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O MERCADO DA SAÚDE resenha

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Resenha Crítica de Caso
Rebeca Rangel de Almeida Botelho
Trabalho da disciplina A Lógica do Cuidado na ESF: Adulto e Idoso
 
 Tutor: Prof. Ismael da Silva Costa
São Fidélis/RJ 
2020
O MERCADO DA SAÚDE
Referências: BOWER, J. L.; NORRIS, M. O mercado da saúde. Havard Business School, fevereiro, 2012.
O artigo proposto pelo tutor, escrito por Joseph L. Bower e Michael Norris, que discorre sobre o mercado da saúde também versa sobre a estrutura e funcionamento do mesmo, além de descrever as formas que o serviço de assistência médica, terapêutica e farmacêutica é prestado com ênfase nos serviços de saúde dos Estados Unidos. O texto examina questões sobre prestação de serviços de boa qualidade por um custo baixo. 
Existe uma gama de fatores que podem agravar a saúde da população, entre elas estão os fatores genéticos, a localização geográfica – incluindo as condições de moradia e saneamento básico – o nível de escolaridade, a alimentação, uso de drogas, saúde mental e práticas desportivas. Tais fatores são imprescindíveis no momento do rastreio e diagnóstico de uma doença, porém no cenário em questão são ignorados, pois neste mercado de saúde os serviços são voltados para a cura da doença existente.
No mercado, de forma geral, existem incontáveis produtos selecionados para o tratamento de doenças e demais problemas relacionados à saúde, sendo que uma grande parte está acessível à população, portanto podem ser comprados e consumidos sem a necessidade de prescrição por um profissional.
O mercado da saúde pode ser entendido como uma rede interligada onde uma série de eventos é desencadeada conforme a suscetibilidade da população a acidentes e doenças. O primeiro evento dessa rede é o diagnóstico. Na maioria dos casos o diagnóstico é feito pela própria pessoa, mas nem sempre ele evolui da forma esperada tornando-se necessário a utilização dos serviços de saúde. A partir disso, dependendo da complexidade do caso, o tratamento poderá ser feito com analgésicos em casa ou até com uma prótese, além disso, nos casos mais complexos, pode ser necessário o uso dos serviços e redes de apoio a saúde para o resto da vida, como no caso de tratamentos paliativos, quando a cura não é possível. 
De forma geral no mercado se lida com oferta e procura de serviços, na saúde não é diferente. No caso da saúde eles fornecem o diagnóstico e tratamento para traumas e enfermidades que possam atingir os indivíduos. Como citado anteriormente o diagnóstico, na maioria das vezes, é feito pelo próprio cliente, familiares ou amigos, quando a automedicação não é suficiente para eliminar os sintomas o cliente passa a procurar um profissional para orientá-lo e tratar a enfermidade. O tratamento sempre é feito pelo profissional que fechou o diagnóstico da doença. Entretanto, antes de se iniciar o tratamento é necessário atender o cliente de forma integral baseado numa visão holística do mesmo.
A indústria está centralizada em um grupo de prestadores de serviços preventivos tais como vacinação e check-ups simples, o grupo que oferece diagnósticos para situações simples e encaminhamento para especialistas nos casos mais graves, além das clínicas que cuidam de situações mais específicas, além dos hospitais de reabilitação e as clinicas de tratamentos paliativos. Existe uma gama de profissionais envolvidos diariamente no mercado da saúde e no seu funcionamento. Entre eles estão os médicos, enfermeiros, representantes de indústrias farmacêuticas, dispositivos médicos e serviços e os que financiam a indústria.
No artigo há uma menção sobre cada profissional atuante nesse mercado dando ênfase ao profissional de medicina onde relata sua renda anual, que pode chegar a 200.000 dólares, em média, visto que o custo de sua formação é elevado. 
Recentemente houve uma mudança nos Estados Unidos relacionada ao mercado de saúde, onde passou-se a incluir, no setor dos cuidados primários a saúde, os profissionais de enfermagem em clinicas denominadas “clínicas de cuidado”, fornecendo acesso facilitado aos cuidados de prevenção. 
O texto traz a gestão do prontuário do cliente, que consiste em histórico familiar e individual do paciente além das medicações em uso, como parte crítica. O autor traz um parecer desfavorável em relação ao prontuário eletrônico, já que antes dele era possível que cada médico tivesse suas anotações individualizadas em relação ao paciente. 
Os hospitais, no país em questão, estão divididos em departamentos focados em grupos de doenças. Sendo administrados por médicos, entretanto o cenário vem mudando e tem se tornado comum que gestores profissionais -não médicos - tem os administrado. 
Após abordar esse tema o autor traz a história da gestão hospitalar. Antigamente os hospitais norte americanos e europeus eram fundados por um cidadão local rico e depois patrocinados pelo governo local. Nos EUA os hospitais tradicionais são instituições sem fins lucrativos, geralmente financiados por instituições religiosas. Tais hospitais estão isentos de impostos, por terem caráter beneficente, porém oferecem o mínimo de serviços médicos gratuitos. 
Antigamente os pacientes arcavam com todo o custo do tratamento ou esperavam que os outros fizessem caridade e pagassem suas contas médicas, até que o governo federal e estadual começou a pagar e oferecer serviços de saúde. 
Em 1940 e 1950 foi criado pelo governo nacional o Instituto Nacional da Saúde, esse instituto contribuiu para maior participação do governo americano no setor da saúde. Entretanto, a associação que representa os médicos americanos é contra a intervenção do governo na medicina. 
O fornecimento de suprimentos e medicamentos usados nas unidades de assistência médica tornou-se um dos ramos mais lucrativos nos EUA, a indústria farmacêutica que antes comercializava seus produtos prioritariamente através da distribuição de amostras de novos produtos e visitas em consultórios, clinica e hospitais hoje faz uso dos meios de comunicação e tecnologia aplicadas à pesquisa como diferencial nos negócios. 
O mercado da saúde ainda abrange os dispositivos médico-hospitalares, os equipamentos e instrumentos, mobília específica, suprimentos e insumos, material de limpeza, vestimenta, esterilização etc. 
Diante de tais considerações pode-se inferir sobre as diferenças entre os mercados de saúde de diferentes países e sua relação com a qualidade dos serviços prestados, tanto na rede pública e privada.
A partir disso conclui-se que o desempenho do setor da saúde dos EUA, embora possua grande abrangência e alta capacidade, é baixo se comparado ao desempenho de outros países ou a saúde local. O sistema é excludente e pessoas de baixa renda que não possuem planos ou não podem arcar com o custo tem acesso limitado ao sistema. Os que perderam seus empregos também perdem seus planos e não podem arcar com os custos. A qualidade dos serviços é desigual, afinal muito se investe em saúde e a qualidade e abrangência são baixas. Além disso, apesar dos gastos exorbitantes na saúde a expectativa de vida no país é, em média, 78 anos.

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