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Microbiologia Veterinária, Aula 3 - Estrutura das células bacterianas (Resumo do capítulo 2 do livro Microbiologia Veterinária e doenças infecciosas) Cápsula. A bactéria pode sintetizar material polimérico extracelular; que é geralmente descrito como glicocálice. Em algumas espécies bacterianas, esse material polimérico forma uma cápsula, que é uma estrutura bem-definida e aderida à parede celular. A maioria das cápsulas é composta de polissacarídeos, já algumas espécies do gênero Bacilus, como B. anthracis, produzem cápsula polipeptídica. A principal função do material capsular parece ser a proteção da bactéria contra as condições ambientais adversas, como a dessecação. No organismo do hospedeiro, a cápsula de bactérias patogênicas pode facilitar a aderência a superfícies e interferir na fagocitose. Parede Celular Uma parede celular rígida e consistente protege as bactérias contra danos mecânicos e lise osmótica. Diferenças na estrutura e na composição química da parede celular de espécies bacterianas explicam a variação na patogenicidade e influenciam outras características, como as propriedades de coloração. Nas bactérias Gram + a parede celular é composta por peptidoglicano e ácido teicóico. O peptidoglicano é um polímero exclusivo de células procarióticas e proporciona rigidez à parede celular. Nas bactérias Gram- a parede celular é formada por lipopolisacarídeo, proteína, fosfolipídeo e peptidoglicano. O LPS é responsável pelo efeito endotóxico. As porinas, regulam a passagem de pequenas moléculas através da camada fosfolipídica. Membrana Celular As membranas celulares de células bacterianas são estruturas flexíveis, compostas por uma bicamada fosfolipídica e são estruturalmente semelhantes à membrana celular de células eucarióticas. Membrana com permeabilidade seletiva, envolvida no transporte ativo de nutrientes, na respiração, na excreção e na quimiorrecepção. Citoplasma O citoplasma, que é circundado pela membrana celular é essencialmente um fluido aquoso contendo material nuclear, ribossomos, nutrientes, enzimas e outras moléculas envolvidas em síntese, manutenção celular e metabolismo. Ribossomos Toda a síntese proteica é realizada nos ribossomos. Essas estruturas são compostas de proteínas ribonucleicas. O ácido ribonucleico ribossomal (RNAr) está complexado com várias proteínas diferentes e compreende cerca de 80% do RNA da célula. Pequenas quantidades de RNA-transponador (RNAt) e de RNA-mensageiro (RNAm) compreendem o restante do RNA celular. Material Nuclear O genoma bacteriano é composto de um único cromossomo circular, haplóide, contendo DNA de fita dupla. Pequenas quantidades de proteína e de RNA também estão associadas ao material nuclear. Os plasmídeos, pequenos fragmentos de DNA circular separados do genoma, são capazes de replicação autônoma. Vários plasmídeos diferentes podem estar presentes em células bacterianas individuais. Cópias de plasmídeos podem ser transferidas de célula para célula durante a fissão binária ou a conjugação. Flagelo As bactérias que possuem flagelos são móveis. Muitas espécies de bactérias Gram-negativas têm flagelos nas Gram positivas essa estrutura é rara. Os flagelos são geralmente mais longos do que a própria célula bacteriana e são compostos de uma proteína chamada flagelina. Pili Apêndices finos e retos, semelhantes a fios de cabelo, chamados de pili ou fímbrias e constituídos de proteína pilina estão presos na parede celular de várias bactérias. O número de pilis em cada célula bacteriana varia muito. São mais comuns em bactérias Gram-negativas e podem ter diferentes funções como receptores de células de mamíferos ou como como um canal para transferência de DNA a células receptoras (pili F sexual ou conjugativo) Endósporos Corpos dormentes altamente resistentes, denominados endósporos, são formados por algumas bactérias para garantir a sobrevivência durante condições ambientais adversas. Os únicos gêneros de bactérias patogênicas que formam endósporos são Bacillus e Clostridium. Os endósporos, que são produzidos dentro das células bacterianas, mostram variações na forma, no tamanho e na posição no interior da célula-mãe. Por causa da resistência e da impermeabilidade das capas do endósporo, para demonstrá-los são requeridos procedimentos especiais de coloração que empregam calor. A resistência dos endósporos é atribuída a sua estrutura em camadas, a seu estado desidratado, à baixa atividade metabólica e a seu alto conteúdo de ácido dipicolínico. O ácido dipicolínico, que não é encontrado em células vegetativas, ocorre combinado com grande quantidade de cálcio na parede do endósporo. O alto conteúdo de cálcio pode explicar o longo tempo de sobrevivência dos endósporos nos solos ricos em cálcio.
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