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Prévia do material em texto

Fotografia de Retrato, 
Book e Newborn
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Mário Gustavo Coelho
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
História do Retrato Fotográfico
• Breve História do Retrato
• Retrato Fotográfico
• Fins de Uso do Retrato
• Introduzir ao aluno o universo de retratos como um dos gêneros mais antigos e impor-
tantes da fotografi a, por meio de observação de referências/repertórios de fotógrafos 
consagrados e suas histórias
OBJETIVO DE APRENDIZADO
História do Retrato Fotográfi co
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Unidade História do Retrato Fotográfico
Breve História do Retrato
Desde os tempos pré-históricos, a humanidade sempre utilizou figuras para co-
municar, lembrar, descrever, celebrar e, conforme as sociedades se desenvolviam, 
indivíduos importantes se tornaram sujeitos de imagens, transformando o retrato 
em uma extensão natural desses usos. Conforme as convenções sociais ditavam 
como as pessoas deveriam ser retratadas, o retrato sofreu mudanças de técnicas e 
de estilos, principalmente porque durante certo período, esses retratos foram idea-
lizados para transmitir a importância dessas pessoas e não a sua realidade.
Em registros arqueológicos, esculturas e estátuas de bronze que datam do pri-
meiro século a.C. evidenciam que o retrato era restrito somente à elite superior, ou 
a classe dominante os encomendava. Um exemplo disso foi a sociedade egípcia, 
que se utilizou de retratos funerários conhecidos como “retratos de múmia”, usados 
para lembrar os mortos e, assim, com o objetivo de criar a melhor imagem possível, 
foram pintados com muitos detalhes e cuidados. Tais artistas tinham um entendi-
mento avançado de sombreamento, assim como realces difusos, demonstrando 
grande domínio da luz natural em suas obras.
Figura 1 – Retrato de uma menina, século II, “Retratos de Fayoum”
Fonte: Wikimedia Commons
Já na Europa, durante o período medieval, inúmeros retratos foram criados. Nesse 
período, a Igreja dominava a produção de imagens e suas semelhanças associavam os 
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indivíduos retratados a Deus ou à própria Igreja, ao invés de transmitirem sua persona. 
Os ditames da Igreja, como proeminente defensora das artes, determinavam quase a to-
talidade da produção e, portanto, o retrato medieval tendia para os sujeitos eclesiásticos.
Importante!
O período do Renascimento é considerado um dos momentos mais importantes da pin-
tura de retrato “foto realista”.
Importante!
O estudo da luz natural é fundamental para a arte desse período. Com o objetivo 
de criar um sentido dramático de profundidade e forma, grandes estudos de pers-
pectiva e luz/sombra foram realizados e bem sucedidos. Tais estudos da luz são até 
hoje aplicados nas técnicas fotográficas que usaremos mais à frente. 
Leonardo Da Vinci (1452-1519) e outros pintores desse período utilizaram um 
conceito conhecido como “sfumato” para criar suavidade nas peles de seus retrata-
dos. Enquanto os realces e sombras produziam uma sensação de volume nas pintu-
ras, o sfumato suaviza os tons de pele para torná-los mais agradáveis e naturais. Tais 
técnicas são praticamente idênticas às técnicas de suavização de luz por meio de mo-
dificadores de iluminação de estúdio como o softbox, como veremos mais à frente. 
Figura 2 – Mona Lisa, 1503 a 1506, por Leonardo da Vinci
Fonte: Wikimedia Commons
9
Unidade História do Retrato Fotográfico
Ao observar o quadro Mona Lisa, tem-se a impressão de que ela sorri, mas se olhar direta-
mente para a boca, o sorriso parece inclinar para baixo. Saiba mais em: https://bit.ly/2YWq16PEx
pl
or
Dentre os pintores desse período, Rembrandt H. van Rijn (1606-1669) destaca-
-se com suma importância para a fotografia contemporânea. Seu estúdio era do-
tado de uma fileira de janelas do lado norte da sala, oferecendo-lhe uma luz difusa 
consistente, caindo em um ângulo acentuado ao lado direito do sujeito retratado.
Quatro fatores são muito importantes dentro da perspectiva atual da fotografia. 
A primeira e mais conhecida é a “luz de Rembrandt”. Esse efeito é a geração de 
um pequeno realce triangular no lado de sombra do rosto. Tal posição de luz per-
mite mais textura na imagem porque a luz atinge o assunto em um ângulo raso. 
O segundo fator era a direção do posicionamento do retratado de modo que afastas-
se o rosto da fonte de luz, conhecido como “iluminação ampla” no retrato. Terceiro, 
ele utilizou efeitos seletivos de luz de fundo para dar aos retratados, profundidade e 
contorno. E, por último, ele pendurou um grande pano branco no teto e prendeu 
a janela principal da fonte de iluminação para iluminar o assunto, garantindo que 
detalhes do lado sombreado do assunto fossem claramente visíveis.
Figura 3 – Rembrandt Harmensz. van Rijn, 1632, 
autorretrato
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 4 – David and Goliath, 1600, por Caravaggio - 
técnica chiaroscuro
Fonte: Wikimedia Commons
Outra técnica muito importante desse período artístico foi o chiaroscuro (claro-
-escuro), referindo-se a uma luz angular que cria a sensação de volume através de 
sombras, contudo, ela que não deve ser confundida com a luz de Rembrandt.
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Retrato Fotográfico
Da Invenção da Fotografia até Primeira Guerra Mundial
Durante o período final do Renascentismo, a tecnologia tornou-se parte da pin-
tura. A câmera escura e os efeitos de projeções óticas já eram de conhecimen-
to comum, e tais ferramentas podem ser consideradas precursoras da fotografia. 
O desenho de Gema Frisius (1508-1555), astrônomo e matemático holandês, dei-
xou o primeiro registro de uma câmera escura em um desenho realizado para de-
monstrar a observação do eclipse solar em 1544 (RENNER, 2000, p. 20).
Se o retrato já era uma forma de deixar a constância dos aspectos de uma pes-
soa, a partir de 1839, a introdução dos processos fotográficos, o Daguerreótipo e o 
Calótipo, desenvolvidos por Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851) e William 
Henry Fox Talbot (1800-1877), respectivamente, transformaram de forma signifi-
cativa a captura de um “retrato da realidade” para a “captura real da realidade”. 
Trabalhos que levavam horas de sessão e dezenas de horas de pintura se tornaram 
muito mais rápidose fáceis com o advento da fotografia.
Figura 5 – Câmera Daguerreótipo, 1839
Fonte: Wikimedia Commons
Dom Pedro II foi o primeiro brasileiro a possuir um daguerreótipo e realizou vários retratos 
da família real. Ex
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Para o retrato em especial, alguns desafios se apresentavam para o daguerreóti-
po: devido ao processo de exposição à luz ainda não ser aperfeiçoado, eram neces-
sários minutos de exposição para se conseguir gravar a imagem sem a presença de 
muita intensidade de luz, e diferente da pintura, o retratado não poderia se movi-
mentar sob a penalidade de borrar a imagem com o seu movimento. Cadeiras com 
suportes foram criadas para manter a pessoa na posição durante o processo de 
captura. Em pouco tempo, os processos químicos foram aperfeiçoados, provendo 
materiais altamente sensíveis à luz, reduzindo exposições de 30 minutos em poucos 
segundos. Além disso, esses novos processos reduziam muito os custos, tornando 
o processo acessível para mais fotógrafos.
Em meados do séc. XIX, a fotografia de retratos desempenhava um papel de 
mostrar a posição social da pessoa fotografada, e essa pessoa queria ser retratada 
de um modo que refletisse seu poder, seu prestígio e sua influência. Neste período, 
destacam-se as obras de Julia Margaret Cameron (1815-1879).
Ela começou a se dedicar à fotografia aos 48 anos quando recebeu uma câmera 
de presente de seu marido. Seu estilo não era muito apreciado pelos outros pro-
fissionais da época, pois era visto como “desleixado”, com “erros”, por mau uso 
das técnicas, segundo os ditames. Tratava a fotografia como uma arte, bem como 
uma ciência, ao manipular o processo de colódio molhado e usar um foco suave. 
Cameron se esforçava em conseguir capturar a dramaticidade de antigos quadros 
do período vitoriano. Vinha de uma família abastada e frequentava a alta sociedade 
londrina, tendo acesso a famosas pessoas, que ajudaram imensamente sua carreira 
a decolar. Em menos de um ano, era membro da sociedade inglesa de fotografia.
Figura 6 – Charles Darwin, 1867, 
por Julia Margaret Cameron
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 7 – Sir Henry Taylor as King David, 
1866, por Julia Margaret Cameron
Fonte: Wikimedia Commons
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Pessoas queriam enviar retratos aos seus entes queridos, e essa também era uma 
época em que havia muitos casamentos arranjados, assim, era muito importante 
ter retratos oficializando tais uniões. Além disso, a taxa de mortalidade do período 
era muito alta, logo, pessoas queriam retratos em caráter de memória de seus entes 
queridos. Destaca-se, neste período, o trabalho de André Adolphe Eugène Disdéri 
(1819-1889), que desenvolveu um trabalho todo voltado aos carte-de-visite, que era 
literalmente um cartão de visita com a foto do retratado, por um custo acessível 
para a população menos favorecida.
Figura 8 – Joseph-Nicolas Robert-Fleury, 1860 por Eugène Disderi
Fonte: Wikimedia Commons
No final do séc. XIX, a fotografia de retratos se tornou mais popular e o retrato 
fotográfico inundava as grandes capitais europeias com muitos estúdios profissio-
nais, com todos procurando atrair os clientes mais famosos. Sem dúvida, se des-
taca nesse período o trabalho e estúdio de Felix Nadar (1820-1910). Seu estúdio, 
localizado no prestigioso endereço da Boulevard des Capucines (área de grande 
prestígio de Paris até os dias de hoje, localizado a menos de duas quadras da Ópera 
Garnier) atraiu grandes nomes da sociedade francesa como Gustave Courbet, 
Alexandre Dumas, Charles Baudelaire, Sarah Bernhardt, Edouard Manet, pois to-
das as pessoas de posição elevada na sociedade julgavam imprescindível ter um 
retrato fotográfico. Vale notar que Nadar, além de um grande retratista, também 
foi o pai da fotografia aérea e da iluminação artificial na fotografia. Foi o inventor 
do “retrato fotográfico psicológico”, no qual ele permanecia em um diálogo com 
o retratado e interrompia repentinamente a conversação quando achava que este 
possuía a atitude correta para sua personalidade.
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Figura 9 – Charles Baudelaire, 1854, por Nadar
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 10 – Sarah Bernhardt, 1864, por Nadar
Fonte: Wikimedia Commons
Já no início do séc. XX, surge uma das obras do artista que foi reconhecido como um 
dos maiores retratistas do século: Edward Steichen (1879-1973). Ele começou sua carreira 
como fotógrafo artístico fazendo parte do movimento pictorialista do final do séc. XIX, 
produzindo imagens muito simbólicas e poderosas ao manipulá-las. Durante os anos 20, 
se converteu à fotografia publicitária, mudando completamente seu estilo, adaptando-se 
à nova influência modernista, fazendo imagens tecnicamente muito precisas.
O pictorialismo foi considerado uma categoria da fotografia (assim como arquitetura, pai-
sagem, documentação e retrato), em que os fotógrafos tentavam, por meio de manipula-
ções como, alternância da granulação, tons, intervenções visuais, assemelhar as fotogra-
fias à pintura ou aquarelas, numa tentativa de elevar a fotografia à categoria de arte.
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Figura 11 – Wind Fire. Thérèse Duncan, dançando na Acrópolis de Atenas, 
1921, by Steichen - período pictorialista
Fonte: Wikimedia Commons
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Em uma de suas imagens mais icônicas, o retrato de Greta Garbo, atriz hollywoo-
diana, ele descreve em um documentário como foi retratá-la para a revista Life: 
O diretor do filme me disse: você tem 5 minutos, e eu disse ok... pedi a 
ela que se sentasse em uma cadeira. Ela sentou-se, a inverteu e se apoiou 
com os braços no apoio das costas e ficou me olhando. Então comecei a 
fotografá-la e ela mexia a cabeça para um lado e para o outro balançando 
o cabelo e percebi que essa não era a Garbo a qual eu estava interessado. 
Essa era a Garbo de Hollywood. Então eu disse: é triste que tenhamos 
que fazer as fotos com todas essas coisas, o penteado que usa. É um 
penteado de Hollywood. Ela respondeu: Ah esses cabelos? E levou as 
mãos à cabeça e segurou os cabelos e assim foi como eu realizei e essas 
são as únicas que fotos que utilizei de Greta Garbo. (STEICHEN, 1964, 
documentário Masters of Photography, tradução livre do autor)
Encontre essa imagem da Greta Garbo, disponível em: https://bit.ly/2JDEHCs
Ex
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Acesse para assistir ao documentário de 1964 - Masters of Photography - sobre Edward 
Steichen: https://youtu.be/Xd5F-KCUpYIEx
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Steichen, com o passar dos anos, chegou à conclusão de que “se conseguir 
extrair um momento de realidade brilhando do retratado, é o máximo que se con-
segue extrair de uma pessoa, mas é algo essencial do retrato”. (Documentário - 
Master of Photography, 1964)
O Retrato entre as Guerras e Pós Segunda Guerra Mundial
O dinamismo do período entre guerras, combinado com o nascimento do cine-
ma falado (1929), gerou um novo interesse pelos retratos. Na década de 1930, nos 
Estados Unidos, os estúdios de Hollywood queriam converter seus personagens em 
suas estrelas e os slogans eram glamour e mistério para conseguir o sonho abso-
luto: o paraíso artificial da sedução. Já na França, a fotografia de retratos teve sua 
explosão nos anos 40, sendo um dos exemplos mais famosos, o Studio Harcourt. 
No cartel de estrelas fotografadas lá, todos os retratos eram realizados com os mes-
mos ângulos de câmera e a mesma iluminação. O crítico Roland Barthes chegou 
a dizer: “Na Franç a, nã o se é ator se nã o se foi fotografado pelo Estú dio Harcourt. 
O ator de Harcourt é um deus, ele é sempre captado em repouso” (BARTHES, 
OC I, p. 688). Dentre os vários profissionais que lá fotografaram, se destacam os 
trabalhos de Raymond Voinquel (1912-1994).
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Figura 12 – Édith Piaf em 1939, por Studio Harcourt
Fonte: Wikimedia Commons
O Studio Harcourt existe até hoje. Confira os retratos das personalidades contemporânea, 
disponível em: https://bit.ly/1UomyEREx
pl
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Gyula Halász (1899-1984), conhecido por Brassaï, nasceu em 1889 naTransilvânia 
e estudou desenho, arquitetura e escultura na academia de Belas Artes de Berlim, em 
1921. Somente em 1924, transferiu-se para Paris e passou a trabalhar em um jornal 
parisiense como jornalista e colaborador para revistas alemãs e um diário húngaro. 
Neste período, ainda não fotografava, mas se aventurava pela noite parisiense acom-
panhando de perto fotógrafos e artistas em busca de melhores crônicas, até que seus 
redatores solicitaram que ele acrescentasse imagens aos seus textos. Logo, com ajuda 
de seus amigos fotógrafos, montou um mini estúdio no quarto do hotel em que vi-
via, e após pouca exploração do processo fotográfico, se apaixonou pela possibilidade 
instantânea e prática de criar novas expressões estéticas.
Após as noitadas, voltava para o hotel e realizava suas revelações e impressões. 
Como característica de suas imagens, observava-se grandes quantidades de escuri-
dão, mas, com sua habilidade de pintor, enquadrava de modo que pequenos volu-
mes de luz realizassem o contraste necessário, o que permitia uma profundidade e 
leveza em sua produção fotográfica. Além disso, utilizava-se de iluminação artificial 
com uso de um pó explosivo que produzia uma iluminação suave para as suas 
imagens. Picasso, um de seus grandes amigos, chegou a chamá-lo de terrorista, de-
vido ao grande volume de fumaça que este processo produzia, mas Brassaï não se 
importava em chamar atenção. Ao contrário disso, ele se vestia com longos paletós 
e um chapéu, podendo ser confundido como um detetive particular.
16
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Figura 13 – Streetwalker, próximo ao Place d’Italie, 1932, Brassaï
Fonte: The New York Times Archives
Seu olhar, quase de turista, procurava pelas longas caminhadas noturnas uma 
forma de mostrar sob uma perspectiva de “estar descobrindo a cidade pela primeira 
vez”. Retratava personagens parisienses como prostitutas, bêbados, namorados e 
guardas noturnos, e inventou truques criativos para medir o tempo de exposição a 
partir do tempo que demorava para fumar seu cigarro.
Publicou em diversas revistas como Harper’s Bazar e Life, e seu talento o tor-
nou um dos mais conceituados fotógrafos da alta sociedade francesa e dos eventos 
da capital. Entre seus amigos estão Henri Matisse, Jean Genet, Salvador Dalí e, 
principalmente, Pablo Picasso, o qual conheceu intimamente, envolvendo-se com o 
movimento surrealista e colaborando para o jornal Minotaure. Ficou conhecido por 
Henri Miller como “o olho de Paris”, e suas fotografias supuseram uma confissão de 
humanidade. Segundo ele, “ (AUBENAS, Sylvie. Brassai – Paris Nocturne, p. 8)”.
Figura 14 – Rue de Lappe, 1932, Brassaï
Fonte: The New York Times Archives
Figura 15 – Chez Suzy, 1931, Brassaï
Fonte: The New York Times Archives
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Ainda que em algumas de suas imagens tenham sido arranjadas, Robert Doisneau 
(1912-1994) gosta de ser definido como um colecionador de imagens. Poeticamente 
dizia que era muito fácil para ele, pois tomava o “tesouro escondido” que seus con-
temporâneos têm inconscientemente, na hora de retratá-los. Nascido nos subúrbios 
de Paris, Doisneau acreditava que a poesia encontrada nessas áreas estava se trans-
formando, proporcionando imagens cheias de vida. Dentro de sua filosofia, ele dizia 
que uma vez que você apontava aquela “pequena caixa negra”, bastava esperar que 
alguém aparecesse dentro do quadro e “a foto ocorre por si mesma”. Em seu corpo 
de trabalho, é comum encontrar imagens que criam uma sensação arrebatadora de 
cômico ou incomum, que pegam o espectador de surpresa.
Figura 16 – foto da série “Um Olhar Enviesado”, 1948, por Robert Doisneau
Fonte: Atelier Robert Doisneau
Apesar disso, uma de suas fotos mais famosas da história, O beijo do Hôtel de Vil-
le, foi publicada na revista Life, de 1950, em uma matéria cujo tema era: casais enamo-
rados em Paris durante a primavera. Descobriu-se posteriormente que Doisneau havia 
pagado aos jovens e, devido à fama da imagem, outras três pessoas o processaram, 
afirmando não terem sido pagas para posarem. Somente no ano de sua morte e após 
um longo julgamento com grande repercussão na imprensa, Doisneau foi inocentado.
Figura 17 – O beijo do Hotel de Ville, 1950, por Robert Doisneau
Fonte: Atelier Robert Doisneau
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Retrato Fotográfico nas Décadas de Ouro de Hollywood
Em 1960, com o avanço dos meios de comunicação, a fotografia exerceu pa-
pel fundamental nos jornais e, em especial, nas revistas. Estas geraram uma nova 
necessidade baseada no sensacionalismo em que procuravam explorar a alta so-
ciedade da época e mostrar as pessoas famosas em seus momentos privados e em 
sua vida cotidiana, conhecida como “Naturalismo”. Fotógrafos não só seguiam as 
estrelas, mas agora também as criavam. Os grandes estúdios de cinema não con-
trolavam suas estrelas e as teleobjetivas dos paparazzi passaram a fazer parte da 
produção de imagens dos tabloides, revistas e jornais. 
Neste período, destacam-se os trabalhos do Willy Rizzo (1928-2013), Claude 
Azoulay e Philippe Halsman (1906-1979).
Nascido em 1928, na cidade de Nápoles, Willy Rizzo foi para Paris com sua famí-
lia ainda criança, desenvolvendo um interesse precoce pela fotografia e, aos 12 anos, 
começou a realizar retratos. Em 1948, aos 20 anos de idade, tornou-se o fotógrafo da 
Paris Match, onde fotografou nomes como Audrey Hepburn, Marilyn Monroe, Jane 
Fonda, Brigitte Bardot, Fred Astaire, Pablo Picasso e Salvador Dalí. Além de retratos, 
registrou eventos de moda para Vogue e Marie-Claire e também o Julgamento de 
Nuremberg. Além da Fotografia, também atuou na criação de design.
Explore os trabalhos de Willy Rizzo no site: https://bit.ly/2YWjWan
Ex
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or
Claude Azoulay nasceu em 1934, em Tunes. Em 1954, em Paris, foi assistente 
de Willy Rizzo, o qual lhe transmitiu muito do seu conhecimento e estilo, ao mes-
mo tempo em que escrevia para a Paris Match. Cobriu eventos como a guerra 
no Líbano, Argélia, Iugoslávia, mas dentro dos sets de Hollywood e em viagens a 
Saint-Tropez e Londres se encontrou com o retrato, realizando retratos de Marilyn 
Monroe, Kirk Douglas, Ray Charles e Brigitte Bardot. Deixou a revista Paris Match 
em 1996, e atualmente está produzindo trabalhos autorais.
Azoulay ainda é vivo e seus trabalhos estão disponíveis no site: https://bit.ly/32HCCwW
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or
Philippe Halsman (1906-1979) nasceu em Riga, na Letônia e se transferiu para 
os Estados Unidos em 1940, durante o grande êxodo de intelectuais fugindo do Na-
zismo, obtendo um visto de emergência por meio da intervenção de Albert Einstein. 
Emplacando 101 capas da revista Life, seu sucesso foi a combinação de sua 
imaginação e sua proeza tecnológica. Em 1958, foi nomeado pelos colegas um dos 
dez maiores fotógrafos do mundo, e entre 1971 e 1976, ministrou um seminário na 
The New School, chamado “Psychological Portraiture”.
19
Unidade História do Retrato Fotográfico
Sua obra mais conhecida se deu baseada em um trabalho colaborativo durante 
37 anos com o artista e seu amigo, Salvador Dali. Dentre os vários trabalhos com 
ideias incomuns como “Bigodes de Dali”, a “Dali Atomicus” sem dúvida é uma ima-
gem única, espirituosa e energética que se tornou parte de seu legado fotográfico.
Figura 18 – Dalí Atomicus, 1948, por Philippe Halsman
Fonte: Wikimedia Commons
Importante!
Halsman necessitou fazer mais de 26 fotos para realizar a foto acima. Nesse link, você 
encontrará um pequeno documentário sobre a realização desta obra prima de seu traba-
lho. https://youtu.be/pbi94KWIDwQ
Você Sabia?
Em 1972, Halsman falou de sua fascinação pelo rosto humano. “Cada 
rosto que vejo parece esconder - e às vezes fugazmente para revelar - o 
mistério de outro ser humano. Capturar essa revelação se tornou o obje-
tivo e a paixão da minha vida”.
Fonte: http://bit.ly/2OhJGgl
O retrato sempre foi utilizado para uma grande variedade de propósitos, pois car-
rega em si aspectos representativos da sociedade, economia, política. Retratos de 
famosos, celebridades, políticoseram amplamente distribuídos, gerando influência 
no modo como a sociedade copiava esses indivíduos midiáticos. 
20
21
Retrato de Políticos
Os políticos se deixaram fotografar ao perceberem o poder da fotografia. As mídias 
como revistas e jornais carregaram - e ainda carregam - inúmeros retratos dos podero-
sos, pois estes percebiam que era um meio de se aproximarem do público geral, pois 
transmitiam a ideia de serem mais acessíveis e humanos.
Um grande exemplo de retrato desse período foi o de Margaret Bourke-White 
(1904-1971), primeira fotógrafa da revista Life, que cobriu o iminente movimento 
de independência da Índia, em 1946. Foi-lhe dada a rara oportunidade de retratar 
Mahatma Gandhi, o líder ideológico da Índia e uma das figuras mais eminentes 
do século XX. Menos de dois anos depois, ele foi assassinado e ficou imortalizado 
pelas lentes de Bourke-White.
Figura 19 – Mahatma Gandhi, 1946, por Margaret Bourke-White
Fonte: The LIFE Picture Collection
Para realizar esta foto, Margaret foi convidada por Gandhi a aprender a 
usar sua roda de tear e o fez com sucesso. Muitas vezes, o retratista tem 
que imergir na personalidade do retratado, para conhecer e obter o melhor 
resultado possível.
Yousuf Karsh (1908-2002) se destacou como retratista político em sua carreira, 
e respeitava a tradição do retrato posado, possuindo uma obsessiva preocupação 
pela composição e iluminação. Um de seus retratos mais famosos foi o do então 
Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, realizado em 30 de dezembro de 
1941, após o discurso sobre a Segunda Guerra Mundial aos membros do parlamen-
to canadense, em Ottawa.
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Figura 20 – Winston Churchill, 1941, por Yousuf Karsh
Fonte: Wikimedia Commons
Acesse o link a seguir e descubra mais sobre como foi para Karsh realizar essa foto de 
Churchill. https://bit.ly/2VhoeLwEx
pl
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Dentre os políticos registrados por Karsh estão Fidel Castro, Jacques Chirac, Bill 
Clinton, James Carter, General Charles de Gaulle, Rainha Elizabeth II e Príncipe 
Philip, Mikhail Gorbachev, John Kennedy e outros.
Analise 3 imagens que possuam as regras de composições parecidas. Após isso, analise a 
iluminação. Perceba a perfeição que Karsh sempre busca em seus retratos, com base em 
uma repetição persistente de elementos técnicos para obtenção de um estilo. Disponível 
em: http://bit.ly/2Y8RYM7 
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Os Retratistas da Moda
As grandes revistas de moda também ditaram os retratos no século passado na 
Europa e Estados Unidos. Mídias como Harper’s Bazaar, Vogue e Marie Claire foram 
grandes vitrines não só para modelos e celebridades, mas também para fotógrafos.
Irving Penn (1907-2009) destacou-se na fotografia de retratos em estúdio. 
Comumente utilizava um fundo cinza uniforme sem nenhum efeito especial, 
mas introduziu uma ideologia de distância entre o retratado e o fotógrafo: ele 
os observa, mas não deseja conhecê-los. 
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Figura 21 – Francis Bacon, 1962, por Irving Penn
Fonte: American Art Collaborative
Sem dúvida, um dos maiores retratistas da moda foi Richard Avedon (1923-2004). 
Utilizando um fundo branco uniforme, seu trabalho reflete de forma geral a realida-
de do ser humano destituída de noções espaço-temporais. Isso porque, até então, 
a maioria dos retratistas se utilizava de ambientes que de alguma forma dialogavam 
com a personalidade do retratado, e Avedon subtrai essa informação e deixa que o 
espectador desenhe o cenário que o subconsciente popular construiu acerca dessa 
pessoa. Seu trabalho reflete uma narrativa da história e da cultura do século XX 
através dos principais intérpretes, sem criação de juízo sobre seus retratos.
As obras famosas de Avedon no site: https://bit.ly/2wFTRm9
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Avedon acredita que para um bom retrato é necessário uma confrontação para 
criação de uma tensão para capturar a verdade interior do modelo, já que retratos 
são imagens de pessoas que sabem que estão sendo fotografadas, e possuir esse 
conhecimento forma parte da foto tanto quanto aquilo que eles vestem, ou as suas 
expressões. No documentário sobre sua carreira,"Dakness and Light”, ele comenta:
A fotografia é atuação porque parece insinuar uma espécie de luz que ocul-
ta a autêntica realidade do sujeito, mas isso não é tudo. O que acontece é 
que não se pode captar a autêntica natureza do sujeito eliminando tudo o 
que o rodeia. Só se pode ir além desse circo, trabalhando com esse circo. 
A única coisa que se pode fazer é manipular esse circo: os gestos, os trajes, 
as expressões, de um modo radical e correto … na hora de trabalhar o que 
busco em um rosto é complexidade. Coisas que sejam contraditórias e ao 
mesmo tempo estejam conectadas. (AVEDON. R. “Darkeness and Light”)
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Unidade História do Retrato Fotográfico
O filme se encontra na íntegra disponível no link: https://youtu.be/4XElT1udbFM
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Figura 22 – Judy Garland, 1963, por Richard Avedon
Fonte: Wikimedia Commons
Para ele, o fundo branco impõe um desafio imenso, pois é difícil evitar que os 
elementos gráficos tomem o controle da imagem, obrigando o fotógrafo a criar um 
conteúdo emocional a algo completamente gráfico e potencialmente caricaturesco, 
gerando a potencialidade do retratado converter-se em um símbolo de si mesmo. 
Os retratos de Avedon captam o mistério e a emoção do modelo, transformando 
sua percepção da fotografia na percepção do mundo
Helmut Newton (1920-2004) também foi outro grande fotógrafo da moda no 
século passado, mas grande parte do seu trabalho se destaca na fotografia do nu, 
onde pode dar liberdade às suas fantasias e obsessões, despistando o espectador 
com uma mescla de classicismo e humor em seus retratos, e confrontando o retra-
tado com seu próprio universo.
Figura 23 – Vibeke Knudsen, 1975, por Helmut Newton
Fonte: http://water.nature.org/
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Veja mais retratos de Vibeke Knudsen realizada por Newton no link abaixo: https://bit.ly/30DLvFV
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Retrato Contemporâneo
A explosão dos multimeios na virada do século XX ao XXI e o desenvolvimen-
to das tecnologias digitais da fotografia geraram uma nova demanda de lingua-
gem fotográfica, em busca de soluções novas e mais completas para abranger as 
necessidades das gerações multimidiáticas. O acesso à câmera fotográfica digital, 
presente em todos os smartphones, trouxe ao usuário da tecnologia a possibilidade 
de buscar sua própria interpretação fotográfica pelo autorretrato, denominado nos 
dias de hoje como selfie.
Além disso, as mídias sociais como Instagram e Facebook, possibilitaram a expres-
sividade de retratos de minorias e a expansão do coletivo popular sobre os retratos.
Bettina Rheims ficou famosa por seus trabalhos com moda e publicidade antes 
de embarcar em um projeto mais pessoal: abordar a profunda e escondida violência 
contra a mulher. Seus trabalhos são marcados pela dualidade da vida, o masculino 
e o feminino, ternura e dureza, retratando uma série de personagens andróginos 
deliberadamente de forma ambígua. Era habituada a deixar mais espaço à espon-
taneidade durante a sessão, mas se queixava ao fotografar estrelas, pois estas ti-
nham direito a escolher as fotos que poderiam publicar, e acreditava existir uma 
“impunidade” em uma sessão de fotos deste gênero, pois os famosos poderiam 
extrapolar durante os registros e depois censurar algumas fotos, o que a deixava 
muito frustrada.
Já Cindy Sherman é conhecida por seus autorretratos conceituais, debatendo 
questões desafiadoras sobre a representação e o papel das mulheres na socie-
dade. Sua série Untitled Film Stills foi realizada entre 1977 e 1980, e consistia 
em quase 70 imagens em preto e branco, na qual ela mesmo posa em diferentes 
papéis e cenários, produzindo imagens de mulheres heroínas que não seguiam 
ideias convencionais de casamento e família, e sim de mulheres rebeldes em 
cenas solitárias e sem expressão. Além disso, evitou colocar títulos nas imagens 
para preservar sua ambiguidade. 
Untitled Film Still #21, 1978, por CindySherman. Acesse: https://mo.ma/2JRo2dt
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Dentre outros projetos, entre os anos 2003 e 2004, produziu a série Clowns 
e Society Portraits que, com o uso da fotografia digital, permitiu criar cenários e 
montagens de numerosos personagens. Neste trabalho, não se embasou em mulhe-
res específicas, mas fez predominar a luta com os padrões de beleza de juventude 
eterna e anti-obesidade.
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Outros trabalhos de fotógrafos contemporâneos podem ser vistos nos links:
• Peggy Sirota - http://www.peggysirota.com/
• Dominique Issermann - https://www.dominiqueissermann.com/
• Patrick Demarchelier - http://demarchelier.com/
• Herb Ritts - http://www.herbritts.com/
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Dentre os trabalhos contemporâneos em mídias sociais, destaca-se o da fotógrafa 
australiana conhecida pelo pseudônimo de “Sorelle Amore”. Com mais de 700 mil se-
guidores no YouTube e quase meio milhão de seguidores no Instagram, Sorelle Amore 
produz suas próprias selfies, que emplacam em seus canais com mais de 1000 publica-
ções no Instagram. Também ensina técnicas de fotografia com smartphones em vídeos, 
e oferece um curso chamado “Advanced Selfie University” para aspirantes a fotógrafos 
de autorretratos, quebrando a barreira do fotógrafo com equipamentos profissionais, de-
monstrando técnicas de iluminação e composição básicas, e registrando com um simples 
aparelho smartphone. Seus trabalhos já foram notícias em jornais como o Forbes, Daily 
Mail, Travel + Leisure e Cosmopolitan.
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Fonte: ADVANCED SELFIE UNIVERSITY by Sorelle Amore
Conheça mais do trabalho de Sorelle Amore em: https://bit.ly/2PB3E2S/ e https://bit.ly/2VzP0hA
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“O mais difícil para mim é um retrato. Você tem que tentar colocar sua câmera entre a pele 
de uma pessoa e sua camisa.” (tradução livre do autor do filme The Decisive Moment, 1973, 
Henri Cartier-Bresson, em https://youtu.be/14ih3WgeOLs
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Fins de Uso do Retrato
A própria definição do dicionário da língua portuguesa possibilita uma boa aná-
lise para obter uma conclusão sobre a importância da história do retrato:
Retrato:
sm1 Imagem de uma pessoa, reproduzida por pintura, desenho, 
escultura, fotografia etc.
2 POR EXT Obra de arte que utiliza um desses tipos de reprodução 
de imagem.
3 Cópia exata das feições de alguém.
4 Pessoa muito parecida com outra fisicamente.
5 Pessoa que apresenta traços de personalidade, de caráter etc. seme-
lhantes aos de outra.
6 Descrição, em prosa ou em verso, das feições ou do caráter de 
uma pessoa.
7 V fotografia, acepção 2.
8 Descrição exata e precisa de algo.
9 Pessoa ou coisa que é um excelente exemplo de alguma coisa; mode-
lo: Ela é, sem dúvida, um retrato da lealdade.
Fonte: Dicionário Michaelis da língua portuguesa.
Analisar a história da fotografia do retrato é um bom caminho para visualizar as 
formas como essas imagens são usadas. Grosso modo, existem duas abordagens 
propostas pelo fotógrafo para se fazer retratos: para fins comerciais e autoral/belas 
artes. Além da boa remuneração por confiança para realizar retrato comercial, a 
diferença entre este e o autoral/belas-artes é a destinação, ou seja, se é feito para 
o cliente ou para autoatribuição. No mais, todas as ferramentas, controles e abor-
dagens são os mesmos.
Uma publicação pode usar um retrato de Patrick Demarchelier para fins comer-
ciais, e o mesmo retrato, em uma galeria, pode ser visto principalmente como arte. 
Dependendo do uso final, aplicações comerciais e de belas artes podem querer usar 
qualquer tipo ou estilo de retrato. 
Este é um bom ponto para fechar esta breve visão geral dos retratos fotográficos: 
no final, os retratos são sempre sobre os retratados, suas semelhanças, suas perso-
nalidades, seu caráter e suas vidas, conforme o próprio dicionário Michaelis define. 
Não em prosa ou em verso, mas em luz.
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Unidade História do Retrato Fotográfico
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Site do estúdio fotográfico Harcourt em Paris 
Descrição da página.
http://www.studio-harcourt.eu/
Documentário – Retratos da vida - Caçadores da Alma – TV Brasil
https://bit.ly/2JOSHZ6
 Vídeos
Entrevista – Richard Avedon
https://youtu.be/4XElT1udbFM
Entrevista – Luís Garrido – fotógrafo retratista brasileiro
https://youtu.be/gl3G-lvtp5Q
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Referências
AVEDON, R. American Masters, 1996. Disponível em: <https://youtu.
be/4XElT1udbFM>. Acessado em 22 fev. 2019.
BASTOS, A. R. A fotografia como retrato da sociedade. Sociologia, Port, v. 28, 
p. 127-143, dez. 2014. Disponível em: <https://bit.ly/2O5r435>. Acesso em: 18 
jan. 2019.
GOMBRICH, E. A História da Arte. Rio de Janeiro: TLC, 2008.
HACKING, J. Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
HALSMAN, P. Dali Atomicus: Phillipe Halsman & Salvador Dali’s 
KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2014.
TAVARES, T. M. de A. Pictorialismo no século XIX - uma luta pela fotografia como 
categoria de arte, In Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em 
Artes Plásticas, 26º, 2017, Campinas. Anais do 26º Encontro da Anpap. Campi-
nas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2017. p. 2699-2710. Disponível 
em: https://bit.ly/2M2tcG8 Acesso em 04/06/2019.
TIRADRITTI, F. Tesouros do Egito do museu egípcio do Cairo. São Paulo: 
Manole, 2000.
Sites Visitados
<https://www.youtube.com/watch?v=pbi94KWIDwQ&feature=youtu.be>
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Outros materiais