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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA DISCIPLINA: SILVICULTURA TURMA: F323XF SERINGUEIRA (Hevea sp.) Docente: Raul Teixeira de Andrade Discentes: Danielle de Sousa Silva Janaina Souza Ribeiro João Victor de Lima Santos Rooslany Queiroz Barreira Mayra de Moura Fernandes Conceição do Araguaia 2018 HISTÓRICO 1839 - Charles Goodyear descobre a vulcanização, que destaca a seringa como matéria-prima para pneus de carros e solas de sapatos; 1870 - Inicia-se o Ciclo da borracha, responsável pelo progresso da economia nacional do Brasil nesta época; 1889 - Momento de expansão de cidades e a abertura econômica na região, levando o início da Belle Époque Brasileira; 1913 - A cultura perde importância econômica nacional quando o botânico inglês Henry Wickman contrabandeia sementes para serem cultivadas na Ásia e Malásia, motivando a biopirataria para o declínio desta produção no país; Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/historia-da-seringueira-arvore-que-produz-borracha-natural/ Figura 1- Avenida Boulevard Castilhos França, em Belém. Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-8KwwK8XCjRg/VpgaxuVLP7I/AAAAAAAABvA/qUXYWuGRFFU/s1600/2pracadocas.jpg ASPECTOS ECOLÓGICOS Figura 2- Seringueira (Hevea sp.) adulta. Fonte: http://www.photomazza.com/Hevea-brasiliensis?lang=en Perene; Rústica; Semidecídua; Hábito ereto; Euforbiácia; Heliófita ou esciófita; Origem tropical; Característica da floresta amazônica nas margens de rios e lugares inundáveis; Taxonomia Figura 3- Hevea brasiliensis. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Seringueira Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Malpighiales Família: Euphorbiaceae Gênero: Hevea Espécie: Hevea sp. Nomes populares: seringueira; seringa; seringa-verdadeira; árvore-da-borracha; seringueira-preta; seringueira-branca; seringueira-rosada; cau-chu. INFORMAÇÕES BOTÂNICAS A polinização da seringueira é entomófila, operando para a alogamia nas flores dispostas em racimo e do tipo díclinas da planta monóica; A frutificação ocorre entre novembro e fevereiro, com a deiscência dos frutos a partir deste último mês; Aos quatro anos inicia-se a produção de sementes, e por volta de seis ou sete anos, a produção de látex, que é responsável ainda pelo transporte a armazenamento dos nutrientes absorvidos pela planta; Seu fruto apresenta-se como uma cápsula, que geralmente abriga três sementes de grandes dimensões, de formato oval, com a superfície ligeiramente achatada; ASPECTOS DE PLANTIO Figura 4- Seringal em arranjo cultivado. Fonte: wandee007 / Shutterstock.com Clima: tropical e úmido, com temperatura média de 25 ºC e pluviosidade média de 2.000 mm; Solo: textura leve, profundos e bem drenados, ligeiramente ácidos (pH 4,5 - 5,5), em altitudes de até 600 m; Época de plantio: mais favorável no início da estação das águas; Espaçamento: 7 a 8 m, entre linhas e 2,5 a 3 m entre as plantas, com densidade de 500 árvores/ha; Adubação e calagem Recomenda-se a análise prévia do solo para orientar de forma adequada a calagem e a adubação. Em seringais jovens, a mistura NPK deve ser aplicada em círculos crescentes, em função do desenvolvimento da planta, até o terceiro ano. Após este período, a adubação será feita em faixas laterais às plantas. O cronograma de adubação estende-se de outubro a março. Em seringais adultos, a adubação dever ser em função de uma nova análise de solo e, em casos especiais, também de folhas. Nessa fase, a mistura NPK dever ser aplicada, de uma só vez e por planta, no período de hibernação, por ocasião da queda de folhas que geralmente ocorre ente junho e julho. Após três ou quatro meses, sugere-se uma adubação complementar nitrogenada. Implantação Escolha e localização da área: áreas planas, alocando as linhas de plantio no sentido norte/sul; em áreas sujeitas a ventos fortes, dispor o plantio no sentido dos ventos dominantes e usar tutores; Preparo da área: preferencialmente a área deve ser completamente destocada, e se possível, arada e gradeada, a fim de facilitar os tratos culturais e a consorciação com outros cultivos; Material clonal: clones que apresentam copas menos densas com período regular de troca de folhas são os mais indicados; Propagação: a vegetativa por enxertia é o processo convencional para a produção de mudas de seringueira; Pragas e doenças O “mal-das-folhas”, causado pelo fungo Microcylus ulei, provoca a queda prematura de folhas. Destaca-se também as doenças provocadas pelo fungo Phytophthora sp. Os sintomas são: requeima, queda anormal das folhas, podridão dos frutos, cancro estriado do painel e cancro do tronco. Ainda há a “mancha aureolada”, causada por Thanatephorus cucumeris; a “antracnose”, pelo Colletotrichum gloeosporioides; a “podridão vermelha”, pelo Ganoderma philipii; a “podridão parda”, pelo Rigidoporus lignosus e a “podridão branca”, pelo Phellinus noxius. Quanto às pragas que atacam o seringal, há os ácaros, besouros desfolhadores, mandarovás, formigas, moscas brancas, cochonilhas, percevejos-de-renda e cupins. ASPECTOS ECONÔMICOS A produção comercial atual da seringueira concentra-se no sudeste asiático, com destaque para as plantações de Malásia, Indonésia e Tailândia. A produção brasileira só responde por 18% das suas necessidades, e o restante é importado de outros centros. Algumas regiões do Estado de São Paulo, maior produtor brasileiro de borracha natural, têm produtividade de até 1.500 kg/ha/ano, sendo uma das mais altas quando comparadas com as médias da Tailândia (1.100 kg/ha/ano), da Indonésia (750 kg/ha/ano) e da Malásia (1.000 kg/ha/ano) (IAC, 2004). Em áreas tradicionais da Bahia, os índices de produtividade alcançados oferecem perspectivas para a ampliação do cultivo, que já responde por parcela significativa na produção nacional. EXPLORAÇÃO DA HEVEICULTURA A extração de látex e a exploração da árvore seringueira continuam sendo importantes fontes de renda para milhares de famílias, como nas atividades extrativistas no norte do Brasil. A seringa é matéria-prima para mais de 30 mil itens, que vão de tinta até medicamentos, no entanto, a fabricação de borracha é o principal uso do látex e, em 2012, o Brasil produziu apenas 1,5% da borracha natural extraída em todo o globo, afirma o Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Figura 5- Extração de látex. Fonte: http://www.ecodebate.com.br/foto/131125b.jpg Beneficiamento e comercialização O látex pode ser comercializado de forma “in natura”, quando seu beneficiamento se processa fora da propriedade, ou pode ser utilizado na produção de folhas defumadas, desde que o imóvel disponha de pequenas usinas de beneficiamento. Ainda, a borracha pode ser comercializada como coágulos e cernambis. Na região sudeste da Bahia, há uma infraestrutura moderna de beneficiamento, que, além de absorver toda a produção regional, produz diferentes linhas básicas, desde o látex concentrado até os mais diversos tipos de borracha sólida com demanda no mercado. Indústria pneumática A importância da cultura da seringueira reside na qualidade da borracha natural que combina plasticidade, resistência a fricção, impermeabilidade a líquidos e gases e isolamento elétrico. Essas características são fundamentais para a fabricação de pneumáticos e de uma série de artefatos relevantes na vida do homem moderno, que dependem da produtividade Figura 6- Indústria pneumática. Fonte: http://www.portalregional.net.br/scripts/image.asp?cod=39733&width=450 de borracha seca nos seringais (MACEDO et al., 2002). Usos da madeira e semente A madeira remanescente pode ser utilizada como combustível ou celulose, e com tratamento químico, na indústria de móveis e na fabricação de portas, janelas, formas para concreto armado, vigas, colunas, painéis e artigos domésticos, como a madeira compensada.Já as amêndoas (sementes) fornecem óleo secativo muito usado na industria de tintas e vernizes, além de se mostrarem eficazes quando utilizadas como suplemento alimentar. Figura 6- Antônio Santos, elaborador de vários produtos à base da semente da seringueira . Fonte: Erico Xavier (2016) Fontes <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2016/03/semente-de-seringueira-e-usada-na-producao-de-suplementos-alimentares.html>. Acesso em: 25 de jun. de 2018. <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/historia-da-seringueira-arvore-que-produz-borracha-natural/>. Acesso em: 25 de jun. de 2018. <http://www.ciflorestas.com.br/texto.php?p=seringueira>. Acesso em: 25 de jun. de 2018. <http://www.ipef.br/identificacao/hevea.brasiliensis.asp>. Acesso em: 25 de jun. de 2018. <http://www.ceplac.gov.br/radar/seringueira.htm>. Acesso em: 25 de jun. de 2018. IAC - INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS. Programa Seringueira, 2004. MACEDO, R. L. G.; OLIVEIRA, T. K.; VENTURIN, N.; GOMES, J. E. Introdução de clones de seringueira no Nordeste do Estado de Minas Gerais, 2002. Cerne.
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