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Resumo AVP1 - Fisiologia


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Resumo AVP1 – Fisiologia 
 
● Introdução a fisiologia (Aula 01): 
1. A fisiologia tenta explicar os fatores físicos e químicos responsáveis pela origem, desenvolvimento e 
progressão da vida. Na fisiologia animal, estamos interessados nas características e mecanismos 
específicos do corpo que o tornam um ser vivo. 
2. Células: é a unidade viva fundamental do corpo. Cada tipo de célula é especialmente adaptada para a 
execução de uma função determinada. Todas as células eliminam os produtos finais de suas reações 
químicas nos líquidos onde ficam imersas. Quase todas as células tem capacidade de se reproduzir, ou 
seja, tem capacidade de regeneração para que seja restabelecido o seu número adequado. Todas as 
células vivem em um mesmo meio, o meio interno. Às células são capazes de viver, crescer e 
desempenhar suas funções específicas enquanto estiverem disponíveis oxigênio, glicose, derivados de 
íons, aminoácidos, substâncias gordurosas e outros constituintes em concentrações adequadas. 
3. Fluido intracelular: substância aquosa interna à célula. É rico em potássio, magnésio, fosfato, ânios 
orgânicos(aminoácidos carregados negativamente). 
4. Fluido extracelular/líquido intersticial/meio interno do corpo: substância aquosa externa à célula. Todas as 
substâncias importantes para que a célula sobreviva/funcione/se movimente estão concentrados no 
interstício. É rico em sódio, bicarbonato, cloreto, glicose, oxigênio, Dióxido de carbono e uréia. O fluido 
extracelular está sendo constantemente renovado, pois o líquido extracelular se movimenta continuamente 
por todo o corpo. É transportado rapidamente no sangue circulante e, em seguida, misturado entre o 
sangue e os líquidos teciduais por difusão através das paredes dos capilares. 
5. Forças de Starling: se relacionam a forças de líquidos, são as pressões hidrostáticas e 
osmóticas/oncótica/coloidosmótica. 
5.1 Pressão Hidrostática: é a força biológica que desloca o líquido do recipiente em que se encontra. 
5.2 Pressão Osmótica: é a força biológica que retém/conserva o líquido no recipiente em que se encontra. 
Relaciona-se com os eletrólitos (aminoácidos). 
6. Transporte do líquido extracelular: O líquido extracelular é transportado para todas as partes do corpo em 
duas etapas distintas. A primeira depende do movimento do sangue ao longo do sistema circulatório, e a 
segunda, do movimento de líquido entre os capilares sanguíneos e as células. 
Conforme o sangue circula pelos capilares, ocorre troca contínua de líquido extracelular entre a parte de 
plasma do sangue e o líquido intersticial que preenche os espaços entre as células: os espaços 
intercelulares. Os capilares são porosos, de modo que grandes quantidades de líquido e de seus 
constituintes em solução podem difundir, nos dois sentidos, entre o sangue e os espaços teciduais. O 
liquido e as moléculas em solução estão continuamente em movimento e saltando em todas as direções 
no interior do próprio líquido e também através dos poros e pelos espaços teciduais(movimentação 
cinética das moléculas). Quase que nenhuma célula fica distante mais de 25 a 50 μm de um capilar, o que 
assegura a difusão de quase todas as substâncias do capilar para a célula dentro de poucos segundos. 
Assim, o líquido extracelular, por todo o corpo, tanto o do plasma como o do líquido contido nos espaços 
intercelulares, está sendo continuamente misturado, o que garante sua homogeneidade quase total. 
7. Homeostasia: manutenção dinâmica das condições que são favoráveis ao equilíbrio do meio interno. 
Todos os órgãos e tecidos realizam funções que contribuem para a manutenção da homeostasia. (Animal 
em homeostase=animal saudável)(EQUILÍBRIO). 
8. Regulação das funções corporais: os sistemas reguladores das funções corporais são o sistema nervoso e 
endócrino. O sistema nervoso, em termos gerais, regula, principalmente, as atividades motoras e 
secretoras do corpo, enquanto o sistema endócrino (hormonal) regula, de modo primário, as funções 
metabólicas. Sistemas de controle homeostáticos: 
 
 
8.1 Feedback negativo: Efeitos negativos em relação ao estímulo inicial, série de alterações que 
recuperam o valor médio do fator. 
8.2 Feedback positivo: efeitos potencializadores ao estímulo inicial. Leva ao desequilíbrio. 
 
 
 Célula: Componentes Básicos Celulares (Aula 02) 
A célula é a menor unidade de um ser vivo. Ela apresenta formas e funções diferenciadas. Os seres vivos 
podem ser classificados de acordo com a quantidade de células que eles são formados: unicelulares (uma 
única célula) e pluricelulares (mais de duas células). Às células podem ser procariontes (células que não tem 
núcleo, pois elas não apresentam carioteca deixando assim o seu material genético solto no citoplasma) e 
eucariontes (células mais complexas e que apresentam carioteca, ou seja, o seu material genético fica 
“guardado” dentro do núcleo). 
1. Membrana celular: esta membrana limita exteriormente o citoplasma, separando o meio intracelular do 
meio extracelular. Tal membrana é formada por uma dupla camada de lipídios que mantém a 
integridade celular, tendo uma permeabilidade seletiva sendo assim responsável pelas trocas de 
substâncias entre o meio intracelular e o meio extracelular. 
2. Núcleo: estrutura delimitada pela carioteca, que possui vários poros que permite a comunicação entre 
o núcleo e o citoplasma. No seu interior contém o nucleoplasma, no qual é possível encontrar as 
massas de cromatina (onde contém toda a informação necessária para o funcionamento da célula) que 
constituem o material genético. É a maior organela celular e controla a atividade celular. 
3. Mitocôndria: é uma das organelas mais importantes, sendo extremamente relevante para a respiração 
celular. Possuem duas membranas, uma externa e outra interna (pode apresentar invaginações para o 
interior). Às mitocôndrias estão envolvidas em processos de obtenção de energia por parte da célula. 
Ela tem seu próprio material genético e seus próprios ribossomos. 
4. Ribossomo: pequenas estruturas constituídas por duas porções(por muitas vezes associadas ao RE). 
Sua principal função é a síntese de proteínas e enzimas usadas pela célula (produção). 
5. Lisossomo: estruturas esféricas, rodeadas por uma membrana simples, que contém no seu interior 
enzimas (hidrólases) que intervém na decomposição de moléculas e estruturas celulares. Ou seja, tem 
função de degradação de partículas vindas do meio extracelular(heterofagia), assim como a 
reciclagem de outras organelas e componentes celulares envelhecidos(autofagia). 
6. Retículo endoplasmático: estrutura formada a partir de invaginações da membrana plasmática, é 
constituído por uma rede de tubos e vesículas achatadas que comunicam-se com o envoltório nuclear 
(carioteca). Tem basicamente a função de transportes de partículas e dividi-se em: 
6.1: RER: tem vários ribossomos grudados e tem a função de síntese de proteínas que serão 
utilizadas normalmente no meio externo à célula. 
6.2: REL: não tem ribossomos grudados e tem a função de síntese de lipídios. Os lipídios vão 
desintoxicar a célula, ou seja, vai degradar substâncias tóxicas que estão dentro da célula. 
7. Complexo de Golgi: conjunto de cisternas achatadas e de vesículas, que intervém em fenômenos de 
secreção celular (tirar o que tem dentro da célula para fora). 
8. Centríolos: estrutura de aspecto cilíndrico, constituída por microtúbulos. Os centríolos intervém na 
divisão celular (meiose e mitose). 
9. Peroxissomos: são bolsas que no seu interior existe a enzima catalase que tem a função de quebrar 
água oxigenada que é tóxica para a célula. 
10. Citoplasma: é composto por uma substância gelatinosa chamada citosol e as organelas presentes na 
célula. 
11. Citoesqueleto: rede de fibras intercruzadas, existentes no citoplasma. É responsável por manter a 
forma da célula e as junções celulares, auxiliando nos movimentos celulares. 
 
 
 
 Composiçãoda Membrana Celular (Aula 02) 
A membrana celular reveste inteiramente toda a célula, constituindo uma estrutura muito delgada e elástica. 
Todas as organelas também são revestidas por uma membrana. A bicamada lipídica é formada por meio de 
interações hidrofóbicas da região apolar dos lipídeos, que ficam voltadas para o interior da membrana e a 
porção hidrofílica para o citoplasma ou meio extracelular (meio aquoso). As proteínas de membrana possuem 
resíduos hidrofílicos e hidrofóbicos que se dispõem de acordo com a região da bicamada, sendo assim, as 
proteínas podem deslocar-se com facilidade no plano da membrana. Podendo assim ser chamado de modelo 
do mosaico fluido. 
A membrana celular separa o meio intracelular do extracelular e participa de numerosas funções, como: 
1) é responsável pela manutenção da constância do meio intracelular, controlando as substâncias que 
entram e saem da célula; 
2) por meio de receptores específicos tem a capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de 
moléculas; 
3) membranas de certas células se prendem firmemente umas às outras, formando muitas vezes 
camadas que delimitam compartimentos diferentes; 
4) e podem estabelecer canais de comunicação entre si para trocas de moléculas e íons que participam 
da coordenação das atividades desses agrupamentos celulares. 
 
A atividade metabólica da membrana depende principalmente das proteínas, portanto cada tipo de membrana 
carrega as proteínas características às suas funções. Essas proteínas de membrana podem ser divididas em 
dois grandes grupos: integrais e periféricas. 
4.1) Proteínas integrais: são firmemente aderidas à membrana, nesse grupo inclui a maior parte 
das enzimas de membrana, proteínas transportadoras e receptoras. Algumas atravessam 
inteiramente a bicamada (transmembrana) uma única vez ou várias vezes (transmembrana de 
passagem múltipla). 
4.2) Proteínas periféricas(extrínsecas): não interagem com as regiões hidrofóbicas da bicamada, 
interagem com as proteínas integrais ou com a região lipídica polar. 
As células apresentam, na superfície externa da membrana celular, uma camada de glicídios ligados a 
proteínas ou lipídeos, o glicocálice, que é formado pelas porções glicídicas das moléculas de glicolipídeos de 
membrana; por glicoproteínas integrais da membrana; por proteoglicanas. Tal estrutura tem função: Proteção 
mecânica e contra agressões químicas e físicas; Por constituir uma espécie de malha que envolve as células, 
ele retêm substâncias que possam alterar condições naturais de acidez e salinidade, assim conferindo um 
microambiente específico para a célula; Reconhecimento celular, as células iguais apresentam a mesma 
composição no glicocálix, o que permite que se reconheçam, favorecendo também a adesão entre as células. 
 
 Transportes de Membrana (Aula 03) 
1) Fatores energéticos que guiam o transporte de materiais: O movimento de moléculas é fortemente 
influenciado por forças, tais como concentração, pressão (ambas são parte do potencial químico) e 
voltagem (potencial elétrico). As moléculas se movem espontaneamente de uma região mais alta para 
outra mais baixa, seja de concentração, pressão ou potencia elétrico. Cada um desses fatores é uma 
fonte de energia livre. O transporte de uma molécula não depende necessariamente de qualquer um 
desses; mais adequadamente, a soma de todas as contribuições de energia livre é o determinante de 
transporte. Essa soma em uma substância é o potencial eletroquímico. O potencial eletroquímico é a 
energia livre da substância, de todas as fontes, por mol da substância 
 
Existem dois tipos de transportes envolvendo a membrana: o transporte pela membrana plasmática e o 
transporte através da membrana plasmática. 
 
 
2) Transporte pela membrana plasmática: A entrada das substâncias é feita por endocitose e a saída por 
exocitose. Nesses processos o transporte é realizado por meio de vesículas limitadas por membranas, 
formadas por invaginação da membrana (plasmática ou de organelas) seguidas de fusão e separação de 
um seguimento da mesma. 
2.1) Endocitose: é dividida em pinocitose, quando as vesículas são de pequena dimensão e as 
moléculas transportadas solúveis, ou fagocitose, quando o material envolvido pela membrana 
não está dissolvido. São processos com gasto energético e muito seletivo para certas 
substâncias. 
2.2) Exocitose: a vesícula que se encontra no citoplasma (lisossomo ou enzimas que vão atuar no 
exterior da célula) migra em direção à periferia celular, em seguida ocorre a fusão com a 
membrana e, por fim, lança-se o conteúdo da vesícula no meio extracelular. 
3) Transporte através da membrana plasmática: Para ocorrer transporte espontâneo, deve haver uma 
diferença no potencial eletroquímico(força motriz) da substância entre duas regiões. O material se move 
espontaneamente das regiões de alto para as de baixo potencial eletroquímico. Tal transporte é 
denominado difusão ou transporte passivo. O movimento total do material cessa quando a diferença 
eletroquímica entre as regiões é igual a zero. O estado no qual a energia livre ou a diferença de potencial 
eletroquímico é zero é chamado de equilíbrio, que significa “balanço”, não igualdade. Este é alcançado 
quando a energia livre (potencial eletroquímico) está balanceada; o valor em um lado é o mesmo do 
outro. Na maioria dos casos, a fonte de energia livre nos dois lados nunca se torna igual; a concentração, 
a pressão e a voltagem permanecem diferentes, mas suas diferenças “se equilibram” de forma que as 
disparidades da soma de energia livre sejam zero. As moléculas em equilíbrio ainda se movem e trocam 
de lugar, mas vão tanto em uma direção como em outra, então não há fluxo resultante do material. Se a 
célula requer material para se mover do potencial eletroquímico baixo para o alto - na direção contrária 
do equilíbrio- aumentando a diferença na energia livre entre as duas regiões, alguma força motriz ou 
trabalho deve ser propiciado por outra diminuição de energia livre. Este tipo de transporte é o transporte 
ativo. Este se vale de proteínas que combinam as funções de transporte e de reação de acoplamento 
com o gasto de ATP. 
3.1) Transporte passivo: 
3.1.1) Difusão simples: ocorre a passagem de moléculas pequenas através da bicamada 
lipídica sem nenhum auxílio de proteínas carregadoras até que ocorra um equilíbrio no 
gradiente de concentração entre o meio extra e intracelular.(Moléculas polares, 
pequenas e sem carga: água e ureia./Moléculas apolares: oxigênio, nitrogênio e dióxido 
de carbono). 
3.1.2) Osmose: Na osmose ocorre o movimento de moléculas de um solvente através de uma 
membrana semipermeável, de uma área com alta concentração de moléculas de 
solvente para uma área de baixa concentração. O movimento da água cessa quando o 
potencial eletroquímico se torne igual em ambos os lados da membrana. 
3.1.3) Difusão facilitada: as moléculas polares médias e grandes e os íons atravessam a 
membrana com a ajuda de proteínas carreadoras específicas chamadas permeases. Tal 
movimento é em direção natural do gradiente eletroquímico. 
 
 
 
3.2) Transporte ativo: é o transporte de íons ou moléculas não carregadas através da membrana 
plasmática por intermédio de proteínas carreadoras com gasto de energia, este transporte 
acontece contra o gradiente de concentração ou gradiente eletroquímico. Etapas limitantes: 
concentração do Soluto, ativação do transportador, energia disponível para o transporte. 
3.2.1) Primário: energia liberada da hidrólise do ATP é diretamente acoplada ao sistema de 
transporte. EX: Bomba de sódio e potássio: A concentração do sódio é maior no meio 
extracelular enquanto a de potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas 
concentrações é realizada pelas proteínas transportadoras descritas anteriormente que 
capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora da célula. No meio 
extracelular,capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Se 
não houvesse um transporte ativo eficiente, a concentração destes íons iria se igualar. 
Desse modo, a bomba de sódio e potássio é importante uma vez que estabelece a 
diferença de carga elétrica entre os dois lados da membrana que é fundamental para as 
células musculares e nervosas e promove a facilitação da penetração de aminoácidos e 
açúcares. Além disso, a manutenção de alta concentração de potássio dentro da célula 
é importante para síntese de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para o 
meio extracelular permite a manutenção do equilíbrio osmótico. 
3.2.2) Secundário: processo envolve o movimento de uma substância contra seu próprio 
gradiente de concentração, mas acoplado a uma segunda substância que se move a 
favor do seu gradiente eletroquímico. Tendo o gasto da energia da segunda substância. 
4) Cotransporte: 
 
 
4.1) Uniporte: apenas uma molécula é transportada seja para dentro ou para fora da célula. 
4.2) Simporte: duas moléculas são transportadas em conjunto para dentro ou para fora da 
célula. 
4.3) Antiporte: uma molécula é transportada para dentro da célula enquanto outra é 
transportada para fora da célula. 
Por meio desses diversos processos de transporte a membrana realiza sua função de manter constante o 
conteúdo celular, absorvendo as substâncias necessárias às atividades celulares, expelindo aquelas que não 
são necessárias ou moléculas que atuarão no meio extracelular e, além disso, digerindo e eliminando 
protozoários que se alimentam por fagocitose de outros microrganismos menores. 
5) Potencial de Repouso: Alternância intracelular e extracelular de íons através da membrana. Ou seja, 
ocorre a alternância entre o transporte passivo e ativo de íons. VALOR: -65mV a -90mV. EX: Há a 
entrada passiva de íons sódio (Na+), que posteriormente são expulsos ativamente, ao mesmo tempo em 
que íons potássio (K+) entram ativamente. Em seguida, o K+ sai passivamente da célula, tornando o 
meio externo positivo em relação ao meio interno. Com isso, a célula fica polarizada.