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Formação e Gestão em Educação a Distância

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formação e Gestão em Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR E PRODUÇÃO DE 
CONTEÚDO PARA A EaD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Ma. Ana Cláudia Barreiro Nagy 
Profa. Ma. Edna Barberato Genghini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica 
NAGY, Ana Cláudia Barreiro 
GENGHINI, Edna Barberato 
 
 
Didática do Ensino Superior e Produção de Conteúdo para 
Educação a Distância: 
137 p. 
 
1. Aprendizagem EaD. 2. Aprendizagem presencial. 3. 
Didática. Pós-Graduação Lato Sensu UNIP. III. Didática do 
ensino superior e produção de conteúdo para EaD. 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR E PRODUÇÃO DE CONTEÚDO PARA A EAD 
 
 
Professora conteudista 
 
Ana Cláudia Barreiro Nagy é natural do Rio de Janeiro, onde cursou 
Magistério e começou a estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
Graduou-se em Pedagogia na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1994). 
Especializou-se em Psicopedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(2001) e Planejamento, Implementação e Gestão na Educação a Distância pela 
Universidade Federal Fluminense (2019). É mestre em Educação: Currículo pela 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004), onde iniciou o Doutorado em 
Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (2005). Bacharel em Letras 
(Português e Francês) na Universidade de São Paulo (2018) com intercâmbio na 
Université Lumière Lyon 2. Foi professora na Pedagogia, Engenharia, Psicologia e 
Educação Física na UNIP. Também atuou na mesma universidade como 
coordenadora da Pedagogia no campus Norte. Atualmente é professora conteudista 
da pós-graduação em Formação em Educação a Distância da UNIP Interativa. Foi 
professora tutora em cursos de EaD – na graduação em Pedagogia e Normal 
Superior da Universidade do Norte do Paraná e na pós-graduação no Centro 
Universitário Senac-São Paulo. Áreas de Interesse: Formação e Gestão em EaD; 
Psicopedagogia Formação de Professores; Ensino de FLE (Francês Língua 
Estrangeira); Literatura Francesa Contemporânea. 
 
 
Colaboradora 
 
Edna Barberato Genghini, Professora Universitária desde 2002. Atualmente 
no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos ao nível 
de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o 
Ensino Superior e em Formação em EaD, pela UNIP EaD, onde também atua como 
Professora Adjunta, nas modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da 
Mentor Orientação Psicopedagógica desde 1991. Possui graduação em Economia 
Doméstica – Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), em 
Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), Pós-graduação em Psicopedagogia 
pela Universidade São Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas pela 
Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação Lato Sensu em Formação em 
Educação a Distância pela UNIP – Universidade Paulista (2011). É autora e 
coautora de livros Textos para os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu em 
Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em 
Educação a Distância da UNIP – EaD. Áreas de Interesse: Neurociências – 
Educação Inclusiva – Psicopedagogia Clínica e Institucional – Formação e Gestão 
em Educação a Distância – Formação de Docentes para o Ensino Superior. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................... 6 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 7 
UNIDADE I .............................................................................................................................................. 9 
1. A DIDÁTICA E A DOCÊNCIA ..................................................................................................... 9 
1.1 A didática: Definição e seu objeto de estudo – Os processos de ensino e de aprendizagem 10 
1.2 Planejamento em EaD: objetivos, conteúdos, procedimentos, avaliação ............................... 14 
1.2.1 Objetivos, conteúdos, procedimentos, avaliação ..................................................................... 16 
1.2.1.1 Objetivos ................................................................................................................................... 18 
1.2.1.2 Conteúdo .................................................................................................................................. 22 
1.2.1.3 Procedimentos .......................................................................................................................... 26 
1.2.1.4 Avaliação .................................................................................................................................. 27 
UNIDADE II ........................................................................................................................................... 36 
2. EAD 36 
2.1 O ensino a distância: breve histórico a partir das gerações .................................................... 40 
2.2 Personagens do EaD: o aluno, o professor/tutor e o curso ..................................................... 46 
2.3 A escolha pela modalidade de estudo a distância: motivação e necessidade ........................ 50 
2.4 Carga horária do curso ............................................................................................................. 54 
2.5 Universidade aberta do Brasil .................................................................................................. 56 
2.6 Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) aplicadas à educação e os Ambientes 
Virtuais de Aprendizagem (AVAs) ......................................................................................................... 61 
UNIDADE III .......................................................................................................................................... 74 
3 FAZENDO EAD ACONTECER ................................................................................................ 74 
3.1 Modelos de ensino em EaD – Sistema de Ensino Interativo e Sistema de Ensino Presencial-
Interativo ................................................................................................................................................ 74 
3.2 Avaliação .................................................................................................................................. 79 
3.3 Interdisciplinaridade .................................................................................................................. 85 
3.4 ESD: Educação Sem Distância ................................................................................................ 90 
3.5 Produção de conteúdo em EaD ............................................................................................... 91 
3.6 Cases de sucesso em EaD ...................................................................................................... 98 
UNIDADE IV ........................................................................................................................................ 109 
4. ENSINO PRESENCIAL .......................................................................................................... 109 
4.1 Metodologias ativas ................................................................................................................ 112 
4.2 Principais metodologias ativas ............................................................................................... 117 
4.2.1 Sala de aula invertida ............................................................................................................. 117 
4.2.2 Gamificação ............................................................................................................................123 
4.2.3 Vídeos ..................................................................................................................................... 124 
 
 
 
 
4.2.4 Aprendizagem entre pares ou times ...................................................................................... 125 
4.2.5 Aprendizagem por projetos ou solução de problemas ........................................................... 127 
 
 
 
 
 
6 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Olá, aluno! Bem-vindo! 
Neste material você encontrará os conteúdos pertinentes à disciplina 
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR E PRODUÇÃO DE CONTEÚDO PARA A EAD, 
na qual serão discutidas formas de ensinar nas modalidades EaD e presencial. 
Discutiremos práticas de avaliação da aprendizagem em EaD e questões como as 
formas de se aproximar dos estudantes, mesmo sabendo que estes e seus 
professores/tutores estão separados fisicamente. 
Ainda, será muito importante compreender quais são e como funcionam os 
meios de comunicação em EaD, seu planejamento – potencialidades e 
possibilidades e as concepções atuais e procedimentos pedagógicos que reorientam 
a Didática e o professor do Ensino Superior na atualidade. 
Também estudaremos a utilização das Tecnologias da Informação e 
Comunicação – TICs, aplicadas a Educação, visando despertar atitudes de 
aprendizagem mais complexas e significativas e cases de sucesso em EaD no 
ensino superior pelo mundo a fora, especialmente no Brasil. 
Outro tema importante com foco no ensino presencial, mas não apenas nele, 
são as metodologias ativas, em especial a sala de aula invertida, pois esse é um 
assunto o qual todo educador deve conhecer e buscar aplicar em sua ação docente. 
Animado? Então, mãos à obra! 
 
 
 
 
7 
INTRODUÇÃO 
 
Você já percebeu como nos dias de hoje, cada vez mais as escolas e 
universidades estão aderindo à utilização da EaD em sua metodologia de ensino? 
São aulas com apoio de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) ou 
desenvolvidas com a apresentação de uma videoconferência, ou, ainda, lançando 
mão de ferramentais, como os blogs, videoblogs, sites, páginas pessoais e, até 
mesmo, via telefone celular. 
É. Não há mais como escapar dessa… E nem devemos, afinal, não se pode 
discutir o quanto todas essas tecnologias nos auxiliam, especialmente se não 
queremos ou não podemos ver nosso tempo sendo consumido no deslocamento 
entre nossas casas ou locais de trabalho até o local onde as aulas presenciais 
acontecem. 
Alguns ainda se ressentem e se amedrontam diante dessas possibilidades, 
mas uma coisa é certa: devemos ter a cabeça sempre aberta e olhar para tudo com 
curiosidade e visão de investigadores, de pesquisadores, que é o que um docente 
deve ser: um pesquisador, a todo momento. 
Entretanto, não podemos deixar de lado a discussão sobre a sala de aula 
presencial, pois ensino superior não acontece apenas em EaD. Além do mais, é 
fundamental ter em mente que fazer EaD não é apenas utilizar as mesmas práticas 
do ensino presencial com tecnologias, certo? 
Deste modo, você, aluno do nosso curso de pós-graduação está aqui e agora 
estudando esse livro-texto para compreender o que é ser professor na atualidade e 
com a EaD como mais uma possibilidade de ensinar e aprender também, pois, como 
disse certa vez Guimarães Rosa (1958, p. 16), “mestre é aquele que, de repente, 
aprende”, certo? 
O material que agora você tem em seu poder está dividido em quatro 
unidades didáticas distintas, porém complementares. Cada uma delas apresenta 
uma particularidade do tema e foi organizada tendo em vista facilitar seu percurso 
dentro da temática. 
Veja como estão organizadas: 
 
Unidade I: A didática e a docência 
Unidade II: EaD 
Unidade III: Fazendo EaD acontecer 
Unidade IV: Ensino presencial 
 
 
Para estudar todos os temas indicados, os objetivos gerais da disciplina são: 
 
 Desenvolver a visão sobre a funcionalidade do EaD no ensino superior; 
 
 
 
8 
 Ter compromisso com uma ética de atuação profissional e com a organização 
da vida em sociedade; 
 Analisar os desafios da atuação docente frente às TICs; 
 Identificar as possibilidades da Didática como mediadora de um processo de 
ensino interativo. 
 Reconhecer a importância das metodologias ativas no ensino presencial. 
 
Também saiba quais são os objetivos específicos, os quais estão indicados a 
seguir: 
 
 Identificar o conceito de Didática e seu objeto de estudo; 
 Compreender os processos de ensinar e aprender e a construção do 
conhecimento no meio virtual e para o ensino superior; 
 Conhecer o EaD e sua história; 
 Conhecer cases de sucesso que se desenvolveram na modalidade EaD; 
 Identificar AVAs e compreender suas diferenças e potencialidades; 
 Estudar as ferramentas e objetos de aprendizagem utilizados em EaD; 
 Identificar as metodologias ativas aplicadas à educação presencial. 
 
Aproveite a leitura e as imagens do seu livro texto e não deixe de buscar as 
indicações do “Saiba mais” para aprimorar seus conhecimentos! 
Seja bem-vindo e boa jornada! 
 
 
 
9 
UNIDADE I 
 
1. A DIDÁTICA E A DOCÊNCIA 
 
Conteúdos trabalhados na unidade: 
 A Didática: definição e seu objeto de estudo – os processos de ensino e de 
aprendizagem; Planejamento em EaD: Objetivos, Conteúdos, Procedimentos, 
Avaliação. 
 
Nesta unidade a intenção principal é buscar compreender o que é e como se 
deve desenvolver a ação docente. 
Atenção! Não estamos aqui falando em receituário. Jamais você encontrará 
alguma coisa semelhante a isso nos seus livros texto, pois o mais importante é o 
processo de reflexão a partir das leituras propostas, das indicações bibliográficas e 
assim por diante, certo? 
Com este pensamento em mente, vamos voltar um pouquinho na história e 
trazer para nossa conversa a principal ferramenta que todo educador deve conhecer 
para seguir em frente com seus estudos pedagógicos. 
Essa “ferramenta” é a Didática. 
 
Figura 1: Processo educativo 
 
https://thumbs.dreamstime.com/t/school-books-desk-education-concept-43664095.jpg 
Acesso: 30 Out. 2018 
 
 
https://thumbs.dreamstime.com/t/school-books-desk-education-concept-43664095.jpg
 
 
 
10 
1.1 A didática: Definição e seu objeto de estudo – Os processos de 
ensino e de aprendizagem 
 
Certamente que você já ouviu falar sobre ela, a Didática, que tem como objeto 
de estudo os processos de ensino e de aprendizagem. 
Ainda, para clarear um pouco mais nossas ideias, lembro que esta – Didática 
– é uma palavra que tem origem na expressão grega “Τεχνή διδακτική” (techné 
didaktiké), cujo significado é “arte ou técnica de ensinar” ou “técnica de dirigir e 
orientar a aprendizagem”. 
É um termo antigo, mas que deve ser visto como muito atual e estar presente 
em todas as salas de aula e quaisquer outros espaços educativos, formais ou não-
formais. 
Como toda ciência, a Didática também teve um “pai”, Comenius, um dos 
maiores educadores do século XVII, que ficou conhecido como pai da Didática 
Moderna, especialmente devido à sua grande obra “Didática Magna”. 
Uma de suas mais célebres frases é sobre a Didática ser: 
 
(…) um método universal de ensinar tudo a todos. 
E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir 
bons resultados. 
E de ensinar rapidamente, (…) sem nenhum aborrecimento para os 
alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns 
e para outros. 
E de ensinar solidamente, não superficialmente e apenas com 
palavras, mas encaminhando os alunos para uma verdadeira 
instrução, para os bons costumes e para a piedade sincera. 
(…) como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de 
novo, reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método 
universal de fundar escolas universais (COMENIUS, 2001, p.3). 
 
 
Se esmiuçarmos esta fala, tão pertinente para todo educador, chegaremos à 
arte de conseguir atingir este objetivo: ensinar, pois promover aprendizagensaos 
nossos alunos é a verdadeira intenção da ciência Didática. 
 
 
 
 
 
11 
 
 Pesquise na Internet o nome de 
Comenius. Anote informações sobre ele. 
Ainda, consulte no endereço: 
http://loja.editoracomenius.com.br/quem-
foi-comenius e veja uma breve biografia 
deste estudioso. 
Outra indicação importante é o 
livro citado, “Didática Magna”, o qual você 
baixar a partir do endereço eletrônico a 
seguir: 
http://rizomas.net/educacao/metodos-de-
ensino/313-comenius-didatica-magna-
livro-completo.html. 
 
 
Você já pensou sobre isso? Como você aprendeu na(s) escola(s) onde 
estudou? Certamente os professores preparavam aulas com explicações, atividades, 
exercícios em grupo, apresentações na frente da sala e, nos últimos tempos, eles 
também contavam com recursos tecnológicos, como data show, computador… 
Que tal conhecer a definição de Didática de uma das mais importantes 
estudiosas sobre o assunto, a professora pós-Doutora Vera Maria Ferrão Candau, 
(PUC-RJ)?Ela afirma que a Didática precisa ser pensada como “uma reflexão 
sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica” (2012, 
p. 29). 
Deste modo, cabe ressaltar que este deve ser um processo contínuo e, se 
compartilhado, mais enriquecedor, pois os professores poderão trocar ideias com 
seus pares e, a partir dessa interação, refletir sobre suas próprias práticas e 
aperfeiçoá-las. 
Podemos dizer que há os seguintes elementos envolvidos na prática de cada 
educador: ele próprio, seus alunos, os conteúdos com os quais precisa trabalhar, as 
estratégias que utilizará para fazer seu trabalho e os processos avaliativos. 
 
 
 
 
 
http://loja.editoracomenius.com.br/quem-foi-comenius
http://loja.editoracomenius.com.br/quem-foi-comenius
 
 
 
12 
Figura 2: Docência 
 
https://morguefile.com/photos/morguefile/1/classroom/pop 
Acesso: 06 mar 2019 
 
 
Masetto (1997), assim como Candau (2012), também concorda que a Didática 
precisa ser vista com reflexão sistemática. Os dois afirmam que a mesma é um 
“estudo das teorias de ensino e aprendizagem aplicadas ao processo educativo que 
se realiza na escola, bem como dos resultados obtidos” (p. 14). 
Assim, a Didática contribui com os processos de ensinar e de aprender. 
Ressalto que é importante ter em mente que a Didática não resolve tudo sozinha, 
pelo contrário, ele precisa das outras ciências para formar o educador e sua 
mentalidade transformadora. 
Vejamos: várias ciências que procuram entender o desenvolvimento humano 
estão presentes nos estudos da Didática, como a filosofia, a sociologia, a história, a 
comunicação, a psicologia, a antropologia, a educomunicação, entre outras. 
Cada uma delas traz uma forma de ver o ser humano em sua mais importante 
ação: conhecer. Os conhecimentos delas são essenciais para a construção das 
ações em sala de aula, assim como também nos ajudam na reflexão sobre nossa 
prática, sobre nossos alunos, como eles aprendem, se nossas hipóteses avaliativas 
estão corretas e são pertinentes e como podemos ser melhores professores. 
 
 
 
https://morguefile.com/photos/morguefile/1/classroom/pop
 
 
 
13 
 
CANDAU, Vera Maria (Org.) A Didática 
em questão. Petrópolis. Vozes, 2014. 
Leia a resenha do livro em: 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspe
ctiva/article/download/8739/8062. Acesso 
em: 09 mar 2019. 
 
Para refletir sobre ensinar e aprender… 
 
http://www.maquinadequadrinhos.com.br/ 
Acesso: 01 mar 2019. 
 
 
Você consegue perceber o quanto ensinar é um processo que deve ser 
minuciosamente pensado? Não podemos ir para sala de aula com nosso 
conhecimento achando que ele, por si só, já é suficiente. 
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer (ou talvez já tenha dito) que “um 
determinado professor sabe muito”, “dá para perceber todo o conhecimento que tem, 
mas… ele não sabe passá-lo aos seus alunos e, por isso, a aula dele não é 
proveitosa”? 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/download/8739/8062
https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/download/8739/8062
http://www.maquinadequadrinhos.com.br/
 
 
 
14 
Pense nisso e, em seguida, lembre-se da Didática e de como ela pode auxiliá-
lo como docente. 
 
 
A Didática estuda os processos de ensino e aprendizagem! 
 
1.2 Planejamento em EaD: objetivos, conteúdos, procedimentos, 
avaliação 
 
O que é planejar? Ouvimos tanto que essa é uma das mais importantes 
atividades do educador, mas, o que seria exatamente fazer um planejamento, 
apresentar um plano para determinado curso, aula ou atividade? 
Certamente você já fez pelo menos uma viagem, não é mesmo? 
Então, pense como foi até que você chegasse ao seu destino: há alguns 
passos necessários para o sucesso das férias, por exemplo (considere uma viagem 
de férias de um mês na qual você viajou de avião e ficou hospedado num hotel). 
 
Figura 3: Férias 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kolobsek/03/l/1363265958pezt0.jpg 
Acesso: 24 jan 2019 
 
 Primeiro você estabeleceu o local para onde iria; 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/k/kolobsek/03/l/1363265958pezt0.jpg
 
 
 
15 
 Como você teria um mês de disponibilidade para estar por lá, pensou 
em quanto dinheiro seria necessário dispor para passar todo o tempo, 
considerando os valores de passagens de ida e volta e de estadia; 
 Pesquisou os preços das passagens nas companhias aéreas que 
fazem o trajeto e os horários de embarque; 
 Buscou hotéis até se decidir por um em especial; 
 Em seguida, pesquisou como estaria o tempo durante o período de sua 
estadia no local; 
 Deixou instruções em sua casa para que tudo corresse bem até seu 
retorno (exemplo: agendou no banco o pagamento das contas, previu 
os gastos costumeiros e, para eles, deixou dinheiro em sua conta 
corrente, suspendeu assinatura da TV a cabo/digital e do jornal, etc.); 
 Arrumou a mala e conseguiu uma carona até o aeroporto como sua 
melhor amiga; 
 Embarcou! 
 
Percebeu o quanto dá trabalho ir “curtir” as férias? Até cansa, né? 
É exatamente o mesmo que ocorre com a ação didática: ela precisa ser 
detalhadamente pensada e minuciosamente organizada para que seu sucesso seja 
a mais concreta possibilidade. 
Ainda, cabe ressaltar que mesmo quando fazemos tantos planos para nossos 
alunos, alguma coisa pode não funcionar e é nesse momento que aparece uma das 
principais características do planejamento, ou seja, a flexibilidade. 
No caso da viagem, se você vai para um país estrangeiro, é prudente levar a 
moeda corrente utilizada por lá para não ter surpresas, por exemplo, chegar muito 
cedo ao local e as casas de câmbio estarem fechadas. Ou, então, se você for para 
uma cidade muito fria, é necessário ter à mão um casaco bem quentinho para você 
não congelar assim que sair do avião e estiver esperando as malas… 
Pensando agora sobre a escola, imagine que a aula foi toda pensada para 
contar com a utilização de um vídeo: você o grava num cd-rom, reserva o 
equipamento necessário com antecedência, avisa aos alunos, prepara-os para o que 
lhes será apresentado e constrói fichas de avaliação para serem preenchidas após o 
filme. Contudo, no dia da exibição, simplesmente não há energia elétrica na escola, 
ou o local de projeção está às escuras ou, ainda, você percebe que a sala de aula 
não é adequada para tal atividade. O que fazer? 
É aí que vem a flexibilidade: o plano “B” tem que entrar em prática, ou o “C”, o 
“D”, enfim, alguma coisa deve ser feita para que os alunos não percam aquela aula, 
mesmo que não consigam assistir ao vídeo. 
 
 
 
16 
Nem sempre o que planejamos efetivamente ocorre, mas o mais importante é 
exatamente não se tornar refém de uma mídia ou de uma determinada situação que 
pode falhar. Ser flexível é saber sair das possíveis situações em que o planejado 
não funcionou ou não surtou o efeito desejado. 
Ainda, é ter equilíbrio para que,durante todo o ano letivo, você possa 
desenvolver ações e atividades que substituam aquelas pensadas em primeiro lugar: 
é (re)planejar sempre que necessário. Para que isso ocorra, é fundamental que 
você: 
 
• considere sempre o que os alunos já sabem até o momento e a relevância do 
conteúdo que será trabalhado; 
• faça avaliações diagnósticas e formativas frequentemente; 
• tenha sempre em mente quem é seu aluno, como você está ensinando e se 
seus objetivos, que devem ser pensados para os alunos, estão sendo atingidos 
(caso não estejam, verifique porquê e refaça suas propostas de acordo com as 
necessidades); 
• ouça tudo e todos pois é dos alunos que as dúvidas surgirão ou a real medida 
do ritmo cadenciado por você para ensiná-los. 
 
 
É importante ser flexível, pois se o 
professor não fizer um planejamento 
maleável, o mesmo corre o risco de não 
alcançar objetivos previstos e isso é 
imperdoável no desenvolvimento de uma 
ação didática! 
Lembre-se: Qualquer plano é uma 
previsão, portanto, está sujeita a erros. 
Daí a importância em mudar sempre que 
parecer ser uma boa ideia, especialmente 
quando não estiver dando certo. É isso o 
que um verdadeiro educador faz com 
grande facilidade, certo? 
 
 
 
1.2.1 Objetivos, conteúdos, procedimentos, avaliação 
 
Viu como planejar é importante? Vamos sistematizar o conceito nas palavras 
de Haydt (2011)? Ela diz que 
 
 
 
17 
 
(..)planejar é analisar uma dada realidade, refletindo sobre as 
condições existentes, e prever as formas alternativas de ação 
para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos 
desejados. Portanto, o planejamento é um processo mental 
que envolve análise, reflexão e previsão (p. 45). 
 
De acordo com a autora, analisar quem são os alunos, refletir sobre quais 
conteúdos trabalhar e prever, por exemplo, como serão as aulas, quanto tempo será 
necessário para desenvolvê-las, dentre outras preocupações é questão de ordem 
para todo educador. 
 
Imagem 4: Aula 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sudhir20/05/p/4015faed71cabc310ee5105159635
e2e.jpg. 
Acesso: 06 mar 2019. 
 
O planejamento entra exatamente nesse momento, ou seja, quando 
começamos a pensar no que ensinar, para quem ensinar, como ensinar, como o 
aluno aprende e de que modo verificar se aprendeu e como pode ser melhorado 
todo esse processo. 
Até aqui, caminhamos bem. Que tal se aprofundarmos um pouco mais nossa 
discussão? 
Dissemos que planejar é fundamental e, ainda, que este deve ser flexível. 
Mas… o que compõe um plano? Quais suas partes imprescindíveis? 
 
 
 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sudhir20/05/p/4015faed71cabc310ee5105159635e2e.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/s/Sudhir20/05/p/4015faed71cabc310ee5105159635e2e.jpg
 
 
 
18 
Imagem 5: Planejamento 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/preview/fldr_2010_04_06/file4751270600
793.jpg 
Acesso: 06 mar 2019 
 
 
1.2.1.1 Objetivos 
 
Os objetivos são o ponto inicial a partir do qual as intenções de trabalho 
dentro da instituição de ensino (formal ou não formal) começam a ser pensadas. 
São eles que devem orientar a seleção dos conteúdos que serão ensinados 
aos aprendentes. Assim, os objetivos são o ponto de partida de todo planejamento. 
Eles subdividem-se em: 
 
a) Objetivos gerais: previstos para um determinado grau ou ciclo, numa 
escola ou certa área de estudo, e que serão alcançados a longo prazo; 
 
b) Objetivos específicos: são aqueles definidos especificamente para uma 
disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Consistem no desdobramento ou 
operacionalização dos objetivos gerais. Eles apresentam, de forma pormenorizada, 
as ações que se tem intenção de desenvolver e aonde se quer chegar. 
Para simplificar, pode-se afirmar que os objetivos gerais nos forneceriam as 
diretrizes para a ação educativa como um todo enquanto os objetivos específicos 
norteariam, diretamente, o processo de ensino e aprendizagem e, ainda, 
estabeleceriam uma estreita relação com as singularidades relativas aos conteúdos 
trabalhados. Vejamos exemplos: 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/preview/fldr_2010_04_06/file4751270600793.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/preview/fldr_2010_04_06/file4751270600793.jpg
 
 
 
19 
 
Exemplo 1 
 
* OBJETIVO GERAL: 
Oferecer aos alunos uma noção precisa da importância do planejamento 
como ferramenta de base na organização do turismo. 
 
* OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 . Dominar a aplicação de metodologias e técnicas de planejamento turístico; 
· Ampliar o leque de possibilidades de atuação profissional; 
· Estabelecer mecanismos de planejamento que venham promover a 
sustentabilidade de projetos e programas voltados para o turismo. 
 
Neste caso, percebe-se que o objetivo geral visa que o aluno do curso de 
Turismo desenvolva a importante noção de que planejar é fundamental para sua 
prática profissional. 
Em seguida, esta ideia é esmiuçada, ou seja, é posto que esse mesmo aluno 
conheça e aplique metodologias e técnicas do planejamento em sua área de forma a 
ampliar a área de alcance de sua atuação como profissional nesta área e, ainda, que 
coloque em prática seus conhecimentos para desenvolver a sustentabilidade 
associada ao turismo. 
O objetivo geral dá uma visão simplificada do que é esperado. Os objetivos 
específicos detalham ao máximo a ideia lançada inicialmente. Vejamos mais um 
exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Imagem 6: Objetivos 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/BUSHKO/10/p/d4fd8ca400df7b2879e7cb2af86f8b
c8.jpg. 
Acesso: 25 Nov 2018 
 
 
Exemplo 2 
 
* OBJETIVO GERAL: 
O Programa visa à promoção de melhorias no desempenho da Administração 
Pública, com a finalidade de aumentar a eficiência e a efetividade das políticas de 
governo. 
 
* OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
. Fortalecer a capacidade de planejamento e gestão de políticas públicas; 
. Desenvolver a capacidade de administração de recursos humanos; 
. Modernizar a estrutura organizacional e seus processos administrativos; 
. Fortalecer mecanismos de transparência administrativa e de comunicação 
social; 
. Modernizar a gestão de informação e integrar seus sistemas de informática. 
 
Neste caso é intenção que melhore o desempenho da administração pública 
para aumentar a eficácia das políticas públicas. Desenrolando, temos que, para que 
isso aconteça, espera-se que o planejamento seja melhor construído, levando em 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/BUSHKO/10/p/d4fd8ca400df7b2879e7cb2af86f8bc8.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/b/BUSHKO/10/p/d4fd8ca400df7b2879e7cb2af86f8bc8.jpg
 
 
 
21 
conta os recursos reais e como estes serão administrados para que haja 
transparência nas ações. 
Para isso, contam com uma gestão, não só administrativa mais competente, 
como com a gestão das tecnologias envolvidas mais simples e eficiente. 
Outro exemplo: 
 
Exemplo 3 
 
* OBJETIVO GERAL: 
Analisar os motivos da evasão escolar nos cursos de formação de 
professores no estado do Rio de Janeiro entre os anos 1990 e 2000. 
 
* OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
. Verificar a relação entre professores e alunos de cursos de formação de 
professores no estado do Rio de Janeiro entre os anos 1990 e 2000; 
. Identificar o nível de interesse dos alunos; 
. Reconhecer as prioridades estabelecidas pelos alunos; 
. Apresentar os motivos que conduzem os alunos à evasão escolar. 
 
 
Nesse último caso, o que se pode perceber é que a evasão escolar nos 
cursos de formação de professores no estado do Rio de Janeiro entre os anos 1990 
e 2000 é uma questão pertinente a ser compreendida, assim, este período aparece 
identificado. Em seguida, para compreender os reais motivos da significativa evasão, 
esmiuçou-se o problema, buscando entender se houvealguma situação recorrente 
que fizesse com que os alunos largassem seus cursos. Para isso até o 
relacionamento entre alunos e professores foi pesquisado. 
E então, você consegue perceber como são os objetivos que norteiam a ação 
pedagógica? É a partir deles que elaboramos as diretrizes a serem desenvolvidas 
em nosso trabalho. 
 
 
 
 
22 
 
Coloque no papel seus objetivos de vida para os próximos cinco anos. 
Organize com eles um quadro identificando quais são os gerais e quais são os 
específicos. Justifique suas escolhas. 
 
 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
1.2.1.2 Conteúdo 
 
Professores e alunos trabalham sempre com conteúdos. Vamos ver como 
isso funciona na prática? 
Leia os objetivos que seguem: 
 
 Ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e 
expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e 
escritos e participando de diversas situações de intercâmbio social nas 
quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, 
elaborar e responder perguntas; 
 Familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros, revistas e 
outros portadores de texto e da vivência de diversas situações nas 
quais seu uso se faça necessário; 
 Reconhecer seu nome escrito, sabendo identificá-lo nas diversas 
situações do cotidiano; 
 
 
 
23 
 Escolher os livros para ler e escutar textos lidos, apreciando a leitura 
feita pelo professor. 
 
Fonte: http://www.beijaflorsorocaba.com.br/arquivos/Maternal%20II.pdf. 
Acesso 01 mar 2019. 
 
 
Imagine que assuntos serão necessários que sejam trabalhados para que os 
objetivos acima sejam atingidos? O que você sugere? Vou ajudá-lo(a). 
Se o docente pretende que seu aluno “amplie gradativamente suas 
possibilidades de comunicação e expressão”, o que o professor precisa trabalhar é 
com a fala e com a escrita (mesmo que rudimentar, pois é educação infantil), assim, 
são conteúdos: fala (expressão oral) e escrita (expressão escrita). 
Mas há ainda outros conteúdos neste objetivo: ao desejar que seu educando 
passe a “interessar-se por conhecer vários gêneros orais e escritos”, o professor 
precisa criar estratégias de trabalho que desenvolvam o conteúdo gêneros orais e 
escritos (por exemplo, roda de conversa, cartazes, cantigas de roda, histórias em 
quadrinho, anúncio, carta, etc.). Assim, sem explicar que gêneros são “formas 
relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura” (PCNs de Língua 
Portuguesa, 1998, p. 37) ou, como define Bakthin (2012), “tipos relativamente 
estáveis de enunciados constituídos historicamente e que mantêm uma relação 
direta com a dimensão social” (p. 261), o professor estará fazendo com que seu 
aluno tenha contato com o conteúdo que está proposto no objetivo. 
Na verdade, como o objetivo deve ser construído primeiro, é a partir dele que 
o conteúdo será pensado e auxiliará para que aquele seja atingido. O conteúdo é, 
portanto, todo aquele saber que foi (e ainda é) acumulado durante os séculos. De 
acordo com (HAYDT, 2011, p. 59), 
 
 (…) esse saber apresenta uma natureza dinâmica, porque está em 
contínua expansão e atualização, renovando-se constantemente. A 
escola, como instituição social e agência formadora, é o centro da 
educação sistemática e tem como função básica a transmissão 
sistematizada do conhecimento universal. 
 
De qualquer modo é importante pensar que conteúdo está em toda parte e 
que aprendemos coisas novas a todo momento, em qualquer lugar. A escola e a 
universidade são espaços que procuram mostrar os conteúdos acumulados pela 
humanidade para a sociedade, pois neles há professores cujo trabalho é exatamente 
aprender esses conteúdos e apresentá-los aos alunos. 
http://www.beijaflorsorocaba.com.br/arquivos/Maternal%20II.pdf
 
 
 
24 
Você já pensou que existem conteúdos diferentes, com diversas finalidades? 
Vejamos como é isso. Já pensou que há coisas que simplesmente memorizamos 
com a repetição, como os nomes das ruas no caminho de casa para a universidade 
ou os nomes dos nossos colegas de classe? 
Há coisas sobre as quais precisamos refletir para podermos compreender ou 
que, na comunicação, precisamos saber definir para que possamos ser 
compreendidos. São conhecimentos diferentes, dos mais simples aos mais 
complexos, como os sentimentos. 
 
Imagem 7: Objetivos 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/JessicaGale/03/l/1426014127h06bf.jpg 
Acesso: 06 mar 2019 
 
 
 
Vamos classificá-los? De acordo com Zabala (2006), há quatro tipos de 
conteúdos: 
 
a) Factuais (aprendizagem de fatos) – o indivíduo aprende por 
memorização, por repetição verbal. 
Alguns dirão que esse conhecimento é irrelevante, até mesmo desnecessário. 
Não é não. Ele é fundamental, pois existem certos conteúdos que precisam sim ser 
memorizados, como por exemplo, nomes de pessoas com as quais trabalhamos ou 
estudamos: como saber sem praticar? 
A estratégia aqui é, no momento de cumprimentar uma pessoa, dizer seu 
nome até que o mesmo seja fixado por você. Imagine que desagradável você ser 
escolhido como redator no grupo de trabalho da faculdade e, na hora de fazer a 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/JessicaGale/03/l/1426014127h06bf.jpg
 
 
 
25 
identificação dos componentes, ter que perguntar “como é seu nome mesmo?” para 
aquela pessoa que sempre o ajuda com alguma disciplina que você tem dificuldade? 
Não há outra forma de aprender seu nome se não pela memorização. 
 
b) Conceituais (aprendizagem de conceitos e princípios) – estão 
diretamente relacionados à busca de informação para melhora do conteúdo; sua 
aprendizagem exige do indivíduo uma atividade cognoscitiva mais significativa que a 
anterior. Este tipo é, na verdade, uma ampliação daquela. Poderíamos dizer que 
este tipo de conteúdo está associado ao saber conhecer. 
 
c) Procedimentais (aprendizagem de procedimentos) – partem de uma 
investigação autônoma e observação direta de cada indivíduo. Associa-se com o 
saber fazer, pois é uma aprendizagem das ações necessárias a realização de algo. 
 
d) Atitudinais (aprendizagem de atitudes) – estão relacionados com a 
socialização, a cooperação e a inserção do indivíduo no seu meio social e cultural. 
Em determinadas culturas as famílias decidem com quem seus filhos vão 
casar-se. Essa atitude é aceita pelos filhos, que se casam mesmo que venham a se 
conhecer apenas no dia do casamento. Esse conteúdo tem a ver com os valores 
que são aprendidos ao longo da vida. 
 
Você compreendeu que para cada tipo de conteúdo há formas mais pontuais 
de se trabalhar, certo? Essas formas são os procedimentos, ou seja, as estratégias 
que todo professor deve inserir em seu planejamento após definir o conteúdo que 
vai trabalhar. 
Eles são nosso próximo tópico. 
 
 
 
Observe o quadro abaixor para não 
esquecer como devem ser desenvolvidas 
as atividades para trabalhar cada tipo de 
conteúdo. 
Conteúdos Atividades de aprendizagem 
Factuais Repetições verbais 
Conceituais Experiências 
 
 
 
26 
Procedimentais Aplicações e exercícios 
Atitudinais Vivências + componentes afetivos 
 
 
1.2.1.3 Procedimentos 
 
Já falamos sobre os objetivos e os conteúdos. Resta saber como associá-los, 
visto que, através do trabalho com os conteúdos é que os objetivos, como dissemos, 
poderão ser atingidos, não é? E agora?É simples! Aqui entram os procedimentos de 
ensino. 
Procedimentos são todas as ações que os educadores planejam visando a 
aprendizagem de seu aluno. Eles são as formas através das quais os professores 
encontram para mediar o conhecimento a ser trabalhado, ou seja, é com a utilização 
de técnicas de metodologias de ensino que a aula irá se desenvolver. É com os 
procedimentos que ocorre a mediação dos conteúdos escolhidos para serem 
trabalhados. Ressalto que, quanto mais interativas forem as escolhas docentes, 
maior possibilidade de sucesso no curso. 
É certo que as formas de se trabalhar devem ser mescladas – ora 
individualizadas, ora socializadas, ora sócio-individualizadas, contudo, o mais 
importante é que o professor se sinta seguro para realizar a aula tal como ele a 
desenhou. Há autores que dizem que as estratégias e os procedimentos são a 
mesma coisa, outros os diferenciam. Aqui, vamos considerá-los como irmãos 
gêmeos, ou seja, eles são imprescindíveis um ao outro. 
Ao planejarmos uma aula, é indispensável ter em mente como o conteúdo 
será trabalho e, assim, qual será o modo de fazê-lo. Daí considerarmos ambos como 
trabalhando de mãos dadas para o sucesso da empreitada pedagógica. 
Lembre-se, portanto, que a função dos procedimentos e estratégias de ensino 
e aprendizagem é auxiliar o processo de reconstrução do conhecimento pelo aluno! 
 
 
 
Há critérios básicos para selecionar um 
procedimento de ensino, de acordo com 
Haydt (2006): 
• Adequação aos objetivos 
propostos para o processo educacional; 
 
 
 
27 
• Compreensão da natureza 
do conhecimento a ser construído pelo 
aluno e do tipo de aprendizagem a se 
realizar; 
• Conhecimento das 
características do aluno (idade, nível de 
maturidade e desenvolvimento mental, 
grau de interesse e suas expectativas de 
aprendizagem); 
• Noção das condições 
físicas existentes e do tempo disponível. 
 
Agora que já falamos sobre partes fundamentais na elaboração do 
planejamento, falta acrescentar um processo que nos dá o retorno do nosso 
trabalho. 
Precisamos saber se nossas ações estão corretas e surtindo o efeito 
esperado. Como obtemos essas respostas? Como detectamos que nosso aluno 
aprendeu, que construiu seus conhecimentos? 
É aqui que entra a avaliação. Vamos falar sobre ela no próximo item. 
 
1.2.1.4 Avaliação 
 
O que é avaliação? Por que todo mundo tem medo de ser avaliado? Ter seus 
méritos reconhecidos e suas fraquezas apontadas não teria o objetivo de te ajudar a 
melhorar ou a manter-se como está? 
Avaliar é um nó na educação, embora devesse ser muito diferente. A 
avaliação nos mostra nossas potencialidades, nossas falhas e nossos acertos. 
Assim, deveríamos vivenciar com tranquilidade esse processo, mas, a história não é 
bem essa… 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Imagem 8: Muito para avaliar 
 
Hall, Donna. ddc910.jpg. Maio de 2008. 
https://www.pics4learning.com/details.php?img=ddc910.jpg 
Pics4Learning. 6 mar 2019 
 
 
Você já ouviu o termo “examinação”? O prof. Luckesi define examinação 
como a prática de aplicar exames, deles tirar uma nota e aprovar ou reprovar o 
aluno. Ele diz que a avaliação é muito diferente, ela é mediadora, dialógica, 
configura o aluno em sua totalidade e não em um determinado momento que você, 
professor, decidiu que seria “A” hora de ver como está sua aprendizagem apenas 
respondendo às questões que você elaborou para aquela oportunidade. 
Vamos ver trechos de sua fala em entrevista concedida ao Jornalista Paulo 
Camargo, publicado no caderno do Colégio Uirapuru, de Sorocaba, estado de São 
Paulo, por ocasião da Conferência: Avaliação da Aprendizagem na Escola, em 8 de 
outubro de 2005 (e parece que nem se passaram esses anos)? 
 
(…) a escola hoje ainda não avalia a aprendizagem do educando, 
mas sim o examina (…) Historicamente, mudamos o nome, sem 
modificar a prática. 
(…) Para compreender esse ponto de vista, basta verificarmos as 
características básicas, de um lado, do ato de examinar e, de outro, 
do ato de avaliar. 
Iniciemos pelos exames escolares. (…) eles operam com 
desempenho final. (…) não interessa como o respondente chegou a 
essa resposta, importa somente a resposta. (…) os exames são 
pontuais, (…) não interessa o que estava acontecendo com o 
educando antes da prova, nem interessa o que poderá acontecer 
depois. (…) Tanto é assim que se um aluno, num dia de prova, após 
entregar a sua prova respondida ao professor, der-se conta de que 
não respondeu adequadamente a questão 3, por exemplo, e solicitar 
https://www.pics4learning.com/details.php?img=ddc910.jpg
 
 
 
29 
ao mesmo a possibilidade de refazê-la, nenhum dos nossos 
professores, permitirá que isso seja feito; mesmo que o aluno nem 
tenha ainda saído da sala de aulas. (…) os exames são 
classificatórios, ou seja, eles classificam os educandos em 
aprovados ou reprovados, ou coisa semelhante” (s/p.) 
 
Diante de Luckesi (2005), pergunta-se: o que é avaliar? Estamos realmente 
avaliando? Se a resposta para a segunda pergunta foi “Não”, precisamos repensar 
nossa prática. 
 
 
Sugiro a leitura do artigo “Avaliação do 
Rendimento Escolar ou Punição?”, da 
Profa. Dra. Maria Aparecida Lemos Silva, 
disponível no endereço eletrônico: 
http://www.periodicos.udesc.br/index.php/li
nhas/article/view/1308/1119 Acesso em: 
14 mar 2019. Ele é muito interessante e o 
auxiliará na reflexão sobre a avaliação. 
 
 
A avaliação deve ser constante em nossa vida, desde a hora em que 
acordamos e escolhemos a roupa para usar (e damos uma olhada no espelho para 
ver se nos agrada, ou seja, para avaliar se estamos bem e é essa realmente a roupa 
daquele dia) até quando voltamos para casa, à noite, cansados, mas felizes pelo dia 
agradável (pois recebemos vários elogios devido à roupa escolhida), por exemplo. 
Sobre o tema, Saul (1994, p. 61) aponta que 
 
Na ação escolar, a avaliação incide sobre ações ou sobre objetos 
específicos – no caso, o aproveitamento do aluno ou nosso plano de 
ação. Avaliação, portanto, não pode ser confundida, como por vezes 
se faz, com o momento exclusivo de atribuição de notas ou com 
momentos em que estamos analisando e julgando o mérito do 
trabalho que os alunos desenvolveram. Vale dizer que a avaliação 
recai sobre inúmeros objetos, não só sobre o rendimento escolar. 
 
Sob esse ponto de vista, a avaliação, que é uma prática social ampla, 
especialmente pelo fato de que o ser humano tem uma capacidade ímpar de 
observar – a si e ao outro, de refletir diante do que vê e de emitir juízo de valor sobre 
essa reflexão, tem que ser prática educativa, não meramente atribuidora de notas e 
de aprovações e/ou reprovações. 
 
 
 
30 
De qualquer modo, antes de trazer Jussara Hoffmann e sua avaliação 
mediadora para nossa discussão, vamos definir os três tipos mais comuns de 
avaliação? 
 
Figura 9: Avaliação 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jessica_seewer/05/p/8d7ac58eacc8cdae5bbc2c629b
fcaf28.jpg 
Acesso: 06 mar 2019 
 
 
A avaliação, como já dissemos, é um processo interessado em produzir 
informações sobre o processo de aprendizagem. A todo momento podemos colher 
essas informações, e estas também são diferentes, nos dão sinais diferentes sobre 
nossos alunos. 
Os três tipos de avaliação sobre os quais estamos falando, são: diagnóstica, 
formativa e somativa. Cada uma delas nos fornece dados específicos em momentos 
diversos, mas, ressalto, elas são complementares. Vejamos: 
 
a) avaliação diagnóstica: tem por objetivo verificar se os aprendentes já 
construíram os conhecimentos necessários para ir adiante, passando a uma nova 
aprendizagem, a qual prescinde destes conhecimentos anteriores. 
 
Ex: sempre antes de introdução um novo conteúdo, o professor verifica se 
não há brechas, dificuldades com o conteúdo anteriormente trabalhado. 
b) avaliação formativa: é o feedback que vai retroalimentar todo o processopedagógico. Ela é aplicada ao longo de todo o processo, em todas as situações de 
aprendizagem, visto que seus objetivos são: identificar situações de aprendizagens 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jessica_seewer/05/p/8d7ac58eacc8cdae5bbc2c629bfcaf28.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jessica_seewer/05/p/8d7ac58eacc8cdae5bbc2c629bfcaf28.jpg
 
 
 
31 
mal conseguidas, informar sobre medidas para corrigir falhas e/ou melhorar o 
processo. 
 
Ex: durante todo o processo o professor promove pequenas avaliações e, ao 
detectar que o aluno apresenta dificuldades, vai tentando saná-las ao longo do 
bimestre letivo, por exemplo, para que o aluno não carregue para o bimestre 
seguinte dúvidas que dificultarão suas novas aprendizagens, o que, se não for 
verificado e se o docente não tomar uma providência para sanar, poderá virar uma 
“bola de neve”, ou seja, dúvida sobre dúvida. 
 
c) avaliação somativa: é a soma das aprendizagens e competências 
adquiridas durante todo um bimestre, um semestre ou um ano letivo. Ela é, portanto, 
classificatória. 
 
Ex: os alunos de um curso de Letras são classificados mediante as médias 
ponderadas obtidas ao final dos dois primeiros semestres letivos. Mediante a 
classificação eles terão ou não a possibilidade de cursar a língua estrangeira 
escolhida. Há um ranqueamento pois as vagas são limitadas entre as línguas. 
 
Figura 10: Avaliação Somativa 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/pschubert/preview/fldr_2009_05_26/file54112433
25660.jpg 
Acesso: 06 mar 2019 
 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/pschubert/preview/fldr_2009_05_26/file5411243325660.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/p/pschubert/preview/fldr_2009_05_26/file5411243325660.jpg
 
 
 
32 
 
 DIAGNÓSTICA FORMATIVA SOMATIVA 
Objetivos - Obter indicações sobre 
conhecimentos, aptidões, 
interesses (ou outras 
qualidades do aluno). 
- Determinar a posição dos 
alunos no início de uma 
unidade de ensino, período 
ou ano. 
- Determinar as causas 
subjacentes de 
dificuldades de 
aprendizagem. 
- "Feedback" ao 
professor e ao 
aluno relativamente 
ao progresso deste. 
- Detectar os 
problemas de 
ensino e 
aprendizagem. 
 
- Classificar os 
alunos no final de 
um período 
relativamente longo 
(por exemplo, 
unidade de ensino; 
período, ano, etc.). 
Quando - No início de uma unidade 
de ensino, período ou ano 
letivo. 
 
- Durante o 
processo de 
ensino-
aprendizagem. 
 
- No final de um 
período 
relativamente longo 
(por exemplo, 
unidade de ensino; 
período, ano, etc.). 
Ênfase em - Aptidões, interesses, etc., 
que são julgados 
necessários (pré-exigidos 
ou desejáveis 
relativamente aos objetivos 
a atingir. 
 
 – Resultados da 
aprendizagem 
relativamente aos 
objetivos. 
- Comparação dos 
diferentes 
resultados obtidos 
pelo mesmo aluno. 
 – Processo de 
ensino- 
aprendizagem que 
permitiu os 
resultados obtidos. 
- Causas dos 
insucessos de 
aprendizagem. 
- Resultados da 
aprendizagem 
relativamente aos 
objetivos. 
 
Tipos de 
instrumentos 
- Instrumentos de 
diagnóstico. 
 
- Instrumentos 
formativos 
especialmente 
concebidos 
 
- Provas finais ou 
somativas. 
 
Fonte: PROENÇA, M. C. Didáctica da História. Lisboa, Universidade Aberta, 1989, pp. 148-150 e de 
MASACHS, R. C; CASARES, M. Á. S. e FERNÁNDEZ, R. M. Aprender a Enseñar Geografía, 
Barcelona, Oikos-Tau, 1997, pp. 181-195 (Adaptado) 
 
Pense sobre esses três tipos avaliatórios e, para esquentar nossa conversa, 
agora sim, trago Hoffman (2009), que defende a avaliação mediadora como a única 
 
 
 
33 
possível, aquela através da qual é necessário deixar de focar o coletivo e apreciar o 
individual para poder perceber como cada um aprende ou não aprende. É a 
multidimensionalidade do olhar para o processo educativo e todas as suas nuances. 
É necessária uma mudança na atitude do professor e dos sistemas de ensino 
e de toda a sociedade que ainda está no paradigma de atribuição de valor numérico 
para os conhecimentos – construídos ou não pelos aprendentes. 
Essa mudança só pode vir pela mudança de mentalidade, se olharmos para 
nossas práticas atuais e refletirmos acerca dos resultados que eles têm nos 
oferecido. 
Deste modo, surge a avaliação mediadora, a qual propõe um modelo 
diferenciado, que está baseado na possibilidade de dialogar com os alunos e 
aproximar-se deles. 
 
Figura 11: Estudar para ser “avaliado” 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/anicahsu/11/p/510b47fd2c3d8234d81d2bb62cf68
56d.jpg. 
25 Nov 2018 
 
Para isso, reitero: é fundamental que as práticas docentes sejam repensadas 
e completamente modificadas, levando-se em consideração a contemporaneidade, a 
situação sócio-cultural dos alunos, sua compreensão do mundo, suas perspectivas 
para a vida etc. 
Deste modo, olhando a avaliação sob este ângulo, até a visão do erro será 
diferenciada. Ele será considerado como parte do processo de aprendizagem, como 
forma que o aluno encontrou para acertar. É a sua testagem de hipóteses que deve 
ter uma carga superior na avaliação, não o resultado final. 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/anicahsu/11/p/510b47fd2c3d8234d81d2bb62cf6856d.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/anicahsu/11/p/510b47fd2c3d8234d81d2bb62cf6856d.jpg
 
 
 
34 
Imagine um aluno que acertou todo o raciocínio na resolução de uma 
expressão matemática, mas, como errou uma soma, por exemplo, o que o levou a 
encontrar um resultado diferente do esperado, teve sua questão completamente 
anulada? Talvez você mesmo já tenha passado por isso. É avaliativa essa prática de 
olhar o resultado final e dar certou ou errado? E todo o desenvolvimento do 
raciocínio do aluno? Não valeu de nada? 
Precisamos mudar essa perspectiva! Um novo paradigma para a avaliação 
já! Os professores são capazes de criar e propor situações desafiadoras aos seus 
alunos de forma que estes analisem possibilidades, testem hipóteses e cheguem às 
suas próprias conclusões a partir de seus percursos individuais, porém, incentivados 
por seus mestres, orientadores da aprendizagem. Somente assim a aprendizagem 
passará de mecânica à significativa e a educação poderá exercer seu papel de 
transformação social. 
 
 
 
 Pergunte aos seus amigos, familiares e colegas de trabalho qual (is) a(s) 
sensação(ões) mais comum(ns) para eles quando tinham que fazer prova. Reflita 
sobre as respostas e construa um breve texto argumentando sobre a forma de 
avaliação e a discussão deste item. 
 
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35 
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Nessa unidade você estudou sobre a Didática e todas as possibilidades que a 
partir dela são geradas visando o desenvolvimento de um processo de ensino e de 
aprendizagem de boa qualidade. 
Você foi levado a pensar sobre a aprendizagem, portanto e, para isso,passeou pelas ações de planejar, onde você estudou os objetivos, os conteúdos, os 
procedimentos e a avaliação. 
Espero que os conteúdos tenham sido proveitosos para você e o leve 
curiosamente às próximas unidades. 
Tenha sempre em mente que a razão da instituição escolar existir é a 
promoção da aprendizagem e da construção de conhecimento dos alunos e você 
será responsável por parte disso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
UNIDADE II 
 
2. EAD 
 
 
Conteúdos trabalhados na unidade: 
O Ensino a distância: breve histórico a partir das gerações de EaD; 
Personagens do EaD: o aluno, o professor/tutor e o curso; A escolha pela 
modalidade de estudo a distância: motivação e necessidade; Carga horária do 
curso; Universidade Aberta do Brasil; TICs aplicadas a Educação: os AVAs. 
 
 
Um educador deve estar sempre antenado às modificações que ocorrem em 
seu tempo. A sala de aula, para alguns, é a mesma desde os tempos medievais, 
muito antigos, séculos passados. Para outros, ela se moderniza a cada dia. 
Como seria isso? É certo que, na grande maioria das escolas, os alunos 
sentam-se enfileirados, um atrás do outro, a mesa do professor está à frente, há um 
grande quadro de giz no qual o docente escreve as informações que seus alunos 
precisam aprender. Estes copiam as mesmas no caderno e devem decorá-las para 
as provas. Em muitas escolas é assim que acontece. Você me diria que não? 
Então, em algumas é assim que funciona e funcionará por muitos anos, mas, 
e as outras sobre as quais falei que se modernizam a cada dia? O que é isso? Como 
ocorre e como percebemos essa modernização? Vamos ver? Por exemplo: com a 
inserção de data show, computadores pessoais, notebooks, tablets, enfim, de 
recursos tecnológicos que possibilitam a pesquisa instantânea, de dentro da própria 
sala de aula. 
Não vou mudar de assunto, mas te pergunto: Você já esteve em Paris? Já 
visitou um dos mais famosos e interessantes museus do mundo? Eu já! Aliás, nem 
preciso de cartão de crédito para fazê-lo, como num reclame antigo, um anúncio de 
um determinado cartão de crédito que mostrava que, ao possui-lo, poderíamos 
conhecer o mundo e ter o que quiséssemos apenas digitando uma senha. 
Ah, ok, eu tenho cartão de crédito, mas vou à Paris agora, como você, sem 
tirá-lo da minha carteira. Duvida? Então, bon voyage à nous! Acesse a internet de 
seu computador e entre no endereço eletrônico a seguir: 
 
http://www.louvre.fr/accueil 
 
http://www.louvre.fr/accueil
 
 
 
37 
Voilá! C’est le musée du Louvre! E aí, gastou quanto por isso? Nada! E foi 
divertido, não foi? O mesmo você pode fazer para conhecer qualquer lugar do 
mundo! 
 
Figura 12: Frente do Museu do Louvre, em Paris 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/l/lauramusikanski/10/p/b1d67d3f752516d124f61621
773d5f06.jpg 
24 fev 2019 
 
 
 
Certa vez fui para Bariloche e tive uma grande curiosidade de saber como as 
pessoas estavam se vestindo por lá. Antes de viajar, eu quis saber sobre o clima e, 
assim, pude arrumar minha mala com mais tranquilidade, levando exatamente o que 
seria necessário vestir. 
Visitei o seguinte endereço eletrônico: 
 
http://www.bariloche.com.ar/camaras/centro-civico-
infoespacio.html 
 
Nele você pode ver imagens atualizadas a cada trinta segundos. Para meu 
objetivo, arrumar a mala com roupas adequadas à temperatura, foi muito útil, não 
concorda? 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/l/lauramusikanski/10/p/b1d67d3f752516d124f61621773d5f06.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/l/lauramusikanski/10/p/b1d67d3f752516d124f61621773d5f06.jpg
http://www.bariloche.com.ar/camaras/centro-civico-infoespacio.html
http://www.bariloche.com.ar/camaras/centro-civico-infoespacio.html
 
 
 
38 
Deu para perceber o quanto a internet pode nos ajudar? Encontramos de tudo 
nela, das coisas mais corriqueiras às mais complexas. É uma ajuda e tanto na sala 
de aula! É disso que estou falando. Refiro-me à ampliação do espaço escolar para 
além das paredes da sala de aula e, mais ainda, para além dos muros da escola! 
Vou reproduzir um pequeno texto, do livro “Tecnologia da informação para 
todos”, da Coleção Entenda e Aprenda (e a capa também): 
 
 
 
 
Em que mundo vivemos, afinal? 
Imagine um mundo sem tecnologia. Sem celular, sem namora via 
Internet, sem futebol pela TV a cabo e, sobretudo, sem o estresse da 
vida moderna. É fácil imaginar, ou não? 
Um belo dia, David Byrne, o cérebro da extinta banda norte-
americana Talking Heads, resolveu fazer uma canção chamada 
(Nothing but) flowers – (nada além de) flores – para tentar descrever 
as sensações que o homem experimentaria se, provado das 
maravilhas do mundo moderno, tivesse de retornar ao estilo de vida 
que a natureza lhe oferecia há 30 ou 40 mil anos. 
No início, Byrne se diverte com a delirante hipótese. Vê a si mesmo 
como um novo Adão, livre nos Jardins do Éden. E, evidentemente, 
fica feliz da vida por ter todo o tempo do mundo para não fazer nada 
ao lado da belíssima Eva. 
De repente, começa a sentir saudade do micro-ondas, dos shopping 
centers, dos letreiros luminosos de Nova York e até da Pizza Hut e 
do 7-Eleven – duas das mais tradicionais redes americanas de fast-
food. Da saudade á insatisfação é um pulo e, em segundos, Byrne 
compreende ser impossível viver sem os referenciais que, mal ou 
bem, ajudaram a moldar sua identidade. 
Quando a canção (Nothing but) flowers começou a ser tocada, houve 
quem taxasse o trabalho de Byrne como “antiecológico”. Nada mais 
falso. Na verdade, o artista fez uma radiografia perfeita de como a 
 
 
 
39 
tecnologia nos transformou, atendendo (ou criando) novas 
necessidades. 
Sempre se pode dizer, por exemplo, que “inventaram o computador 
para resolver problemas que você não tinha antes”. Em certa 
medida, isso é verdade, pois ninguém ficaria preocupado em 
recarregar o cartucho de uma impressora há 20 anos. Em 
compensação, há 20 anos você teria que gastar uns bons trocados 
se resolvesse imprimir aqueles poemas infames feitos para 
reconquistar a sua namorada. 
Nesse novo mundo, o computador está transformando a maneira de 
pensar, falar, amar, estudar, ganhar dinheiro, visitar um médico e até 
eleger o presidente. Em termos de Internet, então, iremos precisar de 
uma enciclopédia para descrever as mudanças que a rede mundial 
de computadores vem operando. Banco on-line (seu computador 
conectado ao da instituição bancária), bibliotecas e shoppings 
virtuais, educação a distância, cirurgias complicadíssimas (com o 
médico nos Estados Unidos e o paciente na Europa) e, claro, tarefas 
prosaicas, como declarar seu imposto de renda e fazer o 
licenciamento do seu carro. 
Se não bastasse, ainda inventaram o celular conectado á Internet. 
Agora a gente nem precisa estar mais em casa, diante do 
computador, para receber e-mails, consultar os horários do cinema, 
ver o saldo ou xeretar a previsão do tempo. 
Então, dá para se imaginar sem tecnologia? Boa parte vai responder 
com um sonoro “nãããããoooo!”. Seja por gosto, fascínio, necessidade 
ou, sem dúvida, imposição – basta pensar no mercado de trabalho. E 
já que quem está na chuva “é pra se queimar”, citando o antológico 
Vicente Matheus, entender um pouco dessa tecnologia circundante 
acaba sendo fundamental, tanto para elogiar quanto para criticar. 
Filosófica e empolgadamente: pensar nos progressos da tecnologia 
significa rever em perspectiva a própria aventura do ser humano” 
(2002, pp. 9-10). 
 
 
 Após o lançamento do livro do qual extraí o texto acima já se passaram 
vários anos, mas, ele descreve bem nossa realidade, certo? Assim, te pergunto: 
podemos viver sem tecnologia? Não, não mesmo e isso inclui a escola. 
O que precisamos saber é que nem sempre foi assim. Nem sempre a 
educação contou com recursos tão modernos, como a lousa digital, por exemplo, 
para auxiliá-la. Os recursos foram modernizando-se, aos poucos ou rapidamente, 
como hoje emdia. Vamos ver como isso aconteceu, como foi a história do EaD? 
 
 
 
 
 
40 
2.1 O ensino a distância: breve histórico a partir das gerações 
 
De qualquer forma, a educação a distância não é 
propriamente uma novidade. O uso de novas tecnologias para 
educação também não o é. (…) Há um claro conflito de 
culturas de uso: de um lado, a lógica da Internet, fugaz, 
rápida fria (no sentido de McLuhan). De outro, a lógica 
educacional, onde são necessárias a persistência, a 
fidelidade e a informação quente (BLIKSTEIN e ZUFFO, 
2003, p. 36). 
 
O Ensino a Distância não é uma modalidade educacional tão recente. 
Ressalto que, para pensar em EaD, partimos do pressuposto que alunos e 
professores estão separados por espaço e/ou tempo e, com isso, lançam mão dos 
recursos tecnológicos para que possam interagir e aproximar-se. 
Quando, em pleno século XXI pensamos em EaD, na hora nos vem à mente 
um computador conectado à Internet. Ah, eu penso nisso também, mas, nem 
sempre foi assim e, ainda hoje, encontramos iniciativas que fazem EaD sem 
computador, ou, sem Internet. É verdade! 
Você já ouviu falar do Instituto Universal Brasileiro? Ele está há mais de 
setenta anos no mercado, oferecendo diversos cursos à distância. Os alunos do 
Instituto recebiam o material impresso do curso escolhido em suas casas, 
estudavam e, se tivessem qualquer dúvida, poderiam enviá-la via Correios ou via 
telefone aos tutores que procurariam saná-las no menor tempo possível. 
 
Figura 13: Anúncio do IVB nos anos 70 e em 2019 
 
Anos 70, século XX Em 2019 
https://www.institutouniversal.com.br/ 
Acesso em 07 mar 2019 
 
https://www.institutouniversal.com.br/
 
 
 
41 
Hoje, o IUV tem até site e vende cursos pela Internet, como o de Unhas 
decoradas ou de Comida árabe. Ainda apoia-se nas apostilas, mas elas estão 
digitalizadas e você pode estudar em seu computador. 
Viu que EaD é muito mais que Internet? Podemos dizer, diante disso, que 
houve várias gerações de produção de EaD. Vamos conhecê-las? A cada época a 
EaD utilizou-se de determinadas mídias através das quais ela pôde acontecer. Cada 
um destes momentos específicos ficou conhecido como “geração”. 
 Conforme Moore e Kearsley (2012) há três gerações, que são as seguintes: 
 
As 3 gerações da EaD 
 
 
Moore e Kearsley publicaram este livro em 1996. De lá para cá, muitas coisas 
mudaram, assim, houve a necessidade de ampliar sua classificação. A partir deste 
quadro, temos que as gerações de EaD, portanto, são cinco (adaptado de MOORE, 
M.; KEARSLEY, G. 2012): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
1ª. Geração – 1880 
 
Tecnologia e mídia utilizadas Imprensa e Correios. 
Objetivos pedagógicos Atingir alunos desfavorecidos socialmente, 
especialmente as mulheres. 
Métodos pedagógicos Guias de estudo, auto-avaliação, material 
entregue nas residências. 
Formas de comunicação Correios e correspondência. 
Tutoria Instrução por correspondência. 
Interatividade Aluno/material didático escrito. 
 
Nesta época EaD tinha um caráter assistencial e acontecia totalmente 
distante de um tutor. A intenção era de que o aluno estudasse sozinho, em sua 
casa. 
 
2ª. Geração – 1921 
 
Tecnologia e mídia utilizadas Difusão de rádio e TV. 
Objetivos pedagógicos Apresentação de informações aos alunos, à 
distância. 
Métodos pedagógicos Programas teletransmitidos e pacotes didáticos 
(todo o material referente ao curso é entregue ao 
aluno pelos correios ou pessoalmente). 
Formas de comunicação Rádio, TV e outros recursos didáticos, como: 
caderno didático, apostilas, fita K-7. 
Tutoria Atendimento esporádico, apenas por contatos 
telefônicos, quando possível. 
Interatividade Pouca ou nenhuma interação professor/aluno. 
 
Aqui, a interação era entre aluno e material. Ainda, como na geração anterior, 
o indivíduo estudava sozinho, assistindo aos vídeos ou ouvindo sons preparados 
pela equipe. O contato era raro entre alunos e tutores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
3ª. Geração – 1970 
 
Tecnologia e mídia utilizadas Universidades Abertas. 
Objetivos pedagógicos Oferecer ensino de qualidade com custo reduzido 
para alunos não universitários. 
Métodos pedagógicos Orientação face a face, quando ocorrem encontros 
presenciais. 
Formas de comunicação Integração áudio e vídeo e correspondência. 
Suporte e orientação ao aluno. 
Tutoria Discussão em grupo de estudo local e uso de 
laboratórios da universidade nas férias. 
Interatividade Guia de estudo impresso, orientação 
porcorrespondência, transmissão por rádio e TV, 
AUDIOTEIPES gravados, conferências por 
telefone, kits para experiências em casa e 
biblioteca local. 
 
Nesta geração começa a proposta de trabalho híbrido, ou seja, que mescla 
momentos presenciais e à distância. 
 
 
Figura 14: Audiconferência 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/CTrillo/03/l/1458498881hu4us.jpg 
24 fev 2019 
 
 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/CTrillo/03/l/1458498881hu4us.jpg
 
 
 
44 
 
Recomenda-se a leitura do capítulo 7 
(Modelos de ensino e aprendizagem de 
instituições específicas) do livro “Didática 
do ensino a distância”, de Otto Peters, 
para conhecer diversas iniciativas nesta 
modalidade de EaD, como a University of 
Air, do Japão e a Open University inglesa. 
 
 
4ª. Geração – 1980 
 
Tecnologia e mídia utilizadas Teleconferências por áudio, vídeo e computador. 
Objetivos pedagógicos Direcionado a pessoas que aprendem sozinhas, 
geralmente estudando em casa. 
Métodos pedagógicos Interação em tempo real de aluno com aluno e 
instrutores à distância. 
Formas de comunicação Recepção de lições veiculadas por rádio ou 
televisão e audioconferência. 
Tutoria Atendimento síncrono e assíncrono, dependendo 
de contatos eletrônicos. 
Interatividade Comunicação síncrona e assíncrona com o tutor, 
professor e colegas. 
 
Esta foi uma geração que preparou o que temos na atualidade. Foi muito 
importante e marcou, definitivamente, o fazer EaD. 
 
5ª geração – 2000 
 
Tecnologia e mídia utilizadas Aulas virtuais baseadas no computador e 
na internet. 
Objetivos pedagógicos Alunos planejam, organizam e implementam seus 
estudos por si mesmos. 
Métodos pedagógicos Métodos construtivistas de aprendizado em 
colaboração. 
Formas de comunicação Síncrona e assíncrona. 
Tutoria Atendimento regular por um tutor, em 
determinado local e horário. 
Interatividade Interação em tempo real ou não, com o professor 
do curso e com os colegas de curso. 
 
 
 
 
45 
Ah, esse modelo soa familiar, não é? Nas universidades que produzem EaD 
as aulas são ministradas virtualmente, ou seja, são aulas nas quais os professores 
vão aos estúdios da universidade para gravá-las e depois as mesmas são 
disponibilizadas para você, que interage, a partir da plataforma utilizada, com seus 
colegas e professores. 
 
 
Consulte a aula sobre EaD que está em: 
http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitac
oes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos
_modulo_I/topico_ead/Aula_02.pdf. 
(Acesso em: 02 mar 2019). Lá você 
poderá estudar mais sobre o histórico do 
EaD mundo a fora. Será muito 
enriquecedor! 
 
É importante refletir, após analisar o histórico do EaD, a partir das cinco 
gerações, que simplesmente utilizar recursos tecnológicos não é fazer EaD muito 
menos garantir ensino e aprendizagem. 
Como educadores, temos que ter em mente a importância de nosso papel 
diante da realidade que está posta e como podemos fazer cada dia melhor a 
docência. O objetivo é ensinar e aprender. O recurso é um auxílio. O professor 
continuará sendo a figura mais importante na tomada de decisões sobre o “como” 
fazer, o “como” ensinar. 
Veja, os recursos com os quais contamos nos dias de hoje requerem que 
nossos conhecimentos e dúvidas desenvolvam-se num fazer apurado e reflexivo. 
Reflexão, sempre! Para isso, discutiremos agora quem são as personagensdo EaD. 
Quem faz EaD acontecer? Quais os diferentes papéis necessários que devem ser 
assumidos pelos protagonistas neste processo de ensinar e aprender? 
 
 
Você, aluno da EaD, é parte integrante e 
sujeito no processo de educação à 
distância. O que você está fazendo aqui é 
exatamente participar e viver ativamente 
esta inovação que a EaD trouxe para os 
processos educacionais! Já pensou 
nisso? Você também faz EaD!
 
http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos_modulo_I/topico_ead/Aula_02.pdf
http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos_modulo_I/topico_ead/Aula_02.pdf
http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos_modulo_I/topico_ead/Aula_02.pdf
 
 
 
46 
2.2 Personagens do EaD: o aluno, o professor/tutor e o curso 
 
A EaD é uma: 
 
(…) modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a 
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, 
envolvendo estudantes e professores no desenvolvimento de 
atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 
2005, p. 1), 
 
É, portanto, imprescindível o papel de um professor/tutor que acompanhe 
seus alunos em toda sua navegação durante um curso. Sem esses elementos, não 
haverá interação e, possivelmente, não haverá aprendizagem. 
Se em outros tempos havia a possibilidade de um aluno estudar sozinho, 
hoje, é fundamental um tutor, alguém que o acompanhe ou pelo AVA – ambiente 
virtual de aprendizagem, ou pela própria forma de construção do curso. 
Os tutores podem ser personagens que estão indicando, todo o tempo, o que 
fazer, onde clicar, o que acontecerá em seguida ao clique, ou seja, eles são 
programados para monitorar toda a navegação dos participantes, já antevendo 
possíveis percursos e oferecendo possibilidades. 
Claro que não se comparam aos tutores “de verdade”, de carne e osso… 
Gente é sempre melhor do que programa de computador. Gente pensa, sente, sofre, 
aprende. Programa de computador só faz aquilo que alguém já pensou por ele, mas 
não toma decisão, não escolhe o que fazer. 
O papel do tutor pode, porém, ser outro. Este papel se amplia a partir da 
possibilidade de interação, propiciada pelas tecnologias digitais interativas. É aqui 
que entra o tutor “de verdade”. Aquela pessoa para quem pedimos socorro quando 
precisamos ou para quem desejamos um bom final de semana após árduos dias de 
trabalho diante da máquina. E, para sentir que há alguém ali, será através do texto 
produzido por ele que vamos perceber. Será uma palavra amável, uma indicação 
gentil de algo que devemos saber melhor, ou na demonstração de um errinho nosso 
que se desenrolará o relacionamento com o tutor. 
A Universidade Aberta do Brasil – UAB – propõe dois diferentes tipos de 
tutores: 
 
a) tutores presenciais – nos cursos em que são tutores, encontram-se 
com seus alunos em um espaço físico. Neste, os alunos acessam os conteúdos por 
meio de transmissões (televisivas ou via Internet) ao vivo ou gravadas. A maior parte 
 
 
 
47 
das atividades de um curso como esse são desenvolvidas à distância e o tutor 
presencial apenas acompanha os alunos; 
 
b) tutores a distância – “mantêm contato com os estudantes apenas por 
meio de tecnologia – ambiente virtual de aprendizagem, telefone, e-mail etc” 
(BORTOLOZZO, 2009, p. 62). Também são conhecidos como tutores técnicos, 
virtuais ou online. Costumam corrigir os trabalhos ou acompanhar os alunos na sala 
de aula virtual. 
 
 
O tutor é uma figura fundamental no 
processo de EaD. É ele quem faz a 
mediação entre alunos, conteúdos e 
professores. 
 
Além dos tutores, há os professores. Eles podem, em algumas instituições, 
ser a mesma pessoa, mas, de um modo geral, é o professor quem ministra as aulas 
(ao vivo ou gravadas), quem propõe e corrige provas e trabalhos, quem orienta os 
TCCs (trabalhos de conclusão de curso) e as monografias e elabora as aulas e os 
livros texto. Ainda, os professores, participam dos fóruns (assíncronos) nos quais 
uma questão é proposta para dar início às discussões sobre o tema da aula 
ministrada. 
Uma outra figura importante, sem a qual não há o curso, é o aluno. Ele tem 
funções primordiais para o bom andamento de qualquer projeto em EaD. Sem sua 
participação nenhum curso terá vida, não se constituirá como ação pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
Figura 15: Tutor 
 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/antonmislawsky/10/p/0823d89b7ac8788fe2358b4
478977369.jpg 
Acesso: 14 mar 2019 
 
O aluno, assim como os tutores e os professores, também tem funções. De 
todas, a principal é colocar-se diante dos conteúdos, resolver as questões 
propostas, ler os materiais oferecidos, assistir às animações indicadas, buscar além 
daquilo que é indicado e participar dos fóruns e de todas as discussões pertinentes 
aos temas trabalhados. 
O curso, outro elemento importante, só acontecerá se o aluno estiver 
presente, deixando suas marcas por onde passar. Quanto a ele, o curso, é de suma 
importância que ele seja interativo, ou seja, que o aluno possa sentir que tem amis 
alguém por lá. 
Imagine a escola sem os alunos. Também sou professora presencial e, 
quando entro de ferias e vou à universidade, me dá um aperto no coração… Sinto 
uma saudade dos corredores cheios, do som das vozes dos alunos, do andar de lá 
para cá o tempo todo… Sinto até falta das conversinhas paralelas em sala de aula 
(só um pouquinho!)… Os alunos dão vida, como já disse, aos cursos. Sem sua voz, 
não se fala com ninguém. 
Continue imaginando: você é tutor num curso em EaD. O curso começa. Os 
alunos estão empolgadíssimos, “falam” sem parar. Se você ficar uma hora fora do 
ambiente, já sabe que, ao retornar, encontrará o espaço cheio de perguntas e 
observações. 
Outra situação: você acessa o curso e quase nenhum aluno “aparece”. Os 
ambientes estão vazios, as atividades sem participação, nos fóruns só tem você 
chamando pelos alunos… Lembrou aqui da universidade no período de férias? É, 
triste, não é? E não pode ficar assim! É preciso motivação! É preciso trazer os 
alunos para o curso, incentivá-los a participar, a questionar, a realizar as atividades 
propostas, todo o tempo! É preciso vida no curso! 
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/antonmislawsky/10/p/0823d89b7ac8788fe2358b4478977369.jpg
https://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/a/antonmislawsky/10/p/0823d89b7ac8788fe2358b4478977369.jpg
 
 
 
49 
Agora, pense num curso em EaD em que os materiais são tal como no ensino 
presencial – textos xerocados, por exemplo, aqui são digitalizados. Há questionários 
intermináveis que devem ser respondidos e encaminhados por e-mail para o(a) 
tutor(a), o qual lhe atribuirá uma nota pelas respostas. 
Não há vídeos, sons ou bonequinhos andando pela tela e sorrindo para você. 
Só há textos, intermináveis páginas com textos e mais textos. O que você acha 
desse curso? Certamente ficou cansado e torcendo para não ter que realizá-lo, 
certo? Sou sua parceira nesse sentimento. Também não quero isso para mim. 
Você percebeu a importância da dialogicidade num curso em EaD? Percebeu 
o quanto sentir-se fazendo parte daquilo tudo é fundamental para sentir-se atraído? 
Pois bem. Essa é a parte em que eu lhe digo: todo curso em EaD tem que prever a 
interação. Mais que interatividade, a troca, a parceria, a construção de laços e 
vínculos entre os elementos ou personagens de um curso nesta modalidade de 
ensino. Vamos conceituar e explicar a diferença entre as duas? 
 
a) Interatividade: vem de “interactivity, foi cunhada para denominar uma 
qualidade específica da chamada computação interativa (interactive computing)” 
(FRAGOSO, 2001, p. 3), ou seja, relacionamento travado entre indivíduo e 
computador. 
 
b) Interação: é um fator muito importante e deve

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