Buscar

TCC - ANDREIA CRISTINA MESSIAS

Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO 
PAULO 
CÂMPUS SÃO JOÃO DA VISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDREIA CRISTINA MESSIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP 
2018 
 
 
 
 
 
 
ANDREIA CRISTINA MESSIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Instituto Federal de São 
João da Boa Vista, como parte dos 
requisitos para obtenção do grau de 
Tecnólogo em Processos Gerenciais. 
 
Área de Concentração: Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos. 
 
Orientador: Profª Yara Maria Guisso de 
Andrade Facchini. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOAO DA BOA VISTA – SP. 
2018 
 
 
 
 
 
Catalogação na Fonte preparada pela Biblioteca Comunitária “Wolgran Junqueira 
Ferreira” do IFSP – Câmpus São João da Boa Vista 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Andreia Cristina Messias 
 Projeto referente gestão e gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde no 
município de São João da Boa Vista/ Andreia Cristina Messias. – São João da Boa Vista – 
SP, 2018. 
 
Orientadora: Profª Yara Maria Guisso de Andrade 
 
Tipo – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 
Campus São João da Boa Vista, 2018 
 
1.Mapear como é realizado o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde no 
município de São João da Boa Vista 1.1. Realizar revisão de literatura sobre o tema. 
1.2.Realizar a coleta de dados no local específico 1.3.Organizar os dados coletados. 
Orientadora: Profª Yara Maria Guisso de Andrade. Instituto Federal de Educação, Ciência 
e Tecnologia de São Paulo. Projeto referente gestão e gerenciamento dos resíduos de saúde 
no município de São João da Boa Vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO 
PAULO 
CÂMPUS SÃO JOÃO DA VISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu digníssimo esposo (in memoriam) 
e aos meus filhos 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 
2018 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço, primeiramente, à minha família e amigos, pelas inúmeras 
palavras de incentivo e conforto para continuar no curso e seguir com esse trabalho. 
Agradeço à minha orientadora, à banca de qualificação aos professores do 
curso que nortearam a elaboração deste trabalho e a instituição que me 
proporcionou uma nova visão para vida. 
Obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “A ciência compõe-se de erros, que por 
sua vez são passos para a verdade.” Júlio 
Verne 
 
 
 
MESSIAS, Andreia Cristina. Gestão e Gerenciamento dos resíduos de Serviços 
de Saúde no Município de São João da Boa Vista. 2018. Tipo de documento 
(Graduação Processos Gerenciais) – Instituto Federal, Ciência e Tecnologia de São 
Paulo Câmpus de São João da Boa Vista, São João da Boa Vista, 2018. 
 
 
 RESUMO 
 
Os impactos ambientais resultantes da destinação incorreta dos resíduos sólidos 
podem causar terríveis danos e riscos à saúde humana através da exposição no 
solo, lixões ou aterros que liberam substâncias tóxicas nocivas para toda espécie de 
vida. Para promover o gerenciamento correto dos resíduos de serviço de saúde 
(RSS), a ANVISA, através da Resolução 306/2004 e o CONAMA, por meio da 
Resolução nº 358/2005, apontam para a obrigatoriedade de todos os geradores de 
resíduos de serviços de saúde elaborarem e executarem um Plano de 
Gerenciamento. Devido à recente implantação do Plano Municipal de Resíduos 
Sólidos, observou-se a necessidade de comparar a adequação de instituições 
públicas de saúde a esta normativa legal. Dessa maneira, o presente trabalho teve 
como objetivo realizar um estudo do gerenciamento dos RSS de São João da Boa 
Vista, através do levantamento de dados acerca dos resíduos produzidos pelo 
Laboratório Municipal de Análises Clínicas de São João da Boa Vista, aplicando um 
questionário, sobre as diretrizes para o gerenciamento interno dos RSS. Os dados 
coletados foram comparados com outros estudos na área, desta forma, ficou 
concluído que o laboratório municipal está em consonância com a legislação, sendo 
mais eficaz do que os outros apresentados em regiões semelhantes do Brasil. 
 
Palavras-chave: 1. Resíduos de Serviços de Saúde. 2. Tratamento. 3. Geração de 
resíduos. 4. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
MESSIAS, Andreia Cristina. Gerenciamento dos resíduos de Serviços de Saúde 
no Município de São João da Boa Vista. 2018. Tipo de documento (Graduação 
Processos Gerenciais) – Instituto Federal, Ciência e Tecnologia de São Paulo 
Câmpus de São João da Boa Vista, São João da Boa Vista, 2018. 
 
 
Environmental impacts resulting from the incorrect disposal of solid waste can cause 
terrible environmental impacts and risk to human health through exposure to soil, 
dumps or landfills, releasing toxic substances that are harmful to all life. To promote 
the correct management of health waste, ANVISA, through Resolution 306/2004 and 
CONAMA, through Resolution 358/2005, point to the obligation of all generators of 
health care waste to prepare and execute a health service waste management plan 
(RSS). Due to the recent implementation of the Municipal Solid Waste Plan, it was 
observed the need to compare the adequacy of public health institutions to this legal 
regulation. In this way, the present work had as objective to carry out a study of the 
management of the RSS of São João da Boa Vista, through the collection of data 
about the residues produced by the Municipal Laboratory of Clinical Analyzes of São 
João da Boa Vista, applying a questionnaire, the guidelines for the internal 
management of RSS. The collected data were compared with other studies in the 
area, in this way, it was concluded that the municipal laboratory is in line with the 
legislation, being more effective than the others presented in similar regions of Brazil. 
 
Keywords: 1. Health Services Waste. 2. Treatment. 3. Generation of waste. 4. Solid 
Waste Management Plan. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURAS, QUADROS E ILUSTRAÇÕES. 
 
Figura 1. Sacos plásticos para acondicionamento .................................................... 19 
Figura 2. Autoclave ................................................................................................... 20 
Figura 3. Micro-ondas ............................................................................................... 21 
Figura 4. Solução química para os resíduos ............................................................. 21 
Figura 5. Etapas do reator pirolítico .......................................................................... 22 
Figura 6. Destinação final dos resíduos .................................................................... 22 
Quadro 1. Classificação RSS de acordo com a ABNT 12808/201617 
Quadro 2. Classificação RSS de acordo com Resolução nr 358/05 – CONAMA ...... 17 
Quadro 3. Resolução RDC/ANVISA nº 306/204 ....................................................... 18 
Quadro 4. Segmentos da sustentabilidade de acordo com Ferreira (2007) .............. 25 
Quadro 5.Trabalhadores Acidentados com material biológico .................................. 27 
Quadro 6. Tipos e quantidades de RSS gerados por dia .......................................... 37 
Quadro 7. Comparativo de Serviços Realizados entre Cidades................................ 41 
Tabela 1. Características gerais dos hospitais avaliados.28 
Tabela 2. Quantidade RSS/Ano em São João da Boa Vista. .................................... 31 
Tabela 3. Custo Transporte,Tratamento e Disposição final dos RSS ...................... 32 
Tabela 4. Resíduos dos Serviços de Saúde.............................................................. 33 
Tabela 5. Orçamento municipal para gerenciamento dos resíduos sólidos .............. 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
 
CCIH Comissão de Controle de Infeção Hospitalar 
 
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
 
EPI Equipamentos Proteção Individual 
 
EPC Equipamentos Proteção Coletiva 
 
IFSP Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 
 
PCMSO Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional 
 
RSS Resíduos Sólidos da Saúde 
 
PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São João 
 da Boa Vista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 MOTIVAÇÃO............................................................................................13 
1.1.1 OBJETIVOS............................................................................................15 
1.1.2 Objetivo Geral.........................................................................................15 
1.1.3 Objetivos Específicos.............................................................................15 
1.1.4 Organização Desse Trabalho.................................................................15 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................17 
2.1 Classificação dos resíduos de Serviço de Saúde......................................17 
2.2 Manejos dos Resíduos de Saúde..............................................................18 
2.2.1 Acondicionamento, Tratamento, e Disposição final................................19 
2.3 Modelos de gestão para resíduos sólidos.................................................23 
2.4 Sustentabilidade e Resíduos de Serviço de Saúde...................................24 
2.5 Segurança dos indivíduos diretamente com os manejos dos RSS...........25 
2.6 Trabalhos Correlatos..................................................................................27 
2.7 Lei Municipal 3.856....................................................................................31 
 
3 METODOLOGIA.........................................................................................35 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................36 
 
5 CONCLUSÃO.............................................................................................42 
 
REFERÊNCIAS....................................................................................................43 
Apêndice A –Questionário baseado na Dissertação de Ferreira (2007) .................45 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Um dos elementos mais importantes na infraestrutura das cidades é o 
saneamento. Os impactos ambientais resultantes da falta de destinação correta dos 
resíduos sólidos podem causar terríveis danos à saúde através da exposição no 
solo, lixões ou aterros que liberam substâncias tóxicas nocivas para toda espécie de 
vida. Assim, o manejo correto dos resíduos sólidos está diretamente associado à 
qualidade ambiental e à qualidade de vida. 
Desta forma, o gerenciamento de resíduos deve ser revisado e aprimorado, 
pois o desequilíbrio e a contaminação gerada pela gestão inadequada dos RSS 
podem causar impactos irreversíveis ao meio ambiente (DOMINCIANO, 2014). 
Na realização do gerenciamento de serviços de saúde o planejamento é essencial. 
Para que este planejamento seja eficaz é necessário que aborde a segregação, o 
tratamento e a disposição final. 
Para um bom planejamento do gerenciamento RSS deve ser realizada a 
quantificação dos resíduos, de acordo com sua massa ou volume, ou pela 
determinação da taxa de geração que demonstra a relação entre a quantidade 
média de resíduos produzida por leito (DOMINCIANO, 2014). 
Assim, para garantir a correta disponibilização final dos resíduos tem que 
estar formalmente certificado pelos órgãos governamentais e os profissionais da 
saúde devem, não só segregar seus resíduos, mas também garantir que tenham a 
disposição final adequada (FERREIRA, 2007). 
As preocupações ambientais recentes derivam em certa medida da geração 
dos resíduos e seu correto descarte. Dessa maneira, conforme Silva (2005) são 
gerados cada vez mais resíduos sólidos nas áreas urbanas e existem vários 
problemas relacionados ao gerenciamento ineficiente. 
O descarte final dos resíduos de forma inadequada gera a poluição do meio 
ambiente, por isso se faz necessários um gerenciamento mais eficiente para que se 
minimize o impacto ambiental causado pelos resíduos sólidos. 
Um avanço na regulamentação legal pode ser observado com a criação da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010, 
cujo objetivo é orientar o gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos. Assim, a 
Lei nº 12.305/2010 deve ser aplicada em conjunto com normas de órgãos 
14 
 
complementares, tais como Sistema Nacional do Meio Ambiente, ANVISA, entre 
outros (BRASIL, 2010). 
Nesse sentido, a Lei nº 12.305/2010 institui onze princípios que devem ser 
observados na PNRS a todas as organizações, tanto públicas como privadas, e as 
pessoas físicas ou jurídicas: a prevenção/precaução; a cooperação; a visão 
sistêmica na gestão dos resíduos sólidos; a responsabilidade compartilhada; o 
desenvolvimento sustentável; a ecoeficiência; a cooperação; o poluidor-pagador e o 
protetor-recebedor; a responsabilidade compartilhada; o reconhecimento do resíduo 
sólido reciclável ou reutilizado; o respeito às diversidades; o direito da sociedade à 
informação; e a razoabilidade e a proporcionalidade (BRASIL, 2010). 
 Portanto, são necessários mais aterros sanitários adequados, para que se 
possa aplicar uma gestão de RSS mais eficaz, desde o tratamento, a segregação, o 
acondicionamento, a coleta e o transporte até a sua disposição final. 
(DOMINCIANO, 2014). 
Desta forma, esse trabalho teve como objetivo realizar um estudo sobre como 
o gerenciamento dos RSS é feito na cidade de São João da Boa Vista, através do 
levantamento de dados acerca dos resíduos produzidos pelo Laboratório Municipal 
de Análises Clínicas desta cidade. 
 
1.1 MOTIVAÇÃO 
 
A realização deste trabalho se justifica a partir de discussões sobre o 
tratamento despendido aos Resíduos de Serviços de Saúde no Brasil, focando os 
riscos à saúde pública e ao meio ambiente gerados pelos mesmos e a preocupação 
com seu adequado gerenciamento, valendo-se de normas e orientações técnicas 
(MOREIRA, 2012). 
Outro fator motivador é observar a implantação da Politica Municipal de 
Resíduos Sólidos em São João da Boa Vista, que a partir da Lei nº 3.856, de 26 de 
agosto de 2015 que institui sua própria Política Municipal de Resíduos Sólidos que 
estabelece seu Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos 
(PMGIRS). Assim, essa lei municipal é prevista e segue os mesmos princípios da 
PNRS, pois é requisito para acesso aos recursos destinados no gerenciamento de 
resíduos pela União. 
 
15 
 
Para realização do gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde deve-
se haver uma integração todos os atores envolvidos no gerenciamento deste o 
tratamento, manejo, segregação e a sua disposição final (FERREIRA, 2007). 
 
 
1.1.1 OBJETIVOS 
A seguir são listados os objetivos deste trabalho. 
 
 
1.1.2 OBJETIVO GERAL 
 
O objetivo geral é realizar um estudo de como é efetivado o gerenciamento de 
resíduos sólidos nos serviços da saúde no município de São João da Boa Vista, por 
meio de seu laboratório municipal para verificar se o mesmo se encontra em 
concordânciacom o Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos e 
com as demais normativas legais. 
 
1.1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
No intuito de efetivar o objetivo geral, os objetivos específicos citados a seguir 
devem ser cumpridos: 
• Realizar a revisão de literatura sobre o tema; 
• Avaliar como o local realiza o gerenciamento de resíduos de saúde; 
• Comparar os dados coletados com estudos semelhantes da área. 
 
1.1.4 ORGANIZAÇÃO DESSE TRABALHO 
 
Este trabalho foi organizado em quatro capítulos: 
O capítulo 1 dedica-se à introdução do trabalho e aos temas que serão 
abordados no referencial teórico, além de trazer as motivações da pesquisa e os 
objetivos gerais e específicos desse trabalho. 
O capitulo 2 aborda os referenciais teóricos que embasaram a pesquisa. 
Desta forma, o tópico 2.1 especifica as classificações dos resíduos de Serviço de 
Saúde, assinalando suas características e peculiaridades. Já o tópico 2.2 aborda a 
questão do manejo dos resíduos de saúde, tanto em sua particularidade, quanto em 
16 
 
seus processos e técnicas adequadas para realização do manejo de uma forma 
mais produtiva, o que acarretará um melhor desempenho no cumprimento do 
trabalho. 
Assim sendo, em sequência, o tópico 2.3 apresenta os modelos de gestão 
para os resíduos sólidos destacados detalhadamente. O tópico 2.4 aborda a 
sustentabilidade em relação aos resíduos sólidos nos serviços da saúde. Neste 
tópico, o leitor terá ciência da importância da segregação, tratamento e disposição 
final dos resíduos sólidos. No tópico 2.5, abordou-se a importância e exigências de 
segurança no manejo dos RSS. 
Finalizando o capítulo 2, os tópicos 2.6 e 2.7 tratam de trabalhos relacionados 
à essa pesquisa e ao Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos da 
cidade, respectivamente. 
O capítulo 3 aborda os aspectos metodológicos dessa pesquisa, desde o 
levantamento bibliográfico, até a forma de aplicação do questionário e análises dos 
dados. 
No capítulo 4, encontra-se a descrição e análise dos dados em relação às 
referências teóricas, as quais contribuíram na leitura e interpretação dos resultados 
obtidos. 
Para concluir esse estudo, o capítulo 5 destaca as contribuições que esse 
estudo realiza, além de indicar possíveis abordagens para trabalhos futuros. 
 
17 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Classificação dos resíduos de Serviço de Saúde 
A Lei 12305/201 define as diretrizes acerca da disposição e o gerenciamento 
dos resíduos sólidos de saúde. Há diferentes maneiras de manipulação dos resíduos 
de saúde, com características distintas quanto aos riscos potenciais ao meio 
ambiente e à saúde pública. De acordo com a ABNT 12808/2016, os tipos de 
resíduos sólidos são divididos em cinco categorias, conforme ilustra o Quadro 1. 
 
Quadro 1. Classificação RSS de acordo com a ABNT 12808/2016 
Biológico Caracteriza-se pela reprodução de vírus e bactérias que podem apresentar 
riscos a saúde pública e ao meio ambiente. 
Químico 
São substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao 
meio ambiente, suas características são a capacidade de corroer, pegar fogo 
e reagir no meio dos resíduos sólidos. 
Rejeito Radioativo 
Materiais contaminados por radiação em estabelecimentos de serviços de 
saúde. 
Comum 
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico, radioativo ou 
perfurocortante. 
Perfurante e 
Cortante 
Materiais utilizados na assistência à saúde, capazes de causar lesões, como 
bisturi, agulhas, vidros quebrados e lâminas. 
Fonte: ABNT 12808/2016. 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece uma 
classificação detalhada dos RSS. Esta resolução tem como finalidade distinguir os 
resíduos sólidos, levando em consideração sua composição e tendo como finalidade 
aprimorar o gerenciamento destes no ambiente interno e externo dos 
estabelecimentos de saúde. Ainda de acordo com a resolução, podemos destacar 
quatro grupos de resíduos, conforme demonstra o Quadro 2. 
 
Quadro 2. Classificação RSS de acordo com Resolução nr 358/05 – CONAMA 
GRUPO A 
Resíduos que por suas características biológicas, ou seja, pela 
reprodução de vírus e bactérias que podem apresentar riscos de 
infecção. 
GRUPO B 
São substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, suas características são a 
capacidade de corroer, pegar fogo e reagir no meio dos resíduos 
sólidos. 
GRUPO C 
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que 
contenham radiação acima do previsto pela comissão nacional 
de Energia Nuclear. 
GRUPO D 
Resíduos que não apresentam riso biológico, químico, ou 
radioativo à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser 
equiparados aos resíduos domiciliares. 
GRUPO E Materiais perfurante ou cortantes. 
Fonte: Resolução nr 358/05 –CONAMA. 
18 
 
De acordo com a ANVISA, regulamento técnico para o gerenciamento de 
resíduos sólidos de saúde, como podemos observar no Quadro 3. 
 
Quadro 3. Resolução RDC/ANVISA nº 306/204 
GRUPO A 
Resíduos que por suas características biológicas, ou seja, pela 
reprodução de vírus e bactérias que podem apresentar riscos de 
infecção. 
GRUPO B 
São substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, suas características são a 
capacidade de corroer, pegar fogo e reagir no meio dos resíduos 
sólidos. 
GRUPO C 
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que 
contenham radiação acima do previsto pela comissão nacional de 
Energia Nuclear. 
GRUPO D 
Resíduos que não apresentam riso biológico, químico, ou 
radioativo à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser 
equiparados aos resíduos domiciliares. 
GRUPO E Materiais perfurante ou cortantes. 
Fonte: Resolução RDC/ANVISA nº 306/204. 
2.2 Manejo dos Resíduos de Saúde 
O manejo consiste na separação, identificação e acondicionamento dos 
resíduos sólidos de acordo com cada tipo. Os resíduos ficarão devidamente 
armazenados até que seja realizado seu transporte e tratamento, sendo 
indispensável à prevenção do contato dos resíduos sólidos com o trabalhador, de 
acordo com ANVISA RDC Nº306/2004. 
As questões técnicas existentes na compreensão que propiciam a geração 
destes resíduos são as estruturas de princípios e bases conceituais para todo 
profissional dos manejos de resíduos sólidos. Para qualquer execução de tarefas 
relacionadas com manejo é fundamental que haja conhecimento e conceitos 
essenciais nas diversas fontes geradoras a partir de atividades industriais e serviços 
públicos. Desta forma, o conhecimento sobre as formas de tratamentos propiciam 
aos profissionais uma visão mais abrangente e a compreensão de suas subdivisões 
e disposição final dos mesmos e o conhecimento para o descarte seletivo dos 
resíduos de saúde é indispensável ao profissional da saúde para que não seja feito 
o descarte de forma inadequada, evitando assim a contaminação das pessoas e do 
meio ambiente (FERREIRA, 2007). 
O treinamento dos profissionais de saúde é de responsabilidade da 
administração pública que deve compreender os aspectos básicos do manejo de 
acordo com ANVISA (2004). Em caso de descarte de forma incorreta que ocasione 
19 
 
danos a população e ao meio ambiente a responsabilidade recairá sobre 
administração pública. 
2.2.1 Etapas do Manejo: Acondicionamento, Tratamento, e Disposição Final 
Os diferentes tipos de resíduos gerados pelos serviços da saúde devem 
seguir as etapas determinadas por seu tipo em relação ao manejo do 
acondicionamento até a disposição final. Assim, a resolução do CONAMA nº 358 de 
2005 determina os cuidados inerente a essa atividade, que compreende um 
processo de três fases: 
1- Acondicionamento deve ser feito em sacos plásticos resistentes, devendo 
ser branco leitoso e possuir identificação com o símbolo de “Risco biológico”, como 
ilustra a Figura 1. 
 
 
Figura 1. Sacos plásticos para acondicionamento 
 
 
Fonte: www.pclimp.com.br 
 
2-Tratamento dos RSSpode ser feito nas próprias instituições de saúde ou 
estabelecimentos passíveis de licenciamento ambiental de fiscalização e controle 
pelos órgãos de vigilância sanitária do meio ambiente de acordo com o Art. 2º 
parágrafo XII da Resolução CONAMA nº 358 de 2005. 
 
XII – um sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde é um 
conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as 
características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos 
podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco 
à saúde pública, a preservação da qualidade e do meio ambiente, a 
segurança e a saúde do trabalhador. (Resolução CONAMA nº 358/2005). 
 
20 
 
O tratamento pode ser realizado através da autoclave, micro-ondas, 
desativação eletrotérmica, desinfetantes químicos, pirólise, incineração 
(DOMINCIANO,2014). 
A autoclave consiste, conforme Dominciano (2014), na descontaminação através do 
vapor d’agua e temperatura e pressão elevada durante um período suficiente para 
eliminação dos riscos de contaminação, a Figura 2 exibe a forma da autoclave. 
 
Figura 2. Autoclave 
 
Fonte: https://www.biotecmed.com.br/autoclave-vertical-linha-cs-sem-pedal/p 
 
 
O microondas, segundo o mesmo autor, descontamina os resíduos emitindo 
ondas de alta e baixa frequência a uma elevada temperatura. Para este processo é 
necessário umidificar e triturar os resíduos e após a descontaminação os resíduos 
devem ser levados para aterros sanitários devidamente licenciados, demonstrado na 
Figura 3. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Figura 3. Micro-ondas 
 
 
Fonte: https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br;sao.paulo;sao.joao.boa.vista:municipal:lei:2015-08-
26;3856 
 
Na desativação eletrotérmica o resíduo deve passar por uma trituração dupla 
e após ser exposto a um campo elétrico de alta potência provocado por ondas 
eletromagnéticas de baixa frequência (DOMINCIANO, 2014). 
Os resíduos, segundo o mesmo autor devem ser triturados e mergulhados em 
uma solução com desinfetante químicos, para que inativar os agentes patológicos, 
conforme a ilustra a Figura 4. 
 
Figura 4. Solução química para os resíduos 
 
Fonte:http://www.revistatae.com.br/8019-noticias 
 
A pirólise é a base de carbono que são decompostos em combustíveis 
gasosos ou líquidos e carvão, enquanto que a incineração os resíduos a base de 
carbono são decompostos através de sua queima. Ambos os tratamentos 
22 
 
apresentam elevado risco de contaminação do ar através da emissão de partículas, 
a Figura 5 demonstra as etapas da pirólise. 
 
Figura 5. Etapas do reator pirolítico 
 
Fonte: https://www.infoescola.com/reacoes-quimicas/pirolise/ 
 
3- Disposição final dos resíduos sólidos após tratados são feitos em aterros 
controlados ou aterros sanitários. A disposição em lixões ainda é uma realidade em 
países em desenvolvimento o que ocasiona a contaminação do meio ambiente e 
coloca a população em risco, como mostra a Figura 6. 
 
Figura 6. Destinação final dos resíduos 
 
Fonte: http://cesaratorres.blogspot.com/2017/05/destinacao-final-de-residuos-solidos.html 
 
23 
 
2.3 Modelos de gestão para resíduos sólidos 
 O gerenciamento para cada um dos resíduos sólidos possui determinadas 
características especificas e necessita, portanto, em alguns momentos de uma 
gestão e um gerenciamento diferenciado. 
Os resíduos sólidos das cidades brasileiras ainda não foram solucionados e 
isso leva a necessidade de uma gestão e um gerenciamento dos resíduos sólidos na 
sua disposição final já que o aumento de resíduos sólidos gerados na área urbana 
tem causado vários impactos ambientais, como a poluição do ar, solo, vegetação, 
das águas de superfície e subterrâneas e o problema maior estão na falta de locais 
corretos para fazer o descarte dos resíduos sólidos. (FERREIRA,2007). 
Ferreira (2007) destaca ainda que por ter que ser feito em áreas adequadas 
distantes de áreas urbanas, o serviço de coleta e transporte sofre um aumento 
considerável. Com este aumento, acaba ocorrendo descartes de forma inadequadas 
causando problemas sócios ambientais, o que resulta em debates sobre qual será 
melhor tecnologia de tratamento e qual a sua demanda. Já o gerenciamento de RSS 
é feitas através de diversas fontes que foram trabalhadas com um conjunto de 
princípios e visões. Destaca-se também que tipos de perigo estes resíduos 
oferecem, quais informações existem entre alguns agentes causadores de doenças 
e a respeito da saúde ocupacional e suas principais preservações. 
O estudo de soluções adequadas para que os resíduos sólidos deixem de ser 
um problema é um dos grandes desafios das administrações públicas. Estudar e 
conhecer a dinâmica que consiste o processo de gestão e destinação final dos 
resíduos sólidos poderão contribuir na reutilização de novos materiais e na produção 
de energia, sendo que, a gestão consiste na atividade reunir todos os atores 
envolvidos no panorama de geração dos resíduos sólidos, seja qual fonte for, 
buscando-se uma organização. A palavra organização, inserida nessa definição, 
torna-se o conceito chave para que este processo seja realizado a contento 
(FERREIRA, 2007). 
Desta forma realizando uma organização no gerenciamento e gestão dos 
resíduos sólidos, onde realize ações com projeções em longo prazo para solução de 
forma definitiva o descarte dos resíduos, uma vez que soluções a curto e médio 
prazo, chamadas as soluções emergenciais pode ser considerada um erro que 
apenas minimiza o problema e não o soluciona. 
24 
 
2.4 Sustentabilidade e Resíduos de Serviço de Saúde. 
 
Um dos maiores problemas da sociedade moderna é o aumento da geração 
dos resíduos sólidos e juntamente com este aumento, cresce a dificuldade no 
gerenciamento e a realização do descarte em local apropriado. 
A gestão inadequada dos resíduos sólidos causa impacto no meio ambiente, 
como enchentes, contribuição para poluição do ar, e aterros com condições 
insalubres, depósitos de lixos expostos nas ruas. 
Por isso é necessário a adoção de padrões de conduta no manejo, tratamento 
dos resíduos sólidos, independente se eles são gerados nas residências, 
laboratórios, hospitais, clinicas. Somente com o gerenciamento destes resíduos, 
poderá ocorrer uma diminuição do impacto ambiental e saúde. 
Em países como Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra acontece um 
maior equilíbrio do gerenciamento dos resíduos sólidos devido ao fator econômico, 
ou seja, possuem mais recursos para investimento na gestão dos resíduos, 
enquanto que em países com desenvolvimento acelerado, e com poucos recursos 
no investimento de novas tecnologias para gestão do gerenciamento dos resíduos o 
impacto é maior na infraestrutura e serviços essenciais como água e saneamento, 
coleta e destinação adequada do lixo, causando maior impacto no meio ambiente e 
para população. 
O maior problema das cidades grandes é a falta de aterros sanitários 
apropriados para que possa se dispor dos resíduos. A maioria dos aterros não 
possui tratamento adequado para o liquido tóxico gerado pela composição orgânica 
do lixo, o que resulta na contaminação do solo, das fontes subterrâneas de água e 
são produzidos gases no processo de decomposição que são liberados no meio 
ambiente de forma descontrolada (FERREIRA, 2007). 
No Brasil, cabe aos municípios a elaboração de planos de gerenciamento de 
resíduos sólidos que deve abranger os geradores de pequenos volumes, um projeto 
para os grandes geradores de resíduos. Estes projetos devem conter procedimentos 
quanto a triagem, manejo, acondicionamento, transporte e destinação (Resolução 
Conama nr.307, de julho de 2002 e a Lei 12.305/2010). 
Já na área da saúde os geradores devem elaborar um plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos na saúde, baseado nas características ou de 
acordo com a classificação dos mesmos. Este plano deve ser elaborado de acordo 
25 
 
com as normas municipais, estaduais efederais e também devem atender os 
procedimentos institucionais de biossegurança, relativos a coleta, transporte e 
disposição final. 
A sustentabilidade tem uma pauta cada vez maior em vários setores e 
diferentes esferas. A sustentabilidade é um conceito muito utilizado na indústria na 
fabricação de seus produtos, nas instituições financeiras, públicas e privadas em 
suas atividades. 
A ISO 14000 1é responsável pelo certificado de responsabilidade ambiental, 
para que os produtos das empresas que possam concorrer no mercado externo, 
além do favorecimento ambiental e social que determinado segmento pode gerar, 
contribuindo para sustentabilidade. 
Assim, segundo Ferreira (2007), o desenvolvimento sustentável é divido nas 
áreas da sustentabilidade social, econômica, ecológica, espacial e cultural, conforme 
exibe o Quadro 4. 
 
Quadro 4. Segmentos da sustentabilidade de acordo com Ferreira (2007) 
Segmentos da sustentabilidade. 
Sustentabilidade social: compreende em equiparar as diferenças sociais, ou seja, reduzir 
a distancia que existe entre os padrões sociais, onde objetivo é construir uma civilização que as 
riquezas sejam distribuídas igualmente. 
Sustentabilidade econômica: O gerenciamento dos recursos econômicos deve ser feitos 
de forma permanente e que atinja a todos de norte a sul, diminuindo as desigualdades e as barreiras 
protecionistas existentes entre os países de primeiro e terceiro mundo. 
Sustentabilidade ecológica: Aumentar os transportes ecológicos, diminuir o consumo da 
sociedade capitalista, investir em pesquisas tecnológicas que promovam a regeneração de rejeitos, 
elaborar regras de proteção adequadas ao meio, escolhendo meios legais e administrativos que 
darão suporte a implantação dessas regras. 
Sustentabilidade espacial: Promover uma melhor distribuição territorial de assentamos 
humanos, equilibrando as áreas urbanas e rurais. 
 
Sustentabilidade cultural: acrescentar aos conhecimentos já adquiridos, novos 
aprendizados, modernizando-se e introduzindo novos conceitos culturais e de eco desenvolvimento. 
Fonte: Quadro formulado pela autora com base em Ferreira (2007). 
 
2.5 Segurança dos indivíduos diretamente com os manejos dos RSS 
 
O profissional envolvido diretamente com os processos de higienização, 
coleta, transporte, tratamento, armazenamento de resíduos, deve ser submetido a 
exame médico admissional, periódico, de retorno ao trabalho de mudança de função 
 
1 https://www.normastecnicas.com/iso/serie-iso-14000/ 
 
26 
 
e demissional, conforme estabelecido no Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO) da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego 
(TEM) ou em legislação especifica dos serviços público (MIRANDA, 2004). 
 O interior do estabelecimento gerador, podem ser classificado em três áreas: 
área crítica que é uma área que apresenta um maior risco de contaminação, 
representada por laboratórios, centros cirúrgicos, salas de isolamento; área 
semicrítica é uma área que oferece menos risco de contaminação, como enfermaria, 
lavanderias copa e cozinha; área-não crítica é uma área que não proporciona, 
teoricamente, riscos de contaminação: ambientes administrativos e depósitos 
(ZAJAC, 2015). 
O pessoal envolvido diretamente com gerenciamento de resíduos deve ser 
capacitado na ocasião de sua admissão e mantido para atividades de manejo de 
resíduos incluindo a sua responsabilidade com higiene pessoal dos materiais e do 
ambiente. Para isso é importante sempre utilizar os equipamentos de proteção 
individual (EPI) e os equipamentos de proteção coletiva (EPC). 
 O Quadro 5 é um exemplo da frequência dos trabalhadores acidentados com 
material biológico no hospital da REPAT-USP, segundo a unidade de trabalho de 
Ribeirão Preto, em 2010. 
27 
 
Quadro 5.Trabalhadores Acidentados com material biológico
 
Fonte: https://www.redalyc.org/pdf/1277/127730129002.pdf 
 
 
2.6 Trabalhos Correlatos 
 
Dominiciano (2014) apresentou um estudo no processo de gerenciamento dos 
resíduos sólidos de saúde em um hospital de médio porte da cidade de Poços de 
Caldas em Minas Gerais por meio de pesquisa exploratória comparando com outras 
pesquisas de literatura para instituição de mesmo porte. 
Com a sua pesquisa levantou os seguintes dados: no ano de 2013 foi de 1,93 
kg por leito/dia índice dentro da média nacional que chega 2,63 kg/leito/dia. Na 
pesquisa do autor foi possível identificar em alguns setores da instituição pesquisada 
como é realizado o gerenciamento dos RSS, ficando evidente que serviços de 
higiene, limpeza, coleta e destino interno dos resíduos hospitalares eram realizados 
28 
 
pelos funcionários do setor de limpeza que pesavam esses resíduos e 
acondicionavam de acordo com a legislação. Em relação ao lixo comum, foi relatado 
que, os infectantes eram acondicionando em sacos brancos leitosos, em seguida 
levados para o armazenamento temporário. Foi relatado ainda que a coleta era 
realizada duas vezes por semana pela empresa terceirizada ECOSUL que ao final 
de cada mês emite um certificado com a quantidade acolhida e o tratamento 
adotado para cada classe de resíduos coletados (DOMINCIANO, 2014). 
A tabela exibe os hospitais avaliados e suas características. 
 
Tabela 1. Características gerais dos hospitais avaliados. 
 
Hospital 
Unimed 
Poços 
Hospital Conveniado 
Caxias do Sul 
Hospital do interior 
de São Paulo 
Quantidade de 
leitos 
 
101 
 
103 
 
102 
Geração total anual 
(kg) 
 
71.202.789 
 
132.308,85 
 
51.797,15 
Taxa de geração 
(kg/leito/dia) 
 
1,93 
 
3,51 
 
1,39 
Fonte: DOMINCIANO, 2014. 
 
Nos hospitais em questão foram criados planos de gerenciamento de 
resíduos sólidos de saúde (PGRSS) impostos de maneira correta de a partir de 2013 
sendo criado o subcomitê de resíduos que visa atender as normas legais e 
minimizar os custos e garantir a saúde do trabalhador. Sendo que, o método 
utilizado pelo hospital da Unimed de Poços de Caldas para os resíduos infectantes 
era a incineração e o autoclave. 
O autor enfatizou em seu trabalho que o modo mais pertinente seria a 
utilização do tratamento via micro-ondas é um método que reduz 80% do volume 
total dos resíduos. No local em estudo específico encontravam-se alguns resíduos 
disponibilizados em recipientes inadequados. Isso infelizmente ocorre em diversos 
hospitais (DOMINCIANO,2014) 
Ferreira (2007) também realizou um trabalho semelhante na cidade de 
Presidente Prudente, onde procurou analisar aspectos da gestão e do 
gerenciamento interno e externo dos RSS. 
O município estudado pelo autor dispunha de hospitais, laboratórios e demais 
estabelecimentos e possuía um grande caráter centralizador atendendo outros 
estados. Para sua pesquisa foram elaborados e aplicados questionários em seis 
29 
 
hospitais e sete laboratórios e no ambulatório da Unesp de Presidente Prudente, 
para tratar desde a classificação, segregação até a disposição final e implantação do 
plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde efetuando uma avaliação 
com a base na RDC nº 306/04 da Anvisa buscando traçar um panorama interno 
(FERREIRA, 2007). 
Desta forma, foram analisados basicamente dois grupos de estabelecimentos 
os prestadores de serviços como laboratórios e os geradores de grande porte, 
hospitais e ambulatórios. O questionário foi aplicado dois anos antes da publicação 
da pesquisa e esses foram permitido avaliar as condições de gerenciamento interno 
nestes estabelecimentos tais como tipos e quantidade de RSS gerados e quais 
foram as dificuldades encontradas desde o gerenciamento desses RSS até a 
implantação de plano de gerenciamento de resíduos de saúde. 
De maneira geral, o trabalho constatou que a cidade de Presidente Prudente 
foi capaz de promover um gerenciamento em todas as etapas para que empregue 
cada vez menos planos emergenciais. Devida a postura de alguns estabelecimentosparticulares não possível obter as informações de todos os dados a finalidade dos 
questionários e levantar os dados para que não se cometa os mesmos erros 
posteriormente (FERREIRA, 2014). 
Já Moreira (2012) em seu trabalho avaliou o gerenciamento dos resíduos de 
serviços de saúde (RSS) nas UBS do município de São Paulo, tendo como 
finalidade identificar e quantificar os resíduos gerados e a legalidade sobre a 
legislação. 
Desta forma, foi realizada uma prévia avaliação em 2011 que constatou 
apenas 26 a 30% das unidades básicas estavam regulamentadas com as normas 
vigentes de acordo com um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde. Assim, após a implantação programa de gestão das RSS em 2012 houve 
uma pequena melhora entre 30 e 38% estavam regulamentadas. Foram 
identificados como pontos determinantes para alavancar o desempenho da gestão 
dos RSS nas unidades de atenção básicas: vontade política de tomada de decisão, 
recursos humanos, econômicos e capacitação e maior integração entre os 
envolvidos. 
Relatou-se que no município de São Paulo os resíduos A e E eram 
transportados para uma Unidade de tratamento de Resíduos, onde é realizada a 
desativação eletrotécnica e a escória é encaminhada para aterro sanitário, já os 
30 
 
resíduos B nas UBS se restringiam a medicamentos farmacêuticos vencidos 
distribuídos para a população provenientes de devolução. 
Moreira (2012) propôs como parte para solução dos problemas de 
gerenciamento de RSS um programa de capacitação bem planejado envolvendo 
todos funcionários e que fosse bem recebido pelos médicos e pessoal de apoio, de 
capacitação contínua, independente do vinculo empregatício; já que nas UBS 
estudadas a ferramenta PGRSS não foi suficiente para aprimorar o gerenciamento 
do RSS. O autor ressaltou ainda que para melhor desempenho do gerenciamento do 
RSS nas unidades de atenção básica de saúde é necessário integração de todos 
envolvidos vontade politica nas tomadas de decisão, recurso humanos e 
econômicos, capacitação e informação (MOREIRA, 2012). 
Silva (2001), pesquisou como era realizado o gerenciamento de serviço de 
saúde no centro cirúrgico de um hospital universitário do interior paulista, através de 
absorção não participante e entrevista, desde a classificação dos grupos infectantes, 
químicos e comuns passando pela segregação, manejo acondicionamento abrigo 
externo e equipamentos de proteção individual. A autora concluiu, diante dos 
resultados, que, para minimizar os riscos de acidente de trabalho e oferecer maior 
segurança comunidade hospitalar devem ser elaboradas propostas de adequação e 
estrutura física de do fluxograma. O hospital estudado foi uma entidade autárquica 
caracterizada como hospital universitário integrado ao sistema único de saúde 
oferecendo assistência hospitalar e ambulatorial. Sendo que, foi constatado que o 
tratamento usado para os resíduos sólidos de saúde gerados era o equipamento de 
micro-ondas recomendado para o tratamento correto, evitando o transporte de 
resíduos infectantes líquidos e diminuindo assim, riscos de acidentes e 
contaminação ambiental. Foi relatado ainda que a instituição estudada usava o 
tratamento de fluídos biológicos antes do descarte na rede de esgoto, e já possuía 
todos os sistemas de coletas e resíduos sólidos de saúdes. A autora sugeriu em seu 
trabalho, a ampliação deste tipo de tratamento para todos os hospitais da cidade e 
região promovendo educação continuada (SILVA, 2001). 
 
 
 
 
31 
 
2.7 Lei de Resíduos Sólidos de São João da Boa Vista - Lei Municipal 
3.856 de 26/8/2015 
 
A prefeitura municipal de São João da Boa Vista, gozando de suas atribuições 
legais instituiu no município a Política Municipal de Resíduos Sólidos aprovada o 
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos pela Câmara Municipal. 
A política municipal trata-se da Lei Federal nº 12305 de 2 de agosto de 2010 
esta não se aplica aos rejeitos radioativos que são regulados por legislação 
especifica. 
Atualmente o tratamento de resíduos serviços de saúdes os RSS no 
município de São João da Boa Vista em estabelecimentos públicos são de 
responsabilidade da pessoa que terceiriza este serviço para empresa Stericycle 2 
Ambiental Tratamento de Resíduos. 
No município tem um total de 267 estabelecimentos de serviços de saúde 
sendo dois hospitais, Santa Casa de Misericórdia Carolina Malheiros e Hospital 
Unimed Leste Paulista. 
A quantidade total de RSS coletada pelos agentes em 2011, 2012 e 2013 á 
apresentada no quadro a seguir: 
 
 Tabela 2. Quantidade RSS/Ano em São João da Boa Vista. 
Tipo de Serviço Valores Anuais para o serviço selecionado 
Quantidade de RSS 
coletada (ton/ano) 
2011 2012 2013 
106,23 113,33 122,67 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista (2013) 
 
A Prefeitura da cidade teve um contrato assinado com a Stericycle e não 
cobra nenhuma taxa das clinicas particulares. Este contrato com esta empresa 
terceirizada oferece coleta, transporte para o município de Mogi Mirim em São Paulo 
onde os resíduos são tratados e posteriormente destinado ao aterro sanitário de 
Paulínia no estado de São Paulo que se situa a 145 km da cidade de São João da 
Boa Vista. 
A empresa contratada deve apresentar um parecer técnico de acordo com as 
normas de prevenção Parecer Único Nº 1347821/2013, que deverá ser fiscalizado 
 
2 https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br;sao.paulo;sao.joao.boa.vista:municipal:lei:2015-08-26;3856 
 
32 
 
pela prefeitura o andamento dos serviços. Quanto ao acondicionamento dos 
resíduos sólidos deverá atender a Resolução CONAMA 275/2001, RDC ANVISA 
306/2004 e NBR 9191/2001. 
Os resíduos da classe A (infectante), no local de geração são acondicionados 
em coletores que contém o símbolo universal de substância infectante, contendo 
saco plástico impermeável resistente de cor branca leitosa. 
 Para resíduos série etalico (perfurocortante) no local de geração são 
acondicionados em uma caixa amarela (recipiente rígido com simbologia infectante). 
 Com relação aos resíduos de saúde classe B os mesmos são acondicionados 
em recipientes rígidos resistentes a ação de ruptura e punctura. 
Os resíduos segregados são armazenados nas bombonas identificadas, que são 
dispostas nos locais de geração dos resíduos. 
 Para resíduos perigosos deverão ser considerados os seguintes requisitos: 
• Resolução da Diretoria Colegiada – RDC da Anvisa 02 de 2003; 
• Norma técnica ABNT 12.235:1992 – Armazenamento de Resíduos 
Sólidos Perigosos; 
• Norma Técnica NBR 11.174:1990 – Armazenamento de Resíduos 
Classe II – Não Inertes e III – Inertes. 
O tratamento e a disposição final do sistema de esterilização é realizado 
através de autolavagem abaixo se observa os custos inerentes as etapas da 
prestação de serviços. 
 
Tabela 3. Custo Transporte, Tratamento e Disposição final dos RSS 
TIPO CUSTO UNITÁRIO CUSTO MENSAL CUSTO ANUAL 
Transporte, 
Tratamento e 
destinação final dos 
RSS 
R$ 2,10/Kg R$ 21.467,68 R$ 257.613,36 
Coleta dos RSS _ R$ 6.565,35 R$ 78.784,20 
Fonte: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista (2013). 
 
 
Os problemas provenientes de inadequação no manejo ou deficiência na 
gestão do sistema atual foi feito análise gravimétrica e observou-se uma quantidade 
em peso 0,29% de resíduos de saúde contida nos resíduos domiciliares. 
Segundo a NBR/10.0004 da ABNT este tipo de resíduo é classificado como 
classe I perigoso é inadmissível no aterro estar junto com resíduos domésticos. 
33 
 
Para melhor controle os resíduos no aterro devem ser fiscalizados com maior 
rigor, a fiscalização em cada domicilio é inviável, portanto nos estabelecimentos de 
saúde devem elaborar seus planos de gerenciar seus resíduos conforme as normas 
e os RSS devem ser diferenciados e normatizados à coleta de resíduossendo 
realizado por equipes treinadas para suas características especificas, que garantam 
a preservação e a integridade física dos funcionários, da população e do meio 
ambiente. A tabela 4 exibe algumas características sobre o descarte dos RSS em 
São João da Boa Vista. 
 
Tabela 4. Resíduos dos Serviços de Saúde 
RESÍDUOS 
DOS 
SERVIÇOS 
DE SAÚDE 
OBSERVAÇÕES 
Capacidade 
Volumétrica 
do caminhão 
(m³) 
Peso 
Bruto 
Total 
Adaptação do 
Veículo 
Acondicionamento 
de Resíduos 
Tratamento 
Sugerido 
Disposição 
Final 
<=3 8 t NBR 7.500 
NBR 14.652 
NBR 12.808 
NBR 12.809 
NBR 9.190 
RDC e ANVISA 306 
Trituração 
seguida de 
esterilização 
em 
Microondas; 
Autoclavagem 
Aterro 
Sanitário 
Licenciado 
Fonte: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista. 
 
Segundo as informações coletadas na fonte, os veículos utilizados para coleta 
no final de cada turno deverão ser submetidos a limpeza, desinfecção simultânea. E 
a equipe deve ser formada por um motorista e um coletador por veículo, a 
contratada devera levar em conta a necessária previsão de reserva técnica para o 
coletador e motorista. 
A tabela 5 exibe o orçamento anual em relação aos gastos com resíduos 
sólidos de saúde na cidade em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Tabela 5. Orçamento municipal para gerenciamento dos resíduos sólidos 
QUADRO RESUMO CURTO PRAZO 
2015 a 2018 
MÉDIO PRAZO 
2019 a 2022 
LONGO PRAZO 2023 A 
2034 
Projeto 1- Elaboração do Plano de Gestão 
Integrada de RSS do município de São João da 
Boa Vista 
 
R$ 140.000,00 
 
R$ 175.000,00 
 
R$ 525.000,00 
Projeto 2- Redução de Resíduos : orgânicos 
dispostos em aterro sanitário 
 
R$ 308.931,89 
 
R$ 381.755,85 
 
R$ 1.440.733,65 
Projeto 3- Qualificação do sistema de coleta 
seletiva de resíduos recicláveis secos de São 
João da Boa Vista 
 
R$ 1.176.613,10 
 
R$ 1.512.086,55 
 
R$ 2.055.672,23 
Projeto 4- Disposição final ambientalmente 
adequada de resíduos sólidos urbanos 
 
R$ 16.682.322,68 
 
R$ 7.359.237,29 
R$ 37.459.072,33 
Projeto 5- Melhoria operacional e de cobertura 
do serviço de varrição de logradouros: públicos 
 
R$ 365.775,36 
 
R$ 299.296,43 
 
R$ 1.118.009,24 
Projeto 6-Melhoria operacional de serviço de 
poda de árvore 
 
R$ 328.775,36 
 
R$ 348.161,15 
 
R$ 1.164.112,71 
Projeto 7- Melhoria operacional dos demais 
serviços de limpeza urbana 
 
R$ 281.745,88 
 
R$ 287.080,25 
 
R$ 1.165.147,45 
Projeto 8- Gerenciamento adequado dos 
resíduos gerados no sistema de coleta e 
tratamento de estogo 
 
R$ 2.496.169,67 
 
R$ 3.451.071,09 
 
R$ 18.297.316,10 
Projeto 9-Umoversalização do serviço de 
limpeza de micro e macro drenagem 
 
R$ 1791.804,96 
 
R$ 2.595.938,43 
 
R$ 14.695.482,22 
Projeto 10- Qualificação do gerenciamento de 
resíduos das unidades públicas de 
 
R$ 1.734.818,15 
 
R$ 1.746.173,58 
 
R$ 6.135.504,09 
Projeto 11-Qualificação do sistema municipal de 
gerenciamento de resíduos da construção civil 
 
R$ 6.061.243,69 
 
R$ 5.036.120,56 
 
R$ 14.963.481,52 
Projeto 12-Educação ambiental ao servidores e 
profissionais ligados diretamente ao manejo de 
resíduos e limpeza urbana 
 
R$ 412.733,01 
 
R$ 491.701,28 
 
R$ 2.783.497,22 
Projeto 13- Educação ambiental a população em 
geral 
 
R$ 463.397,84 
 
R$ 572.633,48 
 
R$ 2.895.874,44 
Total 
R$ 32.244.259,15 
 
R$ 24.256.255,74 
 
R$ 105.158.903,09 
Fonte: Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista-SP (2018) 
 
 
 
De acordo com quadro acima podemos observar que no município de São 
João da Boa Vista, ocorre o gerenciamento de resíduos sólidos de saúde, no qual 
são levantados desde o custo de transporte, coleta e um plano de custos para se 
trabalhar nesta área até 2034. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
3 METODOLOGIA 
 
A elaboração do procedimento metodológico foi feito através de 
levantamentos bibliográficos, nos conteúdos disponíveis em artigos e periódicos 
científicos online, referentes ao tema: gerenciamento dos resíduos sólidos de 
serviços de saúde. 
Este estudo se caracterizou como exploratório e foi realizado através de um 
instrumento baseado na dissertação de Ferreira (2007) – disponível no Apêndice A, 
que foi respondido pelo responsável do laboratório municipal de saúde. Assim, 
realizou-se a coleta de dados com a finalidade de confrontar as informações obtidas 
com a legitimidade de acordo com as leis vigentes – em relevância a Lei Municipal 
3.856 de 26/8/2015 com o objetivo de concluir se os RSS são coletados 
corretamente e se sua disposição final está sendo feita de forma de maneira 
sustentável. 
Buscou-se analisar os tratamentos dispensados aos resíduos no laboratório 
de análises clínicas, administrado pela prefeitura municipal de São João da Boa 
Vista no interior do estado de São Paulo, acompanhando o manejo dos mesmos, 
desde a sua geração em salas distintas, o acondicionamento e o transporte interno 
de forma a correlacionar os procedimentos realizados no que determina a legislação 
pertinente. 
A realização de análise do panorama do gerenciamento interno dos RSS deu-
se também por meio da comparação com a RDC nº 306, da ANVISA, de 07 de 
dezembro de 2004 que exige a implantação do regulamento técnico para o 
gerenciamento dos resíduos de serviço da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A coleta de dados foi realizada em um estabelecimento público, o laboratório 
municipal que oferece serviços auxiliares de diagnóstico e análises clínicas. 
O laboratório tem uma área de 250 m², não possui leitos e atende 4800 
pessoas em média mensalmente. 
Foi constatado que as coletas dos resíduos são feitas por uma empresa 
terceirizada, a Stericycle, empresa prestadora de serviço foi escolhida através de um 
processo de licitação que seguiu as regras de coleta e descarte apropriado. 
Segundo os dados coletados, a decisão de optar por um estabelecimento 
terceirizado, ocorreu pelo aumento significativo nos últimos anos dos RSS e o qual 
todo processo será avaliado até o seu destino final. 
O Quadro 6 exibe os resultados sobre os tipos de RSS infectantes e inertes 
gerados por dia no laboratório pesquisado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Quadro 6. Tipos e quantidades de RSS gerados por dia 
RESÍDUOS INFECTANTES QUANTIDADE 
(Kg) 
BIOLÓGICO 
(Culturas, filtros de gases de áreas 
contaminadas, 
meio de cultura inoculado). 
1 kg 
SANGUE E HEMODERIVADOS 
(Bolsa de sangue após transfusão, com 
prazo de validade vencido ou sorologia 
positiva, amostra de sangue para análise, 
soro, plasma e outros subprodutos). 
 
5 kg 
CIRÚRGICO 
(Tecido, órgão, feto, peça anatômica, 
sangue e 
outros líquidos orgânicos resultantes de 
cirurgia, necropsia e resíduos 
contaminados por estes materiais). 
 
Não possui 
PERFUROCORTANTES 
(Agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de 
bisturi e vidros). 
 
10 kg 
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE 
(Secreções, excreções e demais líquidos 
orgânicos procedentes de pacientes, bem 
como os resíduos contaminados por estes 
materiais, inclusive restos de refeições). 
 
 
0,5 kg 
 
RESÍDUOS INERTES 
QUANTIDADE 
(Kg) 
Resíduos de atividade administrativa, dos 
serviços de varrição e limpeza de jardins e 
restos alimentares que não entraram em 
contato com pacientes. 
20 kg 
Fonte: Formulado pela autora por meio do levantamento de dados. 
 
A pesquisa identificou que o laboratório não possui RSS especiais 
englobando rejeitos radioativos com radionuclídeos proveniente de laboratório de 
análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia ou resíduo químico 
perigoso, que seja tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo ou mutagênico. 
O laboratório municipal São João da Boa Vista informou que adota as normas 
RDC ANVISA nº306 de 7 de dezembro de 2007 e a Resolução CONAMA nº 358 de 
29 de abril de 2005 para classificação de resíduos de serviços de saúde. 
A RDCANVISA nº306 de 7 de dezembro de 2007 determina como deve ser 
feito o a separação, segregação, acondicionamento e disposição final dos RSS, 
assim como identifica-los e classifica-los. 
38 
 
 As características e serviços oferecidos do laboratório municipal de São João 
da Boa Vista, laboratório analisado neste trabalho, são: auxiliares de diagnósticos e 
análises clínicas, sendo um estabelecimento público de pequeno porte e atende em 
média 4800 pessoas por mês. 
O trabalho de Ferreira (2007), que foi usado como comparativo, o 
estabelecimento em questão é de médio porte. Os serviços prestados são de 
análises clinicas especializados em anatomia patológica e cito patologia. Realizam 
também exames de hormonais marcadores tumorais, liquor e esperma e 
diagnósticas por imagem como: Raios-X, mamografia e ultrassonografia, biópsia e 
cito patológicos. Os exames acima não são oferecidos nos laboratório em análise 
clínicas na pesquisa de Sales, Spolti, Lopes e Lopes (2006) e no município de 
Marituba no estado do Pará e na pesquisa de Hoppe e Silva (2005) que analisa os 
aspectos dos gerenciamentos dos resíduos sólidos nos laboratórios dos municípios 
pertencentes a bacia hidrográfica do Rio Vacacaí no estado do Rio Grande do Sul. 
Dessa maneira, o laboratório de analises municipal de São João da Boa Vista 
coleta recolhe em RSS cerca de: 1 quilo de resíduos biológicos por dia, sangue e 
hemoderivados 5 quilos por dia, perfuro cortantes 10 quilos por dia, assistência ao 
paciente 0,5 quilo por dia e resíduos inertes são coletados 20 quilos por dia. 
No laboratório municipal São João da Boa Vista não possui material cirúrgico, 
rejeito radioativos e resíduos químicos perigosos, enquanto que o laboratório 
analisado por Ferreira (2007) coletam os seguintes dados: resíduos biológicos 2,2 
kgs por dia, sangue e hemoderivados 3,50 kg por dia e perfurocortantes 4,5 kg por 
dia. O laboratório do município de Marituba no Pará já não soube informar a 
quantidade de material de RSS produzia mensalmente (SALES; SPOLTI; LOPES; 
LOPES, 2006). 
Na região da bacia hidrográfica do Rio Vacacaí no estado do Rio Grande do 
Sul, compostas pelas cidades Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Dilermano de 
Aguiar, Formigueira, Lavras do Sul, Seca, Santa Maria, São Gabriel, São Sepé, Vila 
Nova do Sul, sendo que nesta região possuem 22 laboratórios de analises clínicas 
que estão entre os principais geradores de RSS, mas apenas cerca de 10% destes 
laboratórios possuem uma comissão de resíduos de serviços de saúde com 
responsável técnico com formação especifica e um programa de treinamento e 
capacitação dos servidores. 
39 
 
A classificação de serviço dos resíduos de saúde é adotada pelo 
estabelecimento municipal São João da Boa Vista para realizar o gerenciamento, 
utilizando a RDC ANVISA nº 306 de 7 de dezembro de 2007 e a Resolução do 
CONAMA nr.358 de 29 de abril de 2005 no trabalho de Ferreira (2007) a análise se 
faz com a RDC nº 306/04 e também a Resolução CONAMA 05/93 além de utilizar 
também NBR 12808. 
O acondicionamento no laboratório municipal São João da Boa Vista para 
resíduos infectantes usa recipiente rígido impermeável de cor branca, com pedal e 
tampa revestido de saco plástico branco leitoso resistente. Os resíduos especiais 
são colocados em recipiente rígido, estanque revestido com saco plástico resistente 
e fornecido pela empresa coletora. Os resíduos inertes são colocados em recipiente 
rígido de cor cinza com tampa e revestido de sado impermeável, resistente preto. 
Enquanto que no trabalho de Ferreira (2007) para os materiais infectante e 
perfurocortantes são utilizados caixas e sacos brancos leitos e lixeiras adequadas. 
No laboratório de município de Marituba a classificação, segregação e o 
acondicionamento dos RSS não são realizados, aumentando o risco o volume de 
materiais manuseados como perfuro-cortantes e consequentemente o risco de 
acidente de ocupacional (SALES; SPOLTI; LOPES; LOPES, 2006). 
A pesquisa realizada de Hoppe (2005) constatou-se que na região da bacia 
hidrográfica do Rio Vacacaí somente 14% dos laboratórios promovem a segregação 
dos resíduos sólidos de saúde e que cerca de 50% dos laboratórios promovem a 
separação dos resíduos recicláveis. 
Em relação à segregação o laboratório municipal São João da Boa Vista os 
resíduos infectantes diferenciando dos resíduos inertes, cada um com seu 
procedimento e recipientes distintos. 
Os resíduos inertes são encaminhadas para a triagem e os materiais que são 
recicláveis são encaminhados para esse tipo de coleta, que é feita por um 
trabalhador autônomo não faz parte de cooperativa. 
Para os materiais infectantes são acondicionadas em um depósito especifico 
para receber esse tipo de material. 
Este local obedece aos padrões exigidos com revestimentos para facilitar a 
limpeza possui pia, ralo ligado a rede de esgoto com ventilação telada. 
Já no trabalho de Ferreira (2007) os produtos inertes e materiais recicláveis a 
coleta é feita por uma cooperativa assim classificando o que são produtos de 
40 
 
reciclagem e os que são de compostagem. Suas salas de armazenamento 
temporário possuem revestimento de azulejos, pias e ralos e ventilação telada. 
A coleta dos resíduos dos locais de geração até a salde material sujo, no 
laboratório municipal São João da Boa Vista é realizado por um funcionário 
qualificado que retira todo o material das lixeiras que os resíduos já estão em sacos 
brancos leitosos e levados para sala de material sujo para serem auto clavados. E 
os materiais perfuro-cortantes são depositados em caixas resistentes respeitando 
sua capacidade e devidamente identificados. 
No trabalho de Ferreira (2007) o equipamento utilizado para esta coleta são 
cestas usadas pelos funcionários qualificados para essa função juntamente com 
carrinhos e cestas de coleta manual. 
Enquanto que no trabalho de Sales, Spolti, Lopes e Lopes (2006) no 
município de Marituba existe um local para o armazenamento interno e externo dos 
RSS, porém os locais interno e externo são inadequados, pequenos, mal iluminados 
e sem identificação. 
 O laboratório municipal São João da Boa Vista horário tem especifico para 
que seja feita este tipo de coleta que são feitas duas vezes ao dia, uma pela manhã 
e outra no final do expediente, enquanto que no trabalho Ferreira (2007) a coleta é 
feita em horário especifico em período matutino e vespertino diariamente. 
Já no laboratório do município de Marituba não existe horário especifico para 
que seja feita este tipo de coleta (SALES; SPOLTI; LOPES; LOPES, 2006). 
Na região hidrográfica de Vacacaí os resíduos sólidos não são estocados 
adequadamente internamente e nem externamente, pois os locais são inadequados, 
portanto são encaminhados diretamente para disposição final (HOPPE; SILVA, 
2005). 
 Os resíduos infectantes recebem no laboratório municipal São João da Boa 
Vista o sistema de desinfecção é feito por autoclaves da mesma forma que no 
trabalho de Ferreira (2007) que utiliza a autoclavagem para desinfecção dos 
resíduos infectantes e no laboratório de Marituba não tem sistema de desinfecção 
para os resíduos infectantes, conforme Sales, Spolti, Lopes e Lopes (2006), 
enquanto que na bacia hidrográfica de Vacacaí são parcialmente incinerados e o 
que não é incinerado são depositados em valas sépticas sem tratamentos. (HOPPE, 
SILVA,2005). 
41 
 
 No laboratório municipal São João da Boa Vista é utilizado um funcionário 
qualificado tanto para o ambiente interno quanto o externo. Já no trabalho de 
Ferreira (2007) os funcionários recebem treinamentos e são realizados cursos de 
atualizações para funcionários anualmente. 
Existe um sistema de um plano de gerenciamento de resíduos de serviço de 
saúde já implantado no laboratório municipal São João da Boa Vista e não foi 
encontrada nenhuma dificuldade para sua implantação. 
No trabalho de Ferreira (2007) os funcionáriosdo laboratório recebem 
treinamento e mais números de cursos para atualização e contem um plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde (PGRSS), no entanto, são 
encontradas dificuldades para sua implantação. Assim, segundo o laboratório a 
dificuldade está em cada visita da vigilância sanitária que pode realizar uma 
interpretação diferente da lei e o curto prazo para coloca-lo em pratica e a falta de 
diretrizes para implantá-lo. 
Em relação a implantação de prevenção de acidentes no trabalho o 
laboratório municipal São João da Boa Vista existe tem um gerente do programa de 
resíduos, mas não há uma comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA), 
também não há comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH). O plano de 
gerenciamento de resíduos de serviço de saúde é avaliado no município e 
encaminhado para Vigilância Estadual. 
Por fim, o Quadro 7 demonstra as diferenças dos resultados obtidos com esse 
trabalho em relação ao trabalho correlatos, oferecendo uma comparação sobre o 
gerenciamento dos resíduos sólidos na área da saúde entre as localidades. 
 
Quadro 7. Comparativo de Serviços Realizados entre Cidades 
 
São João da 
Boa Vista - SP 
 
Presidente 
Prudente -SP 
 
Marituba -PA 
Região 
Hidrográfica 
Vacacaí -RS 
Acondicionamento 100% 100% Não Possui Parcialmente 
Segregação 100% 100% Não Possui 14% 
Tratamento 100% 100% Não Possui Parcialmente 
Disposição Final 100% 100% Não Possui Não Possui 
Coleta Especializada 100% 100% Não Possui Não Possui 
Profissional Treinado 100% 100% Não Possui Não Possui 
Fonte: Desenvolvido pela autora. 
 
42 
 
Através do quadro 6 observamos que os municípios de São João da Boa 
Vista e de Presidente Prudente possuem o mesmo tipo gerenciamento de RSS onde 
os resíduos são destinados corretamente, sendo porém, o munícipio de Prudente 
maior que o de São João da Boa Vista. Enquanto que nos laboratórios de pequeno 
porte das cidades da bacia hidrográfica de Vacacaí no Rio Grande do Sul e Marituba 
no Pará, não estão de acordo com a normas vigentes, sendo que os autores dos 
respectivos estudos indicaram que é necessário a implantação de um plano de 
gerenciamento de RSS e a capacitação para os funcionários compreenderem o risco 
de não se trabalhar dentro das normas vigentes. 
Segundo o Manual de Gerenciamento de RSS do Ministério da Saúde, o 
planejamento integrado é um importante instrumento no gerenciamento de resíduos 
em todas as suas etapas, com o estabelecimento de metas, programas, sistemas 
organizacionais e tecnologias, que observam as particularidades locais (BRASIL, 
2006). Observou-se que o laboratório pesquisado tem seguido as normas 
corretamente através do planejamento integrado adotando práticas responsáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
5 CONCLUSÃO 
 
O referencial teórico levantado nesse trabalho possibilitou analisar as 
informações normativas e legais referentes à gestão dos RSS conforme objetivos 
propostos nesta pesquisa, buscando enfatizar a importância do gerenciamento 
integrado dos RSS gerados pelo laboratório pesquisado. 
Pode-se concluir através dos dados coletados que a cidade de São João da 
Boa Vista é um potencial gerador dos RSS devida à demanda local. 
Assim, esse trabalho demonstrou que os RSS são tratados de forma correta 
pelo laboratório pesquisado, sendo que, são realizadas todas as etapas do 
gerenciamento dos resíduos sólidos de saúde: segregação, acondicionamento, 
tratamento e disposição final de acordo com a leis vigentes do CONAMA nr.358/05, 
ABNT 12808/16, Lei Municipal 3856/15 e ANVISA nr.306/04, observando que houve 
alteração desta última durante a realização deste trabalho para ANVISA nr.222/18, 
o que não afetou o levantamento de dados e aplicação da pesquisa para execução 
deste trabalho, já que o responsável pelo laboratório informou que seguia a 
normativa da ANVISA nr.306/04 no questionário aplicado . 
Porém, foi observado que o laboratório municipal de São João da Boa Vista 
não possui um carrinho de coleta para fazer o transporte adequado dos resíduos 
sólidos de saúde até o local de acondicionamento; recomenda-se no investido para 
disponibilização do mesmo, bem como, na criação de uma comissão interna de 
prevenção de acidentes o que ajudaria a melhorar o plano de gerenciamento de 
RSS como foi observado no trabalho de Ferreira (2007). 
Ressalta-se também que o papel da educação ambiental continuada através 
da capacitação dos funcionários envolvidos no processo é muito importante no 
sentido de gerenciar corretamente os resíduos gerados em função de suas 
atividades e manter a atualização do conhecimento das normas. 
A divulgação deste trabalho pode auxiliar como forma de orientação para o 
planejamento dos RSS em outros laboratórios, além disso, essa pesquisa, se 
divulgada junto o a pequenos municípios, pode ajudar a nortear a correta gestão 
municipal dos RSS a fim de ampliar a compreensão das questões observadas nesta 
investigação. 
 
 
44 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, Lei N° 12.305 de 02 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS). Brasília – DF, Planalto Central, 2010. 
 
______, Resolução CONAMA n° 307, de 05 de julho de 2002. Gestão de Resíduos e 
produtos perigosos. Publicado no D.O.U. de 17 julho 2002. 
 
______. Ministério da Saúde. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2006. 
 
DOMINCIANO, C.F. Classificação, Disposição e Tratamento de Resíduos 
Sólidos Hospitalares. Poços de Caldas/MG. 2014 
 
FERREIRA, Eduardo Rodrigues. Gestão e gerenciamento dos resíduos de 
serviços de saúde em Presidente Prudente - SP. 2007. 263 f. Dissertação 
(mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 
2007. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/99879>. Acesso em 01/06/2018. 
 
HOPPE, ALESSANDRO EDUARDO. Diagnóstico dos resíduos de serviços de 
saúde no interior do Rio Grande do Sul. Artigo técnico apresentado a Revista de 
Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 10, p. 146-151, 2005. 
 
MARZIALE, M. H. P., DOS SANTOS, H. E. C., CENZI, C. M., ROCHA, F. L. R., & 
TROVÓ, M. E. M. (2014). Consequências da exposição ocupacional a material 
biológico entre trabalhadores de um hospital universitário. Escola Anna 
Nery, 18(1), 11-16. 
 
MIRANDA, Carlos Roberto; DIAS, Carlos Roberto. PPRA/PCMSO: auditoria, 
inspeção do trabalho e controle social. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, p. 224-
232, 2004. 
 
MOREIRA, Ana Maria Maniero. Gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde: um desafio para unidades básicas de saúde. 2012. Dissertação (Mestrado 
em Saúde Ambiental) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, 
São Paulo, 2012. doi:10.11606/D.6.2012.tde-06092012-103002. Acesso em: 
08/04/2018. 
 
45 
 
 
SALES, Carla Cristina de Lima; SPOLTI, Gracieli Pâmela; LOPES, Maria do Socorro 
Bezerra and LOPES, David Franco. Gerenciamento dos resíduos sólidos dos 
serviços de saúde: aspectos do manejo interno no município de Marituba, 
Pará, Brasil. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2009, vol.14, n.6, pp.2231-2238. ISSN 
1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232009000600032. 
 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA (Município) LEI Nº 3.856, DE 26 DE AGOSTO DE 2.015 
“Institui no Município de São João da Boa Vista, a Política Municipal de Resíduos 
Sólidos e aprova o Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos e dá 
outras providências”. 
 
SILVA, Magda Fabbri Isaac; SANTOS, Branca Maria de Oliveira. Estudo Histórico - 
Organizacional da Comissão de Controle De Infecção Hospitalar De Um 
Hospital Universitário. Medicina (Ribeirão Preto. Online), Ribeirão Preto, v. 34, n. 
2, p. 170-176, june 2001. ISSN 2176-7262. Disponível em: 
<https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/1639/1684>. Acesso em: 08/04/2018. 
 
 
ZAJAC, Maria Antonietta Leitão et al. Gerenciamento de resíduosde serviços de 
saúde (RSS) em um hospital publico: Experiência de intervenção por parte de 
uma universidade. International Journal of Health Management Review, v. 2, n. 2, 
p. 44-62, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Apêndice A- Questionário baseado na Dissertação de Ferreira (2007) 
 
A - IDENTIFICAÇÃO 
Data: 10/2018 
Estabelecimento: Laboratório Municipal “Dr. Manuel Adriano Andrade de 
Godoy” 
 
Particular ( ) Público ( X ) 
 
Cargo/Função do responsável pelo preenchimento do questionário: Analista de 
Laboratório 
 
B - CARACTERÍSTICAS DO ESTABELECIMENTO 
 
1-)Quais os atendimentos oferecidos pelo estabelecimento? 
Serviços auxiliares de diagnóstico – Análises clínicas 
 
 
02) Quantos leitos o estabelecimento possui? 
Não possui 
 
03) Quantas pessoas são atendidas por mês no estabelecimento? 
Em média 4800 
 
04) Qual a área construída do estabelecimento? 
250 m² 
 
C- TIPOS E QUANTIDADES DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
GERADOS POR DIA 
 
RESÍDUOS INFECTANTES QUANTIDADE (Kg) 
BIOLÓGICO 
(Culturas, filtros de gases de á 
reas contaminadas, 
meio de cultura inoculado). 
1 kilo 
SANGUE E HEMODERIVADOS 
(Bolsa de sangue 
após transfusão, com prazo de validade 
vencido ou soro - 
logia positiva, amostra de sangue para 
análise, soro, plas - 
ma e outros subprodutos). 
 
 5 kilos 
CIRÚRGICO 
(Tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue 
e 
outros líquidos orgânicos resultantes de 
Não possui 
47 
 
cirurgia, necropsia e 
resíduos contaminados por estes materiais). 
 
PERFUROCORTANTES 
(Agulhas, ampolas, pipetas, 
lâminas de bisturi e vidros). 
10 kilos 
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE 
(Secreções, excreções e demais líquidos 
orgânicos procedentes de pacientes, bem 
como os resíduos contaminados por estes 
materiais, inclusive restos de refeições). 
 
0,5 kilo 
 
RESÍDUOS ESPECIAIS QUANTIDADE (Kg) 
REJEITO 
RADIOATIVO 
(Material radioativo ou 
contaminado com radionuclídeos 
proveniente de laboratório 
de análises clínicas, serviços de 
medicina nuclear e 
radioterapia). 
 
Não possui 
RESÍDUO QUÍMICO PERIGOSO 
(Tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, 
reativo, mutagênico 
 
Não possui 
 
RESÍDUOS INERTES 
(Resíduos de atividade adminis- 
trativa, dos serviços de varrição e 
limpeza de jardins e 
restos alimentares que não entraram em 
contato com pacientes) 
 
20 kilos 
 
Outras Informações 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
01) Qual classificação de resíduos de serviços de saúde é adotada pelo 
estabelecimento para realizar o 
gerenciamento. 
 
a)Resolução CONAMA 05/93 ( ) 
b)ABNT, 1993 - NBR 12808 ( ) 
c)Conama e ABNT ( ) 
d) Outras : RDC ANVISA nº306 DE 7 DE DEZEMBRO DE 2007 
48 
 
RESOLUÇÃO CONAMA nº 358 DE 29 DE ABRIL DE 2005 
 
02) Como são realizados os acondicionamentos para cada tipo de resíduo? 
a) Resíduos Infectantes: Recipiente rígido, estanque, impermeável , cor branca, 
e com pedal e tampa, revestido de saco plástico branco leitoso, resistente. 
 
b) Resíduos Especiais: Recipiente rígido, estanque, revestido com saco plástico 
resistente, fornecido pela empresa coletora. 
 
c) Resíduos Inertes: Recipiente rígido de cor cinza, com tampa revestido de 
saco impermeável, resistente, preto. 
 
D – GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
 
01)Há no estabelecimento a segregação de resíduos de serviços de saúde 
infectantes e especiais dos resíduos inertes? 
Sim (X) Não ( ) 
 
 
02) Se sim, como é realizado este procedimento? 
Recipientes distintos. 
 
03) Os resíduos inertes são encaminhados para algum processo de triagem e 
reciclagem? 
(X ) Sim ( ) Não 
 
04) O estabelecimento conhece a Cooperativa de Trabalhadores em Produtos 
Recicláveis de São João da Boa Vista? 
Sim ( ) Não (X ) 
 
05) Se sim, encaminha materiais recicláveis para a Cooperativa? 
Sim ( ) Não (X ) 
 
06) O estabelecimento possui uma sala de material sujo para depositar os resíduos 
infectantes? 
Sim (X ) Não ( ) 
 
Se sim, quais suas características: 
Área construída: ____________ 
Possui revestimento de azulejos: Sim (X) Não ( ) 
Possui pia: Sim (X) Não ( ) 
Possui ralo ligado à rede de esgoto: Sim (X) Não ( ) 
Possui ventilação telada: Sim (X ) Não ( ) 
Outras especificar: 
______________________________________________________ 
 
______________________________________________________ 
 
 
49 
 
07) Como é realizada a coleta dos resíduos dos locais de geração até a sala de 
material sujo? 
Realizada por um funcionário que retira os sacos plásticos. 
 
08)Quais equipamentos utilizados para esta coleta? 
( X ) carro coletor ( ) cestas ( ) outros, quais: 
______________________________________________________ 
 
09) Existe um horário específico para esta coleta? Sim (X ) Não ( ) 
Quais? 2 vezes ao dia. Inicio da manhã e fim de tarde. 
 
10) Os resíduos infectantes recebem algum tratamento prévio antes de serem 
coletados pelo serviço público de limpeza? Se sim, quais as formas de tratamento 
empregadas? 
Sim, autoclave 
 
11) Quantos funcionários são utilizados para as funções de acondicionamento, 
coleta e armazenamento 
interno e externo? 
a) Interno: 01 
b) Externo: 01 
 
12) Os funcionários recebem treinamento para esta atividade? 
Sim (X ) Não ( ) 
 
13) Se sim, são realizados cursos de atualização para os funcionários? 
Sim (X ) Não ( ) 
 
14) Com relação ao Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 
(PGRSS) o estabelecimento: 
a) ( ) possui e está em fase de implementação 
b) (X ) possui e já está implementado 
c) ( ) não possui e está em fase de elaboração 
d) ( ) ainda não possui 
 
 
15) Quais as dificuldades encontradas? 
( ) o prazo para a implementação é curto 
( ) falta de diretrizes sobre como elaborar 
(X) nenhuma ( ) outras: _____ 
 
 
E – PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
01) Existe no estabelecimento um gerente do programa de resíduos? 
SIM 
 
02) Há no estabelecimento uma comissão interna de prevenção de acidentes 
(CIPA)? 
Sim ( ) 
Não ( X ) 
50 
 
03) Dentro da CIPA, como se dividem os cargos e as funções das pessoas 
envolvidas na coleta e separação dos resíduos e como é seu funcionamento? 
Cargos e Funções: Não Possui 
Funcionamento: Não Possui 
 
04) Há no estabelecimento uma comissão de controle de infecção hospitalar 
(CCIH)? 
Sim ( ) 
Não ( X) 
 
05) Dentro da CCIH, como se dividem os cargos e as funções das pessoas 
envolvidas na coleta e separação dos resíduos sólidos e como é seu 
funcionamento? 
Cargos e Funções: Não Possui 
 
 
06) O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde dos 
estabelecimentos é avaliado no Município ou é encaminhado para unidades de 
outras esferas (Estadual e Federal)? 
Vigilância Estadual

Mais conteúdos dessa disciplina