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Resumo Socioantropologia

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Sociologia Positivista
· O pensamento positivista foi fortemente influenciado pelas ciências da natureza.
· Surgiu no século XVIII com o filósofo e matemático francês Condorcet (1743-1794), que afirmou que a ciência da sociedade deveria ser uma “Matemática Social”, submetida à análise rigorosa e isenta de interesses e paixões. 
· Premissas do positivismo:
(1) A realidade se constitui essencialmente naquilo que nossos sentidos podem perceber; 
(2) As Ciências Sociais e as Ciências Naturais compartilham de um mesmo fundamento lógico e metodológico, elas se distinguem apenas no objeto de estudo; 
(3) Existe uma distinção fundamental entre fato e valor: a ciência se ocupa do fato e deve buscar se livrar do valor.
· A sociedade era vista como um organismo regulado por leis naturais, que funcionava harmonicamente e as ciências sociais deveriam descobrir essas leis invariáveis de seu funcionamento. 
· Para os positivistas, as sociedades tendiam a conservar sua harmonia, mas podiam passar por transformações, uma vez que estavam submetidas a um “processo universal de evolução da humanidade.” Todas as sociedades deveriam passar de um estado mais simples para organizações mais complexas, apresentando os mesmo estágios evolutivos. Essa semelhança evolutiva permitiria aos estudiosos desenvolver métodos comparativos “capaz de aproximar sociedades humanas de todos os tempos e lugares.”
· Saint-Simon chegou a denominar a ciência da sociedade de “fisiologia social”
· Auguste Comte (1798-1857): a ciência da sociedade ganhou contornos de uma teoria social, que a princípio, foi denominada “Física Social” antes de receber o nome de “Sociologia”.
· Émile Durkheim (1858-1917):
· Sociologia atinge status de disciplina científica.
· Ao publicar “As regras do método sociológico”, Durkheim estabeleceu que o objeto de investigação do cientista social eram os “fatos sociais”, que são externos aos indivíduos.
· Os fatos sociais caracterizados por três elementos básicos: 
a) coerção social: a pressão que os fatos exercem sobre os sujeitos independentemente se suas vontades e escolhas, podendo ocorrer, inclusive, ameaça de penalidade; 
b) externalidade: os fatos sociais são externos aos indivíduos, “as regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social”;
c) generalidade: todo fato social é geral, incidindo sobre todos ou sobre a maioria das pessoas.
· O cientista social deveria estudar os fatos sociais de maneira objetiva, neutra, impessoal e distanciada, postura que Durkheim denominaria neutralidade axiológica.
· Considera a sociedade como organismo vivo que tende ao equilíbrio. Quando essa sociedade apresentasse situações diferentes de seu estado harmônico, ela estaria funcionando de forma patológica ou anômica.
· O positivismo irá influenciar algumas correntes do pensamento antropológico, como o funcionalismo antropológico
O Materialismo Dialético de Karl Marx
· No fim do século XVIII, ocorreu a Revolução Industrial, com a inovação das formas de produção de manufaturas e consolidação do capitalismo. A revolução não incidiu somente na produção material, mas alterou as formas de organização social, distinguindo os sujeitos entre burgueses e proletariado.
· As condições degradantes de trabalho, com jornadas extenuantes, as desigualdades sociais, e os ideais da Revolução Francesa de igualdade, liberdade e fraternidade, levaram alguns intelectuais a tecerem duras críticas ao sistema capitalista e a almejarem a transformação social sem considerarem os conflitos internos à sociedade. Esses intelectuais do século XIX foram denominados socialistas utópicos.
· Socialismo utópico: doutrina política surgida no final do século XVIII e início do XIX, em que reformadores sociais propunham igualdade social por meio da união entre os setores produtivos – burguesia e operariado – não sendo capazes de anteverem as resistências que a sociedade capitalista oporia a eles.
· Karl Marx (1818-1883):
· Propõe o socialismo científico em contraposição ao socialismo utópico, entendendo que a transformação social se daria por meio do papel revolucionário do proletariado.
· Entre suas principais obras, estão: O Manifesto do Partido Comunista, A Ideologia Alemã, Miséria da Filosofia, Para a crítica da economia política, A luta de classes em França, O Capital.
· Marx compreendeu que a sociedade era movida pelos conflitos sociais.
· Afirma que “A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes.”
· Propôs a teoria do materialismo histórico tendo como base o método dialético. Marx entendia a sociedade dividida em duas instâncias: a infraestrutura e a superestrutura.
· A infraestrutura seriam as condições econômicas de produção;
· A superestrutura incluiria a cultura, instituições, política, tradições, etc.
· Sua teoria era materialista porque Marx privilegiava as condições materiais de existência, as formas de produção da sociedade, e era histórica porque enfocava o movimento, a dinâmica, o processo.
· A dialética de Marx é científica porque explica as contradições do pensamento e as crises da vida socioeconômica em termos das relações essenciais, contraditórias e particulares que as geram (dialética ontológica). E a dialética de Marx é histórica porque a mesma tem raízes nas – e é (condicionalmente) um agente das – mudanças nas relações e circunstâncias que descreve (dialética relacional).
· Marx constatou que, diferentemente de outras formas de produção, o capitalismo ocasionou uma ruptura entre a propriedade dos meios de produção (em posse da burguesia) e quem produzia os bens (proletariado). A distribuição desigual dos bens e recursos é responsável pelas desigualdades sociais e essas desigualdades, por consequência, formam as bases para a constituição das classes sociais.
· Conceitos importantes:
· Forças produtivas: condições materiais de toda produção, o que inclui matérias-primas, instrumentos e meios para produção, força de trabalho humano, etc.; 
· Relações de produção: organização para executar a atividade, “dimensão social do trabalho, forma como os homens se relacionam no processo produtivo”;
· Modo de produção: forma como a sociedade organiza suas forças produtivas e suas relações de produção. No caso, Marx estava preocupado com o modo de produção capitalista;
· Classes sociais: posição que os sujeitos ocupam na estrutura social, a partir da distribuição desigual de bens e recursos sociais. Sendo que, para Marx, as classe sociais seriam caracterizadas pela oposição, antagonismo, exploração e complementaridade.
· A separação entre o trabalhador e os meios de produção, levou Marx a elaborar o conceito de alienação que poderia se apresentar sob duas formas: 
· alienação econômica: em que o trabalhador é dissociado dos meios de produção e do produto de seu trabalho, perdendo o conhecimento e o controle acerca da totalidade do que produz; e 
· alienação política: o Estado não é imparcial e representa os interesses das classes dominantes.
· A ideologia serviria para encobrir a realidade social, impedindo que o proletário tomasse consciência de sua condição de explorado. A ideologia seria uma “distorção do pensamento que nasce das contradições sociais e que as oculta”. 
· Como forma de romper com a alienação, Marx defendeu a “práxis” como uma “atividade material humana, transformadora do mundo e do próprio homem”, constituindo, assim, uma ação dotada de consciência.
· Processo de alienação contribuiria para a configuração de um “fetichismo da mercadoria”, em que o próprio produto ganha autonomia em relação ao seu produtor.
· Segundo Marx, o capitalista recorre ao que ele denominou de processo de obtenção de “mais-valia”, que seriam formas de obter mais lucros. Identificou dois tipos de mais-valia: 
· Mais-valia absoluta aconteceria com o aumento da jornada de trabalho;
· Mais-valia relativa se daria com o aumento da produção por meio da mecanização e linha de montagem.
A Sociologia Compreensiva eMax Weber
· Max Weber (1864-1920)
· Em oposição à concepção positivista, Weber defende a pesquisa histórica e o respeito às características particulares de cada grupo social.
· Weber não achava que uma sucessão de fatos históricos fizesse sentido por si mesma. Para ele, todo historiador trabalha com dados esparsos e fragmentários. Por isso, propunha para esse trabalho o método compreensivo, isto é, um esforço interpretativo do passado e de sua repercussão nas características peculiares das sociedades contemporâneas. Essa atitude de compreensão é que permite ao cientista atribuir aos fatos esparsos um sentido social e histórico.
· Um conceito importante para a sociologia weberiana é o de “ação social”. A ação é social quando se orienta pelas ações dos outros, uma ação com sentido próprio, dirigida à ação dos outros. Pode apresentar-se em quatro tipos básico: 
a) ação racional com relação a fins: determinada por expectativas de comportamento ou resultados; 
b) ação racional com relação a valores: originada pela crença em determinados valores, como o ético, estético, religioso, etc.; 
c) ação afetiva: ocasionada pelos afetos e estados sentimentais; 
d) ação tradicional: determinada por um costume enraizado
· Para compreender a realidade social, Weber defendeu a elaboração de um tipo ideal, isto é, um modelo interpretativo para determinado fato ou fenômeno tendo como base a observação de casos particulares.
· O tipo ideal é previamente construído e testado, depois aplicado a diferentes situações em que o cientista presume que dado fenômeno possa ter ocorrido. Na medida em que o fenômeno se aproxima ou se afasta de sua manifestação típica, o sociólogo pode identificar e selecionar aspectos que tenham interesse à explicação. Trata-se de um modelo interpretativo, de uma abstração, não significando que os fenômenos tenham que se encaixar perfeitamente nesses tipos ideais.
· Entre suas obras destacamos: A ética protestante e o espírito do capitalismo; Economia e Sociedade; Ciência como vocação.
· A sociologia compreensiva weberiana influenciou algumas abordagens teóricas do social, entre elas podemos destacar o interacionismo simbólico e a fenomenologia.
· A concepção interacionista das relações sociais se fundamenta no princípio de que o comportamento humano é autodirigido e observável em dois sentidos: o simbólico e o interacional. Isso permite a qualquer ser humano planejar e dirigir suas ações em relação aos outros e conferir significado aos objetos que utiliza para realizar seus planos. Além disso, a concepção interacionista concebe a vida social como um consenso estabelecido na inter-relação, por isso, o sentido atribuído às ações é manipulado, redefinido e modificado através de um processo interpretativo consensual de grupo.
· Para os interacionistas, quando os grupos sociais estabelecem regras e normas de comportamento podem desencadear e reforçar relações de poder, entre os adaptados às tais regras e aqueles considerados “desviantes” ou inadaptados
· A fenomenologia ficou conhecida como “sociologia da vida cotidiana”, atentando-se para os fenômenos das experiências subjetivas e as interpretações do mundo decorrentes dessas experiências, isto é, as visões de mundo dos sujeitos.
· A fenomenologia propõe uma crítica ao objetivismo da ciência, enfatizando a subjetividade como fundante do sentido e da autocompreensão objetiva.
· Para o fenomenólogo Alfred Schutz, o modelo científico de compreensão do mundo social deveria partir dos seguintes princípios:
(a) intersubjetividade: estamos sempre em relação uns com os outros; 
(b) a compreensão: para atingir o mundo do vivido, a ciência tem que apreender as coisas sociais como significativas; 
(c) racionalidade e intencionalidade: o mundo social é constituído sempre por ações e interações que obedecem a usos, costumes e regras ou que conhecem meios, fins e resultados.

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