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APOSTILA-ECON-BRASILEIRA-2017

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ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA 
Prof. Nivaldo Camilo 
SEGUNDO BIMESTRE 
Carga horária: 36 h/a 
Dias da Semana: Segunda-feira/2º horário e Sexta-feira/2º horário 
 
 
Objetivos do estudo da economia 
1) Formular propostas para resolver ou minimizar os problemas econômicos, de forma a 
melhorar a qualidade de vida das pessoas. 
2) Entender o que e quais são os problemas econômicos para a economia brasileira. 
 A seguir, alguns problemas econômicos fundamentais recentes que envolveram o cenário 
econômico nacional. 
 
Conteúdo conforme programa da disciplina 
1) Economia Brasileira – Nova República. 
2) Os Planos Econômicos. 
3) O Plano Real. 
4) O Sistema Financeiro Nacional. 
5) O Setor Externo. 
 
SUMÁRIO 
1 ECONOMIA BRASILEIRA – Nova República (1985 – 1994) 
 Combate à inflação meta principal 
 Diferentes planos de estabilização - Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1989), 
Collor I (1990) e Collor II (1991) Real (1994). 
 Elementos principais: heterodoxia e inflação inercial. 
 Oscilações na inflação e no crescimento. 
 Ambiente de redemocratização. 
 Até governo Collor – Brasil excluído do fluxo de capitais internacional. 
 
1.1 Governo Sarney: quadro inicial 
 Economia voltando a crescer depois da recessão do início da década. 
 Balança de Transações Correntes em relativo equilíbrio. 
 Inflação acelerando. 
 Finanças públicas deteriorando. 
 Incertezas políticas. 
 Início: indefinições na condução política econômica 
– Donelles - gradualismo ortodoxo (predomina inicialmente) 
– Sarney – heterodoxia. 
 
1.2 Plano Cruzado: medidas 
 Substituição da moeda: cruzeiro por cruzado. 
 Conversão salários: poder de compra últimos 6 meses + abono 8% + gatilho. 
 Congelamento preços (exceto energia elétrica). 
 Fixação da taxa de câmbio sem desvalorização prévia. 
 Aluguéis – recomposição por fatores multiplicativos com base relações média-pico. 
 Diferentes regras para ativos financeiros - Tablita para contratos prefixados. 
 Não metas monetárias e fiscais – expansão. 
 
1.3 Plano Cruzado: evolução e dificuldades 
 Congelamento – queda imediata da inflação 
 2 
 Crescimento econômico em função 
– Crescimento já vinha antes 
– Aumento da renda real 
– Ilusão monetária 
– Expansão da oferta de moeda e taxas de juros baixas 
 Crescimento: pressão sobre vários mercados: 
– Pressiona alguns setores de bens de consumo – escassez e filas – ágios e 
maquiagens 
– Problemas na Balança Comercial e nas contas externas. 
 
1.4 Do Cruzado à moratória 
 Cruzadinho – primeira tentativa tímida de conter a demanda 
 Imobilismos – questões políticas 
 Cruzado II 
– Contenção déficit público 
– Realinhamento de preços 
 Saída descoordenada do congelamento 
 Elevação da taxa de juros real 
– Reintrodução de mecanismos de indexação 
 Moratória 
 Cruzado: problemas de concepção e execução. 
 
1.5 Plano Bresser 
 Sequelas do Cruzado: 
- Expectativa de congelamento, perda de apoio político, 
- Ensinamentos: 
 necessidade controlar Demanda Agregada, 
 atenção com as contas externas, 
 cuidado com problemas distributivos, 
 congelamento não por tempo indefinido e cuidado com 
 descongelamento. 
 Plano Bresser medidas: 
- Conter aceleração inflacionária 
- Congelamento salários e preços (3 meses) e Tablita 
- Cria URP para reajuste de salários pós congelamento 
- Desvalorização cambial 
- Política monetária e fiscal ortodoxa – juros positivos. 
 
1.6 Rumo ao Plano Verão 
 Problemas do plano Bresser 
– no descongelamento: reposições salariais, reindexação 
– Fragilidade da contenção monetária e fiscal 
– Fragilidade política : passagem de 4 para 5 anos de mandato 
 Mailson: início arroz com feijão 
– Nenhuma mágica – contenção da aceleração inflacionária de modo ortodoxo - 
dificuldades 
 Plano Verão 
– Ortodoxia: controle Demanda Agregada – juros altos e queda no déficit público 
– Heterodoxia: congelamento, URP, Tablita 
– Reforma monetária – Cruzado Novo 
– Desvalorização e fixação da taxa de câmbio. 
 
1.7 O fim do Governo Sarney 
 3 
 Verão: curta duração 
– Não ajuste fiscal e descontrole monetário 
– Reaceleração inflacionária – rumo a hiperinflação 
 Governo Sarney 
– Descontrole das contas públicas – aumento déficit operacional 
– Endividamento interno crescente, prazos mais curtos, taxas de juros e liquidez 
crescentes 
– Política monetária: necessidade de sustentação juros elevados , com 
endogenização da oferta de moeda – descontrole da política monetária 
– Subindexação de contratos para reduzir valor real da dívida pública. 
 
1.8 O Governo Collor: problemas iniciais 
 insucesso dos planos heterodoxos 
 elevação da liquidez dos haveres não monetários 
– Zeragem automática 
– possibilidade de monetização com pressão inflacionária em função de: Ilusão 
monetária, riscos e antecipações de consumo 
 Política monetária passiva 
 Moeda Indexada. 
 
1.9 O Plano Collor 
 Reforma monetária e redução drástica de liquidez (confisco de liquidez): 
– bloqueio de depósitos a vista, poupanças, aplicações e fundos de curto prazo; 
 Reforma administrativa e fiscal - eliminação de déficit 
– diminuição do custo de rolagem da dívida, suspensão de subsídio e incentivos, 
ampliação da base tributária, impostos extraordinários, fim do anonimato fiscal, 
privatizações; 
 Congelamento de preços e desindexação de salários. 
 Adoção de um regime cambial de taxas flutuantes. 
 Abertura comercial. 
 
1.10 Do Collor I ao Collor II 
 Impacto inicial: 
– Desestruturação do sistema produtivo – retração do PIB 
 “Nova agenda”: Abertura e privatização 
 Problemas: (1) 
– expansão da liquidez posterior : 
• Não se viabilizaram mecanismos para controle dos novos fluxos 
monetários; 
• acerto no estoque comprometido com “torneirinhas”. 
 Problemas: (2) 
 Deterioração da balança comercial sem financiamento na Balança de capitais 
 Forte desvalorização cambial 
 persistência da aceleração inflacionária no início de 1991, com dificuldade crescente de 
financiamento do governo: Collor II. 
 
1.11 A transição Collor – Itamar 
 Collor II: 
– reforma financeira que visava eliminar o overnight (substituído por FAF) e outras 
formas de indexação (criação da TR) 
– congelamento de preços e salários 
 Marcílio – Plano Nada 
– Não tratamento de choque ou heterodoxia 
 4 
– Controle de fluxo de caixa e meios de pagamento 
– Descongelamento e preparo para desbloqueio 
– Reaproximação do Brasil com mercado financeiro internacional 
– Elevação das taxas de juros – forte ingresso de capitais e ampliação das reservas 
– esterilização – aumento da dívida interna. 
 
1.12 Itamar Franco 
 Impeachment Collor – substituição por vice: Itamar Franco – governo de transição 
– Demora inicial para definir política econômica 
– Maio de 1993 assume FHC – início da preparação para Plano Real 
• Preparo das contas públicas: PAI, IPMF, FSE 
• Acúmulo de reservas externas 
• Manutenção da abertura financeira e comercial 
• Período anterior – reindexação da economia, sem grandes choques – volta 
ideia de inércia. 
 
2 TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS NOS ANOS RECENTES 
 
2.1 Economia Brasileira Pós- Estabilização: O Plano Real: a estabilização dos anos 90 
 Plano Real: 3 fases: 
– a) Ajuste fiscal prévio 
 Corte de despesas, aumento de impostos, diminuição de transferências 
– b) Indexação completa da economia URV 
 URV – paridade fixa com o dólar 
– c) Reforma monetária – Real 
 Quando preços “urvizados” troca URV por Real. 
 
2.2 Impactos do Plano Real 
 Queda rápida da inflação 
– Valorização cambial (real e nominal), entrada de recursos externos e abertura 
comercial 
 Crescimento da demanda: Consumo e Investimento 
– Aumento do poder aquisitivo – fim do imposto inflacionário. 
 
2.3 Problemas com o Plano Real: a questão externa 
 Apreciação cambial, abertura e demanda aquecida - aparecimento de déficits comerciais; 
 Financiamento comqueima de reservas e/ou entrada de recursos (endividamento externo) 
 Brasil dois problemas: 
– Pauta de importação: excesso de bens de consumo – dificuldade com capacidade 
futura de pagamento da dívida 
– Entrada de capital de curto prazo. 
 
2.4 O Plano Real pós crise do México 
 Nova fase – uso da política monetária 
– Conter Demanda Agregada e evitar déficits comerciais 
– Administração da taxa de juros: conter atividade e promover ingresso de capital 
 Efeitos: 
– retração da atividade econômica 
– Inadimplência e crise financeira. 
 
2.5 Problemas – O Desequilíbrio Fiscal 
 Deterioração da Situação Fiscal a partir de 1995: 
– Redução do Superávit Primário, apesar do aumento da carga tributária 
 5 
– Forte Elevação da Dívida Pública ao longo do primeiro mandato de FHC 
– Fatores: redução do superávit primário, elevados gastos com juros (piora apesar 
da carga tributária e dos recursos da privatização). 
 
2.6 Da crise asiática à desvalorização brasileira 
 Crise asiática: 
– Aumento dos juros e recomposição das reservas 
 Crise Russa: 
– Elevação de juros e pacote fiscal, mas reservas não se recuperam 
 Dificuldades no Brasil 
– Elevação dos spreads 
– Sustentação cambial difícil – desvalorização eminente. 
 
2.7 Desempenho da Inflação 
 Houve desvalorização cambial e verifica-se uma elevação da inflação, que logo se retrai. 
 Maiores elevações nos bens transacionáveis e nos chamados preços administrados. 
 No 2º governo FHC cumpriu-se as metas nos dois primeiros anos e descumpriu-se nos 
dois últimos anos (em função de choques cambiais). 
 
2.8 Desempenho Externo 
 Reversão da tendência de deterioração do saldo comercial e do saldo em transações 
correntes em 1999 - redução do déficit comercial em US$ 5 bilhões e do saldo em TC em 
US$ 8 bilhões. 
 Forte retração das importações e fraco desempenho das exportações em 1999. 
 Recuperação lenta das exportações a partir de 2000. 
 Saldo comercial volta a ser superavitário em 2001, tendo uma forte elevação em 2002. 
 
2.9 Governo Lula 
 Primeiros passos – Conquista da Credibilidade; 
 (Carta ao Povo Brasileiro) – defesa do regime de metas de inflação, compromisso com 
superávit e o pagamento da dívida; 
 Indicação de Palocci para o Ministério da Fazenda e preservação da diretoria do Banco 
Central. 
 
Considerações Finais 
 País conseguiu estabilizar, mas, 
 Baixas taxas de crescimento, apesar da estabilização e da melhora da economia mundial; 
 Várias reformas foram realizadas sem que isso levasse a retomada sustentável do 
crescimento; 
 Dificuldades para que houvesse crescimento: Baixa poupança pública, problemas de 
infraestrutura, maior taxa de juros real do mundo, volatilidade do crescimento, enfim, o 
objetivo básico do país é RETOMAR o CRESCIMENTO. 
 
 
 3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – Suas Transformações Recentes 
 O SFN se desenvolveu de forma significativa após a reforma de 1964 e teve um forte 
crescimento, destacando-se no período de elevadas taxas de inflação nos anos 80 e início 
dos anos 90. 
 Após a estabilização verificou-se uma retração do SFN e uma crise financeira que 
levaram a mudanças relevantes no setor. 
 
3.1 Histórico – Reforma Financeira 1964/66 
 6 
 Lei no 4.595 – Lei da Reforma Bancária, criação do Banco Central do Brasil e do 
Conselho Monetário Nacional (CMN); 
 Lei no 4.380 – Criação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e do Banco Nacional 
da Habitação (BNH); 
 Lei no 4.728 – Reforma do Mercado de Capitais. 
 
3.2 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional – pós-64 
 Conselho Monetário Nacional (CMN) – órgão normativo, fixa metas e diretrizes da 
política monetária, creditícia e cambial. 
 Banco Central do Brasil (Bacen) – órgão executor da política monetária. 
 Suas principais atribuições são: 
a. controle da política monetária; 
b. banco dos bancos; 
c. banco do governo. 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – órgão normativo do mercado de capitais 
(ações e debêntures). 
 Banco do Brasil (BB) – banco comercial que funciona como agente financeiro do 
governo. Principal agente da política de crédito agrícola. 
 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – instituição 
governamental voltada para créditos de longo prazo. É o encarregado pelo processo de 
privatização. 
 Bancos Comerciais – instituições financeiras monetárias (podem criar moeda através do 
multiplicador bancário).(Fontes de recursos: depósitos a vista, CDB, cobrança de títulos e 
arrecadação de impostos, etc.). 
 Bancos de Desenvolvimento – bancos estaduais especializados na concessão de créditos 
de médio e longo prazos. 
 Bancos Múltiplos (1988) – união das diversas instituições em uma única. 
 Bancos Cooperativos e Cooperativas de Crédito. 
 Bancos de Investimento – instituições não monetárias criadas para dinamizar o mercado 
de capitais. 
 Caixas Econômicas – principal função é a concessão de crédito habitacional com 
recursos do FGTS. 
 
3.3 Características do Sistema Financeiro Nacional 
 Elevada participação do Estado; 
 Não-criação de linhas de financiamento de longo prazo por parte do setor privado; 
 Alta dependência de recursos externos. Internacionalização financeira e endividamento 
externo ao longo da década de 70; 
 Predomínio dos bancos com carteira comercial. 
 
3.4 Sistema Financeiro Nacional Pós – Plano Real 
 Resposta à perda da receita inflacionária: expansão das operações de crédito e a elevação 
nas tarifas dos serviços bancários. 
 Inadimplência em 1995 e perda da receita inflacionária: crise bancária em 1995; 
 Rápida intervenção do Banco Central. 
 
3.5 Medidas e Resultados 
 Medidas - Estímulos às fusões e incorporações bancárias: 
– PROER: valores liberados superaram R$ 20 bilhões até 1997); 
– Aumento do poder do Banco Central para intervir nas instituições. 
 Resultados: 
 Diminuição no número de instituições bancárias; 
 Aumento da participação dos bancos estrangeiros; 
 7 
 Diminuição dos bancos estaduais. 
 
3.6 Cenário Atual – Sistema Financeiro Nacional 
 Apesar do processo de consolidação e estabilização do SFN, algumas características 
persistem: 
– Elevada taxa de juros; 
– Elevados “spreads” bancários; 
– Baixa oferta de crédito. 
 
3.7 Explicações possíveis sobre “Spread Bancário” 
 “Spread” Bancário Elevado: 
– Elevados Compulsórios 
– Impostos Indiretos e Diretos 
– Custos Administrativos Elevados 
– Elevada Inadimplência 
– Baixa Concorrência e Lucratividade. 
 
3.8 Medidas recentes 
 Para reduzir spread e taxa de juros, ampliar oferta e acesso a crédito, foram tomadas 
medidas: 
– Transparência nas operações bancárias e maior concorrência nas operações; 
– Ampliação da base da central de risco de crédito; 
– Novo sistema de informações de risco crédito do Banco Central; 
– Portabilidade de informações cadastrais. 
 
Alguns Resultados 
 Ampliação do crédito, com destaque para pessoas físicas e, em especial, o crédito 
consignado; 
 Redução da participação dos recursos direcionados, apesar de ainda manter elevada 
participação; 
 Spread continuam elevados, apesar das medidas recentes; 
 Oferta de crédito ainda é baixa. 
 
4 SETOR INTERNO – Economia Doméstica 
 Políticas econômicas→ o governo intervém na economia para manter nível de emprego e 
crescimento econômico com estabilidade de preços. 
 As principais formas de política econômica são: 
– Políticas fiscais 
– Políticas monetárias. 
 
4.1 Política Fiscal 
 Política fiscal → é a atuação do governo sobre a demanda agregada através de: 
– Impostos – alteram a renda disponível dos indivíduos; 
– Gastos – fazem parte da demanda agregada. 
 
4.1.2 Política Fiscal Expansionita 
 Governo aumenta seus gastos e/ou diminui a tributação, o que faz aumentar a renda. 
 *Na política Fiscal Contracionista o governo faz o inverso. 
 
4.2 Funções do Governo 
 Função alocativa: 
– Ação do governo pode corrigir as “falhas de mercado”. 
–As principais “falhas de mercado” são: 
 8 
 externalidades, 
 economias de escala, e 
 bens públicos. 
 Função distributiva→ o governo arrecada imposto de determinadas classes sociais ou 
regiões para transferi-los a outras; 
 Função estabilizadora→ uso de política econômica para tentar garantir o máximo de 
emprego e crescimento econômico, com estabilidade de preços. 
 
4.3 Política Monetária 
 Afeta o produto de forma indireta. Através da política monetária o Banco Central define 
as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda, nível de taxa de 
juros etc. 
– Ferramentas da Política Monetária: 
 Oferta de Moeda e taxa de juros, 
 Depósito compulsório e crédito. 
 
5 SETOR EXTERNO – Balanço de Pagamentos 
 É o registro sistemático das transações entre residentes e não-residentes de um país 
durante determinado período de tempo. 
 
5.1 Tipos de Transações 
 Transações autônomas - acontecem por si mesmas, são motivadas pelos interesses dos 
agentes (empresas, consumidores, governo). 
 Transações compensatórias - destinadas a financiar o saldo final das transações 
autônomas. As transações compensatórias “zeram” o saldo do Balanço de Pagamento. 
 
5.2 Estrutura do Balanço de Pagamentos 
 Dois grandes grupos: 
– Transações Correntes: movimentação de bens e serviços; 
– Movimento de Capitais: deslocamentos de moeda, créditos e títulos 
representativos de investimento. 
 
5.2.1 Transações Correntes 
 Balança comercial: 
– Exportações (+) 
– Importações (-) 
 Balança de serviços: 
– Não-fatores: viagens, fretes, seguros etc. 
– Fatores: lucros, dividendos, juros etc. 
 Transferências unilaterais: 
– não existe contrapartida (doações, remessa de imigrantes, reparações de guerra 
etc.) 
 
5.2.2 Movimento de Capitais 
 Movimento de Capitais: deve-se distinguir entre o que representa transação operacional e 
o que corresponde à fonte de financiamento do saldo do BP. 
– Capitais Autônomos: voluntários (investimento direto, empréstimos, 
amortizações); 
– Capitais Compensatórios: contas de caixa, empréstimos de regularização e 
atrasados. 
 
5.2.3 Balança de Serviços 
 9 
 Transferência Líquida de Recursos ao Exterior: saldo das exportações e importações de 
bens e serviços não-fatores; 
 Renda Líquida Enviada ao Exterior: é o saldo dos serviços fatores mais as transferências 
unilaterais - TC = TLRE – RLEE. 
 
5.3 Indicadores da Situação Externa 
 Índice ou coeficiente de vulnerabilidade: relação dívida externa líquida/exportações, 
mostra-nos quantos anos de exportação são necessários para pagar a dívida externa; 
 Parcela das exportações comprometida com o pagamento de juros da dívida externa; 
 Quanto de importações está garantido pelas reservas do país caso não entre nenhuma 
divisa no país; 
 Grau de abertura: (exportações + importações) / PIB. 
 
5.3.1 Taxa de Câmbio 
 Transações entre países requerem compatibilização entre diferentes moedas; 
 Taxa de câmbio: relação entre moedas de diferentes países (preço da moeda nacional em 
termos de moeda estrangeira). 
 
5.3.2 Mercado cambial 
 É o mercado em que as moedas dos diferentes países são transacionadas. 
 Quem demanda moeda estrangeira: importadores, pessoas que possuem dívida com o 
exterior, multinacionais situadas no Brasil, turistas que viajam para o exterior etc. 
 Quem oferta moeda estrangeira: exportadores brasileiros; estrangeiros que querem 
investir no Brasil, tomadores de empréstimo no exterior; turistas estrangeiros no Brasil 
etc. 
5.3.3 Valorização e Desvalorização Cambial 
 Desvalorização: moeda nacional passa a valer menos em moeda estrangeira; 
 Valorização: moeda nacional passa a valer mais em moeda estrangeira. 
 
5.3.4 Taxa de Câmbio Real 
 Relativo de preço entre o produto estrangeiro e o produto nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.5 Determinantes da Taxa de Câmbio 
 Longo prazo: competitividade; 
 Lei do Preço Único: na ausência de barreiras, produtos homogêneos devem ter o mesmo 
preço em diferentes países quando medidos na mesma moeda; 
 Ajustamento via mercado: concorrência perfeita. 
 Curto prazo: Arbitragem; 
 Arbitragem: mecanismo pelo qual o retorno dos diferentes ativos se igualam; 
 Taxa de câmbio no curto prazo reflete o movimento de capitais. 
 
5.3.6 Regimes Cambiais 
 Taxa de Câmbio Fixa: Banco Central se compromete a comprar e vender moeda 
estrangeira à taxa estipulada. 
– Ajustamento do mercado via quantidade: Bacen deve ter reservas suficientes e 
“compromete” controle monetário. 
 Taxa de Câmbio Flutuante: taxa se ajusta para igualar oferta e demanda. 
  = (E x P*)/P 
  = taxa de câmbio real 
 E = taxa de câmbio nominal 
 P* = preço do produto estrangeiro em moeda estrangeira 
 P = preço do produto nacional em moeda nacional 
 
 10 
– Não existe desequilíbrio no BP; 
– Isola política monetária. 
 
Conclusões 
 Taxa de câmbio flutuante, livre mobilidade de capital e expectativas estáticas: 
 Política fiscal ineficaz 
 Política monetária eficaz 
 Taxa de câmbio fixa: 
 Política fiscal eficaz 
 Política monetária ineficaz.

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