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Alteraçoes SNA x Osteopatia

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Tese para a obtenção do diploma 
em osteopatia. 
Tribunal Internacional de 19 de 
março de 2009 
 
Presidente do Tribunal: Francisco Alburquerque-Sendín, PhD 
D.O. MRO 
 
Miembros do Tribunal: Laura Legal, D.O. MRO 
 Juan José Boscá Gandía, D.O. MRO 
 Ángel Burrel-Botaya, D.O. MRO 
 Philipe Septanil, D.O. MRO (Br) 
 
 
SEFO – E.O.M. 
 
 
 
“ALTERAÇÃO DA ATIVIDADE DO SNA 
ATRAVÉS DE TÉCNICAS 
OSTEOPÁTICAS” 
 
Autor: Paulo Roberto Dobruski 
Diretor de Tese: François RICARD D.O- MRO 
 
 
Escuela de Osteopatía de Madrid 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 2 
D. François Ricard, Professor D.O.- MRO 
 
CERTIFICA: 
 
Que o estudo realizado para a obtenção do D.O. Internacional titulado: 
 
“ALTERAÇÃO DA ATIVIDADE DO SNA ATRAVÉS DE TÉCNICAS 
OSTEOPÁTICAS” 
 
Foi realizado baixo nossa direção pelo C.O. D. Paulo Roberto Dobruski, 
em, 2008 e 2009. 
 
que a nosso entender, o mencionado estudo, reúne os requisitos 
necessários para que o autor possa optar ao D,O Internacional. 
 
E para que aquí conste, firmo o presente certificado em ______a 
________. 
 
 
Fdo. 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 3 
 
 
 
 
Agradecimentos: 
 
 
Agradeço a Luiz Henrique Kaiser, sem sua disponibilidade e ajuda, creio que não 
teria sido possível a realização deste trabalho. 
 
Agradeço à Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro por ter 
permitido a minha presença como civil em suas dependências e ainda ter 
colaborado cedendo os voluntários, o local e as pessoas que me ajudaram na 
coleta dos dados. 
 
A estas pessoas que me ajudaram; 2º Sargento Antônio Chaves da Silveira Júnior, 
3º Sargento Fernanda de Sena Maria, Cabo Márcio Francisco Ribeiro e Cabo 
Nardan Vargas de Paulo e novamente ao Subtenenete Luiz Henrique Kaiser. 
 
Agradeço a Afonso Shiguemi Salgado, que teve muita paciência com minhas 
dúvidas e que me propiciou a oportunidade de adentrar e aprofundar meus 
conhecimentos em SNA. 
 
Agradeço a Jaime Caramassa, que me possibilitou a coleta da grande maioria dos 
artigos citados neste trabalho. 
 
Agradeço a Cristian Shiraishi por sua paciência e vontade em ajudar. 
 
Agradeço a Paulo Koeke, que me estimulou, me deu força e me ajudou na 
formatação deste trabalho. 
 
A Fellipe Amatuzzi, que em boa hora me ajudou muito com questões 
metodológicas e estatísticas para o término deste trabalho. 
 
Agradeço a Lucas Proença por sua disposição em fazer as traduções necessárias. 
 
Agradeço a François Ricard, pela confiança, apoio e auxílio neste trabalho. 
 
Agradeço à EOM por sua confiança em meu trabalho, permitindo fazer parte do 
corpo docente desta maravilhosa escola. 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 4 
1. INDICE 
 
1 Indice ______________________________________________________________ 4 
2 Resumo _____________________________________________________________ 8 
3 Abstract ____________________________________________________________ 10 
4 Introdução __________________________________________________________ 11 
 4.1 Estado atual do problema ____________________________________________ 12 
 4.2 Revisão anatômica e fisiológica ________________________________________ 20 
 4.2.1 Generalidades sobre o SNA ________________________________________ 20 
 4.2.2 Anatomia do SNA Simpático _______________________________________ 22 
 4.2.3 Fisiologia do SNA Simpático _______________________________________ 25 
 4.2.4 Funções do SNA ________________________________________________ 28 
4.3. Disfunção somática e facilitação medular _________________________________ 33 
4.4 Avaliação do SNA ___________________________________________________ 38 
 4.4.1 Análise da taxa cardíaca e variabilidade da freqüência cardíaca ______________ 39 
 4.4.2 Nerve Express __________________________________________________ 40 
4.5 Algometria _________________________________________________________ 48 
4.6 Justificativa do estudo ________________________________________________ 49 
5 Hipótese e ebjetivos ___________________________________________________ 54 
 5.1 Hipótese _________________________________________________________ 54 
 5.2 Objetivos ________________________________________________________ 54 
 5.2.1 Objetivos gerais _________________________________________________ 54 
 5.2.2 Objetivos específicos _____________________________________________ 55 
6 Voluntários, materiais e métodos _________________________________________ 56 
 6.1 Desenho _________________________________________________________ 56 
 6.2 Voluntários _______________________________________________________ 56 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 5 
 6.2.1 Critérios de inclusão _____________________________________________ 56 
 6.2.2 Critérios de exclusão _____________________________________________ 57 
 6.3 Randomização ocultação dos dados ____________________________________ 59 
 6.4 Grupos de estudo __________________________________________________ 60 
 6.5 Tratamentos aplicados _______________________________________________ 60 
 6.5.1 Grupo experimental _____________________________________________ 60 
 6.5.2 Grupo controle placebo ___________________________________________ 61 
 6.5.3 Tratamentos concomitantes ________________________________________ 61 
 6.6 Variáveis _________________________________________________________ 62 
 6.6.1 Independentes __________________________________________________ 62 
 6.6.2 Dependentes ___________________________________________________ 62 
 6.7 Cálculo do tamanho da amostra _______________________________________ 63 
 6.8 Descrição das técnicas de coleta de dados e procedimento ___________________ 63 
 6.8.1 Pressão arterial e freqüência cardíaca _________________________________ 64 
 6.8.2 Algometria _____________________________________________________ 64 
 6.8.3 Aanálise quantitativa da atividade do SNA _____________________________ 65 
 6.8.4 Manobras _____________________________________________________ 66 
 6.8.4.1 Grupo controle placebo ________________________________________ 67 
 6.8.4.2 Grupo experimental ___________________________________________ 68 
 6.8.5 Aparelhos para medição __________________________________________ 69 
 6.8.5.1 Esfigmomanômetro ___________________________________________ 69 
 6.8.5.2 Algômetro __________________________________________________ 70 
 6.8.5.3 Nerve Express _______________________________________________ 71 
 6.8.6 Avaliadores ____________________________________________________ 72 
 6.9 Medição dos resultados ______________________________________________ 73 
 6.9.1 Pressão arterial e freqüência cardíaca _________________________________ 73 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 6 
 6.9.2 Algometria _____________________________________________________ 74 
 6.9.3 Análise quantitativa da atividade do SNA _____________________________ 75 
 6.10 Procedimento de obtenção de dados ___________________________________ 76 
 6.11 Análise estatística __________________________________________________ 77 
 6.11.1 Objetivos ____________________________________________________ 77 
 6.11.2 Metodologia __________________________________________________ 78 
 6.11.3 Níveis de significação ___________________________________________ 80 
 6.12 Manejo dos dados _________________________________________________ 81 
 6.13 Considerações éticas _______________________________________________ 81 
7 Resultados ___________________________________________________________ 82 
 7.1 Característicasiniciais dos grupos ______________________________________ 82 
 7.2 Analise descritiva ___________________________________________________ 83 
 7.2.1 Variáveis independentes __________________________________________ 83 
 7.2.1.1 Variáveis independentes do grupo I ______________________________ 83 
 7.2.1.2 Variáveis independentes para o grupo II __________________________ 84 
 7.3 Comparação entre as variáveis do estudo ________________________________ 85 
 7.3.1 Testes comparativos para as variáveis dependentes do grupo I _____________ 85 
 7.3.11 Valores da avaliação __________________________________________ 86 
 7.3.12 Valores do Nerve Express _____________________________________ 86 
 7.3.2 Testes comparativos para as variáveis dependentes do grupo II _____________ 88 
 7.3.2.1 Valores da avaliação __________________________________________ 88 
 7.3.2.2 Valores do Nerve Express _____________________________________ 89 
 7.3.3 Testes comparativos para as médias das variáveis entre os dois grupos ________ 91 
 7.3.3.1 Média da diferenças dos valores da avaliação entre os grupos ___________ 91 
 7.3.3.2 Média da diferenças dos valores do Nerve Express entre os grupos ______ 92 
 7.4 Comparação entre as variáveis com relação ao procedimento para o grupo II ______ 94 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 7 
 7.4.1 Valores da avaliação ______________________________________________ 94 
 7.4.2 Valores do Nerve Express _________________________________________ 95 
8 Discussão ___________________________________________________________ 97 
9 Conclusão ___________________________________________________________ 105 
10 Índice de figuras, fotos e quadros ________________________________________ 107 
11 Índice de tabelas _____________________________________________________ 108 
12 Índice de abreviaturas _________________________________________________ 109 
13 Apêndice 1: Termo de consentimento _____________________________________ 111 
14 Apêndice II: Ficha de avaliação __________________________________________ 112 
15 Apêndice III: Certificado de calibração do algômetro _________________________ 113 
16 Referências bibliográficas ______________________________________________ 114 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 8 
2. RESUMO 
 
INTRODUÇÃO: Praticamente todas as doenças crônicas possuem como 
característica comum a alteração no funcionamento do Sistema Nervoso 
Autônomo (SNA), denominado Disautonomia. 
Entre as causas mais comuns de disautonomia, estão estímulos internos 
ou externos constantes como uma doença física, estresse ou tensão 
emocional. 
OBJETIVOS: O propósito deste estudo é verificar se existe alguma 
alteração no estado basal da atividade do SNA através da técnica de 
decoaptação global da região torácica média, denominada Lift Off. 
PACIENTE, MATERIAL E MÉTODO: se realizou um ensaio clínico 
randomizado, com 60 voluntários adultos jovens saudáveis e 
assintomáticos, todos do sexo masculino entre 19 e 42 anos. Se 
mensurou os dados vitais de PA, FC, através de um esfigmomanômetro 
digital (Onrom), a sensibilidade dos processos espinhosos de T6, T9 e 
T12 através de um algômetro (FDX-50) e a atividade do SNA através do 
aparelho Nerve Express. 
RESULTADOS: se obteve uma diminuição do limiar doloroso do 
processo espinhoso de T6 (p= 0,040) em favor do grupo experimental, 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 9 
sendo que os outros dados como os dados vitais nem para a atividade do 
SNA, não tiveram mudança significativa. 
CONCLUSÃO: a técnica global em decoaptação da região torácica 
média, não muda o estado da atividade do SNA. 
PALAVRAS CHAVE: SNA, disautonomia, Lift Off, algômetro, Nerve 
Express. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 10 
3. ABSTRACT 
 
 
Introduction: Most chronic diseases have as common characteristic a 
malfunction of the autonomic nervous system (ANS) called 
dysautonomia. 
Among common causes of dysautonomia are internal or external stimuli 
like physical illness, stress or emotional tension. 
 
Objectives: The purpose of this study is to identify if there is any change 
in basal activity of the ANS through a technique of decoaptation of the 
mid-thoracic region known as Lift Off. 
 
Subjects, Materials, and Methods: A randomized clinical trial with 60 
healthy and asymptomatic young volunteers, all males between 19 and 
42 years of age was performed. The following measurements were taken: 
vital signs, including blood pressure (BP) and heart rate (HR) using a 
digital blood pressure monitor (Onrom), sensitivity to pain produced by 
pressure of T6, T9, and T12 spinous processes using an algometer (FDX-
50), and the ANS activity using a Nerve Express (fully automatic, 
computer-based system designed for quantitative assessment of the ANS 
based on heart rate variability). 
 
Results: there was a decrease in pain threshold in T6 spinous process (P 
= 0.040) in favor of the experimental group; however, no significant 
changes were observed in vital signs or ANS activity. 
 
 Conclusion: the technique of decoaptation of the mid-thoracic region 
does not change ANS activity. 
 
Key words: ANS, dysautonomia, Lift Off, algometer, Nerve Express. 
 
 
 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 11 
4. INTRODUÇÃO 
 
Muito se fala das reações reflexas metaméricas das manipulações 
articulares com cavitação articular (1,2,3,4) e das reações que ocorrem; 
uma excitação do SNA simpático (SNS) (5,6,7) ou até ação alguma na 
realização das técnicas (8). 
Os estudos já realizados procuraram de certa forma dar maior atenção 
aos efeitos do SNA, com a realização de técnicas, na maioria das vezes 
realizadas na região cervical e dorsal (1,5,6,7,8,9,10), com estímulos 
químicos e mecânicos, fundamentadas na localização de gânglios 
simpáticos ou cadeia látero vertebral simpática. 
Agindo metamericamente, uma manipulação vertebral com impulso 
pode causar efeitos reflexos em todo o metâmero, estimulação do SNA 
simpático ou equilibrando uma potencial disfunção somática causadora 
de facilitação medular (2,11), tudo isso de forma segmentar. 
Se isso ocorre, uma manipulação de um grupo de vértebras, como é no 
caso da técnica denominada Lift Off, vai ter uma repercussão ainda 
maior, atingindo mais metâmeros e equilibrando informações de mais 
segmentos medulares. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 12 
Quando isso ocorrer na região segmentar da glândula suprarenal, além da 
manipulação ocorrer ao nível dos núcleos medulares simpáticos (12), a 
manipulação pode agir ao nível do nervo esplâcnico torácico maior, o 
qual inerva a glândula suprarenal (13) podendo ter sua função 
equilibrada e alterar a atividade tônica do SNA (Sistema Nervoso 
Autônomo) do indivíduo. 
Este trabalho tem como propósito, verificar se a técnica de liberação 
global da região torácica, através da técnica denominada “Lift Off”, 
causa alguma alteração quantitativa nos dados vitais como PA (Pressão 
Arterial), FC (Freqüência Cardíaca) e na atividade do SNA, em 
indivíduos saudáveis. 
 
4.1. ESTADO TUAL DO PROBLEMA 
 
A noção de que o Sistema Nervoso Simpático (SNS) coordena as 
funções corporais originou-se, provavelmente com um médico grego, 
Galeno (130-200 d.C.). Este propôs que “os espíritos dos animais” 
fluíam do encéfalo por meio de cavidades nervosas para os tecidos, 
criando uma “simpatia” entre as diferentes partes do corpo (14, 15,16). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas OsteopáticasPaulo Roberto Dobruski C.O. 13 
Em fins do século XIX, o termo Sistema Nervoso Autônomo (SNA) foi 
cunhado por Langley para designar a porção do sistema nervoso 
responsável pelo controle involuntário e inconsciente das funções dos 
órgãos internos, em contraste com a porção voluntária e consciente das 
funções externamente percebidas dos músculos esqueléticos (14), ou 
seja, de todas as funções vitais do organismo humano. 
Distribuído por todos os órgãos do corpo, cria uma “simpatia” estre eles 
tendo um papel de modulação e de regulação da vida vegetativa, ou seja, 
da vida inconsciente (16). 
Este sistema é crítico para a sobrevivência do indivíduo e da espécie 
porque regula a homeostasia , a reprodução (17) e a função dos órgãos 
viscerais dentro de seu alcance normal (18). 
Hoje se acredita que o SNA é o efetor de um sistema homeostático 
maior, cujos “painéis de controle” ficam situados em vários núcleos do 
tronco encefálico, estando então submisso à regulação de numerosas 
formações centrais, substância reticulada, sistema límbico, córtex 
cerebral entre outros, de efeitos múltiplos e complexos (16) e são 
supridos por sinais contínuos de todas as partes do organismo (14) sendo 
então de fácil entendimento que o SNA está envolvido com os processos 
mentais (18). As terminações nervosas do SNA têm como alvo fibras 
musculares (lisas na maioria, estriadas no coração) e células glandulares 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 14 
e coordenam a função de diferentes sistemas do corpo, sendo separados 
por 3 partes: o simpático, o parasimpático e o entérico (18). 
Para este trabalho, será falado sobre o SNA simpático e parasimpatico 
apenas. 
O SNS é essencialmente dorsolombar e o sistema nervoso parasimpático 
(SNPS) essencialmente crâniosacral, ou seja, seus núcleos estão 
localizados nestas regiões; sendo que para ambos a organização se faz 
em dois neurônios. 
1- neurônio pré ganglionar, ou neurônio conector, que conectam seus 
núcleos a um gânglio periférico e; 
2- neurônio pós glanglionar, ou neurônio efetor, que vão deste o gânglio 
até o órgão que inervam, sendo que de forma geral os neurônios 
simpáticos liberam neurotransmissores adrenérgicos e os parasimpáticos 
neurotransmissores colinérgicos (16). 
O sistema caracteriza-se pela intensidade e rapidez de instalação e 
dissipação de suas ações, provendo ao organismo uma adaptação 
dinâmica, momento a momento, às alterações do ambiente interno e/ou 
externo do organismo (14), mas está associado também a funções 
rítmicas e cíclicas do organismo, como o ritmo circadiano, sendo o 
principal responsável o núcleo supraquiasmático, que utiliza vias 
neuronais endócrinas, mas principalmente via SNA para informações 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 15 
correspondentes ao controle do ritmo, dando noção de dia e noite, onde 
na fase ativa, ou seja, o dia tem predomínio do SNS e na fase de repouso 
há a predominância do SNPS (19,20). Esta variação cíclica tem um 
importante papel não somente no mecanismo de sono vigília, mas 
também faz mediação na função cardio vascular e no controle da PA 
(20). 
Pela manhã, dentre vários fatores de variação, a atividade simpática se 
incrementa e eleva os níveis de catecolamina elevando a pressão arterial, 
que se associado a fatores externos como estresse emocional ou físico 
pode, por exemplo, jogar um papel essencial na instalação de arritmias 
cardíacas (21). 
A disautonomia refere-se a uma condição na qual a função autonômica 
alterada afeta adversamente a saúde. As condições em que a função 
autonômica está alterada podem variar desde episódios transitórios em 
pessoas saudáveis a doenças neurovegetativas progressivas; de condições 
nas quais a função autonômica alterada tem um papel fisiopatológico 
primário e outras nas quais a função alterada piora um estado patológico 
independente (14). 
O desequilíbrio entre o SNA simpático e parasimpático joga um papel 
determinante na regulação e controle da PA e pode estar associado a 
diabetes e doença renal crônica (20), pode estar envolvido com 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 16 
distúrbios do sono (20,22), onde verifica-se que os pacientes com insônia 
geralmente apresentam elevada secreção de cortisol, fazendo crer que 
existe um distúrbio no eixo hipotálamo hipófise adrenal (HHA), 
geralmente associado a casos de depressão (23), pode estar associado 
com a síndrome da fadiga crônica (24); com a colite ulcerativa e doença 
de Crohn (25), com a artrite reumatóide juvenil (ARJ) e até fazendo 
parte das manifestações clínicas do tétano (26) sendo que o tratamento 
para tais afecções devem estar baseado também no equilíbrio do SNA 
(27). 
Dentro alguns sintomas associados a esta disfunção estão as palpitações, 
cabeça leve e atordoada, pré síncope e síncope (28). 
Existem várias enfermidades neurodegenerativas esporádicas, de causa 
desconhecida, que afetam aos neurônios do SNA, nas quais os pacientes 
apresentam hipotensão ortostática acompanhada de disfunção a nível 
vesical, sexual e sudomotor como na Falha Autonômica Pura (FAP), 
onde a sintomatologia se manifesta na esfera autônoma apenas, de forma 
incidiosa e progridem lentamente (29). 
Entre as manifestações clínicas da disautonomia estão: hipotensão 
ortostática idiopática, atrofia multisistêmica, disautonomia familiar; 
síndromes vasomotoras como algoneurodistrofia, causalgia, 
eritromelalgia, cefaléias vasculares e dishidroses como: hiperhidrose 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 17 
focal, hiperhidrose difusa e anidrose; Há ainda as manifestações 
associadas a outras afecções encefálicas como o mal de Parkinson e mal 
de Alzheimer, afecções medulares como os traumas medulares, esclerose 
em placas e seringomielia, afecções do nervo periférico como 
neuropatias metabólicas, neuropatias alcoólicas e ainda disautonomia por 
infecção por vírus (16), além de que são muitas as evidências de que o 
SNA desempenha um papel chave na fisiopatologia das complicações do 
diabetes mellitus, tanto em humanos como em animais (30). 
Dentre estas afecções, o diagnóstico pode ser demorado agravando o 
problema (29). 
De todas estas síndromes ou doenças citadas, de forma geral os sinais de 
uma diminuição do tônus simpático são: hipotensão ortostática, perda da 
sudorese, falta de dilatação pupilar, falta da ejaculação e perda da 
piloereção; e os sintomas de uma diminuição do tônus parasimpático 
são: falta da secreção lacrimal, salivar, nasal e orofaríngea, falta de 
constrição pupilar, diminuição da acidez e motilidade gastro intestinal, 
atonia vesical e perda da ereção (16), sendo que pode existir uma gama 
de combinações entre o estímulo ou inibição destes dois sistemas 
(31,32,33). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 18 
As causas para a disautonomia podem ser variadas, estando então 
associadas aos problemas de SNC (Sistema Nervoso Central), SNP 
(Sistema Nervoso Periférico), intoxicação ou pode ser idiopática (16). 
A modulação de saída de impulsos do SNC acontece no nível pré 
ganglionar liberando o neurotransmissor evocando um potencial de ação, 
sendo que muitos neurotransmissores podem ser liberados dependendo 
da freqüência e duração dos sinais (34). 
As descargas anormais enviam as informações errôneas à medula 
espinhal, dando origem a reflexos anormais dos neurônios espinhais 
simpáticos que inervam os tecidos periféricos. Isso cria uma 
sensibilização central que dá origem à reações patológicas sensitivas e 
autonômicas (16). 
O termo estresse denota o estado gerado pela percepção de estímulos que 
provocam excitação emocional e, ao perturbar a homeostasia, dissipamum processo de adaptação caracterizado, entre outras alterações, pelo 
aumento de secreção de adrenalina produzindo diversas manifestações 
sistêmicas com distúrbios fisiológicos e psicológicos, sendo os fatores 
estressantes eventos ou estímulos que provocam ou conduzem ao 
estresse (35). 
Dentre este conceito, não podemos deixar de atentar para estímulos 
aferentes somáticos aberrantes que aferem para a medula e podem causar 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 19 
alterações da função simpática metaméricamente, como no caso das ditas 
“lesões osteopáticas”. 
O termo lesão osteopática é de origem obscura, que pouco se utiliza 
hoje, sendo mais utilizado o termo disfunção somática: que define como 
um prejuízo ou alteração da função dos componentes do sistema 
somático: músculo esquelético, artrodial, estruturas miofasciais, rede 
vascular, linfática e elementos neurais (11), alterando então a textura dos 
tecidos circunvizinhos configurando então uma das principais formas de 
avaliação do osteopata; a palpação destes tecidos (36,37) onde existe 
uma disfunção somática, ou seja, uma falta de mobilidade que altere as 
informações aferentes à medula pode alterar as respostas simpáticas (2), 
causando então a dita alteração na textura dos tecidos. 
As disfunções somáticas, podem alterar a PA, RH (Rate Heart), ou seja, 
a taxa cardíaca e atividade elétrica dos nervos e músculos (38), tendo 
ação no sistema motor e autonômico. 
Em experimentos com animais anestesiados, verifica-se que existe a 
relação de estímulos no sistema locomotor, estímulos nocivos químicos 
ou estimulação elétrica e respostas no SNA, como alteração da PA , 
dilatação de vasos, alteração de fluxo respiratório, diminuição seguida de 
aumento da atividade da glândula suprarenal (3,4,5,9). 
Dentre várias pesquisas neste campo, muito se verificou. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 20 
Manipulações torácicas são associadas com mudanças na taxa de 
variabilidade cardíaca- HRV (Heart Rate Variability) (6); manipulações 
quiropráticas aplicadas em áreas sintomáticas alteram a atividade 
autonômica do sistema cardio vascular (7); que a manipulação 
quiropática cervical não muda o nível basal de cortisol em indivíduos 
assintomáticos (8). 
Frente a estas possibilidades, este estudo pretende verificar se existe 
alteração e em que grau dos dados vitais de PA e FC, e da atividade do 
SNA em indivíduos sadios, através de uma técnica inespecífica na região 
torácica onde se encontram parte dos núcleos simpáticos, dentre os quais 
os núcleos do nervo esplâcnico torácico maior, o qual inerva a glândula 
suprarenal (39) e os núcleos da cadeia látero vertebral simpática. 
 
4.2. REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA 
 
4.2.1 Generalidade dobre o SNA: 
 
 
Antigamente chamado de Sistema Neuro Vegetativo (SNV), hoje 
chamado de Sistema Nervoso Autônomo pelo fato de se auto governar, 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 21 
foi descrito primeiramente pelo médico Grego Claudius Galen (130- 200 
d.c) que escreveu que os “espíritos dos animais” fluíam do encéfalo por 
meio de cavidades nervosas aos tecidos criando uma “simpatia” entre as 
diferentes partes do corpo, originando assim o termo Sistema Nervoso 
Autônomo Simpático (SNS). 
O prefixo “para” de parassimpático (SNPS), vem de “ao lado” ou “junto 
de”. (15). 
O SNA é crítico para a sobrevivência do indivíduo e da espécie porque 
regula a homeostasia e a reprodução. A homeostasia é a manutenção de 
um meio ambiente interno ótimo, incluindo a temperatura corporal e a 
composição química dos tecidos e dos líquidos. Desta forma regula a 
respiração, a circulação, a digestão, o metabolismo, as secreções, a 
temperatura corporal e a reprodução. Possui a função de regular a as 
vísceras e a vasculatura (17). 
Os aspectos deste sistema incluem os receptores sensoriais, suas vias 
aferentes, sua regulação central e suas vias eferentes para os efetores, 
sendo estas vias eferentes divididas em duas porções, uma denominada 
SIMPÁTICA e outra PARASIMPÁTICA (17). 
Estas duas porções têm sua origem, organização funcional e distribuição 
totalmente diferente, além de serem mediados por substâncias químicas 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 22 
diferentes; uma possui ação de luta ou fuga e a outra ação de repouso e 
digestão (15). 
 
4.2.2 Anatomia do SNA Simpático,: 
 
 
 
Existe um sistema de controle superior comandado pelo córtex 
suborbitário e pré frontal, tálamo, hipotálamo, hipófise e as vias de 
associação inter hemisféricas pela substância reticulada e núcleos 
autônomos dos pares cranianos e pelos núcleos medulares simpáticos, 
localizados na coluna intermédio lateral, compreendidos entre os 
segmentos de T1 até L2 (12) ou T1 até L3 (40), que formam os troncos 
látero vertebrais e pré vertebrais simpáticos e ainda os núcleos 
parassimpáticos entre S2 até S4 (12). 
 
 
 
 
 
Fig- 1. Haste intermédio lateral da medula. Extraída de Keith Moore. Anatomia orientada 
para a clínica. Ed. Guanabara Koogan. 4º edição. 1999. Fig. 1-30 pág. 40. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 23 
Fig. 2: da esquerda é a representação da divisão simpática e a da direita é a divisão 
parasimpática. Extraída de Keith Moore. Anatomia orientada para a clínica. Ed. Guanabara 
Koogan. 4º edição. 1999. Fig.I.33 e I.35 ds págs: 42 e 44. 
 
 
Os troncos simpáticos são dois cordões nervosos paralelos que se 
estendem da cada lado da coluna vertebral da base do crânio ao cóccix 
(13) ao longo da fáscia prévertebral (39). Na parte superior do tórax, o 
tronco simpático está anterior à cabeça das costelas, enquanto na parte 
inferior estão lateralmente aos corpos vertebrais (13); estão a uma 
pequena distância das raízes espinhais anteriores e correspondem ao 
nervo espinhal adjacente (39). Ao longo dos troncos simpáticos, 
pequenas áreas emergentes são visualizadas. Estas coleções de corpos 
neuronais fora do sistema nervoso central são os gânglios simpáticos 
paravertebrais, que somam em um total 3 na região cervical, 11 ou 12 na 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 24 
região torácica, 4 na lombar, 4 ou 5 sacral e 1 coccígeo (13) e daqui cada 
fibra segue a estruturas somáticas e viscerais (39). 
Estas fibras vão se diferenciar em fibras somáticas, não mielinizadas, 
para cada um dos 31 nervos espinhais e ter função vasoconstritora para 
arteríolas, função secretora nas glândulas sudoríparas e piloereção 
(15,17,40,41). 
Fibras viscerais simpáticas se dirigem para as vísceras torácicas por 
fibras posganglionares cardíacas, esofageana e plexo pulmonar e fibras 
préganglionares para as vísceras abdominais, através dos nervos 
esplâcnicos (40). 
Há fibras que vão para a medula adrenal através do nervo esplâcnico 
torácico maior e fibras que seguem trajeto craniano e facial 
acompanhando a artéria carótida, laringe e faringe (39). 
Os nervos esplâcnicos conduzem fibras eferentes autônomas e aferentes 
viscerais, passam pelos gânglios simpáticos ao longo do tronco 
simpático no tórax para plexos pré vertebrais, gânglios associados à aorta 
abdominal, chamados então de gânglios pré vertebrais (40). 
Os nervos esplâcnicos são denominados de acordo com seu tamanho, ou 
seja: maior (do 5ª ao 10ª gânglio torácico) e vai ao gânglio celíaco no 
abdome, o menor (do 9ª ao 10ª ou 11ª) e vai para o gânglio aórtico renal 
e o inferior (12ª e vai para o plexo renal) (13). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 25 
Todas as vísceras simpáticas pré ganglionares envolvidas na inervação 
das vísceras abdominopélvicas, excetoas para a inervação da glândula 
suprarenal, fazem sinapse nos gânglios prévertebrais. As fibras pós 
ganglionares formam plexos periarteriais que seguem os ramos da parte 
abdominal da aorta para seu órgão alvo (40). 
Já as fibras pré ganglionares que suprem as glândulas suprarenais, 
seguem pelo trajeto dos nervos esplâcnicos torácicos maiores, passam 
pelos gânglios pré vertebrais (celíacos) e vão direto para as células 
situadas na medula suprarenal (39,40), assim como nos ratos , onde 90% 
da inervação eferente segue por este nervo (42). 
 
4.2.3 Fisiologia do SNS,: 
 
O SNA simpático é mediado pela adrenalina a suas derivações (41); 
podem ser estimuladas através de agentes estressores internos como 
fatores psicológicos e externos como fatores ambientais, levando o 
organismo a um estado de alerta para a proteção do possível perigo, 
dando prioridade aos órgãos de defesa, ataque e fuga (15,41). 
DEll y Bonvallet (citado por Irvin Korr, 1982) entre outros, 
demonstraram que os agentes adrenérgicos tem um efeito profundo sobre 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 26 
o estado de excitação do Sistema Nervoso. Com a estimulação simpática, 
há a facilitação da transmissão sináptica nos neurônios do SNC, tendo 
como resultado que o sistema simpático é um mediador entre as vísceras 
e os tecidos somáticos. 
De modo, geral o sistema nervoso somático reage de forma rápida as 
estimulações, enquanto o sistema nervoso autônomo responde em 
período mais prolongado (43). 
A descarga maciça adrenérgica, realizada pela glândula suprarenal, em 
situações simpáticas, ou seja, em situações de estresse, é mediada pelo 
hipotálamo (15,43,44). 
A estimulação dos nervos simpáticos para a medula suprarenal, faz com 
que sejam liberadas grandes quantidades de epinifrina e norepinifrina no 
sangue circulante, hormônios estes que são levados a todos os tecidos do 
corpo (41). As células da medula suprarenal funcionam como um 
neurônio pós ganglionar do tipo especial que em vez de liberar 
substância neurotransmissora para as células do órgão executor, a libera 
na corrente sanguínea produzindo uma resposta simpática espalhada, 
difusa (40). São estimuladas por fibras colinérgicas pré ganglionares 
com origem em T6 a T9, e assim liberam adrenalina e noradrenalina no 
sistema cardiovascular, que as distribui por todo o corpo (43). No 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 27 
interior da medula da glândula suprarenal há cerca de oito células que 
liberam adrenalina para cada célula que libera noradrenalina. 
Exercem quase os mesmos efeitos nos órgãos que quando há estimulação 
direta simpática, exceto que seus efeitos duram cerca de 5 a 10 vezes 
mais devido a sua lenta remoção do sangue (41). 
Os transmissores liberados pela medula das glândulas suprarenais atuam 
em conjunto com a noradrenalina liberada por fibras simpáticas pós 
ganglionares (43). 
A disseminação e persistência dos efeitos simpáticos devem-se à lenta 
desativação da noradrenalina e à distribuição sistemática desta (43) Isto 
significa que quando existe estimulação das glândulas suprarenais, há 
liberação de hormônios por todo o corpo com efeitos prolongados por até 
1 a 2 minutos após sua estimulação (41). 
Os hormônios adrenérgicos são liberados quase sempre pela medula 
suprarenal, ao mesmo tempo em que os órgãos são estimulados 
diretamente pela ação simpática generalizada. Por conseguinte, a um só 
tempo, estes órgãos são estimulados por duas formas distintas: 
diretamente pelos nervos simpáticos e indiretamente pelos hormônios 
medulares. Os dois se reforçam e cada um deles pode substituir o outro. 
(41). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 28 
O sistema nervoso parassimpático está relacionado diretamente com as 
vísceras e é mediado pela acetilcolina (41), controla as funções de 
repouso e digestão enquanto o simpático as reações de luta ou fuga 
(14,15,41). 
Possui fibras pré ganglionares longas e pós ganglionares curtas, tendo 
então uma função muito mais localizada e de curta duração, devido à 
desativação feita pela acetilcolinesterase (43). 
A manutenção homeostática é o resultado do balanceamento dos 2 
sistemas: 
O simpático e o parassimpático (15). 
 
 
4.2.4 Funções do SNA: 
 
O SNA é crítico para a sobrevivência do indivíduo e da espécie (17). 
Regula as funções vitais que mantém o ambiente interno, ou seja, a 
homeostasia. Dentre estas funções vitais estão; a respiração, a circulação 
sanguínea, o metabolismo, a temperatura corporal, o metabolismo 
hídrico, a digestão, a secreção e a procriação (17,44). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 29 
Muitas vezes é chamado de sistema eferente visceral geral ou sistema 
motor vegetativo porque os efetores estão associados aos sistemas 
viscerais, sobre os quais o controle consciente que se pode exercer é 
mínimo (43). 
Tem como papel fundamental influenciar as atividades viscerais que 
visam à manutenção de um meio interno relativamente estável no corpo 
(43). 
Na periferia, o SNA é formado por duas componentes funcionalmente 
diversas, emitindo impulsos facilitadores ou inibidores. Estas 
componentes são os nervos simpáticos (SNS), o qual possui como 
substância transmissora a noradrenalina e parasimpaticos (SNPS) o qual 
possui como substância transmissora a acetilcolina (43,44). 
A parte simpática estimula as atividades que são mobilizadas pelo 
organismo durante a ocorrência de situações de estresse; são as 
chamadas respostas de “luta ou fuga” que compreendem o aumento da 
FC e força de contração cardíaca, elevação da concentração de açúcar no 
sangue e a elevação da PA. Já o parassimpático estimula as atividades 
ligadas à conservação e restabelecimento dos recursos do organismo, que 
compreendem a redução da FC e a elevação das atividades 
gastrointestinais para o aumento da digestão e absorção de alimentos 
(43). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 30 
O hipotálamo é quem regula e governa a função dos dois sistemas, por 
meio de ligação com o sistema reticular descendente do mesencéfalo e 
por via humoral, ou seja, através da hipófise. As fibras periféricas dos 
neurônios tanto pré como pós ganglionares inervam os músculos lisos de 
todos os órgãos internos, o miocárdio e todas as glândulas (15,43,44). 
As fibras que caminham juntamente com os nervos cranianos motores e 
com as raízes anteriores da medula, exercem funções víscero motoras. O 
corpo do neurônio pré ganglionar localiza-se no SNC e seu axônio é 
mielinizado, o qual estabelece ligação com um gânglio paravertebral ou 
prévertebral, o qual transmite impulso a um neurônio pós ganglionar não 
mielinizado, sendo que o axônio deste neurônio dirige-se ao respectivo 
órgão alvo (44). 
O SNS é funcional e estruturalmente organizado para exercer influências 
sobre muitas regiões do corpo ou mesmo sobre todo o corpo durante 
longos períodos. Cada neurônio pré ganglionar tem um axônio 
relativamente curto que forma sinapse com muitos neurônios pós 
ganglionares, formando numerosas junções neuroefetoras sobre uma 
vasta área (43). 
O SNPS possui como função a conservação e o armazenamento de 
energia (17), é organizado para responder primordialmente a estímulos 
específicos em regiões localizadas e bem definidas de maneira transitória 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 31 
e por curto tempo. Cada neurônio pré ganglionar, cujo longo axônio 
forma sinapse com alguns neurônios pós ganglionares com axônios 
curtos, exerce influência sobre uma pequena área. A rápida desativação 
da acetilcolina pela acetilcolinesterase diminui o seu tempo de atuação 
(43).O SNPS possui os corpos dos neurônios pré ganglionar, localizados em 
núcleos do tronco encefálico e na medula espinhal sacral, que 
diferentemente do sistema simpático, são separados e não 
interconectados. Além disso, ainda contrastando com o sistema 
simpático, não inerva os membros nem a parede corporal. Seus gânglios 
ficam situados próximos aos seus órgãos alvos (17). 
Há ainda o sistema entérico que abrange as redes neurais intrínsecas 
formadas por neurônios sensitivos, interneurônios e neurônios motores. 
Atua na motilidade do intestino, na absorção de nutrientes, na velocidade 
de proliferação das células do revestimento epitelial do tubo digestivo e 
na secreção de hormônios e neuropeptídeos pelas células cromafins do 
sistema endócrino entérico (43), que não será abordado neste trabalho. 
Em geral os efeitos da estimulação simpática pode ser considerado 
catabólicos e os da estimulação parasimpática anabólicos (40) e ainda 
antagônicos, conforme o quadro I. 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 32 
 
 
FUNÇÃO DO SNA 
 
 Órgão, Trato ou Sistema Ação Simpática Ação Parasimpática 
Bulbo do olho Pupila Dilata (Admite mais luz, 
melhora a cuidade à 
distância) 
Contrai (protege da Luz) 
 Corpo Ciliar Contrai o músc. Ciliar 
(aumenta o volume da lente 
melhorando a visão de perto) 
Pele Músc. Eretor Contrai,pelo fica em pé Sem efeito 
 Vasos 
Periféricos 
Contrai o vaso Sem efeito 
 Gl. 
Sudoríparas 
Promove sudorese Sem efeito 
Outras Glândulas Lacrimais Diminui a secreção Aumenta a secreção 
 Salivares Diminui a secreção, fica 
mais espessa 
Aumenta a secreção 
Coração Aumenta o Ritmo e força 
de contração 
Diminui o Ritmo e força de 
contração 
Pulmão Dilata Brônquios e diminui 
a secreção 
Contrai os brônquios e 
promove a secreção 
Trato Digestório Diminui o peristaltismo e 
contrai os esfíncteres 
Aumenta o peristaltismo e 
relaxa os esfíncteres 
Fígado e Vesícula Biliar Promove o fracionamento 
do glicogênio para glicose 
(aumenta a energia) 
Promove a construção de 
glicogênio; aumenta a 
secreção de bile 
Trato urinário Contrai vasos renais, 
diminuindo a formação de 
urina e contrai o esfíncter 
Inibe a contração do esfíncter 
e contrai o músculo detrussor 
Sistema genital Causa ejaculação e 
vasoconstrição 
Produz ingurgitamento dos 
tecidos eréteis 
Medula supra renal Libera adrenalina Sem efeito 
Quadro I: retirado de Keith Moore. Anatomia orientada para a clínica. Ed. Guanabara 
Koogan. 4º edição. 1999.Quadro I.2. pág 45 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 33 
 
 
4.3. DISFUNÇÃO SOMÁTICA E FACILITAÇÃO CENTRAL 
 
O termo lesão osteopática é de origem obscura, que pouco se utiliza 
hoje, sendo mais utilizado o termo disfunção somática. Definido como 
um prejuízo ou alteração da função dos componentes do sistema 
somático: músculo esquelético, artrodial, estruturas miofasciais, rede 
vascular, linfática e elementos neurais (11). 
O glossário da terminologia osteopática a define como: “deterioração ou 
alteração dos componentes do sistema somático vinculados entre si: 
estruturas esqueléticas, articulares e miofasciais; elementos vasculares, 
linfáticos e neurais associados”. O diagnóstico da disfunção somática 
está sustentado por achados visuais e palpáveis de mudanças na textura 
dos tecidos, assimetria estrutural, restrição de mobilidade e dor à 
palpação (45). 
A disfunção somática consiste em adaptações neurais, vasculares e do 
tecido conectivo. A atividade e o estado dos tecidos corporais estão 
influídos em parte pela excitação e inibição dos nervos que emergem do 
SNC. A rigidez articular e alterações tônicas musculares podem 
produzir-se por atividade excessiva do SNC mediada pelos 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 34 
motoneurônios alfa, capaz de causar um estado maior de contração dos 
músculos inervados por este nervo. Isso pode ocasionar alterações no 
fluxo sanguíneo e linfático dos tecidos contraturados e a possibilidade 
que apareçam estados de isquemia e hipóxia relativa e alterações no 
meio químico do tecido (45). 
A evidência clínica da disfunção somática é geralmente obtida por 
métodos físicos como a inspeção e palpação, que podem ser 
comprovadas por procedimentos como RX, termografia ou 
eletromiografia (11). 
Em pesquisa, exames palpatórios e termografia da coluna torácica, 
revelaram significância alta na freqüência de segmento em disfunção e 
áreas de temperatura elevada da pele na região da vétrbra T9-T12 em 
grupos de pacientes com doenças renais (46). 
A disfunção somática não é uma doença do tecido, mas sim um distúrbio 
da função dos componentes do sistema músculo esquelético (47), uma 
anormalidade biomecânica no sentido da restrição ou excesso de 
mobilidade (3). 
A disfunção somática intervertebral é tida como a precursora de 
distúrbios clínicos e síndromes dolorosas (38,47) e que seu tratamento 
em indivíduos assintomáticos previne distúrbios clínicos (47). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 35 
As estruturas espinhais tais como, músculos, ligamentos, facetas 
articulares, pele e meninges, são ricamente inervadas, sendo que estes 
receptores são responsivos aos estímulos mecânicos, como posição, 
mobilidade, inflamação e mudanças de temperatura. Os impulsos 
gerados pela estimulação das estruturas espinhais, ativam os centros 
neurais reflexos na medula espinhal e os centros superiores, sendo a 
causa de respostas somatoviscerais (respostas autonômicas metaméricas) 
se agindo pelos sistemas simpático e parasimpático, ou somatosomática 
se agindo pelos nervos espinhais, levando a alterações somáticas como 
espasmos musculares (48). 
Em áreas de disfunção somática existe uma grande proporção de 
neurônios próximos de seu ponto de despolarização, sendo que se tornam 
mais sensíveis a produção do potencial de ação, que seriam transmitidos 
mediante os axônios dos nervos até o órgão final. Este conceito foi 
denominado facilitação na bibliografia osteopática e sensibilização por 
outros autores (2,11,45). 
Os neurônios aferentes do corno posterior da medula devem ser ativados 
para desencadear uma reação, propriedade que forma parte do sistema de 
amortecimento que nos permite viver com economia de energia. Se este 
sistema é muito exigido por qualquer motivo, como quando uma 
estrutura afere informações de baixa intensidade, mas de forma 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 36 
constante, todas as outras informações que chegam a esta zona têm um 
potencial de atuação que resulta prejudicial para a homeostasia (49). 
O fenômeno de facilitação central é conhecido por aumentar o campo 
receptivo de neurônios centrais e habilita os impulsos inócuos ter acesso 
aos trajetos de dor central. Uma alteração biomecânica vertebral, ou seja, 
uma disfunção somática, produz uma sobrecarga a qual pode alterar as 
propriedades de sinalização mecânica dos neurônios nos tecidos 
paravertebrais (1), e que “deslocamentos” vertebrais transitórios, podem 
alterar a PA, RH e atividade elétrica dos nervos e músculos (38), ou seja, 
tem ação no sistema motor e autonômico. 
O fenômeno de Orbeli, evidenciado através de experiências em ratos, 
onde se estimulou a inervação periférica motora e mensurou-se a 
intensidade da contração muscular, verificou-se que quando foi 
estimulado juntamente o gânglio simpático em relação ao nervo, a 
intensidade da contração foi muito maior chegando à conclusão que o 
estímulo simpático melhora os mecanismos de acoplamento do 
metabolismo celular do processo contrátil (2). 
Estudos com EletroMiografia (EMG), em áreas de disfunção somática, o 
achado de potenciais de ação mostrariaa presença de contração dos 
músculo; estímulos aplicados nas áreas de disfunção somática ou em 
outras áreas, iniciam potencial de ação nestas. Esta observação sugere 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 37 
que os motoneurônios que suprem a área da disfunção somática se 
mantêm em estado subliminar de excitação (11). 
Experiências do século anterior, freqüentemente utilizavam de estímulos 
nocivos verificando alterações como pressão sanguínea, de fácil 
mensuração. Modelos experimentais utilizavam de animais anestesiados 
para evitar o fator emocional levando então a resultados satisfatórios na 
investigação dos fenômenos somatoautonômicos, criando o modelo de 
resposta autonômica a estímulos nocivos de “luta ou Fuga” (3,4). 
Em um destes experimentos em gatos, a estimulação das glândulas 
suprarenais causavam a contração dos tecidos próximos à 13ª vértebra 
torácica, assim como estimulação desta vértebra era seguida de dilatação 
dos vasos das glândulas suprarenais e logo após por uma elevação da 
pressão arterial (4). 
Em pesquisas mais recentes utilizando animais, verificou-se que 
estimulação elétrica dos tecidos moles no pescoço, produzem mudanças 
no tônus simpático e fluxo respiratório (9); em outra, viu-se que 
empregando uma simples estimulação lateral nos tecidos da região 
lombar ou dorsal, causa uma excitação seletiva de aferentes mielinizados 
dos tecidos interespinhosos com um inicial decréscimo da atividade da 
glândula suprarenal (com diminuição da PA e FC) seguido de 
subseqüente incremento da atividade suprarenal, ou seja; estímulos 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 38 
somáticos, são capazes de causar alterações reflexas na atividade 
simpática adrenal (5). E ainda que estímulos químicos nóxicos em ratos 
ao nível dos tecidos interespinhosos da região torácica média, foi 
acompanhada com um aumento da atividade simpática gástrica e 
inibição de sua motilidade (10). 
 
4.4. AVALIAÇÃO DO SNA 
 
A avaliação do SNA joga um importante papel para elucidar diversos 
processos clínicos, associados a disautonomias. A avaliação da função 
autonômica cardiovascular é a base da investigação clínica (50). 
O SNA é afetado em uma grande variedade de desordens neurológicas 
(26). 
Já está bem estabelecido que a oscilação das freqüências de ondas 
cardíacas, correspondem especificamente a atividades do sistema 
Simpático ou Parasimpático. Por esta razão a avaliação do sistema cárdio 
vascular é uma forma de se avaliar o estado do SNA. 
Entre tipos de avaliação do SNA, existem os testes de função 
adrenérgica simpática que consistem em resposta da pressão sanguínea 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 39 
no tilt teste, na manobra de valsalva, no teste do exercício isométrico, à 
pressão fria e estresse mental; além dos testes do Tilt teste prolongado 
para síncope vasovagal e massagem do seio carótido (50). 
Fora as formas citadas acima, existem ainda algumas técnicas de 
pesquisa avaliando a função autonômica cárdio vascular, entre as quais; 
a microneurografia que mensura diretamente a função simpática, testes 
farmacológicos da função autonômica, avaliação da função do 
baroreflexo, avaliação da função vasoconstritora periférica, mensuração 
de catecolamina, avaliação da função venosa, imagem simpática cardíaca 
e análise da força espectral, a qual é a interpretação da oscilação da RH e 
HRV, sendo este base do exame utilizado para este estudo. 
 
4.4.1 Análise da taxa cardíaca e variabilidade da freqüência 
cardíaca 
 
A flutuação da taxa cardíaca é o reflexo da modulação do nodo sinoatrial 
pela atividade do SNA e por outros mecanismos homeostáticos. A 
análise desta flutuação é uma técnica não invasiva de análise do SNA. 
O pico de alta freqüência- HF (High Frequency) compreendido em 
0,15Hz reflete as oscilações da RH que ocorre na respiração. A 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 40 
quantificação destas oscilações promove a mensuração da resposta do 
nodo sinoatrial pela modulação vagal, ou seja, mensura a função do 
SNPS. 
A dupla, vago e nervo simpático cardíaco, oscilam a frequência da RH 
em freqüência abaixo de 0,15 Hz. A baixa freqüência- LF (low 
Frequency) de intervalo R-R é um índice da atividade do SNS (50). 
O incremento ou redução da taxa da HRV vem sendo reportada como 
um fator de risco para doenças cardíacas em alguns estudos (51). 
Estas análises podem ser feitas através do EletroCardioGrama (ECG), 
verificando-se os intervalos R-R, ou através do equipamento chamado 
Nerve Express, que permite analisar quantitativamente a atividade do 
SNA. 
 
4.4.2 Nerve Express (51,52,53) 
 
A análise da HRV computada pelos algoritmos, é uma ferramenta não 
invasiva que avalia os mecanismos do SNA e ainda pode ajudar na 
escolha da terapia a ser utilizada. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 41 
O Nerve-Express (NE) é um sistema computadorizado totalmente 
automático e não-invasivo, destinado à análise quantitativa da atividade 
do SNS e SNPS baseado na análise da HRV. 
O NE possibilita a identificação de três tipos de padrão como resposta: 
equilíbrio autonômico (homeostase vegetativa), prevalência simpática e 
prevalência parassimpática. O sistema reconhece automaticamente 74 
estados do SNA que representam diferentes relações entre as atividades 
do SNS e SNPS e as variações em seu equilíbrio. 
No sistema cartesiano de eixos do sistema nervoso 
simpático/parassimpático, o princípio básico é que os parâmetros 
exibidos no ponto de equilíbrio autônomo (SNPS ≥ 0) ou a sua direita 
representam basicamente pessoas saudáveis, enquanto aqueles que se 
colocam à esquerda (SNPS < 0) em sua maioria representam disfunções 
temporárias ou pessoas cronicamente doentes. 
Na leitura dos ritmogramas constata-se que quanto mais agudo e regular 
o padrão de flutuação, mais saudável é a pessoa que está sendo avaliada 
e, da mesma forma, quanto menos aguda e irregular for à flutuação, 
menos saudável será a pessoa detentora deste ritmograma. 
O equipamento registra a atividade parassimpática no eixo X ou 
horizontal e a atividade simpática no eixo Y ou vertical. O ponto de 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 42 
intersecção dos eixos simpático e parassimpático é o ponto de equilíbrio 
autonômico. Para a direita e acima deste ponto de equilíbrio, o NE 
mostra uma área de atividade simpática e parassimpática aumentada em 
4 graduações. As diminuições nas atividades do SNS e SNPS são 
mostradas à esquerda e abaixo do ponto de equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3 – Interpretação fisiológica do estado do SNA. Alexander Riftine- Quantitative 
assessment of the autonomic nervous system based on heart rate variability analisys. 2007. 
Fig. 4.b pág: 4-2 
 
Os 74 estados do SNA categorizados pelo NE são subdivididos em 9 
categorias: 
• Categoria 1 – Prevalência do SNPS com nível médio de 
atividade do SNS. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 43 
Esta categoria representa dominância do SNPS. É normalmente 
observada em pacientes em repouso ou durante a primeira fase do 
sono (N-REM). Na segunda fase do sono (REM), a atividade do SNS 
geralmente aumenta. 
Assim, esta categoria é subdividida em 4 subcategorias, 
dependendo do nível de dominância do SNPS (leve, moderada, 
significante ou aguda). Esta categoria é de certo modo limitada, já que 
só pode ser observada em pacientes com valores estritamente médios 
de atividade do SNS. 
• Categoria 2 – Aumento nas atividades do SNS e SNPS. 
Esta categoria é subdividida em 16 combinações diferentesde 
atividade do SNS e SNPS. É caracteristicamente uma das mais ricas 
divisões. Uma área distintiva nesta categoria representa o que pode ser 
chamado de estado “simpato-adrenérgico alto”, correspondente a um 
aumento significante do SNS (pontos [3.1], [3.2], [3.3], [3.4], [4.1], 
[4.2], [4.3] e [4.4], mostrados na área de linhas diagonais da figura 3). 
Uma pessoa alcança este estado quando experimenta uma maior 
amplificação de energia (um aumento agudo do SNS). O estado 
“simpato-adrenérgico alto” é caracterizado por uma repentina 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 44 
liberação de adrenalina similar ao qual um atleta experimenta antes da 
competição. 
As categorias de 1 a 3 representam basicamente pessoas 
saudáveis, entretanto, temos que ter em mente que pessoas saudáveis 
podem apresentar dois estados fisiológicos diferentes. Um estado 
possui nível baixo de atividade simpática e o outro tem um aumento 
significante da atividade simpática, sendo que ambos os estados são 
distinguidos por um aumento da atividade parassimpática. Um 
aumento no SNPS associado a um aumento significante no SNS 
reflete o estresse positivo, enquanto que uma diminuição no SNPS 
associada a um aumento significante no SNS reflete “distress” ou 
estresse negativo. A condição de uma pessoa saudável com um 
aumento significante no SNS e aumento do SNPS (estado simpato-
adrenérgico alto) correspondem à idéia de um estresse positivo. 
• Categoria 3 – Prevalência do SNS. 
Esta categoria representa um aumento do SNS associado a um 
valor médio de atividade do SNPS. Do ponto de vista fisiológico, esta 
categoria representa um estado transicional entre as categorias 2 e 4. 
• Categoria 4 – Diminuição do SNPS com aumento de SNS. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 45 
Esta categoria pode aplicar-se tanto para indivíduos 
clinicamente saudáveis como para indivíduos clinicamente doentes. 
Entretanto, o uso do termo “saudável” não é sempre apropriado já que 
o desequilíbrio funcional do estresse, exaustão física, tensão nervosa, 
infecção, intoxicação (incluindo drogas e álcool), exacerbação de 
condições crônicas e muitas outras causas ainda podem estar 
presentes. Nestes casos, uma diminuição no SNPS devido à depressão 
dos seus centros nervosos pode ser observada, com uma ativação 
simpática simultânea disparada pela tentativa do sistema nervoso em 
equilibrar-se. 
Quando a ativação simpática é elevada (pontos [-2.3], [-2.4], [-
3.3], [-3.4], [-4.3] e [-4.4], mostrados na área verde da figura 3), o 
indivíduo alcança um estado “agudo” característico de uma doença 
grave ou extremo estresse ou disfunção. Esta seção “aguda” da 
categoria 4 corresponde claramente à idéia de “distress” ou “estresse 
negativo”. 
• Categoria 5 – Diminuição do SNPS com nível médio de 
atividade do SNS. 
Esta categoria, como a terceira, é uma fase transicional. Tudo o 
que pertence à quarta categoria pode ser relacionado a ela, mas aqui a 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 46 
atividade do SNS aparece com valores médios. Isto significa que o 
estresse ou sobrecarga nervosa é irrelevante. Esta categoria pode 
freqüentemente refletir uma depressão do sistema receptor do SNPS, 
indicando a possibilidade de uma patologia crônica. 
• Categoria 6 – Diminuição das atividades do SNS e SNPS. 
A sexta categoria, especialmente em torno do ponto – 3 dos dois 
eixos, reflete uma degeneração involuntária geral dos centros nervosos 
do SNS e do SNPS (área de degeneração do SNA mostrada na área de 
cor laranja da figura 3). A maioria dos casos encontrados nesta 
categoria se encontrão pacientes muito idosos ou aqueles cujas 
patologias causam uma diminuição significante na sensibilidade de 
todo o sistema receptor aliada à degeneração parcial dos centros 
nervosos. Os exemplos são pacientes que sofrem de câncer ou outras 
doenças que causem uma depressão similar dos centros do SNA. 
Os pontos [-1.-2], [-1.-3] e [-1.-4] são usualmente, mas não 
exclusivamente, observados em pacientes com níveis excessivos de 
íons potássio, o que altera o estado polarizado usual das fibras do 
músculo cardíaco levando a uma diminuição da freqüência e da força 
de suas contrações. Se a concentração de íons potássio for muita 
elevada, a transmissão dos impulsos cardíacos pode ser bloqueada e a 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 47 
atividade cardíaca pode cessar repentinamente (parada cardíaca). Esta 
seção da sexta categoria é mostrada na área amarela da figura 3. 
• Categoria 7 – Equilíbrio autonômico. 
Esta é uma categoria, apesar de formalmente ser apenas um 
ponto. Todos os outros pontos em torno dela pertencem às outras oito 
categorias devendo ser interpretados como valores de borda do 
equilíbrio autonômico. O ponto central é o valor zero e a área de 
equilíbrio autonômico está circulada por uma linha vermelha na figura 
3. 
• Categoria 8 – Diminuição do SNS com nível médio de 
atividade do SNPS. 
Esta categoria, como a terceira e a quinta, é transicional. Tudo o 
que pertence às categorias 6 e 9 pode ser relacionado a ela, mas aqui a 
atividade do SNPS adquire valores médios. 
• Categoria 9 – Aumento do SNPS com diminuição do SNS. 
A ocorrência da nona categoria não é comum, pois 
normalmente um aumento do SNPS é acompanhado de um aumento 
do SNS. Esta condição rara é encontrada em atletas de pólo aquático, 
corredores de longa distância, marinheiros e pessoas com treinamento 
cardíaco especial para mergulho profundo no mar. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 48 
Quando se utiliza o NE é necessário atentar para o fato de que 
qualquer reação esperada do SNA não depende somente do tipo e 
intensidade do fator impactante, mas também, é determinada pelo 
estado funcional do próprio SNA e de sua habilidade de reagir. 
 
 4.5 ALGOMETRIA 
 
Pelo fato de disfunções somáticas estarem associadas com processos 
localizados de dor (1,2,11,38,47,48), a palpação pode ser uma forma de 
avaliação mas sem capacidade de quantificação do limiar doloroso, 
sendo que em alguns outros estudos utilizando a algometria, foi 
verificado que as regiões de tensão palpadas possuem sim um limiar de 
pressão dolorosa mais baixo (54). 
A avaliação subjetiva da dor é uma experiência difícil, mas que pode ser 
utilizada com um sinal verbal, escala numérica ou escala analógica, além 
de se utilizar questionários. A algometria por pressão é um outro método 
bastante utilizado para mensurar e quantificar a experiência individual de 
dor, pois estudos demonstram que os resultados obtidos com algômetro, 
satisfazem o padrão de testes estatísticos (55). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 49 
Pode ser utilizado como validação de estudos, e método conveniente de 
monitoração e efeitos no tratamento (56,57). 
Verificado em estudos que os resultados de limiar de pressão dolorosa é 
reprodutível , variando de moderado a bom em muitos locais (56,58). 
 
4.6 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO 
 
A prevalência de doenças crônicas como; diabetes, reumatismo, 
hipertensão, câncer, tuberculose, cardiopatias e problemas de coluna, 
entre outros, na população brasileira foi de 29,9% da população, 
próximo de 52 milhões de pessoas, em dados estatísticos do Instituto 
Brasileiro de Geografia e estatística (59) de 2003, sendo que esta 
porcentagem cresce com a idade: de 9,1% na faixa de 0 a 4 anos, até 
77,6%, na faixa dos 65 anos ou mais e que entre estas, 18,5%, ou seja, 
9,7 milhões de pessoas informaram ter 3 ou mais doenças crônicas (46). 
Como já visto, a fibromialgia (14), a fadiga crônica (60,61,62), asma, 
artrite reumatóide (27), câncer, diabetesmellitus (30), doenças da 
tireóide, esclerose múltipla, câncer oculto, infecções, hepatites ou doença 
renal crônica (61), entre outras, estão acompanhadas por distúrbios do 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 50 
SNA, sem falar ainda em alterações no ciclo circadiano que pode estar 
associado à hipertensão arterial sistêmica (63), arritmias cardíacas (21), 
alterações no ritmos de melatonina (19), e ainda associado a doença de 
Crohn e colite ulcerativa (25). 
Já a prevalência do estresse provavelmente é bastante elevada no Brasil, 
pois chega a 32% em São Paulo (64), em uma amostra de 1818 pessoas 
que transitavam em um aeroporto nesta cidade. 
O estresse é uma reação psicofisiológica muito complexa e intensa do 
organismo frente a qualquer evento bom ou mau que altere a vida do 
indivíduo. Tem em sua gênese, a necessidade de o organismo lidar com 
algo que ameaçe sua homeostase ou equilíbrio interno. Essa reação 
ocorre, em geral, frente à necessidade de adaptação exigida do indivíduo 
em momentos de mudança (64). 
O processo de estresse foi descrito por Selye (citado por Lipp 2003) em 
três fases: alerta, resistência e exaustão. 
 A fase de alerta se caracteriza por reações do sistema nervoso simpático, 
quando o organismo percebe o estressor (o evento). Esta fase é 
caracterizada por sensações típicas como sudorese excessiva, taquicardia 
e respiração ofegante. O organismo perde seu equilíbrio interno à medida 
que se prepara para enfrentar a situação à qual necessita se adaptar. Esta 
reação é fundamental para a existência do indivíduo. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 51 
A fase de resistência apresenta-se quando esse estressor permanece 
presente por períodos prolongados ou se é de grande dimensão. O 
organismo tenta se recuperar do desequilíbrio sofrido na primeira fase. 
Com isso gasta-se muita energia e com isso surgem sinais de desgaste, 
como cansaço excessivo e esquecimentos. Esta fase pode ser recuperada 
quando o organismo se adapta ou elimina os agentes estressores. 
 Na fase de exaustão, o estresse ultrapassou a possibilidade do indivíduo 
conviver com ele, se adaptar (65), e está associado a diversos problemas 
como úlceras, gengivites, psoríase, hipertensão arterial, depressão, 
ansiedade, problemas sexuais, dentre outros. Cada fase envolve uma 
sintomatologia diferenciada que é acompanhada de mudanças hormonais 
correspondentes (64). 
A associação do estresse e ansiedade, com todas as reações do 
organismo como a reação do córtex pré frontal, leva a ativação do 
sistema septo hipocampal que passa a funcionar com aumento do nível 
de vigília que juntamente com a substância periaquedutal cinzenta e 
hipotálamo, programam as manifestações comportamentais, hormonais e 
neurovegetativas das reações de defesa (35). 
Se distinguem 3 eixos de resposta fisiológica ao estresse: 
- o eixo neural, o qual se ativa imediatamente, que implica na 
ativação principalmente do SNA (feixe simpático) e do sistema nervoso 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 52 
periférico. Seus efeitos são aumento da FC, da PA, secura na boca, 
sudorese intensa, formigamento dos membros, dilatação das pupilas e 
dificuldade de respirar. 
- eixo neuroendócrino, mais lento e sua ativação necessita de 
situações de estresse mais duradouras. Seu disparo ativa a medula das 
glândulas suprarenais o que ajuda a aumentar ou manter a atividade 
adrenérgica somática, produzindo efeitos similares aos do eixo neural. 
- eixo endócrino, se caracteriza por disparo mais lento e por 
efeitos mais duradouros e necessita de situações estressantes mais 
duradouras ainda. Seus efeitos são o aumento da glicogênese, da 
produção de corpos cetônicos, exacerbação de lesão gástrica, aumento da 
produção de uréia, da liberação de ácidos graxos livres no sistema 
circulatório, aumento da suscetibilidade de processos ateroscleróticos, à 
necrose miocárdica, supressão dos mecanismos imunológicos e 
diminuição do apetite (35). 
Muitas das enfermidades neurodegenerativas, de causa desconhecida 
afetam os neurônios do SNA, dando sintomatologia apenas na esfera 
autônoma, sendo que os sintomas aparecem de forma incidiosa e 
progridem lentamente, onde o diagnóstico pode ser demorado agravando 
o problema (29). 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 53 
No tratamento das alterações do SNA, é dado muita atenção aos fatores 
psicológicos (64,65), e pouca ou nenhuma importância no equilíbrio 
biomecânico que pode estar estimulando neurofisiologicamente o SNA 
(2), ou seja, ser um agente estressor ou estar associado a ele. 
Já se descreve técnicas de compensação autonômica geraisl que servem 
para equilibrar o sistema SNA simpático e parasimpático (66) e muitas 
citações associando as disfunções biomecânicas com disfunções do SNA 
alterando o funcionamento das vísceras (67) ou criando-se tensões 
musculares; sendo então o tratamento osteopático um potencial 
coadjuvante nos tratamentos do estresse e doenças crônicas, visando 
equilibrar a biomecânica atuando na atividade do SNA, onde a cadeia 
látero vertebral simpática é crucial devido sua localização e possibilidade 
de alteração, devendo ser uma preocupação do osteopata, pois o SNA 
pode ser o causador de distonias e disfunções no organismo (12). 
Devido à carência científica sobre o assunto e o pouco conhecimento de 
acadêmicos e pacientes sobre o mesmo, fez surgir um grande interesse 
para a elaboração desse projeto. 
 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 54 
5. HIPÓTESES E OBJETIVOS 
 
5.1. HIPÓTESES 
 
 Acredita-se que a manipulação da região Torácica e 
consequentemente do tronco simpático, visando suprimir uma possível 
facilitação central, apresente como resultado uma alteração 
quantitativa da atividade do SNA. 
 
5.2 OBJETIVOS 
 
5.2.1 Objetivos gerais 
 
Verificar se a técnica osteopática proposta neste trabalho, possui o 
efeito de alterar quantitativamente a atividade do SNA, os dados vitais 
como PA e FC e ainda se altera a sensibilidade dolorosa dos processos 
espinhosos de vértebras torácicas. 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 55 
5.2.2 Objetivos específicos 
 
� Verificar se a técnica altera os dados vitais como PA e FC 
� Verificar se a técnica possui alguma ação no limiar doloroso 
vertebral 
� Verificar a eficiência da técnica 
� Verificar se a cavitação é importante para a resposta das 
variáveis analisadas 
� Demonstrar a associação do aparelho músculo esquelético e 
equilíbrio do SNA. 
� Propor um protocolo de tratamento osteopático para 
pacientes com disautonomia. 
� Verificar a ação preventiva da osteopatia nos casos de 
estresse, doenças crônicas e doenças relacionadas. 
� Divulgar a ação coadjuvante da osteopatia nos tratamentos 
de estresse, doenças crônicas e doenças relacionadas. 
 
 
 
 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 56 
6. VOLUNTÁRIOS, MATERIAIS E MÉTODOS 
 
6.1. DESENHO 
 
O estudo consistiu em um ensaio clínico controlado randomizado. 
 
6.2. VOLUNTÁRIOS 
 
População alvo: pacientes saudáveis, militares da Brigada de Infantaria 
Paraquedista do Exército Brasileiro. 
População de estudo: Pacientes saudáveis que cumpram os critérios de 
inclusão. 
 
6.2.1. Critérios de inclusão 
 
 
Outorgar consentimento informado. Será garantida a confidencialidade de 
seus dados de acordo com a lei 15/1999 de Proteção dos dados de caráter 
pessoal , os dados pessoais que se requer (idade, sexo, peso, altura, dados de 
saúde) são os necessários para cobrir os objetivos do estudo. Em nenhum 
Alteração daAtividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 57 
dos informes do estudo aparecerá o nome nem a identidade (a exceção da 
lista de controle). Nenhum dos dados será revelado a alguma pessoa externa 
ao estudo e só será requerido em situações imprescindíveis (como 
identificação de cada participante com objeto de novas medições). 
Será incluído neste estudo o indivíduo que apresentar as demais 
características: 
• com idade entre 18 e 50 anos 
• que apresente condições físicas favoráveis, como integridade óssea 
no local a ser realizada a técnica de manipulação osteopática. 
• que tenha assinado o termo de consentimento (anexo 1) 
• que não apresente confusão no entendimento de como será feita a 
pesquisa. 
• com a pressão arterial dentro do critério publicado no sétimo relatório 
da Junta Norte Americana Nacional e comitê da prevenção, detecção, 
avaliação e tratamento da pressão alta (68) , que consiste. 
• Estar com FC entre 45 e 75 batimentos por minuto; 
• Pressão arterial sistólica entre 90 e 140 mmHg; 
 
6.2.2.Critérios de exclusão 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 58 
Será excluído deste estudo o individuo que apresentar uma das seguintes 
características: 
� acima de 50 ou abaixo de 18 anos. 
� com doença cardiovascular segundo prontuário médico 
militar. 
� com freqüência cardíaca ou pressão arterial alterada, 
baseado no critério publicado no sétimo relatório da Junta 
Norte Americana Nacional e comitê da prevenção, detecção, 
avaliação e tratamento da pressão alta (68), ou seja: 
o Pacientes com FC acima de 75 ou abaixo de 45 
batimentos por minuto, no primeiro teste. 
o Pressão arterial sistólica acima de 140 ou abaixo de 
90 mmHg, no primeiro teste. 
� que esteja tratando de depressão, ansiedade ou tomando 
segundo prontuário médico militar. 
� com fraturas recentes, tumores ou dores que 
impossibilitem a realização das técnicas de manipulação osteopática. 
� que não tenha assinado o termo de consentimento 
� confuso no entendimento de como será realizado o 
trabalho. 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 59 
6.3. RANDOMIZAÇÃO E OCULTAÇÃO DOS DADOS 
 
Os voluntários foram aleatorizados após sua inclusão no estudo. 
Foram sorteados envelopes pardos, de igual número e tamanho, onde 
dentro havia um papel com a inscrição de “GI” e “GII”. 
Não foi informado ao voluntário o que significava as inscrições e nem o 
que pretendia o estudo. 
As pessoas que ajudaram na pesquisa e fizeram as avaliações da PA, FC, 
algometria e NE não souberam em momento algum o que representava o 
“GI” e “GII”. 
As pessoas que ajudaram na pesquisa e realizaram as técnicas controle 
placebo (GI) e “Lift Off” na região torácica média (GII) , não sabiam dos 
objetivos do estudos, apenas realizaram as técnicas. 
Os pacientes nunca haviam sido manipulados e nem estavam fazendo 
nenhum tipo de tratamento manual ou postural. 
 
 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 60 
6.4 GRUPOS DE ESTUDO 
 
Grupo experimental. Em número de 30 voluntários, respeitando o 
sorteio inicial. Os voluntários incluídos neste grupo foram submetidos a 
uma manipulação de decoaptação inespecífica e global da região torácica 
média, denominada técnica “Lift Off”. 
 
Grupo controle. Em número de 30 voluntários, respeitando o sorteio 
inicial. Os voluntários incluídos neste grupo foram submetidos a uma 
técnica de mobilização passiva em região Tóraco Lombar, sem nenhum 
tipo de impulso. 
 
6.5. TRATAMENTOS APLICADOS 
 
6.5.1. O grupo experimental 
 
Os voluntários que sortearam o “GII”, realizaram o preenchimento dos 
dados pessoais, leram e assinaram o termo de consentimento, sendo 
depois levados para a Avaliação que consistiu em verificar a FC, PA e 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 61 
sensibilidade dos processos espinhosos. Após foram encaminhados para 
a análise quantitativa da atividade do SNA pelo NE. Ao término da 
primeira análise pelo NE, forma encaminhados a outra sala e receberam 
a manipulação “Lift Off” para a região torácica média e ficaram por 10 
minutos deitados sem receber estímulos, voltando após para uma nova 
análise quantitativa do SNA, feita pelo NE e finalizaram com uma nova 
avaliação da FC, PA e sensibilidade dos processos espinhosos. 
 
6.5.2 Grupo controle placebo 
 
 Os voluntários deste grupo foram submetidos a idênticas medições, 
posições e manobras do grupo experimental, com exceção da manobra 
de manipulação osteopática vertebral. Em seu lugar, foi realizada uma 
manobra de controle placebo, onde se realizou uma mobilização em 
rotação da região TL, estando também o voluntário sentado a cavalo na 
cabeceira da maca. 
 
6.5.3 Tratamentos concomitantes 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 62 
Aos voluntários de ambos os grupos, foi realizado a Avaliação pré e pós 
procedimento PA, FC e sensibilidade dolorosa dos processos espinhosos 
das vértebras Torácica T6, T9 e T12, conforme ficha de avaliação em 
anexo (anexo 2). 
 
6.6. VARIÁVEIS 
 
6.6.1.Variaveis independentes 
 
Idade. 
Peso corporal. 
Altura. 
Valores pré procedimentos. 
Atividade laboral. 
 
6.6.2. Variáveis dependentes 
 
 
1. Variação da Pressão arterial. 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 63 
2. Variação da freqüência cardíaca. 
3. Variação da sensibilidade dos processos espinhosos. 
4. Variação quantitativa da atividade do SNA. 
 
6.7. CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA 
 
Pelo do fato de ter sido 30 indivíduos para cada grupo, permitiu-se 
utilizar o teste t de médias, o nível de significância utilizado nos testes, 
de 95%, será mais importante que a preocupação de aumentar o tamanho 
da amostra. Para se ter certeza dos resultados, foi realizado outro teste 
estatístico, índice de Skewnes, para determinar se a distribuição das 
variáveis é paramétrica ou não paramétrica; quando o valor varia entre -1 
e +1 a amostra tem distribuição normal, permitindo ser aplicado o teste t 
de Student. 
 
6.8 DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS E 
PROCEDIMENTO 
 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 64 
6.8.1. Pressão arterial e frequência cardíaca 
 
Voluntário sentado confortavelmente, foi colocado o aparelho digital de 
pulso no pulso D; pedido para que o mesmo colocasse sua mão D em seu 
ombro E para que o aparelho ficasse a altura do coração e que com a 
mão E segurasse o cotovelo D (vide orientação do fabricante), conforme 
foto 1. Foi ligado o aparelho e aguardado a conclusão para a anotação da 
PA, FC e hora em que foi realizado o exame, sendo que foi realizado 
antes (pré) e após (pós) o procedimento. 
 
 
Foto 1: posicionamento para coleta dos dados de PA e FC. 
 
6.8.2. Algometria 
 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto Dobruski C.O. 65 
Voluntário em pé, foi circulado com lápis dermográfico os processos 
espinhosos das vértebras T6, T9 e T12, a qual marcação ficou até o final 
do experimento. 
Após a marcação o paciente deitou confortavelmente em Decúbito 
Ventral (DV); foi-lhe explicado que ao menor sinal de desconforto à 
pressão fizesse um sinal, e foi feita então a pressão com o algômetro nos 
processos espinhosos estabelecidos, sendo que ao sinal do voluntário, foi 
verificado quantos Kgf foram suficientes para tal, sendo realizado desta 
mesma forma pré e pós procedimento. 
 
 
 
6.8.3. Análise quantitativa da atividade do SNA 
 
Foto 2a: Proc. espinhosos marcados Foto 2b: Procedimento de algometria 
Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas 
Paulo Roberto

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