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MULTIVIX Metrologia Professora Márcia Milach Programa ➢ Definições de metrologia ➢ Instrumentos de medição e controle dimensional ➢ Sistema de tolerâncias e ajustes e tolerâncias geométricas ➢ Fundamentos de estatística aplicados na Metrologia, erros de medição e incerteza de medição ➢ Calibração, verificação, regulamentação e confirmação metrológica ➢ Avaliação da conformidade e acreditação de laboratórios Sistema de tolerâncias e ajustes e tolerâncias geométricas 1. Sistema de tolerâncias e ajustes 1.1 Campo de tolerância 1.2 Sistema de ajuste 1.3 Tipos de ajuste 1.4 Designação de tolerâncias e ajustes 1.5 Designação de tolerâncias e ajustes 2. Tolerâncias geométricas 2.1 Definições iniciais 2.2 Tolerâncias de forma 2.3 Tolerância de orientação 2.4 Tolerância de posição 2.5 Tolerância de batimento circular radial e circular axial A maioria dos processos de fabricação obedece a normas que servem de referência para a produção de peças, componentes ou produtos acabados. Se uma empresa trabalha com grande variedade de peças, necessariamente deve adotar uma norma técnica que possibilite sua intercambiabilidade. Além disso, quando peças ou componentes são produzidos, em sua montagem ou desmontagem também precisa haver uma intercambiabilidade adequada entre eles, sem maiores esforços ou ajustes severos. 1. Sistema de tolerâncias e ajustes • ABNT NBR 6158:1995 – Sistema de tolerâncias e ajustes • ABNT NBR 6409:1997 – Tolerâncias geométricas Condições máximas e mínimas e a tolerância de um furo Tolerância: diferença entre a dimensão máxima e a dimensão mínima, ou seja, a diferença entre o afastamento superior e o afastamento inferior. Afastamentos e linha zero Dimensões máximas e mínimas de um eixo e de um furo e tolerância Sistema furo-base e eixo-base Esquema das posições dos afastamentos fundamentais 1.1 Campo de tolerância Ex.: Furo 1: Dimensão nominal = 56 mm; As = 64 m; Ai = 25 m Campo de tolerância? Dimensão máxima = 56,064 mm; Dimensão mínima = 56,025 mm Campo de tolerância = 56,064 mm - 56,025 mm = 0,039 mm =39 m Furo 2: Dimensão nominal = 56 mm; As = -34 m; Ai = -48 m Campo de tolerância? Dimensão máxima = 55,966 mm; Dimensão mínima = 55,952 mm Campo de tolerância = 55,966 mm - 55,952 mm = 0,014 mm =14 m 1.1 Campo de tolerância Representação e cálculo da tolerância O comprimento nominal da peça é 100 mm, o afastamento inferior é -20 μm e o afastamento superior é +45 μm. Já a largura nominal da peça é 35 mm, o afastamento inferior é +10 μm e o afastamento superior é + 18 μm. Tolerâncias do comprimento e largura, 65 μm e 8 μm. 1.2 Sistema de ajuste em que: i = unidade de tolerância, expressa em m. D = média geométrica (raiz quadrada do produto) dos valores extremos de cada grupo de dimensões definidos e expressos em μm ABNT NBR 6158:1995: Sistema de ajuste compreende eixos e furos pertencentes a um sistema de tolerâncias. O grau de tolerância ou qualidade de trabalho utilizado no Brasil é o IT, em que I é “ISO” e T significa “tolerância“ i: unidade de tolerância, valor numérico calculado em relação às médias geométricas das dimensões limites para cada grupo, que serve de base ao desenvolvimento do sistema e fixa a ordem de grandeza dos afastamentos para furos e eixos Determine a unidade de tolerância de um eixo de 57 mm de diâmetro Média geométrica: D = 63,25 mm i = 1,856 m Calcule tolerância padrão (t) para a qualidade de trabalho IT8 t = 25i = 25 x 1,856 =46 m Graus de tolerância padrão: • IT01 a IT5: utilizados para calibradores, • IT6 a IT10: maioria das construções mecânicas • IT11 a IT16: tolerâncias mais grosseiras (fundidas, forjadas ou barras laminadas) • Folga mínima: diferença positiva entre a dimensão mínima do furo e a dimensão máxima do eixo. • Folga máxima: diferença positiva entre a dimensão máxima do furo e a dimensão mínima do eixo. • Interferência mínima: diferença negativa entre a dimensão máxima do furo e a dimensão mínima do eixo. • Interferência máxima: diferença negativa entre a dimensão mínima do furo e a dimensão máxima do eixo. 1.3 Tipos de ajuste Montagem de um eixo sobre um mancal de deslizamento: bucha Esquema representativo de um ajuste com folga • Ajuste com folga: o afastamento superior do eixo for menor ou igual ao afastamento inferior do furo Função da aplicação dos componentes (furo e eixo) em determinada montagem. Os ajustes podem ser com folga, com interferência e incertos ou indeterminado. Mancal bipartido (buchas inteiriças ou partidas). • 1: base do mancal; • 2: bucha ou mancal inferior; • 3: eixo; • 4: bucha ou mancal superior; • 5: capa da base do mancal. Nesse tipo de mancal, é comum a presença de uma folga entre a capa e a base para facilitar o ajuste do conjunto. 1. Exemplo: Dimensão nominal: 56 mm Furo: As = 64 μm, Ai = 25 μm; Eixo: as = 17 μm, ai = 12 μm. Ajuste da montagem com folga dimensão mínima (56,025 mm) do furo > dimensão máxima do eixo (56,017 mm). 2. Exemplo: Dimensão nominal 50 mm Furo: As = 27 μm, Ai = 10 μm; Eixo: as = 5 μm, ai = 3 μm. Ajuste da montagem com folga dimensão mínima do furo (50,010 mm) > dimensão máxima do eixo (50,005 mm). Avalie: Dimensão nominal 58 mm Furo:, As = 18 μm, Ai = 15 μm; Eixo: dimensão nominal 58 mm, as = 12 μm, ai = -20 μm. • Ajuste com interferência: o afastamento superior do eixo for menor ou igual ao afastamento inferior do furo Esquema representativo de um ajuste com interferência Esquema da montagem de um rolamento em um eixo com interferência, não há deslizamento, ocorre pressão. 1. Exemplo: Dimensão nominal 75 mm Furo: As = 30 μm, Ai = 15 μm; Eixo: as = 55 μm, ai = 50 μm. Ajuste da montagem com interferência dimensão máxima (75,030 mm) do furo < dimensão mínima do eixo (75,050 mm). Avalie: Dimensão nominal 93 mm Furo: As = 37 μm, Ai = 25 μm; Eixo: as = 58 μm, ai = 40 μm. • Ajuste incerto: o afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo e o afastamento superior do furo é maior que o afastamento inferior do eixo. Esquema representativo de um ajuste incerto Exemplo: Dimensão nominal 55 mm Furo: As = 25 μm, Ai = 10 μm; Eixo: as = 30 μm, ai = 11 μm. • Afastamento superior do eixo (30 μm) > afastamento inferior do furo (10 μm) • Afastamento superior do furo (25 μm) > afastamento inferior do eixo (11 μm) Interferência ou folga entre o furo e o eixo quando montados: ajuste incerto 1.4 Designação de tolerâncias e ajustes • Designação para dimensão com tolerância Exemplo: 46H7: afastamentos do furo são As = 25 μm e Ai = 0 Exemplo: 25H10: afastamentos do furo são As = 0,084 mm e Ai = 0 Exemplo: 19J8: afastamentos do furo são As = 20 μm e Ai = -13 μm Exemplo: 13K7: afastamentos do furo são As = 6 μm e Ai = -12 μm Exemplo: 15h6: afastamentos do eixo são as = 0 e ai = -11 μm Exemplo: 31h8: afastamentos do eixo são as = 0 e ai = -39 μm 1.5 Designação de tolerâncias e ajustes Os ajustes entre elementos que se podem acoplar devem ser designados por: • Dimensão nominal comum. • Símbolo da classe de tolerância para furo. • Símbolo da classe de tolerância para eixo. Por exemplo: 55 H7/m6, 55 h7-g6 ou 55 H7g6. Uma das aplicações dessa designação é verificar o tipo de ajuste caracterizado por letras e números. Nesse caso, é necessário utilizar tabelas para encontrar os afastamentos inferiores e superiores e, em seguida, fazer uma análise para definir o tipo de ajuste correspondente à montagem. Exemplo: 29H7h6: afastamentos do furo são As = 21 μm e Ai = 0 Exemplo: 29H7h6: afastamentos do eixo são as = 0 e ai = -13 μm as (0) Ai (0): ajuste com folga Exemplo: 17H7s6: afastamentos do furo são As = 18 μm e Ai = 0 Exemplo: 17H7s6: afastamentos do eixo são as = 39 μm e ai = 28 μm As (18 μm) ai (28 μm): ajuste com interferência Exemplo: 20H7k6: afastamentos do furo são As = 21 μm e Ai = 0 Exemplo: 20H7k6: afastamentosdo eixo são as = 15 μm e ai = 2 μm As (21 μm) ≥ ai (2 μm) as (15 μm) ≥ Ai (0) Ajuste incerto A ABNT NBR 6158:1995 faz as seguintes recomendações práticas para a escolha de um tipo de ajuste: • Critérios para escolha de um tipo de ajuste • Deve-se verificar se o ajuste a ser adotado é do sistema furo-base ou eixo-base. • Deve-se dar preferência ao sistema furo-base para o uso geral, pois isso permite evitar a multiplicidade desnecessária de calibradores de verificação de medidas. • O sistema eixo-base deve ser escolhido somente no caso em que a sua utilização resultar em inquestionáveis vantagens econômicas. • Os outros afastamentos e campos de tolerâncias devem ser escolhidos para furos e eixos, de modo a obter folgas ou interferências mínimas e máximas correspondentes que melhor satisfaçam as condições requeridas para funcionamento. Nesse caso, as tolerâncias devem ser as maiores e precisam ser compatíveis com a condição de utilização. • Sendo mais difícil a usinagem de um furo do que a de um eixo, pode ser escolhido para o furo um grau de tolerância maior que o do eixo, como H8f7 2. Tolerâncias geométricas 2.1 Definições iniciais ABNT NBR 6409:1997 O campo de tolerância é caracterizado por: • Área dentro de um círculo; • Área entre dois cilindros concêntricos; • Área entre duas linhas envolventes ou entre duas linhas retas paralelas; • Espaço entre um cilindro ou entre dois cilindros coaxiais; • Espaço entre dois planos envolventes ou entre dois planos paralelos; • Espaço dentro de um paralelepípedo. 2.2 Tolerâncias de forma Tolerância de cilindricidade Aparato para medir cilindricidade 2.3 Tolerância de orientação Tolerância de perpendicularidade Aparato para medir a perpendicularidade Aparato para medir paralelismo: mesa de desempeno e relógio comparador Tolerância de paralelismo de uma superfície Tolerância de paralelismo 2.4 Tolerância de posição Tolerância de posição Aparato para medir concentricidade 2.5 Tolerância de batimento circular radial e circular axial Tolerância de batimento circular radial Tolerância de batimento circular radial em um eixo de referência Tolerância de batimento circular radial Aparato para medir a tolerância de batimento circular radial de um eixo Tolerância de batimento circular axial Tolerância do batimento circular axial Aparato para medir a tolerância do batimento circular axial de um eixo Atividades:
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