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Jéssica Bomfim de Almeida Farmacêutica Universidade Federal da Bahia Campus Anísio Teixeira Instituto Multidisciplinar em Saúde EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO ELETRÓLITOS Os principais eletrólitos (Na+, K+, Cl e HCO3- ) ocorrem primariamente como íons livres, enquanto quantidades significativas (>40%) de Ca, Mg estão ligados a proteínas como a albumina. SÓDIO Corresponde a 90% dos cátions inorgânicos extracelulares VR- 136 a 145 mEq/L Mecanismo renal Sistema renina-angiotensina aldosterona Peptideo natriuretico atrial Dopamina Regulação do sódio plasmático EXCREÇÃO DE NA+ REABSORÇÃO DE NA+ EXCREÇÃO DE NA+ HIPONATREMIA Neuromuscular: fraqueza, lassidão, câimbras, dores musculares e hiporreflexia; Cardiocirculatório: hipotensão e taquicardia Renal: oligúria, estados edematosos e até insuficiência renal aguda Sistema nervoso central: cefaléia, anorexia, letargia, desorientação, convulsões e coma. Sódio < 135 mEq/l. HIPONATREMIA Causas Tratamento: Restrição hídrica Furosemida Soro fisiológico 0,9% (hipovolêmico) Perda corpórea do sódio • Diurese osmótica (presença, de solutos osmoticamente ativos, como manitol e glicose) • Diuréticos tiazídicos (bloqueiam a reabsorção de Na+) • Insuficiência adrenal (ausência de aldosterona e cortisol evita a reabsorção de Na+) • Perda TGI e pele Diluição por excesso de água • ICC, cirrose, síndrome nefrótica, DPOC (expansão da água corporal total maior do que o sódio corporal total - edema) • SIADH (Aumento na produção de ADH) *** A hiponatremia quase sempre é dilucional e não pela perda de sódio. Sódio < 135 mEq/l. HIPERNATREMIA Dosagem de Na maior que 145 mEq/L. Língua seca e edemaciada, mucosas pegajosas, pele ruborizada, edema. Mal-estar, confusão, letargia, convulsão e coma; Tremor, hiperreflexia,alucinações; Sede e oligúria; Fraqueza muscular e cãibras. HIPERNATREMIA Causas Perda excessiva de água ou não reposição de perda de água • Febre e hiperventilação; • Diabetes insipidus; • Uso de diuréticos osmótico; Ganho excessivo de sal: • hidratação VO c/excesso de sal (crianças); • administração excessiva de soluções salinas hipertônicas (cloreto de sódio ou bicarbonato de sódio). Tratamento: Reposição hídrica Tratar doença de base; Infusão de solução eletrolítica hipertônica (cloreto de sódio a 0,3%); -Solução não salina isotônica (SG5%); -Diuréticos. POTÁSSIO Principal cátion inorgânico intracelular. VR: 3,5 a 5 mEq/l. Maior parte é excretada pelos rins, e em menor qtd TGI e suor. Regula a excitabilidade neuromuscular e contratilidade muscular; Mecanismo renal Aldosterona Regulação do potássio plasmático excreção urinária do K e H++ HIPOCALEMIA Causas: Aumento da excreção • Perda GI, (vômitos, diarreia) diuréticos tiazidicos e de alça • Poliuria, hiperaldosteronismo, anorexia Influxo celular de potássio • Alcalose metabólica, Insulina, adrenalina (estresse), alfa 2 adrenergicos Tratamento: • Tratar a causa • Diureticos poupadores de K+ (amilorida, espironalactona) • Reposição de KCl via oral ou venosa Potássio < 3,5 mEq/l. HIPOCALEMIA Potássio < 3,5 mEq/l. Neuromusculares (fraqueza muscular, parestesias); Respiratória (depressão respiratória) Gastrintestinais (náuseas, constipação); SNC (irritabilidade, letargia, coma); Cardíacos (arritmias e parada cardíaca) HIPERCALEMIA Causas Diminuição da excreção de K+ • Insuficiência Renal aguda • Infusão aumentada (intravenoso) • Hipoaldosteronismos (insuficiência adrenal) • Drogas (Diureticos poupadores de potássio, inibisores de renina, inbidoress da ECA, antagonistas de angiotensina II, inibidores seletivos de aldosterona) Efluxo de K+ (fora da célula) •Acidose metabólica grave •Deficiência de insulina •Beta bloqueadores, agonistas alfa adrenergicos •Lise celular (hemólise, rabdomiolise, lise tumoral) •Hiperosmolaridade (Saída de H2O e K+ da celula) Tratamento: - Restrição de potássio na dieta -Gliconato ou cloreto de cálcio IV (monitorar PA); - Bicarbonato de sódio IV (alcalinizar o plasma); -Insulina regular e solução de glicose hipertônica IV; - Diuréticos tiazidicos e de alça; -Diálise peritoneal, hemodiálise. Potássio > 5,5 mEq/l. HIPERCALEMIA Potássio > 5,5 mEq/l. Arritmias ventriculares à parada cardiaca; Fraqueza na musculatura esquelética, paralisia (bloqueio de despolarização no músculo), Paralisia da musculatura respiratória e da fala; Condução ventricular lentificada; Manifestações GI: náuseas, cólica intestinal e diarréia. REGULAÇÃO DO K+ CORPÓREO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO Célula H+ K+K + H+ acidose Plasma alcalose Fraqueza, demencia, confusão mental, FCR, e PCR, Espasmos, tetania, convulsões, PCR EQUILÍBRIO ACIDO-BÁSICO EQUILÍBRIO ÁCIDO-‐BASE A relação principal do equilíbrio ácido-base é esta: Equação de Henderson- Hasselbach SISTEMAS TAMPÕES Pulmões Eritrócitos Rins CO2 H+ Hemoglobina + H+ Hemoglobina H+ HCO3-‐ H2CO3CO2 + H2O Ar expirado Tecidos H+H+ -‐ HCO3 Reabsorção Excreção urinária PAPEL DOS ERITRÓCITOS • H+ entra na hemácia e se liga a Hb reduzida • No paciente com acidose o H+ vai se ligar à Hb, que vai diminuir sua capacidade de transportar o O2. SISTEMAS TAMPÕES PAPEL DOS PULMÕES • Sistema Pulmonar elimina ou retém CO2 (Hiperventilação ou Hipoventilação) • Atuação em minutos a horas SISTEMAS TAMPÕES Controle das trocas gasosas PAPEL DOS RINS • Os rins controlam o equilíbrio ácido-básico ao excretarem urina ácida ou básica • Leva horas a dias para agir e é o mais duradouro mecanismo regulatório SISTEMAS TAMPÕES H+H+ -‐ HCO3 Reabsorção Excreção urinária Alcalose Acidose NH4+ DISTÚRBIOS ACIDO-BASE Identificar a natureza do distúrbio a partir do pH: Acidose ou Alcalose pH = Alcalemia pH = Acidemia pH 7,8 7,7 7,6 7,5 7,4 7,3 7,2 7,1 6,9 6,8 H+ 16 20 26 32 40 50 63 80 125 160 mortecomamorte coma - [HCO3 ] - [HCO3 ] pCO2 pCO2 ACIDOSE ALCALOSE DISTÚRBIOS ACIDO-BASE Classificação de acordo com o componente metabólico ou respiratório AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE Os distúrbios ácido-base são facilmente suspeitos através: Histórico do paciente e exame físico Hemogasometria Cálculo do anion-gap HEMOGASOMETRIA Exame invasivo que mede as concentrações dos gases sanguíneos e o estado ácido- básico do sangue. HEMOGASOMETRIA HEMOGASOMETRIA A avaliação da gasometria deve ser feita em 3 etapas: HEMOGASOMETRIA 1° passo: Identificar o pH 2° passo: definir o distúrbio ácido – básico avaliando pCO2 e HCO3- 3° Passo: Observar sinais de compensação e a causa CASO CLINICO 1 Mulher, 58 anos, tem uma história de 4 dias de letargia, anorexia, dor abdominal e náuseas. Possui DM tipo 2, está fazendo uso de metformina 500 mg 2x ao dia. Os dados laboratoriais de sua admissão são: pH=6,8 (7,35-7,45) pCO2 = 45mmHg (35 - 45mmHg) pO2 =77mmHg (70 - 90mmHg) HCO3- = 5mEq/l (22 - 28mEq/l) Na =140mEq/l (136 - 145mEq/l), K =4,4mEq/l (3,5 -5,0mEq/L) Cl = 100mEq/l (98 - 106mEq/l) Creatinina = 9mg/dl (0,6 - 1,2mg/dl); Glicose = 112 mg/dl (70 - 110 mg/l); Ácido láctico = 178 mg/dl (5 - 20mg/dl) Acidose Metabólica O uso de metformina no DM pode produzir acidose láctica, principalmente em presença de disfunção renal, hepática ou etilismo ACIDOSE METABÓLICA • A acidose metabólica é definida por um HCO3 < 22mEq/L e um pH <7,35; • DO pH PULMÃO: Alcalose Respiratória Elimina CO2 – Hiperventilação PCO2 esperada: 1,5 x [HCO3-] + 8 ACIDOSE METABÓLICA ACIDOSE METABÓLICA • DO pH Produção ácida aumentada: • Acidose lática, cetoacidose e ingestão de salicilatos Perda excessiva de bicarbonato • Perda GI (diarreia), acidose tubular renal As causas mais comuns de acidose metabólica divide-se em: ÂNION GAP ACIDOSE METABÓLICA Além dos dados da história clínica, uma medida que auxilia no diagnóstico causal da acidose metabólicaé o cálculo do anion gap Anion gap = 140 (100 + 5) = 35 mEq/l Faixa normal de valores de Ânion GAP: 8-12mEq/L ÂNION GAP ACIDOSE METABÓLICA Normoclorêmica Hiperclorêmica As acidoses metabólicas são classificadas em: - Acidose metabólica hiperclorêmica (anion gap normal): devido à perda de bicarbonato. - Acidose metabólica normoclorêmica (anion gap aumentado): devido ao acréscimo de ácido. Acidose metabólica normocloremica (anion gap alto) CAUSAS DE ACIDOSE METABÓLICA NORMOCLORÊMICAS GRUPO I – Ânion Gap Alto (Normoclorêmicas) Acidose Lática • Sepse • Choque • Hipoxemia grave • Insuficiência hepática • HIV • Cianeto • Monóxido de carbono • Crise convulsiva • Neoplasia maligna • Biguanidas Cetoacidose diabética Cetoacidose alcoólica e de jejum prolongado Insuficiência renal Intoxicações (salicilatos - AAS, metanol, etilenoglicol) Rabdomiólise ACIDOSE METABÓLICA CAUSAS DE ACIDOSE METABÓLICA HIPERCLORÊMICAS GRUPO II – Ânion Gap Normal (Hiperclorêmicas) Diarreia Insuficiência renal crônica Fístula biliar, entérica ou pancreática Insuficiência suprarrenal Ureterossigmoidostomia Hipoaldosteronismo hiporreninêmico Acetazolamida Pseudo-hipoaldosteronismo Diuréticos poupadores de potássio Acidose Tubular Renal tipo I Nutrição parenteral total ATR tipo II ACIDOSE METABÓLICA • Tratamento da doença de base (causa da acidose metabólica); • Hiperventilação; • Infusão de bicarbonato de sódio • Acidemia leve ou moderada (pH > 7,2) - não é necessária. • Acidose grave (pH < 7,20; bicarbonato < 8) - depressão miocárdica e as disfunções enzimáticas são significativas e a administração de bicarbonato de sódio pode ser benéfica ACIDOSES METABÓLICAS TRATAMENTO CASO CLINICO 2 Adolescente de 14 anos do sexo feminino, com antecedente de transtorno alimentar, é levada ao serviço de saúde porque se encontra apática há 1 dia. Os exames laboratoriais mostram: pH=7,48 (7,35-7,45) pO2 =120 mmHg (70 - 90mmHg) pCO2 =45mmHg (35 - 45mmHg) HCO3- = 32mEq/l (22 - 28mEq/l) BE = 7 (-3,5 a +4,5) Na+ plasmatico =130mEq/l (136 - 145mEq/l), K+ plasmatico =2,5 mEq/l (3,5 -5,0mEq/L) Cl – plasmatico = 90 mEq/l (98 - 106mEq/l) Na+ urinario = 50 mEq/l (variável) mmol/L Cl- urinário = 0 (variável) mmol/L pH urinário = 8 (5,5 a 7) Alcalose Metabólica Alcalose metabólica secundária a vômitos de início recente • A alcalose metabólica “pura” é definida por HCO3 > 26mEq/L e um pH > 7,45; • A alcalose metabólica é sinônimo de retenção de bicarbonato; • Causas mais comuns de alcalose metabólica: ALCALOSES METABÓLICAS Perdas de H+: vômitos, perdas gastrintestinais, uso de diuréticos Adição de bicarbonato: ingestão crônica ou infusão excessiva de bicarbonatos o seus precursores, DPOC ALCALOSES METABÓLICAS • Alcalose responsiva ao Cl- • Baseia-se principalmente na reposição de potássio e cloro: – Solução salina a 0,9%; – Solução salina com KCl. • Alcalose não responsivos ao Cl- • Reposição de potássio: reverte o desvio intracelular dos H+ e aumenta a excreção de HCO3- • Espironolactona e a amilorida - reduzem a atividade da aldosterona ALCALOSE METABÓLICA CASO CLINICO 3 Homem, 65 anos apresentou, após dois meses, quadro de tosse produtiva, secreção amarelada e febre. A dispnéia piorou, fazendo com que fosse levado à Emergência. Os exames laboratoriais mostram: pH=7,20 (7,35-7,45) pCO2 =75mmHg (35 - 45mmHg) HCO3- = 30mEq/l (22 - 28mEq/l) BE = +5 (-3,5 a +4,5) Acidose Respiratória O distúrbio é acidose respiratória com tentativa de compensação metabólica. A causa provável é pneumonia descompensando a insuficiência respiratória crônica deste paciente. • A acidose respiratória “pura” é definida por PCO2 > 45mmHg e um pH < 7,35; • Em situações crônicas, por ser lento e progressivo, o aumento do PCO2 é eficazmente compensada pela retenção renal de HCO3, uma espécie de alcalose metabólica compensatória, que provoca um aumento do excesso de base (BE) na gasometria; ACIDOSE RESPIRATÓRIA ACIDOSE RESPIRATÓRIA CAUSAS ACIDOSE RESPIRATÓRIA PULMÕES NORMAIS • Depressão do SNC • Doenças neuromusculares • Trauma SNC • Distúrbios restritivos da caixa torácica (Obesidade e Cifoescoliose) PULMÕES ANORMAIS • DPOC • Obstrução aguda das vias aéreas • Asma grave Tratamento: Dirigido à causa da hipoventilação alveolar Manter uma oxigenação e ventilação adequadas: manutenção das vias aéreas livres, correção da hipóxia, remoção de secreções e tratamento das infecções respiratórias quando presentes. A administração de O2 deve ser cuidadosamente ajustada para os pacientes com doença pulmonar obstrutiva grave e retenção crônica de CO2 que estão respirando espontaneamente. Um erro frequente é a administração de bicarbonato de sódio com base apenas no valor do pH. ACIDOSE RESPIRATÓRIA CASO CLINICO 4 Homem, 72 anos, internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por AVC hemorrágico há cinco dias. O paciente encontra- se em estado comatoso e é assistido por ventilação mecânica.Apresenta a seguinte gasometria arterial: pH=7,63 (7,35-7,45) pO2 =100 mmHg (70 - 90mmHg) pCO2 =22 mmHg (35 - 45mmHg) HCO3- = 22,3 mEq/l (22 - 28mEq/l) BE = +4,5 (-3,5 a +4,5) Alcalose Respiratória Alcalose respiratória é decorrente de uma ventilação mecânica inadequada, causando uma hiperventilação alveolar com consequente diminuição da pCO2. • A alcalose respiratória “pura” é definida por uma PCO2 < 35mmHg e um Ph > 7,45; • O mecanismo: HIPERVENTILAÇÃO PULMONAR; • Na alcalose respiratória crônica, o rim elimina mais bicarbonato, na tentativa de compensar o pH, levando a um excesso de base (BE) mais negativo; • O tratamento é voltado para a causa básica. ALCALOSE RESPIRATÓRIA ALCALOSE RESPIRATÓRIA CAUSAS ALCALOSE RESPIRATÓRIA PULMÕES NORMAIS • Ansiedade • Febre • Dor • Drogas estimulantes • Lesão do SNC • Hiperventilação iatrogenica PULMÕES ANORMAIS • Asma aguda • Pneumonia • Edema pulmonar Tratamento: Dirigido ao distúrbio que originou a hiperventilação alveolar Regular adequadamente a assistência por ventilação mecânica. Os pacientes com síndrome de hiperventilação podem beneficiar-se com a tranquilização, a respiração dentro de um saco de papel durante os episódios sintomáticos e a atenção para o estresse psicológico subjacente. ALCALOSE RESPIRATÓRIA EXERCÍCIOS Paciente de 30 anos chega à Emergência do HU em estado de coma, apenas respondendo aos estímulos dolorosos. Sua respiração é superficial e com frequência normal. Familiares encontraram próximo a ela diversas caixas de tranquilizantes vazias. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 80mmHg; HCO3- = 23 mM/L; BE= -1,2. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu(s) mecanismo(s), causa mais provável? Distúrbios simples Acidose respiratória • Não há compensação metabólica. • O mecanismo do distúrbio é a diminuição da eliminação de CO2 por redução da ventilação alveolar • Causa provável, em função da história, é depressão do centro respiratório por excesso de tranquilizantes. Após 24 horas de tratamento no CTI, a paciente do caso 1 ainda se encontra torporosa e submetida a ventilação artificial. Gasometria arterial: pH= 7,52; PaCO2= 26 mmHg; HCO3-= 25,6 mM/L; BE= +1,2. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu mecanismo, e a causa mais provável? Alcalose respiratória • Sem tentativa de compensação • O mecanismo mais provável neste caso é ventilação alveolar excessiva, que aumenta a eliminação de CO2. • A causa mais provável é a regulagem inadequada do ventilador mecânico, gerando ventilação alveolar muito elevada. EXERCÍCIOS JOS, 45 anos, sexo feminino, procedente de Vitória da Conquista, foi trazida ao pronto socorro com baixo nível de consciência, Familiar relata uso contínuo de metformina e glibenclamida, além de hidroclorotiazida e enalapril. Encaminhada para a estabilização. Acidose metabólica • Houve tentativade compensação . • O mecanismo do distúrbio é a o acúmulo de cetoácidos responsáveis pelo enorme consumo de bicarbonato (AG alto) • Causa provável, diabetes descompensada que evoluiu para cetoacidose diabética • Hipercalemia - Aumento de K devido à troca com H+ • Hiponatremia - devido a diurese osmótica. Exames complementares Referência Na+ 130 mEq/L 136 – 145 mEq/L K+ 6,1 mEq/L 3,5 – 5 mEq/L Cl- 102 mEq/L 96 – 107 mEq/L pH 7,1 7,35 – 7,45 pO2 95 80 - 100 pCO2 17 35 - 45 SatO2 98% 95 - 99 HCO3 8,8 22 -26 Anion Gap 25,3 10 – 12 Glicemia 485 mg/dL 60 – 99 mg/dL Ureia 85 mg/dL 15 – 55 mg/dL Creatinina 1,3 mg/dL 0,6 – 1,1 mg/dL Sumário de Urina: Cetonas: +++, Glicose: +++, Proteínas: +, Cilindros hialinos 02/cpo Distúrbios com tentativa de compensação L.G.B. 3 meses, sexo feminino, branca. Dá entrada no Pronto socorro com vômitos incoersíveis e desidratação e distúrbio metabólico grave. Nascida a termo com peso de 3.320g e estatura de 50cm, de parto cesariana indicado por trabalho prolongado com sofrimento fetal em decorrência de circular de cordão. pH: 7,73 pCO2: 51 mmHg Excesso de base: +22 HCO3: 60 mEq/l Na: 120 mEq/l K: 1,3 mEq/l Alcalose metabólica • Houve tentativa de compensação . • O mecanismo do distúrbio é a perda de ácido levando ao acúmulo de bicarbonato • Causa provável vômitos e desidratação • Hipocalemia - Diminuição de K devido à troca com H+ • Hiponatremia – por perda EXERCÍCIOS Distúrbios com tentativa de compensação Paciente de 65 anos, fumante, procura o ambulatório queixando-se de dispnéia, cansaço e tosse acompanhada por secreção clara. Gasometria arterial: pH= 7,40; PaCO2= 58 mmHg; HCO3-= 34 mM/L; BE= +7,2. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), mecanismo, causa e conduta? Acidose respiratória com compensação metabólica completa. • Neste caso o distúrbio inicial foi a retenção de CO2 pela doença pulmonar. Face à sua cronicidade, os rins baixaram seu limiar de reabsorção de bicarbonato a fim de normalizar o pH, conseguindo com uma alteração secundária compensar totalmente a primária. • A causa dos distúrbios é a doença pulmonar obstrutiva crônica que inclui enfisema e bronquite crônica. EXERCÍCIOS Distúrbios compensado EXERCÍCIOS Paciente de 23 anos está no CTI com quadro de choque séptico consequente a peritonite e insuficiência respiratória grave, tipo síndrome de angústia respiratória aguda (SARA) em fase avançada. Suporte circulatório, reposição de volume e suporte respiratório com ventilador mecânico estão sendo empregados. Gasometria arterial: pH= 7,21; PaCO2= 54 mmHg; HCO3-= 19 mM/L; BE= -6,5. Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s)? Distúrbios misto Acidose mista • Nos casos de choque circulatório, as células do organismo não recebem a quantidade de oxigênio necessária ao seu metabolismo, transformando- o em anaeróbico, o que causa acúmulo de ácido láctico (ácido fixo). Este é o mecanismo do componente metabólico desta acidose. • Na SARA costuma ser observada retenção de CO2, responsável pelo componente respiratório nas fases mais avançadas, quando a complacência pulmonar está muito diminuida ou quando se usa a técnica de hipercapnia permissiva.
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