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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE Heterostraci Allana Santos Juliana Dallabona Renata Travassos Sabrina Maria Cardozo Joinville - SC 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…………………………………………... 2. DESENVOLVIMENTO………………………………….. 3. CONCLUSÃO………………………….………………... 4. ANEXOS………………………………………………..... 5. REFERÊNCIAS…………………………………………. INTRODUÇÃO Os Heterostraci compõem um grupo diversificado e interessante de peixes paleozóicos que ocupam uma posição importante na evolução dos vertebrados, próximo à origem do esqueleto mineralizado. Nos últimos 150 anos, começamos a construir uma imagem da biologia heterostracana, o que melhorou nossa compreensão da geografia e ecologia paleozóica e informou nosso conhecimento da evolução dos vertebrados com mandíbula. DESENVOLVIMENTO Heterostraci é uma subclasse de Pteraspidomorphi e compõem um grupo extinto de peixes sem mandíbula que viveram durante a era paleozóica, aproximadamente 440 a 359 milhões de anos atrás. Eram diversos, com cerca de 300 espécies, descritas a partir de sedimentos marinhos e fósseis provenientes, principalmente, da América do Norte, Europa e Sibéria. Os heterostracanos são caracterizados por uma armadura externa de placas distintas, compostas principalmente por osso e dentina (um componente de tecido duro dos dentes nos vertebrados). A maioria dos animais pode ser classificada em dois grupos principais, Cyathaspidiformes e Pteraspidiformes, que diferem em relação à estrutura, número e disposição de suas placas blindadas. Fósseis são mais raros de serem encontrados como esqueletos completos e ocorrem mais comumente como placas isoladas, por conta disso eles foram classificados incorretamente como conchas de moluscos ou crustáceos. Entretanto, em 1858, o biólogo inglês Thomas Henry Huxley examinou a estrutura microscópica dos fósseis e confirmou que eles pertenciam a um grupo extinto de vertebrados desconhecido. Morfologia geral A característica mais marcante dos heterostracanos é a cabeça, que é completamente fechada em grandes placas blindadas. A armadura da cabeça é geralmente fusiforme (larga no meio e afilada nas duas extremidades), embora em algumas espécies seja longa e fina ou achatada. As órbitas oculares são normalmente pequenas e posicionadas em direção à frente da cabeça. Têm um único par de aberturas branquiais externas. A abertura da boca é geralmente bastante pequena e é coberta por delicadas placas orais. A blindagem da cabeça é dividida nas regiões superior (dorsal), lateral (lateral) e inferior (ventral), que mostram variação no número e na disposição de suas placas compostas, essa variação fornece a base para a classificação. O corpo e a cauda dos heterostracanos são cobertos em pequenas escamas. A cauda é mais ou menos em forma de pá. Eles não possuem barbatanas dorsal ou anal, nem apêndices peitorais ou pélvicos. Têm 10 a 30 centímetros de comprimento, embora alguns heterostracanos do grupo Pteraspidiformes tenham crescido cerca de 1,5 metro. Esqueleto dérmico Muitos vertebrados têm uma camada óssea de escamas ou placas chamada esqueleto dérmico, que se desenvolve na pele a partir de um grupo específico de células, em Heterostraci há 3 camadas. A camada superior é feita de pequenos nódulos que são feitos de dentina. A camada do meio é caracterizada por grandes câmaras que alojam os vasos sanguíneos, são chamadas cancelas e são encerradas por paredes separadoras. A camada inferior é composta por folhas de aspidina. É penetrada por tubos ascendentes que abrigam os vasos sanguíneos, que conectam a camada do meio com o resto do corpo. Anatomia interna A anatomia interna do Heterostraci é conhecida principalmente por moldes internos, que fornecem impressões da superfície interna da armadura da cabeça. Essa evidência sugere que a heterostraci tinha dois canais semi-circulares verticais distintos no ouvido interno, que são importantes para detectar a rotação. O cérebro era pequeno e alongado. Os globos oculares eram pequenos e cônicos. O sistema olfativo era grande, que se assemelha ao sistema olfativo de vertebrados com maxilares vivos. Relações evolutivas: Os heterostracanos representam um clado de vertebrados que são caracterizados por possuir um único par de aberturas branquiais externas. São sem mandíbulas, como as lampreias, mas estão mais relacionados aos vertebrados com mandíbula vivos, com os quais compartilham várias características (sistema olfativo como já comentado), incluindo um esqueleto mineralizado. A maioria dos heterostracanos pertence a um dos dois principais grupos: os Cyathaspidiformes ou os Pteraspidiformes. Os pteraspidiformes incluem os pteraspídeos e os protopteraspídeos. Os pteraspídeos são melhor representados por formas como Errivaspis (Anexo 5), mas também incluem formas mais extremas, como Rhinopteraspis (Anexo5), em que a armadura da cabeça é longa e em forma de torpedo. Os psamósteides podem atingir mais de 1,5 metro e sobreviveram muito tempo depois que a maioria das outras espécies desapareceram. Os Cyathaspidiformes são melhor representados por Anglaspis (Anexo 6). Os heterostracanos anfifásicos têm um único protetor de cabeça achatada e fundida. Em algumas espécies, a parte frontal dessa armadura de cabeça em forma de pá é alongada em um tubo. Existem várias espécies de heterostracanos que não se encaixam facilmente nos grupos mencionados acima. Entre estes estão os heterostracanos em mosaico, como Tesseraspis, Kallostrakon e Lepidaspis. Esses animais são semelhantes em forma e estrutura aos heterostracanos mais típicos, mas sua armadura de cabeça é feita de pequenas placas de mosaico individuais, muito parecidas com as de outros peixes blindados antigos. Por esse motivo, eles foram interpretados como os heterostracanos mais primitivos. Outras espécies, incluindo Tolypelepis e Corvaspis, assemelham-se aos ciathaspídeos por terem um único escudo dorsal e ventral; no entanto, os escudos mostram um padrão de sulcos parecidos com dentes que os fazem parecer como se fossem compostos de muitas escamas separadas. A relação dessas espécies com os Cyathaspidiformes e Pteraspidiformes é atualmente pouco conhecida. Hipóteses As placas orais dos heterostracanos são bastante diferentes de qualquer estrutura em vertebrados vivos. Inúmeras hipóteses foram apresentadas para explicar o que os heterostracanos comiam e como eles comiam. Uma sugestão é que as placas orais funcionassem como uma colher para cavar o sedimento, outra é que as placas orais foram usadas como um sistema de filtração. Se esse fosse o caso, os heterostracanos poderiam ter usado sucção para capturar pequenos invertebrados enterrados no sedimento ou suspensos na água. As placas orais também foram comparadas com dentes, sugerindo que funcionassem como estruturas de morder, agarrar, usadas para se alimentar de presas maiores. Existem poucas evidências para apoiar qualquer uma dessas hipóteses, nosso conhecimento atual da biologia heterostracanos contradiz alguns dos métodos de alimentaçãopropostos. Uma técnica para testar essas hipóteses é examinar os padrões microscópicos de desgaste nas placas orais. Cada um dos métodos de alimentação propostos deve produzir um padrão diferente de desgaste, se as placas orais fossem usadas como uma colher as placas mostrariam arranhões. Um estudo realizado pelo paleontólogo Mark Purnell, da Universidade de Leicester, Reino Unido, mostrou que as placas orais em uma variedade de espécies heterostracanas são preservadas de forma primitiva, com poucas evidências de desgaste, essas placas são cobertas com minúsculas farpas delicadas que seriam destruídas se as placas orais tivessem sido usadas para morder ou raspar na vida. Portanto, as evidências microscópicas efetivamente falsificam todas as hipóteses de alimentação, exceto uma: os heterostracanos comem organismos microscópicos suspensos na água. Outro artigo, feito em 2017, apresentou as primeiras análises filogenéticas para combinar táxons pertencentes a Pteraspidiformes e Cyathaspididae. Eles testaram as relações apresentadas pelos heterostracanos superiores de Janvier (1996), que são grupos monofiléticos com uma relação de grupo irmão entre si. Foi constatado que Cyathaspididae é parafilética e Pteraspidiformes monofilética, inclusive Psammosteidae. E Anchipteraspididae foi considerado o grupo irmão dos Pteraspidiformes. CONCLUSÃO Por fim, concluímos que os Heterostraci são um grupo de animais ricamente interessantes, isto não só por causa da proximidade com a origem do esqueleto mineralizado, mas também, com sua importância filogenética. Estes animais também são úteis no estudo da Era Paleozoica, visto que a evolução de seus corpos combina com o ambiente da época. Ainda não se sabe tudo sobre os Heterostraci, por isso, é de suma importância que os animais deste grupo continuem sendo estudados, mesmo que estejam extintos, cada descoberta sobre eles, cruza com um ponto na história dos Vertebrados, ANEXO Anexo 1: Filogenia e exemplos de Heterostraci Anexo 2: Biólogo Thomas Henry Huxley Anexo 3: Placa isolada com fóssil de Belgicaspis crouchi Anexo 5: Árvore evolutiva dos heterostracanos. A: Tesseraspis; B: Lepidaspis; C: Drepanaspis; D: Errivaspis; E: Rhinopteraspis; F: Doryaspis; G: Eglonaspis; H: Ctenaspis; I: Torpedaspis; J: Anglaspis . Anexo 6: Desenho esquemático de um Anglaspis. REFERÊNCIAS A ORIGEM DOS PEIXES – DA Myllokunmingia ÀS PRIMEIRAS MANDÍBULAS. [S. l.], 18 mar. 2018. Disponível em <https://netnature.wordpress.com/2018/03/18/a-origem-dos-p eixes-da-myllokunmingia-as-primeiras-mandibulas/> KEATING, J.P. Foco fóssil: Heterostraci. Volume 3, Artigo 11. Paleontologia Online. Disponível em <https://www.palaeontologyonline.com/articles/2013/fossil-foc us-heterostraci/?doing_wp_cron=1590684503.225394964218 1396484375> Página do projeto da Web Árvore da Vida na Heterostraci. Disponível em < http://tolweb.org/Heterostraci/16904> Purnell, MA. Alimentando peixes heterostracanos sem mandíbula extintos e testando cenários de evolução precoce de vertebrados. Anais da Sociedade Real de Londres, 2002. doi: doi.org/10.1098/rspb.2001.1826 RANDEL, M. & SANSOM R.B. Relações filogenéticas dos 'heterostracanos superiores' (Heterostraci: Pteraspidiformes e Cyathaspididae), vertebrados extintos sem mandíbula. Revista Zoológica da Sociedade Linnean, Volume 181, Edição 4, 2017. https://doi.org/10.1093/zoolinnean/zlx025 Thomas Henry Huxley: Fisiólogo e naturalista inglês. Disponível em <https://educacao.uol.com.br/biografias/thomas-henry-huxley. htm>
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