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Augusto Comte foi um Filósofo Francês (1)

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UNESP
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Karin Santana dos Santos. 
“PENSAMENTO POSITIVISTA E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA PRIMEIRA REPÚBLICA”.
 
Trabalho entregue à disciplina de introdução à Sociologia. Primeiro ano do curso de Ciências Sociais. Período noturno. Professora: Dr. Maria Valéria. 
Marilia 
2018
“PENSAMENTO POSITIVISTA E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA PRIMEIRA REPÚBLICA”.
 SANTOS, Karin Santana. 
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal indicar as contribuições do pensamento positivista no contexto educacional brasileiro na Primeira República. Para elaboração textual será usada como metodologia pesquisa bibliográfica de ordem qualitativa. Augusto Comte é fundador da corrente Positivista, considerado pai da Sociologia, vê nas ciências naturais meios para organizar e estruturar de forma racional a sociedade. Essa organização racional, no bojo estrutural brasileiro é esquadrinhada através das reformas de Benjamim Constant, que contou com referenciais cingidos á luz do positivismo, propagando um ideal de educação baseada na racionalidade, elitismo, cientificismo, e ordenamento lógico. 
Palavras chaves: Positivismo, Educação, Racionalidade. 
Introdução: 
 A corrente positivista, que tem como precursor Augusto Comte, forte influenciou diversos países. No que diz respeito ao Brasil houve transformações no campo educacional, republicano, sendo que cada elemento era guiado pela racionalidade científica, onde era imprescindível atender a máxima, que é necessária ordem para se ter progresso. 
Pensando na ordem, progresso, este trabalho tem o objetivo de indicar as transformações educacionais ocorridas na primeira república. Para especificar tais constatações usar-se-á como base pesquisa qualitativa, com autores da área. 
O texto será dividido em três etapas, na primeira será realizado apontamentos iniciais sobre o Positivismo, o que foi essa corrente filosófica, indicando que Augusto Comte, pai da sociologia, encontra nas ciências naturais meios para explicar e ordenar a sociedade em que estava inserido, partindo do momento histórico europeu, que passava por uma crise, governo de Napoleão, ascendência do capitalismo. 
Seguindo, a partir das concepções primárias apresentadas no item anterior, sendo que cada ciência deve seguir uma ordem sendo a sociologia a mais complexa das ciências, especificar-se-á a leis dos três estados, pois na ótica contista teológico, estado metafísico e o estado positivo ou científico, são estruturais, firmando no final a religião da humanidade, com preceitos universais.
Por fim, na última etapa será considera a reforma educacional na Primeira República, imbuída de ideais positivistas. Currículos extremamente literários, enfocando norma padrão, elitismo. 
APONTAMENTOS INICIAIS SOBRE O PENSAMENTO POSITIVISTA 
Augusto Comte foi um Filósofo Francês, (1798-1857), filho de uma família católica monarquista, porém, com fortes influências iluministas. Sua obra forneceu inúmeras contribuições a áreas como política, educação, todos seus esforços giravam em torno da tomada das bases ciêntificas como meio para garantir racionalização e ordenação.
O mesmo é considerado como pai e fundador da sociologia, visando compreender de forma organizada o estudo da formação e comportamento da sociedade e consecutivamente os princípios que a regulam. É através da busca por entender mundo através de princípios reguladores, refletindo sobre a realidade de forma sistemática, estabelecendo conceitos, que Comte ruma à adoção do método para gerar conhecimentos. .
O Positivismo foi uma corrente filosófica de pensamento, que teve como pano de fundo e cenário a realidade Europeia. Para compreender o momento é imprescindível considerar período histórico, ele nasce após revolução Francesa, passa pela era Napoleônica, vivencia a revolução de 48. É fato que Comte presenciou vários momentos de instabilidade, o que o levaria a pensar em uma forma de reorganizar a realidade. 
Tendo a consciência que tal sociedade passava por inúmeras transformações, com influências e nuance advindas do capitalismo, sociedade burguesa, individualista, uma sociedade cheia de controvérsias que precisava se firmar, o único caminho viável se dava através das ciências naturais. 
É de valor considerar que para entender o pensamento deste intelectual, é imperativo que vigore a necessidade de visualizar formas de organização. Sendo assim, nas ciências ele encontra meios para reestruturar, a sociedade, leis que fazem funcionar engrenagem social. 
 A ordem e a organização, para Comte, são a chave do progresso científico e social. Como filho do iluminismo, passando por vários momentos históricos, ele buscava encontrar uma ordem, pois, somente através dela é que será possível progredir, redimensionar determinada realidade, através de uma logica hierárquica. 
A Ciência Positiva na ótica do autor devia seguir uma determinada hierarquia: Astronomia, Física, Química, ate chegar à Sociologia, que é para o mesmo a ciência mais complexa. . 
A ciência demonstrava avanços nas descobertas das leis da natureza, seguindo essa dinâmica hierárquica chegava-se a um progresso, que ditaria como funcionaria a natureza, então, é presumível que a ciência pode entender as leis que fazem com que a sociedade funcione, deste modo, seria possível descobrir aspectos que mantém sociedade, e os que fazem com ela mude. 
Para analisar fatos que fazem com ocorra mudanças ele apresenta primeiramente uma distinção entre ordem estática e dinâmica, sendo que a distinção seriam as próprias condições sociais, estática ordem que as regimenta e a dinâmica seria compatível as leis gerais do progresso. 
Em todo o pensamento positivista, Comte expõe uma visão científica dos fatos, algo que se reflete no plano filosófico, refletindo sobre a sociedade, uma reforma, ruptura deve abranger analise objetiva dos fatos, tendo um método investigativo, com leis gerais que regem os fenômenos individuais, onde o homem pode agir sobre a realidade, é máxima do “ver para prever”
O que Comte faz é discutir um sistema moral, e o que é necessário para organizar a ordem social do momento vigente. Para isso seus estudos sistemáticos demonstram a figura de um reacionário, conservador.
O espírito positivista em suma, tem algumas máximas, retomando uma ver para prever, estudar o que é; e o que será é um dogma das leis naturais. Observa-se que tais leis têm base no cientificismo, uma vertente do pensamento humano, onde a razão atua com poder soberano, já que é através da ciência se explica o mundo, mundo físico- regido pelas leis da natureza, e social, mundo do qual o ser humano determina. 
O conhecimento valido é o cientifico, desta forma aplicar ciências naturais para explicar sociedade, nada mais é que explicitar que a ciência pura, rigor metodológico deve ser base de tudo, o que se busca é uma verdade absoluta e inquestionável. 
O pensamento positivista, de acordo com Comte é caracterizado pela subordinação da imaginação e da argumentação á observação.
 Cada proposição enunciada de maneira positiva deve corresponder a um fato, seja particular, seja universal. Isso não significa, porém, que Comte detenha empirismo puro, ou seja, a redução de todo o conhecimento a apreensão exclusiva de fatos isolados. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos. (GIANNOTTI, p. 11, 1983)
 
O que a citação acena é que é impossível reduzir fenômenos a um único princípio, no caso, metafísica. É algo muito mais complexo que engloba uma totalidade, que é descrita na lei dos três estágios. 
Concluindo, o pensamento de acordo com Comte, “instaura as ciências como investigação do real, do certo e do indubitável, do precisamente determinado e do útil”. 
LEI DOS TRÊS ESTÁGIOS. 
A Lei dos três estados ou estágios, em uma analogia, é como algo que vai do simples ao complexo, de acordo com o autor (Comte), cada ciência e a evolução dessas“deve obedecer à periodização dos três estágios”. (p.13). 
Os estágios são divididos da seguinte forma: teológico, estado metafísico e o estado positivo ou científico.
Resumidamente, pode-se apresentar o postulado da seguinte maneira:
Teológico- se voltava para explicação da sociedade e seus feitos através de ordem superior, deuses, entidades. 
Metafísico- abandono de explicar natureza de forma abstrata com ação de divindade, Deus, objetiva o que seria uma explicação racional, porém, não deixava de ser melhor que estado anterior, sai da explicação teológico e fomento dos sentimentos, moral. 
Positivo- humanidade progride e passa a ter domínio da natureza, emprego da razão, descobre-se leis da natureza e a sociedade passa a ser vista de forma objetiva. 
Daí três sortes de filosofia, ou de sistemas gerais de concepções sobre o conjunto de fenômenos, que se excluem mutuamente: a primeira é o ponto de partida necessário da inteligência humana; a terceira, seu estado fixo e definitivo; a segunda, unicamente destinada a servir de transição. No estado teológico, o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo. No estado metafísico, que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada um uma entidade correspondente. Enfim, no estado positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graças ao uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e similitude. A explicação dos fatos, reduzida então a seus termos reais, se resume de agora em diante na ligação estabelecida entre os diversos fenômenos particulares e alguns fatos gerais, cujo número o progresso da ciência tende cada vez mais a diminuir” (COMTE, C.Fil.Pos., 1973, 10; cfr. Cat.Pos., 1973: 192-193).
De forma sintética o que se prenunciava era que a política positiva, inicialmente vinha com função de regenerar sociedade, abandoando religiões, ou seja, deixando estado metafísico. Dentro dessa dinâmica, sociedade seria como um organismo, dotado de significância, sendo que cada indivíduo só é compreendido dentro do todo, dinâmica social. 
É pensando na unidade do ser humano que o positivismo vê na sociologia como “fim essencial de toda filosofia” a possibilidade de ter a totalidade se dá com sociologia, pois, segundo Comte, a totalização do saber “culmina em sistema indivisível, onde toda decomposição é radicalmente artificial, (...) tudo se relacionando com a humanidade é a única concepção universal”. (p. 17, 1983). 
É com base na humanidade que o positivismo avulta os fundamentos de uma nova religião, “Religião da Humanidade”. Ao falar em religião deve-se indicar que ela não tem relações ou laços com perspectivas metafísicas, a noção de religião conforme senso- comum é algo distante do positivismo, que rejeita crença no sobrenatural. 
No catecismo positivista ao dialogar o sacerdote com uma mulher, é explicito que a função da religião da humanidade consiste em regular cada natureza individual, congregando-a a uma lei comum para que seja possível obter harmonia. 
POSITIVISMO NO BRASIL E A EDUCAÇÃO 
O pensamento positivista no cenário brasileiro se firma com as reformas propostas no período republicano, no entanto para Ferreira (p.90, 1975) “a república não representou o início de uma nova política educacional”. 
 As reformas preconizadas por Benjamim Constan influenciaram diversas transformações, o lema da bandeira brasileira (ordem e progresso) é uma delas, é preciso que haja ordem para se ter progresso. 
Ferreira (p.91, 1975) ainda aponta que todo o estudo era literal e livresco. Tem-se nesse momento a criação do Ministério da Instrução, correios e os telégrafos em 1890, são elas que dão início a uma sequência de reformas.
Tendo em vista a multiplicidade do país, vários setores tiveram influencias positivistas, a educação é um deles. Comte na segunda lição do curso de filosofia positiva argumenta que: 
 “O problema geral da educação intelectual consiste em fazer com que, em poucos anos, um único entendimento, muitas vezes medíocre, chegue ao mesmo ponto de desenvolvimento atingido, durante uma longa série de séculos, por um grande número de gênios superiores, que aplicaram, sucessivamente, durante a vida inteira, todas as suas forças ao estudo de um mesmo assunto” (COMTE, p.34, 1973). 
O que Comte salienta é que a educação do sujeito indivíduo humano, tende a reproduzir uma determinada espécie, momento, transmitindo não as etapas, mas o movimento e o produto vêm daí a necessidade de ensinar filosofia e seus ramos. 
Para Comte, “Não se pode fazer [do método positivo] uma ideia nítida e exata a não ser estudando, sucessivamente e na ordem conveniente, sua aplicação a todas as diversas classes principais de fenômenos naturais” (COMTE, p. 43, 1973). 
“aprender consiste, portanto, em economizar o tempo da descoberta, beneficiando-se, embora, de seus resultados e respeitando sua ordem, da qual ele não pode ser dissociado. A educação é uma incorporação sistemática do humano no homem, ao mesmo tempo que uma integração do homem ao humano. Entre o homem e o humano é necessário um intermediário: o educador” (ARBOUSSE-BASTIDE, p.60,1957). 
 Pode-se perceber que a educação para Comte sistematiza e tem relação direta com a sua visão global de mundo, são várias as características e princípios educativos, pode-se citar dentre elas: que a educação é como a emanação do “poder espiritual moderno”, sempre será de certa forma autoritária, pois a relação entre professor- aluno é ascendente- descendente, ela é universal, para todos, e todas as camadas, inclusive proletários, mulheres. 
Além da educação formal, há grande foco na educação familiar, que é considerada educação espontânea, já que ela é uma das responsáveis pela educação moral, sendo marcada pela estética. 
É verificável que há preocupação científica, educação positiva, dotada de um literalismo, aprendizado em línguas estrangeiras. 
Segundo Neto, era prevalecente o ensino oral. É possível verificar isso com as reformas de Benjamim Constant, após a implementação da República, fato que ocorreu em meados de 1889, foi proposta uma reforma na qual o ensino e o currículo acadêmico seria substituído pelo currículo enciclopédico. 
Segundo Freitas a partir da obra de Moacyr Primitivo (apud DELANEZE, 2001), a reforma de Benjamin Constant teve 21 decretos, que foram publicados entre maio de 1890 e janeiro de 1891, “e foi a primeira reforma educacional da república brasileira, tinha foco em métodos e conteúdos e era de cunho liberal e elitista”. ( FREITAS, p.3, 2012). 
Os decretos em sua maioria eram sobre a educação e estabelecimentos mantidos pelo governo federal na capital federal, ressalvando o ensino superior que tinha instituições de ensino em outras cidades e capitais do país. A reforma incluiu disciplinas científicas, visto que as disciplinas oferecidas, até então, tinham influencia humanista e esta autoridade fazia com que as disciplinas científicas fossem excluídas, logo o currículo do ginásio era composto por sete anos e predominava as disciplinas científicas em relação às disciplinas clássicas ou humanistas. ( FREITAS, p.3-4, 2012).
Dentre os decretos estipulados é de se citar o de decreto nº 981, de 8 denovembro de 1890, um dos mais importantes, já que regulamentava a educação primária e secundária em âmbito Federal, descentralizando-a do ensino primário, deixando a mesma sob responsabilidade de seus respectivos Estados. 
O ensino primário englobava crianças de 7 a 13 anos, dividido em “três anos, logo, as crianças de 7 a 9 anos, cursavam o primeiro ano, aquelas de 9 a 11 anos o segundo ano e aquelas de 11 a 13 anos o terceiro ano. Quanto ao segundo grau, ou ensino secundário, seria destinado às crianças de 13 a 15 anos e composto de 7 anos” (FREITAS, p.3, 2012).
De acordo com as considerações expostas, Saviani (apud DELANEZE, 2001), considera que a reforma de Benjamin Constant, traz uma escola graduada, com referência os grupos escolares. Como parte das reformas o ensino em nível elementar se dava conforme o grau de instrução e o nível de aprendizagem de cada aluno.
Uma das maiores modificações, alterações ocorridas se deu segundo Freitas (2012, p.4) com nº 1036 A “foi regulamentado que deveria ser excluído o direito eclesiástico, ou seja, as leis relativas à igreja, dos cursos de Direito de Recife e São Paulo, em virtude da separação da Igreja e do Estado”. 
Decretos posteriores firmaram a regulamentação do curso de medicina, decreto nº 1269, e das escolas de Belas-Artes, de Minas, criando o Curso de “Engenharia, Engenharia Civil, e Politécnica que criou os cursos de Engenharia Civil e Engenharia Industrial que ao final do curso, além de título de Engenheiro, o aluno seria bacharel em Ciências”. (FREITAS, p.5). 
É de se concluir que tal forma de ensino não abandona o tradicionalismo, mas há um acréscimo de estudos que envolvem ciências vistas como fundamentais. Dentre as disciplinas presentes: 
Aritmética Geometria Preliminar, Geometria Geral, Mecânica Geral Física Geral Biologia Sociologia Álgebra Elementar Trigonometria Retilínea Álgebra Trigonometria esférica Química Geral, Zoologia Moral, Geometria Especial, Cálculo Diferencial Astronomia _ Botânica Direito Pátrio, Cálculo Integral Geometria Celeste _ _ Economia Política, Mecânica Celeste, Português, Latim, Francês, História Universal História do Brasil, Geografia Inglês ou Alemão, Hist. da Lit. Nacional Desenho Música Ginástica. 
O caráter plenamente elitista das disciplinas é visível, um currículo clássico, dotado de formalismo disciplinar, o que indica de acordo SILVA (p. 222, 1969) “que ideal de formação enciclopédica, na forma em que o concebia Benjamim Constant, nem sequer poderia ser seriamente ensaiado”. 
É fato que a reforma postulada rompeu com a tradição clássica humanística, rumou ao cientificismo, que era ponto central, as disciplinas seguiam uma determinada ordenação (Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral). 
Mas é de se corroborar que as disciplinas tradicionais continuaram no escopo curricular, Latim e Grego, foram acrescidos ao currículo anterior estando ligados diretamente a ordens de disciplinas cientificas, o que deixou o ensino secundário extremamente enciclopédico. 
“Os princípios que foram orientadores e norteadores da Reforma foram a liberdade e a laicidade do ensino e a gratuidade da escola primária. Além disso, pretendia tornar o ensino secundário formador e não apenas destinado à preparação ao ensino superior” (MIORIM, 1998, p. 88). 
O sistema educacional para Silva podia ser resumido da seguinte forma: 
“1. O estudo da ciência positiva fornece-nos o único meio racional de pôr em evidência as leis lógicas do espírito; 2. a filosofia positiva deve conduzir a uma transformação do nosso sistema de educação; 3. o ensino científico pode ser considerado como a base da educação geral, verdadeiramente racional; 4. a filosofia positiva pode ser considerada como a única base sólida da reorganização da sociedade” (Silva, 1999, p.39).
Em todo o pensamento positivista o que dá baldrame a ciência é à base de uma filosofia racional, toda reforma segue três princípios clássicos, que devem ser harmônicos, definidos na celebre referencia de comte “O Amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.
A razão, o cientificismo atua de certa forma como instrumento de leitura do mundo, sendo esta uma leitura que leva a construção, cuja qual o conhecimento é definição de qual será o destino do ser humano. Resumidamente o positivismo, visa restringir tudo a uma esfera racional, e para isso conta com cientificismo, que explica o progresso como parte do que será resultado de uma evolução linear da humanidade rumo ao desenvolvimento das ciências. 
Sendo assim, é justificável a ação humana através do ideal de progresso, contando com a técnica, para que se torne viável a previsão e a ação. O ensino segue a mesma lógica, segundo Motta e Brolezzi apud Gómez-Granell (2002, p.16). 
O ensino, em decorrência dessa visão racionalista, estrutura-se com a preocupação de manter a reprodução da sociedade e concebe o aluno como quem recebe, processa e devolve informações. Para Gómez-Granell (2002, p.16), a epistemologia positivista criou uma concepção coerente com a racionalidade da filosofia e da ciência moderna ao considerar o pensamento e a lógica formal como padrões ideais e o conhecimento cotidiano como deficitário, intuitivo, particularista e concreto. Assim, o pensamento abstrato e científico, marcado pelas leis impessoais e naturais da ciência, é considerado o nível mais evoluído de conhecimento, resultado do progresso individual e coletivo, e seu desenvolvimento, tanto no plano ontogenético quanto no plano filogenético, implicaria o desaparecimento do conhecimento cotidiano. Desse modo, a visão de racionalidade positivista traz como consequência uma delimitação do raciocínio humano, que aplica o pensamento científico e o pensamento cotidiano em situações específicas e distintas, em diferentes tipos de atividades, sendo que em um mesmo indivíduo podemos perceber formas de pensamento cotidiano e de pensamento científico. Ao mesmo tempo, o conhecimento científico envolve uma necessidade de explicitação e de racionalização que ficou socialmente atribuída à escola, através da “transposição didática” dos conteúdos. 
Ocorre que o conhecimento escolar não é o conhecimento científico, como também não é o conhecimento cotidiano. A apresentação acerca desse assunto, novamente Iskandar e Leal (p.5, 2002) admitem que:
A educação influenciada pelos ideais positivistas carece de incentivo ao desenvolvimento do pensamento crítico. A educação tecnicista apoiada nos ideais positivistas não deve reduzir-se apenas ao ensino técnico, mas deve preocupar-se também em buscar a razão do próprio procedimento técnico. Aceitar a ciência como o único conhecimento, como queria o positivismo, é algo reducionista que perde uma considerável parcela de conhecimento que não estão no dado fica prejudicada tanto a criação como a dedução. 
Finalizando, visão acerca do positivismo evidencia que o conhecimento verdadeiro é produzido pela ação das ciências, geralmente não abordam as dinâmicas dos fatos e sim buscam relações Triviños (1987, p. 36).
Sendo assim, toda a neutralidade que faz parte do conhecimento positivo e é garantida pela objetividade do cientista, e acaba por ignorar fatores humanos, já que o é verdadeiro é apenas o que pode ser confirmado, limitando o conhecimento de ordem cientifica à experiência sensorial. (Motta, Brolezzi, p. 9). 
“Com isso, os valores culturais, as condições históricas e as diferentes condutas humanas são ignorados na unificação metodológica positivista para tratar a ciência natural e a ciência social”. (MOTTA, BROLEZZI, p.10).
CONSIDERAÇOES FINAIS. 
Não é pretensão deste trabalho esgotar discussões acerca do Positivismo, já que esta é uma corrente filosófica vasta que teve e tem influencia direta sobre inúmeras áreas, sociais educacionais, políticas. 
Como já apetecido o Positivismo no Brasil teve na primeira república, com as reformas de Benjamim Constant, tais consideraram uma educação elitista, com currículo racionalista.
Houve um abandono da educação que era incumbência da igreja, preocupando-secom postura científica racional. Vários decretos foram firmados, dentre eles, o que versava sobre cursos de direito e medicina. 
 É perceptível o caráter positivo através do currículo, segue uma determinada estrutura, conteúdos como Astronomia, Álgebra, Física ate chegar na ciência mais complexa, que de acordo com Comte é a sociologia. 
O conhecimento e sua transmissão se davam de forma extremamente clássica, livresca, tradicional. Essa educação baseada na técnica, racionalidade, veio a ser contestada, pois carecia de apreciações criticas, já que educação deveria buscar razão nos próprios procedimentos.
Fechando a guisa de conclusões, para o momento houve avanços, no que concerne a racionalidade, distanciamento de uma lógica metafisica propagada pela igreja. 
No entanto, conceber a ciência como o único conhecimento, de forma universal, como o posto pelo positivismo, é o mesmo que considerar uma forma reducionista de educação, descaracterizando o percurso humanístico, diversidade e pluralidade de um pais que vivenciava ainda as fulguras da escravidão. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Congresso. Câmara dos Deputados. Decreto n. 981. In: Decretos do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1890.
COMTE, A. Discurso sobre o espírito positivo: ordem e progresso. Trad: Renato B. R. Pereira, revista por Ivan Lins. Porto Alegre, Globo; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1976.
A.M. FERREIRA, Evaldo et al. O positivismo e a educação brasileira na 1.ª República. Educar em Revista, [S.l.], v. 1, n. 1, p. p. 71-108, dez. 1977. ISSN 1984-0411. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/35196/21851>. Acesso em: 24 jun. 2018.
DELANEZE, Tais. As reformas educacionais de Benjamin Constant (1890-1891) e Francisco Campos (1930-1932): o projeto educacional das elites republicanas. São Carlos: UFSCar, 2007.
A. M. FERREIRA, Evaldo et al. O positivismo e a educação brasileira na 1.ª República. Educar em Revista, [S.l.], v. 1, n. 1, p. p. 71-108, dez. 1977. ISSN 1984-0411. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/35196/21851>. Acesso em: 25 jun. 2018.
FREITAS,M. S .V. A reforma Benjamin Constant e a educação básica no início do século XIX disponível. em:.http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD4_SA1_ID3823_17082015122010.pdf. acesso em: 22 de junho de 2018. 
PRADO JUNIOR, C. História econômica do Brasil. 43 ed. São Paulo: Brasiliense, 1998.
LOWY, M. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Munchhausen. Marxismo e Positivismo na Sociologia do conhecimento. 6 ed. São Paulo: Cortez, 1998.
MIORIM, M. A. História na Educação Matemática – Propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. 
MIORIM, M. Â. Introdução à História da Educação Matemática. 4 ed. São Paulo: Atual Editora, 1998.
MOTTA, C. D. V. B; BROLEZZI, A.C. A influencia do positivismo na historia da educação matemática no Brasil. Disponível em: http://www2.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/426CristinaDalva_AntonioCarlos.pdf. acesso em: 20 de junho de 2018. 
SILVA, C. M. S. A Matemática Positivista e sua difusão no Brasil. 2 ed. Vitória: EDUFES, 1999.
KANDAR, J.B; LEAL M. R. Sobre o positivismo e educação. IN: Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n.7, p. 89-94, set./dez. 2002.
TOTTI, M. A. Ciência e educação no pensamento de Alberto Torres, Fernando de Azevedo e Florestan Fernandes: das rupturas paradigmáticas à análise retórica. 151 f. ( Doutorado) Araraquara, 2009. 
TRIVIÑOS, A N. S., Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A Pesquisa Qualitativa em Educação. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1987.

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