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AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

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DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA _ VARA FEDERAL DA 
COMARCA DE X 
 
10 linhas 
 
Mévio (nome completo), naturalidade, estado civil, profissão, RG n°..., inscrito 
sob o CPF n°..., título de eleitor n°..., residente e domiciliado à rua..., bairro..., na cidade de 
X/..., email..., vem a presença de vossa excelência, por meio de seu advogado, infra assinado, 
email..., com escritório à (endereço), OAB n°..., com base no art. 5°, LXXIII da Constituição 
Federal na lei 4.717/65, vem propor 
AÇÃO POPULAR COM 
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA 
em face de Fulano de Tal, Presidente da República, residente à (endereço completo), 
União Federal, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ... com endereço para 
intimações à (endereço completo) e o Centro Nova Fronteira, pessoa jurídica de direito 
privado, CNPJ n°..., com endereço para intimações à (endereço completo), pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos. 
I – DOS FATOS: 
O Presidente da República, Fulano de Tal, concedeu a qualificação de 
Organização Social ao “Centro Universitário NF”, empresa privada que explora 
comercialmente atividades de ensino, ao qual seus dois filhos são sócios, contrato de ensino 
para descentralização das atividades de ensino, autorizando, gratuitamente, o uso de um 
prédio e destinando-lhe recursos orçamentários. 
Ainda, celebrou contrato com a referida instituição, dispensado a licitação, para 
que a mesma prestasse serviços de pesquisa de opinião. 
 
II – DO DIREITO 
II.I DO CABIMENTO 
O art. 5°, inciso LXXIII, da Constituição Federal, admite a ação popular, sendo o 
remédio constitucional responsável pela fiscalização dos atos lesivos ao patrimônio público 
[…]. Possui legitimidade ativa para pleitear a anulação do ato lesivo ao patrimônio público 
todo cidadão brasileiro, conforme art. 1º, Lei 4717/1965 […]. A Lei da Ação Popular 
prescreve, em seu art. 6º, que será proposta contra […], visando anular ato lesivo ao 
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico 
e cultural. 
Pelos fatos narrados ficou perfeitamente demonstrada a lesão à moralidade 
administrativa e ao patrimônio público, viabilizando o ingresso da presente ação. 
II.II DA TEMPESTIVIDADE 
Somente no caso da ação popular repressiva. Fundamento: art. 21, Lei 4.717/1965 – 
cinco anos. “A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos”. 
 
III – DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA: 
A ação popular tem previsão no art. 5°da Constituição Federal, garantindo o seu 
ajuizamento por qualquer cidadão no regular gozo dos seus direitos políticos, o que é o caso 
do autor, conforme doc. anexo. 
Os réus apontados na ação são efetivamente os responsáveis pelo ato ilegal, lesivo 
ao patrimônio público, conforme art. 6° da lei 4.717/65. 
 
IV – DOS ATOS LESIVOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E À 
MORALIDADE ADMINISTRATIVAS: 
Conforme descrito nos fatos, tais práticas se enquadram como atos lesivos ao 
patrimônio e a moralidade administrativa, conforme previsão expressa do art. 4°, incisos I e 
III, alínea “a”, da lei 4.717/65. 
De tal forma, os atos praticados pelo Presidente revelam clara imoralidade 
administrativa e de igual forma tamanha impessoalidade, vez que seus filhos foram 
beneficiados com as regalias concedidas a empresa aos quais são sócios, violando assim 
claramente também o art. 37, Caput, da nossa Carta Magna. 
Além disso, nota-se que a empresa “Centro Universitário NF” possui finalidade 
lucrativa, o que por si só já a impediria de ser qualificada como Organização Social, conforme 
art. 1° da lei 9.637/98. 
Tem-se ainda, no que tange a licitação, a ocorrência de mais uma ilegalidade, vez 
que a ausência de licitação não se sustenta, tendo havido violação ao art. 24, XXIV, da lei 
8.666/93, pois a dispensa de licitação somente alcança as atividades contempladas no contrato 
de gestão. 
V – DA TUTELA DE URGÊNCIA: 
Nos termos do art. 300, do Código de Processo Civil, “a tutela de urgência será 
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo”. 
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos: 
A probabilidade do direito, ou a verossimilhança dos fatos alegados, resta-se 
caracterizado vez que diversos veículos de comunicação, juntamente com os docs. anexos, 
demonstraram que Sicrano e Beltrano, filhos do Presidente, são sócios da empresa que irá 
receber tantos benefícios ilegais e imorais. 
Já o Risco de demora ou ao resultado útil do processo, se verifica uma vez que 
será repassada verba pública para A empresa, o que uma vez concretizado, dificultará o 
ressarcimento ao erário. Ainda, também foi disponibilizado para a mesma empresa o uso 
gratuitamente de um prédio para receber as novas instalações da universidade. 
Assim, faz-se necessário que seja concedida a tutela de urgência, liminarmente, 
para suspender o repasse de recursos e a utilização de bens públicos, assim como a anulação 
de todos os atos lesivos ao patrimônio e à moralidade administrativa praticados pelo 
Presidente Fulano de Tal. 
 
VI – DOS PEDIDOS: 
Pelo exposto, requer; 
a) A citação dos réus, por meio de seus representantes, nos endereços indicados, 
para, querendo, contestar o feito no prazo da lei; 
b) A concessão da tutela de urgência, liminarmente, para suspender o repasse de 
verba pública e utilização de bens públicos a empresa “Centro Universitário 
NF” e a anulação dos demais atos ilegais feitos pelo Presidente; 
c) A condenação dos réus ao pagamento de honorários advocatícios e ônus de 
sucumbência; 
d) Ao final, requer a procedência total dos pedidos, em especial a suspensão em 
caráter permanente do repasse de verba pública e utilização de bens públicos a 
empresa “Centro Universitário NF” e a anulação dos demais atos ilegais feitos 
pelo Presidente; 
e) Informa que de acordo com o previsto no art. 5°, inciso LXXIII, da 
Constituição Federal de 1988, deixou de recolher as custas processuais; 
 
 Protesta provar o alegado através de todos os meios de provas em direito admitidos. 
 
Dá-se a causa o valor meramente fiscal de R$ 1.000,00 (mil reais). 
 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
 
Local, Data 
OAB, 
Advogado

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