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FARMACOGNOSIA 21.2 VIA BIOSSINTÉTICA DO ÁCIDO CHIQUÍMICO O ácido chiquímico é formado na via do chiquimato a partir da condensação deeritrose-4- fosfato + fosfoenolpiruvato, provenientes da via glicosídica. Esse ácido é caracterizado por ter um grupamento ácido, três hidroxilas e um ciclohexeno. Foi isolado pela primeira vez em 1885 da planta japonesa Badiana-do-Japão/anis-estrelado- japonês ou falso-anis-estrelado. Essa planta é altamente toxica e é bem parecido estruturalmente com o anis verdadeiro. Tem atividade carminativa e propriedade edulcorante (especiaria). ORIGEM BIOSSINTÉTICA: ÁCIDO CHIQUÍMICO O ácido chiquímico funciona como ponto de partida para a biossíntese tanto de metabolismo primário quanto do metabolismo especial das plantas. metabólitos primários: ácidos aminados (tirosina, fenilalanina e triptofano) metabólitos secundários/especial: taninos, alcaloides aromáticos, arilpropanoides, fenólicos, cumarinas, lignoides e flavonoides (via mista – acetato/malonato e chiquimato). Essa substância é formada a partir de uma molécula de eitrose-4-fosfato que sofre uma condensação aldólica com fosfoenolpiruvato formando um açúcar com 7 átomos de carbono fosforilado. Após isso, ocorre reação intramolecular que resulta na perda de fosfato com a formação de uma dupla, que é importante para o fechamento do anel que acontece posteriormente. Com o fechamento de anel temos a formação do primeiro intermediário ácido: ácido 3-desidroquímico. O fato das OH está em posição orto diferencia dos fenólicos formados na via do acetado/malonato (posição meta). O intermediário formado pode sofrer redução formando ácido químico ou uma desidratação seguido de redução (O OH) formando o ácido chiquímico. O intermediário entre o ácido chiquímico e o ácido 3-desidroquímico pode ainda formar 2 produtos. Condensações de várias unidades de ácido gálico formam taninos gálicos (pentagaloilglicose – ácidos gálicos ligados por ligação éster), encontrados na goiaba. ORIGEM BIOSSINTÉTICA: ÁCIDO CORÍSMICO Esse ácido é importante intermediário na via do ácido chiquímico. PO bom grupo de saída; FORMAÇÃO DOS ÁCIDOS AMINADOS AROMÁTICOS Ácidos aminados aromáticos/aminoácidos: L- fenilalanina e L-tirosina. Ácido prefênico: intermediário para formação dos aminoácidos por diferentes caminhos que depende do organismo onde as reações estão acontecendo. Ácidos aminados aromáticos/aminoácidos: triptofano. Além dos aminoácidos, podemos formar por essa via substâncias do tipo C6-C1 (derivados de ácido benzoico) como o ácido salicílico, ácido 2,3- hidroxibenzoico e ácido p-aminobenzóico (PABA). A fenilalanina e a tirosina são os principais precursores biossintéticos de diferentes moléculas do tipo C6-C3, chamados ácidos cinâmicos (livres ou esterificado) e álcoois cinamílicos (se diferenciam pela presença de um álcool ou ácido na cadeia lateral). Dímeros desses ácidos e álcoois levará a formação de micromoléculas chamadas de lignoides (neolignanas e lignanas) e de macromoléculas chamadas lignina (polímero). Essa diversidade de fenilpropanoide se dá por processos de oxidação. DERIVADOS C6-C1 ÁCIDO VANÍLICO E VANILINA Encontrados em espécies da baunilha. Essas substâncias são formada por uma - oxidação de cadeia lateral e se inicia a partir de uma substancia C6-C3 (fenilalanina e tirosina). Processo semelhante a síntese se ácidos graxos, mas de forma inversa. FENILPROPENOS – ALIL E PROPENILFENÓIS Propenilfenol e é formado a partir do álcool cinamílico pela perda de um OH na forma de álcool gerando um carbocátion primário que será estabilizado pela entrada de um hidreto. Para o alil é o mesmo, só que é uma forma de ressonância. Os alilfenois são encontrados em plantas aromática (voláteis) como cravo da índia, anis estrelado e erva doce. Enquanto o propenilfenol é encontrado na canela. Cynara scolymus L. – Marcadores Químicos Tem como marcador químico um derivado fenilpropanoide. Obs.: Colerética por estimular o fígado na produção da bile. A ação colagoga por estimular a contração da vesícula biliar, para promover o fluxo da bile para o intestino. A bile aumenta a solubilidade do colesterol e da gordura, facilitando sua digestão pelo organismo BÁLSAMOS É um fenólico simples. Na antiguidade tem registro na bíblia, utilizado na mumificação de faraós e tem registro como bom conservante. Em relação a estrutura química, a base dos bálsamo são os ácidos balsâmicos (C6-C1) e cinâmico (C6-C3) e seus ésteres. O termo bálsamo é frequentemente utilizado de forma errada para classificar óleorresinas, porém, os bálsamos tem essas substâncias acimas e as óleorresinas não. Os bálsamos são geradas em canais ou bolsas esquizogênicas (quando os balsamos sãos produzidos e liberados nas cavidades, eles começam a inchar e promovem afastamento e compressão das células ao redor para comporta- lo) e esquizolisogênicas (além do que foi dito anteriormente, também promove a lise das células para comportar mais bálsamo). São geralmente pré-formados na planta, mas aumentam a produção por um processo de lesão ou injúria. Alguns produtos não são formados antes de haver uma injúria, ou seja, são produtos exclusivamente patológicos (ex. Benjoim e Bálsamo-de-Tolu). BÁLSAMO-DO-PERU - Myroxylon balsamum var. pereirae Harms. (Fabaceae); - Sinonímia: M. pereirae Klotzsch; - Árvore nativa na América Central (El Salvador, Honduras, Nicarágua, Sul do México e Guatemala); - Os mais faziam uso p/ asma, catarro, reumatismo e feridas externas; - Seu nome é devido à primeira exportação para a Espanha ser proveniente do porto de Calhao, no Peru; - Foi descrito por Monardes em 1576; - O bálsamo é obtido a partir do tronco escarificado à quente (resina patológica); - Contém altíssimos teores de ésteres balsâmicos (líquidos), 45% a 75%; principalmente benzoato de benzila e cinamato de benzila. - Características organolépticas: líquido viscoso, límpido, castanho-escuro a castanho-avermelhado. não se solidifica em exposição ao ar, nem por tempo prolongado ou por aquecimento e não produz filamentos. quando examinado em camada fina apresenta cor castanho-amarelada. odor característico, aromático, que lembra a baunilha. sabor amargo e acre. solúvel em álcool, acetona e clorofórmio. Constituintes Químicos - Rico em ésteres balsâmicos, 56-66%, sendo 3/5 de benzoato de benzila e 2/5 de cinamato de benzila; - Tem ainda o peru-resinol, C18H20O5, que na forma livre e esterificado com ácido cinâmico e ácido benzóico, 28% da composição. Responsável por dar uma característica levemente resinosa; - Presença de cinamato de cinamila (estiracina); a quantidade dos ácidos cinâmico e benzoico livres é pequena; marcador químico; - Além de apresentar cumarina, vanilina e álcoois sesquiterpênicos; Propriedades Biológicas e Usos - Externamente: parasiticida, desinfectante, cicatrizante e anti-inflamatório; - Cremes para casos de varizes e hemorroidas; - Internamente: antisséptico das vias urinárias e pulmonares; expectorante, para bronquite e asma; - No sistema imune estudos in vitro demonstram aumento na fagocitose; - Usado para aromatizar alimentos (ex. chocolates e bebidas), por conta do sucedâneo da baunilha, bem como na perfumaria e produtos de limpeza; - Efeitos tóxicos: É irritante das mucosas quando administrada por via oral. BÁLSAMO-DE-TOLU - Myroxylon balsamum (L.) Harms. (Fabaceae); - Distribuição: Colômbia e Venezuela. Cultivada nas Antilhas e em Cuba. No Brasil pode ser encontrado no Acre; - Descrito em 1574 por Monardes e incluído na BP em 1820; - Contém 25-35% de ácidos balsâmicos, livresou combinados, expressos em ácido cinâmico; - Características organolépticas: massa macia, semissólida, acastanhada a castanho-avermelhada; em repouso, torna-se dura, friável e escura, cujos fragmentos finos apresentam cor amarelo-acastanhada; odor semelhante ao da baunilha (aromático/balsâmico); sabor um pouco acre; solúvel em álcool, acetona e clorofórmio; Constituintes Químicos - 70 a 80 % é uma resina formada por: álcool resinoso conhecido por tolu- resinotanol (C17H18O5); ácidos aromáticos livres: ~20-25% (12-15 % cinâmico e 8% benzóico); ácidos aromáticos combinados: 5% (ésteres cinâmicos e benzóicos); alguns triterpenos ácidos também têm sido descritos na fração resinosa; a essência (7,5% v/p) é composta principalmente de benzoato de benzila e cinamato de benzila; Obs.: essa porção resinosa é que faz ela ficar sólida. - Além de outros ésteres, estirenos, eugenol, vanilina, ácido ferúlico, 1,2-difeniletano e ainda mono e sesquiterpenos oxidados ou não (ex. beta-cariofileno). Propriedades Biológicas e Usos - Muito comum em xaropes para tosse feitos com tinturas. expectorante e sedativo da tosse bronquite e laringite; antisséptico das vias respiratórias e urinárias; atualmente esses xaropes são compostos e não podem tem o bálsamo-de-tolu em uma associação sem comprovação de segurança, logo, ele ta sendo aceito como excepiente; - Externamente utilizado como desinfetante (feridas, úlceras e sarna); - Em loções e condicionadores de cabelo, anticaspa, desodorizantes, sabonetes, cremes, loções, sprays; - Como aromatizante alimentar; CABREÚVA/ÓLEO-VERMELHO - Myroxylon peruiferum L.f. (Fabaceae); - Presente no Brasil, mas ta ameaçado de extinção; - Bálsamo de coloração vermelha; - Usado pra fazer cachaça; BENJOIM - Styrax spp. (Styracaceae); - Benjoins → produtos balsâmicos oriundos de Estiracáceas arbóreas; - Somente duas são comercializadas; - Obtidos por incisões profundas no tronco da árvore; Constituintes Químicos Benjoim do Sião: predomina o ácido benzóico (23% livre e 13% combinado); ácido cinâmico (0 a 3%, em parte combinado); álcool coniferílico e seu éster benzoico, isovanilina e outros voláteis; Obs.: benzoato de coniferila forma uma inflorescência muito forte que o outro benjoim. Benjoim de Sumatra: 26 a 35% de ácidos aromáticos totais, livres e combinados predomina o ácido cinâmico; ~ 9% de ácido benzóico no estado livre; Estiracina (1%); Ambos possuem ácidos triterpenoídicos (via do acetato/mevalonato – Farmacognosia II) que tem o peso molecular muito alto, eles esterificam com ácido benzóico (Sião) e ácido cinâmico (Sumatra), dando o aspecto resinoso/sólido. Essas substancias resinosas ajudam a fixar o óleo essencial, aroma e substancias voláteis. Propriedades biológicas e usos - Internamente: expectorante e antisséptico para as vias respiratórias e urinárias, na bronquite crônica e uretrites, etc. - Externamente: adstringente, cicatrizante e antisséptico; despigmentante; - A tintura é um excelente conservante natural, daí o uso em cosmético; - Usado como incenso e fixador na indústria de perfumes; - Podem gerar dermatites de contato em pessoas sensíveis; ESTORAQUE LÍQUIDO - (Storax); - Liquidambar spp. (Altingiceae); - Produzido por estruturas secretoras de origem secundária formadas internamente no caule jovem, após incisões feitas na planta; - Acumula entre a casca e a parte interna do caule, sendo extraído da parte externa da casca, dias após a incisão; - Alta concentração de: estireno (30-70%) ácido cinâmico livre (17-23%), ácido cinâmico combinado na forma de ésteres (24-25%), hidrocarbonetos, benzenóides, mono- e sesquiterpenos, álcool, substâncias carbonílicas, ácidos carboxílicos, incluindo ácido benzóico, muitos ésteres e algum esqueleto fenólico; - A fração volátil – 0,6 a 08% (v/p); - Utilizado nos cosméticos e aromaterapia; FARMACOGNOSIA 21.2 CUMARINAS: ASPECTOS GERAIS O nome cumarina é derivado do nome da planta “cumaru” [Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.], Fabaceae (Leguminosae). As sementes seca dessas espécie contem alta concentração de cumarina. Essa substância foi isolada pela primeira vez em 1820 por Vogel. Também encontramos cumarinas nos citrus e canela falsa e verdade (menor concentração). As cumarinas constituem uma classe de metabólitos secundários, amplamente distribuídos no reino vegetal, podendo também ser encontrados em fungos e bactérias. São formadas pela via do ácido chiquímico e tem os fenilpropanoide como precursores. Seis anéis são biciclícos e podem ser mono, di ou tri substituído. Em relação a numeração da sua estrutura, na posição 7 terá sempre um OH (grupo substituinte cromóforos) e a contagem comosa do heteroátomos oxigênio. Elas se caracterizam como lactonas do ácido o- hidróxi-cinâmico (1,2-benzopirona), sendo o representando mais simples da cumarina. Em relação a sua classificação, temos a substância cumarina que é o mais simples e tem a classe cumarina/cumarinas, podendo ser simples, substituídas, furanocumarinas (anel C5 com heteroátomos oxigênio) e piranocumarinas (anel C6 com heteroátomos oxigênio). Essas ultimas ainda podem ser lineares ou angulares. O esqueleto da cumarina pode estar ligado a um açúcar através de uma o-glicosilação cumarina glicosíladas. Eles podem também ser encontradas na forma de agliconas (mono, di ou tri substituída). OCORRÊNCIA BIOLÓGICA Estão distribuídas predominantemente em angiospermas, nas famílias: Apiaceae, Rutaceae (principalmente em citrus), Asteraceae, Fabaceae, Oleaceae, Moraceae e Thymeleaceae. Elas podem ser encontradas em todas as partes de uma planta, frequentemente como misturas. A deficiência de ferro no solo onde a planta está crescendo pode induzir a produção da biossíntese de cumarinas na espécie em questão. Esse metabólito é tóxico e irá promover uma seleção da microbiota da planta. Além disso, a presença de cumarina atuará como agente de mobilização do ferro, porque são excelentes quelantes de ferro e ele vai ser disponível para os microrganismo da microbiota. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS - Substância cristalina incolor, com um odor doce e agradável, muito característico (como a baunilha); - Geralmente coloridas; - Tem um peso molecular de cerca 146.15 g/mol; - Ponto de fusão entre os 68 e 70°C e um ponto de ebulição de 303°C; - Estes cristais quando dissolvidos em clorofórmio e expostos à luz ultravioleta, absorvem num comprimento de onda de 272 nm gerando um verde florescente característico para cromatografia em camada delgada de drogas vegetais que possuem cumarinas; a florescência sobre luz UV é influenciada pela natureza e posição dos grupos substituintes cromóforos; a luz visualizada por de ver, azul ou amarela; - É solúvel em solventes orgânicos como o etanol, clorofórmio, éter dietílico, e parcialmente solúvel em água quente e pouco ou nada solúvel em água à temperatura ambiente. ATIVIDADE BIOLÓGICA - Possuem importância econômica nas indústrias de fitoterápicos (xaropes/expectorante), fitomedicamentos, cosméticos e desinfetantes. as diferentes aplicações da cumarina dependem do padrão de substituição no anel cumarínico. nos cosméticos está presentes nos perfumes com nota de fundo, servindo como fixador do perfume; - As cumarinas foram amplamente usadas como aromatizantes em alimentos industrializados. Porém, seu uso foi descontinuado devido a evidências de toxidez hepática. - As furanocumarinas (psoraleno) são utilizadas para o tratamento de enfermidades cutâneas (psoríase, micoses, urticária, eczemas, etc.). O uso tópico ou oral é acompanhado por uma exposição controlada à radiação ultravioleta como forma deinduzir a repigmentação da pele. - Dicumarol e a varfarina são potentes anticoagulantes e antitrombóticos. necessário tenha OH na posição 4 no anel cumarínico (derivados da 4- hidroxicumarina); DROGAS VEGETAIS ÂMIO - Ammi visnaga (L.) Lam., Apiaceae; - Farmacógeno (droga usada): frutos; - Uso: tradicionalmente para problemas renais. toxicidade hepática e reações pseudoalérgicas - Constituintes químicos: furanocumarinas: quelina, visnagina, quelol e quelinol. piranocumarinas angulares: visnadina, samidina e diidrosamidina. ANGÉLICA - Angelica archangelica L., Apiaceae; - Farmacógeno: raízes e rizomas; - Usada: estimulante do apetite, carminativo, sensação de plenitude (usado como complicações digestivas); - Composição química: óleos voláteis (0,3 a 0,6%) → monoterpenos; cumarinas simples; furanocumarinas lineares e angulares; - Propriedade farmacológica: vasodilatador coronariano. CITROS - Citrus aurantium L. e C. medica L., Rutaceae; - Farmacógeno: frutos imaturos; - Uso: problemas estomacais; - Composição química: flavonoides → rutina (insuficiência venosa e flavorizantes). cumarinas → furanocumarinas. terpenoides. GUACO - Mikania glomerata e M. laevigata, Asteraceae; - Farmacógeno: folhas; - Constituintes químicos: Cumarina simples (,2-benzopirona). ácidos fenólicos. - Uso: expectorante; - No fitoterápico temos a droga vegetal e não a substância pura isolada (serve como marcador taxonômico); - Interação medicamentosa: guaco X varfarina; Obs.: Segundo a ANVISA, o Guaco pode ser comercializado sob as formas de tintura e extrato. O xarope de Guaco é um medicamento fitoterápico comercializado na forma de extrato fluido que possui uso terapêutico já bastante conhecido, conhecimento este que se baseia no uso tradicional e em comprovações científicas. TREVO-DE-CHEIRO - Meliotos officinalis Lam., Fabaceae; - Farmacógeno: Folhas e flores (Farm. Francesa X); - Uso: tradicionalmente no tratamento de desordens provocadas por insuficiência venosa crônica; - Constituintes químicos: glicosídeos do ácido 2- hidroxicinâmico que se hidrolisam facilmente e, por lactonização levam a formação da cumarina. Sob certas condições, por exemplo acúmulo de mofo nas folhagens contendo o trevo, a cumarina será convertida no dicumarol. Este interfere no mecanismo de coagulação sanguínea, levando a processos hemorrágicos; - O dicumarol é um potente anticoagulante de uso oral, que foi descoberto durante a investigação de uma doença hemorrágica em gados alimentados com trevo-de-cheiro amarelo fermentado; CHAMBÁ, ANADOR - Justicia pectoralis Jacq., Acanthaceae; - Farmacógeno: Folhas e flores; - Utilizada tradicionalmente no tratamento de doenças do trato respiratório, como a asma, tosse e bronquite; - Constituintes químicos: flavonoides, cumarina e umbeliferona de 16,2 e 0,81 mg/g da droga vegetal, respectivamente; - Interações medicamentosas: Não deve ser usada conjuntamente com anticoagulantes ou em pacientes com transtornos circulatórios. CUMARU - Dypterix odorata (Aubl.) Willd., Fabaceae); - Comum no Nordeste brasileiro; - Usos: produção de móveis de luxo; sementes → colares e braceletes; aromatização de alimentos e bebidas; perfumes e cosméticos (principal uso); produtos de higiene pessoal e limpeza; - Rico em cumarina simples; - Pesquisadores da UFPA vem sugerindo um tratamento com extrato de cumaru para diminuir as perdas cognitivas das pessoas afetadas pelo Mal de Alzheimer. - Propriedades neurogênicas → induz as células-tronco a formar novos neurônios. MAMA-CADELA - Brosimum gaudichaudii Trécul, Moraceae; - Farmacógeno: O extrato das raízes e da casca do caule é indicado no tratamento do vitiligo e de outras doenças dermatológicas; - Principais constituintes: furanocumarinas (bergapteno e psoraleno) extraídas de suas raízes; - Até o momento, sua exploração vem sendo feita de modo extrativista e predatória. Não existe sistema de produção estabelecido para o seu cultivo. A coleta das raízes é trabalhosa, devido a sua distribuição desuniforme e, além disso, apresentam elevado teor de impurezas; - Seus frutos carnosos são comestíveis e apreciados pelas crianças, que mascam sua polpa amarela, semelhante à goma de mascar; - Essa espécie é endêmica do Cerrado brasileiro e está incluída na relação de plantas para o futuro da região Centro-Oeste. BIOSSÍNTESE DE CUMARINAS São formadas pela via do ácido chiquímico e tem os fenilpropanoide como precursores. A primeira etapa chave na formação do ácido cinâmico é a ação da enzima PAL (fenilalanina amônio liase), que permite a saída de amônio e formação da dupla que faz parte da cadeia lateral desse ácido. O ácido cinâmico sofre ativação pela S-CoA, ativando o grupo carboxílico terminal, formando o 4-cumaroil-S-CoA ou ácido p-cumárico ou p-hidroxinâmico que a partir dessa estrutura temos a formação direta das cumarinas. TIPOS DE CUMARINAS C ou O-preniladas C-preniladas: quando há inserção da unidade isoprênica diretamente em um átomo de carbono. O-preniladas: quando há inserção da unidade isoprênica ligada a um átomo de oxigênio. Prenilação: quando há adição de uma unidade isoprênica a uma estrutura fenólica (com a cumarina), resultando em um fenolprenilado. FURANOCUMARINAS – LINEAR OU ANGULAR Furanocumarinas: quando temos um anel furano ligado a cumarina. A fusão com o furano acontece no C6 nas lineares e no C8 nas angulares e isso acontece porque a fusão é proveniente de uma prenilação e dependendo da onde ela ocorra temos esses dois tipos de estruturas. Furanocumarinas linear: quando o anel furano é fundido de forma que a estrutura fique linear. Furanocumarinas angular: quando o anel furano é fundido de forma que gera uma angulação. PIRANOCUMARINAS: LINEARES OU ANGULARES Piranocumarinas: mesmo coisa do furano, mas o que irá mudar é que ao invés de um anel de 5 carbonos teremos um anel de 6 carbonos, o pirano. CUMARINAS DIMÉRICAS Duas unidades de cumarina. Dicumarol é importante para a síntese da varfarina. CICLIZAÇÃO E FORMAÇÃO DO NÚCLEO CUMARÍNICO Como podemos ver, se inicia pelo ácido cinâmico que pode seguir por duas vias diferentes, mas independente da via escolhida é importante que para ocorre a ciclização do esqueleto cumarínico a hidroxilação em orto é fundamental, pois, é com a participação dessa OH que temos o anel lactônico formado. Via 1 OH na posição orto cumarina simples; Via 2 OH na posição para classe cumarina/cumarina substituída; Ao final as OH são conservados, como podemos ver. Para a segunda via, o diferente é que terá um OH a mais e também pode ocorrer reações subsequentes como oxidações, metilações ou glicosilação. O primeiro passo para a ciclização é a isomerização da dupla de trans para cis e a formação do anel s dá pela formação do éster (lactonização). Há uma etapa chave antes de lactonização do OH com COOH que é a glicosilação pela ação da enzima glicosidase, que é muito importante e forma de defesa da planta contra estresses externos (elicitação). A ciclização e formação da cumarina também pode ocorrer por ação enzimática, pela dioxigenase dependente de 2-oxoglutarato. BIOSSÍNTESE DE FURANO E PIRANOCUMARINAS Umbeliferona possui OH no C7 que é fundamental para formação dos anéis furano e pirano. Após a formação da umbeliferona ocorre a prenilação, que é a incorporação da unidade isoprênica (dimetilalildifosfato, DMAPP) no sistema biciclícos da cumarina, e pode acontecer no C6 ou C8, que formas estruturas linear e angular, respectivamente. Uma etapa chave é a etapa de hipoxidação da dupla da unidade isoprênica,que acontece através da monooxigenase via epóxido dependendo de citocromo P450. Mediana também por oxigênio molecular e fator NADH. A DMAPP possui um bom grupo de saída em sua estrutura, o OPP. A OH do C7 serve para ativar o C6 e C8. O anel epóxido apresenta grande instabilidade e ele pode se abrir facilmente, principalmente em ambientes ácidos como o meio vegetal. Abaixo temos como ocorre a formação dos anéis furano e pirano via epóxido. Podemos concluir que o que irá determinar se teremos furanocumarinas ou piranocumarinas é o carbono do epóxido que irá sofrer o ataque nucleofílico. O psoraleno são furanocumarinas lineares com grande importância na indústria farmacêutica pois ele faz parte de um importante grupo de fármacos utilizados em doenças de pele. Esse anel pode sofrer novas etapas de oxidação, levando a formação de bergaptol e bergapteno. Se ele sofrer novas reações ele forma outras coisas como podemos ver. Obs.: os carbonos da cadeia lateral são liberados na forma de cetonas para a formação do psoraleno. Mediana pelo psoraleno sintase. Em relação as enzimas envolvidas nesse processo todo, até a formação da furano ou piranocumarina elas fazem parte do P450, mas após isso, as enzimas podem ou não fazer parte desse citocromo. As furanocumarinas na sua forma linear consegue se ligar a timina e citosina atraves de ciclo adições em posições especificas formando ligações cruzadas.
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