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Origem e conceito de Neuropedagogia

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19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=1651 1/9
Origem e conceito de Neuropedagogia
Site: ESKADA | Cursos Abertos da UEMA
Curso: Neuropedagogia
Livro: Origem e conceito de Neuropedagogia
Impresso por: Carlos Manoel
Data: sexta, 19 jun 2020, 15:57
https://eskadauema.com/
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=1651 2/9
Sumário
1. Origem e conceito de Neuropedagogia
2. Outras teorias científicas
3. A organização do comportamento de Hebb
4. Piaget e a Inteligência Humana
5. Vygotsky, as ferramentas e interações sociais
6. Alexander Luria e o conhecimento da memória
7. As pesquisas de Greenough e Bruer
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
https://eskadauema.com/mod/book/tool/print/index.php?id=1651 3/9
1. Origem e conceito de Neuropedagogia
O conceito de neuropedagogia é relativamente recente, mas suas raízes estão fixadas em uma longa história passada. Como sabemos
aprendizagem, pedagogia, educação, ensino e didática são termos que existem desde a Grécia antiga, talvez mesmo antes. A diferença é
que esses conceitos são abordados hoje à luz das novas descobertas sobre o cérebro. 
Nos Estados Unidos ela surgiu sob o nome de MBE (Mind, Brain and the Education Science = Mente, Cérebro e Ciência da Educação). As
pesquisas de Tracey Tokuhama-Espinosa oferecem um panorama relevante sobre como evoluiu a história do cérebro e da aprendizagem
(9) . 
Foi somente na segunda metade do século XIX e início do século XX que surgiram as descobertas mais significativas sobre o
funcionamento do cérebro. Por exemplo, as descobertas sobre as funções específicas, por Paul Broca (1862) e Carl Wernicke
(1874),correspondendo a produção e a compreensão da linguagem. Inclusive, essas áreas são chamadas áreas de Broca e de Wernick
respecticvamente. 
Broca e Wernicke descobriram que a maioria das pessoas (90% destros e 70% canhotos) tem uma área principal no lobo frontal esquerdo
(Broca) e outra área principal no lobo parietal esquerdo (Wernicke) para tratar a linguagem. Em 1909, Korbinian Brodman recenseou as
áreas do cérebro e fez um mapa geral. Em 1911, Santiago Ramón y Cajal faz uma descoberta sobre o papel das sinapses ou conexões entre
neurônios. Ele mostrou que o neurônio era a unidade estrutural e funcional de base do cérebro (10). 
No final do século XIX, o alemão Heinrich Waldeyer, continuando as pesquisas de Santiago Ramón y Cajal, cria o termo neurônio para
designar as células nervosas e o inglês Charles Scott Sherrington propõe o conceito de synapses, para designar a junção funcional que
existe entre os neurônios. Esses cientistas influenciaram as neurociências, dando uma nova visão sobre a natureza do cérebro e da
aprendizagem.
(9) A Brief History of the science of learning: Part 2 (1970s-present). Tracey Tokuhama-Espinosa, Director of IDEA (Instituto de Enseñanza y
Aprendizaje or Teaching and Learning Institute), and Professor of Education and Neuropsychology at the of the University of San Francisco
in Quito, Ecuador. 
(10) H. Trocmé-Fabre, 2002 ; T. Tokuhama-Espinosa, 2011; Renato M.E. Sabbatini, Neurônios e sinapses (A história de sua descoberta),
http://www.cerebromente.org.br/n17/history/neurons1_p.htm
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
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2. Outras teorias científicas
Nesse contexto, surgiram outras teorias científicas sobre o assunto, como a da biologia da aprendizagem, cujo foco era a influência da
natureza ou da cultura sobre a aprendizagem e a inteligência. A questão subjacente era saber se somos dependentes dos genes que
recebemos de nossos pais ou da maneira como fomos criados. Esse debate está na origem do controverso tema da eugenia e dos
diversos problemas éticos decorrentes, como por exemplo, a discriminação de pessoas por categorias, etiquetadas como sendo aptas ou
não para a reprodução. 
Em 1896, James Mark Baldwin elabora uma teoria sugerindo que o comportamento constante de um indivíduo ou de um grupo influencia
sua capacidade de aprendizagem, não estando limitado exclusivamente aos fatores genéticos, ou seja, quando uma aprendizagem é
benéfica à sobrevivência da espécie, ela será inscrita nos genes e transmitida às gerações futuras. 
Em seguida surgiram inúmeras outras teorias, tentando conectar o comportamento à biologia, como, por exemplo, a do Behaviorismo
(Pavlov, Hull e Skinner). Essa teoria é bastante conhecida, quando Pavlov fez sua experiência com cães, descobrindo assim os princípios
de base do comportamento. Nessa teoria dos reflexos condicionados, todas as respostas comportamentais do indivíduo seriam
determinadas pela a entrada sensorial. 
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
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3. A organização do comportamento de Hebb
Em 1949, Donald Hebb, psicólogo canadense, lança um livro intitulado The Organization of Behavior (A Organização do Comportamento),
que se tornou um livro de referência mundial na área da neuropsicologia. Hebb critica a teoria do estímulo-resposta de Pavlov, porque
segundo ele Pavlov não leva em conta, além dos estímulos (aferências sensoriais), outros fenômenos intrínsecos que também intervêm no
comportamento, como a generalização perceptiva (estímulos sensoriais diferentes podendo determinar um mesmo comportamento).
Ele está na origem do conceito de “assembleias neuronais” (cell assembly), ou seja, certas conexões sinápticas entre grupo de neurônios
quando reforçadas, levam os circuitos formados por esses neurônios a agirem como uma entidade única. 
Segundo ele, os neurônios, mesmo estando distantes uns dos outros colaboram mutuamente no processo da informação dentro do
cérebro. Ele considera essas assembleias neuronais como sendo unidades funcionais de base do cérebro e, por exemplo, ele sugere que
mesmo na ausência de estímulos externos, uma assembleia neuronal pode sustentar a atividade cerebral autônoma. 
A frase “neurons wire together if they fire together” de Siegrid Löwel é sempre associada ao postulado de Hebb. Resumindo: Se dois
neurônios são ativados ao mesmo tempo, as sinapses entre esses neurônios serão reforçadas. A regra de Hebb continua a ser um dos
fatores determinantes para se saber quais as sinapses que serão reforçadas em uma rede de neurônios. 
A sinapse de Hebb é fundamental para a nossa compreensão global da plasticidade do cérebro e para a aprendizagem, porque esta última
se apoia sobre a plasticidade dos circuitos de nosso cérebro, ou seja, a capacidade dos neurônios de alterar de forma durável a eficácia de
sua transmissão sináptica (11). Nesse mesmo contexto, Jean Piaget elabora um novo quadro teórico de referência para a psicologia,
chamado o Construtivismo.
(11) Stanislas Dehaene, Le Code de La Cosncience ( O Código da Consciência), Ed. Odile Jacob, 2014; Tokuhama-Espinosa, Op. Cit, 2011 e,
Bruno Dubuc, http://lecerveau.mcgill.ca/flash/i/i_07/i_07_ cl/i_07_cl_tra/i_07_cl_tra.html
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
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4. Piaget e a Inteligência Humana
Para Piaget a inteligência humana é de inspiração biológica e evolucionista. O pensamento é uma forma de adaptação do organismo a seu
meio ambiente. A inteligência se desenvolve por etapas sucessivas: sensório-motor (0 a 2 anos), correspondendo a passagem de uma
atividade reflexa a uma atividade voluntária; pré-operatória (2 a 6 anos), caracterizada pelas funções semióticas e utilização dos
significantes, por sinais ou símbolos, mas também caracterizada pela incapacidade de controlar as operações reversíveis; operações
concretas (8 a 12 anos), caracterizada pela capacidade que tem a criança para objetivar, dominar as operações lógico-matemáticas e a
seriação (capacidade de classificar os objetos de acordo com a forma, a cor, tamanho etc). Essas operações concretas são ações
internalizadas,reversíveis, organizadas em sistemas e se refere aos objetos; a fase das operações formais ou do pensamento hipotético-
deductível (11/12 a 14/15 anos) é considerada por Piaget como a última fase do desenvolvimento cerebral (12).
Esse modelo de fase após fase, linear e cumulativo, porque sistematicamente ligado a ideia de aquisição e de progresso foi bastante
contestado pelas recentes pesquisas que mostram que os bebês já possuem uma capacidade cognitiva bastante complexa que foi
ignorada por Piaget e que não se restringe a um funcionamento estritamente sensório-motor. Conclusão: parece que a inteligência, em vez
de seguir uma linha ou um plano que leva do sensório-motor ao abstrato, ela prefere avançar de maneira singular e não linear. 
(12) T. Tokuhama-Espinosa, 2011; H. Trocmé-Fabre, 2002. 
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
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5. Vygotsky, as ferramentas e interações sociais
Nesse mosaico de ideias, aparece Lev S. Vygotsky, filósofo, epistemologista e psicólogo russo. Se Piaget considera que o entorno social
só influencia de maneira “marginal” o desenvolvimento cognitivo, Vygotsky, ao contrário, considera que a criança cresce em interação
estreita com dois aspectos da cultura: as ferramentas que ela produz, por exemplo, a língua oral e escrita, e as interações sociais entre
adultos e crianças e entre crianças. A popularidade de Vygotsky na educação é tal que ele se tornou o porta-voz da pedagogia ativa,
encarnando a ruptura com a pedagogia e a psicologia tradicional. 
Sua principal tese teve o efeito notável na psicologia mundial dos anos 20 e 30. Como ele lia fluentemente inglês, francês e alemão, tudo
que era publicado não lhe escapava. Vygotsky, dando a volta em torno das pesquisas científicas da época e das interpretações teórica
propostas concluiu que as relações sociais não são um fator de desenvolvimento psíquico, entre outros, elas são a fonte e a origem do
desenvolvimento das funções psíquicas da criança que surgem primeiro no meio coletivo, depois se tornam funções psíquicas integradas
à personalidade (13). 
Um dos conceitos mais conhecidos de Vygotsky é o conceito de Zona Próxima de Desenvolvimento, ou área potencial de desenvolvimento
cognitivo, onde a criança aprende por meio da interação social com outros que têm mais experiências, mais conhecimentos. Segundo
Vygotsky, a criança faz primeiro com a ajuda de outro, para em seguida realizar de maneira autônoma. 
(13) Ludmila Chaiguerova, Yure Zinchenko e Fréderic Yvon, « Vygotsky, une théorie du développement et de l’éducation », 2011.
http://www.unige.ch/fapse/leforcas/files/9214/2608/9943/Vygotsky_1-428. pdf
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
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6. Alexander Luria e o conhecimento da memória
Continuando os trabalhos de Vygotsky, Alexander Luria deu um grande impulso à psicologia histórico-cultural. Um de seus
questionamentos era saber como a cultura, por meio da linguagem, influenciava o pensamento.
Alexander Luria é um renomado neurologista e psicólogo de origem russa, como Vygotsky. Luria contribuiu de maneira considerável para
o conhecimento da memória. Estudou durante mais de quarenta anos os diferentes aspectos do processo mnêmico, ao nível celular,
molecular e morfofisiológico. Ele optou por um conceito mais preciso do que o do rastro mnêmico, ou seja, a própria estrutura da atividade
mnêmica. Luria confirmou o papel do sistema límbico, sobretudo do hipocampo no “armazenamento” e na consolidação das impressões
corticais e na conservação das impressões procedentes da experiência direta (14). 
Suas experiências como, por exemplo, os dois pacientes citados abaixo, a memória sinestesicamente perfeita, prodigiosa de
Chereshevsky e a incapacidade de se lembrar de Zasetsky (que foi atingido por uma bala no cortex parieto-ociptal esquerdo), levaram Luria
a concluir que existiam vários tipos de memória. Luria contribuiu amplamente para memória como um conceito plural “memórias” (15). 
Entre os anos 60 e 80 surgiu à teoria do “ambiente enriquecido” elaborada por Mark Rosenzweig, Marian Diamond e Arnold Scheibel, entre
outros, que até hoje é fonte de controvérsias, ou seja, o mito da necessidade de estímulo precoce, entre 0 e 3 anos de idade suscetível de
assegurar o desenvolvimento ideal do cérebro. Segundo essa teoria os três primeiros anos de vida seriam cruciais e determinariam o que
o humano iria ser no futuro.
(14) H. Trocmé-Fabre, Op. Cit., 2002. 
(15) Alexandre Luria, L’homme dont le monde volait en éclats (O homem cujo o mundo se fragmentava), 1995
19/06/2020 Origem e conceito de Neuropedagogia
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7. As pesquisas de Greenough e Bruer
Em 1997, a partir dessa teoria do “ambiente enriquecido” William Greenough, fazendo experiências com ratos, pode observar que a
densidade sináptica podia aumentar quando indivíduos eram colocados em um ambiente complexo, por exemplo, no caso da experiência
com outros ratos e diversos objetos a serem explorados. Quando esses ratos foram submetidos a um teste de aprendizagem em um
labirinto ficou demonstrado que eles passavam o teste com sucesso e mais rapidez que os outros ratos que se encontravam em ambientes
pobres. Resumindo: a lógica da sinaptogênese é que, quanto mais sinapses disponíveis houver, mais a atividade e a comunicação neurais
potenciais serão elevadas, mais será possível aprender melhor. 
John Bruer (filósofo americano) afirmou inúmeras vezes que os estudos efetuados sobre esse assunto dos três anos cruciais não
permitem formular princípios fundamentais sobre a maneira de melhorar a educação. Como ele diz “as crianças precisam de alguém para
cuidar delas. As primeiras experiências são importantes, mas não decide tudo para o resto da vida. As crianças não precisam de
“estímulos especiais” para se desenvolverem normalmente (16). 
No meio de todas essas pesquisas e controvérsias, a aprendizagem ganha um espaço importante. Ao mesmo tempo, o interesse por parte
dos pesquisadores aumenta no que se refere a certos aspectos envolvidos na aprendizagem como a atenção, a memória, motivação e as
emoções.
(16) John T. Bruer, Tout est-il joué avant 3 ans? (Tudo já está determinado antes dos 3 anos ?), Ed. Odile Jacob, 2002

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