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tabela periódica

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Em 1869, o mundo ganhou uma forma de ordenar os elementos químicos descobertos ao longo do tempo. Dmitri Mendeleev organizou as substâncias e propôs uma tabela. Esse projeto ganhou o nome de tabela periódica. No entanto, para chegar a esse resultado foi necessário um longo processo de pesquisas.
Vários elementos estavam sendo descoberto a cada década e muitas questões começaram a ser discutidas, haveria sido descoberto a maioria dos elementos? Quantos elementos haviam? 
Hennig Brand, por volta de 1669, descobriu o elemento fósforo ao aquecer resíduos da urina fervida e provocar chamas. Na década seguinte, em 1789, Antoine Lavoisier organizou uma lista com 33 elementos divididos em conjuntos de substâncias classificadas como simples, metálicas, não-metálicas e terrosas. Porém, esse modelo foi considerado incompleto, pois faltava estabelecer uma propriedade que os diferenciasse.
Johann W. Döbereiner o responsável por detectar que existia uma ordem para organizar os elementos químicos. Nesse período, cerca de 47 elementos haviam sido descobertos. Em 1829 ele notou que o recém-descoberto elemento bromo tinha propriedades que pareciam situar-se a meio caminho entre as do cloro e as do iodo. Não só isso, seu peso atômico ficava exatamente a meio caminho entre os desses dois elementos.
Döbereiner começou a estudar a lista dos elementos conhecidos, registrados com suas propriedades e pesos atômicos, e acabou descobrindo outros dois grupos de elementos com o mesmo padrão. O estrôncio situava-se a meio caminho (em peso atômico, cor, propriedades e reatividade) entre o cálcio e o bário; e o selênio podia ser igualmente situado entre o enxofre e o telúrio. Döbereiner chamou esses grupos de tríades, e começou uma ampla investigação dos elementos em busca de outros exemplos, mas não conseguiu encontrar mais. A “lei das tríades” de Döbereiner parecia aplicar-se a apenas nove dos 54 elementos conhecidos e foi rejeitada por seus contemporâneos como mera coincidência.
Em 1862, Alexandre Béguyer de Chancourtois criou um modelo que agrupava os elementos em ordem crescente de massa atômica, no formato que lembrava um parafuso. Assim, 16 elementos ficavam em cada volta da espiral e aqueles com características semelhantes ficavam um embaixo do outro. Esse modelo ficou conhecido como Parafuso Telúrico.
John Newlands também desempenhou papel fundamental. Ele criou a lei das oitavas para os elementos químicos. Suas observações mostraram que, organizando os elementos por ordem crescente de massa atômica, a cada oito elementos as propriedades se repetiam, estabelecendo assim, uma relação periódica. O trabalho de Newlands ainda era restrito, pois essa lei se aplicava até o cálcio. Entretanto, seu pensamento foi precursor das ideias de Mendeleiev.
Julius Lothar Meyer (1830-1895), baseando-se principalmente nas propriedades físicas dos elementos, fez uma nova distribuição segundo as massas atômicas. Ele observou que entre elementos consecutivos, a diferença das massas era constante e concluiu a existência de relação entre massa atômica e propriedades de um grupo. Através do estudo proposto por Meyer foi possível comprovar a existência de periodicidade, ou seja, ocorrência de propriedades semelhantes em intervalos regulares.
Dmitri Mendeleiev (1834-1907), em 1869, estando na Rússia, teve a mesma ideia que Meyer, que realizava seus estudos na Alemanha. Ele, de forma mais meticulosa, organizou um quadro periódico, onde os 63 elementos químicos conhecidos estavam dispostos em colunas com base em suas massas atômicas. A genialidade de Mendeleev estava no que ele deixou de fora de sua tabela. Ele reconheceu que certos elementos estavam faltando, ainda a serem descobertos. Mendeleev deixou espaço para o desconhecido. Ainda mais surpreendente, ele previu com precisão as propriedades dos elementos que faltavam. O Trabalho de Mendeleiev foi o mais completo até então realizado, pois organizou os elementos conforme suas propriedades, reuniu um grande número de informações de maneira simples e constatou que novos elementos seriam descobertos, deixando espaços para inseri-los na tabela. Até então, nada se sabia a respeito da constituição dos átomos, mas a organização proposta por Meyer-Mendeleiev originou inúmeras investigações para justificar a periodicidade dos elementos e constitui a base da atual Tabela Periódica.
A tabela periódica atual não é uma cópia fiel da tabela de Mendeleev: é mais aperfeiçoada. Não pela aparição de elementos que ocupam os espaços vazios destinados a eles, mas por causa de um conceito estabelecido em 1913: o número atômico.
No início do século XX, por volta de 1913, o físico inglês Henry Gwyn-Jeffreys Moseley examinou os espectros dos raios-X característicos de cerca de 40 elementos. Neste estudo, descobriu que todos os átomos de um mesmo elemento químico tinham carga nuclear idêntica, o que indicava que possuíam o mesmo número de prótons em seus núcleos. O número de prótons que um elemento possui em seu núcelo corresponde ao seu número atômico. O físico observou que quando os elementos eram colocados em ordem crescente de números atômicos, suas propriedades se repetiam periodicamente.
Não levou muito tempo para que Moseley chegasse à conclusão de que o número atômico podia ser usado como critério de organização dos elementos químicos, em vez da massa atômica. Assim, modificou levemente a tabela proposta por Mendeleev, permanecendo sua essência até hoje. De fato, todos os modelos propostos, de alguma forma, contribuíram para as descobertas sobre os elementos químicos e suas classificações.
Além disso, foram fundamentais para que chegasse ao modelo atual de tabela periódica que apresenta 118 elementos químicos.

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