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DadmII_2020_Tema2_Contratos Administrativos

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
 (lei federal 8.666/1993)
Prof. Me. Fabiano Lucio de Almeida Silva
Direito Administrativo II
Conceito (Art. 2º, Parágrafo único, lei 8.666/93)
Contrato administrativo é “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontade para formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada”.
 Ex.: concessão de serviço público, parceria público-privada (PPP), contrato de gestão, termo de parceria e contrato de gerenciamento etc. 
Nem todo contrato celebrado pela Administração é considerado contrato Administrativo. Assim, os contratos da Administração diferenciam-se dos contratos administrativos.
Contrato administrativo: É aquele celebrado pela Administração Pública regido pelo Direito Público (Regido primordialmente pela Lei 8.666/93 – aplicação subsidiária das normas de Direito Privado). São exemplos de contrato administrativo os contratos de concessão, os contratos de gestão etc.
Contrato da administração: É todo contrato celebrado pela Administração Pública. Apesar de também ter a Administração Pública como parte, é regido pelo Direito Privado, do qual podemos citar como exemplo o contrato de locação de imóvel de propriedade particular.
Contrato versus convênios
Os contratos administrativos são caracterizados pela existência de interesses contrapostos. É o caso da concessão de serviços públicos, do contrato de obra e do contrato de fornecimento.
De outro lado, os denominados convênios são ajustes firmados pela Administração para mútua cooperação e com ausência de contraposição de interesses. Exemplos: termo de parceria, consórcio e convênio intergovernamental
Contrato versus convênios
Enquanto a celebração de contratos administrativos exige realização de prévia licitação, o art. 116 da Lei n. 8.666/93 prescreve que o regime licitatório aplica-se “no que couber” aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
Por isso, de acordo com a doutrina e a jurisprudência do TCU, se a Administração decidir firmar termo de parceria com uma entidade do terceiro setor, havendo pluralidade de interessados, a escolha da entidade a ser favorecida pela parceria deve ser precedida de procedimento seletivo simplificado (licitação sem o rito da Lei n. 8.666/93) a fim de garantir a observância dos princípios administrativos e como forma de reduzir o subjetivismo na escolha do ente beneficiado.
Competência para legislar
O art. 22, XXVII, da Constituição Federal prescreve que compete privativamente à União criar normas gerais sobre licitações e contratos administrativos.
Como compete à União editar somente as normas gerais, as outras entidades federativas, entretanto, possuem competência legislativa para expedir regras específicas em matéria de licitações e contratos.
Normas aplicáveis – texto constitucional
art. 22, XXVII: “compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista”;
art. 37, XXI: “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. 
Normas aplicáveis – normas infraconstitucionais
Lei n. 8.666/93: define as normas gerais sobre licitações e contratos válidos para todas as esferas federativas. 
Lei n. 8.883/94: promoveu alterações importantes no conteúdo da Lei n. 8.666/93; 
Lei n. 8.987/95: disciplina as concessões e permissões de serviço público; 
Lei n. 9.637/98: prevê a celebração de contratos de gestão entre o governo federal e as organizações sociais; 
Normas aplicáveis – normas infraconstitucionais
Lei n. 9.790/99: institui e disciplina o Termo de Parceria entre a União Federal e as organizações da sociedade civil de interesse público – as Oscips; 
Lei n. 11.079/2004: institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada (PPP) no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
Lei n. 11.107/2005: regula a celebração de consórcios públicos entre as entidades federativas; 
Lei n. 12.232/2010: dispõe sobre normas gerais para licitação e contratação de serviços de publicidade do governo. 
Características do contrato administrativo
Submissão ao Direito Administrativo (Princípios e normas de Direito Público), ao contrário dos contratos privados, que são regidos pelo Direito Civil e pelo Empresarial.
Presença da Administração em pelo menos um dos polos.
Desigualdade entre as partes;
Mutabilidade (modificação unilateral das cláusulas do contratos).
Características do contrato administrativo
Existência de cláusula exorbitantes (poderes especiais para Administração dentro do contrato).
Formalismo.
Bilateralidade.
Comutatividade.
Confiança recíproca.
Diferenças em relação aos contratos privados
	Contratos privados	Contratos administrativos
	Aplicação do Direito Privado	Aplicação do Direito Público
	Normas gerais previstas no Código Civil	Normas gerais previstas na Lei n. 8.666/93
	Igualdade entre as partes (horizontalidade)	Administração ocupa posição de superioridade contratual (verticalidade
	Cláusulas imutáveis (pacta sunt servanda)	Mutabilidade unilateral das cláusulas por vontade da Administração
	Defesa de interesses privados	Defesa do interesse público
	Ex.: compra e venda simples e comodato	Ex.: concessão de serviço público, consórcio público, parceria público-privada
Peculiaridades quanto a intepretação dos contratos administrativos segundo hely Lopes meirelles
Interpretação favorável ao interesse público primário (interesse da coletividade).
Vinculação da Administração ao interesse público.
Presunção de legitimidade.
Alterabilidade.
Excepcionalidade dos contratos de atribuição.
Interpretação restritiva das vantagens conferidas ao particular.
Sujeitos do contrato
O art. 6º, XIV e XV, da Lei n. 8.666/93 define contratante como o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual e contratado como a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública. Assim, em regra, os contratos administrativos são bilaterais, isto é, celebrados entre a Administração contratante e o particular contratado.
Sujeitos do contrato
Entretanto, nos denominados contratos administrativos plurilaterais, não há presença de particulares, já que as partes pactuantes são diversas entidades federativas firmando compromisso para defesa de interesses comuns e não conflitantes. É o caso do contrato de consórcio público e dos convênios de cooperação entre os entes federados, firmados para gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (art. 241 da CF).
Contratos em espécie
Contratos em espécie
a) contrato de obra pública;
b) contrato de fornecimento;
c) contrato de prestação de serviço;
d) concessão de serviço público;
e) permissão de serviço público;
f) concessão de serviço público precedida de obra;
g) concessão de uso de bem público;
h) contrato de gerenciamento;
i) contrato de gestão;
j) termo de parceria;
k) parceria público -privada;
l) consórcio público;
m) contrato de convênio;
n) contrato de credenciamento.
1 contrato de obra pública
É o ajuste por meio do qual a Administração seleciona uma empresa privada com a finalidade de realizar a construção, reforma ou ampliação de imóvel destinado ao públicoou ao serviço público.
Segundo Hely Lopes, as obras públicas podem ser de quatro tipos:
a) equipamento urbano: ruas, praças, estádios;
b) equipamento administrativo: aparelhos para o serviço da Administração Pública em geral;
c) empreendimentos de utilidade pública: ferrovias, rodovias;
d) edifício público: repartições, cadeias etc
1 contrato de obra pública
Distinção entre obra e serviço.:
Obras públicas podem ser remuneradas pela cobrança de contribuição de melhoria junto aos contribuintes, ao passo que a prestação de serviço público enseja a arrecadação de taxa. 
Na obra, existe um predomínio do resultado final sobre a atividade, enquanto no serviço prepondera a atividade sobre o resultado final. 
Assim, por exemplo, para a construção de uma ponte, é realizada a tarefa de construir, mas o resultado final, isto é, a ponte construída, predomina sobre o processo de construção.
1 contrato de obra pública
Os contratos de obra podem ter basicamente dois regimes de execução:
a) regime de empreitada: a Administração atribui a execução da obra por conta e risco do contratado, mediante remuneração previamente ajustada. O pagamento pode ser realizado por preço global ou preço unitário;
b) regime de tarefa: consistente na execução de obras de pequeno porte com pagamento periódico, após verificação do fiscal do órgão contratante. Em geral, o tarefeiro não fornece os materiais, somente a mão de obra e os instrumentos de trabalho.
2 contrato de fornecimento
É o contrato administrativo por meio do qual a Administração adquire coisas móveis para utilização nas repartições públicas ou estabelecimentos públicos. Exemplo: contrato de fornecimento de gêneros alimentícios para escolas da rede pública.
O contrato pode ser de três tipos:
a) fornecimento integral: em que a entrega é realizada de uma só vez;
b) fornecimento parcelado: a entrega fracionada obedece a uma programação prévia. O fornecimento é encerrado somente após a entrega final da quantidade contratada;
c) fornecimento contínuo: a entrega é sucessiva e se estende no tempo.
3 contrato de prestação de serviço
É todo aquele que tem por objeto a prestação de uma atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração Pública ou para a coletividade, predominando o fazer sobre o resultado final.
Exemplos: coleta de lixo, demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico -profissionais (art. 6º, II, da Lei n. 8.666/93).
3 contrato de prestação de serviço
Segundo Hely Lopes Meirelles, os serviços contratados podem ser de diversos tipos:
a) serviços comuns: são aqueles realizáveis por qualquer pessoa. Exemplo: limpeza. A contratação dessa espécie de serviço sempre exige licitação;
b) serviços técnicos profissionais generalizados: exigem alguma habilitação específica, mas não demandam maiores conhecimentos. Exemplo: serviços de engenharia. A celebração do contrato também pressupõe procedimento licitatório;
3 contrato de prestação de serviço
c) serviços técnicos profissionais especializados: exigem conhecimento mais apurado do que nos serviços comuns. Exemplo: elaboração de pareceres. A contratação desses serviços pode caracterizar hipótese de inexigibilidade se o contratado tiver notória especialização;
d) trabalhos artísticos: são atividades profissionais relacionadas com escultura, pintura e música. Contratação de serviços artísticos, em regra, depende de prévia licitação na modalidade concurso, exceto se as circunstâncias recomendarem a escolha de artista renomado e consagrado pela crítica especializada ou pelo público em geral, caso em que haverá contratação direta por inexigibilidade de licitação.
4 contrato de concessão
O nome “concessão” é utilizado pela legislação brasileira para designar diversas espécies de contratos ampliativos nos quais a Administração Pública delega ao particular a prestação de serviço público, a execução de obra pública ou o uso de bem público.
Todas as modalidades de contrato de concessão são bilaterais, comutativos, remunerados e intuitu personae.
4.1. Características
a) exige prévia concorrência pública; 
b) o concessionário assume a prestação do serviço público por sua conta e risco; 
c) exige lei específica; 
d) prazo determinado; 
 e) admite arbitragem; 
f) prevê a cobrança de tarifa
4.2. direitos e obrigações dos usuários
DIREITOS: a) receber serviço adequado; b) obter informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos; c) obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente; d) ter à disposição, no mínimo, seis datas opcionais no mês para escolher o dia de vencimento dos seus débitos.
4.2. direitos e obrigações dos usuários
OBRIGAÇÕES: a) levar ao conhecimento do Poder Público e da concessionária as irregularidades de que tenha conhecimento, referentes ao serviço prestado; b) comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço; c) contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos pelos quais lhe são prestados os serviços. 
4.3 INTERVENÇÃO
Visando assegurar a adequada prestação do serviço público bem como o fiel cumprimento da lei e das normas contratuais, o poder concedente poderá decretar intervenção na concessionária, assumindo temporariamente a gestão da empresa até a normalização da prestação. 
O ato de intervenção é realizado por meio de decreto com a designação do interventor, o prazo, os objetivos e os limites da medida.
4.4. formas de extinção
Advento do termo contratual;
Encampação ou resgate;
Caducidade;
Rescisão por culpa do poder concedente;
Anulação;
Falência ou extinção da empresa;
4.5. consórcio público
Tradicionalmente, a doutrina definia consórcio público como o contrato administrativo firmado entre entidades federativas do mesmo tipo (Municípios com Municípios, Estados-membros com Estados-membros), para realização de objetivos de interesse comum.
Entretanto, com a promulgação da lei 11.107/05 , que “dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum” (art. 1º), foi criada outra espécie de contrato de consórcio público. Na referida lei, os consórcios públicos podem ser celebrados entre quaisquer entidades federativas, do mesmo tipo ou não. 
4.5.1 conceito e atribuições
É possível conceituar consórcio público, nos termos da Lei n. 11.107/2005, como o contrato administrativo multilateral, firmado entre entidades federativas, para persecução de objetivos comuns que resulta na criação de uma nova pessoa jurídica de direito público, caso em que recebe o nome de associação pública ou de direito privado.
4.6 – Permissão de serviço público
A concessão de serviço público não é o único instrumento hábil a promover a delegação da prestação de serviços públicos a particulares. É o que se extrai na norma contida no art. 175 da Constituição Federal: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. 
4.6 – Permissão de serviço público
Segundo a doutrina, a permissão de serviço público é o ato administrativo unilateral, discricionário, intuitu personae e precário que realiza, mediante prévia licitação, a delegação temporária da prestação do serviço público.
4.7 – Concessão precedida de obra pública
O art. 2º, III, da Lei n. 8.987/95 conceitua o contrato de concessão de serviço público precedida da execução de obra pública como “a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua contae risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado”.
4.7 – Concessão precedida de obra pública
Trata-se, na verdade, de uma concessão comum, mas com a peculiaridade de que, antes do início da prestação do serviço, o concessionário constrói uma obra pública cujo uso será por ele explorado economicamente. 
A cobrança pela utilização da obra construída é a principal fonte de remuneração do concessionário, nessa modalidade de contrato. É o caso, por exemplo, do concessionário que realiza a construção de uma ponte para, em seguida, cobrar, como forma de amortização do investimento, pedágio dos usuários que a utilizarem. 
4.8 – Concessão de uso de bem público
Concessão de uso de bem público é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público outorga ao particular, mediante prévia licitação, a utilização privativa de um bem público, por prazo determinado, de forma remunerada ou não, no interesse predominantemente público. 
Difere da permissão e da autorização pelo fato de essas formas de outorga de uso de bens públicos serem atos unilaterais, ao contrário da concessão, que tem natureza de contrato. 
4.9 – contrato de gerenciamento
O contrato de gerenciamento é aquele em que o Poder Público contratante transfere ao particular gerenciador a condução de um empreendimento, reservando para si a competência decisória final. O contratante permanece responsável pelos encargos financeiros da execução das obras e serviços projetados, com os respectivos equipamentos para sua implantação e operação. 
O gerenciador exerce em nome próprio uma atividade técnica especializada (por exemplo, construindo uma obra), mas sempre sujeito ao controle de resultados feito pelo governo. 
4.10 – contrato de gestão
Contrato de gestão é a terminologia genérica utilizada pela doutrina para designar qualquer acordo operacional firmado entre a Administração central e organizações sociais ou agências executivas, para fixar metas de desempenho, permitindo melhor controle de resultados. 
O contrato de gestão é um instituto introduzido no direito brasileiro pela Emenda Constitucional n. 19/98 como um dos instrumentos de parceria da Administração característicos do modelo de administração gerencial. 
4.11 – Termo de parceria
É o instrumento firmado entre o Poder Público e as organizações da sociedade civil de interesse público – Oscips, caracterizado como um vínculo de cooperação, fomento e execução de atividades de interesse público (art. 9º da Lei n. 9.790/99). 
Bastante similar ao contrato de gestão celebrado com as organizações sociais, o termo de parceria também constitui um instituto ligado à lógica da administração gerencial e do controle de resultados introduzida pela Reforma Administrativa decorrente da Emenda n. 19/98. 
4.12 – Parceria público-privada
Criadas pela Lei n. 11.079/2004, as parcerias público-privadas (PPPs) são um instrumento contratual concebido para incentivar o investimento privado no setor público, por meio da repartição objetiva dos riscos entre o Estado (parceiro público) e o investidor particular (parceiro privado). 
Trata-se de um tipo peculiar de contrato de concessão, bastante criticado pela doutrina por transformar o Estado em garantidor do retorno do investimento privado aplicado na parceria, tornando​-se atrativo por reduzir demasiadamente, para o contratado, os “riscos do negócio”. 
4.12 – Parceria público-privada
José dos Santos Carvalho Filho conceitua a parceria público-privada como o “acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa do setor privado com o objetivo de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e ganhos entre os pactuantes”
4.12 – PPP - características
São tipos especiais de concessão;
Por prazo determinado;
Objeto com valor superior a R$ 20.000.000,00;
Mediante prévia concorrência;
Compartilhamento de riscos;
Nas modalidades administrativa ou patrocinada.
Sendo pactuada a criação de uma sociedade de propósito específico.
4.12 – ppp - diretrizes
A Lei n. 11.079/2004 define sete diretrizes de observância obrigatória na celebração de PPPs (art. 4º): 
Eficiência no cumprimento das missões de estado e no emprego dos recursos da sociedade;
Respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução; 
4.12 – ppp - diretrizes
Indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do estado; 
Responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias; 
Transparência dos procedimentos e das decisões; 
Repartição objetiva de riscos entre as partes; 
Sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria.
4.12 – PPP - modalidades
Existem duas modalidades de parcerias público​-privadas previstas na legislação: 
a) concessão patrocinada: é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas, que envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária paga pelo parceiro público ao parceiro privado (art. 2º, § 1º, da Lei das PPPs). 
Essa contraprestação pecuniária complementar ao valor da tarifa é denominada subsídio, prêmio ou patrocínio e viabiliza mais rapidamente a amortização dos investimentos feitos pelo parceiro privado no caso de empreendimentos de alto custo. 
Essa dualidade de fontes de receita (tarifa + contraprestação) é a característica fundamental da concessão patrocinada. Na prática, utiliza-se essa modalidade de PPP para conceder ao parceiro privado serviços públicos “uti singuli”; 
4.12 – PPP -modalidades
b) concessão administrativa: é o contrato de prestação de serviços de que a administração seja usuária direta ou indireta (art. 2º, § 2º, da Lei n. 11.079/2004). 
Exemplo: O Estado de Minas Gerais vem utilizando a concessão administrativa para delegar a empresas privadas a administração de presídios. 
Importante destacar que, em qualquer caso, a contraprestação da Administração ao parceiro privado só pode ser paga após a disponibilização do serviço (art. 7º da Lei n. 11.079/2004), exceto se houver previsão no edital de aportes financeiros para realização da obra ou aquisição de bens reversíveis devendo, nesse caso, os repasses guardar proporcionalidade com as etapas efetivamente executadas.
4.13 – contrato de convênio
Convênio é o acordo administrativo multilateral firmado entre entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organizações particulares, visando a cooperação recíproca para alcançar objetivos de interesse comum a todos os conveniados. 
Segundo doutrina majoritária, a celebração de convênios sempre depende de prévia autorização legislativa. Mas o Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a obrigatoriedade dessa autorização legal por violar a independência dos Poderes.
4.14 – Contrato de credenciamento
Credenciamento é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público habilita qualquer interessado em realizar determinada atividade, sem necessidade de estabelecer competição. Normalmente, o credenciamento é utilizado para casos em que todos os interessados podem ser contratados diante da conveniência em disponibilizar a maior quantidade possível de prestadores da atividade credenciada. Exemplos: credenciamento de hospitais para o Sistema Único de Saúde – SUS; credenciamento de clínicas para realizar exame médico de habilitação em motoristas. 
Como o credenciamento não envolve competitividade entre os interessados, na celebração do contrato não se realiza procedimento licitatório. 
4.15 – Contrato de trabalhos artísticos
É o contrato celebrado pelo Poder Público visando a realização de obra de arte. Em regra, tal contratação exige prévio procedimento licitatório na modalidade concurso (art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93). Excepcionalmente, se o profissional do setor artísticofor consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, admite-se a contratação direta por inexigibilidade de licitação (art. 25, III, da Lei n. 8.666/93). 
4.16 – contrato de empréstimo público
Empréstimo público é o contrato por meio do qual a Administração Pública obtém recursos junto a instituições financeiras privadas para atender situações de emergência ou de peculiar interesse público. 
5 – formalização dos contratos administrativos
O formalismo moderado, é uma das características dos contratos administrativos, segundo a qual a Administração deve obedecer aos procedimentos previstos na legislação para formatação válida do ajuste. Algumas formalidades podem ser destacadas na Lei 8.666/1993:
a) realização de licitação, devendo ser acostada a minuta do contrato ao instrumento convocatório (art. 62, § 1.º);
b) forma escrita, salvo os ajustes para pequenas compras de pronto pagamento (art. 60, parágrafo único), bem como as hipóteses de boa-fé do contratado com o intuito de vedar o enriquecimento sem causa da Administração;
c) cláusulas necessárias (art. 55);
5 – formalização dos contratos administrativos
d) possibilidade de exigência de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, desde que tal exigência conste do instrumento convocatório, não podendo a garantia ser superior a 5% do valor do contrato, salvo na hipótese de contratações de grande vulto, com alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, quando a garantia pode ser de até 10% do valor do contrato (art. 56, caput, e §§ 1.º a 5.º);
e) arquivamento dos contratos administrativos em ordem cronológica e o registro de seus extratos (art. 60);
f) os contratos devem mencionar “os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais” (art. 61);
g) publicação na imprensa oficial dos contratos e seus aditamentos, ainda que de forma reduzida, que funciona como condição de sua eficácia (art. 61, parágrafo único) etc.
5 – formalização dos contratos administrativos
A formalização dos contratos administrativos pode ser feita de duas formas (art. 62 da Lei 8.666/1993):
a) instrumento contratual: necessário para os casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades, cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação;
b) desnecessidade de instrumento contratual: a minuta do contrato pode ser substituída, nos demais casos, por outros instrumentos hábeis (ex.: carta contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço), devendo constar desses instrumentos as cláusulas necessárias previstas no art. 55 da Lei de Licitações. Também é possível a substituição do termo contratual, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica (art. 62, § 4.º, da Lei de Licitações).
6 – cláusulas exorbitantes
Os contratos administrativos são caracterizados pelo desequilíbrio das partes, uma vez que as cláusulas exorbitantes, previstas no art. 58 da Lei 8.666/1993, conferem prerrogativas à Administração e sujeições ao contratado, independentemente de previsão editalícia ou contratual. São cláusulas exorbitantes: alteração unilateral, rescisão unilateral, fiscalização, aplicação de sanções e ocupação provisória.
6.1 – alteração unilateral
A Administração Pública pode alterar unilateralmente as cláusulas dos contratos administrativos para melhor efetivação do interesse público, respeitados os limites legais e de forma justificada (arts. 58, I, e 65, I, da Lei 8.666/1993). 
A alteração unilateral pode ser dividida em duas espécies:
a) alteração qualitativa (art. 65, I, a): alteração do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; ou
b) alteração unilateral quantitativa (art. 65, I, b): alteração da quantidade do objeto contratual, nos limites permitidos pela Lei.
6.1 – alteração unilateral - requisitos
a) necessidade de motivação;
b) a alteração deve decorrer de fato superveniente à contratação;
c) impossibilidade de descaracterização do objeto contratual (ex.: não se pode alterar um contrato de compra de materiais de escritório para transformá-lo em contrato de obra pública);
d) necessidade de preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato;
6.1 – alteração unilateral - requisitos
e) apenas as cláusulas regulamentares (ou de serviço) podem ser alteradas unilateralmente, mas não as cláusulas econômicas (financeiras ou monetárias), conforme previsão contida no art. 58, § 1.º, da Lei 8.666/1993 (ex .: a Administração pode alterar o contrato para exigir a construção de 120 casas populares, em vez de 100 casas, inicialmente previstas quando da assinatura do contrato; pode ser alterado contrato de pavimentação de 100 km de determinada rodovia para se estender a pavimentação por mais 10 km);
f) os efeitos econômicos da alteração unilateral das cláusulas regulamentares devem respeitar os percentuais previstos no art. 65, § 1.º, da Lei 8.666/1993: os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, não podem ultrapassar o equivalente a 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso específico de reforma de edifício ou de equipamento, o limite será de 50% para os seus acréscimos.
6.2 – Rescisão unilateral
A Administração Pública possui a prerrogativa de rescindir unilateralmente o contrato administrativo, sem a necessidade de propositura de ação judicial (art. 58, II, da Lei 8.666/1993).
As hipóteses que podem justificar a rescisão unilateral dos contratos administrativos estão elencadas no art. 78 da Lei 8.666/1993 e podem ser divididas em dois grandes grupos:
a) rescisão com culpa do particular (ex.: não cumprimento ou cumprimento irregular de cláusulas contratuais, subcontratação sem autorização da Administração); e
b) rescisão sem culpa do particular (ex.: caso fortuito ou força maior). A rescisão unilateral deve ser motivada, bem como precedida, de ampla defesa e de contraditório (art. 78, parágrafo único, da Lei).
6.3 - Fiscalização
A Administração Pública tem o poder-dever de fiscalizar a correta execução do contrato (art. 58, III, da Lei 8.666/1993).
Na forma do art. 67 da Lei 8.666/1993, a execução do contrato deve ser “acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição”. 
No exercício da fiscalização, o representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando, se for o caso, a regularização das faltas ou defeitos observados (art. 67, § 1.º, da Lei). 
6.4 – aplicações de sanções
A Administração possui a prerrogativa de aplicar sanções ao contratado no caso de inexecução total ou parcial do ajuste, respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa (art. 58, IV, da Lei 8.666/1993).
O art. 87 da Lei 8.666/1993 elenca as seguintes sanções administrativas, que devem ser aplicadas por meio do juízo de proporcionalidade do administrador a partir da gravidade da infração:
a) advertência (infrações leves);
b) multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato (infrações médias);
c) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração por até dois anos (infrações graves);
d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição (infração gravíssima).
6.5 – ocupação provisória
No caso dos serviços essenciais, a Lei autoriza o apossamento provisório dos bens móveis e imóveis, bem como a utilização de pessoal e de serviços do contratadoquando houver necessidade de apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, assim como na hipótese de rescisão do contrato administrativo (arts. 58, V, 79, I, e 80, II, da Lei 8.666/1993).

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