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Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

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Direito Tributário - Teoria e Exercícios 
Curso Regular 
Prof. Marco Aurelio 
AULA N° 8 
Abordaremos nesta aula os seguintes temas, referentes ao 
artigo 183 ao artigo 218 do CTN: 
1) Garantias 
Tributário; 
e Privilégios do Crédito 
2) Fiscalização Tributária; 
3) Dívida Ativa; 
4) Lei de Execução Fiscal; 
5) Certidão Negativa; e 
6) Certidão Positiva com efeitos de Negativa. 
CAPÍTULO VI 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
O que são as garantias e privilégios do crédito 
tributário? 
As garantias do crédito tributário são as regras que asseguram 
os direitos do Estado, para que este tenha mecanismos cada vez mais 
eficazes para fiscalizar os tributos e controlar o crédito tributário. 
Os privilégios são as "regalias" do crédito em comparação com 
outras dívidas dos sujeitos passivos no concurso de credores que 
acontece em processos de falência, inventário, liquidação, etc. 
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Direito Tributário - Teoria e Exercícios 
Curso Regular 
Prof. Marco Aurelio 
SEÇÃO I 
Disposições Gerais 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste 
Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam 
expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das 
características do tributo a que se refiram. 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao 
crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação 
tributária a que corresponda. 
Logicamente que as garantias não poderiam estar em uma 
lista exaustiva, tendo em vista o seu objetivo. Cada tributo tem as suas 
especificidades e devem ter garantias diferentes, em função de suas 
diferenças. Não podemos ter um mecanismo de fiscalização para pessoa 
física igual ao mecanismo usado para pessoa jurídica. 
Os fatos geradores são importantes na busca desses 
mecanismos. É importante atentar para o fato de que somente a lei 
pode estabelecer garantias para cada tributo ou conjuntos desses. 
O parágrafo único nos diz que as características da garantia 
não modificam o crédito tributário relacionado. Isso assegura que o 
crédito tributário não se altera em virtude das garantias e caso 
tenhamos preferência entre créditos, o tributário não perderá seus 
privilégios em função das garantias. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre 
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo 
pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das 
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu 
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real 
ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual 
for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados 
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Direito Tributário - Teoria e Exercícios 
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unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis. 
Apesar de o artigo começar com a palavra "privilégio", ele traz 
uma garantia do crédito. Está garantida que quase a totalidade dos bens 
do sujeito passivo pode ser penhorada para o pagamento dos débitos 
fiscais. 
Em processo judicial de execução fiscal, o juiz pode determinar 
a penhora dos bens para a quitação do débito. 
Existem bens que são impenhoráveis. São tidos como bens de 
família, como anel de casamento, retratos da família, ou seja, 
geralmente não tem um valor expressivo. Esses bens são os que têm 
privilégios especiais. 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou 
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo 
em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp 
n° 118, de 2005) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na 
hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada 
pela Lcp n° 118, de 2005) 
Por dentro da Receita Federal e da Procuradoria... 
Depois de esgotados todos os meios de cobrança do débito ao 
sujeito passivo, a Receita Federal irá transferir a cobrança do crédito 
para a Procuradoria da Fazenda Nacional - PFN. 
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Direito Tributário - Teoria e Exercícios 
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A PFN tentará mais uma vez cobrar do contribuinte 
amigavelmente. 
Caso não tenha sucesso nesta cobrança, preliminarmente 
haverá o cadastramento do débito na Dívida Ativa da União. 
Depois dessa providência, a PFN ajuizará ação de execução 
fiscal. 
Caso a Fazenda Pública venha saber que o contribuinte está 
tentando se desfazer de seus bens e direitos, para que esses não 
respondam pelos créditos cobrados em juízo, a PFN informará ao juiz 
competente sobre a possibilidade de, ao final da ação e em virtude da 
venda dos bens, o sujeito passivo não conseguir quitar seus débitos 
para com a Fazenda Nacional. 
O judiciário irá providenciar a penhora dos bens para garantia 
do crédito tributário. Com essa providência, o sujeito passivo não 
poderá mais vender seus bens e direitos, pois estarão penhorados e à 
disposição do judiciário. 
A venda dos bens ou sua tentativa, depois da inscrição em 
dívida ativa, somente será considerada fraudulenta, se o sujeito passivo 
não tiver bens para honrar suas dívidas tributárias. 
O CTN considera como presunção de fraude a venda ou a 
tentativa nas condições citadas no exemplo acima. 
EIS A QUESTÃO! 
1) (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie a correção das afirmações abaixo. 
Atribua a letra V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). Em 
seguida, marque a opção que contenha tais letras na seqüência correta. 
1. Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula. 
2. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha outorgado ao crédito 
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maiores garantias ou privilégios, para o efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros. 
3. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, 
ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda 
Pública por crédito tributário regularmente enviado para inscrição como 
dívida ativa e posterior execução. 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) F, F, F 
e) F, F, V 
Solução: 
A primeira afirmativa é verdadeira. CTN Art. 184. "... responde 
pelo pagamento do crédito tributário ..., inclusive os gravados por ônus 
real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a 
data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os 
bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis." 
A segunda afirmativa é falsa. Não se pode atribuir 
responsabilidade a terceiros com legislação posterior ao lançamento. 
Base legal: CTN art. 144. § 1° "Aplica-se ao lançamento a legislação 
que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, ..., ou 
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste 
último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a 
terceiros." 
A primeira afirmativa é falsa. Está incorreto o final da 
afirmativa, em que se diz: "...e posterior à execução". Base legal: CTN 
Art. 185. "Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou 
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a 
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida 
ativa." 
A resposta certa é a letra "c". 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, 
devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora 
no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz 
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determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, 
comunicando a decisão, preferencialmentepor meio eletrônico, 
aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência 
de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às 
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de 
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam 
cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo 
limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o 
imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores 
que excederem esse limite. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a 
comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão 
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e 
direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. (Incluído 
pela Lcp n° 118, de 2005) 
Na ação de execução, caso o juiz cite o devedor e este não se 
apresente, haverá expedição ao oficial de justiça para que tente 
encontrar o devedor e seus bens. 
Caso haja insucesso na missão, o juiz determinará a 
indisponibilidade de seus bens e direitos na medida do valor que 
satisfaça os débitos em litígio judicial. 
O judiciário tomará a medida mais eficaz nesse processo, que 
é a comunicação aos órgãos e às entidades que promovem registros de 
transferência de bens, como o Registro Público de Imóveis, para evitar a 
venda de imóveis. Ao Detran para bloqueio de transferências de 
automóveis, ao Banco Central para evitar transferências bancárias e à 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para barrar transações no 
mercado de capitais. 
No segundo parágrafo, encontramos o fechamento deste 
procedimento, pois com o envio das informações aos órgãos e às 
entidades, o juiz poderá verificar quais bens quitarão os débitos e 
decidir quais deles serão penhorados. 
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EIS A QUESTÃO! 
2) (PFN/1998/ESAF) Quanto às garantias do crédito tributário, diz o 
Código Tributário Nacional, ou dele decorre, que 
a) elas são excludentes de outras que pudessem ser previstas em lei, 
ainda que em função da natureza ou das características do tributo 
respectivo 
b) a atribuição de novas garantias somente se aplica para o futuro, 
exceto quando se trate de atribuir responsabilidade tributária a terceiros 
c) entre elas se encontra a inoponibilidade, ao fisco, do argumento de 
que os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade estão 
a salvo de execução fiscal 
d) o terceiro não pode ser prejudicado se adquirir bens do sujeito 
passivo de obrigação tributária, depois de este ter sido citado em 
execução fiscal, se tais bens não foram atingidos por penhora 
e) os bens ou rendas absolutamente impenhoráveis também respondem 
pelo pagamento do crédito tributário, seja qual for a data da 
constituição do ônus ou da cláusula, ou do fato determinante da 
impenhorabilidade 
Solução: 
A letra "a" é falsa. As garantias listadas no CTN não excluem 
outras. Base legal: CTN Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas 
neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam 
expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das 
características do tributo a que se refiram. 
A letra "b" é falsa. Art. 144. § 1° Aplica-se ao lançamento a 
legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da 
obrigação, ..., ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, 
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. 
A letra "c" é verdadeira. Base legal: CTN Art. 184. Sem 
prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam 
previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário ... , 
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, ... 
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A letra "d" é falsa. Se o sujeito passivo foi citado, ele não 
poderá vender seus bens. Nesse caso podemos imaginar que o bem não 
foi penhorado, pois ao ser citado ele vendeu o bem a terceiro. Não 
houve tempo de penhorar o bem. Base legal: CTN Art. 185-A. Na 
hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem 
apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens 
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e 
direitos, ... 
A letra "e" é falsa. Base legal: CTN Art. 184. Sem prejuízo dos 
privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em 
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens 
e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu 
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou 
cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data 
da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens 
e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
Resposta certa é a letra "c". 
SEÇÃO II 
Preferências 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, 
seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, 
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou 
do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 
2005) 
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp n° 118, 
de 2005) 
I - o crédito tributário não prefere aos créditos 
• • v • a yv • r m u • • • • *** 
extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos 
termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, 
no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp n° 118, de 
2005) 
II - a lei poderá estabelecer limites e condições para a 
preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; 
e (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) 
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III - a multa tributária prefere apenas aos créditos 
subordinados. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) 
Vejamos outros créditos que preferem aos créditos tributários, 
além dos relativos ao crédito trabalhista, de natureza alimentícia, e os 
decorrentes do acidente de trabalho. 
Créditos extraconcursais são aqueles que ocorrem depois da 
decretação da falência. No curso da administração da massa falida, o 
seu responsável terá, certamente, dívidas trabalhistas, do acidente de 
trabalho e das próprias dívidas tributárias ocorridas após decretação da 
falência. 
Em outras palavras, primeiro devem ser pagos os créditos 
surgidos no curso da gerência da massa falida e somente depois serão 
quitados os créditos surgidos antes desta decretação. 
Ainda, após a decretação da falência, todos os bens e direitos 
pertencentes a terceiros ou que foram vendidos a crédito e entregues a 
essa empresa, que requereu a falência 15 dias antes da protocolização 
do processo falimentar, serão restituídos aos seus respectivos 
proprietários, antes do pagamento do crédito tributário. 
Há citação, no inciso I acima, da preferência de pagamentos, 
antes da quitação dos créditos tributários, relativo aos créditos com 
garantia real, no limite do bem gravado. 
Mas o que é garantia real? 
Em muitos casos as pessoas colocam suas coisas (res, em 
latim) como garantia por meio de hipoteca, alienação fiduciária ou 
penhora do bem, principalmente em contratos com instituições 
financeiras. Nesses casos, como reza o artigo acima, o bem dado em 
garantia seria vendido para o resgate da instituição financeira, antes da 
quitação dos créditos tributários. 
No parágrafo II, temos uma proteção em relação aos 
pagamentos dos créditos trabalhistas, que serão pagos até certo limite. 
Esses créditos estão limitados a 150 salários mínimos por credor, o que 
daria hoje cerca de R$ 80.000,00. 
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Depois do pagamento de todos os créditos citados, deverão ser 
pagosos referentes às multas tributárias, conforme dita o inciso III 
acima. 
JURISPRUDÊNCIA 
O STJ consolidou a orientação no sentido de que os créditos 
trabalhistas não têm preferência, nos autos de falência, em relação 
às restituições decorrentes de adiantamentos de contratos de câmbio, 
tendo em vista que estes constituem dinheiro de terceiro em poder do 
falido. A restituição não constitui propriamente crédito, mas dinheiro 
de terceiro, - que não se sujeitam aos efeitos do concurso de 
crédito /alimentar - correspondente ao valor da mercadoria 
consumida, não integrante do patrimônio da falida, embora 
arrecadado em seu poder. Com esse entendimento exarou a súmula 
n° 307, nos seguintes termos: "A RESTITUIÇÃO DE 
ADIANTAMENTO DE CONTRATO DE CÂMBIO, NA FALÊNCIA, DEVE 
SER ATENDIDA ANTES DE QUALQUER CRÉDITO." 
EIS A QUESTÃO! 
3)(FGV/Fiscal/RJ/2011) Carlos, proprietário de apartamento em 
zona urbana de grande município, furtou-se ao pagamento do IPTU nos 
anos de 2008 e 2009. A Secretaria Municipal de Fazenda efetuou o 
lançamento e notificou-o do crédito em aberto em 2010. Nessa situação 
fictícia, é correto afirmar que 
(A) caso o apartamento de Carlos seja registrado como bem de família, 
a impenhorabilidade é oponível nos casos de execução fiscal. Assim, o 
fisco deve dirigir a execução a qualquer outro bem do patrimônio 
disponível de Carlos. 
(B) no momento da notificação oficial até a sentença final em sede de 
execução fiscal, Carlos pode alienar o apartamento em questão, uma 
vez que a fraude contra a fazenda somente se configura se a alienação 
ocorrer após o trânsito em julgado da sentença de execução. 
(C) na hipótese de Carlos vender o seu apartamento antes do 
lançamento, o adquirente de boa-fé jamais responderia perante o fisco 
pelas eventuais dívidas do apartamento antes da sua aquisição. (D) caso 
Carlos possuísse dívidas de natureza civil, ainda que constituídas antes 
da notificação do crédito em aberto em virtude do não pagamento do 
IPTU, o crédito tributário, mesmo assim, teria preferência sobre aquelas. 
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(E) a notificação seria inócua, uma vez que haveria ocorrido a 
prescrição. 
Solução: 
A alternativa "a" está errada. Os bens de família são 
absolutamente impenhoráveis, porém de acordo com a lei 8009/1990 o 
imóvel pode ser penhorado para pagamento do IPTU. Base legal: CTN 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados 
bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito 
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive 
os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei 
declare absolutamente impenhoráveis. 
Lei 8009/1990 - Art. 1° O imóvel residencial próprio do casal, 
ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer 
tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra 
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam 
seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta 
lei. - Art. 3° A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de 
execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, 
salvo se movido: IV - para cobrança de impostos, predial ou 
territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar. 
A alternativa "b" está errada. Considera-se fraudulenta a 
venda a partir da inscrição em Dívida Ativa. Base legal: CTN Art. 185. 
Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou 
seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, 
por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. 
A alternativa "c" está errada. O adquirente do imóvel é 
responsável pelos tributos relativos ao bem adquirido. Base legal: CTN 
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos 
tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à 
data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos 
mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias 
surgidas até a referida data. c/c Art. 130. Os créditos tributários 
relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a 
taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a 
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos 
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adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua 
quitação. 
A alternativa "d" está certa. O crédito tributário prefere a 
qualquer outro seja qual for o tempo de sua constituição. Base legal: 
CTN Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja 
qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados 
os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de 
trabalho. 
A alternativa "e" está errada. A prescrição não ocorreu, pois o 
prazo é de 5 anos da ciência da notificação. Base legal: CTN Art. 174. A 
ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, 
contados da data da sua constituição definitiva. 
A resposta certa é a letra "d". 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é 
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, 
recuperação judicial, concordata, inventário ou 
arrolamento. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se 
verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte 
ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, 
conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
No caput deste artigo aparece a palavra concordata, que foi 
transformada em recuperação judicial, justamente em 2005. 
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Por que isso ocorreu? 
Há processos que foram protocolizados antes de 2005, por isso 
o inciso cita a concordata. 
A cobrança judicial da dívida em processo falimentar ocorre 
com o concurso de credores, ou seja, todos devem se habilitar para que, 
na ordem determinada pela legislação pertinente, haja o pagamento. 
No caso de execução fiscal, em que o Estado cobra as dívidas 
trabalhistas, não ocorre este concurso de credores, porém há uma 
ordem para o pagamento das pessoas jurídicas de direito público. 
No caso dos estados e municípios, a regra a ser aplicada é a de 
três. 
Você certamente sabe fazer regra de três. Não sabe? 
Esqueceu? 
Então vamos a um exemplo. 
Em um concurso de credores, em processo de falência, foram 
apresentados os seguintes créditos a serem pagos com o valor 
arrecadado pela massa falida de R$ 10.000.000,00: 
Credor Dívida Recebimento 
Hipoteca do banco 2 milhões Total 
Trabalhadores com crédito Cem mil Total 
individual até 150 Sal. Min. 
Bens de terceiros de boa-fé Um milhão Total 
Dívidas decorrentes de Cem mil Total 
acidente de trabalho 
Crédito tributário da União 2 Milhões e 
oitocentos mil 
Total 
Multa tributária da União Trezentos mil Não receberá 
Crédito tributário do RJ 4 milhões 1 milhão 
Crédito tributário de SP 2 milhões Quinhentos mil 
Crédito do município de Duzentos mil Não receberá 
Duque de Caxias - RJ 
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Os créditos pagos primeiramente foram relativos à restituição 
à terceiros. Na sequência houve o pagamento dos créditos trabalhistas 
de natureza alimentar, acidente de trabalho e de garantia real. 
Os créditos tributários foram pagos na seguinte ordem: 
tributos da União e Estados na proporção dos recursos que sobraram emrelação às dívidas. 
Não houve recursos para pagamento do Município de Duque de 
Caxias e nem para as multas tributárias da União. 
Este é um simples exemplo para que você tenha idéia de como 
funciona o concurso de credores. 
Em virtude decisões em ações judiciais, referentes à 
constitucionalidade da aplicação do artigo 187 do CTN, o STF editou a 
Súmula 563: "O CONCURSO DE PREFERÊNCIA A QUE SE REFERE 
O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 187 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO 
NACIONAL É COMPATÍVEL COM O DISPOSTO NO ART. 9°, I, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 
15/12/1976 
Esta súmula foi editada sob a égide da CF de 1967 que em seu 
artigo 9°, inc. I dizia: "A União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios é vedado: I - criar distinções entre brasileiros ou preferências 
em favor de uns contra outros Estados ou Municípios;" 
Este artigo corresponde ao art. 19, inc. III da CF de 1988 
vigente. 
EIS A QUESTÃO! 
4) (AFRF.TI.2.2005/ESAF) Consoante o caput do art. 186 do Código 
Tributário Nacional, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja 
qual for a natureza ou o tempo da sua constituição, ressalvados os 
créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de 
trabalho. Entretanto, por força de alteração legislativa havida 
recentemente no referido artigo, e de súmula editada pelo Superior 
Tribunal de Justiça, pode-se afirmar que, na falência, o crédito 
tributário: 
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a) Prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. 
b) Para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho serão limitados à quantia 
equivalente a 100 (cem) salários-mínimos. 
c) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em 
processo de falência. 
d) Não prefere à restituição de adiantamento de contrato de câmbio, 
que deve ser atendida antes de qualquer crédito. 
e) A multa tributária não prefere aos créditos subordinados. 
Solução: 
A alternativa a está errada. O artigo 186, parágrafo único diz 
que na falência, o crédito tributário não prefere aos créditos com 
garantia real. 
A alternativa b está errada. O artigo 186, parágrafo único, 
inciso II, diz que na falência, o crédito tributário não prefere aos 
créditos decorrentes da relação do trabalho. O limite, como estudamos 
anteriormente, é de 150 salários mínimos. 
A alternativa "c" está errada. A cobrança judicial do crédito 
tributário, segundo o artigo 187 do CTN, não é sujeita a concurso de 
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, 
inventário ou arrolamento. 
A alternativa "d" está correta. A súmula 307 do STJ estipula 
que a restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, 
deve ser atendida antes de qualquer crédito. 
A alternativa "e" está errada, De acordo com o artigo 186, 
parágrafo único, inciso III, na falência a multa tributária prefere apenas 
aos créditos subordinados. 
A resposta certa é a letra "d". 
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários 
decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo 
de falência. (Redação dada pela Lcp n° 118, de 2005) 
§ 1° Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as 
partes ao processo competente, mandando reservar bens 
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suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a 
massa não puder efetuar a garantia da instância por outra 
forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o 
representante da Fazenda Pública interessada. 
§ 2° O disposto neste artigo aplica-se aos processos de 
concordata. 
O CTN define, no artigo acima, o que são créditos tributários 
extraconcursais. 
No caso de contestação no processo falimentar, em relação aos 
pagamentos dos créditos tributários, o juiz da vara falimentar enviará os 
autos ao juiz competente da vara tributária para análise da contestação. 
Para que o crédito tributário tenha garantia, o juiz determinará 
a reserva de bens capaz de quitar o crédito contestado. 
O parágrafo 2° trata dos processos de concordata que estavam 
em curso até 2005. 
EIS A QUESTÃO! 
5) (AFPS/2002/ESAF) Em relação às garantias e privilégios do crédito 
tributário, é correto afirmar que: 
a) presume-se fraudulenta a alienação de bens pelo sujeito passivo em 
débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário constituído 
regularmente. 
b) os bens do sujeito passivo, gravados por ônus real ou cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem, em sua totalidade, 
pelo pagamento do crédito tributário da Fazenda Pública, excluídos os 
bens que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
c) a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a habilitação 
em falência, concordata, inventário ou arrolamento, sendo admitida a 
execução fiscal antes da inscrição do débito do sujeito passivo como 
dívida ativa da Fazenda Pública, no caso de a autoridade judicial 
competente reconhecer a presença dos requisitos de urgência e 
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relevância na questão submetida a julgamento, para evitar insucesso na 
realização do crédito tributário. 
d) o crédito tributário prefere aos demais, ressalvados os créditos 
decorrentes da legislação trabalhista e os protegidos por garantia real. 
e) a natureza do crédito tributário é alterada pelas garantias que a ele 
são atribuídas pelo Código Tributário Nacional. 
Solução: 
A letra "a" está errada. Presume-se fraudulenta a venda, após 
a inscrição na Dívida Ativa. Base legal: CTN Art. 185. Presume-se 
fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, 
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito 
tributário regularmente inscrito como dívida ativa. 
A letra "b" está certa. Os bens gravados por ônus real ou 
cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, respondem, em sua 
totalidade, pelo pagamento do crédito tributário. Base legal: CTN Art. 
184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, 
que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito 
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive 
os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare 
absolutamente impenhoráveis. 
A letra "c" está errada. Não se pode ajuizar sem a certeza e 
liquidez do crédito, por isso é necessária a inscrição do débito em Dívida 
Ativa. Base legal: CTN art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário 
não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, 
recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Combinado 
com o artigo 204. 
CTN art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da 
presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. 
A letra "d" está errada. Base legal: CTN art. 186. O crédito 
tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. 
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Os bens protegidos por garantia real não preferem aos créditos 
tributários. São bens protegidos por garantia real: hipoteca, penhor, 
alienação fiduciária em garantia e anticrese. 
A letra "e" está errada. Não há alteração da natureza do 
crédito. Base legal: CTN art. 183, Parágrafo único. A natureza das 
garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste 
nem a da obrigação tributária a que corresponda. 
A resposta certaé a letra "b". 
6)(ESAF/AFTE/RN/2005) Marque a resposta correta, considerando 
as formulações abaixo. 
I. O Código Tributário Nacional veda que lei estadual autorize os órgãos 
da administração pública estadual direta a aceitar proposta em 
concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de 
todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à 
atividade em cujo exercício concorre. 
II. Os créditos tributários vencidos e vincendos, exigíveis no decurso do 
processo de falência, devem ser pagos preferencialmente a quaisquer 
outros e às dívidas da massa, ressalvados os créditos decorrentes da 
legislação do trabalho e os protegidos por garantia real. 
III. A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à 
habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. 
a) Somente I é verdadeira. 
b) Somente II é verdadeira. 
c) Somente I e II são verdadeiras. 
d) Somente I e III são verdadeiras. 
e) Todas são falsas. 
Solução: 
A formulação I é falsa. Pode ocorrer dispensa da apresentação 
da certidão negativa de débitos caso haja perigo de caducidade de 
direito do participante em uma licitação. Base legal: CTN Art. 207. 
Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a 
prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de 
prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, 
respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo 
porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as 
relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator. 
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A formulação II é falsa. No processo de falência, além dos 
citados, ainda são pagos antes do crédito tributário, os de acidente de 
trabalho, os créditos extraconcursias e as importâncias passíveis de 
restituição. Base legal: CTN Art. 186. O crédito tributário prefere a 
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do 
trabalho ou do acidente de trabalho. Parágrafo único. Na falência: I - o 
crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às 
importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, 
nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de 
fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. 
A formulação III é falsa. O CTN não se refere a herdeiro 
civilmente incapaz na habilitação em inventário. Base legal: CTN Art. 
187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de 
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, 
inventário ou arrolamento. 
A resposta certa é a letra "e". 
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer 
créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros 
encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou 
vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no 
decurso do processo de inventário ou arrolamento. 
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, 
proceder-se-á na forma do disposto no § 1° do artigo anterior. 
Aqui, trataremos do processo de inventário e arrolamento e da 
preferência dos créditos tributários em relação ao restante da dívida. 
Arrolamento e inventário são processos semelhantes, sendo 
que esse último tem uma complexidade maior. 
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Inventário é o processo em que há verificação de todos os 
bens e direitos do de cujus que são transmitidos aos sucessores. Há a 
divisão do patrimônio deixado. 
Encargos do monte são as dívidas que o espólio recebe do de 
cujus e que serão pagas após a quitação dos créditos tributários. 
No caso do processo de inventário ou arrolamento, se houver 
contestação, o juiz da vara falimentar deverá remeter os autos relativos 
aos créditos tributários ao juiz competente para decidir. 
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer 
outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de 
pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou 
voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. 
No processo de liquidação judicial ou voluntária, os créditos 
tributários terão preferência absoluta em relação aos outros créditos. 
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer 
prova de quitação de todos os tributos. (Redação dada pela Lcp 
n° 118, de 2005) 
O CTN determina que o sujeito passivo apresente prova de 
quitação de todos os seus créditos tributários para extinção das 
obrigações em processo de falência. 
Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende 
da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, 
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observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta 
Lei. (Incluído pela Lcp n° 118, de 2005) 
O artigo 151 trata de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário. O artigo 205 cuida da expedição de certidão negativa e o de 
n° 206 versa sobre a certidão positiva com efeitos de negativa. 
Este artigo aborda a condição de concessão de recuperação 
judicial. A empresa que tenta, via judicial, sua recuperação deve possuir 
alguns requisitos. 
Mas como uma empresa que tenta a recuperação judicial 
consegue pagar seus débitos para com a Fazenda Pública? 
O artigo tenta dar uma opção aos devedores, quando trata dos 
casos de exigibilidade do crédito. 
Por exemplo, uma empresa que tenta a recuperação judicial 
pode solicitar o parcelamento, sendo este, causa da suspensão de 
exigibilidade do crédito tributário. Desse modo, a empresa pode 
requerer a certidão positiva com efeitos de negativa, quer dizer, há 
débitos, mas a exigibilidade está suspensa. 
Falaremos das certidões quando estudarmos os artigos acima 
referenciados. 
EIS A QUESTÃO! 
7)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Analise as afirmativas a seguir. 
I. A cobrança judicial do crédito tributário fica sujeita a concurso de 
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, 
inventário ou arrolamento. 
II. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em 
inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos 
tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu 
espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. 
III. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da 
prova de quitação de todos os tributos, sem qualquer exceção. 
Assinale: 
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(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(C) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(D) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(E) se somente a afirmativa III estiver correta. 
Solução: 
A afirmativa I está incorreta. A cobrança judicial não fica 
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação 
judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Base legal: CTN; artigo 
187. 
A afirmativa II está correta. Base legal: CTN art. 189. 
A afirmativa III está incorreta. A prova de quitação dos 
tributos pode ser ilidida com a apresentação da certidão positiva com 
efeitos de negativa. Base legal: CTN Art. 191-A. A concessão de 
recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de 
todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta 
Lei. 
A resposta certa é a letra "d". 
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha 
ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os 
tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. 
Antes da partilha de bens aos sucessores, decretada pelo juiz, 
deverá haver provade quitação total dos débitos referentes ao espólio. 
EIS A QUESTÃO! 
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8) (AFRF/2003/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a 
opção correta. 
( ) Os bens do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida gravados 
por ônus real respondem pelo pagamento do crédito tributário da 
Fazenda Pública. 
( ) Não se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou 
rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por 
crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de 
execução, na hipótese de terem sido reservados bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida em fase de execução. 
( ) Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será 
proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens 
do espólio, ou às suas rendas. 
a) F, V, F 
b) F, F, V 
c) F, F, F 
d) V, V, V 
e) V, V, F 
Solução: 
A primeira formulação é verdadeira. Base legal: CTN Art. 184. 
...responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e 
das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu 
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ... 
A segunda formulação é verdadeira. Base legal: CTN Art. 185. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de 
terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total 
pagamento da dívida inscrita. 
A terceira formulação é verdadeira. Base legal: CTN Art. 192. 
Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será 
proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens 
do espólio, ou às suas rendas. 
A resposta certa é a letra "d". 
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Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por 
lei, nenhum departamento da administração pública da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua 
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em 
concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça 
prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública 
interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou 
concorre. 
Este artigo traz uma condição importante para participar de 
licitações públicas e outros contratos nos casos de dispensa de licitação. 
Somente quem faz prova de quitação de todos os débitos pode contratar 
ou participar de licitações públicas com a União, estados, Distrito 
Federal, municípios ou suas autarquias. 
A exigência abrange todos os créditos e todas pessoas 
jurídicas, citadas no parágrafo acima ao mesmo tempo. 
Se uma empresa quer participar de uma licitação publicada 
pela União, deve provar que está quite com estados, Distrito Federal, 
municípios ou suas autarquias. 
EIS A QUESTÃO! 
9) (AFTE RN/2004/ESAF/Adaptada) Marque a resposta correta, 
considerando as formulações abaixo. 
I - O Código Tributário Nacional veda que lei estadual autorize os órgãos 
da administração pública estadual direta a aceitar proposta em 
concorrência pública sem que o proponente faça prova da quitação de 
todos os tributos devidos à Fazenda Pública Estadual, relativos à 
atividade em cujo exercício concorre. 
II - Os créditos tributários exigíveis no decurso do processo de falência, 
devem ser pagos preferencialmente a quaisquer outros. 
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III - A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à 
habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. 
a) Somente I é verdadeira. 
b) Somente II é verdadeira. 
c)Somente I e II são verdadeiras. 
d) Somente I e III são verdadeiras. 
e) Todas são falsas. 
Solução: 
A formulação I é falsa. Não há essa vedação rígida, pode haver 
lei autorizativa. Base legal: CTN Art. 193. Salvo quando 
expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da 
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos 
Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta 
em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça 
prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública 
interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou 
concorre. 
A formulação II é verdadeira. Os créditos extraconcursais têm 
prioridade no recebimento. Base legal: CTN Art. 188. São 
extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores 
ocorridos no curso do processo de falência. 
A formulação III é falsa. Nesse caso não há exceção para o 
herdeiro incapaz. Base legal: CTN Art. 187. A cobrança judicial do 
crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em 
falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
A resposta certa é a letra "b". 
TÍTULO IV 
Administração Tributária 
CAPÍTULO I 
Fiscalização 
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Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto 
nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em 
função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e 
os poderes das autoridades administrativas em matéria de 
fiscalização da sua aplicação. 
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo 
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, 
inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de 
caráter pessoal. 
O artigo acima exibe a "boca do Leão", ou seja, mostra 
amplitude da fiscalização tributária. 
Fiscalização é a busca, dentro da lei, de todos os métodos para 
se verificar as atividades das pessoas físicas e jurídicas. Ela se pauta por 
princípios constitucionais como universalidade e generalidade, tendo 
sempre o objetivo de fazer com que o sujeito passivo sinta que, a 
qualquer momento, pode ser fiscalizado, estimulando a arrecadação 
espontânea. Aliás, essa é a grande missão da fiscalização. 
A competência e os poderes do administrador tributário 
poderão constar de legislação genérica, que verse sobre fiscalização, ou 
ser tratada na legislação de cada tributo. 
Para que a fiscalização tenha caráter universal e geral, esta 
tem que alcançar todo o patrimônio das pessoas jurídicas e físicas, 
independente de gozarem benefícios fiscais. 
Dessa forma, poderão ser detectados desvios de finalidade em 
relação a benefícios concedidos. 
Toda fiscalização deve ter um planejamento, em que serão 
decididos os tributos, prazos, períodos a que se referem, contribuintes 
sujeitos a fiscalização, etc. 
Com o termo de início de fiscalização, a pessoa fiscalizada 
saberá de todos os pontos abrangidos pela fiscalização. 
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Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não 
têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou 
limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, 
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos 
comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes 
de exibi-los. 
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração 
comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles 
efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos 
créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. 
Não há qualquer restrição em relação ao exame de qualquer 
tipo documentação, ou seja, o legislador afastou qualquer manifestação 
da pessoa legalmente fiscalizada, em relação ao sigilo dos livros e de 
documentos comercial e fiscal. 
Aqui, se faz necessário, relembrarmos decadência e prescrição. 
Em geral, ao tomar conhecimento do fato gerador é obrigatório 
que a autoridade fiscal lanceo tributo. O período entre a ocorrência do 
fato gerador e a possibilidade de se lançar é em geral de 5 anos, esse é 
o prazo decadencial. 
A partir da ciência lançamento, e após tentativa de cobrança 
amigável, a Fazenda Pública terá mais 5 anos, em geral, para ajuizar a 
ação de execução fiscal. Esse é o prazo prescricional. 
A manutenção de toda a documentação, a que trata o artigo 
acima, deve ser feita até que haja a prescrição dos tributos a ela 
relacionada. 
Segundo o CTN, somente os livros obrigatórios de escrituração 
comercial e fiscal são relacionados no parágrafo único, tendo o 
contribuinte a opção de guardar ou não os livros não-obrigatórios até 
que ocorra a prescrição. 
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JURISPRUDÊNCIA 
O STF considera que é legal a exigência do exame de 
quaisquer livros para averiguar os tributos por parte da fiscalização da 
Fazenda Pública, porém o fiscal estará limitado aos pontos objeto da 
investigação. Com base nesse entendimento editou a Súmula n° 439: 
"ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU 
PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO 
O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO." Fonte de 
Publicação: DJ de 8/10/1964, p. 3645; DJ de 9/10/1964, p. 3665; DJ de 
12/10/1964, p. 3697. 
EIS A QUESTÃO! 
10) (TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, é 
incorreto afirmar-se que 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a 
ocorrência de fato gerador. 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o 
controle do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente 
a penalidade pecuniária 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e 
apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns 
exemplos. 
Solução: 
A letra "a" está errada. Base legal: CTN art. 113. A obrigação 
tributária é principal ou acessória. § 2° A obrigação acessória decorre 
da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
A letra "b" está certa. Base legal: CTN Art. 115. Fato gerador 
da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal. 
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A letra "c" está certa. A fiscalização tributária utiliza-se meios 
produzidos pelas obrigações acessórias como auxílio. O artigo 195 do 
CTN nos mostra a importância das obrigações acessórias para a 
fiscalização tributária. Base legal: CTN art. 195 "Para os efeitos da 
legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais 
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, 
arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos 
comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-
los. 
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração 
comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados 
serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários 
decorrentes das operações a que se refiram." 
A letra "d" está certa. CTN artigo 113, § 3° A obrigação 
acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
A letra "e" está certa. Os exemplos citados nessa letra são 
auxiliares para fiscalização, como emitir nota fiscal, ou necessário ao 
lançamento, como apresentar declarações ao Fisco. 
O gabarito desta questão é a letra "a". Essa questão ficaria 
melhor se o item "a" fosse: somente tem por objeto prestações 
positivas previstas na legislação tributária. 
11)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Assinale a afirmativa incorreta. 
(A) O Código Tributário Nacional, no artigo 195, nega aplicação às 
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar os 
livros comerciais do contribuinte. 
(B) A fiscalização tem o seu poder limitado, dentre outras, por força de 
questões funcionais e territoriais. 
(C) O sigilo de correspondência não pode ser invocado pelo contribuinte 
em sua defesa, uma vez que este direito poderá ser afastado no 
exercício da fiscalização pelas autoridades administrativas, mesmo sem 
haver autorização judicial. 
(D) O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento no sentido 
de não ser possível a interdição de estabelecimento como meio 
coercitivo de cobrança de tributo. 
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(E) Não se admite, segundo entendimento consagrado no Supremo 
Tribunal Federal, a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para 
pagamento de tributos. 
Solução: 
A letra "a" está correta. Base legal: CTN; art. 195. Para os 
efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições 
legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, 
livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos 
comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-
los. 
A letra "b" está correta. Base legal: CTN art. 194 c/c art. 101. 
Art. 194 A legislação tributária, regulará, em caráter geral, ou 
especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a 
competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria 
de fiscalização da sua aplicação. Art. 101 A vigência, no espaço e no 
tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais 
aplicáveis às normas jurídicas em geral. 
A letra "c" está incorreta. Base legal: artigo 5°, XII da 
Constituição reconhece como inviolável o sigilo de correspondência e das 
comunicações telegráficas, de tal forma que o fato gerador identificado 
no procedimento fiscalizatório, mediante violação do direito ao sigilo de 
correspondência, não poderá fundamentar a autuação, salvo por 
eventual autorização judicial. 
A letra "d" está correta. Ela reproduz a Súmula n° 70 do STF: 
"É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo 
para cobrança de tributo". 
A letra "e" está correta. Ela reproduz a Súmula n° 323 do STF: 
"É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para 
pagamento de tributos". 
A resposta a ser marcada é a letra "c". 
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou 
presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos 
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necessários para que se documente o início do procedimento, na 
forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a 
conclusão daquelas. 
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo 
serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais 
exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à 
pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a 
que se refere este artigo. 
Por dentro da Receita Federal... 
No âmbito da Receita Federal, a fiscalização está organizada no 
sentido que a pessoa fiscalizada ficará ciente no momento em que se 
der o início da fiscalização sobre prazos, tributos alcançados, períodos a 
que se referem e demais pontos pertinentes a serem abordados na 
fiscalização. 
O início da fiscalização se conta com a entrega à pessoa 
responsável do termo de início de fiscalização. 
A importância de se documentar o início da fiscalização é para 
afastar o instituto da denúncia espontânea. 
Imagine se não existisse a ciência, por escrito, do fiscalizado 
sobre o início da fiscalização. 
Ao saber sobre as características do procedimento, o 
contribuinte iria correndo ao Fisco e utilizaria os benefícios da denúncia 
espontânea para afastarou reduzir as penalidades aplicáveis. 
A outra importância está no início do prazo decadencial. A 
partir da ciência do contribuinte o Fisco terá 5 anos para efetuar o 
lançamento. 
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a 
prestar à autoridade administrativa todas as informações de que 
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disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de 
terceiros: 
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de 
ofício; 
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e 
demais instituições financeiras; 
III - as empresas de administração de bens; 
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; 
V - os inventariantes; 
VI - os síndicos, comissários e liquidatários; 
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei 
• • *** m m *** m • m 7 m 
designe, em razão de seu cargo, oficio, função, ministério, 
atividade ou profissão. 
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não 
abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os 
quais o informante esteja legalmente obrigado a observar 
segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade 
ou profissão. 
No interesse da fiscalização, a autoridade fiscal, mediante 
intimação por escrito, poderá requisitar às pessoas, descritas neste 
artigo, informações sobre determinado procedimento em curso. 
Veja que essas pessoas da lista acima trabalham em atividades 
relacionadas com bens e serviços de terceiros. A fiscalização neste caso 
não está preocupada com as atividades destas pessoas, ela quer apenas 
as informações que elas possuem para auxiliar no curso desse 
procedimento. 
O parágrafo único acima veda a divulgação de informações ao 
Fisco em relação a algumas atividades ou profissões. A vedação de 
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divulgação de informação de terceiros dessas atividades e profissões 
encontram-se em legislação específica. 
No final de 2010, o STF decidiu que o sigilo fiscal de 
informações bancárias somente poderia ser quebrado por autorização 
judicial, ou seja, a Receita deveria solicitar ao judiciário a determinação 
para que as instituições bancárias revelem dados sigilosos de seus 
clientes. Este, porém foi um julgamento em que somente atingiu as 
partes, não devendo valer para outros contribuintes. A Receita Federal 
pauta-se pela legislação em vigor e não há até o presente momento 
nenhuma legislação que impeça aos servidores da Receita Federal de 
intimar diretamente as instituições bancárias para fornecer as 
informações protegidas pelo sigilo fiscal. Devemos ficar atentos pois 
uma jurisprudência do STF pode levar às autoridades competentes a 
editar norma proibindo o acesso direto às informações por parte dos 
servidores da Receita Federal. 
O STF entende que é constitucional a determinação do Fisco 
para que o sujeito passivo apresente os livros fiscais, porém somente 
aqueles referentes ao objeto da fiscalização em curso. Editou, com isso, 
a Súmula n° 439: "ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO 
TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS 
COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA 
INVESTIGAÇÃO." Data de Aprovação Sessão Plenária de 01/10/1964 
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação 
criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou 
de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício 
sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou 
de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou 
atividades. (Redação dada pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos 
casos previstos no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela 
Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
I - requisição de autoridade judiciária no interesse da 
justiça; (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
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II - solicitações de autoridade administrativa no 
interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada 
a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na 
entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito 
passivo a que se refere a informação, por prática de infração 
administrativa. (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da 
Administração Pública, será realizado mediante processo 
regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à 
autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a 
transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela 
Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas 
a: (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
I - representações fiscais para fins penais; (Incluído 
pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
II - inscrições na Dívida Ativa da Fazenda 
Pública; (Incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
III - parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp n° 
104, de 10.1.2001) 
Com o poder que a fiscalização tem, em relação ao 
conhecimento do patrimônio e da vida financeira das pessoas físicas e 
jurídicas, o CTN, neste artigo, resguarda o sigilo fiscal das pessoas, 
proibindo a todos os servidores públicos que tiveram acesso a essas 
informações, protegidas pelo sigilo fiscal, de revelar a quem quer que 
seja, em razão de seu cargo ou função. Se souber por outra fonte, nada 
obsta a divulgação, devendo sempre fazê-lo em caráter hipotético. 
O parágrafo 1° versa sobre os casos em que a autoridade 
tributária está obrigada a fornecer os dados protegidos por sigilo fiscal. 
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Se estiver em curso um processo judicial, a autoridade judicial 
pode requerer à Fazenda Pública todas as informações, inclusive as 
protegidas por sigilo fiscal, necessárias ao processo. 
O segundo caso de entrega das informações, de caráter 
obrigatório, é quando há um processo administrativo e as informações 
são necessárias no curso desse processo. 
Vamos supor que na Polícia Federal haja um processo 
administrativo em andamento, que trata de pessoa física, a qual está 
sendo fiscalizada pela Receita Federal. Por que a administração pública 
perderia tempo em ir ao interessado para colher informações, as quais 
já estão de posse da Receita Federal? 
Nesse caso, a Polícia Federal fará um ofício para a obtenção 
das informações pertinentes. É necessário que o objeto do processo 
administrativo seja a prática de infração administrativa. 
Em todos os dois casos, as requisições devem ser motivadas, 
informando as causas da solicitação. 
No caso de transferência de sigilo de dados fiscais no âmbito 
da administração, que trata o parágrafo 2°, esta deve ser feita por 
processo regularmente instaurado. 
As informações sigilosas são, em geral, entregues em dois 
envelopes, um dentro do outro. O envelope externo conterá um 
envelope lacrado, com as informações protegidas por sigilo fiscal e um 
documento que servirá de recibo, devendo ser assinado pela autoridade 
competente. Com isso acontece a transferência das informações e do 
sigilo fiscal. 
Pode haver transferência em meio magnético, utilizando o 
processo de mensagem criptografada. Nesse método apenas o 
remetente e o destinatário da mensagem conhecem a senha necessária 
para abertura do arquivo, contendo os dados sigilosos. 
Há situações em que não há quebra de sigilo fiscal por parte de 
quem detém as informações e as divulga, na forma estabelecida do 
parágrafo 3°. 
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A representação fiscal para fins penais é a forma de 
comunicação de fatos, que podem estar tipificados na legislação penal 
como crime ou contravenção, ao Ministério Público. A autoridade quando 
toma conhecimentode um fato, que em tese pode ser crime ou 
contravenção, deve protocolizar processo de representação fiscal para 
fins penais, o qual será enviado ao Ministério Público. 
Por dentro da Receita Federal... 
Suponha que um Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, 
AFRFB, de plantão na alfândega de um aeroporto, ao revistar a 
bagagem de um passageiro, encontre produto cuja importação seja 
proibida pela nossa legislação. 
Nesse caso, ele deverá providenciar a retenção do material e, 
logo que for possível, comunicar ao Ministério Público a ocorrência. 
A outra situação de divulgação de dados que não implica 
quebra do sigilo fiscal é a divulgação em Diário Oficial ou edital, afixado 
na repartição, referente a sujeitos passivos que se encontrem inscritos 
em dívida ativa ou que estejam com processo de parcelamento ou 
moratória. 
JURISPRUDÊNCIA 
Com base no entendimento de que, desde que ainda não tenha 
sido iniciada a ação penal, o pagamento de tributo extingue a 
punibilidade o STF editou a Súmula 560: "A EXTINÇÃO DE 
PUNIBILIDADE, PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO DEVIDO, 
ESTENDE-SE AO CRIME DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO, 
POR FORÇA DO ART. 18, § 2°, DO DECRETO-LEI 157/1967." Data 
de Aprovação: Sessão Plenária de 15/12/1976 
Com o entendimento de que não se admite o processo-crime 
sem que esteja predefinido o crédito, o STF editou a Súmula 
Vinculante n° 24: "Não se tipifica crime material contra a ordem 
tributária, previsto no art. 1°, incisos I a IV, da Lei n° 8.137/90, 
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antes do lançamento definitivo do tributo." Data de Aprovação: 
Sessão Plenária de 02/12/2009 
EIS A QUESTÃO! 
12) (AFRF/2002-2/ESAF) 
• Uma decisão judicial reconheceu ao contribuinte o direito de efetuar a 
compensação do imposto de renda mediante o aproveitamento de certa 
parcela do IPI que considerou indevida. O contribuinte efetuou o referido 
aproveitamento. O Auditor considerou errado o procedimento do 
contribuinte, porque a Fazenda havia recorrido da decisão do juiz de 
primeiro grau. Está certo o Auditor? 
• A isenção outorgada depois do fato gerador mas antes do lançamento 
exclui o crédito tributário? 
• É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus 
servidores, de informação relativa a representação fiscal para fins 
penais, obtida em razão do ofício? 
a) Não, não, não 
b) Sim, não, não 
c) Sim, sim, não 
d) Sim, não, sim 
e) Sim, sim, sim 
Solução: 
A resposta à primeira pergunta é sim. CTN Art. 170-A. É 
vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de 
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado 
da respectiva decisão judicial. 
A resposta à segunda pergunta é não. A lei que outorga 
isenção não retroge para atingir fato gerador pretérito, conforme art. 
106. Base legal: CTN art. 105. A legislação tributária aplica-se 
imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim 
entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja 
completa nos termos do artigo 116. 
CTN art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
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I - em qualquer caso, quando seja expressamente 
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos 
dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e 
não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista 
na lei vigente ao tempo da sua prática. 
CTN art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do 
fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada. 
A resposta à terceira pergunta é não. É o que diz o artigo 198, 
§3°, inciso I do CTN. Não é vedada a divulgação referente à 
representação fiscal para fins penais. 
A resposta certa é a letra "b". 
13) (ATE PI/2001/ESAF) Em matéria de fiscalização tributária, 
podem, em tese, recusar fornecer à autoridade administrativa 
informações de que disponham relativamente aos bens, negócios ou 
atividades de terceiros: 
a) inventariantes e leiloeiros 
b) tabeliães e escrivães 
c) empresas de administração de bens e despachantes oficiais 
d) síndicos e liquidatários 
e) advogados e psicólogos 
Solução: 
Os advogados e psicólogos em função do tipo de profissão em 
que há um juramento em não divulgar a intimidade de seus clientes e 
pacientes, respectivamente, não são obrigados a dar informações ao 
Fisco. Os demais são obrigados pelo caput do artigo 197. Base legal: 
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CTN art. 197, Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não 
abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o 
informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de 
cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. 
A resposta certa é a letra "e". 
14) (AFPS/2002/ESAF) A fiscalização de tributos federais 
devidamente autorizada e procedendo em conformidade com a 
legislação regente de sua atuação, iniciou ação fiscal na empresa QSZ, 
com o objetivo de verificar se estavam sendo cumpridas as obrigações 
tributárias referentes à contribuição social sobre o lucro e ao imposto 
sobre a renda e proventos de qualquer natureza. No curso da ação 
fiscal, examinados os livros, documentos e registros pertinentes, 
deparou-se com situação indiciária de omissão de receitas pela 
empresa. Entretanto, para provar a existência da infração à legislação 
tributária, a fiscalização necessitava de elementos adicionais, tais como 
extratos das contas correntes da empresa mantidas em instituições 
financeiras. Assim, a fiscalização intimou a empresa para que 
apresentasse os referidos extratos bancários. A empresa recusou-se a 
fornecê-los, sob a alegação de que tais extratos continham informações 
protegidas por sigilo bancário. Em face dessa negativa da empresa, a 
fiscalização relatou o fato, circunstanciadamente, ao chefe da repartição 
fazendária - que dispõe de competência legal para requisitar às 
instituições financeiras informações sobre movimentação financeira de 
terceiros - com vistas a que adotasse as providências de sua 
competência. Examinado o relatório da fiscalização, o chefe da 
repartição fazendária concluiu que estava caracterizada a hipótese de 
indispensabilidade das informações bancárias, à luz dos fatos e da 
legislação aplicável à matéria. Por essa razão, requisitou as informações 
pretendidas pela fiscalização às instituições financeiras. Com base nos 
elementos ora apresentados e considerando a legislação reguladora do 
sigilo bancário e da atuação da fiscalização tributária, assinale a 
resposta correta. 
a) As instituições financeiras devem atender à requisição fazendária, se, 
avaliando o caso concreto, chegarem à conclusão de que as informações 
requisitadas são indispensáveis ao prosseguimento da ação fiscal. 
b) As instituições financeiras não estão obrigadas a fornecer as 
informações requisitadas, pois envolveria quebra de sigilo bancário e, 
assim, ficariam os responsáveis pela quebra de sigilo sujeitos a sanções 
nas esferas penal e civil. 
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c) As informações requisitadas só devem ser fornecidas pelas 
instituições financeiras, se houver prévia autorização judicial. 
d) As informações requisitadas não devem ser fornecidas, se as 
instituições financeiras não forem prévia e expressamente autorizadas 
pela empresa QSZ. 
e) É legalmente cabível que o chefe da repartição fazendária requisite as 
informações bancárias pretendidaspela fiscalização, indispensáveis à 
aplicação da legislação tributária, assim como as instituições financeiras 
têm o dever legal de fornecê-las. 
Solução: 
Apesar de o STF ter julgado caso de quebra de sigilo bancário, 
no final do ano de 2010, a favor do contribuinte e em oposição ao 
entendimento da Receita Federal, até o presente momento não houve 
modificação da legislação pertinente. Por decisão do STF, no final do ano 
de 2010, o sigilo bancário somente pode ser quebrado por determinação 
judicial. De qualquer modo o STF não é legislador positivo, levando ao 
entendimento que aquela decisão da Suprema Corte vale somente para 
o caso julgado. Atualmente continua legal a requisição à entidade 
financeira de dados bancários conforme art. 197 do CTN: "Mediante 
intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa 
todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios 
ou atividades de terceiros: 
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais 
instituições financeiras;" 
A resposta certa é a letra "e". 
15) (AFRFB/2009/ESAF) Sobre a Administração Tributária e o poder 
de fiscalizar, assinale a opção correta. 
a) Iniciado o procedimento fiscalizatório pela autoridade administrativa, 
com a lavratura de Termo de Início de Fiscalização, tem-se a 
antecipação do prazo decadencial que, normalmente, ocorreria com o 
lançamento. 
b) Diante de requisição da autoridade administrativa de apresentação de 
informações sigilosas, não pode o agente público responsável pelo 
deferimento negar-se a entregá-la. 
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c) Em que pese o dever de sigilo da autoridade fiscal, o Código 
Tributário Nacional autoriza a divulgação de informações relativas a 
representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da 
Fazenda Pública e parcelamento ou moratória. 
d) A Constituição Federal estabeleceu que as administrações tributárias 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atuarão de 
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de 
informações fiscais, independentemente da existência de lei ou 
convênio. 
e) Verificada a existência de crime contra a ordem tributária, praticado 
por particular, deve a autoridade administrativa representar ao 
Ministério Público, mesmo antes de proferida decisão final, na esfera 
administrativa, sobre a exigência do crédito tributário. 
Solução: 
A letra "a" está errada.O início do prazo decadencial é no 1° 
dia do exercício seguinte ao que poderia ser lançado e não com o 
lançamento. Base legal: CTN art. 173. O direito de a Fazenda Pública 
constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, 
contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado. 
A letra "b" está errada. A requisição simples não basta para 
que seja quebrado o sigilo fiscal. É necessária motivação conforme art. 
198 do CTN. Base legal: CTN Art. 198. "..., é vedada a divulgação, 
por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação 
obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do 
sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus 
negócios ou atividades. § 1o Excetuam-se do disposto neste artigo... 
as: II - solicitações de autoridade administrativa no interesse da 
Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração 
regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, 
com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a 
informação, por prática de infração administrativa." 
A letra "c" está certa. Base legal: CTN art. 198 § 3o Não é 
vedada a divulgação de informações relativas a: I -
representações fiscais para fins penais; II - inscrições na Dívida Ativa 
da Fazenda Pública; III - parcelamento ou moratória. 
A letra "d" está errada. Somente por lei ou convênio pode ser 
feita permuta de informações entre os entes federativos. Base legal: 
CTN Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do 
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Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência 
para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, 
na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou 
convênio. 
A letra "e" está errada. Somente após proferida decisão final, 
na esfera administrativa, sobre a exigência do crédito tributário, pode 
ser feita a representação ao Ministério Público por crime contra a ordem 
tributária. Se o crime for contra a administração pública a representação 
deve seguir imediatamente para o Ministério Público. Base legal: 
CTN art. 198, §3°, inc. I - § 3o Não é vedada a divulgação de 
informações relativas a: I - representações fiscais para fins penais. 
A Lei 9.430/1996 estabelece que a representação ao Ministério 
Público, por crime contra a ordem tributária, deve ser feita após 
proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal 
do crédito tributário. 
A resposta a ser marcada é a letra "c" 
Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente 
assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e 
permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter 
geral ou específico, por lei ou convênio. 
Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma 
estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá 
permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da 
arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp n° 
104, de 10.1.2001) 
No caput deste artigo há a possibilidade dos entes federados 
trocarem informações sigilosas, em razão de fiscalizações que tenham 
em comum, ou em que haja algum interesse público. 
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Para a troca de informações sigilosas, é necessário haver lei 
autorizando ou convênio firmado entre as entidades envolvidas. 
Vamos supor que o Estado de Pernambuco faça convênio com 
a União para poder acessar ao cadastro das pessoas jurídicas, que estão 
sendo fiscalizadas pela Receita Federal, em relação ao IPI, e em troca 
disponibilizará informações de seu cadastro de fiscalização em curso do 
ICMS. Haverá interesse mútuo nas informações para ambas as 
fiscalizações. 
Vamos dar um exemplo hipotético em relação ao conteúdo do 
parágrafo único. 
Se a União assinar um Tratado com o Paraguai para troca de 
informações sigilosas de pessoas que passam de um país a outro, 
poderá haver também a transferência de dados protegidos pelo sigilo 
fiscal. 
A autoridade fiscal somente poderá trocar informações 
sigilosas se houver tratados, acordos ou convênios firmados entre os 
países. 
Art. 200. As autoridades administrativas federais 
poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou 
municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou 
desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à 
efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que 
não se configure fato definido em lei como crime ou 
contravenção. 
As autoridades administrativas federais poderão requisitar o 
auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e 
reciprocamente. Veja que o CTN fala de servidores da União, porém o 
Código é nacional, portanto essa regra é extensiva aos Fiscos estaduais 
e municipais. 
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Outro ponto importante é o fato de não precisar que se 
configure como crime ou contravenção. Basta que a autoridade perceba 
algum óbice à fiscalização para solicitar o auxílio. É lógico que esta regra 
deve ser usada, evitando-se excesso de poder ou o cometimento de 
ilegalidade. 
EIS A QUESTÃO!

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