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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 8 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Colocação dos pronomes átonos. Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras. Olá, pessoal! Os assuntos agora têm base na morfologia, isto é, o estudo de duas classes gramaticais (verbo e pronome), além da ortografia. Vamos ao primeiro?!!!!!! VERBO É a palavra que se flexiona em número (singular/plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (presente, pretérito e futuro), e voz (ativa, passiva e reflexiva). Pode indicar ação (fazer, copiar), estado (ser, permanecer, ficar), fenômeno natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, almejar) e outros processos. Em relação a verbo, estão previstos, no conteúdo programático do edital, apenas o emprego e a correlação de tempos e modos verbais. Para entendermos esses dois tópicos, abordaremos o assunto da seguinte forma: I - conceitos gerais; II - estrutura do verbo; III - reconhecimento dos tempos e modos verbais; IV - emprego desses tempos e modos verbais; V - correlação de tempos e modos verbais. 1. O que são formas nominais? Muita gente se pergunta por que o infinitivo, o gerúndio e o particípio são chamados de formas nominais, se eles são verbos. Bom, o motivo disso é porque muitas vezes se comportam como nomes (substantivo, advérbio e adjetivo). Veja: Infinitivo: termina em “r” (cantar, saber, partir). Algumas vezes se comporta como substantivo em construções do tipo “Amar é viver” (Amor é vida); “Estudar é bom” (Estudo é bom). É por isso que, quando as orações subordinadas substantivas não são desenvolvidas, normalmente são reduzidas de infinitivo. Gerúndio: geralmente termina em “ndo” (cantando, sabendo, partindo). Algumas vezes se comporta como advérbio em construções do tipo “Amanhecendo, vou a sua casa” (valor adverbial de tempo: quando amanhecer); “Estudando, passarei no concurso” (valor adverbial de condição: se estudar). É por isso que, quando as orações subordinadas adverbiais não são desenvolvidas, normalmente são reduzidas de gerúndio. Português p/ Câmara dos Deputados (Analista Legislativo) (Teoria e questões comentadas) PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2 Particípio: geralmente termina em “do”: cantado, sabido, partido. Algumas vezes ocupa valor de adjetivo, em construções do tipo: “Ele é abençoado”; “Aquela pessoa está morta”. É por isso que, quando as orações subordinadas adjetivas não são desenvolvidas, normalmente são reduzidas de particípio. Observação: Esses vocábulos em negrito são gerados a partir do verbo “abençoar→abençoado”; morrer→morrido→morto”, mas são, nestes contextos, adjetivos, pois caracterizam o pronome “Ele” e o substantivo “pessoa”. Veja que esses adjetivos desempenham a função sintática de predicativo do sujeito. “Ele é abençoado”; “Aquela pessoa está morta”. suj + VL + predicativo sujeito + VL + predicativo Porém, essas mesmas palavras podem, mudando-se o contexto, ser verbos, desde que seja expressa uma ação verbal, uma atividade: “Ele é abençoado por Deus”; “Aquela pessoa foi morta por um bandido”. suj + locução verbal+ agente passiva sujeito + locução verbal+ agente passiva Nesses dois casos, veja que os agentes da passiva “por Deus” e “por um bandido” nos indica que há locução verbal da voz passiva “é abençoado” e “foi morta”. Por isso, as palavras em negrito não podem ser adjetivos. Veja a aplicação disso na prova. Questão 1: TCE PE 2004 Procurador Fragmento do texto: 1 5 A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento, como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é possível pensar sem lembrar — e são os livros que ainda preservam a maior parte da nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler. Pela construção textual, depreende-se que, apesar de serem formas verbais, os vocábulos “pensar” e “lembrar”, ambos na linha 6, estão empregados como substantivos. Comentário: Sabemos que o verbo no infinitivo pode ser empregado como substantivo, principalmente quando vier antecedido do artigo, procedimento que chamamos de substantivação ou derivação imprópria, como nos seguintes exemplos: “Como filósofos, devemos pensar o viver das pessoas.” Note que o infinitivo “viver” foi antecipado do artigo simplesmente para enfatizar seu uso substantivo. Assim, houve simplesmente o nome da ação: “o viver”. Poderíamos simplesmente ter substituído por substantivo. Veja: “Como filósofos, devemos pensar a vida das pessoas.” Agora, veja que a questão pede ao candidato para observar se a estrutura textual admite ler estes verbos como simples substantivos, isto é, nomes das ações. Isso não, pois ele nos induz a perceber a ênfase nas ações. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3 Veja que o texto defende que “devemos ler” (o autor quer uma postura ativa do leitor), “ninguém faz isso sem ler” (sem realmente agir). Assim, segundo o texto, não é possível “pensar” (ação, atividade intelectual) sem “lembrar” (sem resgatar o que havia aprendido com o ato de ler). Esses dois verbos fazem parte de orações subordinadas reduzidas, pois podemos desenvolvê-las, preservando o sentido. Veja: Não é possível que se pense sem que se lembre... Assim, o texto enfatiza a ação, só por isso não podemos dizer que os dois infinitivos estejam sendo usados com valor de substantivo. Gabarito: E Questão 2: TRE–AP / 2007 / Analista Fragmento de texto: 1 5 10 15 Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006. Também a partir do assentamento, essa família passa a participar de uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal. Além de promover a geração de renda das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, especialmente na região Norte do país. Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo também construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número de famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto: “investidos” (linha 1), “aplicados” (linha 11), “beneficiando” (linha 14) e “assentados” (linha 14). Comentário: Note que esses vocábulos são gerados dos verbos “investir”, “aplicar”, “beneficiar” e “assentar”. Com a inserção da desinência de particípio “-do”, esses vocábulos podem, a depender do contexto, transformar-se em adjetivo. Na linha 1, o vocábulo “investidos” é um adjetivo, porque está caracterizando o substantivo “montantes”. Esse adjetivo foi gerado do verbo “investir”, que se transformou em particípio “investido” e, neste contexto, éum adjetivo. Na linha 11, o vocábulo “aplicados” é um verbo no particípio, pois, na estrutura oracional, percebemos que há a locução verbal da voz passiva. Veja que podemos subentender um agente da passiva neste contexto: Os recursos foram aplicados (por alguém) na construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. Na linha 14, o vocábulo “beneficiando” é um verbo no gerúndio. Assim, não pode ser considerado adjetivo. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4 Também na linha 14, o vocábulo “assentados” remete a um adjetivo (“pessoas assentadas, famílias assentadas, grupos assentados”), porém, neste contexto, esse vocábulo está sendo quantificado pelo numeral “197 mil”. Assim, está sendo empregado como substantivo. Resumindo, apenas o vocábulo “investidos” é um adjetivo; os vocábulos “aplicados” e “beneficiando” são verbos e “assentados” é um substantivo. Dessa forma, a afirmativa está errada. Gabarito: E Questão 3: TRE–AP / 2007 / Analista Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto. O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e introduz oração reduzida com valor condicional. Comentário: O vocábulo “Somado” possui o sufixo “-do” marcando o particípio. Isso quer dizer que realmente há uma oração reduzida de particípio; mas o problema é que não há valor de condição, mas tempo ou até causa. Veja: Depois que foi somado aos nomeados desde 2003... Porque foi somado aos nomeados desde 2003... Gabarito: E Questão 4: Detran - ES / 2011 / nível superior Fragmento de texto: Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais em que se preserve, defenda e promova a qualidade do ambiente natural e os patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades e dos bairros antigos. A expressão “de forma a reduzir” poderia ser substituída pela forma verbal reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período sintático em que ocorre. Comentário: Não se pode substituir a expressão “de forma a reduzir” por reduzindo, tendo em vista que esta oração é coordenada à segunda “construir espaços e tempos sociais”, a qual também, por paralelismo, encontra-se iniciada por verbo no infinitivo. O uso de gerúndio em “reduzindo” forçaria o uso de gerúndio também em “construindo”. Veja: ...de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais... ... reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construindo espaços e tempos sociais... Gabarito: E 2. É importante sabermos a estrutura do verbo? Olha, entender a estrutura da palavra nos ajuda a saber seu sentido, sua flexão etc. No caso dos verbos, ajuda-nos a entender a conjugação, que fará PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 diferença no sentido do verbo no texto. Então, vamos à estrutura do verbo. (NÃO DECORE, procure apenas entender) Estrutura das formas verbais: Há três tipos de morfemas (partes da palavra) que participam da estrutura das formas verbais: o radical, a vogal temática e as desinências. a. radical – é o morfema que concentra o significado essencial do verbo: estud-ar vend-er permit-ir am-ar beb-er part-ir cant-ar escond-er proib-ir b. Vogal temática – é o morfema que permite a ligação entre o radical e as desinências. Há três vogais temáticas: -a- caracteriza os verbos da primeira conjugação: solt-a-r, cant-a-r -e- caracteriza os verbos da segunda conjugação: viv-e-r, esquec-e-r O verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor, etc) pertencem à segunda conjugação, pois sua vogal temática é –e–, obtida da forma portuguesa arcaica poer, do latim poere. -i- caracteriza os verbos da terceira conjugação: assist-i-r, decid-i-r O conjunto formado pelo radical e pela vogal temática recebe o nome de tema. Assim: cantar vender partir c. Desinências – são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do verbo. Há desinências número-pessoais e desinências modo- temporais: cant á sse mos Essas desinências serão fundamentais para notarmos em que modos e tempos os verbos estão e com isso sabermos empregá-los. Mais à frente em nossa aula, faremos a conjugação do verbo e você terá discriminado cada morfema para entender melhor o processo de conjugação. Como dissemos, sem decoreba. Questão 5: TRE - TO/ 2006 / Técnico 1 5 Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez mais complexas. Quando dizemos que os suíços ou suecos são desenvolvidos, o que Desinência modo-temporal Indica o modo (indicativo e subjuntivo) e o tempo verbal (presente, passado, futuro) Desinência número-pessoal Indica a pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª) e número (singular ou plural) Vogal temática Indica a conjugação (1ª, 2ª, 3ª) Radical É a base de sentido do verbo. 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação tema tema tema PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6 10 15 temos em mente não é apenas que eles são mais ricos que nós. O que está subentendido é que também sabem gerir melhor os trens e as escolas primárias, as florestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias, os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser desenvolvido é uma totalidade. No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento do Tesouro, a EMBRAPA, o Itamaraty, entre outras. Mas estão afogadas em oceano de incompetência, em certos pontos com profundidades abissais. As demandas de exigência crescente de uma sociedade dinâmica são atendidas pelas ilhas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da inépcia. Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações). O emprego da primeira pessoa do plural em “deixamos” (linha 2), “dizemos” (linha 5), “nós” (linha 6) e “temos” (linha 11) indica a inclusão do autor e do leitor na informação. Comentário: A desinência número-pessoal “-mos” e o pronome “nós” confirmam que o autor realmente utiliza a primeira pessoa do plural. Nos textos dissertativos, é normal o autor se valer dessa pessoa do discurso para se incluir e incluir também o leitor no grupo sobre o qual fala o texto. Esta é também uma forma de aproximação entre autor e leitor. Por isso, está correta a afirmativa. Gabarito: C 3. Uma das desinências aponta o modo verbal. Mas o que é modo verbal? Podemos entender os modos verbais como os divisores dos tempos verbais. Cada modo possui tempos verbais peculiares. Os modos verbais são: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Entendê-los é importante para sabermos seu emprego no texto. Veja: Indicativo: transmite certeza, convicção: Eu estudo todos os dias. Subjuntivo: transmite dúvida, incerteza, possibilidade: Talvez eu estude ainda hoje. Imperativo: transmite ordem, pedido, solicitação, conselho: Estude, pois esta matéria é importante para a prova. Então vejamos a flexão dos verbos em cada tempo e em seguida o emprego do tempo verbal. Para fins didáticos, vamos notar algumas letras com contornos diferentes para chamar sua atenção quanto à estrutura do verbo. Isso é apenas para facilitar seu entendimento da conjugação. As letras marcadas em negrito são vogais temáticas, as sublinhadassão desinências número-pessoais. O morfema entre a vogal temática e a desinência número-pessoal é a desinência modo- temporal, marcada com . estuda s radical vogal temática desinência modo-temporal desinência número-pessoal. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 4. Os tempos de modo INDICATIVO Agora, em cada modo verbal, vamos inserir os tempos. O trabalho será o seguinte: cada tempo será explorado de forma a você simplesmente reconhecê-lo e em seguida entender seu emprego. 4.a.1 Reconhecimento do tempo presente do indicativo: eu estudo vendo permito tu estudas vendes permites ele estuda vende permite nós estudamos vendemos permitimos vós estudais vendeis permitis eles estudam vendem permitem 4.a.2 Quando empregamos este tempo verbal? a. Geralmente se diz que o presente do indicativo é o tempo que indica processos verbais que se desenvolvem simultaneamente ao momento em que se fala ou escreve: Estou em São Paulo. Não confio nele. b. Na verdade, o presente do indicativo vai muito além. Pode também expressar processos habituais, regulares, ou aquilo que tem validade permanente: Tomo banho todos os dias. Durmo pouco. Todos os cidadãos são iguais perante a lei. A Terra gira em torno do Sol. Algumas vezes a banca CESPE cobra a substituição deste tempo verbal simples pelas locuções verbais “vir + gerúndio” e “ter + particípio”. Veja: Eu estudo todos os dias. Eu venho estudando todos os dias. Eu tenho estudado todos os dias. Esta última forma verbal (tenho estudado) é, na realidade, o tempo pretérito perfeito composto do indicativo, o qual será visto adiante. c. Pode também ser empregado para narrar fatos passados, conferindo-lhes atualidade. É o chamado presente histórico: No dia 17 de dezembro de 1989, pela primeira vez em quase trinta anos, o povo brasileiro elege diretamente o presidente da República. Iludida pelos meios de comunicação, a população não percebe que está diante de um farsante. Mas a verdade não demora a chegar. O presidente-atleta logo mostra quem é. Seu braço direito, PC Farias, saqueia o país. Forma-se uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga as atividades ilícitas da dupla. Em alguns meses, os escândalos apurados são tantos, que só resta ao aventureiro renunciar. d. O presente também pode ser usado para indicar um fato futuro próximo e de realização tida como certa: Daqui a pouco, a gente volta. Embarco no próximo sábado. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8 e. Utilizado com valor imperativo, o presente constitui uma forma delicada e familiar de pedir ou ordenar alguma coisa: Artur, agora você se comporta direitinho. Depois, vocês resolvem esse problema para mim. TRT- RJ / 2008 / nível superior A raça humana A raça humana é Uma semana Do trabalho de Deus. A raça humana é a ferida acesa Uma beleza, uma podridão O fogo eterno e a morte A morte e a ressurreição. A raça humana é o cristal de lágrima Da lavra da solidão Da mina, cujo mapa Traz na palma da mão. A raça humana risca, rabisca, pinta A tinta, a lápis, carvão ou giz O rosto da saudade Que traz do Gênesis Dessa semana santa Entre parênteses Desse divino oásis Da grande apoteose Da perfeição divina Na grande síntese. A raça humana é Uma semana Do trabalho de Deus. Gilberto Gil. Questão 6: Julgue as afirmativas a seguir sobre o uso do tempo verbal no texto: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo. Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo, no intuito de destacá-lo, como: Amanhã vou a sua casa. Porém, no contexto, o emprego não é este. Gabarito: E Questão 7: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas. Comentário: O presente do indicativo também pode expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas, por exemplo: “Alfredo come e dorme”. Porém, não é esse o motivo de seu uso no texto. Gabarito: E PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9 Questão 8: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para dar vida a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais. Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais, no sentido de avivá-los ao leitor, é o chamado presente histórico. Mas não é esse o emprego no texto. Gabarito: E Questão 9: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para apresentar uma condição ou situação como permanente. Comentário: O autor sugere um dado conceitual, isto é, apresenta uma situação de caráter permanente, como as seguintes passagens do texto: “A raça humana é uma semana.”; “A raça humana é a ferida acesa”; “A raça humana é o cristal de lágrima.” Por isso, a afirmativa está correta. Gabarito: C Questão 10: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito. Comentário: O presente pode enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito, por exemplo: Estou escrevendo enquanto falo com você. Porém, no contexto, o emprego não é este. Gabarito: E Questão 11: Sec Edu AM / 2011 / nível superior Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome. Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o ato de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas. O vômito está para o ato de comer como o esquecimento está para o ato de aprender. Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência. Segunda: a comida não é a comida que a criança deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí eu pergunto: “O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de tomar sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló com nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome. (...) As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é novidade, surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei uma reserva florestal no Espírito Santo, a bióloga PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 encarregada de educação ambiental me contou que era um prazer trabalhar com as crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas, bichos, pedras. (...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão perto. (...) Sãobrinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles. Querem comê-los. Querem conhecê-los. Rubem Alves. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações). A predominância, no texto, das formas verbais no presente do indicativo tem o efeito de dar aos fatos apresentados o caráter de fatos reais, habituais e naturais, o que reforça os argumentos do autor com relação aos processos de aprendizagem das crianças. Comentário: Veja que o texto é construído com base na realidade atual (“É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas.”), transmitindo processos conceituais para provar esta realidade. Vários são os exemplos que denotam fatos, como “Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia.” Também podemos perceber ações habituais e naturais, como “Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa.” Além disso, note principalmente o início do texto com verbos no presente, que enfatizam o processo de aprendizagem das crianças. Resumindo, importa saber que o verbo, no presente do indicativo, é importante na argumentação conceitual, pois mostra a atualidade, dando um tom de realidade, verdade. Assim, a questão está correta. Gabarito: C Questão 12: INCA / 2010 / nível superior Fragmento do texto: Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas perspectivas, abrir novos horizontes desconhecidos, investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento. Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua argumentação, se, em lugar de “tem sido”, fosse usada a forma verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e constante dos aspectos mencionados. Comentário: Foi visto que o tempo pretérito perfeito composto é empregado para reforçar o caráter de prolongamento do processo verbal. Esse tempo pode ser substituído pelo presente do indicativo. Quando se prefere utilizar o tempo composto, a intenção é valorizar a continuidade, o prolongamento. Por isso, a afirmativa está correta. Gabarito: C Questão 13: EBC - 2011 nível médio Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias modernas. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11 Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “têm sido” (linha 2) por são. Comentário: A estrutura verbal “têm sido” é o pretérito perfeito composto do indicativo, mencionado anteriormente na teoria. Este tempo composto transmite uma regularidade, assim como o presente do indicativo “são”. Assim, pode-se substituir “têm sido” por “são”. Como a questão afirmou que haveria prejuízo da correção gramatical, está errada. Gabarito: E Questão 14: Polícia Federal / 2004 / nível médio Fragmento do texto: Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro, uma acumulação de capitais jamais vista na história, Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a expressão verbal “vem produzindo” por tem produzido. Comentário: Não se provoca incoerência gramatical nessa substituição, pois as duas locuções transmitem ideia de regularidade, continuidade. Gabarito: E Questão 15: TRT RJ 2008 nível superior Fragmento do texto: Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%. Na frase que se inicia por “A série”, a substituição da forma verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido do texto. Comentário: Pode-se, contextualmente, trocar o presente do indicativo pelo pretérito perfeito do indicativo, pois isso não altera o sentido: “A série de dados do CAGED tem início em 1992”. O verbo grifado encontra-se no presente do indicativo com valor de presente histórico. Esse emprego é comum quando se quer contar um fato ocorrido no passado, mas avivando-o utilizando o presente, como “Então em 1992, Fernando Collor sucumbe à multidão.”, “Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil em 1500.”. A troca pelo pretérito perfeito do indicativo é natural e não causa incoerência: Então em 1992, Fernando Collor sucumbiu à multidão.”, “Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500.”. O mesmo ocorre com o texto: “A série de dados do CAGED teve início em 1992.” Gabarito: E Questão 16: TRE - TO / 2007 / Analista Fragmento de texto: As penitenciárias têm de ser aprimoradas, a justiça precisa aplicar melhor as leis, e a legislação não pode deixar de ser revista para enfrentar um bandido diferente daquele da época da redação do Código PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12 Penal. É uma substituição correta para o texto trocar “têm de ser” por devem ser. Comentário: Veja que trocamos um verbo do presente do indicativo (“têm”) por outro também no presente (“devem”). A locução verbal “têm de ser” transmite uma ideia de obrigação. Esse mesmo valor é conservado com a locução verbal “devem ser”. Por isso, a troca está de acordo com o contexto. Gabarito: C 4.b.1. Reconhecimento do tempo pretérito imperfeito do indicativo eu estuda vend permit tu estuda s vend s permit s ele estuda vend permit nós estudá mos vend mos permit mos vós estudá is vend is permit is eles estuda m vend m permit m Perceba as desinências modo-temporais “-va” (primeira conjugação) e “-ia” (segunda conjugação). 4.b.2. Quando empregamos este tempo verbal? a. Esse tempo tem várias aplicações. Pode transmitir uma ideia de continuidade, de processo que no passado era constante ou frequente: Estavam todos muito satisfeitos com o desempenho da equipe. Entre os índios, as mulheres plantavam e colhiam; os homens caçavam e pescavam. Naquela época, eu almoçava lá todos os dias. b. Ao nos transportarmos mentalmente para o passado e procurarmos falar do que então era presente, também empregamos o pretérito imperfeito do indicativo: Eu admirava a paisagem. A vida passava devagar. Quase nada se movia. Uma pessoa aparecia aqui, um cão latia ali, mas, no geral, tudo era muito quieto. c. É usado para exprimir o processo que estava em desenvolvimento quando da ocorrência de outro: O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela. A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo gol. Pode substituir o futuro do pretérito, tanto na linguagem coloquial como na literária: Se ele pudesse, largava tudo e ficava com ela. “Se eu fosse você, eu voltava pra mim.” d. Pode relacionar-se com verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (o qual será visto adiante) em orações substantivas. Esperava-se que o artista cantasse e dançasse. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13 e. Usado no lugar do presente do indicativo, o pretérito imperfeito denota cortesia: Queria pedir-lhe uma gentileza. Questão 17:Delegado da Polícia Federal 2004 Fragmento do texto: 1 5 As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça. A substituição do termo “estão sendo desenvolvidos” (linha 5) por estavam se desenvolvendo provoca alterações estruturais sem alterar semanticamente a informação original nem transgredir as normas da escrita culta. Comentário: Esta questão cobra o conhecimento da transposição da voz passiva analítica em voz passiva sintética. Porém, devemos observar que o verbo “estão” encontra-se no presente do indicativo (o qual transmite continuidade de ação no momento atual) e “estavam” encontra-se no pretérito imperfeito do indicativo (o qual transmite continuidade de ação no momento passado) . Veja como ficaria esta transposição preservando o tempo presente do indicativo: ....estão sendo desenvolvidos métodos analíticos... (voz passiva analítica) locução verbal TD + sujeito paciente ....estão se desenvolvendo métodos analíticos... (voz passiva sintética) locução verbal TD + Pron Ap + sujeito paciente Agora, veja com a locução verbal no pretérito imperfeito do indicativo: ....estavam sendo desenvolvidos métodos analíticos... (voz passiva analítica) locução verbal TD + sujeito paciente ....estavam se desenvolvendo métodos analíticos... (voz passiva sintética) locução verbal TD + Pron Ap + sujeito paciente Assim, a substituição provoca alterações estruturais, com mudança semântica da informação original. Veja que isso não provoca erro gramatical. Como a questão afirmou que o sentido não mudaria, está errada. Gabarito: E Questão 18: IRBR - 2011 Diplomacia Fragmento de texto: 1 A montagem do espetáculo Calabar – O Elogio da Traição estava pronta, quando, em outubro de 1974, foi censurada e a exibição do espetáculo foi proibida nos palcos brasileiros. A repressão era tamanha que nem a notícia PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14 5 10 da proibição pôde ser divulgada. Escrita por Ruy Guerra e Chico Buarque, a peça recupera a saga histórica das invasões holandesas do século XVII. Domingos Fernandes Calabar (1600-1635), o protagonista, posiciona-se a favor da Holanda, o país invasor, contra os colonizadores portugueses. Os autores, no entanto, não têm uma visão negativa do episódio. Ao contrário, veem em Calabar um libertador da opressão portuguesa. A censura da ditadura militar enxergou na montagem um alto teor subversivo, por acreditar que o texto atentava contra os bons costumes e, principalmente, promovia uma inversão dos valores da história do Brasil ao mostrar um traidor como salvador da pátria. Caso as formas verbais “recupera” (linha 5), “posiciona-se” (linha 6), “têm” (linha 8) e “veem” (linha 9) fossem substituídas, respectivamente, pelas formas recuperava, posicionava-se, tinham e viam, não seriam necessários ajustes gramaticais no restante do texto. Comentário: A expressão temporal “em outubro de 1974” e as estruturas verbais “foi censurada”, “foi proibida”, “era” e “pôde ser divulgada” apresentam fatos passados. Assim, os verbos “recupera”, “posiciona-se”, “têm” e “veem” estão sendo usados no presente histórico, pois fazem relação a ações passadas, utilizando o presente como ênfase. Dessa forma, pode o autor optar em transformar o presente histórico em pretérito imperfeito do indicativo, permanecendo a coerência e a informação original do texto, sem necessidade de ajustes no restante do texto. Note que se optou pelo pretérito imperfeito do indicativo, porque essas ações transmitem uma ideia de continuidade no passado. Gabarito: C 4.c.1. Reconhecimento do tempo pretérito perfeito do indicativo eu estudei vendi permiti tu estudaste vendeste permitiste ele estudou vendeu permitiu nós estudamos vendemos permitimos vós estudastes vendestes permitistes eles estuda m vende m permiti m 4.c.2. Quando empregamos este tempo verbal? a. O pretérito perfeito simples exprime os processos verbais concluídos e localizados num momento ou período definido do passado: Em 1983, o campeão brasileiro da Segunda Divisão foi o Juventus. Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil no século antepassado. b. O pretérito perfeito composto exprime processos que se repetem ou prolongam até o presente: Tenho visto coisas em que ninguém acredita. Os professores não têm conseguido melhores condições de trabalho. Note que já comentamos que este tempo verbal composto, a depender do contexto, pode substituir o presente do indicativo. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15 Questão 19: PGM RR 2010 – nível superior Fragmento de texto: O mundo tem gerado excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e aumentado drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços. A expressão “nas últimas décadas” permite a substituição de “tem gerado” por gerou, sem prejudicar a coerência ou a correção gramatical do texto, apesar de alterar as relações semânticas entre as ideias. Comentário: Note que “tem gerado” está no tempo pretérito perfeito composto, visto acima. Este tempo composto indica uma ação rotineira que se prolonga do passado ao presente, transmitindo uma regularidade. Por isso normalmente pode ser substituído pelo presente do indicativo (“gera”) mantendo a correção gramatical, a coerência dos argumentos e o sentido. Veja que a questão afirma que a mudança do pretérito perfeito composto “tem gerado” (ação regular, continuada) pelo pretérito perfeito simples “gerou” provoca mudança de sentido (ação pontual no passado), o que está correto. Porém, o problema na questão é que há uma estrutura coordenada, com duas locuções verbais “tem gerado ... e (tem) aumentado...”. Note que a última locução verbal possui o verbo auxiliar “tem” subentendido, pois este se encontra explícito na locução anterior. Por isso, a substituição implicaria prejuízo na coerência do texto e, por consequência, prejuízo gramatical. A afirmação estaria certa se houvesse a substituição das duas estruturas verbais: O mundo gerou excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e aumentou drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços. Gabarito: E Questão 20: TCE ES 2004 Controlador de Rec Pub (banca CESPE) 1 5 10 15 Nossa identidade contemporânea nos remete para os centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados. (...) Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia de estagnação, financeirização e precarização das relações de trabalho, tornaram os países latino-americanos mais semelhantes do que nunca. Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a Argentina e o Haiti, o México e a Bolívia, o Peru e o Equador, a Venezuela e a Guatemala, a Colômbia e a Nicarágua. As décadas posteriores nos colocaram,entre a ALCA e o MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e de duas imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do continente. Em suma, nossa imagem de nós mesmos, como país, dependeu sempre da forma como vimos a América Latina e nossa relação com nosso continente de origem e de inserção histórica comum. Emir Sader. A América Latina vista do Brasil. In: Correio Braziliense, 27/6/2004 (com adaptações). PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16 Alteram-se os sentidos do texto, mas preservam-se sua coerência textual e correção gramatical, com a substituição do pretérito perfeito “vimos” (l.19) por vemos ou temos visto. Comentário: O verbo “vimos” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo, mostrando uma ação acabada, mas o texto permite inferir que essa visão da América perdura ainda nos dias de hoje. Por isso, a mudança para o tempo presente em “vemos” muda o sentido (de passado para presente), mas permanece a coerência textual. Além disso, perceba que o tempo pretérito perfeito composto “temos visto” prolonga a ação ao longo do tempo passado até os dias atuais, obtendo uma ideia de regularidade também percebida com o verbo no presente do indicativo. Por isso, a afirmativa está correta. Gabarito: C 4.d.1. Reconhecimento do tempo pretérito mais-que-perfeito do indicativo eu estuda vende permiti tu estuda s vende s permiti s ele estuda vende permiti nós estudá mos vendê mos permití mos vós estudá is vendê is permití is eles estuda m vende m permiti m Perceba a desinência modo-temporal “-ra” átona. Note que essa desinência, na segunda pessoa do plural, varia para “-re”. 4.d.2. Quando empregamos este tempo verbal? O pretérito-mais-que-perfeito exprime um processo que ocorreu antes de outro processo passado: Era tarde demais quando ela percebeu que ele se envenenara. O fato de ele ter-se envenenado é anterior ao fato de ela ter percebido. Envenenara é, por isso, mais-que-perfeito, ou seja, mais velho que o perfeito (percebeu). Na linguagem do dia a dia, usa-se muito pouco a forma simples do pretérito mais-que-perfeito; é comum, entretanto, na linguagem formal, bem como em algumas expressões cristalizadas (“Quem me dera!”, “Quisera eu...”). Prefere-se na linguagem cotidiana o pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto. Ele é constituído do verbo “ter” ou “haver” empregados no tempo pretérito imperfeito do indicativo (tinha ou havia), seguidos do particípio. Veja: Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara) Quando usado no lugar do futuro do pretérito do indicativo ou do pretérito imperfeito do subjuntivo, o mais-que-perfeito simples confere solenidade à expressão: “E, se mais mundo houvera, lá chegara.” (Camões) Compare com: E, se mais mundo houvesse, lá chegaria. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17 Questão 21: Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior Fragmento do texto: Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um derrame cerebral. Vivia envolvido com “sirigaitas”, como minha mãe as chamava, e com fracassos comerciais crônicos. O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais “jogava” e “nadava” fossem substituídas por jogara e nadara. Comentário: Os verbos no pretérito imperfeito do indicativo “jogava” e “nadava” transmitem valor de regularidade, hábito, no tempo passado. Já o verbo “pegara”, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, transmite valor pontual de um passado em relação a outro, que é “ter um derrame cerebral”. Ao se substituir o pretérito imperfeito pelo mais-que-perfeito jogara e nadara, esses verbos deixarão de transmitir uma regularidade no passado e transmitirão um dado pontual no passado, o que acarretaria mudança de sentido. Por isso, a afirmativa está errada. Gabarito: E Questão 22: TRE - TO/ 2006 / Analista Fragmento de texto: A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. A substituição de “estivera” por tinha estado prejudica a correção gramatical do período. Comentário: O erro na questão foi o vocábulo “prejudica”, pois o tempo composto do pretérito mais-que-perfeito do indicativo tem a seguinte estrutura: verbo auxiliar no pretérito imperfeito do indicativo (tinha/havia) seguido do verbo principal no particípio. Então a substituição é possível. Gabarito: E 4.e.1. Reconhecimento do tempo futuro do presente do indicativo eu estuda i vende i permiti i tu estuda s vende s permiti s ele estuda vende permiti nós estuda mos vende mos permiti mos vós estuda is vende is permiti is eles estuda o vende o permiti o Perceba a desinência modo-temporal “-ra” tônica. Note que essa desinência em algumas pessoas do discurso varia para “-re”. 4.e.2. Quando empregamos este tempo verbal? a. O futuro do presente simples expressa basicamente processos tidos como certos ou prováveis, mas que ainda não se realizaram no momento em que se fala ou escreve: Estarei lá no próximo ano. Jamais a terei a meu lado. b. Pode-se usar esse tempo com valor imperativo, com tom enfático e categórico: “Não furtarás!” Você ficará aqui a noite toda. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18 c. Em outros casos,essa forma imperativa parece mais branda e sugere a necessidade de que se adote certa conduta: Você compreenderá a minha atitude. Pagarás quando puderes. d. O futuro do presente simples também pode expressar dúvida ou incerteza em relação a fatos do presente: Ela terá atualmente trinta e cinco anos. Será Cristina quem está lá fora? e. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do presente se relaciona com o futuro do subjuntivo para indicar processos cuja realização é tida como possível: Se tiver dinheiro, pagarei à vista. Se houver pressão popular, as reformas sociais virão. f. Quando este tempo for composto, isto é, o verbo auxiliar for “ter” ou “haver” no tempo futuro, seguido de outro verbo no particípio, por exemplo (terei estudado), ele expressa um fato ainda não realizado no momento presente, mas já passado em relação a outro fato futuro. Isso acontece por influência da forma nominal particípio: Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido. Quando eu voltar ao trabalho, você já terá entrado em férias. g. O futuro do presente simples é muito pouco usado na linguagem cotidiana. Em seu lugar, é normal o emprego de locuções verbais com o infinitivo, principalmente as formadas pelo verbo ir: Vou chegar daqui a pouco. Estes processos vão ser analisados pelo promotor. 4.f.1. Reconhecimento do tempo futuro do pretérito do indicativo eu estuda vende permiti tu estuda s vende s permiti s ele estuda vende permiti nós estuda mos vende mos permiti mos vós estuda is vende is permiti is eles estuda m vende m permiti m Perceba a desinência modo-temporal “-ria”. Note que essa desinência, na segunda pessoa do plural, varia para “-rie”. 4.f.2. Quando empregamos este tempo verbal? a. O futuro do pretérito simples expressa processos posteriores ao momento passado a que nos estamos referindo: Concluí que não seria feliz ao lado dela. Muito tempo depois, chegaria a sensação de fracasso. b. Também se emprega esse tempo para expressar dúvida, incerteza ou hipótese em relação a um fato passado: Estariam lá mais de vinte mil pessoas. Ela teria vinte anos quando gravou o primeiro disco. Se ela conversasse menos, teria facilidade na matéria. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terrorwww.pontodosconcursos.com.br 19 c. Esse tempo também expressa dúvida sobre fatos passados: Teria sido ele o mentor da fraude? d. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito se relaciona com o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar processos tidos como de difícil concretização: Se ele quisesse, tudo seria diferente. Viveria em outro lugar se pudesse. e. O futuro do pretérito composto expressa um processo encerrado posteriormente a uma época passada que mencionamos no presente: Partiu-se do pressuposto de que às cinco horas da tarde o comício já teria sido encerrado. Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato com outro clube. f. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito composto se relaciona com o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, exprimindo processos hipotéticos ou de realização desejada, mas já impossível: Se ele me tivesse procurado antes, eu o teria ajudado. O país teria melhorado muito se tivessem sido feitos investimentos na educação e na saúde. Questão 23: MPE PI - 2012 Superior Fragmento de texto: Os filósofos do Iluminismo observavam um preceito simples, mas obviamente muito poderoso. Quanto mais formos capazes de compreender racionalmente o mundo, e a nós mesmos, mais poderemos moldar a história para nossos próprios propósitos. Temos de nos libertar dos hábitos e preconceitos do passado a fim de controlar o futuro. Segundo essa concepção, com o maior desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o mundo iria se tornar mais estável e ordenado. O romancista George Orwell, por exemplo, anteviu uma sociedade com excessiva estabilidade e previsibilidade — em que nos tornaríamos todos minúsculos dentes de engrenagem de uma vasta máquina social e econômica. O emprego do futuro do pretérito em “iria se tornar” (linha 7) e “nos tornaríamos” (linha 9) justifica-se por terem as previsões dos filósofos iluministas se concretizado. Comentário: O tempo verbal que sinaliza uma ação concretizada é o pretérito perfeito do indicativo. Ex.: “O mundo tornou-se violento.” O futuro do pretérito do indicativo em “iria se tornar” e “tornaríamos” transmite hipótese (conjectura, suposição), a qual não foi concretizada, pois o mundo ainda não se tornou estável, ordenado, também não podemos afirmar categoricamente que todos nós sejamos minúsculos dentes de uma engrenagem. Gabarito: E Questão 24: TRE - GO / 2008 / Analista Um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo sublinhado em PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 A “a verdade estaria inscrita”. B “o interesse circunscrevia-se”. C “não haveria mais uma verdade filosófica”. D “o significado de verdade seria o de expressão”. Comentário: Esta questão envolvia um texto com apontamentos das linhas de cada verbo. Isso faria com que o candidato verificasse cada verbo no texto, para depois interpretar se transmite a ideia de realidade. Mas não precisamos disso. Sabemos que o futuro do pretérito do indicativo apresenta desinência modo-temporal “-ria” e transmite possibilidade, hipótese. Os verbos das alternativas (A), (C) e (D) apresentam tal desinência, por isso estão neste tempo verbal. Assim, a alternativa correta é a (B), pois o verbo “circunscrevia” apresenta a desinência modo-temporal “-ia”. Então, este verbo está flexionado no tempo pretérito imperfeito do indicativo e pode ser interpretado como algo que ocorria em seu sentido real, concreto, no passado. Gabarito: B Os tempos do modo subjuntivo 4.g.1. Reconhecimento do tempo presente do subjuntivo eu estud vend permit tu estud s vend s permit s ele estud vend permit nós estud mos vend mos permit mos vós estud is vend is permit is eles estud m vend m permit m Dica: insira o advérbio “talvez” antes deste tempo verbal (talvez eu estude). Isso sempre ajuda. É importante lembrar que a vogal temática “a” se transforma em desinência modo-temporal “e” no presente do subjuntivo. Se houver vogal temática “e” ou “i”, naturalmente teremos desinência modo-temporal “a” no presente do subjuntivo. Veja: Presente do indicativo Presente do subjuntivo Nós estudamos... Talvez nós estud mos... Nós vendemos... Talvez nós vend mos... Nós partimos... Talvez nós part mos... (vogal temática) (desinência modo-temporal) Não importa o nome, mas sim a modificação destas vogais!!!!! 4.g.2. Quando empregamos este tempo verbal? O presente do subjuntivo normalmente expressa processos hipotéticos, que muitas vezes estão ligados ao desejo, à suposição: PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 “Quero que tudo vá para o inferno!” Suponho que ela esteja em Roma. Caso você vá, não deixem que o explorem. Talvez ela não o ame mais. Questão 25: Detran - ES / 2011 / nível médio Fragmento de texto: Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento sustentável. No trecho “ainda que permaneçam”, o emprego da forma verbal no modo subjuntivo é obrigatório em razão da presença da locução conjuntiva “ainda que”. Comentário: Quando o verbo faz parte de uma oração subordinada adverbial concessiva e essa oração encontra-se desenvolvida, isto é, iniciada por conjunção (“embora”, “conquanto”) ou locução conjuntiva (“mesmo que”, “ainda que”, “ainda quando”, “apesar de que”); o modo verbal empregado deve ser o subjuntivo. Perceba, então, que a locução conjuntiva “ainda que” inicia a oração subordinada adverbial concessiva e por isso o verbo “permaneçam” encontra-se no presente do subjuntivo. Gabarito: C Questão 26: FUB / 2010 / Superior Fragmento de texto: Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet —, existem poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses. Na oração “que tenha sido completamente formada na era da Internet”, a forma verbal “tenha” poderia ser substituída por haja, sem alteração do sentido ou da correção gramatical do texto. Comentário: Os tempos compostos normalmente são formados pelos verbos auxiliares “ter” ou “haver” seguidos do particípio. Nesta questão, observamos a locução verbal da voz passiva “tenha sido formada”. O verbo “tenha” encontra-se no presente do subjuntivo e podemos substituí-lo pelo verbo “haver” em mesmo tempo verbal. Por isso a troca por “haja” está plenamente de acordo com a gramaticalidade e com o sentido. Compare: “...uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet...” “...uma geração que haja sido completamente formada na era da Internet...” Gabarito: C Questão 27: Detran - ES / 2011 / nível superior Fragmento de texto: O atendimento às demandas de mobilidade evidencia a necessidade de controle do processo de expansão urbana, propugnando pelo desenvolvimento de cidades mais adensadas, em cujo território haja melhor distribuição das funções. No trecho “haja melhor distribuição das funções”, o emprego do modo subjuntivo na forma verbal indica possibilidade, hipótese, e não a certeza de ocorrência de melhor distribuição de funções. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 Comentário: O verbo no presente do subjuntivo é usado como possibilidade de execução, hipótese, e nunca como certeza de algo. Para esta se usa o presente do indicativo (há). Por isso a afirmativa está correta. Gabarito: C Questão 28: TSE / 2007 / Técnico Fragmento de texto: Se umasociedade cessa de ter uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e discuta os seus encaminhamentos. O emprego do subjuntivo em “sinalize” e “discuta” justifica-se por compor um período de natureza explicativa. Comentário: A razão do emprego do presente do subjuntivo não tem relação com o período ser explicativo ou conclusivo, mas com a ideia de possibilidade e necessidade de realização das ações posteriores. Gabarito: E Questão 29: TCE PE 2004 Analista de Sistema Fragmento do texto: A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humano trazido à arena pública e pode ser definida de maneiras distintas. Muita energia é despendida na busca de uma definição rigorosa, capaz de distinguir com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar alguém como pobre. Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e metade da população brasileira possa ser considerada pobre. Perde-se a idéia de hipótese associada à forma verbal “possa” (linha 6) ao se substituí-la por pode, mas preservam-se a coerência e a correção textuais. Comentário: É fácil percebermos que a troca do presente do subjuntivo (que transmite dúvida, possibilidade, incerteza) pelo presente do indicativo (que transmite certeza) muda o sentido na frase. Agora, devemos observar se realmente esta troca mantém coerência com os argumentos, mesmo com a mudança de sentido. Para isso, troque o verbo e leia toda a frase de novo... Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e metade da população brasileira possa ser considerada pobre. Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e metade da população brasileira pode ser considerada pobre. O autor preferiu no texto original manter a ideia de estimativa, como algo não provado, ainda incerto; porém veja que o texto possui verbos no presente do indicativo. Isso amplia a noção do verbo. Como há um estudo voltado para uma característica do brasileiro, pode-se perceber que a troca dos tempos verbais é possível: é um dado que traz como resultado a real possibilidade de uma fração da população brasileira ser considerada pobre. Gabarito: C PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 Questão 30: TCE PE 2004 Assistente Técnico Infor Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição, que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não. No último período, o emprego do modo subjuntivo em “sejam” reforça a idéia de hipótese, ligada ao preenchimento da condição expressa por “depende” na oração imediatamente anterior. Comentário: O verbo “depender” mostra uma restrição, uma condição imposta à democracia: se os direitos serão levados a sério ou não por todos os cidadãos. Assim, percebemos que isso marca uma hipótese. Além disso, perceba que essa hipótese é ampliada com o verbo “sejam”, no presente do subjuntivo, o qual inicia uma oração subordinada adverbial concessiva. Esta oração tem um emprego peculiar, ela omitiu a conjunção ou locução conjuntiva. Note que podemos inserir a locução conjuntiva “mesmo que”, “ainda que”. Veja: A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não. A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, mesmo que eles sejam autoridades ou não. A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, ainda que eles sejam autoridades ou não. Assim, realmente o verbo “depender” é empregado para transmitir uma condição e uma hipótese, e o verbo “sejam”, por estar no presente do subjuntivo e fazer parte de uma oração adverbial concessiva, reforça essa hipótese. Gabarito: C 4.h.1. Reconhecimento do tempo pretérito imperfeito do subjuntivo eu estuda vende permiti tu estuda s vende s permiti s ele estuda vende permiti nós estudá mos vendê mos permití mos vós estudá is vendê is permití is eles estuda m vende m permiti m Dica: insira a conjunção “se” antes deste tempo verbal (se eu estudasse). Isso sempre ajuda. Perceba a desinência modo-temporal “-sse”. 4.h.2. Quando empregamos este tempo verbal? a. O imperfeito do subjuntivo expressa processo de limites imprecisos, anteriores ao momento em que se fala ou escreve: Fizesse sol ou chovesse, não dispensava uma volta no parque. Os baixos salários que o pai e a mãe ganhavam não permitiam que ele estudasse. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 b. O imperfeito do subjuntivo é o tempo que se associa ao futuro do pretérito do indicativo quando se expressa circunstância de condição ou concessão: Se ele fosse politizado, não votaria naquele farsante. Embora se esforçasse, não conseguiria a simpatia dos colegas. c. Também se relaciona com os pretéritos perfeito e imperfeito do indicativo: Sugeri-lhe que não vendesse a casa. Esperava-se que todos aderissem à causa. d. Também é importante observarmos o verbo auxiliar neste tempo verbal, juntando-se a um verbo no particípio, formando um tempo composto (pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo). Ele expressa um processo anterior a outro processo passado: Esperei que tivesse exposto completamente sua tese para contrapor meus argumentos. e. Esse tempo pode associar-se ao futuro do pretérito simples ou composto do indicativo quando são expressos fatos irreais e hipotéticos do passado: Se me tivesse apresentado na data combinada, já seria funcionário da empresa. Mesmo que ela o tivesse procurado, ele não a teria recebido. Questão 31: Auxiliar Técnico de Perícia- SEAD / 2007 / nível médio Fragmento do texto: O Museu do Cairo, onde está a múmia do faraó, aprovou que o crânio fosse examinado com raio X: encontrou-se um fragmento de osso, o que fez aumentar as especulações de que sua morte fora provocada por agressão — os especialistas asseguram que o famoso golpe recebido na cervical foi aplicado enquanto a vítima dormia ou estava em posição horizontal. Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “fosse” por fora. Comentário: O verbo “fosse” (pretérito imperfeito do subjuntivo) traduz uma ideia de possibilidade (O museu aprovou a possibilidade de exame do crânio). Com a substituição para o pretérito-mais-que-perfeito do indicativo, esse tempo verbal transmitiria a ideia de que o crânio já havia sido examinado antes da aprovação pelo museu (passado do passado), o que seria incoerente no texto. Gabarito: E Questão 32: TRE TO 2006 - Analista 1 5 10 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única. (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25 15 o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheiaa gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3. O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (linha 9) justifica-se por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida. Comentário: O verbo “houvesse” (pretérito imperfeito do subjuntivo) transmite ideia de suposição, por isso não se pode entender afirmativa sobre uma ação já decorrida. Gabarito: E 4.i.1. Reconhecimento do tempo futuro do subjuntivo eu estuda vende permiti tu estuda es vende es permiti es ele estuda vende permiti nós estuda mos vende mos permiti mos vós estuda des vende des permiti des eles estuda em vende em permiti em Dica: insira a conjunção “quando” antes deste tempo verbal (quando eu estudar). Isso sempre ajuda. Perceba a desinência modo-temporal “-r”. 4.i.2. Quando empregamos este tempo verbal? a. Na forma simples, indica fatos possíveis, mas ainda não concretizados no momento em que se fala ou escreve: Quando comprovar sua situação, será inscrito. Quem obtiver o primeiro prêmio receberá bolsa integral. Se ela for a Siena, não quererá mais sair de lá. b. Esse tempo normalmente se associa ao futuro do presente do indicativo quando se expressa circunstância de condição: Se fizer o regime, emagrecerá rapidamente. c. O futuro do subjuntivo composto expressa um processo futuro que estará terminado antes de outro, também futuro: Quando tiverem concluído os estudos, receberão o diploma. Iremos embora depois que ela tiver adormecido. Questão 33: Assembleia Legislativa ES - 2011 nível superior Fragmento de texto: Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana dos Direitos Humanos e na ONU, o grito dos excluídos, extremamente importante para o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Enquanto teimarmos e não reconhecermos que existem problemas, discriminação, preconceito e violência, não avançaremos. É fundamental que reconheçamos que eles existem, pois esse é o papel do Conselho Estadual de Direitos Humanos. PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26 Haveria alguma alteração no sentido, mas seria mantida a correção gramatical do texto, caso o trecho “Enquanto teimarmos e não reconhecermos” (linhas 3 e 4) fosse reescrito, com modificações no tempo e no modo das formas verbais, da seguinte forma: teimamos e não reconhecêssemos. Comentário: Os verbos “teimarmos” e “reconhecermos” estão flexionados no futuro do subjuntivo. Veja que a conjunção “Enquanto” demonstra que a oração é desenvolvida, isto é, possui conjunção e verbo flexionado em modo e tempo verbal. Dessa forma, não podemos confundir essas duas estruturas com o infinitivo. Esses dois verbos fazem parte de duas orações subordinadas adverbiais temporais, uma coordenada à outra. Assim, neste contexto, os dois verbos devem permanecer no mesmo tempo verbal: Tendo em vista o contexto, são admitidas duas construções, com mudança de sentido: a) a primeira transmite condição no futuro¹, com resultado no futuro²: Enquanto teimarmos¹ e não reconhecermos¹ que existem problemas, discriminação, preconceito e violência, não avançaremos². b) a segunda transmite fatos simultâneos: Enquanto teimamos e não reconhecemos que existem problemas, discriminação, preconceito e violência, não avançamos. Assim, o erro da questão foi o verbo “reconhecêssemos”, no pretérito imperfeito do subjuntivo, o qual traz incorreção gramatical. Gabarito: E Questão 34: TRE - TO / 2007 / Analista Fragmento de texto: É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. É uma substituição correta para o texto trocar “se forem” por caso sejam. Comentário: A condição expressa na oração “se forem” possui verbo no futuro do subjuntivo. Note que a oração principal possui verbo no presente do indicativo “de nada adianta”. Assim, abre-se a possibilidade de também passarmos a condição no tempo presente do subjuntivo. Por isso, a afirmativa está correta. Gabarito: C O modo IMPERATIVO 4.j.1. Reconhecimento do modo verbal b) imperativo afirmativo: a segunda pessoa do singular e a segunda pessoa do plural são retiradas diretamente do presente do indicativo, suprimindo-se o –s final: tu estudas – estuda tu; vós estudais – estudai vós. As formas das demais pessoas são exatamente as mesmas do presente do subjuntivo. Lembre-se de que não se conjuga a primeira pessoa do singular no modo imperativo; PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27 c) imperativo negativo: todas as pessoas são idênticas às pessoas correspondentes do presente do subjuntivo, excluindo-se a primeira pessoa do singular. ESQUEMA DE FORMAÇÃO DOS TEMPOS DERIVADOS DO PRESENTE DO INDICATIVO (EX.: OPTAR) PRESENTE DO INDICATIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO IMPERATIVO NEGATIVO PRESENTE DO SUBJUNTIVO opto - - opt optas opta não opt s opt s opta opt não opt opt optamos opt mos não opt mos opt mos optais optai não opt is opt is optam opt m não opt m opt m Obs.: Na linguagem coloquial temos percebido muitas vezes a mistura de tratamentos (o verbo em uma pessoa verbal e o pronome em outra). Veja o exemplo da propaganda da Caixa Econômica Federal: Vem pra Caixa você também, vem! O verbo “Vem” está na segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo (eu venho, tu vens. Retirando-se o “s”, formamos a segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo: Vem tu). Porém, a propaganda usa o pronome “você”. Essa mistura é aceitável numa propaganda, assim como nas músicas, na linguagem do cotidiano; isso porque a intenção, nestes casos, é fugir de um suposto artificialismo da linguagem, com uma aproximação daquilo que é popular, adequando a sonoridade. Porém, na norma culta essa mistura deve ser evitada. Corrigindo, teríamos duas possibilidades: ou transpomos tudo para a segunda pessoa, ou para a terceira: Vem para a Caixa tu também, vem! Venha para a Caixa você também, venha! Como você deve conhecer essa música, cante-a, agora, de acordo com a norma culta. A sonoridade e o ritmo são convidativos? Fica estranho, não é? Por isso mesmo dizemos que as músicas e poemas têm a licença poética, pois a associação das palavras pela sonoridade e ritmo são mais importantes do que o rigor gramatical. Mas, num texto formal, não existe licença poética e quem dita as regras é o rigor gramatical. Questão 35: TCU 2011 – Auditor Federal de Controle Externo Para o filósofo Bentham, a felicidade era uma proposição matemática, e ele passou anos realizando pequenos ajustes em seu “cálculo da felicidade”, um termo maravilhosamente atraente. Eu, por exemplo, nunca associei cálculo à felicidade. No entanto, trata-se de matemática simples. Some os aspectos prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis. O resultado é a sua felicidade total. Os mesmos cálculos, acreditava Bentham, podiam ser aplicados a uma nação inteira. Cada medida tomada por um governo, cada lei PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 aprovada, deveria ser vista sob o prisma da “maior felicidade possível”. Bentham ponderou que dar dez dólares a um homem pobre contava mais do que dar dez dólares a um homem rico, já que o pobre tirava mais prazer desse dinheiro. Eric Weiner. Geografia da felicidade. Trad. Andréa Rocha. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 247-8 (com adaptações). O autor constrói seu texto de forma a se aproximar do leitor, o que explica,por exemplo, o emprego da primeira pessoa do singular no segundo período e o do imperativo no quarto. Comentário: Quando o autor se apresenta no texto, naturalmente, transmite uma interação maior com o leitor, pois o texto passa a ter aspectos subjetivos. Isso é reforçado pelo uso dos imperativos em “Some os aspectos prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis.” Assim, há um aspecto de conversa do autor com o leitor, o que os aproxima mais. Portanto, a afirmativa está correta. Gabarito: C Correlação Correlação é a combinação (articulação) entre determinados tempos e modos verbais. Vimos as correlações básicas ao tratarmos do emprego dos tempos: pretérito imperfeito do indicativo, futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo, presente do subjuntivo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo. Listamos as mais importantes, para que fique tudo bem claro: Se tiver dinheiro, pagarei à vista. Se houver pressão popular, as reformas sociais virão. Para enfatizar a ação como próxima à certeza, pode-se substituir o futuro do presente do indicativo pelo presente do indicativo: Se tiver dinheiro, pago à vista. Se houver pressão popular, as reformas sociais vêm. A depender do contexto, cabe o imperativo no lugar do futuro do presente e do presente do indicativo: Se tiver dinheiro, pague à vista. Se houver pressão popular, faça as reformas sociais. Futuro do subjuntivo Futuro do presente do indicativo 1 PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 Se ele quisesse, tudo seria diferente. Se pudesse, viveria em outro lugar. Pode-se substituir o futuro do pretérito do indicativo pelo pretérito imperfeito do indicativo, tanto na linguagem coloquial como na literária: Se ele pudesse, largava tudo e ficava com ela. “Se eu fosse você, eu voltava pra mim.” Caso haja mais determinação, o resultado poderá ser melhor. Uma vez que se pense assim, a única saída será investir. Como falado anteriormente, em determinados contextos, pode-se substituir o futuro do presente do indicativo pelo presente do indicativo: Caso haja mais determinação, o resultado pode ser melhor. Uma vez que se pense assim, a única saída é investir. O mesmo ocorre com o imperativo: Caso haja mais problemas, seja cauteloso. Uma vez que o índice baixe, invista mais. O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela. A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo gol. Essas são as correlações básicas e as mais importantes para a prova. Outras mais são encontradas e o candidato deve sempre observar o contexto para não haver prejuízo da coerência. Perceba estas outras correlações. Percebo que você estuda. (presente do indicativo) Percebi que você estudou. (pretérito perfeito do indicativo) Pretérito imperfeito do subjuntivo Presente do subjuntivo Pretérito imperfeito do indicativo Futuro do pretérito do indicativo Futuro do presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo 2 3 4 PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 30 Sugiro-lhe que leia o manual. (presente do indicativo + presente do subjuntivo) Sugeri-lhe que lesse o manual. (pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo) Suponho que ela tenha participado da conversa. (presente do indicativo + verbo auxiliar no presente do subjuntivo) Supunha que ela tivesse participado da conversa. (pretérito imperfeito do indicativo + verbo auxiliar no pretérito imperfeito do subjuntivo) Questão 36: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior Fragmento do texto: Forças que impediram — até agora — que esse processo de centralização do poder chegasse até o seu limite imperial, o que provocaria a dissolução do sistema político e econômico mundial. O emprego do futuro do pretérito em “provocaria” justifica-se pelo emprego do subjuntivo em “chegasse” e admite como gramaticalmente correta a substituição pela forma teria provocado ou por iria provocar. Comentário: Entendamos a frase: “Forças que impediram – até agora – que esse processo de centralização do poder chegasse até o seu limite, o que provocaria a dissolução...” O verbo “impediram” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo e, naturalmente, leva o verbo “chegasse” ao pretérito imperfeito do subjuntivo. Este verbo transmite um passado com resultado hipotético, por isso o verbo provocar fica no futuro do pretérito do indicativo (“provocaria”). O verbo “provocaria”, futuro do pretérito simples, pode ser substituído tanto pelo futuro do pretérito composto – teria provocado – quanto pela locução verbal “iria provocar”, que também se encontra no futuro do pretérito e mantém a coesão, coerência e o sentido no texto. Gabarito: C Questão 37: TRT - RJ / 2008 / nível superior Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais, de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero. Em “que vá de uma região a outra”, a forma verbal “vá” poderia ser substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto ou para a sua correção gramatical, pela forma do pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse. Comentário: O verbo “vá” encontra-se no presente do subjuntivo e transmite a possibilidade de ação. Perceba que isso é reiterado pela combinação com outros verbos no presente (do indicativo) “pode”, “consegue”. A substituição por “fosse” levaria o verbo para o pretérito imperfeito do subjuntivo, o qual passaria a transmitir uma hipótese. Isso ainda levaria os verbos destacados no presente em combinação no futuro do pretérito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo, respectivamente. Veja: ... o simples translado de um trabalhador, que fosse de uma região a outra, poderia representar ascensão substancial, se ele conseguisse incorporar-se PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 31 a um núcleo mais próspero. Assim, muda-se o sentido original no texto, além de implicar incorreção gramatical, pois os demais verbos têm de ser ajustados para tal substituição. Gabarito: E Questão 38: EBC - 2011 nível superior Fragmento de texto: Movemo-nos como peças de um relógio cansado. As nossas rodas velhas, de dentes gastos, entrosam-se mal a outras rodas velhas, de dentes gastos. O que tem valor cá dentro são as coisas vagarosas, sonolentas. Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos com o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre os dedos amarelos. No trecho “Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos com o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre os dedos amarelos” (linhas 4 a 6), a correção gramatical seria mantida caso as formas verbais “parasse”, “daríamos” e “continuaríamos” fossem substituídas por parar, daremos e continuaremos, respectivamente. Comentário: No texto original, ocorre a condição no passado (“parasse”) e o resultado hipotético (“daríamos” e “continuaríamos”). Essa é a correlação n° 2, vista anteriormente. Veja que a troca pela correlação n° 1 (futuro do subjuntivo com futuro do presente do indicativo) faz mudar o sentido, mas mantém a correção gramatical. Note que a questão afirmou apenas que a substituição dos tempos verbais mantém a correção gramatical. Isso realmente está correto. Veja: “Se o maquinismo parasse, não
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