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M E L I S S A L I M O E I R O E S T R A D A G U T A R R A Modos de operação de biorreatores Topicos: 1. Introdução 2. Operação descontínua 3. Operação descontínua alimentada 4. Operação Contínua Principais tipos de biorreatores para fermentação submersa • Biorreatores convencionais – tanques agitados • Biorreatores não-convencionais – air-lift ou coluna de bolhas, biorreatores com células imobilizadas e de membranas Podem ser operados de muitas maneiras Principais tipos de biorreatores para fermentação no estado sólido – Tipo bandeja – Leito fixo – Tambor agitado – Leito agitado – Leito fluidizado Geralmente são operados descontinuamente Por que? Quais as principais formas de operação dos biorreatores? Modos de operação - depende do microrganismo, do meio de cultivo e do produto Aumentar a produtividade, redução de custos de operação Existem muitas formas de condução, porém de um modo geral pode ser operado das seguintes formas: Descontínua com um inóculo por tanque com recirculação de células - reuso por cortes Semi-contínuo sem recirculação de células com recirculação de células - reuso Descontínuo alimentado sem recirculação de células com recirculação de células - reuso Contínuo executado em um reator (com ou sem recirculação de células – retenção celular) executado em vários reatores (com ou sem recirculação de células – retenção celular) “Colheita” Tempo Também referida como batelada É um sistema fechado. Recebe no inicio do processo, o inóculo contendo uma concentração celular adequada e o meio de cultura contendo concentração adequada de nutrientes não havendo adição durante processo, nem retirada de produto. Operação descontínua Operada com um inóculo por tanque – chamado de batelada simples Modo mais seguro para manutenção da assepsia O conhecimento da cinética do processo em batelada simples é essencial para o desenvolvimento de outros modos de condução. Ambiente altamente variável no interior do biorreator ao longo do tempo. Operado com recirculação de células - com reaproveitamento de inóculo. A separação das células é feito por centrifugação ou sedimentação dentro do próprio biorreator Evita a necessidade de preparar um novo inóculo para cada batelada – redução de custos e de tempo para alcançar altas concentrações celulares no reator Deve-se levar em consideração a manutenção da assepsia e viabilidade e estado fisiológico das células Operação por meio de cortes É realizado a partir da divisão do meio fermentado da dorna inicial para uma outra sendo posteriormente completado o volume com meio de cultivo. O uso prolongado de cortes pode causar perda de rendimento. Vantagens dos métodos descontínuos: Menores risco de contaminação que o processos contínuos – menor manipulação. Melhor controle da estabilidade genética do micro- organismo Desvantagens dos métodos descontínuos : Baixos rendimentos e produtividade quando o substrato adicionado de uma só vez exerce efeito de inibição, repressão ou desvia o metabolismo para outros produtos Apresenta tempos mortos – tempos em que o biorreator não esta sendo usado para produção. Cinética de crescimento, consumo de substrato e formação de produto em sistemas descontínuos µx = 1 . dX X dt µs = 1 . dS X dt µp = 1 . dX X dt Calculo das velocidades específicas: Nota-se que as velocidades mudam ao longo do tempo – variação nas condições – estado fisiológico das células, pH, temperatura, concentração de substratos, presença de inibidores importância da medida de crescimento na fase exponencial onte µ é máximo. Também referida como batelada alimentada. Recebe o inóculo (10 a 20%) e parte do meio de cultivo no inicio do processo - ocorre a adição de nutrientes ao longo do processo sem ocorrer retirada do meio fermentado até o preenchimento do volume útil do biorreator. F Tempo “Colheita” F F Operação descontínua alimentada Pode ser alimentado um ou mais nutrientes ou com o meio de cultivo completo. A alimentação pode ser constante ou intermitente A vazão de alimentação pode ser constante ou não. Assim como na batelada simples o inóculo pode ser reaproveitado. Ou ainda parte do fermentado pode ser retirado dando-se inicio a uma nova alimentação. Aplicações: Manter a concentração de substrato constante para estender o processo e a síntese do produto Útil para minimizar os efeitos de repressão catabólica causada por fontes de carbono facilmente assimiláveis - produção de enzimas relacionadas ao metabolismo de outras fontes de carbono. Deslocamento do metabolismo. Exemplo: produção de levedura de panificação. Alimentação com baixa concentração de glicose deslocando o metabolismo da levedura para respiração aeróbia e não fermentação – maior crescimento celular Evitar a desrepressão de proteases que pode ocorrer com a escassez de nitrogênio. Alimentação de nitrogênio. Obtenção de produto não associado ao crescimento. Condução em duas fases: altas concentrações de substrato (crescimento celular) e baixas concentrações de substrato, apenas suficiente para estender as condições ideais para síntese do produto. Pode evitar que se trabalhe com nutrientes ou precursores em concentrações inibitórias Permite explorar aspectos cinéticos do processo para maximizar a formação do produto Importante conhecer a velocidade de consumo do substrato em batelada simples para determinar a vazão de alimentação pode controlar a velocidade de crescimento reduzindo a concentração de produtos tóxicos no meio. Outra vantagem – apresenta menor risco de contaminação, mutação e instabilidade de genes heterólogos que o sistema em contínuo. Cinética de crescimento, consumo de substrato e formação de produto em sistemas descontínuos alimentado A concentraçao de célula (X) nao depende só da massa de célula mas também da variaçao de volume na dorna Velocidade específica de crescimento Levando-se em consideração que a concentração celular depende da velocidade específica de crescimento (µ) e da vazão específica de alimentação (D), temos: dX = (µ - D) . X sendo D = F/V dt F= vazão volumétrica de alimentação Se não houver variação na concentração celular no decorrer de um determinado tempo da curva (dX=0) , então µ = D dt V=Vi+F*t D decresce com o tempo Velocidade específica de consumo de substrato A velocidade de consumo de substrato em determinado tempo pode ser calculado pela equação: dS = D . (Sm - S) – μs X dt Onde: μs = Velocidade específica de consumo de substrato Sm = concentração de substrato no meio de alimentação S = concentração de substrato residual no fermentador Velocidade específica de formação de produto A velocidade específica de formação de produto (µp) em determinado tempo pode ser calculado pela equação: dP = µp . X – D.P dt Onde: X = concentração de celular no fermentador P = concentração de produto no fermentador D = vazão específica de alimentaçãoOperação semi-contínua Ocorre a retirada do meio fermentado (30 a 60%) e preenchimento de reator em uma vazão muito elevada – preenchimento instantâneo. Após período de incubação o procedimento é repetido. Difere do contínuo pois a o fluxo de entrada e saída são intermitentes. A porcentagem de meio fermentado retirado afetará a produtividade. Dificuldade de proceder o preenchimento instantâneo para reatores em larga escala – poucas aplicações industriais Sistema aberto onde o meio estéril é adicionado a uma vazão constante e o meio cultivado é retirado na mesma vazão (volume constante). Geralmente apresentam maiores produtividades- em virtude da reduçao de tempos mortos. Operação em estado permanente: concentração de célula, de substrato limitante e de produto permanecem constante ao longo do tempo de operação Operação contínua Pode ser com ou sem reciclo de células contínuo com reciclo de células: permite a obtenção de altas concentrações celulares, mesmo para organismos com altos tempo de duplicação. Equipamentos para separaçao das células: sedimentadores, centrifugas, membranas. Outra modalidade: contínuo operado em vários reatores: Permite estabelecimento de diferentes condiçoes em cada reator - comum em tratamento de efluentes. • Vantagens – inexistência de tempos improdutivos, permanecendo o equipamento muito mais tempo em operação – as operações que antecedem e sucedem o processo podem ser realizadas continuamente – possibilidade de instrumentação e controle do processo, reduzindo os custos de mão-de-obra – maior uniformidade do produto – as condições ambientais são constantes, facilitando o estudo de diferentes parâmetros sobre o crescimento celular e a produtividade • Desvantagens – riscos de contaminação ou problemas de degenerescência do agente (ex.: mutação) – Maior investimento inicial – Dificuldade de manter a homogeneidade no reator quando se trabalha com vazões baixas ou quando o agente é um fungo filamentoso – Dificuldade de operar continuamente quando o agente adere a parede do reator e acessórios ou forma espuma Exemplos de aplicações industriais – produção de etanol e tratamento biológico de efluentes Operação: Inicia como uma batelada simples. A retirada de meio fermentado e alimentação deve iniciar quando a concentração da biomassa for mais alta possível – cultivo em fase exponencial. O estabelecimento do estado permanente depende principalmente da vazão empregada. F “Colheita” contínua, contendo biomassa Batelada inicial Tempo • Contínuo simples Velocidade específica de crescimento Levando-se em consideração que a concentração celular depende da velocidade específica de crescimento (µ) e da vazão específica de alimentação (D), temos: dX = (µ - D) . X sendo D = F/V dt Para o estabelecimento do estado permanente, não deve haver variação na concentraçao celular no decorrer de um determinado tempo da curva (dX=0) , entao µ = D dt Para obter altas produtividades é preciso conhecer a relação entre μ e a concentração de substrato limitante – equação de Monod. μ = D = μmax .S Ks + S Quando D = μmax observa-se Ks é igual a zero e que não se observa mais consumo no reator. Velocidade específica de formação de produto Considerando a equação abaixo, e levando-se em conta que no estado permanete dP/dt = 0: dP = µp . X – D.P µp . X = D.P dt Onde: X = concentração de celular no fermentador P = concentração de produto no fermentador D = vazão específica de alimentação A concentraçao de produto irá depender também do tipo de cinética - relaçao µp e µx Velocidade específica de consumo de substrato Considerando a equação abaixo, e levando-se em conta que no estado permanente dS/dt = 0: dS = D . (Sm - S) – μs X D . (Sm - S) = μs X dt Onde: μs = Velocidade específica de consumo de substrato Sm = concentração de substrato no meio de alimentação S = concentração de substrato residual no fermentador F “Colheita” contínua, isenta de biomassa Batelada inicial Tempo • Contínuo com reciclo celular Pode ser com reciclo celular interno ou externo Velocidades específicas – reciclo interno Levando-se em consideração o fator de perda de células (A), temos: dX = µ.X – A.D.X estando A entre 0 e 1 dt Para o estabelecimento do estado permanente, não deve haver variação na concentraçao celular no decorrer de um determinado tempo da curva (dX=0) , entao µ = AD dt As equações para substrato e produto serão as mesmas Velocidades específicas – reciclo externo µ = BD Onde: B = 1- a. g 1 – a a = fração do liquido que é reciclado g = Fator de incremento da conc. Celular (g>1) As equações para substrato e produto serão as mesmas 0.1 1 10 100 0 5 10 15 20 25 Time (days) Xv (1 0^ 6 ce lls /m L) . Batch Fed-batch Continuous Perfusion Comparação entre as formas de operação
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