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Aula 02 - Dir Tribut+írio - 15 03

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO-
ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 
1 
Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br 
PROFESSOR EDVALDO NILO 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE 
TÉCNICO-ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA 
FAZENDA – Conhecimentos Básicos de Direito Tributário - 
AULA 2 –OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA. 
FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
 
Olá. 
 
Resolvi colocar o tema impostos federais no final do curso por 
questão de didática, pois muitos alunos estão iniciando o estudo do 
direito tributário agora. 
 
Logo, o nosso calendário fica da seguinte forma: 
 
Aula 3 –Tributo: conceito e classificação. Domicílio tributário-
(22/03). 
 
Aula 4 – Crédito tributário: conceito e constituição. 
Lançamento: conceito e modalidades de lançamento - (29/03). 
 
Aula 5 – Suspensão do Crédito Tributário - (05/04). 
 
Aula 6 –Extinção do crédito tributário - (12/04). 
 
Aula 7 –Exclusão do crédito tributário e suas modalidades. 
Dívida ativa; certidão negativa- (19/04). 
 
Aula 8 –Tributos de competência da União (parte 2). Impostos 
Federais (II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF)- (26/04). 
 
Assim sendo, o sumário da nossa aula de hoje é o seguinte, a 
saber: 
 
Obrigação Tributária 
1. Obrigação Tributária Principal e Acessória: 1.1Conceito de 
obrigação principal; 1.2Conceito de obrigação acessória. 
2. Fato Gerador: 2.1 Hipótese de incidência; 2.2 Fato 
imponível; 2.3 Fato Gerador da obrigação principal; 2.4 Fato 
Gerador da obrigação acessória; 2.5 Momento da ocorrência 
do fato gerador: aspecto temporal da incidência tributária; 
2.6 Norma antielisão: 2.6.1 Distinções entreevasão, elisão e 
elusão tributária; 2.6.2Constitucionalidade e interpretação 
econômica do direito tributário; 2.7 Interpretação da 
definição legal do fato gerador; 2.8 Classificação do fato 
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gerador; 2.9 Fato gerador como fato jurídico em sentido 
estrito; 2.10 Base de cálculo; 2.11 Alíquota; 2.12 Regra-
matriz de incidência tributária; 2.13 Aspectos da norma 
tributária. 
 
Então, vamos nessa. 
 
1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA 
 
A obrigação tributária (em geral) é a relação em que o sujeito 
ativo (fisco) exige do sujeito passivo (contribuinte ou responsável 
tributário) um dever estabelecido pela norma de Direito Tributário. 
 
1.1 CONCEITO DEOBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
 
A obrigação tributária principal é a prestação representante do 
ato de pagar (tributo ou multa), sendo, portanto, uma obrigação de 
dar, com cunho pecuniário (dinheiro). Ou seja, o elemento 
fundamental da obrigação principal é a sua natureza pecuniária, com 
a consequência de ser o pagamento de determinada quantia em 
dinheiro. 
 
Com efeito, o CTN estabelece que a obrigação tributária 
principalnasce com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente (art. 113, §1º). 
 
A causa ou fonte da obrigação tributária principal é a lei, 
que, neste caso, quer dizer lei complementar, lei ordinária, lei 
delegada ou a medida provisória. 
 
Salientamos que a obrigação tributária principal pode ter 
como objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária (multa), 
mas isto não significa que o tributo pode ser equiparado a uma 
multa, pois o art. 3°, do CTN, estabelece que tributo não constitui 
sanção de ato ilícito. 
 
1.2 CONCEITO DEOBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
 
A obrigação tributária acessória significa a obrigação de fazer 
(positiva) ou não fazer (negativa), despida do cunho pecuniário. 
Alguns autores ainda falam em dever de suportar ou tolerar 
(obrigação negativa), que pode aparecer desta forma em concurso 
público ou ser considerada a mesma coisa que obrigação de não 
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fazer. Por exemplo, permitir a consulta a livros fiscais ou a 
fiscalização da empresa. 
 
São obrigações tributárias acessórias, por exemplo, a emissão 
de notas fiscais, a escrituração de livros fiscais, a entrega declarações 
de rendimentos, o dever de suportar ou não obstar o acesso do fisco 
aos livros contábeis da empresa, o de não danificar ou rasurar a 
escrituração contábil da empresa, o preenchimento de guias de 
recolhimento de tributo, dentre outras. 
 
A obrigação tributária acessória tem como fundamental objetivo 
auxiliar e permitir uma maior eficiência na arrecadação ou fiscalização 
do tributo pelo fisco. 
 
Por sua vez,a obrigação tributária acessória independe da 
obrigação tributária principal. Por isso, a doutrina também chama as 
obrigações acessórias de deveres instrumentais ou deveres 
formais, pois não poderia, em princípio, ser denominada de 
obrigação acessória se é independente da obrigação principal. 
 
Por exemplo, aqueles que se aposentam com uma moléstia 
grave (AIDS, câncer) estão isentos de pagar o imposto sobre a renda 
(obrigação principal), mas nem por isso estarão dispensados de 
entregar uma declaração anual de rendimentos (obrigação acessória). 
 
 
Decerto, o CTN define que a obrigação acessória decorre da 
legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos (art. 113, §2º). 
 
Neste dispositivo, o CTN dispõe que a obrigação acessória 
decorre da legislação tributária, que compreende não somente as 
leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também 
os decretos e as normas complementares que versem, no todo 
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes 
(art. 96 do CTN). 
 
O CTN também dispõe que a obrigação acessória, pelo 
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária (Art. 113, §3°). 
 
Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte 
descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos 
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(obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o 
dever de pagar a multa fiscal. 
 
Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito 
tributário a multa originada do descumprimento da obrigação 
acessória equivale a uma obrigação principal. Ou seja, a obrigação de 
pagar a multa é uma obrigação tributária principal e se submete a 
todo o regime jurídico-tributário, mas a própria multa não pode 
ser considerada um tributo. 
 
Importante: A obrigação tributária acessória significa obrigação de 
fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho 
pecuniário. E a obrigação principalé a prestação representante do ato 
de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação 
principaléexclusivamenteuma obrigação de dar, com cunho pecuniário 
(dinheiro) e não pode ser considerada obrigação de fazer. 
 
1.(ESAF/PFN/2005/adaptada) Considerando o tema 
“obrigação tributária” e as disposições do CTN, marque com 
(V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao 
final a opção correspondente. 
( ) Quando a lei se refere à obrigaçãotributária principal, ela 
quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte 
para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. 
( ) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já 
que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no 
conceito de “obrigação tributária principal”. 
( )A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um 
fato gerador e independe de providência da autoridade fiscal 
para ser exigida. 
a) V, V, V. 
b) F, V, F. 
c) F, F, F. 
d) V, F, V. 
e) V, F, V. 
 
A resposta é a letra “c” (F, F, F). 
 
A primeira alternativa é falsa, uma vez que quando a lei se 
refere à obrigação tributária acessória, ela quer se referir aos 
procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor 
fiscalização do pagamento. E não obrigação tributária principal como 
diz a questão. 
 
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A segunda alternativa é falsa, eis que a multa não pode ser 
considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo 
Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária 
principal”. O art. 3°, do CTN, define que tributo não constitui sanção 
de ato ilícito. 
 
A terceira alternativa é falsa também, sendo assunto a ser 
tratado na aula sobre crédito e lançamento tributário. Mas já 
adiantando um pouco, a obrigação tributária acessória e também a 
obrigação principal apenas torna-se líquida e exigível pela consti-
tuição do crédito tributário através do lançamento tributário feito pela 
autoridade administrativa competente, conforme o art. 142 do CTN. 
 
2. (AFTN/98/ESAF) A multa por descumprimento de obrigação 
acessória relativa ao imposto de renda 
a) tem a natureza de tributo, por converter-se em obrigação 
tributária principal o descumprimento de obrigação acessória. 
b) tem a natureza de imposto, porque sua natureza específica 
é dada pelo respectivo fato gerador. 
c) não tem a natureza de tributo, mas a de uma obrigação 
tributária acessória. 
d) não tem natureza tributária porque a penalidade por 
descumprimento de obrigação acessória é de caráter 
administrativo. 
e) não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato 
ilícito. 
 
A resposta é a letra “e”. A multa por descumprimento de 
obrigação acessória relativa ao imposto de renda não tem a natureza 
de tributo por constituir sanção de ato ilícito. O art. 3°, do CTN, 
dispõe que tributo não constitui sanção de ato ilícito. 
 
3.(TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, 
é incorreto afirmar-se que 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação 
tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu 
surgimento, a ocorrência de fato gerador. 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a 
investigação e o controle do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, 
relativamente a penalidade pecuniária. 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota 
fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre 
outros, alguns exemplos. 
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A resposta é a letra “a”. 
 
O examinador da ESAF entendeu que a primeira assertiva 
(letra “a”) estava incompleta, dizendo que a obrigação tributária 
acessória tem por objeto prestações positivas previstas na legislação 
tributária. 
 
Na verdade, a obrigação tributária acessória tem por objeto 
prestações positivas (fazer) e negativas (não fazer ou tolerar), 
previstas na legislação tributária, no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
 
A letra “b” foi considerada verdadeira, eis que o examinador 
compreendeu que a obrigação tributária acessória tal como a 
obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de 
fato gerador. Vamos estudar fato gerador no próximo item desta 
aula. 
 
A letra “c” é verdadeira, pois a obrigação tributária acessória 
objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o 
controle do recolhimento de tributos. 
 
A letra “d” é verdadeira, porque inobservância da obrigação 
tributária acessória converte-se em obrigação principal, relativamente 
a penalidade pecuniária. 
 
A letra “e” é verdadeira, porque são exemplos de obrigação 
tributária acessória a realização de matrícula no cadastro de 
contribuintes, a emissão de nota fiscal e a apresentação de 
declarações ao Fisco. 
 
4. (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque 
a opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro 
de cada uma (V ou F, respectivamente). 
1. Multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação 
principal. 
2. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam 
alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária 
acessória. 
3. Quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, 
mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de 
interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária 
principal. 
a) V, V, V 
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b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) F, F, F 
e) F, F, V 
 
A resposta é a letra “c” (V, F, F). 
 
O primeiro item é verdadeiro, pois a multa decorrente de 
obrigação acessória constitui obrigação principal. 
 
Como eu disse na aula, quando o contribuinte descumpre o 
dever de realizar a declaração de rendimentos (exemplo de obrigação 
acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar 
a multa fiscal. 
 
Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito 
tributário a multa originada do descumprimento da obrigação 
acessória equivale a uma obrigação principal. 
 
O segundo item é falso, pois a afirmativa é incompleta. Se a 
lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está 
a impor-lhes uma obrigação tributária acessória ou qualquer outro 
tipo de obrigação, que não necessariamente será tributária, podendo 
ser civil, penal, comercial, trabalhista etc. Faltou o item enunciar que 
deve ser no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
 
O terceiro item é falso, porque quando um sujeito passivo não 
está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco 
sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação 
tributária acessória e não principal. 
 
5. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária 
principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, 
assinale a opção correta. 
a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de 
pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação 
acessória. 
b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-
se em obrigação principal somente em relação à penalidade 
pecuniária. 
c) A existência de uma obrigação tributária acessória 
pressupõe a existência de uma obrigação tributária 
principal. 
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d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de 
dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao 
princípio da estrita legalidade. 
e) No Sistema TributárioNacional, admite-se que a 
obrigação de fazer, em situações específicas, seja 
considerada obrigação tributária principal. 
 
Letra (A). A obrigação de pagar multas e juros tributários 
constitui-se como obrigação tributária principal (art. 113, §1°, CTN). 
Logo, incorreta. 
 
Letra (B). A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à 
penalidade pecuniária (art. 113, §3°, CTN). Isto significa, noutras 
palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a 
declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma 
obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Logo, 
correta. 
 
Letra (C). A obrigação tributária acessória é autônoma em 
relação à obrigação tributária principal. Mesmo que o contribuinte não 
esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a acessória subsiste. 
Logo, incorreta. 
 
Letra (D). A obrigação acessória decorre da legislação tributária 
(art. 113, §2º, CTN). Decerto, a legislação tributária compreende não 
somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), 
como também os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes (art. 96 do CTN). Logo, incorreta. 
 
Letra (E). A obrigação tributária acessória significa obrigação de 
fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho 
pecuniário. E a obrigação principalé a prestação representante do ato 
de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principaléuma 
obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro), e não obrigação 
de fazer. Logo, incorreta. 
 
2. FATO GERADOR 
 
A doutrina crítica a nomenclatura “fato gerador” estabelecida 
pelos arts. 114 a 118 do CTN, dizendo que o código deveria fixar 
nomes diferentes para duas realidades distintas. 
 
Primeiro, a situação prevista em lei como necessária e 
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suficiente à ocorrência da obrigação tributária, com o nome mais 
conhecido de hipótese de incidência. 
 
Segundo, a realização da hipótese de incidência no mundo da 
vida real, com a denominação mais famosa de fato imponível. 
 
2.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
 
A hipótese de incidência é asituação prevista abstratamente 
na lei. 
 
Isto é, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à 
ocorrência da obrigação tributária poderia ser chamada de hipótese 
de incidência. Por exemplo, o CTN prevê auferir renda como 
hipótese de incidência do IR. 
 
Assim, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) 
representa o momento abstrato e geral, previsto em lei, hábil a 
deflagrar a relação tributária. 
 
Portanto, a hipótese de incidência caracteriza-se, como a 
escolha feita pelo legislador, de fatos que possam representar 
capacidade contributiva (prestar serviços – ISS; ter a propriedade de 
um automóvel – IPVA; ter a propriedade de um imóvel na zona rural 
- ITR e assim por diante). 
 
Outras nomenclaturas conhecidas para a hipótese de incidência 
são: hipótese tributária ou pressuposto legal do tributo. 
 
2.2 FATO IMPONÍVEL 
 
O fato imponível é o momento concreto e individualizado de 
realização desta previsão normativa, ou seja, a realização da hipótese 
de incidência no mundo da vida real. 
 
Por exemplo, o momento em que a pessoa ganha na loteria 
esportiva e consequentemente aufere renda; a ocasião em que a 
pessoa compra um automóvel e consequentemente se torna 
proprietário de um veículo automotor etc. 
 
Este momento é também denominado pela doutrina de fato 
jurídico tributário, de hipótese de incidência realizada e de 
facto tributário. 
 
 
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Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto 
Hipótese de incidência, Hipótese 
tributária e Pressuposto legal do 
tributo. 
Fato imponível, Fato jurídico 
tributário,Hipótese de incidência 
realizada e Facto tributário. 
Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato 
da vida) 
 
2.3 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
 
O fato gerador da obrigação tributária principal é a situação 
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência 
(art. 114 do CTN). Preste atenção: o CTN fala em necessidade e 
suficiência. São requisitos cumulativos. 
 
É situação necessária, pois sem o fato gerador não há 
obrigação tributária. É situação suficiente, eis que basta o fato 
gerador para surgir a obrigação tributária. 
 
Por conseguinte, o fato gerador da obrigação principal ou fato 
imponível tem natureza jurídica constitutiva, pois dá concretude à 
hipótese de incidência e faz nascer a obrigação tributária principal. 
 
Importante: cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em 
matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de 
tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”, 
CF). 
 
2.4 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
 
O fato gerador da obrigação tributária acessória é qualquer 
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática 
oua abstenção de ato que não configure obrigação principal (art. 
115 do CTN). 
 
2.5 MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: ASPECTO 
TEMPORAL DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
 O CTN dispõe acerca do momento da ocorrência do fato 
gerador nos arts. 116 e 117. 
 
Deste modo, estabelece que, salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
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efeitos: 
 
• Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o 
se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que são delas decorrentes. Por exemplo, o 
imposto sobre importação (II) tem como fato gerador a entrada 
do produto no território nacional, mas a lei ordinária, de acordo 
com o CTN, considera o fato gerador como ocorrido na data do 
registro da declaração de importação na repartição aduaneira 
(situação de fato); 
• Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito 
aplicável. 
 
Em relação asituação jurídica, deve-se também estudar outro 
ramo do direito para se verificar quando a situação está 
definitivamente concluída ou constituída. Por exemplo, deve-se 
analisar o Código Civil para se saber quando a propriedade é 
transmitida para fins de incidência do imposto municipal de 
transmissão de bens imóveis (ITBI). No caso, com o registro do 
título aquisitivo da propriedade no cartório de registros públicos. 
 
Com efeito, tratando-se de situação jurídica, e na hipótese de 
atos ounegócios jurídicos condicionais, o CTN também 
estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, reputam-se 
perfeitos e acabados: 
 
• Se a condição é suspensiva, no momento em que se realiza a 
condição, isto é,o momento de seu implemento; 
• Se a condição é resolutória desde que o negócio jurídico foi 
celebrado. 
 
Condição significa uma cláusula decorrente da vontade das 
partes, que subordina o efeito do negócio a um evento futuro e 
incerto. 
 
A condição suspensiva é aquelaque suspende a eficácia do 
negócio, enquanto a condição não se verificar. No direito tributário, 
quando suspensiva a condição, verificam-se os efeitos tributários 
quando acontece a condição. 
 
Por exemplo, a doação de objeto valioso de um pai para a filha 
condicionada ao casamento da filha com um rapaz. Enquanto o 
casamento não se confirmar, não terá eficácia a doação. 
 
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Portanto, é necessário o implemento desta condição suspensiva 
(casamento) para se verificar a ocorrência do fato gerador do imposto 
estadual sobre doações (ITCMD). 
 
Já na condição resolutiva ou resolutória, para fins de 
incidência tributária, é aquela em que fato gerador ocorre desde o 
momento em que o ato jurídico é celebrado,independentemente da 
condição. 
 
Assim, quando resolutória a condição, verificam-se os efeitos 
tributários desde o momento da prática do ato ou celebração do 
negócio. Neste caso, é irrelevante para o direito tributário a condição, 
que significa, na verdade, o desfazimento do negócio. 
 
Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel sujeito a 
condição resolutória de o comprador ter um futuro filho. Decerto, 
feito o negócio e registrado o imóvel, dá-se o fato gerador do imposto 
sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), pois aconteceu a 
transmissão da propriedade. Não importa para o direito tributário se, 
depois, o negócio é desfeito por causa do acontecimento da condição 
resolutória (nascimento do filho do comprador do imóvel). 
 
2.6 NORMA ANTIELISÃO 
 
A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, 
parágrafo único, do CTN). 
 
Esta regra é chamada de “norma anti-elisão”, pois busca 
combater os procedimentos de planejamento tributário praticados 
pelo contribuinte com abuso de forma ou/e abuso de direito. Esta 
nomenclatura já foi adotada em dois concursos recentes para 
Procurador da República (MPF). Por outro lado, a doutrina minoritária 
denomina o art. 116, parágrafo único, do CTN, de norma geral 
“antievasiva” ou “anti-simulação”. 
 
No 21° concurso Procurador da República: 
“Em dispositivo de medida provisória, restou consignado: ‘Os atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins 
tributários, pela autoridade administrativa competente, observados 
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os procedimentos estabelecidos nos artigos 14 a 19 subseqüentes’. 
Tem-se aí norma: 
(a) Anti-elisão; 
(b) Anti-evasão; 
(c) Tratando de aspectos procedimentais; 
(d) Ordenando a observância do princípio da tipicidade fechada”. 
A resposta é “a”. 
 
Decerto, devemos saber que: 
 
• É a autoridade administrativa e não a judicial que poderá 
desconsiderar (não é desconstituir) atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular (igualmente 
denominado pela ESAF deeclipsar) a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária; 
• A regra doart. 116, parágrafo único, do CTN, necessitade lei 
ordinária para ser aplicada, pois o dispositivo estabelece 
que“observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária”. 
 
2.6.1 DISTINÇÕES ENTRE EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO 
TRIBUTÁRIA 
 
Neste momento, devemos distinguir evasão, elisão e elusão 
tributária. 
 
Segundo o entendimento majoritário, a evasão é a conduta 
ilícita do sujeito passivo de ocultar a ocorrência do fato gerador com 
o objetivo de não pagar o tributo devido conforme a lei. A evasão 
objetiva evitar o conhecimento da ocorrência do fato gerador e, em 
princípio, acontece após o fato gerador. Por exemplo, emitir notas 
fiscais falsas ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. 
 
Assim, a evasão abrange a sonegação fiscal, a fraude e o 
conluio. 
 
A sonegação fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a 
impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte 
da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias 
materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de 
afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário 
correspondente (art. 71 da Lei 4.502/1964). Por exemplo, negar ou 
deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento 
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equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, 
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. 
 
A fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou 
retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas 
características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo 
devido a evitar ou diferir o seu pagamento (art. 72 da Lei 
4.502/1964). Na hipótese, o dolo é a intenção deliberada de praticar 
a conduta fraudulenta. Por exemplo, deixar de recolher dolosamente, 
no prazo legal, o valor de tributo ou de contribuição social, 
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação 
e que deveria recolher aos cofres públicos. 
 
O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas 
naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos da sonegação 
fiscal ou da fraude (art. 73 da Lei 4.502/1964). 
 
Segundo o mesmo entendimento majoritário, a elisão é a 
conduta lícita ou legítima que ocorre antes do fato gerador, com o 
objetivo de pagar menos tributo, evitando a ocorrência do fato 
gerador ou a ocorrência com um valor menor a pagar. É a busca pela 
economia de tributos, sendo congruente coma idéia de planejamento 
tributário. 
 
Por sua vez, existe posicionamento doutrinário, que distingue 
elisão lícita (explicada acima) e elisão ilícita, abusiva ou ineficaz 
(denominada de elusão tributária). 
 
A elisão ilícita ou elusão tributária ocorre antes ou depois do 
fato gerador, sendo uma conduta praticada pelo sujeito passivo com 
abuso da forma jurídica ou abuso de direito, que seria a real 
discordância entre a forma de determinado negócio jurídico e o 
conteúdo econômico que lhe corresponde. 
 
Citamos o seguinte exemplo doutrinário: “Carlos quer doar um 
imóvel a Roberta. Entretanto, lavram a escritura de compra e venda 
por um preço irrisório, no sentido de impedir o pagamento do 
imposto sobre doações, supostamente mais oneroso, e se sujeitar ao 
imposto de transmissão de bens imóveis. A substância econômica 
(doação) destoa da forma jurídica adotada (compra e venda)”. 
 
2.6.2 CONSTITUCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA 
DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
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O STF ainda não debateu o tema da constitucionalidade da 
norma geral antielisiva. 
 
Assim sendo, o candidato deve adotar a postura da 
constitucionalidade do parágrafo único do art. 116 do CTN. Contudo, 
é relevante ter conhecimento dos fundamentos e dos 
posicionamentos da doutrina pela inconstitucionalidade e pela 
constitucionalidade da norma prevista no CTN. 
 
Decerto, realçamos que parte da doutrina sustenta a 
inconstitucionalidade deuma norma geral antielisiva e afirmam que 
a Administração Pública não pode desconsiderar práticas elisivas do 
sujeito passivo da relação tributária, em face dos princípios 
constitucionais da legalidade tributária e da tipicidade tributária 
cerrada ou fechada. 
 
Portanto, em face destes princípios que são subprincípios da 
segurança jurídica, não pode a Administração Pública desconsiderar 
atos ou negócios jurídicos previstos em lei e que, em regra, não 
acarretam a incidência tributária de determinado tributo. 
 
Por exemplo, segundo esta doutrina, não pode Administração 
Pública considerar abusiva a situação de uma sociedade empresarial 
que, ao invés de pagar remuneração aos seus sócios não-
administradores, opta por distribuir-lhes lucros mensalmente, 
buscando a situação de não incidência de imposto de renda (IR). 
 
Em síntese, não pode a Administração Pública tributar 
determinada situação que não se enquadra na definição legal da 
hipótese de incidência tributária do IR. 
 
Já os autores que sustentam a constitucionalidade da norma 
geral antielisiva afirmam que deve Administração Pública 
desconsiderar atos ou negócios revestidos de formas jurídicas não 
estabelecidas na hipótese de incidência, quando os efeitos 
econômicos de tais atos ou negócios mostram-se de acordo com os 
resultados pretendidos pelo legislador tributário. 
 
No caso, deve prevalecer o princípio da capacidade contributiva 
frente ao princípio da legalidade tributária. Assim, a Administração 
Pública declara o abuso da forma jurídica e desconsidera a utilização 
de forma jurídica atípica para a concretização do ato ou negócio 
jurídico. 
 
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Nesse rumo, em face do princípio da capacidade contributiva e 
da interpretação econômica no direito tributário, a realidade 
econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica. 
 
Ou seja, a Administração Pública deve considerar a 
aptidão econômica de pagar o tributo e o princípio da 
igualdade tributária. 
 
Caso contrário, pessoas que estão em situação similar por 
não utilizaram de formas jurídicas atípicas, sofreriam 
discriminação odiosa e a incidência do tributo. Já outros 
contribuintes não sofreriam a tributação, uma vez que se 
beneficiariam utilizando artifícios com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária. 
 
 
2.7 INTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO LEGAL DO FATO 
GERADOR 
 
A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
(a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do 
seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos 
efetivamente ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). 
 
Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência 
do fato gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados, 
a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. 
 
A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 e o CESPE no 
concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 adotaram, respectivamente, 
como incorretos os seguintes itens: “A definição legal do fato gerador 
é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos”; 
“A hipótese de incidência depende da origem lícita da renda auferida, 
máxime quando incidir sobre o lucro”. 
 
Deste modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão, 
em princípio, pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou 
anulabilidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou 
mesmo a ilicitude do ato praticado. 
 
Com efeito, é legítima, por exemplo, a cobrança do imposto 
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municipal sobre serviços (ISS) do advogado que presta serviços de 
consultoria jurídica, mesmo em situação irregular perante a OAB. 
 
2.8 CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR 
 
A doutrina classifica o fato gerador em instantâneo, periódico 
e continuado. 
 
O fato gerador instantâneo ocorre quando sua realização se 
dá num exato instante no tempo. Por exemplo, o imposto de 
importação (II) se dá com o registro alfandegário da declaração 
apresentada pelo importador à autoridade fiscal competente da 
União. 
 
O fato gerador periódico (também denominado de 
complexivo, completivo, continuativo ou de formação sucessiva) 
acontece quando sua realização se completa ao longo de um espaço 
de tempo. Por exemplo, o fato gerador do IR, eis que acontece ao 
longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de 
1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano. 
 
O fato gerador continuado ocorre quando é representado 
por uma situação que se conserva no tempo, entretanto, a lei 
tributária fixa para fins de praticidade tributária um determinado 
momento para ocorrido o fato gerador. Por exemplo, o IPTU e o IPVA. 
 
No IPTU, a situação de ser proprietário de um imóvel é uma 
situação que se perdura no tempo, sendo que a legislação tributária 
fixa um determinado instante para se considerar como o momento de 
ocorrência do fato gerador (normalmente, 1.º de janeiro do ano civil). 
 
Noutra perspectiva, existem autores que entendem que os fatos 
geradores são exclusivamente instantâneos, uma vez que a legislação 
tributária sempre estabelece somente um único momento para fixar a 
ocorrência do fato gerador. Na hipótese do IR, é o último momento 
do dia 31 de Dezembro do ano civil. No caso do IPTU, é o dia 1.º de 
janeiro do ano civil. Deste modo, não se poderia falar em fato 
gerador periódico ou continuado. 
 
Vamos agora para as importantes questões: 
 
6. (ESAF/AFTN) A obrigação que tem por objeto o pagamento 
de multa é chamada de obrigação_______________ . 
_______________dessa obrigação é a situação definida em lei 
como necessária e suficiente à ocorrência desta. A validade 
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jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na 
interpretação de norma definidora_______________ . 
 
Escolha a opção que contenha as palavras que, correta e 
respectivamente, preencham o sentido dos períodos acima. 
a) principal / O fato gerador / do fato gerador 
b) impositiva / O efeito / do lançamento 
c) penal / O lançamento / da cobrança 
d) sancionatória / O fato gerador / da condição suspensiva 
e) punitiva / A fonte / da outorga de isenção 
 
A resposta é a letra “a”, pois a obrigação que tem por objeto o 
pagamento de multa é chamada de obrigação principal (art. 113, 
§1°, do CTN). 
 
O fato gerador dessa obrigação é a situação definida emlei 
como necessária e suficiente à ocorrência desta (art. 114, do 
CTN). 
 
A validade jurídica dos atos efetivamente praticados não 
interessa na interpretação de norma definidora dofato gerador (art. 
118, inc. I, do CTN). 
 
7.(ESAF/AFRF/2005) Leia cada um dos assertos abaixo e 
assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, 
marque a opção que contenha a exata seqüência. 
( ) A situação definida em lei, desde que necessária para o 
nascimento da obrigação tributária principal é o seu fato 
gerador. 
( ) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o 
pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária 
acessória. 
( ) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que 
legítimos perante a legislação civil, não podem ser 
desconsiderados pela autoridade tributária. 
a) V VV 
b) F V V 
c) F FF 
d) F F V 
e) V F V 
 
A resposta é a letra “c” (F, F, F). 
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O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação 
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. Faltou no item suficiente. É o detalhe do detalhe 
fazendo a diferença. 
 
O segundo item é falso, porque a não équalquer situação 
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que 
não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação 
tributária acessória. Esta decorre da legislação tributária e tem por 
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no 
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
O terceiro item é falso, porque diz que atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação 
civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade 
tributária. 
 
O art. 116, parágrafo único, do CTN é claríssimo: “A 
autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária”. 
 
8. (ESAF/AFTE/RN/2005/adaptada) Marque a resposta 
correta, considerando as formulações abaixo. 
I – A definição legal do fato gerador deve ser verificada 
independentemente da validade jurídica dos atos praticados. 
II - A obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade não pecuniária. 
III - O Código Tributário Nacional não permite a tributação de 
rendas provenientes de atividades ilícitas. 
IV - De acordo com o Código Tributário Nacional, cabe 
exclusivamente à autoridade judicial competente 
desconsiderar, em decisão fundamentada, os atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 
a) Somente I é verdadeira. 
b) Somente I e II são verdadeiras. 
c) Somente I, II e III são verdadeiras. 
d) Somente II, III e IV são verdadeiras. 
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e) Somente III e IV são verdadeiras. 
 
A resposta é letra “a”. Somente I é verdadeira. 
 
O primeiro item é verdadeiro, porque a definição legal do fato 
gerador independe da validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como 
da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
 
O segundo item é falso, porque a obrigação tributária 
acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. E a 
questão dispõe de forma errada que é “não pecuniária”. 
 
O terceiro item é falso, porque o Código Tributário Nacional 
(CTN) permite a tributação de rendas provenientes de atividades 
ilícitas, como demonstrado nesta aula. 
 
O quarto item é falso, porque o Código Tributário Nacional não 
estabelece que cabe exclusivamente à autoridade judicial 
competente desconsiderar, os atos ou negócios jurídicos praticados 
com a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, mas sim a autoridade administrativa 
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 
9.(ESAF/IRB/2006) Assinale a alternativa correta. 
a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo 
sujeito passivo é um dos elementos que devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato 
gerador. 
b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos do Código Tributário Nacional. 
c) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se 
for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. 
d) uma vez verificado o nascimento da obrigação tributária, 
com a realização do fato gerador, o sujeito passivo torna-se 
imediatamente compelível ao pagamento do tributo 
pertinente, sendo desnecessária a prática de quaisquer atos 
formais por parte do sujeito ativo, em quaisquer hipóteses. 
e) O Código Tributário Nacional admite que a autoridade 
administrativa, desde que observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou 
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negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária. 
 
A resposta é letra “e”, segundo o art. 116, parágrafo único, do 
CTN. 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez que a validade jurídica dos 
atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo não devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. 
 
A letra “b” é incorreta, uma vez que a autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação 
tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária e não no Código Tributário Nacional (lei complementar). 
 
A letra “c” é incorreta, uma vez que a definição legal do fato 
gerador pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos 
atos praticados. 
 
A letra “d” é incorreta (assunto da aula de lançamento 
tributário), pois a obrigação tributária apenas torna-se líquida e 
exigível pela constituição do crédito tributário através do lançamento 
tributário feito pela autoridade administrativa competente, conforme 
o art. 142 do CTN, e não com a realização do fato gerador. 
 
10. (ESAF/AFRF/2003) Avalie o acerto das afirmações adiante 
e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em 
seguida, marque a opção correta. 
( ) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido 
o fato geradore existentes os seus efeitos, tratando-se de 
situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos 
que normalmente lhe são próprios. 
( ) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um 
negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida 
a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. 
a) F, V, V. 
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b) F, F, V. 
c) F, F, F. 
d) V, V, F. 
e) V, F, F. 
 
A resposta é letra “a” (F,V,V). 
 
O primeiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito 
aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). 
 
O segundo item é verdadeiro, porque a autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária (art. 116, par. Único, do CTN). 
 
O terceiro item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da 
obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, 
considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se 
verificar a condição (art. 117, inc. I, do CTN). 
 
11.(ESAF/Gestor/MG/2005) Assinale a opção correta. 
a) A obrigação tributária nasce com o lançamento. 
b) A aplicação de multa pelo atraso no pagamento do tributo é 
a única forma de obrigação tributária acessória que a lei pode 
prever. 
c) Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a 
prática do crime de contrabando não pode ser tributada. 
d) O fato gerador é a situação definida em lei como necessária 
e suficiente para que se considere surgida a obrigação 
tributária. 
e) A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante 
do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo. 
 
A resposta é letra “d”. É dispositivo literal do CTN. Fato 
gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez que a obrigação tributária não 
nasce com o lançamento e sim com o fato gerador. 
 
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A letra “b” é incorreta, uma vez que a obrigação de pagar a 
multa pelo atraso no pagamento do tributo é uma obrigação 
tributária principal. 
 
A letra “c” é incorreta, uma vez que a renda obtida com a 
prática do crime de contrabando pode ser tributada. 
 
A letra “e” é incorreta, pois o fato da vida que gera, diante do 
que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo é o fato 
imponível (fato gerador in concreto) e não a hipótese de incidência 
(fato gerador in abstrato). 
 
12. (ESAF/AFTE/MG/2005) Considerando o tema 
“obrigação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira 
e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção 
correspondente. 
( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um 
fato gerador, contudo depende sempre de uma providência a 
ser tomada pela autoridade fiscal. 
() A definição legal do fato gerador deve ser verificada 
independentemente da validade jurídica dos atos praticados. 
( ) O legislador não poderá autorizar a desconsideração dos 
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
eclipsar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que 
observados pelo sujeito passivo as normas próprias do direito 
privado. 
( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um 
negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida 
a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. 
( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. 
a) F, V, F, V, F. 
b) F, V, F, V, V. 
c) F, V, V, V, F. 
d) V, F, V, F, V. 
e) V, V, V, V,V. 
 
A resposta é letra “a” (F, V, F, V, F). 
 
O primeiro item é falso, porque a obrigação acessória decorre 
da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
 
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O segundo item é verdadeiro, porque a definição legal do fato 
gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica 
dos atos praticados. 
 
O terceiro item é falso, porque o legislador poderá autorizar a 
autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária. 
 
O quarto item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da 
obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, 
considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se 
verificar a condição. 
 
O quinto item é falso, porque não é vedado (proibido) aos 
Estados instituírem contribuição de melhoria. 
 
13. (ESAF/AFTM/FORTALEZA/2003) Com base em disposições 
expressas do Código Tributário Nacional, avalie as formulações 
seguintes, relativas aos temas obrigação tributária e fato 
gerador, e, ao final, assinale a opção que corresponde à 
resposta correta: 
I. Fato gerador da obrigação tributária principal é a situação 
definida em lei, que impõe a prática ou a abstenção de ato não 
caracterizador de obrigação tributária acessória. 
II. Os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato 
gerador. 
III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido 
o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de 
situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos 
que normalmente lhe são próprios. 
IV. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
a) Apenas a formulação IV é correta. 
b) Apenas as formulações II e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
e) Apenas as formulações II e III são corretas. 
 
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A resposta é letra “a”.Apenas a formulação IV é correta. 
 
O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação 
principalé a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. 
 
O segundo item é falso, porque os efeitos dos fatos 
efetivamente ocorridos não devem ser considerados na 
interpretação da definição legal do fato gerador. 
 
O terceiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
 
O quarto item é verdadeiro, porque a autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. 
 
14. (ESAF/TTN/94) Sendo o fato gerador de um tributo, em 
certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como 
ocorrido o fato gerador 
a) desde o momento do implemento da condição, se esta for 
suspensiva. 
b) desde o momento da prática do ato ou da celebração do 
negócio, se a condição for suspensiva. 
c) desde o momento da implementação da condição, se esta 
for resolutória. 
d) desde o momento da implementação da celebração do 
negócio, seja a condição resolutória ou suspensiva. 
e) na data da publicação do negócio jurídico condicional. 
 
A resposta é letra “a”, pois sendo o fato gerador de um 
tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como 
ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da 
condição, se esta for suspensiva. 
 
15. (ESAF/AFTN/94) O art. 3º do Código Tributário Nacional 
define tributo como uma prestação que não constitua sanção 
de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que 
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a)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração 
do lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a 
pesadas multas em decorrência da prática de atividade ilícita. 
b)os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são 
tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do 
contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 
c)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração 
do lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza 
o princípio do non olet. 
d)as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro 
modo o Estado estará locupletando-se com ações que ele 
mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita 
legalidade. 
e)atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo 
do bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato 
ilícito converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em 
obrigação tributária principal. 
 
A resposta é a letra “b”, porque os rendimentos advindos da 
exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a 
atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 
 
16. (ESAF/AFTN/96) Analisar as seguintes proposições: 
I - O “fato gerador” de uma multa tributária pode ser um fato 
lícito. 
II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração 
do lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de 
atividade ilícita. 
III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são 
tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. 
a) os três enunciados são falsos. 
b) os três enunciados são verdadeiros. 
c) o I e II são verdadeiros e o II é falso. 
d) tão-só o III é verdadeiro. 
e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro. 
 
A resposta é a letra “a”, porque os três enunciados são falsos. 
 
O primeiro item é falso, porque o “fato gerador” de uma multa 
tributária é um fato ilícito. 
 
O segundo é falso, porque os rendimentos advindos do jogo do 
bicho e da exploração do lenocínio são tributáveis, 
independentemente de ser prática de atividade ilícita. 
 
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O terceiro é falso, porque os rendimentos decorrentes de ato 
ilícito são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. 
 
17.(ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador, 
dispõe o Código Tributário Nacional que 
a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na 
Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de 
obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha 
competência para fazê-lo. 
b) a autoridade administrativa poderá considerar como 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-
se de situação jurídica, desde o momento em que se 
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida 
em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, 
ainda que originariamente este se configure como obrigação 
principal. 
d) a autoridade administrativa deverá considerar como 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-
se de situação de fato, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos da legislação de 
regência. 
e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 
A resposta é a letra “e”, sendo feita com base na literalidade 
do art. 116, parágrafo único, do CTN, incluído pela LC nº 104/2001, a 
saber: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária”. 
 
A letra “a” é falsa, porque se deve considerar para concurso 
público o conceito de fato gerador da obrigação principal disposto no 
art. 114, caput, do CTN, que é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
 
A letra “b” é falsa, eis que a autoridade administrativa deverá 
considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, 
tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja 
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definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável 
(art. 116, inc. II, do CTN). 
 
A letra “c” é falsa, porque o fato gerador da obrigação 
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação 
principal. 
 
O conceito de legislação aplicável, de acordo com a 
jurisprudência dominante, não é somente lei em sentido estrito 
aprovada pelo Poder Legislativo, mas também as normas 
complementares previstas no art. 100, do CTN. 
 
O art. 96 do CTN estabelece que a expressão “legislação 
tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. E o art. 100 do CTN estatui que são normas 
complementares das leis, dos tratados e das convençõesinternacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares 
ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (o estudo do 
tema está reservado para a aula 2). 
 
A letra “d” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa 
deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que 
o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (art. 116, 
inc. I, do CTN). 
 
18.(ESAF/ATA/MF/2009)A obrigação tributária principal: 
a) extingue-se, com o pedido de parcelamento acompanhado 
do recolhimento da primeira prestação. 
b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações 
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata 
inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de 
prazo para impugnação do lançamento, por parte do 
interessado. 
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d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o 
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. 
e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três 
modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional. 
 
A resposta é a letra “d”, uma vez que a obrigação tributária 
principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente, de acordo com o art. 113, 
§1°, do CTN. 
 
A letra “a” é falsa, pois o parcelamento é forma de suspensão 
do crédito tributário. São causas de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário: (i) Moratória; (ii) Depósito do seu montante 
integral; (iii) Reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo; (iv) Concessão de 
medida liminar em mandado de segurança; (v) Concessão de medida 
liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
(vi) Parcelamento (art. 151, incs. I a VI). 
 
Nesse rumo, a letra “e” também é falsa. A letra “b” é falsa, 
uma vez que traz o conceito de obrigação tributária acessória, 
conforme o art. 113, §2°, do CTN. 
 
A letra “c” é falsa, eis que existe toda uma relação jurídico-
tributária ou uma sequência ordenada de acontecimentos no direito 
tributário, sendo que a inscrição em dívida ativa não é imediata ou 
automática. Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato 
gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador 
in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento 
tributário, transforma-se em crédito tributário. A seguir, caso o 
crédito tributário não esteja suspenso ou extinto, ocorre a inscrição 
em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais, extraindo-se 
a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução 
fiscal. 
 
 
2.9 FATO GERADOR COMO FATO JURÍDICO EM SENTIDO 
ESTRITO 
 
O fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico? 
 
Em recente prova da ESAF (Agente de Fazenda/ISS/2010) foi 
considerado incorreto o seguinte enunciado: “No plano de uma 
El
ian
e 
Ap
ar
ec
ida
 d
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classificação dos fatos jurídicos, o fato gerador, após a incidência, 
pode ser classificado como sendo um negócio jurídico”. 
 
Então, a resposta é negativa. 
 
Qual o fundamento? 
 
Segundo o CTN, o fato gerador da obrigação principal é a 
situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência 
(art. 114). 
 
Por sua vez, não é sem propósito que o CTN dispõe que 
capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das 
pessoas naturais ou de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas 
que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, 
comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens 
ou negócios (art. 126, inc. I e II). 
 
Assim sendo, verifica-se que fato gerador, após a incidência, 
não pode ser considerado um negócio jurídico ou um ato jurídico de 
conteúdo negocial. Exemplo clássico de negócio jurídico é o contrato. 
Neste, a manifestação da vontade humana está presente. 
 
Decerto, a validade do fato gerador não requer ou depende de 
agente capaz, tal como no negócio jurídico (art. 104, inc. I, do Código 
Civil). 
 
Nesse rumo, no plano de uma classificação dos fatos jurídicos, 
o fato gerador, após a incidência, não pode ser classificado como um 
negócio jurídico. A razão é bem simples: não há vontade humana, 
que é característica fundamental do negócio jurídico. 
 
Ressalta-se, portanto, que o fato gerador, após a incidência, 
deve ser classificado como um fato jurídico em sentido estrito ou 
stricto sensu, pois o elemento vontade é juridicamente irrelevante. 
 
Outros exemplos de fatos jurídicos em sentido estrito são o 
tempo, a morte e o nascimento. Logo, o fato jurídico em sentido 
estrito é aquele que não deriva da manifestação de vontade do 
homem, ou seja, tem como pressuposto a avolitividade humana. 
Avolitividade é a ausência de vontade. 
 
Por exemplo, no mundo dos fatos, há uma escolha da pessoa 
natural entre prestar um serviço previsto como fato gerador do ISS 
ou prestar um serviço não previsto como fato gerador do ISS. 
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Porém, prestado o serviço que incide o ISS, no mundo direito 
tributário, não há mais opção entre recolher o tributo ou não. Neste 
caso, o desejo do contribuinte de pagar ou não o ISS é irrelevante 
para fins do direito tributário. 
 
Em resumo, o fato gerador, após a incidência, é um fato 
jurídico em sentido estrito e não um negócio jurídico ou ato jurídico 
de conteúdo negocial, uma vez que, no caso, a vontade é 
absolutamente irrelevante. 
 
2.10 BASE DE CÁLCULO 
 
A base de cálculo (também nomeada de base imponível) é a 
grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o 
valor do tributo a ser recolhido. 
 
Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de 
cálculo possui três funções fundamentais: 
 
• Função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo 
(“mede as proporções reais do fato”); 
• Função objetiva, porque compõe a determinação da dívida 
tributária; 
• Função comparativa, eis que posto em comparação com o fato 
gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. 
 
São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no 
caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor 
venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial 
urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do 
imposto sobre a propriedadede veículos automotores (IPVA); o valor 
do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 
 
2.11 ALÍQUOTA 
 
De início, registramos precisa lição doutrinária de que as 
alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: 
“(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas 
progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 
100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim 
por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de 
cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). 
Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. 
ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) 
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progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou 
regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. 
 
Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de 
antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores 
fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. 
 
Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o 
montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em 
percentualconstante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a 
cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço 
(base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é 
sempre a mesma. 
 
Nos tributos progressivos a alíquota cresce à medida que 
aumenta a respectiva base de cálculo.Neste caso, pode-se ocorrer a 
denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao 
imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da 
progressividade. 
 
Já no tributo regressivo a alíquota deve decrescer à medida 
que se aumente a base de cálculo, ocasionado uma ascendente 
injustiça tributária. 
 
2.12 REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA(RMIT) 
 
A RMIT é uma norma de conduta, a qual disciplina a relação do 
Estado com aqueles que estão subordinados à lei e pertencem as 
relações tributárias, visando disciplinar, sobretudo, o tributo. 
 
Nesse rumo, a RMIT é composta de uma hipótese e uma 
consequência. Na hipótese encontramos o comportamento de uma 
pessoa (critériomaterial), condicionado no tempo (critério 
temporal) e no espaço (critério espacial). Na consequênciatemos 
o sujeito ativo e o sujeito passivo (critério pessoal) e a base de 
cálculo e a alíquota (critério quantitativo). Acontecendo a hipótese, 
deve ser a consequência, que, por sua vez, prescreve a obrigação 
tributária que vai se instaurar. 
 
Em outras palavras, a RMIT é o esqueleto da norma tributária, 
tendo “sido utilizada com bom êxito na elaboração de livros, artigos e 
trabalhos profissionais e acadêmicos acerca das espécies tributárias, 
no Brasil e no exterior, demonstrando, uma vez mais, a operatividade 
dessa construção teórica”. 
 
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Vejamos dois exemplos (IPTU e ISS) de Paulo de Barros 
Carvalho: 
 
• IPTU– (i) Hipótese: a) Critério material - ser proprietário de 
bem imóvel; b) Critério espacial - no perímetro urbano de 
determinado Município; c) Critério temporal - normalmente, no 
dia 1.° do ano civil; (ii)Consequencia: a) Critério pessoal - 
sujeito ativo é a Fazenda Municipal e sujeito passivo, em 
princípio, o proprietário do imóvel; b) Critério quantitativo - 
base de cálculo é o valor venal do imóvel e a alíquota é a fixada 
na legislação tributária municipal. 
• ISS – (i) Hipótese: a) Critério material - prestar serviços; b) 
Critério espacial - qualquer ponto dentro do território do 
Município; c) Critério temporal - instante em que o serviço, 
pronto e acabado, é entregue ao tomador; (ii)Consequencia: 
a) Critério pessoal - sujeito ativo é Fazenda do Município e 
sujeito passivo é o prestador de serviço; b) Critério quantitativo 
- base de cálculo é o valor do serviço prestado e a alíquota a 
percentagem apontada pela legislação municipal em vigor 
(X%). 
 
Ademais, a doutrina majoritária trata a RMIT como os 
aspectos da norma tributária, que passamos a estudar. 
 
2.13 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA 
 
São cinco os aspectos da norma tributária: material, espacial, 
temporal, pessoal e quantitativo. 
 
O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato 
descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico-
tributária. Isto é, à situação geradora da obrigação tributária. Por 
exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, 
“exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade 
de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. 
 
O aspecto espacial diz respeito ao limite territorial da 
incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato 
gerador do tributo. Portanto, o território da pessoa política tributante 
 
O aspecto temporal delimita a incidência tributária no tempo, 
isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado 
o fato gerador da obrigação. Portanto, corresponde ao momento em 
que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação 
tributária. 
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O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o 
tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma 
tributária. 
 
O aspecto quantitativo estabelece a quantia devida (quantum 
debeatur) na obrigação tributária. Assim, é o montante devido na 
obrigação tributária. 
 
Decerto, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre 
pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela 
alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços 
de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, 
em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que 
oscila entre 2% a 5%. 
 
19. (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma 
tributária impositiva deverá conter os aspectos 
indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e 
o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os 
itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros. 
Depois escolha a opção que seja adequada às suas 
respostas. 
I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à 
situação geradora da obrigação tributária; 
II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao 
território da pessoa política tributante; 
III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao 
momento em que se deve considerar ocorrida a situação 
geradora da obrigação tributária; 
IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à 
pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser 
cumprida; e 
V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao 
montante devido na obrigação tributária. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. 
d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. 
e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. 
 
Esta questão é inovadora e a ESAF pela primeira vez cobrou os 
aspectos da hipótese de incidência tributária. 
 
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