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Lei de Terrorismo

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CS – TERRORISMO 2019.1 1 
 
TERRORISMO – LEI 13.260/16 
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 2 
1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO (MANDADOS DE PENALIZAÇÃO) ................................ 3 
 CONCEITO ....................................................................................................................... 3 
 EXEMPLOS ...................................................................................................................... 3 
2. CONTEXTO FÁTICO ............................................................................................................... 3 
3. LEI 13.260/2016 ...................................................................................................................... 4 
4. TERRORISMO ........................................................................................................................ 4 
 (IN) EXISTÊNCIA DO CRIME DE TERRORISMO NO BRASIL ANTES DA LEI 13.260/16
 4 
 CONCEITO E PREVISÃO LEGAL .................................................................................... 5 
 TERRORISMO COMO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO ......................................... 6 
4.3.1. Corrente ampliativa .................................................................................................... 6 
4.3.2. Corrente restritiva ...................................................................................................... 6 
 BEM JURÍDICO TUTELADO ............................................................................................ 6 
 SUJEITOS DO CRIME ..................................................................................................... 7 
4.5.1. Sujeito ativo ............................................................................................................... 7 
4.5.2. Sujeito passivo .......................................................................................................... 7 
 TIPO OBJETIVO ............................................................................................................... 7 
 TIPO SUBJETIVO ............................................................................................................ 7 
4.7.1. Dolo ........................................................................................................................... 8 
4.7.2. Especial motivo de agir .............................................................................................. 8 
4.7.3. Especial fim de agir ................................................................................................... 9 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ........................................................................................ 9 
 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TERRORISMO DO ART. 2º, CAPUT 
DA LEI 13.260/2016 .................................................................................................................... 9 
 DISTINÇÃO ENTRE TERRORISMO E ATOS DE TERRORISMO .................................. 10 
 MANIFESTAÇÕES SOCIAIS E TERRORISMO .............................................................. 10 
5. ORGANIZAÇÃO TERRORISTA ............................................................................................. 10 
 PREVISÃO ..................................................................................................................... 11 
 CONCEITO ..................................................................................................................... 11 
6. PREPARAÇÃO DE TERRORISMO ....................................................................................... 11 
 PREVISÃO ..................................................................................................................... 11 
 INTER CRIMINIS ............................................................................................................ 11 
 RECRUTAMENTO DE COMBATENTES TERRORISTA ................................................ 12 
7. FINANCIAMENTO AO TERRORISMO E ÀS ORGANIZAÇÕES TERRORISTA .................... 12 
 PREVISÃO ..................................................................................................................... 12 
 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................... 13 
8. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ NA LEI 13.260/2016 ........... 13 
9. JUIZ NATURAL PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES PREVISTOS NA LEI 
13.260/2016 .................................................................................................................................. 13 
10. ATRIBUIÇÕES INVESTIGATÓRIAS EM RELAÇÃO AOS CRIMES PREVISTOS NA LEI 
13.260/2016 .................................................................................................................................. 14 
11. APLICAÇÃO DAS DISPOSIÇÕES DA LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS PARA 
AINVESTIGAÇÃO, PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES PREVISTO NA LEI 
ANTITERRORISMO ..................................................................................................................... 14 
12. APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS ............................. 14 
13. CABIMENTO DE PRISÃO TEMPORÁRIA ......................................................................... 14 
 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma fonte de 
estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da matéria. 
O Caderno Legislação Penal Especial – Terrorismo possui como base as aulas do professor 
Renato Brasileiro, do Curso G7 Jurídico. 
Dois livros foram utilizados para complementar nosso CS de Legislação Penal Especial: a) 
Legislação Criminal para Concursos (Fábio Roque, Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar), 
ano 2017 e b) Legislação Criminal Comentada (Renato Brasileiro), ano 2018, ambos da Editora 
Juspodivm. 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos: é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos de lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você 
faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 3 
 
1. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO (MANDADOS DE PENALIZAÇÃO) 
 CONCEITO 
Segundo Alberto Silva Franco (Crimes Hediondos), mandado de criminalização é uma 
norma constitucional que cria para o legislador infraconstitucional a obrigação de criminalizar certas 
condutas que atentam contra o bem jurídico. Ou seja, o bem jurídico é relevante, por isso a própria 
CF traz a previsão. 
 EXEMPLOS 
Há, ao longo da CF, uma série de mandados de criminalização. Vejamos: 
• Art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançávele imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei; 
• Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia 
a prática da tortura (Lei 9.455/97), o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (Lei 
11.343/06), o terrorismo e os definidos como crimes hediondos (Lei 8072/90), por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
O terrorismo foi o último mandado de criminalização a ser atendido pelo legislador 
infraconstitucional, quase trinta anos após a promulgação da CF/88. 
• Art. 5º, XLIX - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, 
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
• Art. 173, §5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa 
jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis 
com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra 
a economia popular; 
• Art. 225, §3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados; 
• Art. 226, §8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos 
que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações; 
• Art. 227, §4º - A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da 
criança e do adolescente. 
2. CONTEXTO FÁTICO 
Apenas em 2016 foi editada a Lei Antiterrorismo, sendo um legado dos jogos olímpicos 
ocorridos na Cidade do Rio de Janeiro, tenho em vista que foi imposta ao Brasil pela comunidade 
internacional. 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 4 
 
Além disso, o Brasil sofria pressão internacional para a criminalização do terrorismo em 
razão do crime de lavagem de capitais. 
3. LEI 13.260/2016 
Art. 1º Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da 
Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições 
investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização 
terrorista. 
 
Ressalta-se que a Lei 13.260/2016 criou quatro figuras delituosas, quais sejam: 
a) Terrorismo (art. 2º); 
b) Organização terrorista (art. 3º); 
c) Atos preparatórios de terrorismo (art. 5º); 
d) Financiamento de terrorismo (art. 6º). 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
Observando-se o disposto no art. 5º, XLIII, da CF (abaixo), percebe-se que apenas o crime 
de terrorismo é equiparado a hediondo. Diante disso, indaga-se todas as figuras delituosas estão 
abrangidas ou apenas a do art. 2º da Lei 13.260/2016? 
Há, na doutrina, duas correntes. Vejamos? 
1ª CORRENTE – Todos os crimes da Lei 13.260/2016 são terrorismo. Logo, todos são 
equiparados hediondos (Ampliativa). 
2ª CORRENTE – Apenas o delito do art. 2º é considerado terrorismo. Portanto, apenas este 
será considerado hediondo (Restritiva). 
Obs.: Os demais delitos, apesar de não serem equiparados a hediondos, terão as disposições da 
Lei dos Crimes Hediondos aplicadas, conforme o art. 17 da Lei 13.260/2016. 
Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, 
aos crimes previstos nesta Lei 
4. TERRORISMO 
 (IN) EXISTÊNCIA DO CRIME DE TERRORISMO NO BRASIL ANTES DA LEI 
13.260/16 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 5 
 
Entre o advento da CF/88 e a Lei 13.260/2016 (entrou em vigor em 18 de março de 2016), 
há divergência em relação à previsão do delito de terrorismo na legislação brasileira. Observe as 
correntes que tratam sobre o assunto: 
1ª CORRENTE – A Lei 7.170/83, em seu art. 20, já trazia a previsão do delito de terrorismo. 
Posição minoritária. 
Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere 
privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou 
atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos 
destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou 
subversivas 
 
2ª CORRENTE – não havia previsão legal (Alberto Silva Franco). Posição majoritária. 
Sustentava que considerar o terrorismo como crime, nos termos do art. 20 da Lei 7.170/83, 
era uma clara violação ao princípio da legalidade. 
O STF seguia a segunda corrente (PPE 730), afirmando que o delito de terrorismo não 
estaria previsto no ordenamento jurídico brasileiro. 
Com a vigência da Lei 13.260/2016, o terrorismo passou a ser previsto. 
 CONCEITO E PREVISÃO LEGAL 
O delito de terrorismo está previsto no art. 2º da Lei 13.260/2016, vejamos: 
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos (crime 
unissubjetivo) dos atos previstos neste artigo (norma penal em branco), por 
razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e 
religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou 
generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a 
incolumidade pública 
§ 1º São atos de terrorismo: 
I - Usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo 
explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, 
nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição 
em massa 
II – (VETADO) 
III - (VETADO) 
IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a 
pessoa ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou 
parcial, ainda que de modo temporário, de meio de comunicação ou de 
transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, 
hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas 
ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de 
geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de 
exploração, refino e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias 
e sua rede de atendimento 
V - atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 6 
 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à 
ameaça ou à violência 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de 
pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, 
religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos 
sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, 
com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, 
sem prejuízo da tipificação penal contida em lei 
 
Destaca-se que a maioria dos atos descritos já são considerados crimes pelo CP, mas serão 
considerados crime de terrorismo quando cometidos por razões de xenofobia, discriminação ou 
preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror 
social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade 
pública. 
Observações: 
• O terrorismo é um crime unissubjetivo, tendo em vista que pode ser cometido 
individualmente, sem prejuízo de ser praticado em concurso de pessoas; 
• O delito de terrorismo possui um especial motivo de agir (razões de xenofobia, 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião). Por isso os ataques do PCC 
não podem ser considerados como atentados terrorista; 
• O crime de terrorismo, além de terum especial interesse de agir (motivo), possui um 
especial fim de agir (para que), qual seja: provocar terror social ou generalizado; 
• Trata-se de crime de perigo concreto, pois é necessária a demonstração que o ato de 
terrorismo expos, efetivamente, a situação de perigo; 
• O parágrafo primeiro não traz crimes de terrorismo, mas sim atos que levam a prática do 
delito (rol taxativo). Tratam-se de condutas-meio para que o crime seja executado. 
 TERRORISMO COMO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO 
4.3.1. Corrente ampliativa 
Todos os crimes previstos na Lei 13.260/2016 são equiparados a hediondo. 
4.3.2. Corrente restritiva 
Apenas o crime previsto no art. 2º da Lei 13.260/2016 é equiparado a hediondo. 
 BEM JURÍDICO TUTELADO 
Na doutrina estrangeira, o crime de terrorismo possui, pelo menos, três bens jurídicos 
diversos (três correntes), são eles: 
1ªC - O mesmo bem jurídico tutelado pelo ato de terrorismo, haveria uma dupla punição. Por 
exemplo, explodir uma bomba que mata dez pessoas, haveria dez homicídios e o terrorismo; 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 7 
 
2ªC – o terrorismo é um atentado contra a democracia, pois é um ato praticado por 
motivações políticas. 
3ªC – tutela-se a paz pública (sentimento coletivo de confiança). Deve-se adotar em prova, 
segundo Renato Brasileiro. 
 SUJEITOS DO CRIME 
4.5.1. Sujeito ativo 
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Não se exige 
qualidade especial do agente. 
Obs1.: Terrorismo é quando, com uma ou mais conduta, provoca-se um sentimento coletivo de 
pânico. Assim, é necessária uma qualidade organizacional como elementar do crime de terrorismo? 
1ªC – o crime de terrorismo pressupõe uma organização terrorista. Portanto, só pode ser praticado 
por mais de uma pessoa (crime plurissubjetivo). É minoritária. 
2ªC – é um crime unissubjetivo (art. 2º da Lei 13.260/2016), sendo perfeitamente possível de ser 
praticado por um único indivíduo, a exemplo dos franco-atiradores de W.D.C. É Majoritária. 
Obs2.: LOBO SOLITÁRIO (Lone Wolf) – é aquele que organiza e executa atos de terrorismo 
sozinho, sem estar conectado a um grupo e sem apoio material para execução. 
4.5.2. Sujeito passivo 
É a coletividade, trata-se de crime vago. 
 TIPO OBJETIVO 
Consiste na execução reiterada e aleatória de crimes contra bens jurídicos relevantes. 
O parágrafo primeiro do art. 2º, em um rol taxativo, traz a descrição dos atos de terrorismo. 
 TIPO SUBJETIVO 
Em regra, os crimes trazem apenas o dolo como elemento subjetivo. Contudo, há 
determinados delitos que exigem, além do dolo, um especial fim de agir, a exemplo do crime de 
terrorismo que estamos analisando. 
O dolo do crime de terrorismo é a vontade e a consciência de praticar os atos de terrorismo, 
descritos no §2º, da Lei 13.260/2016. Somado ao especial motivo de agir (xenofobia, discriminação, 
preconceito de ração, cor, etnia e religião) e ao especial fim de agir (provocar temor generalizado). 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 8 
 
 
4.7.1. Dolo 
O dolo poderá ser direto ou eventual. Mão há terrorismo culposo. 
4.7.2. Especial motivo de agir 
a) Xenofobia 
A expressão xenofonia é formada por dois termos: XENOS (estrangeiros) + PHÓFOS 
(medo), significa aversão ao estrangeiro. 
b) Discriminação 
Significa promover distinção, exclusão, restrição ou preferência. Para ser crime, 
obrigatoriamente, deve ser acompanhada de preconceito. 
A descriminação poderá ser: 
o Positiva – está presente nas ações afirmativas (mecanismos para corrigir 
determinados desvios). Por exemplo, cotas raciais. 
o Negativa – tratamento desigual entre pessoas que possuem características 
iguais. É o que se pune. 
c) Preconceito 
É uma opinião formada antecipadamente. 
Para caracterização da descriminação e preconceito deve haver ligação com a ração, 
com a cor, com a etnia ou com a religião. 
Obs.: o preconceito contra a orientação sexual não entra aqui. 
d) Raça 
Identificação do indivíduo segundo características físicas ou biológicas. 
e) Cor 
É a tonalidade da pele. 
f) Etnia 
DOLO
ESPECIAL 
MOTIVO DE 
AGIR
ESPECIAL FIM 
DE AGIR
TIPO 
SUBJETIVO 
DO 
TERRORISMO
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 9 
 
Vínculos culturais semelhantes, a exemplo da língua. 
g) Religião 
Modo de manifestação da fé. 
4.7.3. Especial fim de agir 
É a intenção de causar terror social ou generalizado. 
Para a definição do especial fim de agir, é necessário compreender o método terrorista, 
caracterizado por: 
• Caráter aleatório ou indiscriminado de escolhas das vítimas (vítimas sem rosto); 
• Instrumentalização das vítimas (intimidação massiva). De acordo com a doutrina, há 
duas formas de instrumentalização, quais sejam: 
a) instrumentalização em primeiro grau – as vítimas do ataque terrorista são usadas 
como meio necessário para disseminação do terror em um grupo mais amplo da 
sociedade; 
b) instrumentalização em segundo grau – visa atingir o Governo para se buscar 
certas finalidades políticas 
• Perspectiva de reiteração dos atos. Não se trata de um crime habitual; 
• Terrorismo e mídia 
Obs.: Não há necessidade de finalidade política. 
 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
Quando restar consumado um dos atos terroristas. 
Admite-se, em tese, a tentativa. A maioria dos atos terroristas são plurissubsistentes. 
 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TERRORISMO DO ART. 2º, CAPUT 
DA LEI 13.260/2016 
a) Crime comum – praticado por qualquer pessoa; 
b) Crime unissubjetivo – pode ser praticado por um único indivíduo; 
c) Crime de perigo concreto – exige-se a criação de uma situação de perigo; 
d) Crime formal – a produção do resultado não é necessária para a consumação do delito; 
e) Crime de ação múltipla ou conteúdo variado – há vários núcleos; 
f) Crime de intenção – exige-se um agir com animo; 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 10 
 
g) Crime de resultado cortado – será caracterizado mesmo que não cause terror social. 
 DISTINÇÃO ENTRE TERRORISMO E ATOS DE TERRORISMO 
O crime de terrorismo está previsto no caput do art. 2º, não se confunde com os atos de 
terrorismo previsto no §1º do art. 2º da Lei 13.260/2016. 
Destaca-se que é norma penal em branco homogênea homovitelina, tendo em vista que o 
complemento é oriundo da mesma fonte legislativa 
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos 
previstos neste artigo (norma penal em branco), por razões de xenofobia, 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos 
com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo 
pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública 
§ 1º São atos de terrorismo: 
I - Usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo 
explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, 
nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição 
em massa 
II – (VETADO) 
III - (VETADO) 
IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a 
pessoa ou servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou 
parcial, ainda que de modo temporário, de meio de comunicação ou de 
transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, 
hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas 
ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de 
geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de 
exploração, refino e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias 
e sua rede de atendimento 
V - atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa 
Pena - reclusão, de doze a trintaanos, além das sanções correspondentes à 
ameaça ou à violência 
 MANIFESTAÇÕES SOCIAIS E TERRORISMO 
As manifestações sociais não podem ser consideradas como terrorismo, nos termos do art. 
2º, §2º da Lei Antiterrorismo, in verbis: 
Art. § 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva 
de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, 
religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos 
sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, 
com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, 
sem prejuízo da tipificação penal contida em lei. 
 
O disposto acima deve ser aplicado aos demais crimes previstos na lei 13.260/2016. 
5. ORGANIZAÇÃO TERRORISTA 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 11 
 
 PREVISÃO 
Está previsto no art. 3º da Lei Antiterrorismo, vejamos: 
Art. 3o Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por 
interposta pessoa, a organização terrorista 
Pena - reclusão, de cinco a oito anos, e multa 
 CONCEITO 
De acordo com Renato Brasileiro, deve-se utilizar o conceito de organização criminosa, 
previsto na Lei 12.850/13, acrescentando-se o conceito de terrorismo (art. 2º). 
Art. 1º, § 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) 
ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de 
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais (CRIME DE TERRORISMO) cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional 
6. PREPARAÇÃO DE TERRORISMO 
 PREVISÃO 
Art. 5o Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco 
de consumar tal delito 
Pena - a correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a 
metade. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas o agente que, com o propósito de praticar 
atos de terrorismo: 
I - recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que viajem para país 
distinto daquele de sua residência ou nacionalidade; ou 
II - fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele de sua 
residência ou nacionalidade. 
§ 2º Nas hipóteses do § 1o, quando a conduta não envolver treinamento ou 
viagem para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade, a pena 
será a correspondente ao delito consumado, diminuída de metade a dois 
terços. 
 INTER CRIMINIS 
 
 
 
 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 12 
 
COGITAÇÃO PREPARAÇÃO EXECUÇÃO CONSUMAÇÃO 
Pensamentos para 
prática do crime. 
Criação das condições 
necessárias para a 
execução do delito. 
Em regra, não são 
puníveis. 
Início dos atos. Todos os atos 
foram praticados 
para realização 
do crime 
 
Há delitos em que os atos preparatórios são puníveis, a exemplo do crime previsto no art. 5º 
da Lei Antiterrorismo. 
O grande problema do art. 5º é a falta de definição do que é considerado um “ato 
preparatório”. 
Renato Brasileiro salienta que o §1º não padece de nenhum vício. 
 RECRUTAMENTO DE COMBATENTES TERRORISTA 
É o delito previsto no art. 5º, §1º da Lei 13.260/2016, de acordo com a doutrina. 
De acordo com o Prof. Renato Brasileiro, o combatente terrorista estrangeiro é a pessoa que 
viaja para um Estado distinto daquele de sua nacionalidade ou de sua residência, com o fim de 
perpetrar, planejar, preparar ou participar de atos terroristas, ou fornecer ou receber treinamento 
para o terrorismo, inclusive em conexão com conflitos armados. 
Além disso, destaca que o treinamento para terrorismo deve ser compreendido como o fato 
de dar instruções para o fabrico ou para utilização de explosivos, armas de fogo ou de outras armas 
ou substâncias nocivas ou perigosas ou para outros métodos e técnicas específicas, tendo em vista 
a prática de uma infração terrorista ou que contribua para sua pratica, sabendo que os 
conhecimentos específicos fornecidos visam à realização de tal objetivo. 
7. FINANCIAMENTO AO TERRORISMO E ÀS ORGANIZAÇÕES TERRORISTA 
 PREVISÃO 
Previsto no art. 6º da Lei 13.260/2016, vejamos: 
Art. 6º Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em depósito, 
solicitar, investir, de qualquer modo, direta ou indiretamente, recursos, ativos, 
bens, direitos, valores ou serviços de qualquer natureza, para o 
planejamento, a preparação ou a execução dos crimes previstos nesta Lei 
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem oferecer ou receber, obtiver, 
guardar, mantiver em depósito, solicitar, investir ou de qualquer modo 
contribuir para a obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a 
finalidade de financiar, total ou parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, 
 
 
CS – TERRORISMO 2019.1 13 
 
associação, entidade, organização criminosa que tenha como atividade 
principal ou secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos crimes 
previstos nesta Lei 
 
Trata-se de exceção à teoria monista. Assemelha-se ao crime de financiamento para o 
tráfico de drogas. 
 CLASSIFICAÇÃO 
a) Crime comum; 
b) Crime formal; 
c) Crime unissubjetivo; 
d) Crime instantâneo. 
8. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ NA LEI 13.260/2016 
Primeiramente, observe o disposto nos arts. 15 e 16 do CP: 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução 
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados 
 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços 
 
A Lei 13.260/2016, em seu art. 10, prevê que mesmo antes de iniciada a execução do crime 
de atos preparatórios de terrorismo serão aplicados os institutos da desistência voluntária e do 
arrependimento eficaz. 
Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na 
hipótese do art. 5o desta Lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal 
 
No Código Penal tais institutos são aplicados apenas nos casos em que já houver iniciado a 
execução do crime. Aqui, incide já na preparação. 
9. JUIZ NATURAL PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES PREVISTOS NA 
LEI 13.260/2016 
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos 
nesta Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia 
Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça 
Federal o seu processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 
109 da Constituição Federal 
 
 
 
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À luz do art. 11, o juiz natural seria um Juiz Federal, tendo em vista que o crime atenta contra 
o interesse da União. Contudo, há sério problema de inconstitucionalidade, pois tutela-se a paz 
pública que não é um bem da União. 
O combate ao terrorismo é de interesse de todos e não apenas da União. Por isso, o correto 
seria afirmar que a competência é da Justiça Estadual. 
10. ATRIBUIÇÕES INVESTIGATÓRIAS EM RELAÇÃO AOS CRIMES PREVISTOS NA LEI 
13.260/2016 
Segundo Renato Brasileiro, não há nenhum óbice a investigação pela polícia federal, a qual, 
de acordo com a CF, poderá investigar crimes dotados de repercussão interestadual ou 
internacional. 
CF art. 144, § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, 
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ouem detrimento 
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e 
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, 
segundo se dispuser em lei 
11. APLICAÇÃO DAS DISPOSIÇÕES DA LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS PARA 
AINVESTIGAÇÃO, PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES PREVISTO NA LEI 
ANTITERRORISMO 
A Lei 13.260/2016 não tratou dos procedimentos investigatórios, faz referência à Lei das 
Organizações Criminosas para a investigação, processo e julgamento de todos os crimes previstos. 
Art. 16. Aplicam-se as disposições da Lei nº 12.850, de 2 agosto de 2013, 
para a investigação, processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei 
 
Destaca-se que o julgamento dos crimes previstos na Lei de Organização Criminosa é 
regulamentado pela Lei 12.694/2012 (juízos colegiados). 
12. APLICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS 
A Lei 13.260/2016 não transforma em hediondos, mas prevê aplicação das suas 
disposições. 
Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, 
aos crimes previstos nesta Lei 
13. CABIMENTO DE PRISÃO TEMPORÁRIA 
 
 
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A Lei Antiterrorismo alterou a Lei 7.960/89 a fim de admitir a prisão temporária para todos 
os crimes previstos nos seus dispositivos.

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