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E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 1 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br PROFESSOR EDVALDO NILO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA – Conhecimentos Básicos de Direito Tributário - AULA 2 –OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. Olá. Resolvi colocar o tema impostos federais no final do curso por questão de didática, pois muitos alunos estão iniciando o estudo do direito tributário agora. Logo, o nosso calendário fica da seguinte forma: Aula 3 –Tributo: conceito e classificação. Domicílio tributário- (22/03). Aula 4 – Crédito tributário: conceito e constituição. Lançamento: conceito e modalidades de lançamento - (29/03). Aula 5 – Suspensão do Crédito Tributário - (05/04). Aula 6 –Extinção do crédito tributário - (12/04). Aula 7 –Exclusão do crédito tributário e suas modalidades. Dívida ativa; certidão negativa- (19/04). Aula 8 –Tributos de competência da União (parte 2). Impostos Federais (II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF)- (26/04). Assim sendo, o sumário da nossa aula de hoje é o seguinte, a saber: Obrigação Tributária 1. Obrigação Tributária Principal e Acessória: 1.1Conceito de obrigação principal; 1.2Conceito de obrigação acessória. 2. Fato Gerador: 2.1 Hipótese de incidência; 2.2 Fato imponível; 2.3 Fato Gerador da obrigação principal; 2.4 Fato Gerador da obrigação acessória; 2.5 Momento da ocorrência do fato gerador: aspecto temporal da incidência tributária; 2.6 Norma antielisão: 2.6.1 Distinções entreevasão, elisão e elusão tributária; 2.6.2Constitucionalidade e interpretação econômica do direito tributário; 2.7 Interpretação da definição legal do fato gerador; 2.8 Classificação do fato E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 2 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br gerador; 2.9 Fato gerador como fato jurídico em sentido estrito; 2.10 Base de cálculo; 2.11 Alíquota; 2.12 Regra- matriz de incidência tributária; 2.13 Aspectos da norma tributária. Então, vamos nessa. 1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA A obrigação tributária (em geral) é a relação em que o sujeito ativo (fisco) exige do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) um dever estabelecido pela norma de Direito Tributário. 1.1 CONCEITO DEOBRIGAÇÃO PRINCIPAL A obrigação tributária principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa), sendo, portanto, uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro). Ou seja, o elemento fundamental da obrigação principal é a sua natureza pecuniária, com a consequência de ser o pagamento de determinada quantia em dinheiro. Com efeito, o CTN estabelece que a obrigação tributária principalnasce com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente (art. 113, §1º). A causa ou fonte da obrigação tributária principal é a lei, que, neste caso, quer dizer lei complementar, lei ordinária, lei delegada ou a medida provisória. Salientamos que a obrigação tributária principal pode ter como objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária (multa), mas isto não significa que o tributo pode ser equiparado a uma multa, pois o art. 3°, do CTN, estabelece que tributo não constitui sanção de ato ilícito. 1.2 CONCEITO DEOBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A obrigação tributária acessória significa a obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida do cunho pecuniário. Alguns autores ainda falam em dever de suportar ou tolerar (obrigação negativa), que pode aparecer desta forma em concurso público ou ser considerada a mesma coisa que obrigação de não E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 3 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br fazer. Por exemplo, permitir a consulta a livros fiscais ou a fiscalização da empresa. São obrigações tributárias acessórias, por exemplo, a emissão de notas fiscais, a escrituração de livros fiscais, a entrega declarações de rendimentos, o dever de suportar ou não obstar o acesso do fisco aos livros contábeis da empresa, o de não danificar ou rasurar a escrituração contábil da empresa, o preenchimento de guias de recolhimento de tributo, dentre outras. A obrigação tributária acessória tem como fundamental objetivo auxiliar e permitir uma maior eficiência na arrecadação ou fiscalização do tributo pelo fisco. Por sua vez,a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal. Por isso, a doutrina também chama as obrigações acessórias de deveres instrumentais ou deveres formais, pois não poderia, em princípio, ser denominada de obrigação acessória se é independente da obrigação principal. Por exemplo, aqueles que se aposentam com uma moléstia grave (AIDS, câncer) estão isentos de pagar o imposto sobre a renda (obrigação principal), mas nem por isso estarão dispensados de entregar uma declaração anual de rendimentos (obrigação acessória). Decerto, o CTN define que a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (art. 113, §2º). Neste dispositivo, o CTN dispõe que a obrigação acessória decorre da legislação tributária, que compreende não somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96 do CTN). O CTN também dispõe que a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (Art. 113, §3°). Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 4 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br (obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito tributário a multa originada do descumprimento da obrigação acessória equivale a uma obrigação principal. Ou seja, a obrigação de pagar a multa é uma obrigação tributária principal e se submete a todo o regime jurídico-tributário, mas a própria multa não pode ser considerada um tributo. Importante: A obrigação tributária acessória significa obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho pecuniário. E a obrigação principalé a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principaléexclusivamenteuma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro) e não pode ser considerada obrigação de fazer. 1.(ESAF/PFN/2005/adaptada) Considerando o tema “obrigação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Quando a lei se refere à obrigaçãotributária principal, ela quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. ( ) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária principal”. ( )A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador e independe de providência da autoridade fiscal para ser exigida. a) V, V, V. b) F, V, F. c) F, F, F. d) V, F, V. e) V, F, V. A resposta é a letra “c” (F, F, F). A primeira alternativa é falsa, uma vez que quando a lei se refere à obrigação tributária acessória, ela quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. E não obrigação tributária principal como diz a questão. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 5 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br A segunda alternativa é falsa, eis que a multa não pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária principal”. O art. 3°, do CTN, define que tributo não constitui sanção de ato ilícito. A terceira alternativa é falsa também, sendo assunto a ser tratado na aula sobre crédito e lançamento tributário. Mas já adiantando um pouco, a obrigação tributária acessória e também a obrigação principal apenas torna-se líquida e exigível pela consti- tuição do crédito tributário através do lançamento tributário feito pela autoridade administrativa competente, conforme o art. 142 do CTN. 2. (AFTN/98/ESAF) A multa por descumprimento de obrigação acessória relativa ao imposto de renda a) tem a natureza de tributo, por converter-se em obrigação tributária principal o descumprimento de obrigação acessória. b) tem a natureza de imposto, porque sua natureza específica é dada pelo respectivo fato gerador. c) não tem a natureza de tributo, mas a de uma obrigação tributária acessória. d) não tem natureza tributária porque a penalidade por descumprimento de obrigação acessória é de caráter administrativo. e) não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato ilícito. A resposta é a letra “e”. A multa por descumprimento de obrigação acessória relativa ao imposto de renda não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato ilícito. O art. 3°, do CTN, dispõe que tributo não constitui sanção de ato ilícito. 3.(TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária. e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 6 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br A resposta é a letra “a”. O examinador da ESAF entendeu que a primeira assertiva (letra “a”) estava incompleta, dizendo que a obrigação tributária acessória tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. Na verdade, a obrigação tributária acessória tem por objeto prestações positivas (fazer) e negativas (não fazer ou tolerar), previstas na legislação tributária, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A letra “b” foi considerada verdadeira, eis que o examinador compreendeu que a obrigação tributária acessória tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. Vamos estudar fato gerador no próximo item desta aula. A letra “c” é verdadeira, pois a obrigação tributária acessória objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. A letra “d” é verdadeira, porque inobservância da obrigação tributária acessória converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária. A letra “e” é verdadeira, porque são exemplos de obrigação tributária acessória a realização de matrícula no cadastro de contribuintes, a emissão de nota fiscal e a apresentação de declarações ao Fisco. 4. (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque a opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro de cada uma (V ou F, respectivamente). 1. Multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação principal. 2. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária acessória. 3. Quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária principal. a) V, V, V E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 7 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br b) V, V, F c) V, F, F d) F, F, F e) F, F, V A resposta é a letra “c” (V, F, F). O primeiro item é verdadeiro, pois a multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação principal. Como eu disse na aula, quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (exemplo de obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito tributário a multa originada do descumprimento da obrigação acessória equivale a uma obrigação principal. O segundo item é falso, pois a afirmativa é incompleta. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária acessória ou qualquer outro tipo de obrigação, que não necessariamente será tributária, podendo ser civil, penal, comercial, trabalhista etc. Faltou o item enunciar que deve ser no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O terceiro item é falso, porque quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária acessória e não principal. 5. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, assinale a opção correta. a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação acessória. b) A obrigação acessória, quando não observada, converte- se em obrigação principal somente em relação à penalidade pecuniária. c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de uma obrigação tributária principal. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 8 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. e) No Sistema TributárioNacional, admite-se que a obrigação de fazer, em situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. Letra (A). A obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação tributária principal (art. 113, §1°, CTN). Logo, incorreta. Letra (B). A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, §3°, CTN). Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Logo, correta. Letra (C). A obrigação tributária acessória é autônoma em relação à obrigação tributária principal. Mesmo que o contribuinte não esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a acessória subsiste. Logo, incorreta. Letra (D). A obrigação acessória decorre da legislação tributária (art. 113, §2º, CTN). Decerto, a legislação tributária compreende não somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96 do CTN). Logo, incorreta. Letra (E). A obrigação tributária acessória significa obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho pecuniário. E a obrigação principalé a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principaléuma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro), e não obrigação de fazer. Logo, incorreta. 2. FATO GERADOR A doutrina crítica a nomenclatura “fato gerador” estabelecida pelos arts. 114 a 118 do CTN, dizendo que o código deveria fixar nomes diferentes para duas realidades distintas. Primeiro, a situação prevista em lei como necessária e E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 9 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br suficiente à ocorrência da obrigação tributária, com o nome mais conhecido de hipótese de incidência. Segundo, a realização da hipótese de incidência no mundo da vida real, com a denominação mais famosa de fato imponível. 2.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA A hipótese de incidência é asituação prevista abstratamente na lei. Isto é, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária poderia ser chamada de hipótese de incidência. Por exemplo, o CTN prevê auferir renda como hipótese de incidência do IR. Assim, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) representa o momento abstrato e geral, previsto em lei, hábil a deflagrar a relação tributária. Portanto, a hipótese de incidência caracteriza-se, como a escolha feita pelo legislador, de fatos que possam representar capacidade contributiva (prestar serviços – ISS; ter a propriedade de um automóvel – IPVA; ter a propriedade de um imóvel na zona rural - ITR e assim por diante). Outras nomenclaturas conhecidas para a hipótese de incidência são: hipótese tributária ou pressuposto legal do tributo. 2.2 FATO IMPONÍVEL O fato imponível é o momento concreto e individualizado de realização desta previsão normativa, ou seja, a realização da hipótese de incidência no mundo da vida real. Por exemplo, o momento em que a pessoa ganha na loteria esportiva e consequentemente aufere renda; a ocasião em que a pessoa compra um automóvel e consequentemente se torna proprietário de um veículo automotor etc. Este momento é também denominado pela doutrina de fato jurídico tributário, de hipótese de incidência realizada e de facto tributário. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 10 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto Hipótese de incidência, Hipótese tributária e Pressuposto legal do tributo. Fato imponível, Fato jurídico tributário,Hipótese de incidência realizada e Facto tributário. Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato da vida) 2.3 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL O fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114 do CTN). Preste atenção: o CTN fala em necessidade e suficiência. São requisitos cumulativos. É situação necessária, pois sem o fato gerador não há obrigação tributária. É situação suficiente, eis que basta o fato gerador para surgir a obrigação tributária. Por conseguinte, o fato gerador da obrigação principal ou fato imponível tem natureza jurídica constitutiva, pois dá concretude à hipótese de incidência e faz nascer a obrigação tributária principal. Importante: cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”, CF). 2.4 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA O fato gerador da obrigação tributária acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática oua abstenção de ato que não configure obrigação principal (art. 115 do CTN). 2.5 MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: ASPECTO TEMPORAL DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA O CTN dispõe acerca do momento da ocorrência do fato gerador nos arts. 116 e 117. Deste modo, estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 11 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br efeitos: • Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que são delas decorrentes. Por exemplo, o imposto sobre importação (II) tem como fato gerador a entrada do produto no território nacional, mas a lei ordinária, de acordo com o CTN, considera o fato gerador como ocorrido na data do registro da declaração de importação na repartição aduaneira (situação de fato); • Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Em relação asituação jurídica, deve-se também estudar outro ramo do direito para se verificar quando a situação está definitivamente concluída ou constituída. Por exemplo, deve-se analisar o Código Civil para se saber quando a propriedade é transmitida para fins de incidência do imposto municipal de transmissão de bens imóveis (ITBI). No caso, com o registro do título aquisitivo da propriedade no cartório de registros públicos. Com efeito, tratando-se de situação jurídica, e na hipótese de atos ounegócios jurídicos condicionais, o CTN também estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, reputam-se perfeitos e acabados: • Se a condição é suspensiva, no momento em que se realiza a condição, isto é,o momento de seu implemento; • Se a condição é resolutória desde que o negócio jurídico foi celebrado. Condição significa uma cláusula decorrente da vontade das partes, que subordina o efeito do negócio a um evento futuro e incerto. A condição suspensiva é aquelaque suspende a eficácia do negócio, enquanto a condição não se verificar. No direito tributário, quando suspensiva a condição, verificam-se os efeitos tributários quando acontece a condição. Por exemplo, a doação de objeto valioso de um pai para a filha condicionada ao casamento da filha com um rapaz. Enquanto o casamento não se confirmar, não terá eficácia a doação. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 12 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br Portanto, é necessário o implemento desta condição suspensiva (casamento) para se verificar a ocorrência do fato gerador do imposto estadual sobre doações (ITCMD). Já na condição resolutiva ou resolutória, para fins de incidência tributária, é aquela em que fato gerador ocorre desde o momento em que o ato jurídico é celebrado,independentemente da condição. Assim, quando resolutória a condição, verificam-se os efeitos tributários desde o momento da prática do ato ou celebração do negócio. Neste caso, é irrelevante para o direito tributário a condição, que significa, na verdade, o desfazimento do negócio. Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel sujeito a condição resolutória de o comprador ter um futuro filho. Decerto, feito o negócio e registrado o imóvel, dá-se o fato gerador do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), pois aconteceu a transmissão da propriedade. Não importa para o direito tributário se, depois, o negócio é desfeito por causa do acontecimento da condição resolutória (nascimento do filho do comprador do imóvel). 2.6 NORMA ANTIELISÃO A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, parágrafo único, do CTN). Esta regra é chamada de “norma anti-elisão”, pois busca combater os procedimentos de planejamento tributário praticados pelo contribuinte com abuso de forma ou/e abuso de direito. Esta nomenclatura já foi adotada em dois concursos recentes para Procurador da República (MPF). Por outro lado, a doutrina minoritária denomina o art. 116, parágrafo único, do CTN, de norma geral “antievasiva” ou “anti-simulação”. No 21° concurso Procurador da República: “Em dispositivo de medida provisória, restou consignado: ‘Os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins tributários, pela autoridade administrativa competente, observados E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 13 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br os procedimentos estabelecidos nos artigos 14 a 19 subseqüentes’. Tem-se aí norma: (a) Anti-elisão; (b) Anti-evasão; (c) Tratando de aspectos procedimentais; (d) Ordenando a observância do princípio da tipicidade fechada”. A resposta é “a”. Decerto, devemos saber que: • É a autoridade administrativa e não a judicial que poderá desconsiderar (não é desconstituir) atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular (igualmente denominado pela ESAF deeclipsar) a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária; • A regra doart. 116, parágrafo único, do CTN, necessitade lei ordinária para ser aplicada, pois o dispositivo estabelece que“observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. 2.6.1 DISTINÇÕES ENTRE EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO TRIBUTÁRIA Neste momento, devemos distinguir evasão, elisão e elusão tributária. Segundo o entendimento majoritário, a evasão é a conduta ilícita do sujeito passivo de ocultar a ocorrência do fato gerador com o objetivo de não pagar o tributo devido conforme a lei. A evasão objetiva evitar o conhecimento da ocorrência do fato gerador e, em princípio, acontece após o fato gerador. Por exemplo, emitir notas fiscais falsas ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. Assim, a evasão abrange a sonegação fiscal, a fraude e o conluio. A sonegação fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente (art. 71 da Lei 4.502/1964). Por exemplo, negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 14 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. A fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo devido a evitar ou diferir o seu pagamento (art. 72 da Lei 4.502/1964). Na hipótese, o dolo é a intenção deliberada de praticar a conduta fraudulenta. Por exemplo, deixar de recolher dolosamente, no prazo legal, o valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos. O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos da sonegação fiscal ou da fraude (art. 73 da Lei 4.502/1964). Segundo o mesmo entendimento majoritário, a elisão é a conduta lícita ou legítima que ocorre antes do fato gerador, com o objetivo de pagar menos tributo, evitando a ocorrência do fato gerador ou a ocorrência com um valor menor a pagar. É a busca pela economia de tributos, sendo congruente coma idéia de planejamento tributário. Por sua vez, existe posicionamento doutrinário, que distingue elisão lícita (explicada acima) e elisão ilícita, abusiva ou ineficaz (denominada de elusão tributária). A elisão ilícita ou elusão tributária ocorre antes ou depois do fato gerador, sendo uma conduta praticada pelo sujeito passivo com abuso da forma jurídica ou abuso de direito, que seria a real discordância entre a forma de determinado negócio jurídico e o conteúdo econômico que lhe corresponde. Citamos o seguinte exemplo doutrinário: “Carlos quer doar um imóvel a Roberta. Entretanto, lavram a escritura de compra e venda por um preço irrisório, no sentido de impedir o pagamento do imposto sobre doações, supostamente mais oneroso, e se sujeitar ao imposto de transmissão de bens imóveis. A substância econômica (doação) destoa da forma jurídica adotada (compra e venda)”. 2.6.2 CONSTITUCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DO DIREITO TRIBUTÁRIO E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA15 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br O STF ainda não debateu o tema da constitucionalidade da norma geral antielisiva. Assim sendo, o candidato deve adotar a postura da constitucionalidade do parágrafo único do art. 116 do CTN. Contudo, é relevante ter conhecimento dos fundamentos e dos posicionamentos da doutrina pela inconstitucionalidade e pela constitucionalidade da norma prevista no CTN. Decerto, realçamos que parte da doutrina sustenta a inconstitucionalidade deuma norma geral antielisiva e afirmam que a Administração Pública não pode desconsiderar práticas elisivas do sujeito passivo da relação tributária, em face dos princípios constitucionais da legalidade tributária e da tipicidade tributária cerrada ou fechada. Portanto, em face destes princípios que são subprincípios da segurança jurídica, não pode a Administração Pública desconsiderar atos ou negócios jurídicos previstos em lei e que, em regra, não acarretam a incidência tributária de determinado tributo. Por exemplo, segundo esta doutrina, não pode Administração Pública considerar abusiva a situação de uma sociedade empresarial que, ao invés de pagar remuneração aos seus sócios não- administradores, opta por distribuir-lhes lucros mensalmente, buscando a situação de não incidência de imposto de renda (IR). Em síntese, não pode a Administração Pública tributar determinada situação que não se enquadra na definição legal da hipótese de incidência tributária do IR. Já os autores que sustentam a constitucionalidade da norma geral antielisiva afirmam que deve Administração Pública desconsiderar atos ou negócios revestidos de formas jurídicas não estabelecidas na hipótese de incidência, quando os efeitos econômicos de tais atos ou negócios mostram-se de acordo com os resultados pretendidos pelo legislador tributário. No caso, deve prevalecer o princípio da capacidade contributiva frente ao princípio da legalidade tributária. Assim, a Administração Pública declara o abuso da forma jurídica e desconsidera a utilização de forma jurídica atípica para a concretização do ato ou negócio jurídico. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 16 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br Nesse rumo, em face do princípio da capacidade contributiva e da interpretação econômica no direito tributário, a realidade econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica. Ou seja, a Administração Pública deve considerar a aptidão econômica de pagar o tributo e o princípio da igualdade tributária. Caso contrário, pessoas que estão em situação similar por não utilizaram de formas jurídicas atípicas, sofreriam discriminação odiosa e a incidência do tributo. Já outros contribuintes não sofreriam a tributação, uma vez que se beneficiariam utilizando artifícios com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 2.7 INTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO LEGAL DO FATO GERADOR A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: (a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência do fato gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados, a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 e o CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 adotaram, respectivamente, como incorretos os seguintes itens: “A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos”; “A hipótese de incidência depende da origem lícita da renda auferida, máxime quando incidir sobre o lucro”. Deste modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão, em princípio, pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou anulabilidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou mesmo a ilicitude do ato praticado. Com efeito, é legítima, por exemplo, a cobrança do imposto E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 17 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br municipal sobre serviços (ISS) do advogado que presta serviços de consultoria jurídica, mesmo em situação irregular perante a OAB. 2.8 CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR A doutrina classifica o fato gerador em instantâneo, periódico e continuado. O fato gerador instantâneo ocorre quando sua realização se dá num exato instante no tempo. Por exemplo, o imposto de importação (II) se dá com o registro alfandegário da declaração apresentada pelo importador à autoridade fiscal competente da União. O fato gerador periódico (também denominado de complexivo, completivo, continuativo ou de formação sucessiva) acontece quando sua realização se completa ao longo de um espaço de tempo. Por exemplo, o fato gerador do IR, eis que acontece ao longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de 1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano. O fato gerador continuado ocorre quando é representado por uma situação que se conserva no tempo, entretanto, a lei tributária fixa para fins de praticidade tributária um determinado momento para ocorrido o fato gerador. Por exemplo, o IPTU e o IPVA. No IPTU, a situação de ser proprietário de um imóvel é uma situação que se perdura no tempo, sendo que a legislação tributária fixa um determinado instante para se considerar como o momento de ocorrência do fato gerador (normalmente, 1.º de janeiro do ano civil). Noutra perspectiva, existem autores que entendem que os fatos geradores são exclusivamente instantâneos, uma vez que a legislação tributária sempre estabelece somente um único momento para fixar a ocorrência do fato gerador. Na hipótese do IR, é o último momento do dia 31 de Dezembro do ano civil. No caso do IPTU, é o dia 1.º de janeiro do ano civil. Deste modo, não se poderia falar em fato gerador periódico ou continuado. Vamos agora para as importantes questões: 6. (ESAF/AFTN) A obrigação que tem por objeto o pagamento de multa é chamada de obrigação_______________ . _______________dessa obrigação é a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência desta. A validade E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 18 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na interpretação de norma definidora_______________ . Escolha a opção que contenha as palavras que, correta e respectivamente, preencham o sentido dos períodos acima. a) principal / O fato gerador / do fato gerador b) impositiva / O efeito / do lançamento c) penal / O lançamento / da cobrança d) sancionatória / O fato gerador / da condição suspensiva e) punitiva / A fonte / da outorga de isenção A resposta é a letra “a”, pois a obrigação que tem por objeto o pagamento de multa é chamada de obrigação principal (art. 113, §1°, do CTN). O fato gerador dessa obrigação é a situação definida emlei como necessária e suficiente à ocorrência desta (art. 114, do CTN). A validade jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na interpretação de norma definidora dofato gerador (art. 118, inc. I, do CTN). 7.(ESAF/AFRF/2005) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) A situação definida em lei, desde que necessária para o nascimento da obrigação tributária principal é o seu fato gerador. ( ) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária acessória. ( ) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade tributária. a) V VV b) F V V c) F FF d) F F V e) V F V A resposta é a letra “c” (F, F, F). E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 19 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Faltou no item suficiente. É o detalhe do detalhe fazendo a diferença. O segundo item é falso, porque a não équalquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária acessória. Esta decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O terceiro item é falso, porque diz que atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade tributária. O art. 116, parágrafo único, do CTN é claríssimo: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. 8. (ESAF/AFTE/RN/2005/adaptada) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I – A definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. II - A obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade não pecuniária. III - O Código Tributário Nacional não permite a tributação de rendas provenientes de atividades ilícitas. IV - De acordo com o Código Tributário Nacional, cabe exclusivamente à autoridade judicial competente desconsiderar, em decisão fundamentada, os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. a) Somente I é verdadeira. b) Somente I e II são verdadeiras. c) Somente I, II e III são verdadeiras. d) Somente II, III e IV são verdadeiras. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 20 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br e) Somente III e IV são verdadeiras. A resposta é letra “a”. Somente I é verdadeira. O primeiro item é verdadeiro, porque a definição legal do fato gerador independe da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; O segundo item é falso, porque a obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. E a questão dispõe de forma errada que é “não pecuniária”. O terceiro item é falso, porque o Código Tributário Nacional (CTN) permite a tributação de rendas provenientes de atividades ilícitas, como demonstrado nesta aula. O quarto item é falso, porque o Código Tributário Nacional não estabelece que cabe exclusivamente à autoridade judicial competente desconsiderar, os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, mas sim a autoridade administrativa observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 9.(ESAF/IRB/2006) Assinale a alternativa correta. a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo é um dos elementos que devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos do Código Tributário Nacional. c) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. d) uma vez verificado o nascimento da obrigação tributária, com a realização do fato gerador, o sujeito passivo torna-se imediatamente compelível ao pagamento do tributo pertinente, sendo desnecessária a prática de quaisquer atos formais por parte do sujeito ativo, em quaisquer hipóteses. e) O Código Tributário Nacional admite que a autoridade administrativa, desde que observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 21 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. A resposta é letra “e”, segundo o art. 116, parágrafo único, do CTN. A letra “a” é incorreta, uma vez que a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo não devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. A letra “b” é incorreta, uma vez que a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária e não no Código Tributário Nacional (lei complementar). A letra “c” é incorreta, uma vez que a definição legal do fato gerador pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. A letra “d” é incorreta (assunto da aula de lançamento tributário), pois a obrigação tributária apenas torna-se líquida e exigível pela constituição do crédito tributário através do lançamento tributário feito pela autoridade administrativa competente, conforme o art. 142 do CTN, e não com a realização do fato gerador. 10. (ESAF/AFRF/2003) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato geradore existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. ( ) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. ( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. a) F, V, V. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 22 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, F. e) V, F, F. A resposta é letra “a” (F,V,V). O primeiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). O segundo item é verdadeiro, porque a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, par. Único, do CTN). O terceiro item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição (art. 117, inc. I, do CTN). 11.(ESAF/Gestor/MG/2005) Assinale a opção correta. a) A obrigação tributária nasce com o lançamento. b) A aplicação de multa pelo atraso no pagamento do tributo é a única forma de obrigação tributária acessória que a lei pode prever. c) Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a prática do crime de contrabando não pode ser tributada. d) O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente para que se considere surgida a obrigação tributária. e) A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo. A resposta é letra “d”. É dispositivo literal do CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). A letra “a” é incorreta, uma vez que a obrigação tributária não nasce com o lançamento e sim com o fato gerador. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 23 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br A letra “b” é incorreta, uma vez que a obrigação de pagar a multa pelo atraso no pagamento do tributo é uma obrigação tributária principal. A letra “c” é incorreta, uma vez que a renda obtida com a prática do crime de contrabando pode ser tributada. A letra “e” é incorreta, pois o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo é o fato imponível (fato gerador in concreto) e não a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato). 12. (ESAF/AFTE/MG/2005) Considerando o tema “obrigação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador, contudo depende sempre de uma providência a ser tomada pela autoridade fiscal. () A definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. ( ) O legislador não poderá autorizar a desconsideração dos atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de eclipsar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que observados pelo sujeito passivo as normas próprias do direito privado. ( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. ( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. a) F, V, F, V, F. b) F, V, F, V, V. c) F, V, V, V, F. d) V, F, V, F, V. e) V, V, V, V,V. A resposta é letra “a” (F, V, F, V, F). O primeiro item é falso, porque a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 24 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br O segundo item é verdadeiro, porque a definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. O terceiro item é falso, porque o legislador poderá autorizar a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. O quarto item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. O quinto item é falso, porque não é vedado (proibido) aos Estados instituírem contribuição de melhoria. 13. (ESAF/AFTM/FORTALEZA/2003) Com base em disposições expressas do Código Tributário Nacional, avalie as formulações seguintes, relativas aos temas obrigação tributária e fato gerador, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta: I. Fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei, que impõe a prática ou a abstenção de ato não caracterizador de obrigação tributária acessória. II. Os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. IV. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. a) Apenas a formulação IV é correta. b) Apenas as formulações II e IV são corretas. c) Apenas as formulações III e IV são corretas. d) Apenas as formulações I, II e III são corretas. e) Apenas as formulações II e III são corretas. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 25 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br A resposta é letra “a”.Apenas a formulação IV é correta. O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação principalé a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O segundo item é falso, porque os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos não devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. O terceiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. O quarto item é verdadeiro, porque a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 14. (ESAF/TTN/94) Sendo o fato gerador de um tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como ocorrido o fato gerador a) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva. b) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a condição for suspensiva. c) desde o momento da implementação da condição, se esta for resolutória. d) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a condição resolutória ou suspensiva. e) na data da publicação do negócio jurídico condicional. A resposta é letra “a”, pois sendo o fato gerador de um tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva. 15. (ESAF/AFTN/94) O art. 3º do Código Tributário Nacional define tributo como uma prestação que não constitua sanção de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 26 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br a)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas multas em decorrência da prática de atividade ilícita. b)os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. c)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza o princípio do non olet. d)as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo o Estado estará locupletando-se com ações que ele mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita legalidade. e)atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato ilícito converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em obrigação tributária principal. A resposta é a letra “b”, porque os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 16. (ESAF/AFTN/96) Analisar as seguintes proposições: I - O “fato gerador” de uma multa tributária pode ser um fato lícito. II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de atividade ilícita. III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. a) os três enunciados são falsos. b) os três enunciados são verdadeiros. c) o I e II são verdadeiros e o II é falso. d) tão-só o III é verdadeiro. e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro. A resposta é a letra “a”, porque os três enunciados são falsos. O primeiro item é falso, porque o “fato gerador” de uma multa tributária é um fato ilícito. O segundo é falso, porque os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio são tributáveis, independentemente de ser prática de atividade ilícita. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 27 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br O terceiro é falso, porque os rendimentos decorrentes de ato ilícito são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. 17.(ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha competência para fazê-lo. b) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando- se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, ainda que originariamente este se configure como obrigação principal. d) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando- se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos da legislação de regência. e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. A resposta é a letra “e”, sendo feita com base na literalidade do art. 116, parágrafo único, do CTN, incluído pela LC nº 104/2001, a saber: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. A letra “a” é falsa, porque se deve considerar para concurso público o conceito de fato gerador da obrigação principal disposto no art. 114, caput, do CTN, que é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A letra “b” é falsa, eis que a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 28 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). A letra “c” é falsa, porque o fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. O conceito de legislação aplicável, de acordo com a jurisprudência dominante, não é somente lei em sentido estrito aprovada pelo Poder Legislativo, mas também as normas complementares previstas no art. 100, do CTN. O art. 96 do CTN estabelece que a expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. E o art. 100 do CTN estatui que são normas complementares das leis, dos tratados e das convençõesinternacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (o estudo do tema está reservado para a aula 2). A letra “d” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (art. 116, inc. I, do CTN). 18.(ESAF/ATA/MF/2009)A obrigação tributária principal: a) extingue-se, com o pedido de parcelamento acompanhado do recolhimento da primeira prestação. b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de prazo para impugnação do lançamento, por parte do interessado. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 29 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional. A resposta é a letra “d”, uma vez que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente, de acordo com o art. 113, §1°, do CTN. A letra “a” é falsa, pois o parcelamento é forma de suspensão do crédito tributário. São causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: (i) Moratória; (ii) Depósito do seu montante integral; (iii) Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; (iv) Concessão de medida liminar em mandado de segurança; (v) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (vi) Parcelamento (art. 151, incs. I a VI). Nesse rumo, a letra “e” também é falsa. A letra “b” é falsa, uma vez que traz o conceito de obrigação tributária acessória, conforme o art. 113, §2°, do CTN. A letra “c” é falsa, eis que existe toda uma relação jurídico- tributária ou uma sequência ordenada de acontecimentos no direito tributário, sendo que a inscrição em dívida ativa não é imediata ou automática. Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento tributário, transforma-se em crédito tributário. A seguir, caso o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto, ocorre a inscrição em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais, extraindo-se a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução fiscal. 2.9 FATO GERADOR COMO FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO O fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico? Em recente prova da ESAF (Agente de Fazenda/ISS/2010) foi considerado incorreto o seguinte enunciado: “No plano de uma El ian e Ap ar ec ida d os R eis 08 61 40 95 66 0 El ian e Ap ar ec ida d os R eis 08 61 40 95 66 0 El ian e Ap ar ec ida d os R eis 08 61 40 95 66 0 El ian e Ap ar ec ida d os R eis 08 61 40 95 66 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 30 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br classificação dos fatos jurídicos, o fato gerador, após a incidência, pode ser classificado como sendo um negócio jurídico”. Então, a resposta é negativa. Qual o fundamento? Segundo o CTN, o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). Por sua vez, não é sem propósito que o CTN dispõe que capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais ou de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios (art. 126, inc. I e II). Assim sendo, verifica-se que fato gerador, após a incidência, não pode ser considerado um negócio jurídico ou um ato jurídico de conteúdo negocial. Exemplo clássico de negócio jurídico é o contrato. Neste, a manifestação da vontade humana está presente. Decerto, a validade do fato gerador não requer ou depende de agente capaz, tal como no negócio jurídico (art. 104, inc. I, do Código Civil). Nesse rumo, no plano de uma classificação dos fatos jurídicos, o fato gerador, após a incidência, não pode ser classificado como um negócio jurídico. A razão é bem simples: não há vontade humana, que é característica fundamental do negócio jurídico. Ressalta-se, portanto, que o fato gerador, após a incidência, deve ser classificado como um fato jurídico em sentido estrito ou stricto sensu, pois o elemento vontade é juridicamente irrelevante. Outros exemplos de fatos jurídicos em sentido estrito são o tempo, a morte e o nascimento. Logo, o fato jurídico em sentido estrito é aquele que não deriva da manifestação de vontade do homem, ou seja, tem como pressuposto a avolitividade humana. Avolitividade é a ausência de vontade. Por exemplo, no mundo dos fatos, há uma escolha da pessoa natural entre prestar um serviço previsto como fato gerador do ISS ou prestar um serviço não previsto como fato gerador do ISS. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 31 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br Porém, prestado o serviço que incide o ISS, no mundo direito tributário, não há mais opção entre recolher o tributo ou não. Neste caso, o desejo do contribuinte de pagar ou não o ISS é irrelevante para fins do direito tributário. Em resumo, o fato gerador, após a incidência, é um fato jurídico em sentido estrito e não um negócio jurídico ou ato jurídico de conteúdo negocial, uma vez que, no caso, a vontade é absolutamente irrelevante. 2.10 BASE DE CÁLCULO A base de cálculo (também nomeada de base imponível) é a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: • Função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); • Função objetiva, porque compõe a determinação da dívida tributária; • Função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedadede veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 2.11 ALÍQUOTA De início, registramos precisa lição doutrinária de que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 32 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentualconstante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. Nos tributos progressivos a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo.Neste caso, pode-se ocorrer a denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da progressividade. Já no tributo regressivo a alíquota deve decrescer à medida que se aumente a base de cálculo, ocasionado uma ascendente injustiça tributária. 2.12 REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA(RMIT) A RMIT é uma norma de conduta, a qual disciplina a relação do Estado com aqueles que estão subordinados à lei e pertencem as relações tributárias, visando disciplinar, sobretudo, o tributo. Nesse rumo, a RMIT é composta de uma hipótese e uma consequência. Na hipótese encontramos o comportamento de uma pessoa (critériomaterial), condicionado no tempo (critério temporal) e no espaço (critério espacial). Na consequênciatemos o sujeito ativo e o sujeito passivo (critério pessoal) e a base de cálculo e a alíquota (critério quantitativo). Acontecendo a hipótese, deve ser a consequência, que, por sua vez, prescreve a obrigação tributária que vai se instaurar. Em outras palavras, a RMIT é o esqueleto da norma tributária, tendo “sido utilizada com bom êxito na elaboração de livros, artigos e trabalhos profissionais e acadêmicos acerca das espécies tributárias, no Brasil e no exterior, demonstrando, uma vez mais, a operatividade dessa construção teórica”. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 33 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br Vejamos dois exemplos (IPTU e ISS) de Paulo de Barros Carvalho: • IPTU– (i) Hipótese: a) Critério material - ser proprietário de bem imóvel; b) Critério espacial - no perímetro urbano de determinado Município; c) Critério temporal - normalmente, no dia 1.° do ano civil; (ii)Consequencia: a) Critério pessoal - sujeito ativo é a Fazenda Municipal e sujeito passivo, em princípio, o proprietário do imóvel; b) Critério quantitativo - base de cálculo é o valor venal do imóvel e a alíquota é a fixada na legislação tributária municipal. • ISS – (i) Hipótese: a) Critério material - prestar serviços; b) Critério espacial - qualquer ponto dentro do território do Município; c) Critério temporal - instante em que o serviço, pronto e acabado, é entregue ao tomador; (ii)Consequencia: a) Critério pessoal - sujeito ativo é Fazenda do Município e sujeito passivo é o prestador de serviço; b) Critério quantitativo - base de cálculo é o valor do serviço prestado e a alíquota a percentagem apontada pela legislação municipal em vigor (X%). Ademais, a doutrina majoritária trata a RMIT como os aspectos da norma tributária, que passamos a estudar. 2.13 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA São cinco os aspectos da norma tributária: material, espacial, temporal, pessoal e quantitativo. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico- tributária. Isto é, à situação geradora da obrigação tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. O aspecto espacial diz respeito ao limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato gerador do tributo. Portanto, o território da pessoa política tributante O aspecto temporal delimita a incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação. Portanto, corresponde ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA O ASSISTENTE TÉCNICO- ADMINISTRATIVO (ATA) DO MINISTÉRIO DA FAZENDA 34 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma tributária. O aspecto quantitativo estabelece a quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim, é o montante devido na obrigação tributária. Decerto, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre 2% a 5%. 19. (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma tributária impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros. Depois escolha a opção que seja adequada às suas respostas. I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à situação geradora da obrigação tributária; II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao território da pessoa política tributante; III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária; IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser cumprida; e V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao montante devido na obrigação tributária. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. Esta questão é inovadora e a ESAF pela primeira vez cobrou os aspectos da hipótese de incidência tributária. E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9 5 6 6 0 E l i a n e A p a r e c i d a d o s R e i s 0 8 6 1 4 0 9
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