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Antraderivados Profa. Rosa Fátima de Oliveira Rodrigues Disciplina de FARMACOGNOSIA * Introduzindo... QUINONAS = compostos oxigenados, formados a partir da oxidação de fenóis. Sua principal característica é a presença de 2 grupos carbonílicos formando um sistema conjugado. há 3 grupos principais, em função do tipo do ciclo: benzoquinonas naftoquinonas antraquinonas 1,2-benzoquinona (o-benzoquinona) 1,4-benzoquinona (p-benzoquinona) 1,2-naftoquinona 1,4-naftoquinona 9,10-antraquinona Antraderivados, Glicosídeos antraquinônicos, Glicosídeos antracênicos Glicosídeos = Heterosídeos 1. Conceito são compostos derivados do núcleo antracênico, relacionados com a 3-metil antraquinona; são de origem vegetal; possuem ação laxante ou catártica. 2. Funções químicas tipos de antraderivados C1 e C8 ( OH*, – CH3, – CH2OH, – OCH3,– COOH) * geninas + comuns C11 (– CH3,– CH2OH, – CHO,– COOH) * 3. Classificação Tipos de glicosídeos Forma encontrada no vegetal 3.1. Livre ex. alizarina 3.2. Combinada com açúcar C- glicosídeos: não sofrem hidrólise - oxidação das cadeias glicídicas com FeCl3 ex. barbaloina = aloina ácido carmínico – carmim - cochonilha O – glicosídeos: hidrólise com H +, OH –, enzimas ex: frangulina 3.3. Oxidadas 3.4. Reduzidas Formas oxidadas e reduzidas são reversíveis Características químicas (contin.): nas drogas, geralmente encontram-se mais oxidados que na planta fresca: PLANTA FRESCA: glicosídeos de antronas monoméricas ( formas reduzida) glicosídeos antraquinônicos glicosídeos de diantronas oxidação dimerização secagem 4. Propriedades glicosídeos geninas 1. cristais: 2. solúveis: 3. insolúveis: 4. sublimáveis 5. poder rotatório 1. amarelos; 2. água, etanol; 3. benzeno, éter de petróleo, clorofórmio; 4. não 5. apresentam 1. amarelos ou avermelhados; 2. etanol, benzeno, clorofórmio éter; 3. água; 4. sim 5. não apresentam 5. Identificação – avaliação qualitativa as hidroxi-antraquinonas dissolvem-se nas bases corando-as de vermelho: a intensidade da cor varia conforme o no. e a posição das OH e outros substituintes 5.1. Reação histoquímica corte da droga + KOH → Microscópio → coloração vermelha ou amarela 5.2. Microssublimação droga pó → aquecimento - carbonizar → lâmina → sublimado 5.3. Reação no microssublimado a. KOH antraquinonas → vermelho b. reativo de Mecke antraquinonas → cereja 5.4. Reação de Bornträeger antraquinonas + NaOH → sais de antraquinonas 6. Extração Reação de Bornträeger as hidroxi-antraquinonas dissolvem-se nas bases corando-as de vermelho: a intensidade da cor varia conforme o no. e a posição das OH e outros substituintes. 7. Ação farmacológica - laxativa* - catártica* - emética – antraquinonas livres -emenagoga - abortiva Metabolismo: INGESTÃO: glicosídeos antraquinônicos antraquinonas reduzidas formadas in situ atuação direta nas células epiteliais da mucosa intacta do intestino NO CÓLON: hidrólise (b-glucosidases da flora) e redução Obs.: tempo de latência = 6-8 hs. Mecanismo de ação: são laxantes irritantes do intestino grosso; atualmente se conhecem 3 mecanismos de ação: - estimulação direta da contração da musculatura lisa do intestino, aumentando a motilidade intestinal (possivelmente relacionado com a liberação ou com o aumento da síntese de histamina ou outros mediadores); - inibição da reabsorção de água, sódio e cloro através da inativação da bomba de Na+/K+ - ATPase, (aumentando a secreção de potássio); - inibição dos canais de Cl-, comprovada para inúmeros 1,8-hidróxi-antranóides (antraquinonas e antronas), Ações farmacológicas e usos: ação farmacológica principal: LAXATIVA (a intensidade é dependente da dose) - as formas reduzidas são 10 vezes mais ativas que as oxidadas; as geninas livres presentes na droga não têm atividade; - indicação: como laxantes em prisões de ventre medicamentosas, na preparação de exames radiológicos e colonoscópicos, pré e pós-cirurgias ano-retais, patologias anais dolorosas; Orientações farmacêuticas: não utilizar por períodos prolongados (mais de 10 dias): poderá ocorrer dependência, diarréias, cólicas, náuseas, vômitos, melanose reto-cólica (escurecimento da mucosa), alterações da mucosa e morfologia do reto e cólon (fissuras anais, prolapsos hemorroidais), atonia, carcinoma colorretal, transtornos hidroeletrolíticos com hipocalemia; evitar o uso concomitante com cardiotônicos digitálicos e diuréticos hipocalemiantes; não utilizar mais de 2 substâncias antraquinônicas na mesma formulação; não utilizar em crianças e durante a gravidez (ocitotóxico) e lactação (passa para o leite materno); há um potencial mutagênico, ainda em estudo. SENE - folíolos e frutos de Senna alexandrina Mill.: Cassia senna L. (C. acutifolia Delile) = sene-de-Alexandria), C. angustifolia Vahl. = sene-de-Tinnevelly, CAESALPINIACEAE / LEGUMINOSAE. senidina A (dímero da reína-antrona CÁSCARA-SAGRADA - cascas dessecadas de Rhamnus purshianus D.C., RHAMNACEAE. originária das regiões montanhosas dos EUA e Canadá; contém aprox. 6% de derivados hidroxiantracênicos, dos quais 60% de cascarosídeos; 80 a 90% são C-glicosídeos e 10 a 20% são O-glicosídeos FRÂNGULA - cascas dessecadas de Rhamnus frangula L. (Frangula alnus Mill.), RHAMNACEAE. conhecida como amieiro-preto, é originária da Europa e Ásia; seus constituintes principais são os O-glicosídeos monosídeos frangulina A e B e os diglicosídeos glicofrangulina A e B; tem os mesmos usos que a cáscara-sagrada, tendo, no entanto, ação mais suave. RUIBARBO - raízes e rizomas descascados de Rheum palmatum L. e Rheum officinale Baill., POLYGONACEAE. originária da China e do Tibete, é uma das plantas mais antigas e conhecidas da medicina tradicional chinesa; contém 3 a 12% de derivados antracênicos, sendo 60 a 80% glicosídeos de antraquinonas; entre outros, contém taninos, o que pode induzir a prisão de ventre após a ação laxativa; é também utilizado no tratamento tópico de inflamações e infecções da mucosa oral; BABOSA - suco desidratado das folhas de Aloe vera L. (Aloe barbadensis Mill.) = aloés-de-Curaçao e Aloe ferox Mill. e seus híbridos com A. africana Mill. e A. spicata Baker = aloés-do-Cabo, ASPHODELACEAE / LILIACEAE. tem maior atividade laxante que as demais drogas; Apresenta C-glicosídeos antraquinônicos - aloína A e B: 25 a 40% no aloés-de-Curaçao e 13 a 27% no aloés-do-Cabo; da babosa (A.vera) pode também ser produzido o gel, que consiste em mucilagem obtida das células da zona central da folha; da babosa o gel é usado tradicionalmente para ajudar na cicatrização de feridas, queimaduras, eczema, psoríase, picaduras de insetos, eritemas solares etc. Chega por hoje? Então... Até a próxima aula! O O O O O O O O O O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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