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Teratogênese- Diabetes Mellitus Helena Corrêa Machado - Biomedicina, UFCSPA Embriologia - Prof.ª Fernanda Lopes de Souza INTRODUÇÃO Defeitos, malformações ou anomalias congênitas são sinônimos utilizados para descrever distúrbios estruturais, comportamentais, funcionais e metabólicos existentes por ocasião do nascimento. Um dos termos utilizados para descrever o estudo desses distúrbios é a teratologia. Os defeitos congênitos dividem-se em três categorias: aqueles causados por fatores ambientais (15%), aqueles causados por fatores genéticos (30%) e aqueles causados por uma interação do ambiente com uma suscetibilidade genética da pessoa (55%). Vários agentes e fatores genéticos comprovadamente causam malformações congênitas, e aproximadamente 3% de todos os recém-nascidos vivos terão um defeito congênito. A suscetibilidade aos teratógenos varia com o estágio do desenvolvimento no momento da exposição. O período mais sensível à indução de defeitos congênitos é entre a terceira e a oitava semanas de gestação, conhecido como período da embriogênese (teratogênico) mas, em estágios mais iniciais ou mais tardios, o feto também é suscetível, de modo que nenhum período da gestação é completamente seguro. Os teratógenos podem ser agentes infecciosos como rubéola e toxoplasmose; agentes físicos como raio X; agentes químicos como opioides, inibidores da enzima conversora da angiotensina e álcool; assim como podem ser hormonais, como diabetes mellitus (DM), a qual iremos analisar um pouco mais a fundo. DIABETES MELLITUS: MANIFESTAÇÕES DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Resumidamente DM é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose transformando-as em energia para manutenção das células do nosso organismo. DM pode ser dividida em quatro grandes grupos: DM tipo 1, condição em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, tipo 2, onde o corpo não produz insulina ou cria resistência a ela, existe ainda outros tipos de diabetes (como o LADA-diabetes autoimune latente do adulto- e o MODY-diabetes de jovens com início da maturidade) e o diabetes mellitus gestacional (DMG) que é um tipo de DM em que a hiperglicemia surge em decorrência da gestação. O que ocorre na gravidez de diferente e que provoca o aumento da glicose é que diversos hormônios como o lactogênio placentário, o cortisol, hormônio do crescimento, a progesterona e a prolactina. Ao se elevarem, esses hormônios induzem ao aumento da resistência à ação da insulina. Para tentar compensar a elevação dos hormônios, no pâncreas há um crescimento das células que produzem insulina; porém, nas mulheres que desenvolvem DMG esse mecanismo compensatório não consegue sobrepor a resistência insulínica. Faz-se, então, um diabetes relacionado à condição da gravidez. Pessoas que desenvolvem DMG correm maior risco de desenvolver DM do tipo 2 posteriormente. Na maioria dos casos, não há nenhum sintoma. Um exame de glicemia durante a gestação é usado para o diagnóstico. As estratégias de tratamento incluem monitoramento diário de glicemia, uma dieta saudável, exercícios físicos e observação do bebê. Se a glicemia estiver muito elevada, será necessário utilizar medicamentos. Entre as consequências da DM estão malformações diversas; defeitos cardíacos e do tubo neural. Distúrbios do metabolismo de carboidratos durante a gravidez (DM) causam alta incidência de natimortos, mortes neonatais, recém-nascidos macrossômicos e malformações congênitas. O risco de anomalias congênitas em filhos de mulheres com DM pré- gestacional seja do tipo 1 ou do tipo 2 é três a quatro vezes o de filhos de não diabéticas. O aumento do risco ocorre para uma ampla gama de malformações, que incluem defeitos do tubo neural e defeitos cardíacos congênitos. Também há um risco maior de disgenesia caudal, que consiste em uma má formação de alguma estrutura do corpo devido à falta de mesoderme no período embrionário. O controle rigoroso dos níveis maternos de glicose antes da concepção e ao longo de toda a gestação reduz a ocorrência de malformações. O risco de defeitos congênitos associados ao DMG é menos claro, visto que o início do DMG ocorre geralmente após o período crítico para a indução de defeitos estruturais congênitos (3 a 8 semanas de gestação), alguns pesquisadores sugeriram que qualquer risco aumentado observado seja decorrente do fato de que algumas mulheres diagnosticadas DMG provavelmente já tinham DM antes da gravidez, mas não haviam sido diagnosticadas. CONCLUSÃO Portanto, com base no que foi visto, é indiscutível a importância do pré-natal, acompanhamento médico que toda gestante deve ter durante toda a gravidez, onde são realizados exames laboratoriais que visam identificar e tratar doenças que podem trazer prejuízos à saúde da mãe ou da criança. Para que dessa forma as anomalias congênitas causadas por DM e outro teratógenos sejam evitadas. https://drasuzanavieira.med.br/2016/02/02/lada/ https://drasuzanavieira.med.br/2015/02/25/diabetes-monogenico-mody/ https://drasuzanavieira.med.br/2020/04/14/hormonios-na-gravidez/ https://drasuzanavieira.med.br/2018/05/07/hiperprolactinemia-macroprolactina-e-prolactinoma/ https://drasuzanavieira.med.br/2017/08/05/dosagem-de-insulina/ REFERÊNCIAS SADLER, T.W. Langman Embriologia Médica. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Thomas CC, Philipson LH. Update on diabetes classification. Med Clin North Am. 2015;99(1):1-16. doi:10.1016/j.mcna.2014.08.015 Chanson P, Salenave S. 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