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Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio AULA N° 8 Abordaremos nesta aula os seguintes temas, referentes ao artigo 183 ao artigo 218 do CTN: 1) Garantias Tributário; e Privilégios do Crédito 2) Fiscalização Tributária; 3) Dívida Ativa; 4) Lei de Execução Fiscal; 5) Certidão Negativa; e 6) Certidão Positiva com efeitos de Negativa. CAPÍTULO VI Garantias e Privilégios do Crédito Tributário O que são as garantias e privilégios do crédito tributário? As garantias do crédito tributário são as regras que asseguram os direitos do Estado, para que este tenha mecanismos cada vez mais eficazes para fiscalizar os tributos e controlar o crédito tributário. Os privilégios são as "regalias" do crédito em comparação com outras dívidas dos sujeitos passivos no concurso de credores que acontece em processos de falência, inventário, liquidação, etc. www.pontodosconcursos.com.br 1 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. Logicamente que as garantias não poderiam estar em uma lista exaustiva, tendo em vista o seu objetivo. Cada tributo tem as suas especificidades e devem ter garantias diferentes, em função de suas diferenças. Não podemos ter um mecanismo de fiscalização para pessoa física igual ao mecanismo usado para pessoa jurídica. Os fatos geradores são importantes na busca desses mecanismos. É importante atentar para o fato de que somente a lei pode estabelecer garantias para cada tributo ou conjuntos desses. O parágrafo único nos diz que as características da garantia não modificam o crédito tributário relacionado. Isso assegura que o crédito tributário não se altera em virtude das garantias e caso tenhamos preferência entre créditos, o tributário não perderá seus privilégios em função das garantias. Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados www.pontodosconcursos.com.br 2 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Apesar de o artigo começar com a palavra "privilégio", ele traz uma garantia do crédito. Está garantida que quase a totalidade dos bens do sujeito passivo pode ser penhorada para o pagamento dos débitos fiscais. Em processo judicial de execução fiscal, o juiz pode determinar a penhora dos bens para a quitação do débito. Existem bens que são impenhoráveis. São tidos como bens de família, como anel de casamento, retratos da família, ou seja, geralmente não tem um valor expressivo. Esses bens são os que têm privilégios especiais. Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) Por dentro da Receita Federal e da Procuradoria... Depois de esgotados todos os meios de cobrança do débito ao sujeito passivo, a Receita Federal irá transferir a cobrança do crédito para a Procuradoria da Fazenda Nacional - PFN. www.pontodosconcursos.com.br 3 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio A PFN tentará mais uma vez cobrar do contribuinte amigavelmente. Caso não tenha sucesso nesta cobrança, preliminarmente haverá o cadastramento do débito na Dívida Ativa da União. Depois dessa providência, a PFN ajuizará ação de execução fiscal. Caso a Fazenda Pública venha saber que o contribuinte está tentando se desfazer de seus bens e direitos, para que esses não respondam pelos créditos cobrados em juízo, a PFN informará ao juiz competente sobre a possibilidade de, ao final da ação e em virtude da venda dos bens, o sujeito passivo não conseguir quitar seus débitos para com a Fazenda Nacional. O judiciário irá providenciar a penhora dos bens para garantia do crédito tributário. Com essa providência, o sujeito passivo não poderá mais vender seus bens e direitos, pois estarão penhorados e à disposição do judiciário. A venda dos bens ou sua tentativa, depois da inscrição em dívida ativa, somente será considerada fraudulenta, se o sujeito passivo não tiver bens para honrar suas dívidas tributárias. O CTN considera como presunção de fraude a venda ou a tentativa nas condições citadas no exemplo acima. EIS A QUESTÃO! 1) (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). Em seguida, marque a opção que contenha tais letras na seqüência correta. 1. Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. 2. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha outorgado ao crédito www.pontodosconcursos.com.br 4 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio maiores garantias ou privilégios, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 3. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente enviado para inscrição como dívida ativa e posterior execução. a) V, V, V b) V, V, F c) V, F, F d) F, F, F e) F, F, V Solução: A primeira afirmativa é verdadeira. CTN Art. 184. "... responde pelo pagamento do crédito tributário ..., inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis." A segunda afirmativa é falsa. Não se pode atribuir responsabilidade a terceiros com legislação posterior ao lançamento. Base legal: CTN art. 144. § 1° "Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, ..., ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros." A primeira afirmativa é falsa. Está incorreto o final da afirmativa, em que se diz: "...e posterior à execução". Base legal: CTN Art. 185. "Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa." A resposta certa é a letra "c". Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz www.pontodosconcursos.com.br 5 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmentepor meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) § 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) Na ação de execução, caso o juiz cite o devedor e este não se apresente, haverá expedição ao oficial de justiça para que tente encontrar o devedor e seus bens. Caso haja insucesso na missão, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos na medida do valor que satisfaça os débitos em litígio judicial. O judiciário tomará a medida mais eficaz nesse processo, que é a comunicação aos órgãos e às entidades que promovem registros de transferência de bens, como o Registro Público de Imóveis, para evitar a venda de imóveis. Ao Detran para bloqueio de transferências de automóveis, ao Banco Central para evitar transferências bancárias e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para barrar transações no mercado de capitais. No segundo parágrafo, encontramos o fechamento deste procedimento, pois com o envio das informações aos órgãos e às entidades, o juiz poderá verificar quais bens quitarão os débitos e decidir quais deles serão penhorados. www.pontodosconcursos.com.br 6 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio EIS A QUESTÃO! 2) (PFN/1998/ESAF) Quanto às garantias do crédito tributário, diz o Código Tributário Nacional, ou dele decorre, que a) elas são excludentes de outras que pudessem ser previstas em lei, ainda que em função da natureza ou das características do tributo respectivo b) a atribuição de novas garantias somente se aplica para o futuro, exceto quando se trate de atribuir responsabilidade tributária a terceiros c) entre elas se encontra a inoponibilidade, ao fisco, do argumento de que os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade estão a salvo de execução fiscal d) o terceiro não pode ser prejudicado se adquirir bens do sujeito passivo de obrigação tributária, depois de este ter sido citado em execução fiscal, se tais bens não foram atingidos por penhora e) os bens ou rendas absolutamente impenhoráveis também respondem pelo pagamento do crédito tributário, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, ou do fato determinante da impenhorabilidade Solução: A letra "a" é falsa. As garantias listadas no CTN não excluem outras. Base legal: CTN Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. A letra "b" é falsa. Art. 144. § 1° Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, ..., ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. A letra "c" é verdadeira. Base legal: CTN Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário ... , inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, ... www.pontodosconcursos.com.br 7 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio A letra "d" é falsa. Se o sujeito passivo foi citado, ele não poderá vender seus bens. Nesse caso podemos imaginar que o bem não foi penhorado, pois ao ser citado ele vendeu o bem a terceiro. Não houve tempo de penhorar o bem. Base legal: CTN Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, ... A letra "e" é falsa. Base legal: CTN Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Resposta certa é a letra "c". SEÇÃO II Preferências Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) I - o crédito tributário não prefere aos créditos • • v • a yv • r m u • • • • *** extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) II - a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) www.pontodosconcursos.com.br 8 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio III - a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) Vejamos outros créditos que preferem aos créditos tributários, além dos relativos ao crédito trabalhista, de natureza alimentícia, e os decorrentes do acidente de trabalho. Créditos extraconcursais são aqueles que ocorrem depois da decretação da falência. No curso da administração da massa falida, o seu responsável terá, certamente, dívidas trabalhistas, do acidente de trabalho e das próprias dívidas tributárias ocorridas após decretação da falência. Em outras palavras, primeiro devem ser pagos os créditos surgidos no curso da gerência da massa falida e somente depois serão quitados os créditos surgidos antes desta decretação. Ainda, após a decretação da falência, todos os bens e direitos pertencentes a terceiros ou que foram vendidos a crédito e entregues a essa empresa, que requereu a falência 15 dias antes da protocolização do processo falimentar, serão restituídos aos seus respectivos proprietários, antes do pagamento do crédito tributário. Há citação, no inciso I acima, da preferência de pagamentos, antes da quitação dos créditos tributários, relativo aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. Mas o que é garantia real? Em muitos casos as pessoas colocam suas coisas (res, em latim) como garantia por meio de hipoteca, alienação fiduciária ou penhora do bem, principalmente em contratos com instituições financeiras. Nesses casos, como reza o artigo acima, o bem dado em garantia seria vendido para o resgate da instituição financeira, antes da quitação dos créditos tributários. No parágrafo II, temos uma proteção em relação aos pagamentos dos créditos trabalhistas, que serão pagos até certo limite. Esses créditos estão limitados a 150 salários mínimos por credor, o que daria hoje cerca de R$ 80.000,00. www.pontodosconcursos.com.br 9 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Depois do pagamento de todos os créditos citados, deverão ser pagosos referentes às multas tributárias, conforme dita o inciso III acima. JURISPRUDÊNCIA O STJ consolidou a orientação no sentido de que os créditos trabalhistas não têm preferência, nos autos de falência, em relação às restituições decorrentes de adiantamentos de contratos de câmbio, tendo em vista que estes constituem dinheiro de terceiro em poder do falido. A restituição não constitui propriamente crédito, mas dinheiro de terceiro, - que não se sujeitam aos efeitos do concurso de crédito /alimentar - correspondente ao valor da mercadoria consumida, não integrante do patrimônio da falida, embora arrecadado em seu poder. Com esse entendimento exarou a súmula n° 307, nos seguintes termos: "A RESTITUIÇÃO DE ADIANTAMENTO DE CONTRATO DE CÂMBIO, NA FALÊNCIA, DEVE SER ATENDIDA ANTES DE QUALQUER CRÉDITO." EIS A QUESTÃO! 3)(FGV/Fiscal/RJ/2011) Carlos, proprietário de apartamento em zona urbana de grande município, furtou-se ao pagamento do IPTU nos anos de 2008 e 2009. A Secretaria Municipal de Fazenda efetuou o lançamento e notificou-o do crédito em aberto em 2010. Nessa situação fictícia, é correto afirmar que (A) caso o apartamento de Carlos seja registrado como bem de família, a impenhorabilidade é oponível nos casos de execução fiscal. Assim, o fisco deve dirigir a execução a qualquer outro bem do patrimônio disponível de Carlos. (B) no momento da notificação oficial até a sentença final em sede de execução fiscal, Carlos pode alienar o apartamento em questão, uma vez que a fraude contra a fazenda somente se configura se a alienação ocorrer após o trânsito em julgado da sentença de execução. (C) na hipótese de Carlos vender o seu apartamento antes do lançamento, o adquirente de boa-fé jamais responderia perante o fisco pelas eventuais dívidas do apartamento antes da sua aquisição. (D) caso Carlos possuísse dívidas de natureza civil, ainda que constituídas antes da notificação do crédito em aberto em virtude do não pagamento do IPTU, o crédito tributário, mesmo assim, teria preferência sobre aquelas. www.pontodosconcursos.com.br 10 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio (E) a notificação seria inócua, uma vez que haveria ocorrido a prescrição. Solução: A alternativa "a" está errada. Os bens de família são absolutamente impenhoráveis, porém de acordo com a lei 8009/1990 o imóvel pode ser penhorado para pagamento do IPTU. Base legal: CTN Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Lei 8009/1990 - Art. 1° O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. - Art. 3° A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar. A alternativa "b" está errada. Considera-se fraudulenta a venda a partir da inscrição em Dívida Ativa. Base legal: CTN Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. A alternativa "c" está errada. O adquirente do imóvel é responsável pelos tributos relativos ao bem adquirido. Base legal: CTN Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. c/c Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos www.pontodosconcursos.com.br 11 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. A alternativa "d" está certa. O crédito tributário prefere a qualquer outro seja qual for o tempo de sua constituição. Base legal: CTN Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. A alternativa "e" está errada. A prescrição não ocorreu, pois o prazo é de 5 anos da ciência da notificação. Base legal: CTN Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. A resposta certa é a letra "d". Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; III - Municípios, conjuntamente e pró rata. No caput deste artigo aparece a palavra concordata, que foi transformada em recuperação judicial, justamente em 2005. www.pontodosconcursos.com.br 12 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Por que isso ocorreu? Há processos que foram protocolizados antes de 2005, por isso o inciso cita a concordata. A cobrança judicial da dívida em processo falimentar ocorre com o concurso de credores, ou seja, todos devem se habilitar para que, na ordem determinada pela legislação pertinente, haja o pagamento. No caso de execução fiscal, em que o Estado cobra as dívidas trabalhistas, não ocorre este concurso de credores, porém há uma ordem para o pagamento das pessoas jurídicas de direito público. No caso dos estados e municípios, a regra a ser aplicada é a de três. Você certamente sabe fazer regra de três. Não sabe? Esqueceu? Então vamos a um exemplo. Em um concurso de credores, em processo de falência, foram apresentados os seguintes créditos a serem pagos com o valor arrecadado pela massa falida de R$ 10.000.000,00: Credor Dívida Recebimento Hipoteca do banco 2 milhões Total Trabalhadores com crédito Cem mil Total individual até 150 Sal. Min. Bens de terceiros de boa-fé Um milhão Total Dívidas decorrentes de Cem mil Total acidente de trabalho Crédito tributário da União 2 Milhões e oitocentos mil Total Multa tributária da União Trezentos mil Não receberá Crédito tributário do RJ 4 milhões 1 milhão Crédito tributário de SP 2 milhões Quinhentos mil Crédito do município de Duzentos mil Não receberá Duque de Caxias - RJ www.pontodosconcursos.com.br 13 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Os créditos pagos primeiramente foram relativos à restituição à terceiros. Na sequência houve o pagamento dos créditos trabalhistas de natureza alimentar, acidente de trabalho e de garantia real. Os créditos tributários foram pagos na seguinte ordem: tributos da União e Estados na proporção dos recursos que sobraram emrelação às dívidas. Não houve recursos para pagamento do Município de Duque de Caxias e nem para as multas tributárias da União. Este é um simples exemplo para que você tenha idéia de como funciona o concurso de credores. Em virtude decisões em ações judiciais, referentes à constitucionalidade da aplicação do artigo 187 do CTN, o STF editou a Súmula 563: "O CONCURSO DE PREFERÊNCIA A QUE SE REFERE O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 187 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL É COMPATÍVEL COM O DISPOSTO NO ART. 9°, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 15/12/1976 Esta súmula foi editada sob a égide da CF de 1967 que em seu artigo 9°, inc. I dizia: "A União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado: I - criar distinções entre brasileiros ou preferências em favor de uns contra outros Estados ou Municípios;" Este artigo corresponde ao art. 19, inc. III da CF de 1988 vigente. EIS A QUESTÃO! 4) (AFRF.TI.2.2005/ESAF) Consoante o caput do art. 186 do Código Tributário Nacional, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Entretanto, por força de alteração legislativa havida recentemente no referido artigo, e de súmula editada pelo Superior Tribunal de Justiça, pode-se afirmar que, na falência, o crédito tributário: www.pontodosconcursos.com.br 14 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio a) Prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. b) Para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos decorrentes da legislação do trabalho serão limitados à quantia equivalente a 100 (cem) salários-mínimos. c) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em processo de falência. d) Não prefere à restituição de adiantamento de contrato de câmbio, que deve ser atendida antes de qualquer crédito. e) A multa tributária não prefere aos créditos subordinados. Solução: A alternativa a está errada. O artigo 186, parágrafo único diz que na falência, o crédito tributário não prefere aos créditos com garantia real. A alternativa b está errada. O artigo 186, parágrafo único, inciso II, diz que na falência, o crédito tributário não prefere aos créditos decorrentes da relação do trabalho. O limite, como estudamos anteriormente, é de 150 salários mínimos. A alternativa "c" está errada. A cobrança judicial do crédito tributário, segundo o artigo 187 do CTN, não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. A alternativa "d" está correta. A súmula 307 do STJ estipula que a restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito. A alternativa "e" está errada, De acordo com o artigo 186, parágrafo único, inciso III, na falência a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. A resposta certa é a letra "d". Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) § 1° Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens www.pontodosconcursos.com.br 15 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada. § 2° O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata. O CTN define, no artigo acima, o que são créditos tributários extraconcursais. No caso de contestação no processo falimentar, em relação aos pagamentos dos créditos tributários, o juiz da vara falimentar enviará os autos ao juiz competente da vara tributária para análise da contestação. Para que o crédito tributário tenha garantia, o juiz determinará a reserva de bens capaz de quitar o crédito contestado. O parágrafo 2° trata dos processos de concordata que estavam em curso até 2005. EIS A QUESTÃO! 5) (AFPS/2002/ESAF) Em relação às garantias e privilégios do crédito tributário, é correto afirmar que: a) presume-se fraudulenta a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário constituído regularmente. b) os bens do sujeito passivo, gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem, em sua totalidade, pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública, excluídos os bens que a lei declare absolutamente impenhoráveis. c) a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento, sendo admitida a execução fiscal antes da inscrição do débito do sujeito passivo como dívida ativa da Fazenda Pública, no caso de a autoridade judicial competente reconhecer a presença dos requisitos de urgência e www.pontodosconcursos.com.br 16 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio relevância na questão submetida a julgamento, para evitar insucesso na realização do crédito tributário. d) o crédito tributário prefere aos demais, ressalvados os créditos decorrentes da legislação trabalhista e os protegidos por garantia real. e) a natureza do crédito tributário é alterada pelas garantias que a ele são atribuídas pelo Código Tributário Nacional. Solução: A letra "a" está errada. Presume-se fraudulenta a venda, após a inscrição na Dívida Ativa. Base legal: CTN Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. A letra "b" está certa. Os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem, em sua totalidade, pelo pagamento do crédito tributário. Base legal: CTN Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. A letra "c" está errada. Não se pode ajuizar sem a certeza e liquidez do crédito, por isso é necessária a inscrição do débito em Dívida Ativa. Base legal: CTN art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Combinado com o artigo 204. CTN art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. A letra "d" está errada. Base legal: CTN art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. www.pontodosconcursos.com.br 17 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Os bens protegidos por garantia real não preferem aos créditos tributários. São bens protegidos por garantia real: hipoteca, penhor, alienação fiduciária em garantia e anticrese. A letra "e" está errada. Não há alteração da natureza do crédito. Base legal: CTN art. 183, Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. A resposta certaé a letra "b". 6)(ESAF/AFTE/RN/2005) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I. O Código Tributário Nacional veda que lei estadual autorize os órgãos da administração pública estadual direta a aceitar proposta em concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à atividade em cujo exercício concorre. II. Os créditos tributários vencidos e vincendos, exigíveis no decurso do processo de falência, devem ser pagos preferencialmente a quaisquer outros e às dívidas da massa, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho e os protegidos por garantia real. III. A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Somente I e III são verdadeiras. e) Todas são falsas. Solução: A formulação I é falsa. Pode ocorrer dispensa da apresentação da certidão negativa de débitos caso haja perigo de caducidade de direito do participante em uma licitação. Base legal: CTN Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator. www.pontodosconcursos.com.br 18 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio A formulação II é falsa. No processo de falência, além dos citados, ainda são pagos antes do crédito tributário, os de acidente de trabalho, os créditos extraconcursias e as importâncias passíveis de restituição. Base legal: CTN Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Parágrafo único. Na falência: I - o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. A formulação III é falsa. O CTN não se refere a herdeiro civilmente incapaz na habilitação em inventário. Base legal: CTN Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. A resposta certa é a letra "e". Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1° do artigo anterior. Aqui, trataremos do processo de inventário e arrolamento e da preferência dos créditos tributários em relação ao restante da dívida. Arrolamento e inventário são processos semelhantes, sendo que esse último tem uma complexidade maior. www.pontodosconcursos.com.br 19 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Inventário é o processo em que há verificação de todos os bens e direitos do de cujus que são transmitidos aos sucessores. Há a divisão do patrimônio deixado. Encargos do monte são as dívidas que o espólio recebe do de cujus e que serão pagas após a quitação dos créditos tributários. No caso do processo de inventário ou arrolamento, se houver contestação, o juiz da vara falimentar deverá remeter os autos relativos aos créditos tributários ao juiz competente para decidir. Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. No processo de liquidação judicial ou voluntária, os créditos tributários terão preferência absoluta em relação aos outros créditos. Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) O CTN determina que o sujeito passivo apresente prova de quitação de todos os seus créditos tributários para extinção das obrigações em processo de falência. Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, www.pontodosconcursos.com.br 20 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) O artigo 151 trata de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. O artigo 205 cuida da expedição de certidão negativa e o de n° 206 versa sobre a certidão positiva com efeitos de negativa. Este artigo aborda a condição de concessão de recuperação judicial. A empresa que tenta, via judicial, sua recuperação deve possuir alguns requisitos. Mas como uma empresa que tenta a recuperação judicial consegue pagar seus débitos para com a Fazenda Pública? O artigo tenta dar uma opção aos devedores, quando trata dos casos de exigibilidade do crédito. Por exemplo, uma empresa que tenta a recuperação judicial pode solicitar o parcelamento, sendo este, causa da suspensão de exigibilidade do crédito tributário. Desse modo, a empresa pode requerer a certidão positiva com efeitos de negativa, quer dizer, há débitos, mas a exigibilidade está suspensa. Falaremos das certidões quando estudarmos os artigos acima referenciados. EIS A QUESTÃO! 7)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Analise as afirmativas a seguir. I. A cobrança judicial do crédito tributário fica sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. II. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. III. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, sem qualquer exceção. Assinale: www.pontodosconcursos.com.br 21 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (C) se somente a afirmativa I estiver correta. (D) se somente a afirmativa II estiver correta. (E) se somente a afirmativa III estiver correta. Solução: A afirmativa I está incorreta. A cobrança judicial não fica sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Base legal: CTN; artigo 187. A afirmativa II está correta. Base legal: CTN art. 189. A afirmativa III está incorreta. A prova de quitação dos tributos pode ser ilidida com a apresentação da certidão positiva com efeitos de negativa. Base legal: CTN Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. A resposta certa é a letra "d". Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Antes da partilha de bens aos sucessores, decretada pelo juiz, deverá haver provade quitação total dos débitos referentes ao espólio. EIS A QUESTÃO! www.pontodosconcursos.com.br 22 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio 8) (AFRF/2003/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Os bens do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida gravados por ônus real respondem pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública. ( ) Não se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução, na hipótese de terem sido reservados bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida em fase de execução. ( ) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. a) F, V, F b) F, F, V c) F, F, F d) V, V, V e) V, V, F Solução: A primeira formulação é verdadeira. Base legal: CTN Art. 184. ...responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ... A segunda formulação é verdadeira. Base legal: CTN Art. 185. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. A terceira formulação é verdadeira. Base legal: CTN Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. A resposta certa é a letra "d". www.pontodosconcursos.com.br 23 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. Este artigo traz uma condição importante para participar de licitações públicas e outros contratos nos casos de dispensa de licitação. Somente quem faz prova de quitação de todos os débitos pode contratar ou participar de licitações públicas com a União, estados, Distrito Federal, municípios ou suas autarquias. A exigência abrange todos os créditos e todas pessoas jurídicas, citadas no parágrafo acima ao mesmo tempo. Se uma empresa quer participar de uma licitação publicada pela União, deve provar que está quite com estados, Distrito Federal, municípios ou suas autarquias. EIS A QUESTÃO! 9) (AFTE RN/2004/ESAF/Adaptada) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I - O Código Tributário Nacional veda que lei estadual autorize os órgãos da administração pública estadual direta a aceitar proposta em concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à atividade em cujo exercício concorre. II - Os créditos tributários exigíveis no decurso do processo de falência, devem ser pagos preferencialmente a quaisquer outros. www.pontodosconcursos.com.br 24 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio III - A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c)Somente I e II são verdadeiras. d) Somente I e III são verdadeiras. e) Todas são falsas. Solução: A formulação I é falsa. Não há essa vedação rígida, pode haver lei autorizativa. Base legal: CTN Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. A formulação II é verdadeira. Os créditos extraconcursais têm prioridade no recebimento. Base legal: CTN Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. A formulação III é falsa. Nesse caso não há exceção para o herdeiro incapaz. Base legal: CTN Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. A resposta certa é a letra "b". TÍTULO IV Administração Tributária CAPÍTULO I Fiscalização www.pontodosconcursos.com.br 25 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. O artigo acima exibe a "boca do Leão", ou seja, mostra amplitude da fiscalização tributária. Fiscalização é a busca, dentro da lei, de todos os métodos para se verificar as atividades das pessoas físicas e jurídicas. Ela se pauta por princípios constitucionais como universalidade e generalidade, tendo sempre o objetivo de fazer com que o sujeito passivo sinta que, a qualquer momento, pode ser fiscalizado, estimulando a arrecadação espontânea. Aliás, essa é a grande missão da fiscalização. A competência e os poderes do administrador tributário poderão constar de legislação genérica, que verse sobre fiscalização, ou ser tratada na legislação de cada tributo. Para que a fiscalização tenha caráter universal e geral, esta tem que alcançar todo o patrimônio das pessoas jurídicas e físicas, independente de gozarem benefícios fiscais. Dessa forma, poderão ser detectados desvios de finalidade em relação a benefícios concedidos. Toda fiscalização deve ter um planejamento, em que serão decididos os tributos, prazos, períodos a que se referem, contribuintes sujeitos a fiscalização, etc. Com o termo de início de fiscalização, a pessoa fiscalizada saberá de todos os pontos abrangidos pela fiscalização. www.pontodosconcursos.com.br 26 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Não há qualquer restrição em relação ao exame de qualquer tipo documentação, ou seja, o legislador afastou qualquer manifestação da pessoa legalmente fiscalizada, em relação ao sigilo dos livros e de documentos comercial e fiscal. Aqui, se faz necessário, relembrarmos decadência e prescrição. Em geral, ao tomar conhecimento do fato gerador é obrigatório que a autoridade fiscal lanceo tributo. O período entre a ocorrência do fato gerador e a possibilidade de se lançar é em geral de 5 anos, esse é o prazo decadencial. A partir da ciência lançamento, e após tentativa de cobrança amigável, a Fazenda Pública terá mais 5 anos, em geral, para ajuizar a ação de execução fiscal. Esse é o prazo prescricional. A manutenção de toda a documentação, a que trata o artigo acima, deve ser feita até que haja a prescrição dos tributos a ela relacionada. Segundo o CTN, somente os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal são relacionados no parágrafo único, tendo o contribuinte a opção de guardar ou não os livros não-obrigatórios até que ocorra a prescrição. www.pontodosconcursos.com.br 27 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio JURISPRUDÊNCIA O STF considera que é legal a exigência do exame de quaisquer livros para averiguar os tributos por parte da fiscalização da Fazenda Pública, porém o fiscal estará limitado aos pontos objeto da investigação. Com base nesse entendimento editou a Súmula n° 439: "ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO." Fonte de Publicação: DJ de 8/10/1964, p. 3645; DJ de 9/10/1964, p. 3665; DJ de 12/10/1964, p. 3697. EIS A QUESTÃO! 10) (TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. Solução: A letra "a" está errada. Base legal: CTN art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 2° A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A letra "b" está certa. Base legal: CTN Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. www.pontodosconcursos.com.br 28 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio A letra "c" está certa. A fiscalização tributária utiliza-se meios produzidos pelas obrigações acessórias como auxílio. O artigo 195 do CTN nos mostra a importância das obrigações acessórias para a fiscalização tributária. Base legal: CTN art. 195 "Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi- los. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram." A letra "d" está certa. CTN artigo 113, § 3° A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A letra "e" está certa. Os exemplos citados nessa letra são auxiliares para fiscalização, como emitir nota fiscal, ou necessário ao lançamento, como apresentar declarações ao Fisco. O gabarito desta questão é a letra "a". Essa questão ficaria melhor se o item "a" fosse: somente tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. 11)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Assinale a afirmativa incorreta. (A) O Código Tributário Nacional, no artigo 195, nega aplicação às disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar os livros comerciais do contribuinte. (B) A fiscalização tem o seu poder limitado, dentre outras, por força de questões funcionais e territoriais. (C) O sigilo de correspondência não pode ser invocado pelo contribuinte em sua defesa, uma vez que este direito poderá ser afastado no exercício da fiscalização pelas autoridades administrativas, mesmo sem haver autorização judicial. (D) O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento no sentido de não ser possível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo de cobrança de tributo. www.pontodosconcursos.com.br 29 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio (E) Não se admite, segundo entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. Solução: A letra "a" está correta. Base legal: CTN; art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi- los. A letra "b" está correta. Base legal: CTN art. 194 c/c art. 101. Art. 194 A legislação tributária, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. Art. 101 A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral. A letra "c" está incorreta. Base legal: artigo 5°, XII da Constituição reconhece como inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de tal forma que o fato gerador identificado no procedimento fiscalizatório, mediante violação do direito ao sigilo de correspondência, não poderá fundamentar a autuação, salvo por eventual autorização judicial. A letra "d" está correta. Ela reproduz a Súmula n° 70 do STF: "É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo". A letra "e" está correta. Ela reproduz a Súmula n° 323 do STF: "É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos". A resposta a ser marcada é a letra "c". Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos www.pontodosconcursos.com.br 30 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo. Por dentro da Receita Federal... No âmbito da Receita Federal, a fiscalização está organizada no sentido que a pessoa fiscalizada ficará ciente no momento em que se der o início da fiscalização sobre prazos, tributos alcançados, períodos a que se referem e demais pontos pertinentes a serem abordados na fiscalização. O início da fiscalização se conta com a entrega à pessoa responsável do termo de início de fiscalização. A importância de se documentar o início da fiscalização é para afastar o instituto da denúncia espontânea. Imagine se não existisse a ciência, por escrito, do fiscalizado sobre o início da fiscalização. Ao saber sobre as características do procedimento, o contribuinte iria correndo ao Fisco e utilizaria os benefícios da denúncia espontânea para afastarou reduzir as penalidades aplicáveis. A outra importância está no início do prazo decadencial. A partir da ciência do contribuinte o Fisco terá 5 anos para efetuar o lançamento. Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que www.pontodosconcursos.com.br 31 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; III - as empresas de administração de bens; IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes; VI - os síndicos, comissários e liquidatários; VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei • • *** m m *** m • m 7 m designe, em razão de seu cargo, oficio, função, ministério, atividade ou profissão. Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. No interesse da fiscalização, a autoridade fiscal, mediante intimação por escrito, poderá requisitar às pessoas, descritas neste artigo, informações sobre determinado procedimento em curso. Veja que essas pessoas da lista acima trabalham em atividades relacionadas com bens e serviços de terceiros. A fiscalização neste caso não está preocupada com as atividades destas pessoas, ela quer apenas as informações que elas possuem para auxiliar no curso desse procedimento. O parágrafo único acima veda a divulgação de informações ao Fisco em relação a algumas atividades ou profissões. A vedação de www.pontodosconcursos.com.br 32 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio divulgação de informação de terceiros dessas atividades e profissões encontram-se em legislação específica. No final de 2010, o STF decidiu que o sigilo fiscal de informações bancárias somente poderia ser quebrado por autorização judicial, ou seja, a Receita deveria solicitar ao judiciário a determinação para que as instituições bancárias revelem dados sigilosos de seus clientes. Este, porém foi um julgamento em que somente atingiu as partes, não devendo valer para outros contribuintes. A Receita Federal pauta-se pela legislação em vigor e não há até o presente momento nenhuma legislação que impeça aos servidores da Receita Federal de intimar diretamente as instituições bancárias para fornecer as informações protegidas pelo sigilo fiscal. Devemos ficar atentos pois uma jurisprudência do STF pode levar às autoridades competentes a editar norma proibindo o acesso direto às informações por parte dos servidores da Receita Federal. O STF entende que é constitucional a determinação do Fisco para que o sujeito passivo apresente os livros fiscais, porém somente aqueles referentes ao objeto da fiscalização em curso. Editou, com isso, a Súmula n° 439: "ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO." Data de Aprovação Sessão Plenária de 01/10/1964 Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) § 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) I - requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) www.pontodosconcursos.com.br 33 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio II - solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) § 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) I - representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) II - inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) III - parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) Com o poder que a fiscalização tem, em relação ao conhecimento do patrimônio e da vida financeira das pessoas físicas e jurídicas, o CTN, neste artigo, resguarda o sigilo fiscal das pessoas, proibindo a todos os servidores públicos que tiveram acesso a essas informações, protegidas pelo sigilo fiscal, de revelar a quem quer que seja, em razão de seu cargo ou função. Se souber por outra fonte, nada obsta a divulgação, devendo sempre fazê-lo em caráter hipotético. O parágrafo 1° versa sobre os casos em que a autoridade tributária está obrigada a fornecer os dados protegidos por sigilo fiscal. www.pontodosconcursos.com.br 34 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Se estiver em curso um processo judicial, a autoridade judicial pode requerer à Fazenda Pública todas as informações, inclusive as protegidas por sigilo fiscal, necessárias ao processo. O segundo caso de entrega das informações, de caráter obrigatório, é quando há um processo administrativo e as informações são necessárias no curso desse processo. Vamos supor que na Polícia Federal haja um processo administrativo em andamento, que trata de pessoa física, a qual está sendo fiscalizada pela Receita Federal. Por que a administração pública perderia tempo em ir ao interessado para colher informações, as quais já estão de posse da Receita Federal? Nesse caso, a Polícia Federal fará um ofício para a obtenção das informações pertinentes. É necessário que o objeto do processo administrativo seja a prática de infração administrativa. Em todos os dois casos, as requisições devem ser motivadas, informando as causas da solicitação. No caso de transferência de sigilo de dados fiscais no âmbito da administração, que trata o parágrafo 2°, esta deve ser feita por processo regularmente instaurado. As informações sigilosas são, em geral, entregues em dois envelopes, um dentro do outro. O envelope externo conterá um envelope lacrado, com as informações protegidas por sigilo fiscal e um documento que servirá de recibo, devendo ser assinado pela autoridade competente. Com isso acontece a transferência das informações e do sigilo fiscal. Pode haver transferência em meio magnético, utilizando o processo de mensagem criptografada. Nesse método apenas o remetente e o destinatário da mensagem conhecem a senha necessária para abertura do arquivo, contendo os dados sigilosos. Há situações em que não há quebra de sigilo fiscal por parte de quem detém as informações e as divulga, na forma estabelecida do parágrafo 3°. www.pontodosconcursos.com.br 35 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio A representação fiscal para fins penais é a forma de comunicação de fatos, que podem estar tipificados na legislação penal como crime ou contravenção, ao Ministério Público. A autoridade quando toma conhecimentode um fato, que em tese pode ser crime ou contravenção, deve protocolizar processo de representação fiscal para fins penais, o qual será enviado ao Ministério Público. Por dentro da Receita Federal... Suponha que um Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, AFRFB, de plantão na alfândega de um aeroporto, ao revistar a bagagem de um passageiro, encontre produto cuja importação seja proibida pela nossa legislação. Nesse caso, ele deverá providenciar a retenção do material e, logo que for possível, comunicar ao Ministério Público a ocorrência. A outra situação de divulgação de dados que não implica quebra do sigilo fiscal é a divulgação em Diário Oficial ou edital, afixado na repartição, referente a sujeitos passivos que se encontrem inscritos em dívida ativa ou que estejam com processo de parcelamento ou moratória. JURISPRUDÊNCIA Com base no entendimento de que, desde que ainda não tenha sido iniciada a ação penal, o pagamento de tributo extingue a punibilidade o STF editou a Súmula 560: "A EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE, PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO DEVIDO, ESTENDE-SE AO CRIME DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO, POR FORÇA DO ART. 18, § 2°, DO DECRETO-LEI 157/1967." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 15/12/1976 Com o entendimento de que não se admite o processo-crime sem que esteja predefinido o crédito, o STF editou a Súmula Vinculante n° 24: "Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1°, incisos I a IV, da Lei n° 8.137/90, www.pontodosconcursos.com.br 36 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio antes do lançamento definitivo do tributo." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 02/12/2009 EIS A QUESTÃO! 12) (AFRF/2002-2/ESAF) • Uma decisão judicial reconheceu ao contribuinte o direito de efetuar a compensação do imposto de renda mediante o aproveitamento de certa parcela do IPI que considerou indevida. O contribuinte efetuou o referido aproveitamento. O Auditor considerou errado o procedimento do contribuinte, porque a Fazenda havia recorrido da decisão do juiz de primeiro grau. Está certo o Auditor? • A isenção outorgada depois do fato gerador mas antes do lançamento exclui o crédito tributário? • É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação relativa a representação fiscal para fins penais, obtida em razão do ofício? a) Não, não, não b) Sim, não, não c) Sim, sim, não d) Sim, não, sim e) Sim, sim, sim Solução: A resposta à primeira pergunta é sim. CTN Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. A resposta à segunda pergunta é não. A lei que outorga isenção não retroge para atingir fato gerador pretérito, conforme art. 106. Base legal: CTN art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116. CTN art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: www.pontodosconcursos.com.br 37 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. CTN art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. A resposta à terceira pergunta é não. É o que diz o artigo 198, §3°, inciso I do CTN. Não é vedada a divulgação referente à representação fiscal para fins penais. A resposta certa é a letra "b". 13) (ATE PI/2001/ESAF) Em matéria de fiscalização tributária, podem, em tese, recusar fornecer à autoridade administrativa informações de que disponham relativamente aos bens, negócios ou atividades de terceiros: a) inventariantes e leiloeiros b) tabeliães e escrivães c) empresas de administração de bens e despachantes oficiais d) síndicos e liquidatários e) advogados e psicólogos Solução: Os advogados e psicólogos em função do tipo de profissão em que há um juramento em não divulgar a intimidade de seus clientes e pacientes, respectivamente, não são obrigados a dar informações ao Fisco. Os demais são obrigados pelo caput do artigo 197. Base legal: www.pontodosconcursos.com.br 38 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio CTN art. 197, Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. A resposta certa é a letra "e". 14) (AFPS/2002/ESAF) A fiscalização de tributos federais devidamente autorizada e procedendo em conformidade com a legislação regente de sua atuação, iniciou ação fiscal na empresa QSZ, com o objetivo de verificar se estavam sendo cumpridas as obrigações tributárias referentes à contribuição social sobre o lucro e ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. No curso da ação fiscal, examinados os livros, documentos e registros pertinentes, deparou-se com situação indiciária de omissão de receitas pela empresa. Entretanto, para provar a existência da infração à legislação tributária, a fiscalização necessitava de elementos adicionais, tais como extratos das contas correntes da empresa mantidas em instituições financeiras. Assim, a fiscalização intimou a empresa para que apresentasse os referidos extratos bancários. A empresa recusou-se a fornecê-los, sob a alegação de que tais extratos continham informações protegidas por sigilo bancário. Em face dessa negativa da empresa, a fiscalização relatou o fato, circunstanciadamente, ao chefe da repartição fazendária - que dispõe de competência legal para requisitar às instituições financeiras informações sobre movimentação financeira de terceiros - com vistas a que adotasse as providências de sua competência. Examinado o relatório da fiscalização, o chefe da repartição fazendária concluiu que estava caracterizada a hipótese de indispensabilidade das informações bancárias, à luz dos fatos e da legislação aplicável à matéria. Por essa razão, requisitou as informações pretendidas pela fiscalização às instituições financeiras. Com base nos elementos ora apresentados e considerando a legislação reguladora do sigilo bancário e da atuação da fiscalização tributária, assinale a resposta correta. a) As instituições financeiras devem atender à requisição fazendária, se, avaliando o caso concreto, chegarem à conclusão de que as informações requisitadas são indispensáveis ao prosseguimento da ação fiscal. b) As instituições financeiras não estão obrigadas a fornecer as informações requisitadas, pois envolveria quebra de sigilo bancário e, assim, ficariam os responsáveis pela quebra de sigilo sujeitos a sanções nas esferas penal e civil. www.pontodosconcursos.com.br 39 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio c) As informações requisitadas só devem ser fornecidas pelas instituições financeiras, se houver prévia autorização judicial. d) As informações requisitadas não devem ser fornecidas, se as instituições financeiras não forem prévia e expressamente autorizadas pela empresa QSZ. e) É legalmente cabível que o chefe da repartição fazendária requisite as informações bancárias pretendidaspela fiscalização, indispensáveis à aplicação da legislação tributária, assim como as instituições financeiras têm o dever legal de fornecê-las. Solução: Apesar de o STF ter julgado caso de quebra de sigilo bancário, no final do ano de 2010, a favor do contribuinte e em oposição ao entendimento da Receita Federal, até o presente momento não houve modificação da legislação pertinente. Por decisão do STF, no final do ano de 2010, o sigilo bancário somente pode ser quebrado por determinação judicial. De qualquer modo o STF não é legislador positivo, levando ao entendimento que aquela decisão da Suprema Corte vale somente para o caso julgado. Atualmente continua legal a requisição à entidade financeira de dados bancários conforme art. 197 do CTN: "Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;" A resposta certa é a letra "e". 15) (AFRFB/2009/ESAF) Sobre a Administração Tributária e o poder de fiscalizar, assinale a opção correta. a) Iniciado o procedimento fiscalizatório pela autoridade administrativa, com a lavratura de Termo de Início de Fiscalização, tem-se a antecipação do prazo decadencial que, normalmente, ocorreria com o lançamento. b) Diante de requisição da autoridade administrativa de apresentação de informações sigilosas, não pode o agente público responsável pelo deferimento negar-se a entregá-la. www.pontodosconcursos.com.br 40 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio c) Em que pese o dever de sigilo da autoridade fiscal, o Código Tributário Nacional autoriza a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e parcelamento ou moratória. d) A Constituição Federal estabeleceu que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, independentemente da existência de lei ou convênio. e) Verificada a existência de crime contra a ordem tributária, praticado por particular, deve a autoridade administrativa representar ao Ministério Público, mesmo antes de proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência do crédito tributário. Solução: A letra "a" está errada.O início do prazo decadencial é no 1° dia do exercício seguinte ao que poderia ser lançado e não com o lançamento. Base legal: CTN art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. A letra "b" está errada. A requisição simples não basta para que seja quebrado o sigilo fiscal. É necessária motivação conforme art. 198 do CTN. Base legal: CTN Art. 198. "..., é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. § 1o Excetuam-se do disposto neste artigo... as: II - solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa." A letra "c" está certa. Base legal: CTN art. 198 § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I - representações fiscais para fins penais; II - inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III - parcelamento ou moratória. A letra "d" está errada. Somente por lei ou convênio pode ser feita permuta de informações entre os entes federativos. Base legal: CTN Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do www.pontodosconcursos.com.br 41 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. A letra "e" está errada. Somente após proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência do crédito tributário, pode ser feita a representação ao Ministério Público por crime contra a ordem tributária. Se o crime for contra a administração pública a representação deve seguir imediatamente para o Ministério Público. Base legal: CTN art. 198, §3°, inc. I - § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I - representações fiscais para fins penais. A Lei 9.430/1996 estabelece que a representação ao Ministério Público, por crime contra a ordem tributária, deve ser feita após proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário. A resposta a ser marcada é a letra "c" Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) No caput deste artigo há a possibilidade dos entes federados trocarem informações sigilosas, em razão de fiscalizações que tenham em comum, ou em que haja algum interesse público. www.pontodosconcursos.com.br 42 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Para a troca de informações sigilosas, é necessário haver lei autorizando ou convênio firmado entre as entidades envolvidas. Vamos supor que o Estado de Pernambuco faça convênio com a União para poder acessar ao cadastro das pessoas jurídicas, que estão sendo fiscalizadas pela Receita Federal, em relação ao IPI, e em troca disponibilizará informações de seu cadastro de fiscalização em curso do ICMS. Haverá interesse mútuo nas informações para ambas as fiscalizações. Vamos dar um exemplo hipotético em relação ao conteúdo do parágrafo único. Se a União assinar um Tratado com o Paraguai para troca de informações sigilosas de pessoas que passam de um país a outro, poderá haver também a transferência de dados protegidos pelo sigilo fiscal. A autoridade fiscal somente poderá trocar informações sigilosas se houver tratados, acordos ou convênios firmados entre os países. Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente. Veja que o CTN fala de servidores da União, porém o Código é nacional, portanto essa regra é extensiva aos Fiscos estaduais e municipais. www.pontodosconcursos.com.br 43 Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio Outro ponto importante é o fato de não precisar que se configure como crime ou contravenção. Basta que a autoridade perceba algum óbice à fiscalização para solicitar o auxílio. É lógico que esta regra deve ser usada, evitando-se excesso de poder ou o cometimento de ilegalidade. EIS A QUESTÃO!
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