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Ciclo Menstrual • A proliferação, diferenciação e secreção das células epiteliais, como também o tecido conjuntivo, dependem do estrógeno e da progesterona • Depois da puberdade os hormônios ovarianos, por estímulo da adeno-hipófise, fazem com que o endométrio passe por modificações estruturais cíclicas durante o ciclo menstrual. A duração do ciclo menstrual é variável, com média de 28 dias. • Ciclos menstruais geralmente começam entre 12 e 15 anos de idade e continuam até os 45 a 50 anos. • A fase menstrual do ciclo dura em média 3 a 4 dias. A fase seguinte do ciclo menstrual é denominada fase proliferativa, que é seguida pela fase secretória (ou luteal). A fase secretória começa após a ovulação e dura aproximadamente 14 dias. A duração da fase proliferativa é variável, em média 10 dias. Apesar dessa divisão em fases, as mudanças estruturais que acontecem durante o ciclo são graduais; a divisão em fases depende da secreção diferencial de hormônios ovarianos que se reflete em diferentes situações funcionais e clínicas da mulher durante o ciclo. • FSH estimula o crescimento dos folículos e a síntese de estrógeno pelas células da granulosa • LH induz ovulação e transforma a camada de granulosa e da teca interna em uma glândula endócrina, o corpo lúteo. → • Esteroidogênese ovariana: formação dos hormônios femininos e masculinos pelo ovário • Duas células ovarianas produzem duas gonadotrofinas diferentes • Células da Teca (estimuladas pelo LH, produzem androgênios através do colesterol) → TELHA (Teca + LH + androgênio) • Células da Granulosa (estimuladas pelo FSH através de uma enzima chamada aromatase, que converte androgênios em estrogênios) Importante • HIPOTÁLAMO é influenciado por estímulos externos e produz a GnRH • HIPÓFISE armazena o GnRH e produz as gonadotrofinas FSH e LH • Pulsos de GnRH de alta frequência se correlacionam com níveis elevados da subunidade de LH • Pulsos de GnRH de baixa frequência se correlacionam com níveis elevados da subunidade de FSH • Estrogênio inibe a secreção de GnRH Eixo hormonal • Embora não haja conexão nervosa direta entre o hipotálamo e a hipófise anterior (adeno-hipófise), a comunicação vascular (sistema portahipofisário) liga essas duas estruturas. Os vasos sanguíneos do sistema porta-hipofisário carreiam neurotransmissores – fatores de liberação (releasing factors) – segregados pelas células nervosas dos centros hipotalâmicos para a adeno- hipófise • O neurotransmissor que regula as gonadotrofinas hipofisárias é denominado fator ou hormônio liberador de gonadotrofina • A ligação do GnRH aos receptores das células da pars distalis induz a liberação do FSH armazenado na adeno-hipófise e estimula a sua síntese. A ligação subsequente do FSH a receptores específicos das células da granulosa dos folículos primários estimula o seu desenvolvimento a folículos secundários. • O FSH também induz as células de teca interna dos folículos em desenvolvimento a iniciar a sua produção de androgênios, que são convertidos em estrogênios pelas células da granulosa. De fato, o ponto de partida da ESTEROIDOGÊNESE ovariana são os esteroides C19 (androstenodiona e testosterona) produzidos pela teca interna, que funcionam como precursores na granulosa, onde se originam os esteroides C18 (estrona e estradiol). As células da granulosa dos folículos secundários também produzem inibina e ativina, que ajudam a regular a liberação do FSH • Durante 90% do tempo de duração do ciclo ovariano, o controle das gonadotrofinas se faz por meio de feedback negativo, com o estrogênio e a inibina sendo os principais agentes. Ovulação • Algumas substâncias não esteroides existem no líquido folicular, modulando os processos ovarianos (inibina, ativina e inibidor da maturação do oócito). • Sob o estímulo dos estrogênios (especificamente, nível de estradiol plasmático acima de 200 pg/mℓ agindo sobre o centro cíclico hipotalâmico por período crítico de 50 h), há liberação significativa de LH (pico do LH) pela adeno-hipófise, fenômeno que permanece por cerca de 24h e induz a ovulação. • A postura ovular ocorre dentro de 24 h após o pico do LH, cerca de 2 semanas antes do período menstrual a se instalar, isto é, 14 dias após o 1 o dia da menstruação, no ciclo usual de 28 dias. Corpo Lúteo • As células da granulosa e da teca interna do folículo ovulatório remanescente, que apresentam receptores LH, é que, ativadas pelo hormônio, formam o corpo lúteo. As células da granulosa e da teca interna são convertidas em células luteínicas e produzem ativamente progesterona, principalmente as derivadas da granulosa. • Se o óvulo não foi fecundado, o corpo lúteo começa a degenerar-se cerca de 10 dias depois da ovulação e se transforma em cicatriz branca – o corpus albicans. • Se o óvulo for fertilizado, o corpo lúteo aumenta de tamanho e passa a constituir o corpo lúteo gravídico, que tem a produção hormonal aumentada. Nessas circunstâncias, não ocorrerá a sua degeneração porque o trofoblasto produz hormônio de ação gonadotrófica hCG. O corpo lúteo gravídico mantém-se funcionante até 8 a 9 semanas, quando a esteroidogênese placentária assume papel endócrino dominante. • O ciclo menstrual pode ser dividido em ciclo ovariano (fase folicular e fase lútea) e ciclo endometrial (fase proliferativa e fase secretora) didaticamente • A fase folicular ocorre no ovário enquanto a proliferativa ocorre no endométrio e a fase luteal ocorre no ovário enquanto a secretora ocorre no endométrio. Fase Menstrual • As artérias se rompem após os locais de constrição e o sangramento começa. A maior parte da camada funcional do endométrio é separada da mucosa e cai no lúmen uterino, fazendo parte do fluido menstrual. O resto do endométrio encolhe devido à perda de fluido intersticial. A quantidade de endométrio e sangue perdida varia de uma mulher para outra, e até mesmo na mesma mulher em diferentes ciclos. Fase Proliferativa ou Folicular • Mucosa uterina está bastante delgada após a fase menstrual • O começo da fase proliferativa coincide com o crescimento rápido de um pequeno grupo de folículos ovarianos que estão provavelmente na transição entre folículos pré-antrais e antrais. Quando sua teca interna se desenvolve mais intensamente, esses folículos começam a secretar ativamente estrógenos, cujas concentrações plasmáticas aumentam gradualmente. • Os estrógenos agem no endométrio induzindo a proliferação celular, que reconstitui o endométrio perdido durante a menstruação aumento de suas glândulas e espessura • Início dessa fase: baixa de estrogênio e progesterona, aumento do FSH (desenvolvimento folicular crescimento das células da granulosa que estimulam a produção de estrogênios), aumento do estrogênio • Final dessa fase: surgimento de um folículo dominante, estradiol produzido pelos folículos tem um feedback negativo nas gonadotrofinas • Quando o estradiol passa do limite sérico (200 pg/L), ele começa a fazer um feedback positivo, aumentando principalmente o LH e causando o seu pico (faz com que o oócito complete a primeira divisão meiótica e seja liberado – 36h depois - do folículo na superfície do ovário) Fase secretória ou Luteal • A fase secretória começa depois da ovulação e resulta da ação de progesterona secretada pelo corpo lúteo que se forma após a ovulação. • A progesterona continua estimulando as células epiteliais das glândulas que já haviam crescido na fase proliferativa por ação do estrógeno. • As células epiteliais começam a acumular glicogênio na porção infranuclear. Em seguida, a quantidade de glicogênio das células diminui, e produtos de secreção dilatam o lúmen das glândulas. • Nesta fase,o endométrio alcança sua máxima espessura • Um papel importante da PROGESTERONA é inibir contrações das células musculares lisas do miométrio, que poderiam interferir na implantação do embrião. • Folículo dominante vira o corpo lúteo, que produz estrogênio, PROGESTERONA e inibina A, que faz com que haja uma diminuição na secreção do FSH • Dura 14 dias (tempo de vida do corpo lúteo) • Caso o oócito não seja fecundado, ocorre a diminuição de LH, estrogênio, progesterona e inibina. O corpo lúteo, então, entra em colapso devido à queda dos níveis séricos dos hormônios, estimulando o reinício do ciclo. Fase Isquêmica ou Pré-Menstrual • Se não ocorre a fertilização do ovócito e a implantação do embrião, o corpo lúteo deixa de funcionar 10 a 12 dias depois da ovulação. Em consequência, diminuem rapidamente os níveis de estrógenos e, principalmente, progesterona no sangue • Ocorrem vários ciclos de contração das artérias espirais do endométrio que são fonte para a irrigação da camada funcional. Disso resulta bloqueio do fluxo de sangue, produzindo isquemia e causando morte (por necrose) das paredes das artérias, assim como das células da porção da camada funcional do endométrio irrigada por esses vasos. Gravidez • Se houve uma implantação embrionária, as células trofoblásticas produzem gonadotropina coriônica (HCG) que estimula o corpo lúteo a continuar secretando progesterona. • A progesterona faz as glândulas uterinas tornarem-se mais dilatadas e mais tortuosas, bem como produzirem mais secreção que durante a fase secretória. • A implantação ou nidação compreende a adesão do embrião às células do epitélio endometrial seguida pela penetração do embrião na mucosa uterina. • A placenta é um órgão temporário que serve como local de trocas fisiológicas entre a mãe e o embrião ou feto. Consiste em uma parte fetal (cório) e uma parte materna (decídua basal). • A decídua basal fornece sangue arterial materno para a placenta e recebe sangue venoso de espaços sanguíneos que existem dentro da placenta. A placenta é também um órgão endócrino, produzindo hormônios como gonadotropina coriônica (HCG), tireotropina coriônica, corticotropina coriônica, estrógenos e progesterona. Secreta também um hormônio proteico chamado somatomamotropina coriônica humana, que tem atividade lactogênica e estimula o crescimento. Resumo do Ciclo • O GnRH é liberado de modo pulsátil, sendo sua periodicidade e sua amplitude críticas para determinar a liberação fisiológica do FSH e do LH. • O FSH tem produção crescente no início do ciclo menstrual por estímulo do GnRH, com aumento mais marcante na metade do ciclo; é responsável pelo desenvolvimento do folículo préantral e secreção dos estrogênios pelas células da granulosa. • O folículo inicia a produção do estrogênio por meio da intervenção do FSH nas células da granulosa e do LH nas células da teca interna. • O LH, liberado em pequena quantidade desde o início do ciclo, apresenta elevação subitânea em torno do 13° dia, causada por pico na produção do estradiol ovariano (feedback positivo). • O pico do estradiol ocorre aproximadamente 24h antes do pico do LH, que, por sua vez, precede a ovulação em 24 h. • Os estrogênios voltam a ter pequena elevação na segunda fase do ciclo. A progesterona, que, no início do ciclo, apresenta níveis muito baixos, tem sua expressão maior logo após a ovulação, produzida pelo corpo lúteo. • Quando os níveis desses hormônios esteroides (estrogênios e progesterona) estão altos, ocorre feedback negativo com o hipotálamo, que suprime a liberação do GnRH, levando à queda da produção hipofisária de LH e de FSH no final do ciclo e à consequente diminuição da produção hormonal do corpo lúteo.
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