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EXEGESE BÍBLICA DO AT/NT Prof. Me Stewly Jefferson Exegese - ἐξήγησις Definições e pressupostos Segundo dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define o termo ‘’exegese’’ como comentário ou dissertação para esclarecimento ou minuciosa interpretação de um texto ou de uma palavra. Exegese é um estudo analítico completo de uma passagem bíblica, feito de tal forma que se chega à sua interpretação útil. Uma exegese é uma tarefa teológica, mas não mística. Existem certas regras e padrões sobre como fazê-la, embora os resultados possam variar em aparência, uma vez que as próprias passagens bíblicas variam bastante entre si (STUART, 2008, p. 23). Segundo Gordon D. Fee a chave para a boa exegese é a habilidade de fazer as perguntas certas para o texto a fim de captar o significado pretendido pelo autor. Boas perguntas exegética caem em duas categorias: ❑ questões de conteúdo ❑ questões de contexto (STUART, 2008, p.205) A bíblia foi escrita em uma época muito distante da nossa. Cultura diferente da nossa (ocidental), cultura bíblica é oriental que dificulta em entender uma série de costumes, valores, modo de pensar e agir encontrado na bíblia. (WEGNER, 2008, p. 12) Tarefa da exegese 1. É esclarecer as situações descritas nos textos, ou seja, redescobrir o passado bíblico de tal forma que o que foi narrado nos textos se torne transparente e compreensível para nós que vivemos em outra época e em circunstância e cultura diferentes. 2. É permitir que possa ser ouvida a intenção que o texto teve em sua origem. 3. É verificar em que sentido opções éticas e doutrinais podem ser respaldadas e, portanto, reafirmadas, ou devem ser revistas e relativizadas. ( WEGNER, 1998, p. 12 e 13) Principais Métodos exegéticos • Método Histórico gramatical • Método Histórico Crítico • Método Sociológico ( Métodos dos 4 lados) Estrutura método histórico Gramatical 1 . Texto ( visão geral, delimitação da perícope, Critica Textual) 2. Contexto ( contexto Histórico, literário, cultural) 3. Tradução 4.Analise (Analise Léxica, morfológica, estética, sintética, literária, Teológica) 5. Síntese ( Correção, atualização, Aplicação) Estrutura passo a passo exegético (Método Histórico Crítico) Estrutura passo a passo exegético 1. Tradução – traduzir de forma literal do texto grego. 2. Crítica textual - texto original do autor (manuscritos na antigos) 3. Análise literária – Delimitar e estruturar o texto. (perícope) 4. Análise da redação – contexto do evangelho, data, destino , e teologia) 5. Análise das formas – gênero literário, lugar d vivencial, intenção do texto 6. Análise do conteúdo 7. Análise teológica 8. Nova tradução 9. Atualização ( Estrutura método Sociológico ( método dos 04 lados 1 . Lado econômico 2. Lado social- das relações e conflitos entre as classes; 3. Lado político 4. Lado ideológico Primeiro passo Exegético 1- Tradução • A tradução é o primeiro passo a ser realizado na exegese. ❑ inteirar-se dos princípios que regem a tradução de texto bíblicos. ❑Realizar uma tradução própria do texto, do grego para português. ❑ Avaliar outras traduções feitas em comentário exegéticos. ❑Avaliar as modernas traduções do AT ou NT quanto ao seu grau de fidelidade ao texto original (WEGNER, 1989, p. 28) Dentro corpo da exegese, a tradução a ser feita, segundo este principio, denomina-se de tradução literal. Os recursos a serem empregados neste tipo de tradução são: ❑ Dicionário do grego bíblico e extrabíblico. ❑Gramáticas do grego neotestamentário e da época intertestamentária. ❑Edições interlineares do AT e NT. ❑Chaves gramaticais e/ ou linguísticas do AT e NT. As vantagens da tradução a) Ela nos familiariza com o texto grego que serve de base para exegese, [...] o texto a ser interpretado foi escrito originalmente em língua diferente da nossa. b) Ela mostra que tradução implica sempre também na interpretação. c) Ela aguça a nossa sensibilidade para o exame de outras traduções disponíveis, seja em comentários, ou em modernas versões portuguesas do AT ou NT SEGUNDO PASSO DA EXEGESE CRÍTICA TEXTUAL A crítica textual (CT) – Sua tarefa consiste em determinar com a maior exatidão possível o texto grego que deverá servir de base p/ a tradução e pesquisa posterior. (WEGNER,1998, p. 39) A necessidade da Crítica Textual Acontece pelo fato de que o NT foi escrito em grego e em manuscritos cujos originais desapareceram. Esses manuscritos foram sucessivamente copiados no decorrer dos séculos, de modo que conhecemos milhares dessas cópias na atualidade. Comparando essa cópias entre si, constata-se que o texto reproduzido nem sempre é igual. São exatamente as diferenças existentes entre essas cópias que perfazem o objetivo de estudo da CT . (WEGNER,1998, p. 39) TAREFA DA CRÍTICA TEXTUAL 1 – Constatar as diferenças entre diversos manuscritos que têm cópias do texto da exegese. 2 - Avaliar qual das variantes poderia corresponder com maior probabilidade ao texto originalmente escrito pelo autor bíblico. Tipos de Alterações pelos copistas 1. Alterações involuntárias. • Equívocos visuais ao copiar • Equívocos auditivos do copista quando os textos eram ditados • Falhas mentais, que levaram o copista a substituir , omitir ou inverter palavras do texto (devido à fadiga, sonolência...) Textos que não se encontram em manuscritos mais antigos Mt 17:21 ; 18.11; 23.14 Mc. 7.16; 9.44 e 46; 11.26 Lc 17.36 At 8.37; 15.34; 24.7 Rm 16.24 http://www.csntm.com/manuscript http://www.csntm.com/manuscript 2. Alterações voluntárias. • Harmonizações: os copistas tendiam a harmonizar os detalhes diferentes dos textos que possuem paralelos. • Correções de ortografia, gramática ou estilo. • Correções explicativas ou doutrinárias. • Correções geográficas e históricas TIPOS DE MANUSCRITOS Pag. 41 à 46 Crítica para avaliação das variantes 1. Critérios externos a) Devem ser preferidas as leituras dos manuscritos mais antigos. b) Devem ser preferidas as leituras dos manuscritos que estejam geograficamente mais expandidos. c) Devem ser preferidas leituras do melhor “tipo” de texto, ou seja, do alexandrino (Ex.: Unciais a, B, A, etc.) 2. Critérios internos Tendem a ser originais as leituras que : a) São mais difíceis quanto ao conteúdo. b) São mais breves. c) São menos harmonizadas com os paralelos. d) Possuem linguagem mais simples. e) São mais compatíveis com a teologia ou o estilo grego dos autores. f) Melhor explicam a origem das leituras variantes. Siglas para identificar a natureza das variantes (Pag. 48,49) Aparato crítico Apresentar a 27ª edição de Nestle-Aland: Novum Testamentum Graece (NTG) . Está versa tem em português. As versões AT • AT grego – LXX • Os manuscritos de Qumran – Rolos do Mar Morto • AT em siríaco – Peshitta • AT em Aramaico – Targum • AT em Latim – Vulgata e a Vetus Latina. ANÁLISE LITERÁRIA Análise Literária (AL) – Procura estudar os textos como unidades literariamente formuladas e acabadas. (WEGNER,1998, p. 84) Delimitação do texto a) A perícope assim delimitada descreve uma história coesa e completa, que tem um início, um meio e um final b) A perícope assim delimitada possui um conteúdo específico, que a distingue da perícope anterior e posterior. • Ex. A perícope anterior retrata uma discussão entre Jesus e os escribas e fariseus sobre as leis de pureza e impureza (15.1-11). • A perícope posterior transcorre em outro cenário (mar da Galiléia) e descreve, de forma sumária, várias curas de Jesus, de forma que o povo glorifica o Deus de Israel (15.29-31). ESTRUTURA DO TEXTO • Introdução V. 21: Localização da cena. • V. 22: O clamor insistente da mulher. • A trama central v. 23 : A reação inicial de Jesus à mulher: nenhuma palavra e A reação dos discípulos a Jesus V. 24-27: O diálogo entre Jesus e a mulher • Conclusão V28: A mulher recebe ajuda graças à sua fé. Identificar as rupturas entres textos ❑Mudançade identificação cronológica, Topográfica, de personagens, de conteúdo geral. Mudança de gênero, de linguagem discursiva para narrativa ou vice-versa. Paralelismo (pag. 90,91) 21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. 22 E eis que uma mulher Cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. 24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! 26 Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. 28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã. (Mt 15.21-28) Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro. Tendo entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se, 25 porque uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés. 26 Esta mulher era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio. 27 Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 28 Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças. 29 Então, lhe disse: Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha. 30 Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara. Na versão abaixo da ARA, as coincidências literais estão em negrito, e as parciais estão sublinhadas: Mt 15.21-28 Mc 7.24-30 QUARTO PASSO DA EXEGESE ANÁLISE DA REDAÇÃO OU ANÁLISE REDACIONAL (AR) AR – Visa captar as características de vocabulário, estilo e pensamento teológico de cada autor. (WEGNER, 1998, p. 122) Objetivos: constatar com que interesses e intenções os evangelistas modificaram ou não as tradições sobre Jesus que usaram para redigir seus evangelhos. Pressupostos: Os evangelistas não foram os criadores exclusivos das tradições que assumiram em seus evangelhos. Esta, em sua maioria, já existiam antes deles. A deles coube, tão somente, reescrevê-las, adaptando-se para novas situações e novas comunidades. I. Contexto do evangelho. II. Autoria III. Comunidade destinatária IV. Data da redação V. O contexto da perícope FONTE ‘’Q’’ = A fonte "Q" é definida como o material "comum" encontrado em Mateus e Lucas, mas não no Evangelho de Marcos. colocamos em negrito as partes do texto que Mateus acrescenta, e sublinhado as partes que ele modifica em comparação com o texto fonte de Marcos. Além disso, a intervenção de Mateus em sua fonte também se efetua na forma de algumas omissões significativas. Essas estão expressas na forma de espaços em branco. Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. 22 E eis que uma mulher Cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. 24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! 26 Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. 28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã. 24 Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro. Tendo entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se, 25 porque uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés. 26 Esta mulher era grega, de origem siro- fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio. 27 Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 28 Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças. 29 Então, lhe disse: Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha. 30 Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara contexto • Politica # Organização militar • Religião # Estrutura social • Economia • agricultura • Arquitetura • Vida doméstica • Vestimenta • Geografia Quinto passo da Exegese Análise das Formas ❑ Definir as características formais de um texto para, a partir daí, poder determinar o gênero literário ao qual pertence. ❑ Formas compreendem a soma das características estilísticas, sintáticas e estruturais presentes no conteúdo de um texto, ou seja, o seu perfil linguístico. ❑ Fórmulas representam palavras ou expressões fixas que podem perpassar vários textos, mas que não possuem lugar definido dentro deles. Objetivos A análise das formas - ou “análise morfo-crítica” - tem como objetivos: ❑Observar a quantidade e a natureza das formas presentes em um texto; ❑Determinar o gênero literário ao qual pertencem estas formas, ou seja, o tipo de textos em que sempre reaparecem novamente; ❑Determinar o lugar vivencial do texto, ou seja, o lugar em que o texto adquiriu sua forma atual; ❑Determinar a intencionalidade com que foi escrito e aplicado o texto, respectivamente, o seu gênero literário. A análise das formas percorre, em texto sinóticos, em 04 etapa a saber: 1. Determinação das características formais do texto. 2. Enquadramento destas características num gênero literário. 3. Associação do gênero literário com ‘’lugar vivencial’’ . 4. Associação do gênero literário, ‘’ lugar vivencial’’ e conteúdo do texto com a sua intenção. Formas em alguns textos Milagres: 1.Chegada do taumaturgo e encontro com a pessoa doente 2. Caracterização da necessidade de cura (cair no chão, pedidos de ajuda, etc.) + Descrição da natureza da enfermidade . 3. Ação milagrosa 4. Reações à cura (por parte do taumaturgo, da pessoa curada, dos circunstantes (ex.: admiração, aclamação, divulgação da fama, etc.) [Mc 1.27; 2.12; Lc 4.36] Paradigmas/controvérsias: ✓Ponto de partida do debate = ação ou comportamento de Jesus ✓ Os textos são formulados de forma breve e autônoma ✓ A parte narrativa é sóbria, sem muitos detalhes sobre tempo, situação, atores/as, etc. ✓O objetivo principal é ressaltar um dito/pronunciamento de Jesus, que é facilmente aproveitável para prédicas/sermões Gênero ❑ Pertencem a um GÊNERO LITERÁRIO aqueles textos que apresentam características formais iguais ou muito semelhantes. ❑ A definição de um gênero literário pressupõe um amplo conhecimento da literatura de uma certa época, pois para identificar gêneros é preciso comparar textos! ❑ Nos evangelhos foram identificados vários gêneros. ❑ a) Entre os gêneros narrativos contam os “paradigmas”, as “histórias de milagres”, a “história da paixão”, etc.; ❑ b) Entre os gêneros discursivos contam os “ditos” (sapienciais, legais, proféticos, etc.), as “parábolas” e similares (imagens, hipérboles, metáforas, comparações, etc.) Lugar vivencial: ‘’Sitz im Leben’’ • Lugar vivencial É O LOCAL DE ORIGEMDO GÊNERO, respectivamente de suas formas. É, por assim dizer, o berço em que o gênero passa a se configurar e adquirir o seu perfil. Pressupõe-se que o gênero de um texto adquire o seu perfil depois de ser repetido várias vezes no mesmo ambiente e em função dele. • Os lugares vivenciais mais destacados eram: o culto, a catequese e a missão. Além destes, poderiam ser citados: controvérsias com o judaísmo; controvérsias sobre a comunhão entre judeus e gentios; apologia diante de grupos adversários, etc. • Antigamente defendia-se a ideia de que • “cada gênero tem um único lugar vivencial, ao passo que a um mesmo lugar vivencial podem estar ligados gêneros diversos”. • Atualmente, a tese é outra: Não há correspondência servil entre gênero e lugar vivencial! Por isso, afirma-se que: • - “Vários gêneros podem reagir à mesma situação, e um só gênero pode ser uma reação a várias situações”. Ex.: as parábolas • - “O mesmo gênero pode ser empregado em ocasiões diversas; um mesmo texto pode até desempenhar funções diversas em diferentes contextos”. Intencionalidade dos textos Costuma-se dividir a intencionalidade dos textos em: A) Intencionalidade Genérica: é aquela que o texto possui em comum com todos os outros textos do mesmo gênero; B) Intencionalidade Específica: é aquela que cada texto tem bem especificamente, dada a originalidade do seu conteúdo. Exemplo: Uma história de milagres tem como intencionalidade genérica destacar o poder de cura de Jesus e exaltá-lo como terapeuta singular. Como intencionalidade específica pode ter por objetivo mostrar que Jesus teve compaixão por pessoas com problemas de pele, a exemplo dos leprosos. Utilidade da Análise das Formas ❑ Ajuda a não esperar de um texto informações que o seu gênero nem pretende dar. Ex.: os apotegmas –são dados sobre a biografia de Jesus , muitas vezes oferecidos por ele próprio atrás de palavras e ações. /paradigmas : são pequenas histórias que se concentram em torno de uma ou mais palavras de Jesus . ❑ - Auxilia a interpretar o texto de acordo com o gênero a que pertence. Ex.: parábolas não podem ser interpretadas como alegorias!; hipérboles não devem ser tomadas ao pé da letra! (“Quase morri de rir”). ❑ - Auxilia a identificar os objetivos com os quais os textos foram redigidos. Ex.: Estudos da intencionalidade dos textos. ❑- Ao perguntar pelo “lugar vivencial”, fomenta o estudo da vida, tarefa e funções desempenhadas nas primeiras comunidades. ❑- Subsidia a busca por paralelos de conteúdo e de teologia do texto, já que os melhores paralelos de conteúdo de um texto em regra podem ser encontrados em textos pertencentes ao mesmo gênero literário. Ex.: os melhores paralelos teológicos da prática exorcista de Jesus encontram-se nos diversos exorcismos! Limites da Análise das Formas ✓ 1. Pressupõe um elevado grau de erudição e conhecimento da literatura da época do NT, pois para identificar e definir um gênero é preciso comparar textos! ✓ 2. Considera como de maior valor histórico os textos em que o gênero se apresenta de “forma mais pura”, ou seja, com um maior número de suas características formais. Mas, na prática, nem toda piada precisa empregar a regra de três para ser autêntica. ✓ 3. Costuma defender a tese de uma evolução havida entre ditos – paradigmas puros – paradigmas menos puros – milagres – histórias sobre Jesus. Mas, por que diversos gêneros não poderiam ter coexistido simultaneamente, desde o princípio? Atualização ❑A tarefa da atualização é construir um ponte entre o significado do texto no passado e sua relevância para dias atuais. (WEGNER, 1989, p 310) 06 princípios básico p/ atualização 1. O significado atual de um texto não pode ser divorciado de seu significado original. 2. É preciso que se descubra o elemento comum ao contexto original do autor e do leitor. 3. É necessário fazer-se a divida distinção entre o cultural .... 4. Deve-se determinar o pensamento central da mensagem.. 5. Devem-se ser tomadas em consideração todas as partes do texto. 6. Deve-se descobrir e respeitar o fundamento teológico do texto.. ❑Objetivo : tornar a mensagem do texto relevante para atualidade. ❑Pressupostos: A palavra de Deus, embora escrita há muitos séculos atrás, preserva sempre uma mensagem atual. Ex: Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hb 4.12) Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça...(2 Tm 3.16) 03 dimensões de vida na atualização do texto 1. PESSOAL – compromisso como membro da igreja. 2. ECLESIAL – como corpo de Cristo 1. SOCIAL – responsabilidade como cidadão na sociedade. A comparação socirreligiosa • Definição: A comparação socirreligiosa perscruta os contexto culturais em que se formaram o textos neotestamentários (NT). Serve à demonstração de analogias e nexos evolutivos entre textos cristãos e tradições comparáveis do mundo religioso contemporâneo ( antigo Judaísmo, tradições gentílicas).[...] comparação fenomenológica.. Método sociológico ❑É complemento da análise histórico – crítica, o método visa reconstruir o comportamento coletivo típico das relações humanas em sua estruturas, conflitos e funções. (LARA, 2009, p.57) ❑A Sociologia enquanto ciência pode ser definida preliminar e genericamente como o estudo do comportamento social ou da ação social dos seres humanos. (SILVA, 1987, p. 1147) Uso do método sociológico Na América latina a corrente sociológica não poder ser compreendida fora do movimento que ficou conhecido como Teologia da Libertação (TL). (LARA, 2009,p. 67) A TL assumiu duas mediações teóricas e metodológicas de análise crítica da bíblia: histórico-crítico e a análise sociológica. (LARA, 2009, p. 68) principais biblistas latino-americanos ✓ Jorge Pixley ✓ Pablo Richard ✓ José Comblim ✓Milton Schwantes ✓ Carlos Mesters ✓Marcelo Barros ✓ Ana Flora Anderson ✓ Gilberto Gorgulho ✓ Juan Luis Segundo ✓ Severino Croatto O método dos quatro lados Esse método foi originalmente elaborado pelos membros da pastoral operária do ABC paulista. E está presente nos textos da Ação Católica Operária (ACO). É uma leitura que simplifica, para fins didáticos, a apresentação social em 04 grandes aspectos ou dimensões da realidade. 1. Lado econômico 2. Lado social- das relações e conflitos entre as classes; 3. Lado político 4. Lado ideológico. BÍBLIA Novum Testamentum Graece. NESTLE –ALAND , Eberhard et al (Eds.). 28. ed. rev. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2004. Lara, Valter Luiz. A Bíblia e o desafio da interpretação sociológica: introdução ao primeiro testamento à luz de seus contextos históricos e sociais. São Paulo: Paulus, 2009. Schnelle, Udo. Introdução à Exegese do Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 2004. Stuart, Douglas. Manual de Exegese bíblica: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2008. Wegner, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual metodologia – São Leopoldo: Sinodal: São Paulo: Paulus, 1998. Zabatiero, Júlio. Manual de Exegese. São Paulo: Hagnos, 2007. Referencias
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