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Fotografia de Retrato, Book e Newborn Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Mário Gustavo Coelho Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira História do Retrato Fotográfico • Breve História do Retrato • Retrato Fotográfico • Fins de Uso do Retrato • Introduzir ao aluno o universo de retratos como um dos gêneros mais antigos e impor- tantes da fotografi a, por meio de observação de referências/repertórios de fotógrafos consagrados e suas histórias OBJETIVO DE APRENDIZADO História do Retrato Fotográfi co Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. Unidade História do Retrato Fotográfico Breve História do Retrato Desde os tempos pré-históricos, a humanidade sempre utilizou figuras para co- municar, lembrar, descrever, celebrar e, conforme as sociedades se desenvolviam, indivíduos importantes se tornaram sujeitos de imagens, transformando o retrato em uma extensão natural desses usos. Conforme as convenções sociais ditavam como as pessoas deveriam ser retratadas, o retrato sofreu mudanças de técnicas e de estilos, principalmente porque durante certo período, esses retratos foram idea- lizados para transmitir a importância dessas pessoas e não a sua realidade. Em registros arqueológicos, esculturas e estátuas de bronze que datam do pri- meiro século a.C. evidenciam que o retrato era restrito somente à elite superior, ou a classe dominante os encomendava. Um exemplo disso foi a sociedade egípcia, que se utilizou de retratos funerários conhecidos como “retratos de múmia”, usados para lembrar os mortos e, assim, com o objetivo de criar a melhor imagem possível, foram pintados com muitos detalhes e cuidados. Tais artistas tinham um entendi- mento avançado de sombreamento, assim como realces difusos, demonstrando grande domínio da luz natural em suas obras. Figura 1 – Retrato de uma menina, século II, “Retratos de Fayoum” Fonte: Wikimedia Commons Já na Europa, durante o período medieval, inúmeros retratos foram criados. Nesse período, a Igreja dominava a produção de imagens e suas semelhanças associavam os 8 9 indivíduos retratados a Deus ou à própria Igreja, ao invés de transmitirem sua persona. Os ditames da Igreja, como proeminente defensora das artes, determinavam quase a to- talidade da produção e, portanto, o retrato medieval tendia para os sujeitos eclesiásticos. Importante! O período do Renascimento é considerado um dos momentos mais importantes da pin- tura de retrato “foto realista”. Importante! O estudo da luz natural é fundamental para a arte desse período. Com o objetivo de criar um sentido dramático de profundidade e forma, grandes estudos de pers- pectiva e luz/sombra foram realizados e bem sucedidos. Tais estudos da luz são até hoje aplicados nas técnicas fotográficas que usaremos mais à frente. Leonardo Da Vinci (1452-1519) e outros pintores desse período utilizaram um conceito conhecido como “sfumato” para criar suavidade nas peles de seus retrata- dos. Enquanto os realces e sombras produziam uma sensação de volume nas pintu- ras, o sfumato suaviza os tons de pele para torná-los mais agradáveis e naturais. Tais técnicas são praticamente idênticas às técnicas de suavização de luz por meio de mo- dificadores de iluminação de estúdio como o softbox, como veremos mais à frente. Figura 2 – Mona Lisa, 1503 a 1506, por Leonardo da Vinci Fonte: Wikimedia Commons 9 Unidade História do Retrato Fotográfico Ao observar o quadro Mona Lisa, tem-se a impressão de que ela sorri, mas se olhar direta- mente para a boca, o sorriso parece inclinar para baixo. Saiba mais em: https://bit.ly/2YWq16PEx pl or Dentre os pintores desse período, Rembrandt H. van Rijn (1606-1669) destaca- -se com suma importância para a fotografia contemporânea. Seu estúdio era do- tado de uma fileira de janelas do lado norte da sala, oferecendo-lhe uma luz difusa consistente, caindo em um ângulo acentuado ao lado direito do sujeito retratado. Quatro fatores são muito importantes dentro da perspectiva atual da fotografia. A primeira e mais conhecida é a “luz de Rembrandt”. Esse efeito é a geração de um pequeno realce triangular no lado de sombra do rosto. Tal posição de luz per- mite mais textura na imagem porque a luz atinge o assunto em um ângulo raso. O segundo fator era a direção do posicionamento do retratado de modo que afastas- se o rosto da fonte de luz, conhecido como “iluminação ampla” no retrato. Terceiro, ele utilizou efeitos seletivos de luz de fundo para dar aos retratados, profundidade e contorno. E, por último, ele pendurou um grande pano branco no teto e prendeu a janela principal da fonte de iluminação para iluminar o assunto, garantindo que detalhes do lado sombreado do assunto fossem claramente visíveis. Figura 3 – Rembrandt Harmensz. van Rijn, 1632, autorretrato Fonte: Wikimedia Commons Figura 4 – David and Goliath, 1600, por Caravaggio - técnica chiaroscuro Fonte: Wikimedia Commons Outra técnica muito importante desse período artístico foi o chiaroscuro (claro- -escuro), referindo-se a uma luz angular que cria a sensação de volume através de sombras, contudo, ela que não deve ser confundida com a luz de Rembrandt. 10 11 Retrato Fotográfico Da Invenção da Fotografia até Primeira Guerra Mundial Durante o período final do Renascentismo, a tecnologia tornou-se parte da pin- tura. A câmera escura e os efeitos de projeções óticas já eram de conhecimen- to comum, e tais ferramentas podem ser consideradas precursoras da fotografia. O desenho de Gema Frisius (1508-1555), astrônomo e matemático holandês, dei- xou o primeiro registro de uma câmera escura em um desenho realizado para de- monstrar a observação do eclipse solar em 1544 (RENNER, 2000, p. 20). Se o retrato já era uma forma de deixar a constância dos aspectos de uma pes- soa, a partir de 1839, a introdução dos processos fotográficos, o Daguerreótipo e o Calótipo, desenvolvidos por Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851) e William Henry Fox Talbot (1800-1877), respectivamente, transformaram de forma signifi- cativa a captura de um “retrato da realidade” para a “captura real da realidade”. Trabalhos que levavam horas de sessão e dezenas de horas de pintura se tornaram muito mais rápidose fáceis com o advento da fotografia. Figura 5 – Câmera Daguerreótipo, 1839 Fonte: Wikimedia Commons Dom Pedro II foi o primeiro brasileiro a possuir um daguerreótipo e realizou vários retratos da família real. Ex pl or 11 Unidade História do Retrato Fotográfico Para o retrato em especial, alguns desafios se apresentavam para o daguerreóti- po: devido ao processo de exposição à luz ainda não ser aperfeiçoado, eram neces- sários minutos de exposição para se conseguir gravar a imagem sem a presença de muita intensidade de luz, e diferente da pintura, o retratado não poderia se movi- mentar sob a penalidade de borrar a imagem com o seu movimento. Cadeiras com suportes foram criadas para manter a pessoa na posição durante o processo de captura. Em pouco tempo, os processos químicos foram aperfeiçoados, provendo materiais altamente sensíveis à luz, reduzindo exposições de 30 minutos em poucos segundos. Além disso, esses novos processos reduziam muito os custos, tornando o processo acessível para mais fotógrafos. Em meados do séc. XIX, a fotografia de retratos desempenhava um papel de mostrar a posição social da pessoa fotografada, e essa pessoa queria ser retratada de um modo que refletisse seu poder, seu prestígio e sua influência. Neste período, destacam-se as obras de Julia Margaret Cameron (1815-1879). Ela começou a se dedicar à fotografia aos 48 anos quando recebeu uma câmera de presente de seu marido. Seu estilo não era muito apreciado pelos outros pro- fissionais da época, pois era visto como “desleixado”, com “erros”, por mau uso das técnicas, segundo os ditames. Tratava a fotografia como uma arte, bem como uma ciência, ao manipular o processo de colódio molhado e usar um foco suave. Cameron se esforçava em conseguir capturar a dramaticidade de antigos quadros do período vitoriano. Vinha de uma família abastada e frequentava a alta sociedade londrina, tendo acesso a famosas pessoas, que ajudaram imensamente sua carreira a decolar. Em menos de um ano, era membro da sociedade inglesa de fotografia. Figura 6 – Charles Darwin, 1867, por Julia Margaret Cameron Fonte: Wikimedia Commons Figura 7 – Sir Henry Taylor as King David, 1866, por Julia Margaret Cameron Fonte: Wikimedia Commons 12 13 Pessoas queriam enviar retratos aos seus entes queridos, e essa também era uma época em que havia muitos casamentos arranjados, assim, era muito importante ter retratos oficializando tais uniões. Além disso, a taxa de mortalidade do período era muito alta, logo, pessoas queriam retratos em caráter de memória de seus entes queridos. Destaca-se, neste período, o trabalho de André Adolphe Eugène Disdéri (1819-1889), que desenvolveu um trabalho todo voltado aos carte-de-visite, que era literalmente um cartão de visita com a foto do retratado, por um custo acessível para a população menos favorecida. Figura 8 – Joseph-Nicolas Robert-Fleury, 1860 por Eugène Disderi Fonte: Wikimedia Commons No final do séc. XIX, a fotografia de retratos se tornou mais popular e o retrato fotográfico inundava as grandes capitais europeias com muitos estúdios profissio- nais, com todos procurando atrair os clientes mais famosos. Sem dúvida, se des- taca nesse período o trabalho e estúdio de Felix Nadar (1820-1910). Seu estúdio, localizado no prestigioso endereço da Boulevard des Capucines (área de grande prestígio de Paris até os dias de hoje, localizado a menos de duas quadras da Ópera Garnier) atraiu grandes nomes da sociedade francesa como Gustave Courbet, Alexandre Dumas, Charles Baudelaire, Sarah Bernhardt, Edouard Manet, pois to- das as pessoas de posição elevada na sociedade julgavam imprescindível ter um retrato fotográfico. Vale notar que Nadar, além de um grande retratista, também foi o pai da fotografia aérea e da iluminação artificial na fotografia. Foi o inventor do “retrato fotográfico psicológico”, no qual ele permanecia em um diálogo com o retratado e interrompia repentinamente a conversação quando achava que este possuía a atitude correta para sua personalidade. 13 Unidade História do Retrato Fotográfico Figura 9 – Charles Baudelaire, 1854, por Nadar Fonte: Wikimedia Commons Figura 10 – Sarah Bernhardt, 1864, por Nadar Fonte: Wikimedia Commons Já no início do séc. XX, surge uma das obras do artista que foi reconhecido como um dos maiores retratistas do século: Edward Steichen (1879-1973). Ele começou sua carreira como fotógrafo artístico fazendo parte do movimento pictorialista do final do séc. XIX, produzindo imagens muito simbólicas e poderosas ao manipulá-las. Durante os anos 20, se converteu à fotografia publicitária, mudando completamente seu estilo, adaptando-se à nova influência modernista, fazendo imagens tecnicamente muito precisas. O pictorialismo foi considerado uma categoria da fotografia (assim como arquitetura, pai- sagem, documentação e retrato), em que os fotógrafos tentavam, por meio de manipula- ções como, alternância da granulação, tons, intervenções visuais, assemelhar as fotogra- fias à pintura ou aquarelas, numa tentativa de elevar a fotografia à categoria de arte. Ex pl or Figura 11 – Wind Fire. Thérèse Duncan, dançando na Acrópolis de Atenas, 1921, by Steichen - período pictorialista Fonte: Wikimedia Commons 14 15 Em uma de suas imagens mais icônicas, o retrato de Greta Garbo, atriz hollywoo- diana, ele descreve em um documentário como foi retratá-la para a revista Life: O diretor do filme me disse: você tem 5 minutos, e eu disse ok... pedi a ela que se sentasse em uma cadeira. Ela sentou-se, a inverteu e se apoiou com os braços no apoio das costas e ficou me olhando. Então comecei a fotografá-la e ela mexia a cabeça para um lado e para o outro balançando o cabelo e percebi que essa não era a Garbo a qual eu estava interessado. Essa era a Garbo de Hollywood. Então eu disse: é triste que tenhamos que fazer as fotos com todas essas coisas, o penteado que usa. É um penteado de Hollywood. Ela respondeu: Ah esses cabelos? E levou as mãos à cabeça e segurou os cabelos e assim foi como eu realizei e essas são as únicas que fotos que utilizei de Greta Garbo. (STEICHEN, 1964, documentário Masters of Photography, tradução livre do autor) Encontre essa imagem da Greta Garbo, disponível em: https://bit.ly/2JDEHCs Ex pl or Acesse para assistir ao documentário de 1964 - Masters of Photography - sobre Edward Steichen: https://youtu.be/Xd5F-KCUpYIEx pl or Steichen, com o passar dos anos, chegou à conclusão de que “se conseguir extrair um momento de realidade brilhando do retratado, é o máximo que se con- segue extrair de uma pessoa, mas é algo essencial do retrato”. (Documentário - Master of Photography, 1964) O Retrato entre as Guerras e Pós Segunda Guerra Mundial O dinamismo do período entre guerras, combinado com o nascimento do cine- ma falado (1929), gerou um novo interesse pelos retratos. Na década de 1930, nos Estados Unidos, os estúdios de Hollywood queriam converter seus personagens em suas estrelas e os slogans eram glamour e mistério para conseguir o sonho abso- luto: o paraíso artificial da sedução. Já na França, a fotografia de retratos teve sua explosão nos anos 40, sendo um dos exemplos mais famosos, o Studio Harcourt. No cartel de estrelas fotografadas lá, todos os retratos eram realizados com os mes- mos ângulos de câmera e a mesma iluminação. O crítico Roland Barthes chegou a dizer: “Na Franç a, nã o se é ator se nã o se foi fotografado pelo Estú dio Harcourt. O ator de Harcourt é um deus, ele é sempre captado em repouso” (BARTHES, OC I, p. 688). Dentre os vários profissionais que lá fotografaram, se destacam os trabalhos de Raymond Voinquel (1912-1994). 15 Unidade História do Retrato Fotográfico Figura 12 – Édith Piaf em 1939, por Studio Harcourt Fonte: Wikimedia Commons O Studio Harcourt existe até hoje. Confira os retratos das personalidades contemporânea, disponível em: https://bit.ly/1UomyEREx pl or Gyula Halász (1899-1984), conhecido por Brassaï, nasceu em 1889 naTransilvânia e estudou desenho, arquitetura e escultura na academia de Belas Artes de Berlim, em 1921. Somente em 1924, transferiu-se para Paris e passou a trabalhar em um jornal parisiense como jornalista e colaborador para revistas alemãs e um diário húngaro. Neste período, ainda não fotografava, mas se aventurava pela noite parisiense acom- panhando de perto fotógrafos e artistas em busca de melhores crônicas, até que seus redatores solicitaram que ele acrescentasse imagens aos seus textos. Logo, com ajuda de seus amigos fotógrafos, montou um mini estúdio no quarto do hotel em que vi- via, e após pouca exploração do processo fotográfico, se apaixonou pela possibilidade instantânea e prática de criar novas expressões estéticas. Após as noitadas, voltava para o hotel e realizava suas revelações e impressões. Como característica de suas imagens, observava-se grandes quantidades de escuri- dão, mas, com sua habilidade de pintor, enquadrava de modo que pequenos volu- mes de luz realizassem o contraste necessário, o que permitia uma profundidade e leveza em sua produção fotográfica. Além disso, utilizava-se de iluminação artificial com uso de um pó explosivo que produzia uma iluminação suave para as suas imagens. Picasso, um de seus grandes amigos, chegou a chamá-lo de terrorista, de- vido ao grande volume de fumaça que este processo produzia, mas Brassaï não se importava em chamar atenção. Ao contrário disso, ele se vestia com longos paletós e um chapéu, podendo ser confundido como um detetive particular. 16 17 Figura 13 – Streetwalker, próximo ao Place d’Italie, 1932, Brassaï Fonte: The New York Times Archives Seu olhar, quase de turista, procurava pelas longas caminhadas noturnas uma forma de mostrar sob uma perspectiva de “estar descobrindo a cidade pela primeira vez”. Retratava personagens parisienses como prostitutas, bêbados, namorados e guardas noturnos, e inventou truques criativos para medir o tempo de exposição a partir do tempo que demorava para fumar seu cigarro. Publicou em diversas revistas como Harper’s Bazar e Life, e seu talento o tor- nou um dos mais conceituados fotógrafos da alta sociedade francesa e dos eventos da capital. Entre seus amigos estão Henri Matisse, Jean Genet, Salvador Dalí e, principalmente, Pablo Picasso, o qual conheceu intimamente, envolvendo-se com o movimento surrealista e colaborando para o jornal Minotaure. Ficou conhecido por Henri Miller como “o olho de Paris”, e suas fotografias supuseram uma confissão de humanidade. Segundo ele, “ (AUBENAS, Sylvie. Brassai – Paris Nocturne, p. 8)”. Figura 14 – Rue de Lappe, 1932, Brassaï Fonte: The New York Times Archives Figura 15 – Chez Suzy, 1931, Brassaï Fonte: The New York Times Archives 17 Unidade História do Retrato Fotográfico Ainda que em algumas de suas imagens tenham sido arranjadas, Robert Doisneau (1912-1994) gosta de ser definido como um colecionador de imagens. Poeticamente dizia que era muito fácil para ele, pois tomava o “tesouro escondido” que seus con- temporâneos têm inconscientemente, na hora de retratá-los. Nascido nos subúrbios de Paris, Doisneau acreditava que a poesia encontrada nessas áreas estava se trans- formando, proporcionando imagens cheias de vida. Dentro de sua filosofia, ele dizia que uma vez que você apontava aquela “pequena caixa negra”, bastava esperar que alguém aparecesse dentro do quadro e “a foto ocorre por si mesma”. Em seu corpo de trabalho, é comum encontrar imagens que criam uma sensação arrebatadora de cômico ou incomum, que pegam o espectador de surpresa. Figura 16 – foto da série “Um Olhar Enviesado”, 1948, por Robert Doisneau Fonte: Atelier Robert Doisneau Apesar disso, uma de suas fotos mais famosas da história, O beijo do Hôtel de Vil- le, foi publicada na revista Life, de 1950, em uma matéria cujo tema era: casais enamo- rados em Paris durante a primavera. Descobriu-se posteriormente que Doisneau havia pagado aos jovens e, devido à fama da imagem, outras três pessoas o processaram, afirmando não terem sido pagas para posarem. Somente no ano de sua morte e após um longo julgamento com grande repercussão na imprensa, Doisneau foi inocentado. Figura 17 – O beijo do Hotel de Ville, 1950, por Robert Doisneau Fonte: Atelier Robert Doisneau 18 19 Retrato Fotográfico nas Décadas de Ouro de Hollywood Em 1960, com o avanço dos meios de comunicação, a fotografia exerceu pa- pel fundamental nos jornais e, em especial, nas revistas. Estas geraram uma nova necessidade baseada no sensacionalismo em que procuravam explorar a alta so- ciedade da época e mostrar as pessoas famosas em seus momentos privados e em sua vida cotidiana, conhecida como “Naturalismo”. Fotógrafos não só seguiam as estrelas, mas agora também as criavam. Os grandes estúdios de cinema não con- trolavam suas estrelas e as teleobjetivas dos paparazzi passaram a fazer parte da produção de imagens dos tabloides, revistas e jornais. Neste período, destacam-se os trabalhos do Willy Rizzo (1928-2013), Claude Azoulay e Philippe Halsman (1906-1979). Nascido em 1928, na cidade de Nápoles, Willy Rizzo foi para Paris com sua famí- lia ainda criança, desenvolvendo um interesse precoce pela fotografia e, aos 12 anos, começou a realizar retratos. Em 1948, aos 20 anos de idade, tornou-se o fotógrafo da Paris Match, onde fotografou nomes como Audrey Hepburn, Marilyn Monroe, Jane Fonda, Brigitte Bardot, Fred Astaire, Pablo Picasso e Salvador Dalí. Além de retratos, registrou eventos de moda para Vogue e Marie-Claire e também o Julgamento de Nuremberg. Além da Fotografia, também atuou na criação de design. Explore os trabalhos de Willy Rizzo no site: https://bit.ly/2YWjWan Ex pl or Claude Azoulay nasceu em 1934, em Tunes. Em 1954, em Paris, foi assistente de Willy Rizzo, o qual lhe transmitiu muito do seu conhecimento e estilo, ao mes- mo tempo em que escrevia para a Paris Match. Cobriu eventos como a guerra no Líbano, Argélia, Iugoslávia, mas dentro dos sets de Hollywood e em viagens a Saint-Tropez e Londres se encontrou com o retrato, realizando retratos de Marilyn Monroe, Kirk Douglas, Ray Charles e Brigitte Bardot. Deixou a revista Paris Match em 1996, e atualmente está produzindo trabalhos autorais. Azoulay ainda é vivo e seus trabalhos estão disponíveis no site: https://bit.ly/32HCCwW Ex pl or Philippe Halsman (1906-1979) nasceu em Riga, na Letônia e se transferiu para os Estados Unidos em 1940, durante o grande êxodo de intelectuais fugindo do Na- zismo, obtendo um visto de emergência por meio da intervenção de Albert Einstein. Emplacando 101 capas da revista Life, seu sucesso foi a combinação de sua imaginação e sua proeza tecnológica. Em 1958, foi nomeado pelos colegas um dos dez maiores fotógrafos do mundo, e entre 1971 e 1976, ministrou um seminário na The New School, chamado “Psychological Portraiture”. 19 Unidade História do Retrato Fotográfico Sua obra mais conhecida se deu baseada em um trabalho colaborativo durante 37 anos com o artista e seu amigo, Salvador Dali. Dentre os vários trabalhos com ideias incomuns como “Bigodes de Dali”, a “Dali Atomicus” sem dúvida é uma ima- gem única, espirituosa e energética que se tornou parte de seu legado fotográfico. Figura 18 – Dalí Atomicus, 1948, por Philippe Halsman Fonte: Wikimedia Commons Importante! Halsman necessitou fazer mais de 26 fotos para realizar a foto acima. Nesse link, você encontrará um pequeno documentário sobre a realização desta obra prima de seu traba- lho. https://youtu.be/pbi94KWIDwQ Você Sabia? Em 1972, Halsman falou de sua fascinação pelo rosto humano. “Cada rosto que vejo parece esconder - e às vezes fugazmente para revelar - o mistério de outro ser humano. Capturar essa revelação se tornou o obje- tivo e a paixão da minha vida”. Fonte: http://bit.ly/2OhJGgl O retrato sempre foi utilizado para uma grande variedade de propósitos, pois car- rega em si aspectos representativos da sociedade, economia, política. Retratos de famosos, celebridades, políticoseram amplamente distribuídos, gerando influência no modo como a sociedade copiava esses indivíduos midiáticos. 20 21 Retrato de Políticos Os políticos se deixaram fotografar ao perceberem o poder da fotografia. As mídias como revistas e jornais carregaram - e ainda carregam - inúmeros retratos dos podero- sos, pois estes percebiam que era um meio de se aproximarem do público geral, pois transmitiam a ideia de serem mais acessíveis e humanos. Um grande exemplo de retrato desse período foi o de Margaret Bourke-White (1904-1971), primeira fotógrafa da revista Life, que cobriu o iminente movimento de independência da Índia, em 1946. Foi-lhe dada a rara oportunidade de retratar Mahatma Gandhi, o líder ideológico da Índia e uma das figuras mais eminentes do século XX. Menos de dois anos depois, ele foi assassinado e ficou imortalizado pelas lentes de Bourke-White. Figura 19 – Mahatma Gandhi, 1946, por Margaret Bourke-White Fonte: The LIFE Picture Collection Para realizar esta foto, Margaret foi convidada por Gandhi a aprender a usar sua roda de tear e o fez com sucesso. Muitas vezes, o retratista tem que imergir na personalidade do retratado, para conhecer e obter o melhor resultado possível. Yousuf Karsh (1908-2002) se destacou como retratista político em sua carreira, e respeitava a tradição do retrato posado, possuindo uma obsessiva preocupação pela composição e iluminação. Um de seus retratos mais famosos foi o do então Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, realizado em 30 de dezembro de 1941, após o discurso sobre a Segunda Guerra Mundial aos membros do parlamen- to canadense, em Ottawa. 21 Unidade História do Retrato Fotográfico Figura 20 – Winston Churchill, 1941, por Yousuf Karsh Fonte: Wikimedia Commons Acesse o link a seguir e descubra mais sobre como foi para Karsh realizar essa foto de Churchill. https://bit.ly/2VhoeLwEx pl or Dentre os políticos registrados por Karsh estão Fidel Castro, Jacques Chirac, Bill Clinton, James Carter, General Charles de Gaulle, Rainha Elizabeth II e Príncipe Philip, Mikhail Gorbachev, John Kennedy e outros. Analise 3 imagens que possuam as regras de composições parecidas. Após isso, analise a iluminação. Perceba a perfeição que Karsh sempre busca em seus retratos, com base em uma repetição persistente de elementos técnicos para obtenção de um estilo. Disponível em: http://bit.ly/2Y8RYM7 Ex pl or Os Retratistas da Moda As grandes revistas de moda também ditaram os retratos no século passado na Europa e Estados Unidos. Mídias como Harper’s Bazaar, Vogue e Marie Claire foram grandes vitrines não só para modelos e celebridades, mas também para fotógrafos. Irving Penn (1907-2009) destacou-se na fotografia de retratos em estúdio. Comumente utilizava um fundo cinza uniforme sem nenhum efeito especial, mas introduziu uma ideologia de distância entre o retratado e o fotógrafo: ele os observa, mas não deseja conhecê-los. 22 23 Figura 21 – Francis Bacon, 1962, por Irving Penn Fonte: American Art Collaborative Sem dúvida, um dos maiores retratistas da moda foi Richard Avedon (1923-2004). Utilizando um fundo branco uniforme, seu trabalho reflete de forma geral a realida- de do ser humano destituída de noções espaço-temporais. Isso porque, até então, a maioria dos retratistas se utilizava de ambientes que de alguma forma dialogavam com a personalidade do retratado, e Avedon subtrai essa informação e deixa que o espectador desenhe o cenário que o subconsciente popular construiu acerca dessa pessoa. Seu trabalho reflete uma narrativa da história e da cultura do século XX através dos principais intérpretes, sem criação de juízo sobre seus retratos. As obras famosas de Avedon no site: https://bit.ly/2wFTRm9 Ex pl or Avedon acredita que para um bom retrato é necessário uma confrontação para criação de uma tensão para capturar a verdade interior do modelo, já que retratos são imagens de pessoas que sabem que estão sendo fotografadas, e possuir esse conhecimento forma parte da foto tanto quanto aquilo que eles vestem, ou as suas expressões. No documentário sobre sua carreira,"Dakness and Light”, ele comenta: A fotografia é atuação porque parece insinuar uma espécie de luz que ocul- ta a autêntica realidade do sujeito, mas isso não é tudo. O que acontece é que não se pode captar a autêntica natureza do sujeito eliminando tudo o que o rodeia. Só se pode ir além desse circo, trabalhando com esse circo. A única coisa que se pode fazer é manipular esse circo: os gestos, os trajes, as expressões, de um modo radical e correto … na hora de trabalhar o que busco em um rosto é complexidade. Coisas que sejam contraditórias e ao mesmo tempo estejam conectadas. (AVEDON. R. “Darkeness and Light”) 23 Unidade História do Retrato Fotográfico O filme se encontra na íntegra disponível no link: https://youtu.be/4XElT1udbFM Ex pl or Figura 22 – Judy Garland, 1963, por Richard Avedon Fonte: Wikimedia Commons Para ele, o fundo branco impõe um desafio imenso, pois é difícil evitar que os elementos gráficos tomem o controle da imagem, obrigando o fotógrafo a criar um conteúdo emocional a algo completamente gráfico e potencialmente caricaturesco, gerando a potencialidade do retratado converter-se em um símbolo de si mesmo. Os retratos de Avedon captam o mistério e a emoção do modelo, transformando sua percepção da fotografia na percepção do mundo Helmut Newton (1920-2004) também foi outro grande fotógrafo da moda no século passado, mas grande parte do seu trabalho se destaca na fotografia do nu, onde pode dar liberdade às suas fantasias e obsessões, despistando o espectador com uma mescla de classicismo e humor em seus retratos, e confrontando o retra- tado com seu próprio universo. Figura 23 – Vibeke Knudsen, 1975, por Helmut Newton Fonte: http://water.nature.org/ 24 25 Veja mais retratos de Vibeke Knudsen realizada por Newton no link abaixo: https://bit.ly/30DLvFV Ex pl or Retrato Contemporâneo A explosão dos multimeios na virada do século XX ao XXI e o desenvolvimen- to das tecnologias digitais da fotografia geraram uma nova demanda de lingua- gem fotográfica, em busca de soluções novas e mais completas para abranger as necessidades das gerações multimidiáticas. O acesso à câmera fotográfica digital, presente em todos os smartphones, trouxe ao usuário da tecnologia a possibilidade de buscar sua própria interpretação fotográfica pelo autorretrato, denominado nos dias de hoje como selfie. Além disso, as mídias sociais como Instagram e Facebook, possibilitaram a expres- sividade de retratos de minorias e a expansão do coletivo popular sobre os retratos. Bettina Rheims ficou famosa por seus trabalhos com moda e publicidade antes de embarcar em um projeto mais pessoal: abordar a profunda e escondida violência contra a mulher. Seus trabalhos são marcados pela dualidade da vida, o masculino e o feminino, ternura e dureza, retratando uma série de personagens andróginos deliberadamente de forma ambígua. Era habituada a deixar mais espaço à espon- taneidade durante a sessão, mas se queixava ao fotografar estrelas, pois estas ti- nham direito a escolher as fotos que poderiam publicar, e acreditava existir uma “impunidade” em uma sessão de fotos deste gênero, pois os famosos poderiam extrapolar durante os registros e depois censurar algumas fotos, o que a deixava muito frustrada. Já Cindy Sherman é conhecida por seus autorretratos conceituais, debatendo questões desafiadoras sobre a representação e o papel das mulheres na socie- dade. Sua série Untitled Film Stills foi realizada entre 1977 e 1980, e consistia em quase 70 imagens em preto e branco, na qual ela mesmo posa em diferentes papéis e cenários, produzindo imagens de mulheres heroínas que não seguiam ideias convencionais de casamento e família, e sim de mulheres rebeldes em cenas solitárias e sem expressão. Além disso, evitou colocar títulos nas imagens para preservar sua ambiguidade. Untitled Film Still #21, 1978, por CindySherman. Acesse: https://mo.ma/2JRo2dt Ex pl or Dentre outros projetos, entre os anos 2003 e 2004, produziu a série Clowns e Society Portraits que, com o uso da fotografia digital, permitiu criar cenários e montagens de numerosos personagens. Neste trabalho, não se embasou em mulhe- res específicas, mas fez predominar a luta com os padrões de beleza de juventude eterna e anti-obesidade. 25 Unidade História do Retrato Fotográfico Outros trabalhos de fotógrafos contemporâneos podem ser vistos nos links: • Peggy Sirota - http://www.peggysirota.com/ • Dominique Issermann - https://www.dominiqueissermann.com/ • Patrick Demarchelier - http://demarchelier.com/ • Herb Ritts - http://www.herbritts.com/ Ex pl or Dentre os trabalhos contemporâneos em mídias sociais, destaca-se o da fotógrafa australiana conhecida pelo pseudônimo de “Sorelle Amore”. Com mais de 700 mil se- guidores no YouTube e quase meio milhão de seguidores no Instagram, Sorelle Amore produz suas próprias selfies, que emplacam em seus canais com mais de 1000 publica- ções no Instagram. Também ensina técnicas de fotografia com smartphones em vídeos, e oferece um curso chamado “Advanced Selfie University” para aspirantes a fotógrafos de autorretratos, quebrando a barreira do fotógrafo com equipamentos profissionais, de- monstrando técnicas de iluminação e composição básicas, e registrando com um simples aparelho smartphone. Seus trabalhos já foram notícias em jornais como o Forbes, Daily Mail, Travel + Leisure e Cosmopolitan. Figura 24 Fonte: ADVANCED SELFIE UNIVERSITY by Sorelle Amore Conheça mais do trabalho de Sorelle Amore em: https://bit.ly/2PB3E2S/ e https://bit.ly/2VzP0hA Ex pl or “O mais difícil para mim é um retrato. Você tem que tentar colocar sua câmera entre a pele de uma pessoa e sua camisa.” (tradução livre do autor do filme The Decisive Moment, 1973, Henri Cartier-Bresson, em https://youtu.be/14ih3WgeOLs Ex pl or 26 27 Fins de Uso do Retrato A própria definição do dicionário da língua portuguesa possibilita uma boa aná- lise para obter uma conclusão sobre a importância da história do retrato: Retrato: sm1 Imagem de uma pessoa, reproduzida por pintura, desenho, escultura, fotografia etc. 2 POR EXT Obra de arte que utiliza um desses tipos de reprodução de imagem. 3 Cópia exata das feições de alguém. 4 Pessoa muito parecida com outra fisicamente. 5 Pessoa que apresenta traços de personalidade, de caráter etc. seme- lhantes aos de outra. 6 Descrição, em prosa ou em verso, das feições ou do caráter de uma pessoa. 7 V fotografia, acepção 2. 8 Descrição exata e precisa de algo. 9 Pessoa ou coisa que é um excelente exemplo de alguma coisa; mode- lo: Ela é, sem dúvida, um retrato da lealdade. Fonte: Dicionário Michaelis da língua portuguesa. Analisar a história da fotografia do retrato é um bom caminho para visualizar as formas como essas imagens são usadas. Grosso modo, existem duas abordagens propostas pelo fotógrafo para se fazer retratos: para fins comerciais e autoral/belas artes. Além da boa remuneração por confiança para realizar retrato comercial, a diferença entre este e o autoral/belas-artes é a destinação, ou seja, se é feito para o cliente ou para autoatribuição. No mais, todas as ferramentas, controles e abor- dagens são os mesmos. Uma publicação pode usar um retrato de Patrick Demarchelier para fins comer- ciais, e o mesmo retrato, em uma galeria, pode ser visto principalmente como arte. Dependendo do uso final, aplicações comerciais e de belas artes podem querer usar qualquer tipo ou estilo de retrato. Este é um bom ponto para fechar esta breve visão geral dos retratos fotográficos: no final, os retratos são sempre sobre os retratados, suas semelhanças, suas perso- nalidades, seu caráter e suas vidas, conforme o próprio dicionário Michaelis define. Não em prosa ou em verso, mas em luz. 27 Unidade História do Retrato Fotográfico Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Site do estúdio fotográfico Harcourt em Paris Descrição da página. http://www.studio-harcourt.eu/ Documentário – Retratos da vida - Caçadores da Alma – TV Brasil https://bit.ly/2JOSHZ6 Vídeos Entrevista – Richard Avedon https://youtu.be/4XElT1udbFM Entrevista – Luís Garrido – fotógrafo retratista brasileiro https://youtu.be/gl3G-lvtp5Q 28 29 Referências AVEDON, R. American Masters, 1996. Disponível em: <https://youtu. be/4XElT1udbFM>. Acessado em 22 fev. 2019. BASTOS, A. R. A fotografia como retrato da sociedade. Sociologia, Port, v. 28, p. 127-143, dez. 2014. Disponível em: <https://bit.ly/2O5r435>. Acesso em: 18 jan. 2019. GOMBRICH, E. A História da Arte. Rio de Janeiro: TLC, 2008. HACKING, J. Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. HALSMAN, P. Dali Atomicus: Phillipe Halsman & Salvador Dali’s KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2014. TAVARES, T. M. de A. Pictorialismo no século XIX - uma luta pela fotografia como categoria de arte, In Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, 26º, 2017, Campinas. Anais do 26º Encontro da Anpap. Campi- nas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2017. p. 2699-2710. Disponível em: https://bit.ly/2M2tcG8 Acesso em 04/06/2019. TIRADRITTI, F. Tesouros do Egito do museu egípcio do Cairo. São Paulo: Manole, 2000. Sites Visitados <https://www.youtube.com/watch?v=pbi94KWIDwQ&feature=youtu.be> 29
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