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Manual Caseiro - Lei Antiterrorismo

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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI ANTITERRORISMO 
Lei nº 13.260/2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ed. 2020 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
Lei Antiterrorismo – Lei nº 13.260/16 
 
LEI ANTITERRORISMO 
Lei nº 13.260/16 
 
 
 
Prezado aluno, passaremos nesse momento ao estudo da Lei Antiterrorismo. O presente material 
tem por objetivo reunir todas as informações que o candidato precisa para resolver questões dos certames 
públicos. Dessa forma, nosso material trouxe uma abordagem doutrinária sobre o tema objeto de estudo, a 
legislação (lei seca) e questões já cobradas em concurso público. 
A lei em estudo regulamenta1 o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, 
disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito 
de organização terrorista; e altera as Leis nºs 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto 
de 2013: estabelece definição de terrorismo, com pena de reclusão de 12 a 30 anos, além das sanções 
correspondentes à ameaça ou à violência. Considera que os crimes previstos são praticados contra o 
interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal e à Justiça Federal o seu 
processamento e julgamento. Dispõe sobre medidas assecuratórias e alienação antecipada de bens, direitos 
ou valores. Altera a Lei da Prisão Temporária e a Lei nº 12.850/2013, que define organização criminosa. 
Feita as devidas considerações iniciais, vamos ao conteúdo. 
Bons estudos, #TmJuntos! 
 
 
1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Antiterrorismo_(Brasil) 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
1. Fundamento constitucional 
 
Com a crescente e desenfreada expansão das ações terroristas, praticadas como ferramenta para 
desestabilizar políticas e afrontar grupos distintos que englobam bandeiras religiosas, culturais, intolerância 
racial entre outros, que o legislador diante à Constituição Federal Brasileira editou a referida lei, de modo 
que tais ações pudessem receber uma tratativa penal severa em nosso Ordenamento Jurídico. 
Nessa linha, a Lei n.º 13.260 de 2016 surge para regulamentar o disposto no inciso XLIII do art. 5º 
da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e 
reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis n º 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 
12.850, de 2 de agosto de 2013. 
E qual o fundamento constitucional da Lei? 
Vejamos: 
Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 O repúdio ao terrorismo é considerado um dos princípios que rege as relações internacionais. Além 
disso, o constituinte originário conferiu tratamento mais serve ao terrorismo, classificando-o como crime 
inafiançável e insuscetível dos benefícios da graça e anistia. Nessa esteira, vejamos: 
 
Art. 5º. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
Desse modo, contemplamos que o legislador cuidou de regulamentar uma norma constitucional 
prevista pelo constituinte originário, observando o mandado constitucional de criminalização. 
Candidato, e o que é terrorismo? 
Terrorismo, conforme mencionado, é um fenômeno que, após os atentados de 11 de 
setembro, atraiu a atenção mundial. Entretanto, o que significa atos de violência 
cometidos por agrupamentos revolucionários”, um “sistema de governo por meio de 
terror ou de medidas violentas” e, inclusive, “sistema, regime do Terror, em França 
(1793-1794)”. 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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 Noutra banda, nos termos do Art. 2º, da Lei n.13.260/2016, o terrorismo consiste na prática por um 
ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito 
de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, 
expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. 
 
2. Noções Introdutórias 
 
A Lei nº 13.260/16 foi criada as vésperas dos jogos olímpicos de 2016, cumprindo o Brasil com seu 
compromisso com a comunidade internacional, no qual é signatário de 12 tratados internacionais que visam 
a prevenção e o combate ao terrorismo. 
Essa lei não fica fadada apenas ao campo teórico, ganha relevância já no mundo prático, isso porque 
o Brasil já tem um caso em que criminosos foram processados e julgados pela prática de crimes previstos na 
referida Legislação. 
 
Art. 1º Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, 
disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e 
reformulando o conceito de organização terrorista. 
 
CF, Art. 5, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo 
evitá-los, se omitirem. 
 
 De acordo com o princípio da legalidade, somente o legislador poderá criar infrações penais para 
proteger os bens jurídicos mais importantes da sociedade, nem o Constituinte poderá fazê-lo, com base nisso 
este deixou uma “ordem” para criação de uma infração penal para proteger esses bens jurídicos mais 
relevantes, os chamados mandados constitucionais de criminalização. 
Desta forma o legislador cria em 1990 a Lei de crimes hediondos, em 1997 a Lei de tortura, em 2006 
atualiza a Lei de drogas, faltando somente a Lei antiterrorismo, a qual surge finalmente no ano de 2016. 
Candidato, se a edição da Lei ocorreu somente em 2016, podemos concluir que antes da Lei 
13.260/16 não existia crime de terrorismo no Brasil? 
 
 
 
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Uma primeira corrente afirma que já existia crime de terrorismo, no entanto, previsto pelo art. 20 da 
Lei 7.170/83 Lei da segurança nacional, doutrinadores que apoiam esta tese por exemplo são: CAPEZ e 
NUCCI. 
Lei 7.170/83 Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere 
privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de 
terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção 
de organizações políticas clandestinas ou subversivas. Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. 
 
 A segunda corrente, no entanto, discorda da primeira, tendo em vista que a Lei de segurança nacional 
fala em “praticar atos de terrorismo”, mas o que seria atos de terrorismo? A Lei deve ser clara e precisa, esse 
termo violaria o princípio da taxatividade penal. Tornando-se a corrente majoritária pela doutrina e sendo 
pacificado o entendimento em 2014: STF – Acolhia a segunda corrente - PPE 730/DF/2014. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(IBFC - Prefeitura de Divinópolis - MG - IBFC - 2018 - Prefeitura de Divinópolis - MG – Sociólogo). 
A Lei 13.260/2016 conhecida como Lei Anti Terror (BRASIL, Lei 13. 260, 2016) foisancionada no 
período dos Jogos Olímpicos realizados na cidade do Rio de Janeiro. Sobre a Lei e seu contexto, 
assinale a alternativa correta. 
a) A Lei 13.260/2016 vetada, por atentar contra a democracia 
b) A Lei 13.260/2016 coloca o Brasil em movimento oposto ao dos países europeus e dos EUA no 
tratamento aos atos terroristas 
c) Os movimentos sociais interpretaram, desde sua primeira redação, a Lei 13.260/2016 como inofensiva 
às suas práticas 
d) O teor da Lei 13.260/2016 aproxima-se aos das Leis de Segurança Nacional decretadas em 1935 e de 
1967 respectivamente 
Gab. D. 
 
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste 
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, 
quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo 
pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. 
 
 
 
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 Repare ainda que esse artigo não se trata de um artigo incriminador, ele é uma norma explicativa, 
trazendo os requisitos caracterizadores do crime de terrorismo. 
 E quais são esses requisitos? 
- “Prática por um ou mais indivíduos” – Crime monosubjetivo, concurso eventual de pessoas. Os crimes 
monossubjetivos, ou de concurso eventual são aqueles que podem ser praticados por apenas um sujeito, 
entretanto, admite-se a co-autoria e a participação. 
- Elemento subjetivo específico (motivação) – “por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de 
raça, cor, etnia e religião”; 
 - Xenofobia: Aversão ao estrangeiro (ódio, repúdio ao estrangeiro). 
 - Discriminação ou preconceito – O preconceito seria um conceito pré-estabelecido, um pré-
julgamento. Enquanto a discriminação seria o preconceito em ação, qualquer tipo de distinção, exclusão ou 
preferência. Atente que se trata de um rol taxativo, outro tipo de preconceito não é permitido, tendo em vista 
que violaria o princípio da legalidade in malam partem. Mas cuidado, neste aspecto o STF ao julgar a ADO 
26 e o MI 4733, entendeu que a orientação sexual estaria abrangida no termo “raça”, segundo NUCCI ouve 
uma interpretação evolutiva nessa temática. 
 
 Candidato, suponha que criminosos que estão presos emitam ordens para que membros da 
organização que se encontram do lado de fora do presídio comecem a atear fogo em ônibus, a depredar 
prédios públicos e a matar policiais visando aterrorizar a população. Nesse caso, estamos diante do 
crime de terrorismo? A situação narrada não configura crime de terrorismo, tendo em vista que falta o 
elemento subjetivo, os crimes não estão sendo praticados por motivação de xenofobia, aversão ao estrangeiro 
e tão pouco fala em discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou religião. Desse modo, a conduta não 
é hábil a caracterizar o crime de terrorismo. 
- Elemento subjetivo específico (finalidade) - “Finalidade de provocar terror social ou generalizado”, 
observe que a lei traz com a finalidade de, ou seja, elemento subjetivo específico, com motivação de 
xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, etnia, religião com a finalidade especifica de provocar 
terror social ou generalizado. Em suma temos que o crime de terrorismo exige duplo elemento subjetivo 
específico. 
- “Expor a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública” – Crime de perigo. 
 
 
 
 
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Requisitos do Terrorismo 
Especial motivo de 
agir 
“Por razões de 
xenofobia, 
discriminação ou 
preconceito de raça, cor, 
etnia ou religião” 
Especial fim de agir 
 
Finalidade de provocar 
terror social ou 
generalizado. 
Crime de perigo 
concreto 
Exposição de perigo à 
uma pessoa, ao 
patrimônio, à paz 
pública ou à 
incolumidade pública. 
Atos de terrorismo 
O art. 2º, § 1º traz um 
rol taxativo de atos 
terroristas, os quais 
funcionam como 
condutas-meio para a 
execução do crime de 
terrorismo. 
 
3. Crime de terrorismo 
Atente para o fato de que, para se falar em terrorismo além de praticar as condutas descritas no art. 
2º § 1 (I, IV, V condutas), terão de ser combinadas com art. 2º, caput (requisitos), na medida em que seu 
preceito primário traz uma definição incompleta do crime de terrorismo, tendo o complemento do caput no 
mesmo dispositivo, tratando-se, portanto, de norma penal em branco homogênea homovitelina. 
Relembrando! 
Norma penal em branco homogênea homovitelina – quando o complemento está contido na 
mesma lei que tipificou o crime. 
Norma penal em branco homovitelina é a norma que o complemento emana do próprio legislador e da mesma instância 
legislativa (norma incompleta e seu complemento integram a mesma estrutura normativa). Ex.: o artigo 312 do Código Penal trata 
do crime de peculato, conduta praticada por funcionário público. O conceito de funcionário público, para fins penais, está 
positivado em outro artigo, mais precisamente o 327, também do Código Penal. 
 
Art. 2º (...) § 1º. São atos de terrorismo: 
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases 
tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar 
danos ou promover destruição em massa; 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa, trata-se de crime comum. Crime comum é aquele que pode ser 
praticado por qualquer pessoa, não exigindo qualidade especial do agente. 
 Sujeito passivo: Coletividade (terror social ou generalizado) – Trata-se do que a doutrina denomina 
de crime vago: crime que tem por sujeito passivo um ente sem personalidade jurídica, por exemplo, a 
coletividade. 
 
 
 
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 Objeto jurídico: Paz pública. 
 Objeto material: Pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa, explosivos, gases tóxicos, 
venenos, conteúdos biológicos, químicos nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover 
destruição em massa. Trata-se de um rol exemplificativo na qual deverá ser feita uma interpretação analógica. 
 Núcleos do tipo; 
• Usar: Empregar. 
• Ameaçar usar: Promete fazer uso. 
• Transportar: Levar de um lugar para outro por meio não pessoal (interior de veículo por 
exemplo). 
• Guardar: Tomar conta de algo o protegendo sob vigilância. 
• Portar: Levar consigo em condições de pronta utilização. 
• Trazer consigo: Transportar junto ao corpo. 
 
Observação. Trata-se de tipo penal misto, alternativo de ação múltipla ou conteúdo variado. Se o 
terrorista utilizar mais de uma conduta, com o mesmo objeto material e no mesmo contexto fático dará ensejo 
a um só crime. 
O tipo penal misto é aquele em que o tipo penal possui dois ou mais verbos nucleares, que define a 
conduta do agente. No caso, a prática de somente uma ou mais dessas condutas, é suficiente para a 
caracterização do crime, respondendo por um único crime, se praticado no mesmo contexto fático. 
Elemento subjetivo: O agente deve agir com dolo (não existe modalidade culposa), vontade e 
consciência de praticar atos de terrorismo (Art. 2º, § 1º, incisos I, IV ou V). Exigindo-se, ainda, uma 
finalidade especial de agir que será dúplice; 
- Por razões de xenofobia ou discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou religião e; 
- Com a finalidade de provocar terror social ou generalizado. 
Consumação: Consuma-se com a prática de um dos atos terrorista previstos nos incisos, I, IV e V do 
§ 1º do Art. 2º. Trata-se de crime formal em todos os incisos, não sendo necessário que a conduta do agente 
provoque terror social ou terror generalizado, desde que esta tenha sido sua finalidade. Exemplo. Sujeito 
transporta explosivo com a finalidade de matar alguém por xenofobia para causar um terror social 
generalizado,o crime já estará consumado ainda que não cause o terror social generalizado. 
Tentativa: Em tese, é possível. 
 
 
 
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Ação penal: Será ação pública incondicionada. 
 
Art. 2º (...) § 1º. São atos de terrorismo: (...) 
IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, grave ameaça a pessoa ou 
servindo-se de mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo 
temporário, de meio de comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos, estações 
ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações 
públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais, instalações de geração ou 
transmissão de energia, instalações militares, instalações de exploração, refino e 
processamento de petróleo e gás e instituições bancárias e sua rede de atendimento; 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa, crime comum. Crime comum é aquele que pode ser praticado por 
qualquer pessoa, não exigindo qualidade especial do agente. 
 Sujeito passivo: Coletividade, crime vago, crime que tem por sujeito passivo um ente sem 
personalidade jurídica à exemplo da coletividade. 
Objeto jurídico: Paz pública. 
Objeto material: Meio de comunicação, portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, 
hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde funcionem serviços 
públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia, instalações militares, instalações de 
exploração, refino e processamento de petróleo e gás e instituições bancárias e sua rede de atendimento. 
Núcleo do tipo: Sabotar (destruir com finalidade de impedir o funcionamento) e apoderar-se (tomar 
para si e assumir o controle do meio de transporte por exemplo). 
Elemento subjetivo: Vontade de sabotar ou de apoderar-se, além do elemento subjetivo dúplice 
(crime por xenofobia ou discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião e com a finalidade de 
provocar um terror social generalizado.) 
Consumação: O crime estará consumado com a realização das condutas descritas no tipo penal, ou 
seja, com a realização dos verbos sabotar ou apoderar-se, desde que presentes os elementos subjetivos 
exigidos pelo “caput”. Crime formal. 
Tentativa: Em tese, é possível. 
Ação penal: Será sem dúvida, ação pública incondicionada. 
 
 
 
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§ 1º. São atos de terrorismo: (...) 
V - atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa: 
 
 Atente aqui para o fato da diferenciação do homicídio para um ato terrorista. A diferença estará no 
elemento subjetivo do crime, qual era a intenção do agente, matar alguém ou matar alguém por razões de 
xenofobia, ou discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião e com a finalidade de provocar um 
terror social generalizado, ou seja, a diferença básica é: se conter os requisitos exigidos pelo caput do art. 2º, 
em especial o elemento subjetivo dúplice. 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa, crime comum. Crime comum é aquele que pode ser praticado por 
qualquer pessoa, não exigindo qualidade especial do agente. 
 Sujeito passivo: Coletividade, sendo, pois, classificado como crime vago – crime que tem por sujeito 
passivo um ente sem personalidade jurídica à exemplo da coletividade. Muito embora nesse caso específico, 
o sujeito passivo também será a pessoa que sofreu o atentado a vida ou a integridade física. 
 Objeto jurídico: Paz pública, a vida e a integridade física. Trata-se de crime pluriofensivo. O crime 
pluriofensivo é aquele que viola a mais de um bem jurídico. Podemos exemplificar com o latrocínio, que 
atinge o patrimônio e a vida. 
Objeto material: Será a pessoa contra quem se atenta. 
Núcleo do tipo: É o verbo atentar. 
Elemento subjetivo: Atentar contra a vida ou integridade física além do elemento subjetivo dúplice 
(crime por xenofobia ou discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião e com a finalidade de 
provocar um terror social generalizado.) 
Consumação: Crime formal com o próprio verbo atentar. 
Tentativa: Possível, em tese. 
Ação penal: Pública incondicionada. 
Art. 2º (...) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções correspondentes à ameaça ou à 
violência. 
 
 
 
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 Observação. O crime de terrorismo não absorve os demais delitos decorrentes de sua prática. Por 
exemplo, homicídio, lesão corporal, dano ao patrimônio. Exemplo: se o sujeito comete o crime de terrorismo 
e mata 10 pessoas, responderá pelas penas do crime de terrorismo, bem como as penas do homicídio. 
 
3.1.1.1 Classificação doutrinária 
 
Crime Comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa, não exige nenhuma qualidade especial do 
agente. 
Crime unissubjetivo: O crime é de concurso eventual de pessoas, pode ser praticado sozinho ou por 
mais pessoas. 
Crime de perigo concreto: “...expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade 
pública”. 
 Crime formal: O resultado previsto no tipo penal “causar terror social ou generalizado”, não é 
necessário para a consumação do delito, ou seja, não é necessário que cause o terror social, basta ter a 
finalidade de causar. 
 Tipo penal misto (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado): O tipo penal possui mais de 
um verbo. Praticada mais de uma conduta, no mesmo contexto fático, haverá crime único de terrorismo, sem 
prejuízo das sanções correspondentes à violência. 
Crime de intenção: Conhecido também por “crime de tendência interna transcendente”. Nome dado 
aos tipos penais que possuem uma finalidade especial de agir. Exemplo. Homicídio, Art. 121. Matar alguém, 
não se exige aqui nenhuma intenção especial, exige-se apenas o dolo de matar, o que se difere da Extorsão 
mediante sequestro (Art. 159, CP), que tem o dolo de sequestrar pessoa, mas com fim de obter, para si ou 
para outrem, qualquer vantagem. Portanto o crime de terrorismo, é um crime de intenção, tendo em vista 
que se pratica atos por motivos de xenofobia ou discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião e 
com a finalidade de provocar um terror social generalizado. 
Crime de intenção ou de tendência interna transcendente – espécie de crime formal, 
em que o agente persegue um resultado desnecessário para a consumação. A 
finalidade de obter o resultado é elementar para a configuração do tipo, mas não a 
própria obtenção do resultado naturalístico, razão pela qual o tipo é incongruente 2. 
 
2 https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/ 
 
 
 
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Cuidado. O crime de intenção é subdividido em: 
- Delito de intenção de resultado cortado: O resultado visado pelo agente é dispensável para a 
configuração do crime e esse resultado não depende do comportamento do agente. Exemplo. Extorsão 
mediante sequestro; 
 Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, 
como condição ou preço do resgate: 
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
 Portanto, o agente sequestra a pessoa e a coloca em cativeiro, veja que o resultado visado é 
dispensável, já configurou o crime, bem como o resultado não depende de sua vontade, se os familiares não 
pagarem ele não conseguirá a vantagem, mas responderá da mesma forma pelo Art. 159. 
 - Delito de intenção mutilado de dois atos: O resultado visado pelo agente é dispensável para 
configuração do crime, mas esse resultado especial depende do comportamento do agente. Aqui o crime é 
de dois atos, o resultado dependerá do agente. Exemplo. Associação criminosa; 
Art. 288. Associarem-se 3 (três)ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: 
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos 
Observe que existe um dolo de se associar, mas com fim de cometer crimes, se associar com esse fim 
já configura a crime associação criminosa, mas esses outros crimes dependem da vontade do agente, então o 
resultado de cometerem o roubo dependerá deles. 
Art. 2º. (...) § 2. O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de 
pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de 
categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a 
contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e 
liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei. 
 
 As manifestações sociais desde que pacíficas, fazem parte e é da essência da democracia e não 
caracteriza crime. Lembrando que a liberdade de expressão não é absoluta, é punível todo excesso bem como 
o legislador afirma na expressão final “sem prejuízo da tipificação penal contida em lei”. 
 
Art. 3º. Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, 
a organização terrorista: 
 
 
 
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Pena: reclusão de 5 a 8 anos e multa. 
 O conceito de organização terrorista se encontra na Lei 12.850/13 (LOC): 
Art. 1º. (...) 
§ 1º. Conceito de organização criminosa 
§ 2º. Esta lei também se aplica: 
 I – (...) 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de 
terrorismo legalmente definidos. 
 Desta forma organização terrorista é uma organização criminosa (Art.1º, § 1º Considera-se 
organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada 
pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem 
de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional), que se destina a prática de atos terroristas. Para tanto 
temos a seguinte descrição: 
Organização Terrorista (art. 3º Lei 13.260/16) 
 
 
 
 
 
 
Associação de 4 
ou mais pessoas 
 
Pressupões 
estruturada e 
ordenada divisão 
de tarefas, ainda 
que informalmente. 
 
 
Com o objetivo de 
obter vantagem de 
qualquer natureza 
 
Finalidade 
específica para 
prática de atos 
terroristas. 
 
Pena: Reclusão de 
5 a 8 anos. 
 
 Sujeito ativo: Crime comum, mas aqui por se tratar de uma organização terrorista, deverá ter o 
mínimo de 4 pessoas. 
 Sujeito passivo: Crime vago, crime que tem por sujeito passivo um ente sem personalidade jurídica 
à exemplo da coletividade. 
 Crime Plurissubjetivo: Concurso necessário de pessoas 
 Objeto material: Não há. Isso é normal, o que não pode existir é crime sem objeto jurídico. 
 Condutas: 
• Promover: fomentar. 
• Constituir: formar, compor. 
 
 
 
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• Integrar: tomar parte, juntar-se. 
• Prestar auxílio: Contribuir, colaborar. 
 Tipo penal misto (Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado): O tipo penal possui mais de 
um verbo. Praticada mais de uma conduta, no mesmo contexto fático, haverá crime único. 
 Elemento subjetivo: O crime é doloso não existe modalidade culposa. O elemento subjetivo é 
específico, não basta apenas ter o dolo, terá de ter dolo para “praticar atos terroristas”. Sem esse objetivo 
específico, caracteriza o crime de organização criminosa da Lei 12.850/13. 
 Consumação: Com a simples associação (crime formal). 
 Tentativa: Não se admite. Ou as pessoas se reúnem com objetivos de cometer crimes e já incorrem 
no crime de associação ou elas não se reúnem. 
 
 Candidato, aquele que é surpreendido transportando explosivo para fim de cometer um ato 
terrorista pratica crime? Caso, haja os requisitos do Art. 2º caput, o elemento subjetivo dúplice, aliados a 
conduta descrita na questão na qual é prevista no Art. 2º § 1º, I. Haverá crime de terrorismo; 
Art. 2º (...) 
§ 1º. São atos de terrorismo 
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases 
tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar 
danos ou promover destruição em massa; 
 Cuidado. Nesta situação o Legislador está punindo uma ação preparatória de ato terrorista. O Código 
Penal prevê que; 
Código Penal Art. 14 - Diz-se o crime: (...) 
 Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 Lembre-se que temos a Cogitação + Preparação + Execução + Consumação. A partir da execução o 
bem jurídico já está sendo atacado, e já existe a punição, com a consumação o agravamento desta. Mas aqui 
temos uma exceção, uma punição à atos preparatórios, assim como faz no Art. 34 da Lei de Drogas, no tráfico 
do maquinário, o legislador pune de forma autônoma um ato preparatório em virtude da gravidade do crime. 
 
 
 
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 Candidato, aquele que é surpreendido no interior de sua casa, fabricando explosivo para depois 
transportá-lo com o fim de cometer um ato terrorista pratica crime? Sim, temos uma conduta de fabricar 
explosivo + transportar explosivo + praticar ato terrorista mediante explosivo. Ou seja, punição de atos 
preparatórios a atos preparatórios a prática de um crime de terrorismo. Embora seja alvo de debates 
doutrinários a Lei antiterrorismo prevê que: 
Art. 5º. Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco 
de consumar tal delito: Pena - a correspondente ao delito consumado, 
diminuída de um quarto até a metade. 
 
 Então o artigo 5º supracitado aliado ao art. 2º § 1º, I que pune atos preparatórios, sendo portanto uma 
exceção do Ordenamento Jurídico Brasileiro (punição já dos atos preparatórios). O art. 5º funcionando como 
verdadeiro “soldado de reserva” em relação ao crime de terrorismo (art. 2º). Uma vez alcançado o objetivo 
visado pelo agente (terrorismo), o tipo principal do art. 2º absorve o delito do art. 5º (crime progressivo ou 
de passagem). 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(FCC - DPE-SC - FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto). Sobre o iter criminis, é correto 
afirmar: 
a) A aferição do início do ato de execução do crime independe do elemento subjetivo do tipo. 
b) O Código Penal brasileiro adota a teoria subjetiva pura na aferição do início do ato de execução. 
c) A Lei Antiterrorismo (Lei n° 13.260/2016) prevê a punição de atos preparatórios de terrorismo quando 
realizado com o propósito inequívoco de consumar o delito. 
d) A punição da tentativa de crime culposo depende de expressa previsão legal. 
e) Em verdadeira regressão garantista, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a posse 
mansa e pacífica é necessária à consumação do roubo. 
 
Gab. C. O artigo 5º, da Lei nº 13.260/2016, o qual regulamenta e disciplina o terrorismo, estabelece 
explicitamente como sendo crime “Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco 
de consumar tal delito.” Desse modo, a assertiva C em consonância com o dispositivo legal encontra-se 
correta. 
 
 
 
 
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Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia). Nos termos da Lei n° 
13.260/16 (Lei Antiterrorismo), aquele que realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito 
inequívoco de consumar tal delito; 
 
a) responderápor tentativa de terrorismo e também por organização criminosa. 
b) responderá por contravenção penal. 
c) responderá somente por crime previsto na Lei de Organização Criminosa. 
d) responderá pelo delito consumado com diminuição de pena. 
e) não responderá por qualquer delito, por se tratar de fato atípico. 
Gab. D. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(MPE-GO - MPE-GO - MPE-GO - 2016 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto). Em 
conformidade com a Lei do Terrorismo (Lei 13.260/2016), marque a alternativa incorreta: 
 
a) É ato de terrorismo a conduta de apenas uma pessoa que, movida por preconceito religioso, ameaça usar 
gases tóxicos capazes de promover destruição em massa com a finalidade de provocar terror generalizado 
mediante a exposição da paz pública a perigo. 
b) A prisão temporária daquele que pratica qualquer dos crimes previstos na Lei do Terrorismo terá o prazo 
de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
c) É penalmente típica a conduta de realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco 
de consumar tal delito. Essa hipótese configura um crime obstáculo que não se compraz, segundo a Lei 
13.260/2016, com a resipiscência. 
d) A Lei do Terrorismo considerou que os crimes nela previstos são praticados contra o interesse da União, 
cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu 
processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição da República. 
Gab. C. 
Obs.: Os crimes de obstáculos dizem respeito às incriminações que antecipam a intervenção penal a 
momentos anteriores à realização do perigo imediato. Desse modo, são conhecidos como “delitos de perigo 
de perigo”. 
 
 
 
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Art. 6º Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em depósito, solicitar, investir, de 
qualquer modo, direta ou indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou serviços de 
qualquer natureza, para o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes previstos nesta 
Lei: 
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos. 
 
 Trata-se de um crime grave e vale destacar aqui que a Lei Antiterrorismo prevê este crime também 
como hediondo, assim como TODOS os crimes desta Lei, conforme o Art. 17: 
 
Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990, aos crimes 
previstos nesta Lei. 
 
 2.1.1 Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 
Lei 13.260/16, Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese 
do art. 5º desta Lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do Código Penal. 
 
E o que prevê o art. 15 do Código Penal? 
 Vejamos: 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984). 
 
Na desistência voluntária o agente pode prosseguir nos atos executórios, mas desiste por liberalidade 
sua e o crime não se consuma. Ex. Tício quer matar seu desafeto. Está armado com um revólver com 6 
munições. Disparou 3 vezes em direção ao seu inimigo e acertou todos os 3 na perna. A vítima caiu ao solo. 
Tício possui mais 3 munições, mas desiste e vai embora. A vítima sobrevive. Neste caso não tem um 
homicídio consumado, não tem um homicídio tentado (a tentativa o crime não se consuma por situação alheia 
a vontade do agente), respondendo, portanto, apenas pelos atos praticados, nesse caso, lesão corporal. 
Enquanto o arrependimento eficaz o agente esgota os meios de execução, mas voluntariamente 
impede a produção do resultado final. Leva a execução até o fim, mas age para impedir o resultado. Ex. Tício 
 
 
 
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está com o revólver com 6 munições e o descarrega no seu desafeto. Acertou os 6 tiros. Tinha 6 munições e 
atirou para matar as 6 vezes. Porém, arrependeu-se após ter alvejado a vítima e resolveu socorrê-la, 
impedindo a sua morte. Neste caso não tem um homicídio consumado, não tem um homicídio tentado (a 
tentativa o crime não se consuma por situação alheia a vontade do agente), respondendo, portanto, apenas 
pelos atos praticados, nesse caso lesão corporal. 
Desta feita temos essa configuração no âmbito dos institutos: 
Requisitos da desistência voluntária e do arrependimento eficaz 
Início da execução Não consumação do delito Interferência da vontade do 
próprio agente 
 
 Diferença da tentativa: Na tentativa o crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade 
do agente. 
 Consequência: Responderá pelos atos até então praticados, se típico. 
 Natureza jurídica: Prevalece o entendimento que se exclui a tipicidade do crime inicialmente 
desejado, subsistindo o crime até então praticado. 
 Observação. Esses institutos são chamados pela doutrina de ponte de ouro (institutos penais que, 
após o início da execução de um crime visam a eliminar a responsabilidade penal do agente, estimulando-
o a evitar a consumação). 
 Atenção. Desistência voluntária e arrependimento eficaz, de acordo com o CP, pressupõem a prática 
de ato de execução (3ª etapa do “iter criminis”). No entanto, a Lei Antiterrorismo admite que tais institutos 
sejam aplicados durante a fase dos atos preparatórios (2ª etapa). 
 
Lei 13.260/16 Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese 
do art. 5º desta Lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do Código Penal. 
 O art. 5º, Lei 13.260/16 tipifica atos preparatório de terrorismo. E o art. 15 do CP anuncia a desistência 
voluntária e o arrependimento eficaz. Exemplo. Ex. Tício é terrorista e adquiriu arma de fogo para praticar 
terrorismo, mas desistiu. Adquirir arma de fogo é ato preparatório de terrorismo. Como desistiu, não será 
responsabilizado pelo crime do art. 5º (atos preparatórios de terrorismo). No entanto, responderá pelos atos 
até então praticados, ou seja, pelo crime previsto no Estatuto do Desarmamento (porte ilegal de arma de 
fogo). 
 
 
 
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3.2 Competência 
 
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei são 
praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, 
em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos termos 
do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal. 
 
 Neste aspecto existem divergências doutrinárias acerca da possível inconstitucionalidade deste artigo. 
Em uma primeira análise a própria CF delimitou a competência da Justiça Federal (art. 109). O legislador 
ordinário não pode ampliar essa competência, salvo se a própria Constituição autorizar, o que não ocorreu 
nesse caso. Dessa forma, somente uma EC poderia alargar tal competência. 
 Outro argumento é possível que o interesse seja local ou regionalizado. Ex. Um terrorista que, movido 
por discriminação religiosa, coloca uma bomba em uma igreja para causar terror social. Não teria interesse 
da união nesse caso. 
 E por fim o crime está previsto em Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário, mas isso, 
por si só, não é suficiente para atrair a competência da JF. E para que haja competência da Justiça Federal 
terá de haver transnacionalidade, o crime de tráfico de drogas por exemplo pode ter a competência da Justiça 
Federal, mas caso seja em âmbito local será de competência da Justiça Estadual. 
 Portanto, em resumo a regra é de que, a competência será da Justiça Estadual e a investigação ficará 
a cargo da Polícia Civil,salvo quando presente interesse direto da União no caso. 
 Cuidado, se a questão da banca examinadora mencionar LEI, a competência será correta a ser 
assinalada é da Justiça Federal, conforme literalidade do art. 11. O referido dispositivo já foi, inclusive, 
objeto de cobrança em prova. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
(VUNESP - PC-SP - VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia). Nos termos da Lei no 13.260/2016 
(Lei Antiterrorismo), assinale a alternativa correta. 
a) Os crimes previstos na referida Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal 
a investigação criminal, em sede de inquérito policial. 
b) Aquele que for flagrado constituindo uma organização terrorista, não cometerá um crime, estando sujeito 
a responsabilização por realizar atos preparatórios do terrorismo. 
 
 
 
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c) O terrorismo consistirá sempre na prática por mais de um indivíduo de atos criminosos por razões de 
xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade 
de provocar terror social ou generalizado. 
d) São atos de terrorismo incendiar, depredar, saquear, destruir ou explodir meios de transporte ou qualquer 
bem público ou privado. 
e) São atos de terrorismo incendiar, interferir, sabotar ou danificar sistemas de informática ou bancos de 
dados, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado. 
Gab. A. 
 
4. Ferramental disponível para enfrentamento do Terrorismo 
 
Vejamos de forma ESQUEMATIZA: 
Cautelares pessoais: restrição da 
liberdade individual (destaque 
para as prisões temporárias e 
preventivas). 
Cautelares probatórias: 
produção de elementos (destaque 
para as provas decorrentes de 
busca e apreensão e das quebras 
de sigilo bancário, fiscal e 
telefônico). 
Cautelares assecuratórias: viés 
de ressarcimento ou perdimento 
(destaque para o confisco). É uma 
das formas mais eficazes de 
combater o crime organizado, a 
lavagem de dinheiro, o terrorismo 
é, sem dúvida, buscar, ainda 
durante a fase da investigação, a 
indisponibilidade dos bens das 
pessoas envolvidas (visão 
capitalista da investigação). 
 
Dentro desse espírito, o legislador prevê medidas assecuratórias para: 
a). Evitar que o acusado se locuplete indevidamente da prática delituosa; 
b). Assegurar o confisco como efeito da condenação; 
c). Garantir a futura indenização ou reparação à vítima da infração penal; 
d). Assegurar o pagamento das despesas processuais. 
 
Motivos para utilização das medidas assecuratórias: 
1) O confisco de bens e valores promove a asfixia econômica de certos crimes; 
2) A ineficiência das PPL; 
 
 
 
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3) A capacidade de controle das ORCRIM do interior dos estabelecimentos prisionais; 
4) Fungibilidade dos membros das ORCRIM; 
5) Possibilidade de investimento ou guarda de valores para uso após o cumprimento da pena; 
6) Regime legal deficiente de acompanhamento da execução da pena; 
7) Inutilidade da prisão para a reinserção social da elite social ou econômica. 
 
O art. 12 da Lei Antiterrorismo trata justamente destas medidas assecuratórias, destinadas à 
arrecadação cautelar (antes da sentença) e posterior confisco dos bens, direitos ou valores do investigado ou 
dos “laranjas”. 
Lei 13.260/16 Art. 12. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante 
representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em vinte e quatro horas, 
havendo indícios suficientes de crime previsto nesta Lei, poderá decretar, no curso da 
investigação ou da ação penal, medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do 
investigado ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, 
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei. 
 Observação. As medidas assecuratórias podem recair sobre bens do investigado, acusado e também dos 
denominados de “laranjas”. 
Trata-se das medidas listadas nos arts. 125 a 144 do Código de Processo Penal: 
1) sequestro; 
2) hipoteca legal, e 
3) arresto. 
São, evidentemente, medidas decretadas em relação a crimes cometidos no território brasileiro ou em 
que, em razão das circunstâncias, incide a extraterritorialidade da lei penal brasileira. 
 
Candidato, e se o réu consegue comprovar que o bem objeto da medida assecuratória possui 
origem lícita? Nesse caso, o juiz deverá obrigatoriamente liberar o bem? Não, segunda preceitua o art. 
12 §4º. Vejamos: 
Art. 12º (...) § 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores 
quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e 
 
 
 
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valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações 
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (...) 
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores para 
reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para 
pagamento de prestação pecuniária, multa e custas 
 
Ou seja, não é porque o indivíduo que está sendo investigado por terrorismo, conseguiu comprovar 
que os bens que estão indisponíveis foram adquiridos de origem lícita que, necessariamente, o juiz irá retirar 
a restrição, liberando os bens. Os bens podem permanecer indisponíveis para que em uma futura condenação 
possam pagar custas processuais, eventuais danos causados, etc. 
 
 Candidato, e se o produto direto ou indireto do crime não for encontrado ou se estiver localizado 
no exterior? O art. 91 do CP permite que as medidas assecuratórias recaiam sobre bens ou valores 
EQUIVALENTES LICITAMENTE adquiridos pelo acusado. 
Código Penal Art. 91 (...) 
 § 1 Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do 
crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. 
 Ou seja, se o imóvel no exterior vale 2x, irá ser decretado a perda de um imóvel que possua o mesmo 
valor de 2x aqui no Brasil, ainda que tenha origem lícita, da mesma forma será decretada a perda sob valores 
equivalentes. 
 Atenção, o PAC introduziu uma nova modalidade de confisco. No art. 91-A do CP: 
CP, 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior 
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, 
dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que 
seja compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei. 13.964 de 2019). 
 
 Essa hipótese seria uma modalidade de confisco “alargado”. 
 Agora o Código Penal terá três espécies de perdimentos de bens (confisco). 
a) Confisco de instrumentos e produtos do crime: Tem fundamento no art. 91, II, do Código 
Penal e alcança apenas aqueles bens que foram utilizados como instrumentos do crime, ou 
seja, os utensílios que, serviram ao agente na execução do delito e o produto do crime, vale 
 
 
 
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dizer, qualquer bem ou valor que represente o proveito auferido com a prática do fato 
delituoso. Tem aplicação em qualquer delito. 
 
b) Confisco por equivalência, por fungibilidade ou por extensão: Essa modalidade encontra-se 
prevista nos §§ 1º e 2º do art. 91 do Código Penal e autoriza o perdimento de valores e de 
objetos equivalentes aos produtos e proveitos de qualquer infração penal, quando estes não 
foram encontrados ou se localizarem no exterior. 
 
c) Confisco por presunção ou alargado: Trata-se de nova medida de despatrimonializaçãodo 
criminoso permitida pelo art. 91-A do Código Penal. Alcança todos bens e demais ativos 
sobressalentes à receita legal do condenado cuja origem não restou comprovada. Como já 
anunciamos, aplica-se apenas ao crime com pena máxima superior a seis anos de reclusão. 
 
Desta forma teremos dois pressupostos para a aplicação dessa nova espécie de confisco: 
• Condenação por crime com pena máxima superior a seis anos; 
• Incompatibilidade do patrimônio com a renda lícita do agente. 
 
Art. 12 § 1º § Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre 
que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver 
dificuldade para sua manutenção. 
 
 Este artigo traz a figura da alienação parcial de bens, que seria a venda, por meio de leilão, antes do 
trânsito em julgado da ação penal, dos bens que foram objeto de medida assecuratória, que estão sujeitos a 
qualquer grau de deterioração ou depreciação ou quando houver dificuldade para sua manutenção. 
 
Candidato, se o crime foi praticado no estrangeiro, poderá o juiz determinar medidas 
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores existentes no Brasil? Sim, se o terrorismo aconteceu no 
estrangeiro o juiz brasileiro poderá determinar medidas assecuratórias sobre bens existentes no Brasil, caso 
haja tratado ou convenção internacional e se solicitado pela autoridade estrangeira competente, segundo 
preceitua o Art. 15. Vejamos: 
 
 
 
 
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Art. 15. O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e 
por solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, 
direitos ou valores oriundos de crimes descritos nesta Lei praticados no estrangeiro. 
 § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção 
internacional, quando houver reciprocidade do governo do país da autoridade solicitante. 
 Candidato, é possível tornar os ativos indisponíveis sem decisão judicial? Sim, é possível. O 
Conselho de Segurança da ONU pode impor sanções a países, bem como a pessoas físicas ou jurídicas e 
essas sanções são aplicadas por meio de resoluções, as quais devem ser cumpridas imediatamente (art. 6º). 
Dentre as sanções existentes está a indisponibilidade de ativos que pertençam à pessoa física ou jurídica 
punida. A Lei n. 13.810, promulgada em 08 de março de 2019, vem com o propósito de agilizar o 
cumprimento de “sanções impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluída 
a indisponibilidade de ativos de pessoas naturais e jurídicas e de entidades, e a designação nacional de 
pessoas investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele correlacionados”. 
Neste caso, as medidas independem de o crime ter sido cometido no Brasil. 
 Caso tenha interesse de conhecer melhor a legislação em comento, só acessar o link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13810.htm 
Se o Conselho de Segurança das Nações Unidas emitir resolução impondo sanções a determinados 
indivíduos pelo cometimento de atos de terrorismo, o Brasil se obriga a cumprir medidas de indisponibilidade 
de ativos relacionados a esses indivíduos ainda que nenhuma conduta criminosa tenha sido cometida em 
nosso território, nem se justifique a aplicação da lei penal brasileira. Portanto, para o cumprimento imediato 
e extrajudicial das resoluções do CSNU ou de designações de seus comitês de sanções – A Lei 13.810/19 
dispensa o procedimento judicial (art. 9º). Vejamos: 
Lei 13.810/19 Art. 9º As pessoas naturais e jurídicas de que trata o art. 9º da Lei nº 9.613, de 3 
de março de 1998, cumprirão, sem demora e sem prévio aviso aos sancionados, as resoluções 
do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou as designações de seus comitês de sanções 
que determinem a indisponibilidade de ativos de titularidade, direta ou indireta, de pessoas 
físicas, de pessoas jurídicas ou de entidades submetidas a sanções decorrentes de tais 
resoluções, na forma e nas condições definidas por seu órgão regulador ou fiscalizador. 
 
 Destaca-se que a expressão “sem demora” significa “imediatamente ou dentro de algumas horas” 
(art. 2º, V). Ressalta-se ainda que no art. 9º da Lei nº 9.613/98 estão listadas uma série de pessoas físicas e 
jurídicas, as quais serão informadas sobre a existência da sanção e deverão tornar os bens do sancionado 
indisponíveis, mesmo sem ordem judicial. Exemplos: bancos, bolsa de valores, seguradoras, empresas de 
 
 
 
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leasing, factoring, vendedores de joias, pedras preciosas, objetos de arte, antiguidades, juntas comerciais, 
registros públicos, empresas de transporte de valores etc. 
 O Ministério da Justiça comunicará a existência das sanções impostas pelo CSNU aos órgãos 
públicos, os quais deverão adotar as providências pertinentes. Ex. Restrições à entrada de pessoas no 
território nacional, ou à saída dele, à Polícia Federal, para que adote providências imediatas de comunicação 
às empresas de transporte internacional. No entanto, todas as vezes que o Poder Judiciário, no Brasil, decretar 
medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores relacionados com crimes de terrorismo, o magistrado 
deverá, de ofício, intimar a União. Ou seja, quando o juiz decretar alguma das medidas asseguratórias a 
União terá de ser intimada, essa intimação serve para que a União saiba da existência desse fato e possa 
requerer, perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, as providências de designação nacional. 
 Designação nacional: é uma comunicação para o Conselho de Segurança da ONU (ou seu comitê) 
informando que existem suspeitos de terrorismo sendo investigados ou processados no Brasil a fim de que o 
organismo internacional avalie a situação e, se entender pertinente, edite uma resolução aplicando sanções a 
essa pessoa. Assim, a AGU, após receber essa intimação, irá comunicar a decisão ao Ministério da Justiça e 
ao Ministério das Relações Exteriores, para que essas duas Pastas deliberem se seria necessário ou não fazer 
a designação nacional. 
 Candidato, em regra, todos os ativos daquele que sofreu sanção do CSNU deverão ficar 
indisponíveis mesmo sem decisão judicial. Mas e se forem descobertos ativos do sancionado que não 
foram tornados indisponíveis pela via administrativa? Nesse caso, deverá ser comunicada à Advocacia-
Geral da União para que promova, sem demora, o auxílio direto judicial. Esse auxílio direto judicial é uma 
ação proposta pela União pedindo a indisponibilidade dos ativos em relação aos quais não se conseguiu a 
medida na via administrativa. 
Particularidades do auxílio direto judicial 
 1. O juiz determinará a indisponibilidade dos ativos sem oitiva do requerido. 
2. A competência para conhecer desse pedido é do Juiz Federal de 1ª instância (art. 109, I e III, CF). 
3. Requerido é citado para impugnar a determinação em 15 dias, podendo alegar: 
a) Homonímia; 
b) Erro na sua identificação; 
c) Exclusão da lista de sanções por determinação do CSNU; 
d) Expiração do prazo para sanção. 
 
 
 
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A União se manifestará em 15 dias sobre a impugnação e, em seguida, o Juiz proferirá sentença. 
Candidato, e se a pessoa física ou jurídica, aqui no Brasil, estiver sendo investigada no 
estrangeiro por atos de terrorismo e ainda não foi sancionada pelo CSNU. Será possível, nesse caso, 
decretar a indisponibilidade dos ativos como medida cautelar? Sim, sendo necessário o auxílio direto 
judicial. Nesse caso, a União, após ser provocada pela autoridade central estrangeira, irá ingressar com o 
pedido de auxílio direto judicial requerendoa indisponibilidade dos ativos (art. 18 da Lei nº 13.810/2019). 
O Auxílio direto judicial a requerimento de autoridade central estrangeira. 
 
5. Legislação 
Prezado, aluno! A lei antiterrorismo é uma lei recente, sua edição aconteceu no ano de 2016. Quando 
o examinador opta por elaborar uma questão sobre o tema, cobra de forma predominante o teor da legislação, 
ou seja, literalidade do texto normativo. Desse modo, reforçamos a importância da leitura dos dispositivos 
legais. Segue a legislação, logo abaixo: 
 
 
Art. 1º Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 
5º da Constituição Federal , disciplinando o terrorismo, 
tratando de disposições investigatórias e processuais e 
reformulando o conceito de organização terrorista. 
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais 
indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de 
xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e 
religião, quando cometidos com a finalidade de provocar 
terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, 
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. 
§ 1º São atos de terrorismo: 
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer 
consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos 
biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de 
causar danos ou promover destruição em massa; 
II – (VETADO); 
III - (VETADO); 
IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com violência, 
grave ameaça a pessoa ou servindo-se de mecanismos 
cibernéticos, do controle total ou parcial, ainda que de modo 
temporário, de meio de comunicação ou de transporte, de 
portos, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, 
hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, 
instalações públicas ou locais onde funcionem serviços 
públicos essenciais, instalações de geração ou transmissão de 
energia, instalações militares, instalações de exploração, 
refino e processamento de petróleo e gás e instituições 
bancárias e sua rede de atendimento; 
V - atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das sanções 
correspondentes à ameaça ou à violência. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual 
ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, 
movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de 
categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou 
reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou 
apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e 
liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal 
contida em lei. 
Art. 3º Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, 
pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização 
terrorista: 
Pena - reclusão, de cinco a oito anos, e multa. 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
 
 
 
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Art. 4º (VETADO). 
Art. 5º Realizar atos preparatórios de terrorismo com o 
propósito inequívoco de consumar tal delito: 
Pena - a correspondente ao delito consumado, diminuída de 
um quarto até a metade. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas o agente que, com o propósito 
de praticar atos de terrorismo: 
I - recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que 
viajem para país distinto daquele de sua residência ou 
nacionalidade; ou 
II - fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele 
de sua residência ou nacionalidade. 
§ 2º Nas hipóteses do § 1º, quando a conduta não envolver 
treinamento ou viagem para país distinto daquele de sua 
residência ou nacionalidade, a pena será a correspondente ao 
delito consumado, diminuída de metade a dois terços. 
Art. 6º Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em 
depósito, solicitar, investir, de qualquer modo, direta ou 
indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou 
serviços de qualquer natureza, para o planejamento, a 
preparação ou a execução dos crimes previstos nesta Lei: 
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem oferecer ou 
receber, obtiver, guardar, mantiver em depósito, solicitar, 
investir ou de qualquer modo contribuir para a obtenção de 
ativo, bem ou recurso financeiro, com a finalidade de 
financiar, total ou parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, 
associação, entidade, organização criminosa que tenha como 
atividade principal ou secundária, mesmo em caráter 
eventual, a prática dos crimes previstos nesta Lei. 
Art. 7º Salvo quando for elementar da prática de qualquer 
crime previsto nesta Lei, se de algum deles resultar lesão 
corporal grave, aumenta-se a pena de um terço, se resultar 
morte, aumenta-se a pena da metade. 
Art. 8º (VETADO). 
Art. 9º (VETADO). 
Art. 10. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de 
terrorismo, na hipótese do art. 5º desta Lei, aplicam-se as 
disposições do art. 15 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal . 
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os 
crimes previstos nesta Lei são praticados contra o interesse da 
União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em 
sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu 
processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 
109 da Constituição Federal . 
Parágrafo único. (VETADO). 
Art. 12. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério 
Público ou mediante representação do delegado de polícia, 
ouvido o Ministério Público em vinte e quatro horas, havendo 
indícios suficientes de crime previsto nesta Lei, poderá 
decretar, no curso da investigação ou da ação penal, medidas 
assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou 
acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que 
sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos 
nesta Lei. 
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do 
valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau 
de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade 
para sua manutenção. 
§ 2º O juiz determinará a liberação, total ou parcial, dos bens, 
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua 
origem e destinação, mantendo-se a constrição dos bens, 
direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos 
danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e 
custas decorrentes da infração penal. 
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o 
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa 
a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz 
determinar a prática de atos necessários à conservação de 
bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1º. 
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre 
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente 
da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para 
pagamento de prestação pecuniária, multa e custas. 
Art. 13. Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, 
ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou 
jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou 
valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de 
compromisso. 
Art. 14. A pessoa responsável pela administração dos bens: 
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será 
satisfeita preferencialmente com o produto dos bens objeto da 
administração; 
II - prestará, por determinação judicial, informações 
periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem 
como explicações e detalhamentos sobre investimentos e 
reinvestimentos realizados. 
 
 
 
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Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens 
serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que 
requererá o que entender cabível. 
Art. 15. O juiz determinará, na hipótese de existência de 
tratado ou convenção internacional e por solicitação de 
autoridade estrangeira competente,medidas assecuratórias 
sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos 
nesta Lei praticados no estrangeiro. 
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de 
tratado ou convenção internacional, quando houver 
reciprocidade do governo do país da autoridade solicitante. 
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou 
valores sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de 
autoridade estrangeira competente ou os recursos 
provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado 
requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o 
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. 
Art. 16. Aplicam-se as disposições da Lei nº 12.850, de 2 
agosto de 2013 , para a investigação, processo e julgamento 
dos crimes previstos nesta Lei. 
Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei nº 8.072, de 25 de 
julho de 1990 , aos crimes previstos nesta Lei. 
Art. 18. O inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960, de 21 de 
dezembro de 1989 , passa a vigorar acrescido da seguinte 
alínea p : 
“Art. lº ...................................................................... 
........................................................................................... 
III - ............................................................................. 
............................................................................................ 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.” (NR) 
Art. 19. O art. 1º da Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013 , 
passa a vigorar com a seguinte alteração: 
“Art. 1º ....................................................................... 
............................................................................................ 
§ 2º ............................................................................. 
............................................................................................ 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas 
voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente 
definidos.” (NR) 
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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