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GABRIELA POLANO, MARIA LAURA CACHOEIRA E MAYARA DÁRIO -ESCOLAS PSICOLÓGICAS

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PSICOLOGIA 
GABRIELA POLANO, MARIA LAURA CACHOEIRA E MAYARA DÁRIO
ESCOLAS PSICOLÓGICAS
Trabalho solicitado pela Prof.ª; Denise Nuernberg como requisito parcial da Disciplina História da Psicologia I do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.
CRICIÚMA - SC
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	
2 ESCOLAS DA PSICOLOGIA	
2.1 BEHAVIORISMO.....................................................................................................
2.2 PSICANÁLISE.........................................................................................................
2.3 HUMANISMO..........................................................................................................
2.4 PSICOLOGIA TRANSPESSOAL............................................................................
2.5 PSICOLOGIA INTEGRAL......................................................................................
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................
REFERÊNCIAS	
APÊNDICES..................................................................................................................
APÊNDICE 01 - PERGUNTAS DA ENTREVISTA.........................................................
APÊNDICE 02 - ENTREVISTA RELATADA..................................................................
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho falaremos sobre as 5 forças da psicologia, são elas: Behaviorismo, Psicanálise, Humanismo, Psicologia Transpessoal e Psicologia Integral. Vamos observar os métodos usados em cada umas das forças; como cada força surgiu e quais foram seus fundadores e suas contribuições para cada uma das forças.
O grupo entrevistou uma psicóloga especializada e Terapia Cognitiva Comportamental, possibilitando o contato com a prática do que foi pesquisado, também adquirido opiniões de uma forma mais informal para que o grupo entendesse sobre o que é o (TCC).
2 ESCOLAS PSICOLÓGICAS
2.1 BEHAVIORISMO
O behaviorismo é uma das correntes da psicologia, onde procura estudar a psicologia através da observação do comportamento, com embasamento em metodologia objetiva e científica na comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos e teóricos da mente como: sensação, percepção, emoção e sentimentos.
O nome de Burrhus Frederic Skinner é muito associado ao behaviorismo moderno e foi considerado o psicólogo mais influente do século, nasceu em 20 de março de 1904 na Pensilvânia e veio a falecer por leucemia em 1990 com 86 anos. Skinner considerava o livre arbítrio uma ilusão e ação humana dependente das consequências de ações anteriores, se as consequências fossem ruins há uma grande chance de não ser repetida e, se as consequências fossem boas a probabilidade de repetição seriam maiores, Skinner chamou isso de princípio do reforço. 
A principal contribuição de Skinner para a psicologia foi o conceito de comportamento operante que é uma relação entre as respostas dos organismos e o ambiente; O comportamento operante descreve uma relação onde uma resposta que gera uma consequência têm uma probabilidade de acontecer novamente em um contexto semelhante modificada pelo efeito desta consequência sobre a interação, as mesmas têm valor de sobrevivência para os organismos obtendo as respostas que geraram reforçadas aumentando assim a probabilidade que a mesma volte a ocorrer em um contexto semelhante. 
 “Quando houver domínio sobre a ciência do comportamento, ela será a única alternativa para a sociedade planejada” (WALDEN TWO p.264) 
Outra importante figura para o behaviorismo se chama Ivan Petrovich Pavlov, nascido em 14 de setembro de 1849 na Rússia, veio a falecer no dia 27 de fevereiro de 1936 com 86 anos, filho de um sacerdote ortodoxo russo ingressou em um seminário religioso para seguir a mesma carreira do pai. Deixou o seminário e ingressou no curso de Ciências Naturais na Universidade de Petersburgo; chegou a ser premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1904, sua grande contribuição foi o condicionamento clássico.
Pavlov na década de 1920 ao estudar a produção de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos, o mesmo percebeu que a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente não causavam tal comportamento, exemplo: na apresentação da tigela de alimento. E diante de todas análises enunciou o mecanismo do condicionamento clássico.
O condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, sendo desde o nascimento aprendidas ou através do emparelhamento de situações agradáveis ou aversivas; através da repetição é possível obter respostas fisiológicas e psicológicas entre seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para a psicologia comportamental e mostrou ampla aplicação prática inclusive em tratamentos de fobia.
Os princípios básicos do condicionamento clássico de Pavlov na educação servem como pano de fundo histórico das atuais teorias de aprendizagem, eles se estenderam a uma variedade de configurações, como salas de aula e ambientes de aprendizado. O condicionamento clássico se concentra no uso das condições anteriores para alterar as reações comportamentais. Os princípios subjacentes ao condicionamento clássico influenciam as estratégias preventivas de controle antecedente usadas nas salas de aula, assim como os professores manipulam ambientes de instrução e aprendizado para produzir comportamentos positivos ou diminuir comportamentos desadaptativos.
John Broadus Watson nasceu no dia 09 de janeiro de 1878 em Nova Iorque e veio a falecer dia 25 de setembro em 1958 com 80 anos. Estudou na Universidade de Chicago frequentou os cursos de Filosofia, Matemática, Latim e Grego e depois decidiu mudar-se para Psicologia, fez doutorado em Neuropsicologia defendendo uma tese sobre a relação entre o comportamento dos ratos de laboratório e o sistema nervoso central; sendo considerado o fundador do behaviorismo. 
O Behaviorismo Metodológico pode ser caracterizado por duas asserções: saber a mente e enquanto substância imaterial existe. A primeira afirmação têm um caráter ontológico na medida em que supõe qual é a natureza da mente. E a segunda, é a observação direta do comportamento que é o único método seguro para se produzir conhecimento científico em psicologia, sendo um caráter mais epistemológico. Em conjunto as afirmações levam a conclusão de que a mente enquanto matéria é inobservável não sendo estudo da ciência psicológica e por razões metodológicas deve-se restringir ao comportamento observável. 
Watson por ser um behaviorista metodológico, concordaria com a existência de uma mente imaterial que seria inacessível aos métodos científicos. Entretanto ainda que Watson concorde com o argumento epistemológico de manter a análise científica somente sobre aquilo que pode ser publicamente observado, uma análise cuidadosa de seus textos demonstra que ele não admita defesa do dualismo inerente a afirmação “ a mente enquanto substância imaterial existente”. 
 “Fatos da experiência consciente existem mas não servem a nenhuma forma de tratamento científico” (Lashley, 1923, p.238) 
 
Edward nasceu em 31 de agosto de 1874 em Massachusetts, e veio a falecer 09 de agosto de 1949 com 74 anos; começou a estudar na Universidade de Wesleyan onde se formou em psicologia em 1895 e passou a se especializar em comportamento animal, estudou de 1895 a 1897 na Universidade de Harvard com William James; anos depois passou a fazer doutorado na Universidade de Columbia quando terminou seus estudos começou a trabalhar na própria Universidade onde foi professor e pesquisador.
Como pesquisador Thorndike propôs que mudanças adaptativas no comportamento animal são semelhantes a maneira como os seres humanos aprendem.Na sua tese ele propôs duas leis que compreendeu serem fundamentais para entender o aprendizado de qualquer espécie. A primeira lei é a do efeito, a mesma postula que os comportamentos que foram seguidos têm resultados mais satisfatórios e a maior probabilidade de serem repetidos no futuro em resposta aos mesmos estímulos, a importância desta lei é alta ainda nos dias de hoje. Já a segunda lei é a do exercício que é um comportamento mais firme e mais frequente quanto mais é repetido em respostas ao mesmo estímulo; porém em 1932 Thorndike determinava que essa lei não é válida em todos os casos. 
Os trabalhos iniciais de Edward Thorndike são considerados o primeiro estudo em laboratório no campo de aprendizagem de animais. Edward deu ênfase em medidas quantitativas em sua análise empírica é muito influente na psicologia moderna preparando bases para a corrente comportamental que será de extrema importância para as futuras décadas. 
Os behavioristas acreditam que os comportamentos podem ser aprendidos por meio do condicionamento; as condições do ambiente têm influência direta no comportamento do indivíduo ou animal.
O condicionamento clássico está ligado à escola do Behaviorismo Metodológico, e Behaviorismo Clássico, enquanto que o condicionamento operante faz parte do Behaviorismo Radical.
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é uma abordagem da psicoterapia baseada na combinação de conceitos do Behaviorismo radical com teorias cognitivas. A TCC entende a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos e como aquilo nos afeta e não os acontecimentos em si.
Pontos determinantes na compreensão e atuação do TCC
· Ambiente ou situação onde ocorre o problema.
· Pensamentos e sentimentos envolvidos no problema.
· Estado de humor e emoção resultantes.
· Reação física. 
· Comportamento.
Skinner descreve e explica o comportamento humano por meio do modelo causal de seleção pelas consequências. Segundo esse modelo, o comportamento humano é o produto da interação entre três níveis de variação e seleção (filogênese, ontogênese e cultura). 
Filogênese- refere-se a história da espécie humana, as características que foram adquiridas ao longo da evolução do homem através da seleção natural. Essas características foram selecionadas pela variação de mutações genéticas aleatórias; a espécie humana herdou durante a evolução uma estrutura anátomo-fisiológica e um repertório de funções e ações para tal estrutura.
Ortogênese- todo homem constrói uma história de vida que se inicia desde seu nascimento, onde o processo de aprendizagem se dá através de interações com o ambiente físico e social do qual faz parte. A história é construída ao longo da vida dos indivíduos e consiste nas aquisições de repertórios comportamentais por meio dos condicionamentos reflexo e operante.
Cultura- o homem também é produto das práticas culturais específicas do contexto social no qual está inserido. Skinner define cultura como “as contingências de reforçamento social mantidas por um grupo. Como tal, evolui de sua própria maneira como novas práticas culturais que contribuem para a sobrevivência e a elas são perpetuadas”. 
2.2 PSICANÁLISE
A psicanálise é um método de tratamento desenvolvido por Sigmund Freud, utilizado para compreensão e análise do ser humano. A prática da psicanálise busca o porquê de certos pensamentos, ações e sentimentos através do seu método de investigação do inconsciente. A função do psicanalista é ajudar o paciente a entender qual foi o momento e o motivo do seu trauma e a partir da compreensão levá-lo a reduzir ou eliminar o sofrimento. 
A psicanálise está completamente ligada ao seu criador Sigmund Freud, conhecido como o pai da psicanálise. 
Sigmund Freud nasceu em 06 de maio de 1856 na Freiberg, pequena cidade na região de Morávia. Morreu em 23 de setembro de 1939, em Londres.
Mudou-se para cidade de Viena na infância, e foi na capital que ingressou no curso de medicina. Ao longo do curso se apaixonou pela área da neurologia e foi essa especialidade que escolheu ao concluir a faculdade em 1881.
Em 1885, já tendo o seu mestrado em neuropatologia, ganhou uma bolsa de estudos importante na época em Paris, para sua especialização na área de neurologia. Após o término desse período em Paris voltou a Viena e continuou suas pesquisas e experiências, junto a Josef Breuer (1842-1925) publicou seu primeiro livro chamado “Estudos sobre a Histeria” em 1895. 
“Nos primórdios da psicanálise, entre os anos 1893 a 1899, o método utilizado era a hipnose. Por meio desse método, Freud objetivava promover a catarse através da abreação. No intuito de aliviar o paciente do sofrimento de seus sintomas, ele depreendia não pouco esforço no trabalho de procurar focalizar diretamente o momento em que eles se formavam” (BARATTO, 2009, p. 03).
O intuído da hipnose era aflorar o inconsciente tornando-o consciente, e assim achar o momento exato que desencadeou os sintomas do paciente, seja a dor, agonia, ansiedade etc. Sabendo o momento iriam descobrir a causa do trauma e assim poderiam começar a estudar e dar início ao tratamento.
Todos esses anos de pesquisas e experiências levaram Freud a publicar o livro chamado “A Interpretação dos Sonhos” em 1900, esse livro ganhou grande relevância e ficou marcado como o início da Psicanálise (teoria da alma).
Freud afirmava que os médicos da época levavam em consideração apenas o corpo, o que conseguiam ver e tocar e não davam importância para a questão de dentro, os fatores psíquicos."Eles não sabiam o que fazer do fator psíquico e não podiam entendê-lo. Deixavam-no aos filósofos, aos místicos e – aos charlatães: e consideravam não científico ter qualquer coisa a ver com ele" (FREUD, 1996b, p. 215).
Em seus anos de pesquisa Freud sempre teve a curiosidade de saber para onde vão as memórias esquecidas. No intuito de esclarecer essa questão Freud desenvolveu a primeira teoria do aparelho psíquico de que o ser humano não é composto apenas da consciência, havia um “lugar” onde algumas lembranças ficavam “escondidas”: o inconsciente. 
“Freud coloca em cena a concepção de um sujeito dividido, não centrado em torno da consciência. O que ele descobre é a ausência de um eixo à volta do qual os processos psíquicos se ordenam. O sujeito é descentrado, isto é, carente de um centro ordenador. As elaborações efetuadas na primeira tópica colocam em cena a idéia de um sujeito caracterizado pela ruptura, pelo estiramento. A formulação do aparelho psíquico composto por três sistemas – o consciente, o pré-consciente e o inconsciente – remetem precisamente à noção de divisão e descentramento do sujeito.” (BARATTO, 2009, p. 03).
O consciente consiste na nossa instância, nosso raciocínio e pensamentos imediatos. Podemos controlá-lo de forma voluntária dependendo da nossa necessidade.
O pré-consciente, para Freud, são os pensamento, memórias, conhecimentos que estão armazenados em nossa mente, que não estão em nossa consciência mas que podemos acessar de forma fácil, quando quisermos. 
“O inconsciente, para Freud, era uma instância psíquica em que o paciente sabe, mas não sabe que sabe. O inconsciente não segue uma lógica linear, mas atemporal e dialético, onde contrários coexistem. O inconsciente é estruturado como linguagem e é a fonte de energia do psiquismo humano.” (CARLINI, 2011, p. 04). 
Alguns autores fazem uma analogia com um iceberg, sendo que a parte que está sobre a água, a parte visível, seria o consciente, a parte pouco submersa, que conseguimos ver se olharmos para baixo d’água seria o pré-consciente e a parte mais profunda do iceberg, a parte que não visível, seria o inconsciente. 
Mais tarde, através de encontros diários com seus pacientes, Freud percebeu que os processos psíquicos eram mais complexos do que ele havia pensado anteriormente, por esse motivo ele criou a segunda teoria do aparelho psíquico, dividindo a estrutura psíquica em id, ego e superego.
“O id foi concebido como um conjunto de conteúdos de natureza pulsional e de ordem inconsciente, constituindo o polo psicobiológicoda personalidade.” (PEREIRA DE LIMA, 2009, p. 02). O id seria a parte primitiva que está conosco desde o nascimento, no qual estão nossos desejos e impulsos instintivos. Freud explica que o id é a fonte de toda a energia psíquica tornando-se o principal componente da personalidade do ser humano, estando presente no inconsciente. Essa parte é impulsionada pelo princípio do prazer que busca a satisfazer dos nossos desejos, vontades e necessidades. Quando essas necessidades não são saciadas imediatamente ocasionam um estado de ansiedade e tensão, por esse motivo que o id é tão importante desde o nascimento, é ele que irá assegurar que as nossas necessidades básicas, como nos alimentar ou beber água serão obtidas. 
O ego é o componente da nossa personalidade que é responsável por lidar com a realidade, ele age tanto no nosso consciente como no pré-consciente e inconsciente. Freud explica que o ego é desenvolvido a partir do id, é ele que garante que nossos desejos e vontades sejam expressos de forma socialmente aceita. Muitas das vezes o ego permite que os desejos do id sejam saciados de forma atrasada, esperando o momento e local apropriado. Esse componente também é responsável por descarregar a tensão e a ansiedade causadas pela não satisfação dos impulsos através do processo secundário, no qual o ego tenta encontrar algo no real que se assemelhe a imagem mental criada pelo id. 
“Dinamicamente, o ego é pressionado pelos desejos insaciáveis do id, pela severidade repressiva do superego e as ameaças do mundo exterior. Assim, a função do ego é tentar conciliar as reivindicações das três instâncias a que serve, ou seja, o id, o mundo externo e o superego.” (PEREIRA DE LIMA, 2009, p. 02). 
O superego é o último componente a se desenvolver da nossa personalidade, ele é responsável por manter todos os nossos padrões morais e os ideias que adquirimos através de nossas vivências internalizados, no seu resumo é nosso senso do que é correto e do que é errado, é ele que nos provê instruções para fazermos o julgamento de uma situação. De acordo com Freud o superego começa a se desenvolver por volta dos 5 anos de idade, ele é necessário para aprimorar e socializar o nosso comportamento. O superego é composto por duas partes. A primeira delas é o ego ideal que incluem as regras para um bom comportamento na sociedade, como as leis vigentes. A obediência dessas regras causam uma sensação de orgulho e honra. A segunda parte é a consciência que contém as informações do que é visto como errado pela sociedade. 
Os componentes id, ego e superego estão em constante conflito, Freud usou o termo força do ego para se referir a capacidade do ego de trabalhar apesar desse conflito. O Id deseja algo, o superego reprova e isso provoca ao indivíduo uma sensação de medo, como se a repreensão estivesse próxima, para livrar-se desse sentimento o ego cria mecanismos de defesa. O mecanismo de defesa é uma forma que a mente tem de proteger o sujeito de estar consciente de pensamentos ou sentimentos que são difíceis de tolerar, permitindo apenas que sejam expressos de formas indiretas e disfarçadas, fazendo isso ele nos permite reduzir a ansiedade que é causada. Existem diversos mecanismos, entre eles estão: 
Projeção: Ocorre quando uma pessoa aponta em outra os defeitos que ela encontra em si própria. Um indivíduo projeta para fora seus próprios impulsos e características inaceitáveis, vendo elas como externas. A psicanálise diz que o preconceito como racismo e a homofobia estão baseados em projeções.
Formação reativa: Ocorre quando uma pessoa tem inclinações para um comportamento reprovado pelo superego então começa a assumir o comportamento que representa o oposto da inclinação. É como se a pessoa usasse um disfarce diante da sociedade, tentando enganar a todos à sua volta e a si própria. 
Racionalização: Nesse mecanismo de defesa uma ação reprovada que foi cometida é admitida porém a intenção por trás da ação não. A pessoa cria uma justificativa falsa para não reconhecer a verdadeira. 
Negação: Pode acontecer de suas formas: negação da realidade ou negação de um pensamento ou desejo. Na negação da realidade um momento traumático é negado como forma de se proteger psicologicamente da dor causada pelo trauma. Já na negação de um pensamento ou desejo a pessoa se recusa a admitir o que sente, durante uma discussão, por exemplo, o indivíduo pode dizer chorando que não está triste mesmo o sentimento sendo evidente.
Isolamento: No mecanismo chamado de isolamento existe uma separação do pensamento e da emoção. “O afeto pode acabar aparecendo sem a ideia - o sujeito experimenta crise se angustia sem saber porquê - e vice e versa. É um mecanismo comum em pacientes terminais onde a pessoa sabe que vai morrer, mas narra sua doença como se não ocorresse com ela” (TINOCO SILVA, 2010. P. 03).
Deslocamento: A pessoa redireciona um impulso agressivo para um objeto que não seja ameaçador. Quando você discute com o seu chefe por um descuido seu no trabalho então chega em casa e briga com seu marido ou cachorro, por exemplo.
Regressão: Na regressão a pessoa volta a ter um comportamento, geralmente infantil, que foi gratificante e satisfatório de alguma forma como forma fugir do sentimento indesejável.
Sublimação: Nesse mecanismo uma pulsão é canalizada para um objeto diferente, geralmente um objeto é considerado superior ao original. Uma pessoa com a personalidade agressiva por exemplo, pode canalizar para algo diferente e se tornar um ótimo lutador de Jiu Jitsu.
Repressão - Recalque: É um mecanismo de defesa fundamental e o mais estudado por Freud. Na repressão o pensamento, sentimento ou desejo reprovado é descartado para o inconsciente, isso requer um gasto de energia permanente para manter o indesejável longe da consciência. “Há dois tipos de repressão a primária que é inconsciente e equivale a negação secundária e a segunda que é consciente, onde o indivíduo sabe que algo está lhe ameaçando mas evita de qualquer forma que tal conteúdo venha à consciência” (TINOCO SILVA, 2010. P. 03). 
 De acordo com Freud uma personalidade saudável necessita do equilíbrio entre id, ego e superego. “Id, ego e superego são diferentes, mas não são separados. Há uma relação dialética entre eles. Desse modo, possuem a mesma natureza e atuam em conjunto, produzindo, na estrutura psíquica, uma síntese que compõem a subjetividade” (CARLINI, 2011, p. 05). 
Froid acreditava que a personalidade era desenvolvida através do crescimento, de uma série de estágios em que as energias de busca do prazer do id eram focadas em áreas erógenas, essa energia psicosexual foi chamada de libido, foi explicada como a força motriz por trás de todo o comportamento humano. Essa teoria sugere que a maior parte da personalidade é constituída aos 5 anos de idade junto à nossas primeiras experiências. Uma personalidade saudável só é possível desde que o ser humano consiga passar por todas as fases psicosexuais com exito, caso algum fator não é resolvido na fase correta a pessoa está fadada a permanecer no mesmo estágio, o que pode levar a fixações, por exemplo, uma pessoa manteve-se na fase oral por muito tempo, isso pode levar a um vício no cigarro ou em bebidas alcoólicas.
O primeiro estágio nessa teoria é a fase oral, ela ocorre do nascimento até 1 ano de idade. Nessa fase a zona de prazer é a boca, ou seja, a criança sente prazer através da estimulação oral, ao degustar um alimento por exemplo. O principal conflito nesse estágio é o desmame, Freud acreditava que caso ocorresse a fixação nesse estágio a criança na vida adulta teria problemas com dependência ou agressão.
O estágio anal é a segunda fase dessa teoria, ela ocorre entre 1 e 3 anos de idade. Para Freud o controle da bexiga e evacuações era o foco principal da libido. Nessa fase a criança precisa aprender a controlar suas necessidades corporais e o papel dos pais é essencial para que ela consiga completar esse estágio com êxito. Os pais precisam começar essa adequação no momento e de maneira certa, caso o contrário a criança poderáse tornar um adulto com a personalidade confusa, destrutiva e obsessiva.
O terceiro estágio é a fase fálica, ela acontece entre os 3 à 6 anos e as zonas de prazer são os genitais. É nessa fase em que a criança começa a desvendar as diferenças entre homem e mulher. 
“É nesse estágio que aparece o complexo de Édipo, que decorre do início da masturbação e de fantasias que a criança produz em sua vida. Os autores ainda salientam que, Freud considerou que identificar o Complexo de Édipo se tornou uma de suas maiores descobertas no estudo da sexualidade.” (FARIAS; NANTES; DE AGUIAR, 2015, p. 08). 
O Complexo de Édipo é uma teoria que descreve os sentimentos da criança do sexo masculino têm em possuir a mãe e afastar o pai, já que o menino começa a ver o pai como rival pelo afeto da mãe. A fixação nessa fase pode levar a um adulto com dificuldades como a inibição sexual e formação do superego.
O estágio de latência é a quarta fase da teoria, acontece geralmente entre os 6 anos de idade até a puberdade. Durante esse período os interesses da libido são suprimidos, o desenvolvimento do ego e superego contribuem para esse período de sossego. O estágio inicia quando a criança entra na escola e começa a se preocupar com as relações sociais com seus colegas de turma e outros interesses. O período de latência é um tempo de exploração em que a energia sexual ainda está presente mas é direcionada para outras áreas do interesse da criança, sendo muito importante para o desenvolvimento social, de comunicação e autoconfiança.
O último e quinto estágio é a fase genital que inicia na puberdade e termina apenas com a morte do indivíduo. Durante essa fase a pessoa desenvolve um forte interesse sexual por outro indivíduo. Nas fases anteriores o foco era as necessidades individuais e com essa fase começa o interesse pelo bem-estar dos outros. Caso as outras etapas sejam completadas com êxito o indivíduo deve chegar na fase genital tendo uma personalidade equilibrada e saudável. O objetivo dessa etapa é estabelecer um equilíbrio entre as diversas áreas da vida.
Um das teorias que Freud evoluiu ao longo de sua vida foi a das pulsações, inicialmente ele descreveu uma classe de unidades conhecidas como os instintos de vida e acreditava que essa unidades eram responsáveis por grande parte do comportamento. Eventualmente ele chegou a acreditar que apenas esses instintos de vida não poderiam explicar todo o comportamento humano então determinou que todos os instintos caem em uma das duas classes principais: os instintos de vida ou os instintos de morte. Os instintos de vida são aqueles que lidam com a sobrevivência básica, prazer e reprodução, eles são importantes para sustentar a vida do ser humano e a continuação da espécie. Os instintos de morte foi descrito inicialmente no livro “Além do princípio do prazer” e Freud propôs que o objetivo de toda a vida é a morte. Ele observou que as pessoas o experimentam após uma situação traumática e muitas vezes revivem a experiência. Freud concluiu que as pessoas sentem um desejo inconsciente de morrer, porém esse desejo é suavizado pelos instintos de vida. O comportamento autodestrutivo, na visão de Freud, é uma expressão criada pelos instintos de morte, que é liberada para fora como a agressão e violência.
Na obra “Estudos sobre a histeria” de 1895 desenvolvido por Josef Breuer e Sigmund Freud somos introduzidos pela primeira vez ao termo transferência. Para a psicanálise a transferência é “um processo constitutivo do tratamento psicanalítico mediante o qual os desejos inconscientes do analisando concernentes a objetos externos passam a se repetir, no âmbito da relação analítica, na pessoa do analista, colocado na posição desses diversos objetos” (ROUDINESCO & PLON, 1998, p. 766-767). Segundo Freud na relação com o analista ou com um médico o paciente pode repetir sentimentos e comportamentos, positivos ou negativos, que ele teve com outras pessoas, ou seja, existe um transfêrencia de neurose do paciente para a relação com o analista. Alguns anos mais tarde Freud publicou um trabalho no qual afirma que na transferência o paciente pode não lembrar do sentimento ou atitude mas mesmo assim o reproduz inconscientemente.
“Transferências são reedições, reduções das reações e fantasias que, durante o avanço da análise, costumam despertar-se e tornar-se conscientes, mas com a característica de substituir uma pessoa anterior pela pessoa do médico. Dito de outra maneira: toda uma série de experiências psíquicas prévias é revivida, não como algo do passado, mas como um vínculo atual com a pessoa do médico. Algumas são simples reimpressões, reedições inalteradas. Outras se fazem com mais arte: passam por uma moderação do seu conteúdo, uma sublimação. São, por tanto, edições revistas, e não mais reimpressões” (FREUD, 1969, p. 109).
A transferência era considerada como um empecilho durante as sessões de psicoterapia, porém posteriormente ela é vista como um recurso para ajudar a compreender o paciente. 
No ano de 1912 Freud afirmou que existem três tipos de transferências: a erótica, a negativa e a positiva. A transferência erótica faz com que o paciente transferisse sentimentos e atitudes de afeto e amor ao analista, ou seja, a pessoa diz estar apaixonada por se terapeuta. Na transferência negativa o paciente repete sentimentos ruins e hostis em relação ao seu analista. A transferência positiva auxilia o terapeuta durante o tratamento, é ela que sustenta a relação harmoniosa entre paciente e analista.
 Durante seus anos de vida, Freud não referiu-se muito ao termo contratransferência, porém admitiu sua existência. Inicialmente ele a descreveu como algo que "surge no médico como resultado da influência que exerce o paciente sobre os seus sentimentos inconscientes” (FREUD, 1910, p. 150), algo inadequado, algo que o analista precisava manter sobre controle. Porém posteriormente ele pontuou, assim como na transferência, que a contratransferência não deve ser reprimida e sim usada como ferramenta durante o processo terapêutico. 
A contratransferência é entendida como a reação do analista sobre a contratransferência do paciente. Segundo Cardioli existem dois tipos de contratransferência: a normal e a patológica. A normal contribui para a evolução do paciente e do profissional, auxiliando nas sessões de terapia. “Já o segundo se origina nos conflitos neuróticos não superados pelo terapeuta” (CORDIOLI, 1998). Nos estudos dos diversos autores sobre o tema uma coisa ficou clara, é essencial que o analista identifique e controle a contratransferência, usando-a apenas para fins terapêuticos.
Algo indispensável para o psicanalista é entender qual é a visão do homem e de mundo segundo a psicanálise. Ao longo da história da psicanálise o conceito de sujeito foi elaborado pelo psicanalista francês Jacques Lacan, a partir dos trabalhos de Freud. De acordo com Lacan, o sujeito da psicanálise, antes de tudo, é pensado a partir da concepção do inconsciente, “o homem é sujeitado pelo inconsciente, que é sujeitado à linguagem e que o Sujeito não está dado só pelo existir como ser humano” (GEITENS, p. 07, 2017). 
Antes de Freud a psicologia tinha como certo que o homem fazia suas escolhas com base na sua consciência, sendo dominado pela razão, porém com a criação da psicanálise criou-se também a teoria de que o sujeito não é o dono da sua casa, ou seja, as ações do ser humano não são controladas pelo consciente e sim pelo inconsciente. 
Para a psicanálise, o homem tem a sua própria percepção de mundo no seu inconsciente e é com base nessa percepção que tomará decisões em cada circunstância de sua vida.
2.3 HUMANISMO
O humanismo trata-se da terceira força da psicologia que despontou na década de 60. Esta, tendo como seu principal proponente Abraham Maslow, nasceu das trocas de ideias entre psicólogos na tentativa da construção de uma vertente alternativa às abordagens já existentes da época, behaviorismo e psicanálise. O humanismo enfatiza mais o presente do que o passado e futuro, tem influências holistas e enxerga avalorização do crescimento pessoal. Aqui entende-se que o homem é mais que a soma de cada comportamento isolado, somos um todo, o homem é um ser amplo. Em outras palavras, o homem visto pela percepção do humanismo, é um ser inaugural de muitas coisas, e não apenas uma resultante delas.
Terapia centrada na pessoa, Carl Rogers e Abraham Maslow
Carl Rogers (1902-1987), psicólogo norte-americano criador da “Terapia Centrada no Cliente/Pessoa” caracterizada como uma abordagem fenomenológica centrada na pessoa e dando importância a suas experiências subjetivas e individuais, foi o primeiro a gravar uma sessão terapêutica para percebê-las e estudá-las. Pôde concluir que para um processo de psicoterapia ser eficaz, é necessário uma boa relação entre terapeuta e cliente, e que deve haver um ambiente agradável e acolhedor para ambos. O mesmo afirma que não só a “apropriação” da técnica pelo terapeuta é necessária mas, a experiência dele com a mesma e seu amadurecimento para que seja algo “natural”.
Rogers defende que o núcleo básico do ser humano é a tendência ao crescimento e a saúde, e preserva a autonomia do ser. Vê a pessoa como um ser com potencial natural e tendencioso ao bem, mas que precisa desenvolver isso. Esse desenvolvimento, ou tendência natural do ser para, seria a chamada “Tendência Atualizante”, sendo ela que permite ao homem sua auto-atualização para que aprenda a entender seus potenciais e através de si mesmo e de suas próprias decisões e escolhas, ser autêntico e prover seu próprio crescimento. Fala também na ideia da “Não Diretividade” que seria optar por si mesmo o caminho a trilhar, tendo dentro de si amplos recurso para que isso ocorra.
A Tríade Rogeriana, foram “condições” criadas por Rogers para um bom funcionamento tanto da psicoterapia quanto da sociedade educacional, área na qual ele concluiu que suas pesquisas tinham enorme eficácia. A Tríade é composta pela empatia, que está ligada não só ao ato de compreender e colocar-se no lugar do outro mas comunicar a ele que está sendo entendido; a aceitação positiva incondicional, o mesmo que aceitar sem julgar e sem impor condições, e o não rotular o outro; e o ser autêntico: “ser o que se é” aceitando-se, compreendendo-se, e sendo honesto consigo mesmo, o que chamamos de congruência que nos dá por consequência de aceitar-se a “capacidade” de aceitar os outros com mais facilidade.
Já Abraham Maslow, nascido em 1908 em Brooklin, formado em Direito, além de ter seu nome como promissor da psicologia humanista, foi fundamental ao surgimento da psicologia transpessoal. Ele afirmava que o Behaviorismo e a Psicanálise não se preocupavam com a saúde mental das pessoas e se dispôs a trabalhar nesse sentido. Passou a pesquisar o comportamento dos macacos no início de sua carreira e descobriu que algumas necessidades básicas são mais importantes que outras, aproveitando essa ideia para a criação da Hierarquia ou Pirâmide das Necessidades, ilustrada abaixo.
· Necessidades Fisiológicas - 	são a base da nossa pirâmide, onde ficam nossas necessidades de 	oxigênio, água, proteínas, sais, açúcares, cálcio e outros 	minerais e vitaminas, responsáveis pela manutenção do pH e da temperatura do organismo. Aqui encontra-se também a necessidade pelo sexo. 	
· Necessidades de Segurança e 	Estabilidade - após as necessidades fisiológicas serem saciadas, 	passamos a carecer por estar seguros estáveis e protegidos, 	buscando assim um lar seguro, plano de saúde, emprego, etc. Por 	outro lado há um aumento das preocupações com medo e ansiedade.
· Necessidades de Amor e 	Pertencimento - neste nível há a necessidade do pertencimento a 	ciclos de relacionamentos, como por exemplo namoro, casamento, ter 	filhos, fazer parte de um grupo de amigos, de um ciclo religioso, 	etc. Ocorre então o aumento do sentimento de solidão e ansiedades 	sociais.
· Necessidades de Estima - 	Aqui, Maslow observou dois níveis, um inferior que consiste no 	respeito dos outros para si, a glória, o status, a fama, o 	reconhecimento, vindo de fora para dentro. E o nível superior, que 	o é, pelo fato de ser muito mais difícil de ser retirado uma vez 	que conquistado, pois trata-se de seu auto-respeito e da sua 	auto-aceitação, partindo de dentro para fora. É importante 	lembrar que a falta da satisfação nesse nível de necessidade pode 	ser a raiz da maioria de nossos problemas psicológicos, pois causa 	baixa auto-estima e complexos de inferioridade.
· Necessidade de Auto-Realização - após suprimento de todas as necessidades acima, não há mais necessidade de nada. Temos a partir daí “apenas” a vontade de ser o “você” mais completo que só você pode ser, essa seria a quinta necessidade da pirâmide. Não há como alcançá-la plenamente, pois quanto mais eu a atingir mais quero 	avançar. É chamada B-needs, Being Needs ou Necessidades de Ser e pessoas que chegam nesse nível são ditas auto-realizadoras.
Buscamos os níveis gradativamente durante a vida, desde que nascemos, podendo no decorrer dela haver uma regressão por estresse ou sentimentos de “ameaça”, sendo no âmbito individual ou social, atingindo até os níveis fisiológicos. Os quatro primeiros níveis da pirâmide das necessidades são vistos como essenciais para a vida como se fossem instintos nossos, são os chamados D-needs, Déficit Needs que significa necessidades geradas pela falta, seguindo o conceito da homeostase corporal, a busca pelo equilíbrio. Já o quinto nível seria algo que nem todas, na verdade a maioria das pessoas não atingem. Baseado em pesquisas com grandes nomes de sua época, Maslow entende que as pessoas auto-realizadoras tem seus valores não forçados, “naturais” e parecem transcender muitas das dicotomias que para muitos eram inquestionáveis.
Maslow acreditava também que com perguntas sobre o futuro da pessoa, sobre sua “filosofia do futuro”, seria possível entender em qual área a mesma poderia ter um déficit passado, no qual pode ser levado para a vida toda, tirando assim suas conclusões sobre neurose.
Jacob Levy Moreno (1889-1974) nascido na Romênia e residente na Áustria desde os seus 5 anos, onde formou-se médico psiquiatra, foi um apaixonado pelo teatro desde a sua infância e criador do Psicodrama por ele “definido como uma ciência que busca a verdade por meio de métodos dramáticos e usa a ação como uma forma de investigar a alma humana” (MORENO, 1999). Criador do Teatro da Espontaneidade no qual, convidava ousadamente as pessoas para exporem sua história de forma espontânea com o intuito de desenvolver a capacidade criadora e a espontaneidade das mesmas, e fundador Teatro Terapêutico o que deu início a psicologia de grupo, pois desde cedo seus experimentos na área da psicologia foram utilizando o teatro e a dramaturgia, também no âmbito individual mas principalmente em grupo.
Moreno buscava estudar como o indivíduo se transformava num trabalho em grupo e dentre as descobertas percebeu que a espontaneidade traz consigo conteúdos do inconsciente e facilita a integração com a consciência que é muito desenvolvida na ação da dramatização teatral, trazida como prática terapêutica. Entender que a espontaneidade trata-se aqui da resposta de alguém frente a uma nova situação ou a uma antiga dando aspectos mais adequados do que anteriormente, que só é possível a partir da percepção de si mesmo no momento do aqui e agora. Viver o presente traz a espontaneidade e a capacidade de ressignificar e transformar as situações insatisfatórias.
No psicodrama um protagonista dramatiza uma situação da sua vida, tomando a posição de criador e trazendo sua mente para fora, e conforme os outros personagens vão agindo, ele vai enxergando o que está a seu redor juntamente com o psicodramaturgo e suas ferramentas e encaminhamentos, o consciente e inconsciente vão se interligando, trazendo uma transformação do conteúdo de forma leve e diferente. É durante e não após o término o processo criativo que ocorrem as transformações.
Moreno entende que o homem precisa da ajuda do outro para conseguir lidar consigo mesmo pois é um ser social, levando em contatambém a teoria dos papéis formadores de nossa identidade, sendo eles os psicossomáticos, que nos diferencia fisiologicamente; os sociais, que perpetuam aspetos da nossa cultura e relações sociais; e os psicodramáticos, responsáveis pela relação com a psique, sendo aqui onde a espontaneidade e criatividade atuam. São complementares uns dos outros, formam nosso “todo” e são vistos como pilares do psicodrama.
O método utilizado aqui então é o de alguém dramatizar a sua história, sendo o protagonista, conta suas angústias e anseios. E o processo ocorre em três fases. Na fase 1, o aquecimento, acontece a preparação para o drama, a divisão dos papéis, o entendimento do contexto e de como irá acontecer a história, além do relaxamento e concentração dos participantes. Na fase 2, a representação é quando de fato representa-se a história, podendo ser representados personagens verdadeiros ou fictícios, símbolos, aspectos do protagonista... Pode ocorrer também de o protagonista assumir o papel de outra pessoa e um participante assumir o seu papel assume o seu papel, assim ele entende e ressignifica a situação olhando por um outro âmbito. E a terceira fase, o compartir, é momento de o protagonista ouvir o que as outras pessoas tiveram e sentiram durante a dramatização, trocas de visão, entendimento diferente da situação. Momento de compartilhamento, conduzido e “apoiado” pelo psicodramaturgo.
Entende-se que dramatizar certos contextos nos fazem ressignificar e quando colocamos para fora faz-nos ver que nem sempre tudo é o que parece. Moreno (2003, p. 47), “o psicodrama procura, com a colaboração do paciente, transferir a mente “para fora” do indivíduo e objetivá-la dentro de um universo tangível e controlável”.
A Gestalt
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução, chegando próximo de forma ou configuração, palavras que não correspondem corretamente ainda o significado da palavra. Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941),psicólogos e fundadores da Gestalt, basearam-se em estudos psicofísicos, e relacionaram percepção das formas. A mesma é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia, por ter uma base teoricamente consistente, e força metodologicamente também.
Os estudos foram iniciados pela percepção e sensação do movimento e eles estavam preocupados em entender os processos psicológicos envolvidos na percepção ótica das formas percebidas pelo sujeito de maneira diferente da qual elas são de fato na realidade, por conta de seus estímulos físicos. Aqui temos como exemplo o cinema no qual o que está na tela é uma fotografia estática mas nossas percepções físicas fazem com que a sensação seja de movimento, permitindo a chamada ilusão de ótica. Temos então, o ponto de partida da teoria, um dos temas centrais da mesma, a percepção, na qual o seu processo está entre o estímulo fornecido pelo meio e a resposta produzida pelo indivíduo, onde o que é percebido e como é o seu modo de perceber são relevantes no estudo do comportamento humano. Eles perceberam que há importância significativa no estudo dos comportamentos mais globais, não somente de aspectos isolados, pois as partes estão sempre relacionadas ao todo, tudo está relacionado com tudo e o todo é mais que a soma de todas as partes. Por exemplo, se percebermos parte de um objeto, automaticamente será relacionado o mesmo a sua totalidade percebendo o que ele é. Entende-se aqui um fenômeno em busca do fechamento, simetria e regularidade.
A busca pela chamada “boa forma” é constante no homem. O anseio do que eu posso compreender e reconhecer que se dá também à partir do nosso repertório cultural. A maneira como percebemos determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento, como entendemos as imagens faz-nos ver como percebemos as coisas. Muitas vezes há uma relação do comportamento com os estímulos físicos, outras vezes não, por nesse momento nossa percepção da realidade não ser exatamente de como ela é.
Por exemplo a imagem acima, na figura “A” a linha horizontal parece ser maior do que a da figura B, porém as duas são idênticas, ocorre aqui uma ilusão de ótica. A não capacidade de alcance da boa forma por não conter equilíbrio, simetria, estabilidade, os aspectos que levam a essa percepção.
Um outro aspecto é o de figura e fundo, onde quanto mais clara estiver a forma maior será nossa percepção dela e mais fácil será a distinção de figura e fundo.
Todo o comportamento está sujeito a lei da boa forma, e o conteúdo e a percepção das coisas somos nós quem produzimos, conforme o nosso meio. Sendo o meio ou meio ambiental, o conjunto de estímulos que dão origem ao comportamento humano, no qual temos dois tipos: o meio geográfico, que é o meio físico, onde estamos e o meio comportamental que seria o que resulta da interação do indivíduo com o meio geográfico, físico e sua percepção da realidade. Este é subjetivo pois cada um percebe de um jeito. Ele se dá pela interpretação do meio geográfico através das forças reagentes o equilíbrio, a simetria, a estabilidade e a simplicidade.
O comportamento é geralmente desencadeado pela percepção do meio comportamental, portanto sempre condicionado a lei da boa forma, através do nosso campo psicológico, como é nomeado o campo de força que faz-nos buscar a boa forma, até mesmo em situações que não estão muito bem estruturadas. Esse processo ocorre por três princípios:
· Proximidade, onde os elementos mais próximos tendem a agrupar-se:
· Semelhança, no qual os elementos semelhantes tendem a agrupar-se: 
· Fechamento, onde 	tendemos a fechar completando os elementos que faltam na figura:
A Gestalt vê a interação do todo e da parte como fundamental para a percepção das coisas, mas há momentos em que nem tudo está claro, ou faz sentido para nós e de repente, passa a ter uma forma, ou significar algo, essa percepção repentina e compreensão imediata é chamada de insight, a elucidação do que antes não fazia sentido.
Gestalt-Terapia de Fritz Perls
Frederick S. Perls (1893-1970) , psicólogo e psicoterapeuta nascido em Berlim, Alemanha, foi casado com Laura Perls, a qual o impulsionou muito em seus estudos e descobertas. Fritz discordou com a psicanálise em vários aspectos e rompeu com a abordagem.
Na Gestalt Terapia a ideia é trabalhar o processo de crescimento e desenvolvimento humano, não tratando-se de uma “terapia estimulante”, mas processual e não trabalhando com a ideia de alegria, consciência sensorial e cura instantâneas. Fritz diz que “a vida é mais do que as condições nas quais ela teve origem”, entendendo que o sentido da vida não está condicionado a ter coisas, mas a ser vivida, sendo a manipulação e controle externo irrelevantes para adquirir-se a alegria de fato. Atenta-se que é imprescindível o ato de aprender a entender o seu centro, tornar-se real, compreender que somos o que somos e neste momento não podemos ser diferentes. Neste momento, pois para ele o aqui e agora é o único tempo possível, pois o futuro além de inspirar o presente, e ser cheio de metas , planos, projetos, traz consigo muita ansiedade que é sempre um empecilho nas mudanças de comportamento, sendo ela o vácuo entre o agora e o depois. Retornamos assim então a importância do estar presente aqui e agora, pois assim libera-se as energias e angústias necessárias e existentes para este tempo presente Com mais facilidade somos criativos, atentos, e com melhor capacidade de encontrar as soluções. Somos libertos para a espontaneidade e aceitação pessoal, e para ele, o como a pessoa comporta-se no momento é mais importante do que o porque.
Fritz trata de questões que de tão simples tornam-se complexas, como o controle, no qual temos o externo, o que vem de fora ou seja nós sendo controlados pelos outros, pelas ordens, pelos ambientes. E o controle interno, que vem de dentro, englobado em todo o organismo, nossa natureza individual. Fala também em como enxerga o organismo, esse que não é independente do meio, necessita de trocas com o meio, o ambiente em que se dispõe. Temosentão duas classificações para este “meio”: o meio físico, o ambiente em si para troca de ar, agua etc. e o meio social para troca de afetos, relações, raiva. Entendemos assim que o conjunto de células se comunica e trabalha sempre no todo, somos uma coordenação de todas as partes, não só a soma delas, o segmento de mundo em que vivemos também faz parte de nós e há sempre uma intencionalidade do ato, ou seja, todo ato psíquico é intenção, intencionado onde estão presentes a vontade e a liberdade. Estas foram descobertas de Fritz a partir de suas experiências particulares de vida.
Onde vamos levamos uma espécie de mundo conosco, e nossos organismos podem comunicar-se com outros e com os ambientes. Sempre em busca de algo em comum, quando há o encontro passa a não ser mais o “eu” e o “você” e sim o “nós”, que não existe por si só mas pela interação do “eu e você” e neste lugar, ocorrem as mudanças, as transformações dos dois. As mesmas pode não ocorrer se os dois tiverem um caráter. Este faz, na visão de Fritz, o indivíduo ser petrificado e agir não livremente, mas conforme o seu caráter o “predestinou”, “condicionou”. Aqui o não ter caráter seria mais viável para uma melhor abertura da vivência do “nós”. Diferentemente do que se é imposto na nossa sociedade, onde cobra-se indivíduos com caráter, sendo ele “bom” pois assim, serão mais “previsíveis” e “controláveis”. O meio de contato é onde ocorre essa ligação entre o indivíduo e o meio, e é ali que os eventos psicológicos se encontram. Entende-se por contatos saudáveis aqueles que podem aproximar-se e afastar-se, livremente.
A gestalt está ligada ao início e fechamento das coisas e a pirâmide das necessidades, que conforme vão sendo supridas, fecham-se e dão início a outra, estando assim sempre em mudança e tendo forte ligação com a homeostase, ou seja, quando as necessidades são supridas, há o equilíbrio. É no ciclo de contato-retração, também conhecido por outros nomes, que ocorre essa ligação com a pirâmide das necessidades. O mesmo é subdividido em etapas onde pode-se descobrir perturbações. São eles o pré-contato, onde se sobressaem as percepções e sensações e são previstas as necessidades mais gritantes da pirâmide das necessidades estimuladas pelo meio, e que posteriormente se tornarão figuras; o contato, onde de fato torna-se figura o que foi “previsto” na fase anterior. Esta é a fase ativa do ciclo, onde há o enfrentamento do meio com a maior excitação e tornará fundo o que fora figura; o contato pleno, onde ocorre uma troca saudável do indivíduo com o meio, na qual a ação é focada no aqui e agora; e o pós-contato, o fechamento do ciclo, onde ocorre a assimilação das experiências passadas e a saída do aqui e agora e estando pronto para a próxima ação.
Como visto, essa ideia atrela-se a figura e fundo, na qual a figura vai sugerir algo que está em evidência, em prioridade na hierarquia das necessidades, até que esta seja suprida e torne-se fundo para uma outra figura que agora estará em evidência.
Entende-se também que há obstáculos ou mecanismos de evitação do contato, sendo eles internos ou externos. Os principais deles são: a confluência, que barra todos os tipos de conflito e de qualquer contato verdadeiro pela não ruptura da fronteira de contato, e sua ruptura traz sensação de culpa e ansiedade; a introjeção, que seria o “engolir sem mastigar”, sem entender de fato as ideias, muito ligada a educação das crianças por exemplo, na imposição do “você deve”; a projeção, na qual compete a ação de projetar no outro ou no meio externo coisas que na realidade estão guardadas dentro de nós mesmos; a retroflexão, que é o remeter a si mesmo coisas boas ou ruins que gostaria de fazer aos outros ou que gostaria que os outros fizessem para si. Se de forma saudável, mostra maturidade do indivíduo; a deflexão, ou seja o desvio sempre do contato com a situação ou objeto, o não encarar; e a proflexão que consiste em fazer do outro aquilo que gostaríamos que fizessem em nós mesmos.
“Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas. Eu sou eu, você é você. Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas. E nem você o está para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu, você é você. Se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há o que fazer.” Fritz Perls, 1969
O existencialismo de Sartre
Jean Paul Sartre (1905-1980), filósofo e talvez o mais conhecido deles do século XX, com seus argumentos fenomenológicos, agregou muito a psicologia e a outras áreas. Sartre se diz um existencialista ateu, para ele Deus não existe, então a essência precede a existência, o homem primeiro surge no mundo despido de tudo, e depois passa a definir-se, o homem é livre em si, e ele mesmo constitui-se. Não há então uma natureza humana e nem um Deus para originá-la. Com isso o homem é seu próprio responsável e dos outros e ao encarar esta realidade, surge a angústia, na qual nos permeia e nos vemos sós. Se não há um Deus então tudo é permitido, e somos condenados a liberdade.
Sartre nos diz que o ser “em-si” está exclusivamente ligada ao fenômeno,e que está além da afirmação e da negação, que são produtos da consciência. O ser “em-si” é idêntico a si próprio porque o é. Já o ser “para-si” está ligado totalmente a consciência. Este é como estar em constante andamento, nunca pode coincidir consigo mesmo, diferentemente do ser “em-si”. A ideia aqui é que o homem faz o seu não ser no mundo, ele é quem muda as coisas, pois seu fundamento é no nada.
Fazendo-nos entender que ao anunciarmos uma pergunta nos cercamos de nada, ou seja do não ser, algo não é alguma coisa para ser outra, não tem determinadas características para dar lugar a outras.
O homem é o centro do existencialismo de Sartre, e é o único ser que existe, todos os outro apenas são e ser não seria aqui existir. Assim, a essência que precede a existência somente ocorre quando o sujeito é livre, diferenciando-o dos outros seres que são “predestinados”. O homem é livre e é liberdade, com isso Sartre afirma que o existencialismo é um humanismo. “Humanismo, porque recordamos ao homem que não existe outro legislador a não ser ele próprio” (Sartre, 1987, p. 21).
O homem é nada e vai se constituindo durante a vida, exercendo o cuidado de si e tendo total responsabilidade por quem irá tornar-se. “O homem nada mais é do que aquilo que ele faz a si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo” (Sartre, 1987, p. 6). A liberdade vista por ele, é mais do que a ligação com o livre arbítrio, do poder fazer ou não algo, ela está aqui atrelada a responsabilidade do sujeito, pois carrega consigo a capacidade de escolher o que será da sua vida e o responsabiliza assim, por seus atos. Há a interação também com a responsabilidade do todo, de toda a humanidade, quando o homem escolhe algo, escolhe para si e para toda ela. Para Sartre, o único fundamento do ser é a liberdade, o homem é condenado a ela e a única coisa que não será possível, é o não escolher, pois se não escolher já estaria aqui sendo a escolha.
Sartre diz que o tempo tem sua síntese original, na qual o passado é visto com todas as características do “em-si” e é inexistente, a não ser que esteja ligado ao presente. Ele foi, e ainda está ali, mas eu não mais o “sou” como era quando ele era o presente. Eu o vivo pois está ali, porém sem tendência a modificações pois agora já não mais o sou; O presente, que para ele é totalmente o “para-si”, a posição absoluta do sujeito ao deparar-se com o “em-si”, e constitui-se de negação. E o futuro que é parecido com o passado pois é imóvel, imodificável, incorpora o “para si” com traços do “em-si”, e também não se faz totalmente distante do sujeito. O futuro é a revelação para o ser “para-si” como quem ele ainda não é.
Pode ocorrer de o sujeito comportar-se contra ele mesmo, entendendo-se assim como uma atitude de “má-fé”, uma mentira a si mesmo, uma auto sabotagem, a fuga do seu próprio “eu”. Contudo, Sartre quer que o homem entenda que nada o livrará dele mesmo, ainda que Deus existisse.2.4 PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
Diferentemente das outras forças, a psicologia transpessoal surge como uma consequência da psicologia humanista, vindo aqui com mais abrangência e amplitude. Impulsionada e fundada por Abraham Maslow e Anthony Sutich, o movimento iniciou-se em meados da década de 1960 e depois surge a Revista de Psicologia Transpessoal e fundada a Association for Transpersonal Psychology.
Num contexto pós guerra, eles precisavam de uma sociedade boa para promover uma sociedade saudável, mas para isso necessitavam de indivíduos saudáveis para promover essa boa sociedade. Maslow então, estudou por anos o que seriam esses indivíduos saudáveis, entendendo que se tratavam dos que mesmo que imperfeitos lidavam com seus desafios fortemente, esperançosos e com sororidade. Todos estes já teriam vivido experiências espirituais, essas “além do normal”, que Maslow chamou de “experiências culminantes” ou “transcendentes” 
Essas experiências chamadas transcendentes, começam a ser percebidas pelos psicólogos humanistas nas psicoterapias clínicas e de grupo, onde os fenômenos humanos eram muito além dos estudos e percepções já estudadas por eles, iam além de explicações por meio dos cinco sentidos humanos. Eles percebiam que quando ocorria o contato profundo na terapia, tanto o terapeuta quanto o cliente, tinham estranhas sensações de bem estar e de poder e a barreira entre os dois era percebida como inexistente, como se eles fossem um só. Em grupo, duas ou mais pessoas sonhavam o mesmo sonho ou tinham percepções e experiências “além do normal” que os mudavam profundamente e até mesmo repentinamente.
Sinto que nos melhores momentos da terapia há um mútuo estado alterado de consciência. Que ambos, de alguma forma, transcendemos um pouquinho o que somos ordinariamente, e que há uma comunicação acontecendo, que nenhum de nós compreende mas que é muito reflexiva. (Rogers, citado por Wood, 1991, p. 71)
Ao tentar entender essas experiências além da consciência, eles passaram a buscar algumas transcrições de comportamentos das vertentes de religiões orientais, nos quais eram parecidos com os que ocorriam em suas sessões. Começa então a surgir a vertente da psicologia transpessoal, na qual considera o âmbito espiritual do ser humano, que vai além de aspectos físicos e da consciência, transpassa o nosso “normal”. Aqui entende-se que “ser humano” não é corpo sem espírito, nem espírito sem corpo, é uma inteireza na integridade. Essa corrente ainda muito recente, é definida como o estudo dos estados da consciência em direção da unidade fundamental do Ser, ela lida com os “Superiores” , com as “experiências cósmicas”, sendo a primeira corrente a considerar que o ser humano tem seu aspecto espiritual, preocupando-se mais do que com as necessidades e interesses humanos.
A física quântica contribuiu para a psicologia, que está constantemente na busca pela compreensão do funcionamento da mente humana que é ao mesmo tempo lógico e racional, e imprevisível. A ligação física quântica e psicologia traz-nos a ideia de que a consciência pode interferir diretamente na realidade. Os experimentos de Herbert Fröhlich há cerca de vinte anos, deixou-nos uma faísca de “esperança” do entendimento do não compreendido sobre a consciência e mente humana, por meio da descoberta do sistema de moléculas vibráteis ligados a consciência na qual acrescentam energia. São como miniaturas de radiotransmissores, nos quais além do limite, se acrescentado mais energia no sistema ele vibra em tom ainda mais uníssono os fazendo chegar a sua forma mais ordenada possível. Com isso,se comprovado, abriria um leque de possibilidades para o entendimento da mente humana, contribuindo vastamente para a psicologia.
Os fenômenos psíquicos estudados e teorizados por Franz Clemens Honoratus Hermann Brentano, nos trazem a ideia de que as psicoterapias humanistas buscam “atualizar” o indivíduo do presente contextualizando-o do passado e do futuro. Vê o ser como intencional em seus atos. Os fenômenos psíquicos são sempre atos ou processos pois envolvem as experiências dos sujeitos.
2.5 PSICOLOGIA INTEGRAL
O surgimento da psicologia integral se deu pela necessidade de alguns autores de integrar todos os conhecimentos da psicologia em uma única teoria. Em outras palavras sentiram a urgência de unificar as diferentes culturas e crenças em prol do autoconhecimento humano.
O autor mais associado a essa teoria é o norte-americano Ken Wilber. Ele foi o primeiro a explicar o que é a Psicologia Integral, se aprofundando em assuntos variados da humanidade, da religião à ciência.
Kenneth Earl Wilber Jr nasceu no dia 31 de janeiro de 1949 na cidade de Oklahoma localizada na américa do norte. Se formou em bioquímica, porém após alguns anos desistiu da carreira na área e dedicou o seu tempo para estudar sobre filosofia e psicologia e escrever sobre o assunto.
Com mais de duas dúzias de livros escritos e traduzidos para mais de 25 países, Wilber se tornou o autor acadêmico mais traduzido da atualidade nos Estados Unidos.
É considerado um dos fundadores da Psicologia Transpessoal, no entanto se desligou do movimento em 1983.
Fundou o Integral Institute em 1998, instituto no qual se dedica a introdução, pesquisa e difusão da Psicologia Integral no mundo.
Em 1977, com apenas 23 anos de idade Ken Wilber publicou seu primeiro livro chamado “O Espectro da Consciência”, um livro revolucionário, no qual integrou diversas escolas da psicologia com o intuito do autoconhecimento do ser humano e até a data de hoje já publicou mais de duas dezenas de livros, foi nesse processo que Wilber criou a Teoria Integral que desde sua criação se tornou uma das abordagens mais importantes dentro dos maiores campos de estudos integrais e meta-teorias.
Em sua busca por autoconhecimento Wilber tenta entender o ser humano através de todos os campos de conhecimento, área da ciência, filosofia, espiritualidade, ética, arte etc. e por resultado desta busca de conhecimento formou uma teoria, na qual ele conseguiu integrar todo o seu conhecimento nessas áreas, chamando-a de Teoria Integral.
O filósofo começou a utilizar o termo “integral” para mencionar a sua abordagem após a publicação do livro “Sex, Ecology, Spirituality” em 1995. Neste livro Wilber introduziu o modelo de quadrante que depois veio a ser o principal símbolo do seu trabalho e da teoria integral no geral.
"No que se refere a uma psicologia integral - um subconjunto de estudos integrais em geral- temos um grande número de teorias, de pesquisas e de práticas, sendo todas elas importantes árvores na floresta integral" (WILBER, 2011, p. 17)
A Psicologia Integral se trata de uma forma de compreender o ser humano em sua totalidade, visando o desenvolvimento saudável do indivíduo, através da evolução das nossas capacidades e conhecimentos. A teoria de Wilber nos mostra que pela primeira vez temos uma infinidade de conhecimentos e experiências de todas as culturas e civilizações que existiram e existem disponíveis para estudo. O autor considera que todas essas culturas têm algo para ensinar sobre o nosso potencial, para a nosso crescimento espiritual, psicológico, social etc 
"A ideia geral da prática integral é bastante clara: Exercite o corpo, a mente, a alma e o espírito no eu, na cultura e na natureza. (Isto é, tente exercitar todo o espectro nos domínios do eu, do nós e do isto.) Adote uma prática básica em cada categoria, ou em tantas categorias quantas for pragmaticamente possível, e as pratique simultaneamente. Enquanto mais categorias você se empenhar, mais eficientes todas elas se tornarão (pois todas elas estão intimamente relacionadas como aspectos do seu próprio ser.)” (WILBER, 2011, p. 131).
O pensamento de Wilber é claro. Não é discutir o que está certo ou errado, a sua percepção é que todos estão na maior parte certos. 
A Psicologia Integral age em todos os aspectos humanos, ajuda na integração de pessoas consigo mesmas, nos relacionamentos e com a natureza, sempre evoluindo suas habilidadese limitações. 
Não nos coloca dentro de moldes para encaixar dentro de uma única teoria, não existe uma teoria melhor ou pior, todas têm a mesma importância. Mostra que devemos usar todas as técnicas, teorias e ferramentas, integrando todas as áreas do conhecimento humano em benefício do ser humano. 
Dentro desta teoria, Wilber elaborou um mapa que no ajuda a entender do ser humano em sua totalidade. Este mapa é constituído por 5 elementos: quadrantes, linhas, níveis, estados e tipos. Esses cinco elementos representam alguns dos padrões repetitivos fundamentais em nossa vida. Wilber diz que utilizando esse mapa teremos um desenvolvimento pessoal completo.
A Psicologia Integral é uma forma de analisar o ser humano, visando a expansão de suas possibilidades e de sua percepção sobre o mundo.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O grupo ficou muito satisfeito com as pesquisas realizadas e, com os ensinamentos de cada força da psicologia, os objetivos de entender e conhecer a respeito dessas teorias foram alcançados com êxito, melhorando assim o fundamento teórico que tínhamos. 
Deixando claro que a psicologia é uma ciência que possui várias vertentes, com as mais diferentes abordagens. 
REFERÊNCIAS
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BARATTO, Geselda. A descoberta do inconsciente e o percurso histórico de sua elaboração. Scielo, 2009. Disponível em <Link>;
BARRADAS, Lorenna e Silva Mendes. A Gestalt-Terapia e Frederick Perls. Psicologado, [S.l.]. (2013). Disponível em <Link> Acesso em 25 Jun 2020.
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APÊNDICES 
APÊNDICE 01 - PERGUNTAS DA ENTREVISTA
1. Primeiramente gostaríamos que você contasse um pouco sobre a sua trajetória na psicologia. 
2. Por que escolheu cursar psicologia?
3. Qual abordagem você utiliza? O que te atraiu nessa abordagem?
4. Qual foi o maior desafio que você encontrou na sua trajetória como psicóloga? 
5. Na sua opinião, o que está faltando para que a psicologia seja disseminada no Brasil? De forma que o profissional consiga atender a ajudar uma quantidade maior de pessoas.
6. Qual dica você dá para quem está na primeira fase do curso de psicologia?
APÊNDICE 02 - ENTREVISTA RELATADA
Entrevistamos a Psicóloga Maria Regina graduada em psicologia no ano de 2002 pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) na cidade de Araranguá/SC.
Primeiramente pedimos para relatar um pouco da sua trajetória na área de psicologia. O início do seu percurso começou apenas em 1973, já com 39 anos, quando ingressou na faculdade de psicologia pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) junto ao seu filho ingressante em direito. Maria Regina afirmou que sua turma e a do seu filho foram as primeiras da faculdade mas ainda sim os professoras e as aulas eram excelentes.
Ao perguntarmos o porquê de escolher a psicologia como sua profissão a mesma respondeu que desde o ensino médio já tinha certeza que gostaria de cursar psicologia, porém havia alguns empecilhos no seu caminho, como a distância entre sua residência e as faculdades, também relatou que logo depois de concluir o ensino médio se casou com seu atual marido e o sonho de cursar psicologia ficou para o futuro. Assim que seu filho completou 18 anos ela resolveu prestar o vestibular para psicologia mesmo com receio de não passar, já que estava há 22 anos sem estudar.
Maria Regina expôs que sua abordagem dentro da psicologia é a cognitiva comportamental e que sempre se identificou com essa área e que não se arrepende em ter se especializado. A maior parte dos seus colegas se interessaram pela psicanálise, ela admite sua importância porém nunca se sentiu atraída pela mesma. 
Quando perguntado sobre a maior dificuldade que ela encontrou durante o seu percurso respondeu que foi em relação à faculdade, em conciliar o seu tempo de mãe com o seu tempo de acadêmica, relatou que passou muitas noites em claro para dar conta de todos os trabalhos e estudos para provas.
 Ao questionarmos Maria Regina com relação ao que mais falta para que a psicologia seja disseminada no Brasil, ela nos coloca a questão de que ainda que a mesma tenha sido considerada como profissão apenas recentemente, sobressai-se a falta de comprometimento dos próprios profissionais da área, nos quais por muitas vezes deixam-se levar pelo orgulho, esquecendo-se da humildade e de que eles mesmos aprendem com seus próprios pacientes e com o todo. Maria cita também que é importante o estudo sempre, e a entrega total do profissional, sem esquecer-se que é uma via de mão dupla, um aprendendo com o outro, despindo-se de toda e qualquer arrogância, entendendo que ele não sabe tudo entendendo a individualidade de cada paciente e situação.
 As dicas de Maria Rita para os acadêmicos da primeira fase do curso de psicologia são que aproveitemos todas as oportunidades que nos são dadas, sempre fazendo o extracurricular que irá somar no nosso currículo de vida. E indica também que leiamos muito.

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