transmissor. • Os tubos de medição são submetidos a uma oscilação e ficam vibrando na sua própria frequência natural à baixa amplitude, quase imperceptível a olho nu. • Quando um fluido qualquer é introduzido no tubo em vibração, o efeito do Coriolis se manifesta causando uma deformação, i.e., uma torção, que é captada por meio de sensores magnéticos que geram uma tensão em formato de ondas senoidais. 69 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • O princípio do medidor por Efeito Coriolis baseia-se na força de Coriolis, dada por: • O momento de torção resultante é: • Substituindo a F na equação acima, tem-se que: • O momento de torção também é função do ângulo de torção 𝜽 e do módulo de elasticidade, εS, do tubo: 70 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG fvωF m2 rFM 2 SM rWrvmM f 44 F – Força de Corilis (N); m – Massa de fluido na seção reto do tubo (kg); 𝜔 – Velocidade angular do fluido na seção em U (rad/s); vf – Velocidade linear do fluido (m/s). MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • Logo, manipulando as equações anteriores, tem-se que a vazão mássica é dada por: 71 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG r W S 4 MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • Dois tubos em U idênticos 9características físicas iguais) são construídos ao lado do outro (e próximos) e agitados de forma complementar (sempre movimentando em direções opostas). • A torção do tubo é medida como movimento relativo de um tubo em relação ao outro, e não como o movimento entre o tubo e a caixa estacionária do medidor de vazão. Isto, idealmente, elimina o efeito das vibrações de modo comum na medição de vazão inferida. 72 As vazões devem ser igualmente divididas entre os tubos, pois as forças de Coriolis em ambos devem ser idênticas. Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • Efeito Coriolis: 73 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO MÁSSICA EFEITO CORIOLIS • Efeito Coriolis: 74 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS • Estes medidores em canais abertos destinam-se a medir a vazão de líquidos que escoam por gravidade e apresentam uma superfície livre (ao contrário de outros métodos citados em que é necessário que a tubulação esteja completamente cheia). • Neste caso, mede-se o nível antes do elemento primário que provoca, igualmente, uma variação da velocidade de escoamento localizada (ao invés da pressão). 75 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS VERTEDORES • Vertedores: mede a altura estática do fluxo em reservatório que verte o fluído de uma abertura de forma variável. 76 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS VERTEDORES • Vertedores: • Retangular • Triangular com ângulo de abertura de 90º: • Trapezoidal: 77 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 3 208381 hh),(L,Q 3 861 hL,Q 472 321 , h,Q Q – vazão (m3/s) L – soleira (borda inferior da abertura) (m) h = carga hidráulica (m) MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS VERTEDORES • Um vertedor deve formar um ângulo de 90º com a direção da vazão e o canal a jusante deve retilíneo com no mínimo um comprimento de 10 vezes a sua largura (10:1). 78 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS CALHAS PARSHALL • Calha de Parshall: é um tipo de Venturi aberto que mede a altura estática do fluxo. • É um medidor mais vantajoso que o vertedouro, porque apresenta menor perda de carga e serve para medir fluídos com sólidos em suspensão. • Além de não necessitarem de um trecho retilíneo extenso (10:1) à jusante da calha. 79 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS CALHAS PARSHALL Muitas vezes mede-se a altura da água num ponto situado a 2/3 do canal de aproximação da garganta, tendo-se estabelecido empiricamente a seguinte relação entre o nível de água no ponto 0 e a vazão na seção: 80 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG 3 0 22 HW,Q MEDIDORES DE VAZÃO EM CANAIS ABERTOS CALHAS PARSHALL • Calhas de Parshall: 81 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG REFERÊNCIAS • BALBINOT, A.; BUSSAMARELO, V. J. Instrumentação e Fundamentos de Medidas. Vol 2, 2ª. Edição. Editora LTC. Rio de Janeiro, RJ, 2010 • COELHO, M. S. Instrumentação de Sistemas. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, 2010. • BEGA, E. A. et. Al. Instrumentação Industrial. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. • CREUS, A. S. Instrumentación Industrial. 6ª. Edição Marcombo S.A., Barcelona Espanha, 1997. • ALBERTAZZI JR., A.; SOUZA, A. R. Fundamentos de Metrologia Científica e Industrial. 1ª Edição. Barueri, SP: Manole, 2008. Slides disponíveis na internet. • Imagens da internet. • COSTA, F. M.; BARCELLAR L. A. P.; SILVA, E. F. Vertedores portáteis em microbacias de drenagem. Revista Escola de Minas ISSN 0370-4467, v60, no. 2, Agosto, 2007. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672007000200002 • Loy Upp, E. And LaNasa, Paul J. Fluid Flow Measurement – A Practical Guide to Accurate Flow Measurement, Second Edition, GPP, 2002. • http://www.engineeringtoolbox.com/ 82 Profs. Carmela Maria Polito Braga e Hugo César Coelho Michel - DELT/EE-UFMG http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672007000200002 http://www.engineeringtoolbox.com/
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