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DENUNCIA PRONTA

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AO JUÍZO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAXIAS – MA
AUTOS N°: ...
INQUÉRITO POLICIAL N°: ...
DENUNCIADO: NASIR KHAN
VÍTIMA: ANDREA CORNISH
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO, presentado pelo órgão de execução que esta subscreve, no uso das atribuições conferidas pelo art. 129, inciso I, da Constituição Federal, vem, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal, oferecer DENÚNCIA contra 
NASIR KHAN, brasileiro, solteiro, estudante, com RG (número), com CPF (número), nascido em 12/11/1990, natural de (naturalidade), filho de Salim Khan e Safar Khan, residente na Avenida 04, Quadra 28, Casa 30, Bairro Cohab, nesta cidade.
Pela prática da conduta criminosa adiante descrita.
Consta do Inquérito Policial que serve de base para a presente denúncia, que no dia 24 de outubro de 2014, por volta de 23h30min, na Rua ..., próximo à ..., no bairro ..., Caxias/MA, o denunciado, agindo de forma livre, consciente e com a intenção de estuprar e matar, portando arma branca (faca), estuprou e matou a vítima ANDREA CORNISH, provocando-lhe as lesões que foram suficientes para a sua morte. 
Restou devidamente apurado que o denunciado saiu de sua residência por volta das 22h, utilizando o táxi de seu pai, Salim Khan. Ressalva-se que foram registradas em diversas câmeras de segurança da cidade imagens do denunciado perambulando pelas ruas da cidade de Caxias.
Ademais, está registrado que o denunciado estacionou na Rua ... e recebeu em seu carro dois homens que estavam com o intuito de realizar uma corrida. O denunciado e os dois homens discutiram, pois o denunciado não os queria dentro de seu carro, apesar de estar dirigindo um táxi. A polícia militar desta cidade, observando a discussão, abordou o táxi do denunciado e, este afirmou que não queria os dois homens em seu táxi. Os dois homens foram retirados pela polícia.
Salienta-se que logo após, a vítima adentrou no carro do denunciado e este nem sequer fez objeção a sua presença, ressalvando a premeditação do denunciado de praticar atos violentos contra a vítima.
Resta comprovado que após um determinando momento, o denunciado levou a vítima ao Posto de Combustível ... e, na seção de conveniência comprou bebida alcoólica para a vítima.
Em ato contínuo, o denunciado levou a vítima para a beira do Rio ..., com o intuito de se aproximar mais da vítima, para que pudesse conhecer a casa desta. Neste momento, constata-se nos laudos médicos que a vítima havia ingerido entorpecentes de nomes ...., corroborando com o fato de que o denunciado tinha o intuito de aliciá-la e, matá-la. 
Logo após, a vítima e o denunciado foram vistos adentrando o prédio em que vivia a vítima. Esta constatação foi feita por um morador do bairro da residência da vítima que afirma que a vítima não queria que o denunciado entrasse em sua casa, fazendo com que este quebrasse o vidro da porta (com suas próprias mãos) para que pudesse abri-la. 
Por conseguinte, constata-se que o denunciado ingeriu drogas ilícitas juntamente com a vítima, que por sua vez, ingeriu uma quantidade maior, além de bebidas alcoólicas. O denunciado e a vítima iniciaram relações sexuais e, tendo em vista o fato de a vítima estar completamente fora do seu juízo normal, percebe-se a má intenção do denunciado em praticar sexo com a mesma. 
Salienta-se que a vítima tentou se livrar com todos os meios possíveis do denunciado, resistindo-o, porém o denunciado empregou força demasiada sobre a vítima, forçando-a ao sexo sem consentimento. Mediante emprego de meio cruel, o denunciado com o emprego de uma arma branca (faca) que adquiriu na cozinha da vítima, começou a esfaqueá-la por diversas partes do corpo da vítima, provocando 22 facadas, causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento físico até a sua morte no local dos fatos.
O crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois a vítima encontrava-se fora de seu estado natural por haver ingerindo drogas ilícitas, oferecidas pelo denunciado, e bebidas alcoólicas. A vítima encontrou-se presa sob o corpo do denunciado que a estava molestando, não dando qualquer possibilidade de defesa para a vítima.
Ressalta-se que o denunciado, logo após o fato, fugiu da cena do crime, levando consigo a arma que utilizou para matar a vítima, sendo observado pelo vizinho da vítima. Ademais, o denunciado foi autuado por dois policiais que perceberam o alto índice de bebida alcoólica ingerida pelo denunciado, mas não tiverem tempo de realizar os testes necessários, pois havia uma chamada que era justamente o fato ocorrido no prédio da vítima.
Assim agindo, o denunciado NASIR KHAN, encontra-se incurso nas penas do artigo 121, §2º, inciso III (meio cruel) e IV (recurso que dificultou a defesa da vítima), art. 213, caput (estupro simples), do Código Penal e, art. 19 (porte de arma branca), da Lei das Contravenções Penais.
Neste contexto, requer o Ministério Público Estadual que seja recebida à denúncia, determinando-se a citação do denunciado para apresentar resposta escrita e, ao final da primeira fase do rito bifásico dos crimes dolosos contra a vida, seja julgado procedente o pedido pronunciando-se o réu, a fim de que seja submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri da Comarca de Caxias/MA, quando deverá ser condenado na pena cominada ao crime por ele praticado. Requer, ainda, que:
a) Sejam juntadas aos autos as Folhas de Antecedentes Criminais do denunciado;
 b) Seja certificado pela Escrivã Criminal desta Comarca acerca da existência ou não de ações penais, procedimentos especiais e inquéritos policiais instaurados contra o denunciado, juntando-se aos autos cópias das denúncias, pronúncias e sentenças, se houverem;
 c) Seja oficiado ao Departamento de Criminalística a fim de remeter o laudo de local de crime;
 d) Seja oficiado ao Departamento Médico Legal a fim de remeter o laudo de exame cadavérico e o diagrama do corpo da vítima;
 e) Considerando serem insuficientes às medidas cautelares previstas nos artigos 319 e 320, do CPP, o Ministério Público requer seja feita a prisão preventiva do denunciado NASIR KHAN, com fulcro nos artigos 312, caput e 313, inciso I, do CPP, pois os depoimentos carreados aos autos, os documento que seguem em anexo, e os relatórios de investigação da Autoridade Policial e dos policiais que atuaram na investigação, revelam que o denunciado é pessoa perigosa, e envolvido em outros ilícitos criminais, demonstrando a periculosidade do mesmo e a real possibilidade de cometer novos crimes, o que justifica a custódia cautelar para garantia da ordem pública, bem como para preservar a conveniência da instrução processual;
 f) Seja oficiado ao Departamento de Segurança Pública da cidade de Caxias-MA, para a avaliação das câmeras de segurança; 
 g) Que sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas, para deporem sobre os fatos narrados, sob as penas da lei.
 Pede deferimento.
Caxias/MA, 20 de março de 2020.
HELEN WEISS
PROMOTORA DE JUSTIÇA
ROL DE TESTEMUNHAS/INFORMANTES:
1- PM ..., (qualificação), fl. ...;
2- PM ..., (qualificação), fl. ...;
3- Trevor Williams, (qualificação), fl...;
4- Vizinho da vítima, (qualificação), fl...;
5- Atendente do Posto de Combustível ..., (qualificação), fl...

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