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Tese para a obtenção do diploma em osteopatia. Tribunal Internacional de 19 de março de 2009 Presidente do Tribunal: Francisco Alburquerque-Sendín, PhD D.O. MRO Miembros do Tribunal: Laura Legal, D.O. MRO Juan José Boscá Gandía, D.O. MRO Ángel Burrel-Botaya, D.O. MRO Philipe Septanil, D.O. MRO (Br) SEFO – E.O.M. “ALTERAÇÃO DA ATIVIDADE DO SNA ATRAVÉS DE TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS” Autor: Paulo Roberto Dobruski Diretor de Tese: François RICARD D.O- MRO Escuela de Osteopatía de Madrid Paulo Roberto Dobruski C.O. 2 D. François Ricard, Professor D.O.- MRO CERTIFICA: Que o estudo realizado para a obtenção do D.O. Internacional titulado: “ALTERAÇÃO DA ATIVIDADE DO SNA ATRAVÉS DE TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS” Foi realizado baixo nossa direção pelo C.O. D. Paulo Roberto Dobruski, em, 2008 e 2009. que a nosso entender, o mencionado estudo, reúne os requisitos necessários para que o autor possa optar ao D,O Internacional. E para que aquí conste, firmo o presente certificado em ______a ________. Fdo. Paulo Roberto Dobruski C.O. 3 Agradecimentos: Agradeço a Luiz Henrique Kaiser, sem sua disponibilidade e ajuda, creio que não teria sido possível a realização deste trabalho. Agradeço à Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro por ter permitido a minha presença como civil em suas dependências e ainda ter colaborado cedendo os voluntários, o local e as pessoas que me ajudaram na coleta dos dados. A estas pessoas que me ajudaram; 2º Sargento Antônio Chaves da Silveira Júnior, 3º Sargento Fernanda de Sena Maria, Cabo Márcio Francisco Ribeiro e Cabo Nardan Vargas de Paulo e novamente ao Subtenenete Luiz Henrique Kaiser. Agradeço a Afonso Shiguemi Salgado, que teve muita paciência com minhas dúvidas e que me propiciou a oportunidade de adentrar e aprofundar meus conhecimentos em SNA. Agradeço a Jaime Caramassa, que me possibilitou a coleta da grande maioria dos artigos citados neste trabalho. Agradeço a Cristian Shiraishi por sua paciência e vontade em ajudar. Agradeço a Paulo Koeke, que me estimulou, me deu força e me ajudou na formatação deste trabalho. A Fellipe Amatuzzi, que em boa hora me ajudou muito com questões metodológicas e estatísticas para o término deste trabalho. Agradeço a Lucas Proença por sua disposição em fazer as traduções necessárias. Agradeço a François Ricard, pela confiança, apoio e auxílio neste trabalho. Agradeço à EOM por sua confiança em meu trabalho, permitindo fazer parte do corpo docente desta maravilhosa escola. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 4 1. INDICE 1 Indice ______________________________________________________________ 4 2 Resumo _____________________________________________________________ 8 3 Abstract ____________________________________________________________ 10 4 Introdução __________________________________________________________ 11 4.1 Estado atual do problema ____________________________________________ 12 4.2 Revisão anatômica e fisiológica ________________________________________ 20 4.2.1 Generalidades sobre o SNA ________________________________________ 20 4.2.2 Anatomia do SNA Simpático _______________________________________ 22 4.2.3 Fisiologia do SNA Simpático _______________________________________ 25 4.2.4 Funções do SNA ________________________________________________ 28 4.3. Disfunção somática e facilitação medular _________________________________ 33 4.4 Avaliação do SNA ___________________________________________________ 38 4.4.1 Análise da taxa cardíaca e variabilidade da freqüência cardíaca ______________ 39 4.4.2 Nerve Express __________________________________________________ 40 4.5 Algometria _________________________________________________________ 48 4.6 Justificativa do estudo ________________________________________________ 49 5 Hipótese e ebjetivos ___________________________________________________ 54 5.1 Hipótese _________________________________________________________ 54 5.2 Objetivos ________________________________________________________ 54 5.2.1 Objetivos gerais _________________________________________________ 54 5.2.2 Objetivos específicos _____________________________________________ 55 6 Voluntários, materiais e métodos _________________________________________ 56 6.1 Desenho _________________________________________________________ 56 6.2 Voluntários _______________________________________________________ 56 Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 5 6.2.1 Critérios de inclusão _____________________________________________ 56 6.2.2 Critérios de exclusão _____________________________________________ 57 6.3 Randomização ocultação dos dados ____________________________________ 59 6.4 Grupos de estudo __________________________________________________ 60 6.5 Tratamentos aplicados _______________________________________________ 60 6.5.1 Grupo experimental _____________________________________________ 60 6.5.2 Grupo controle placebo ___________________________________________ 61 6.5.3 Tratamentos concomitantes ________________________________________ 61 6.6 Variáveis _________________________________________________________ 62 6.6.1 Independentes __________________________________________________ 62 6.6.2 Dependentes ___________________________________________________ 62 6.7 Cálculo do tamanho da amostra _______________________________________ 63 6.8 Descrição das técnicas de coleta de dados e procedimento ___________________ 63 6.8.1 Pressão arterial e freqüência cardíaca _________________________________ 64 6.8.2 Algometria _____________________________________________________ 64 6.8.3 Aanálise quantitativa da atividade do SNA _____________________________ 65 6.8.4 Manobras _____________________________________________________ 66 6.8.4.1 Grupo controle placebo ________________________________________ 67 6.8.4.2 Grupo experimental ___________________________________________ 68 6.8.5 Aparelhos para medição __________________________________________ 69 6.8.5.1 Esfigmomanômetro ___________________________________________ 69 6.8.5.2 Algômetro __________________________________________________ 70 6.8.5.3 Nerve Express _______________________________________________ 71 6.8.6 Avaliadores ____________________________________________________ 72 6.9 Medição dos resultados ______________________________________________ 73 6.9.1 Pressão arterial e freqüência cardíaca _________________________________ 73 Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 6 6.9.2 Algometria _____________________________________________________ 74 6.9.3 Análise quantitativa da atividade do SNA _____________________________ 75 6.10 Procedimento de obtenção de dados ___________________________________ 76 6.11 Análise estatística __________________________________________________ 77 6.11.1 Objetivos ____________________________________________________ 77 6.11.2 Metodologia __________________________________________________ 78 6.11.3 Níveis de significação ___________________________________________ 80 6.12 Manejo dos dados _________________________________________________ 81 6.13 Considerações éticas _______________________________________________ 81 7 Resultados ___________________________________________________________ 82 7.1 Característicasiniciais dos grupos ______________________________________ 82 7.2 Analise descritiva ___________________________________________________ 83 7.2.1 Variáveis independentes __________________________________________ 83 7.2.1.1 Variáveis independentes do grupo I ______________________________ 83 7.2.1.2 Variáveis independentes para o grupo II __________________________ 84 7.3 Comparação entre as variáveis do estudo ________________________________ 85 7.3.1 Testes comparativos para as variáveis dependentes do grupo I _____________ 85 7.3.11 Valores da avaliação __________________________________________ 86 7.3.12 Valores do Nerve Express _____________________________________ 86 7.3.2 Testes comparativos para as variáveis dependentes do grupo II _____________ 88 7.3.2.1 Valores da avaliação __________________________________________ 88 7.3.2.2 Valores do Nerve Express _____________________________________ 89 7.3.3 Testes comparativos para as médias das variáveis entre os dois grupos ________ 91 7.3.3.1 Média da diferenças dos valores da avaliação entre os grupos ___________ 91 7.3.3.2 Média da diferenças dos valores do Nerve Express entre os grupos ______ 92 7.4 Comparação entre as variáveis com relação ao procedimento para o grupo II ______ 94 Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 7 7.4.1 Valores da avaliação ______________________________________________ 94 7.4.2 Valores do Nerve Express _________________________________________ 95 8 Discussão ___________________________________________________________ 97 9 Conclusão ___________________________________________________________ 105 10 Índice de figuras, fotos e quadros ________________________________________ 107 11 Índice de tabelas _____________________________________________________ 108 12 Índice de abreviaturas _________________________________________________ 109 13 Apêndice 1: Termo de consentimento _____________________________________ 111 14 Apêndice II: Ficha de avaliação __________________________________________ 112 15 Apêndice III: Certificado de calibração do algômetro _________________________ 113 16 Referências bibliográficas ______________________________________________ 114 Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 8 2. RESUMO INTRODUÇÃO: Praticamente todas as doenças crônicas possuem como característica comum a alteração no funcionamento do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), denominado Disautonomia. Entre as causas mais comuns de disautonomia, estão estímulos internos ou externos constantes como uma doença física, estresse ou tensão emocional. OBJETIVOS: O propósito deste estudo é verificar se existe alguma alteração no estado basal da atividade do SNA através da técnica de decoaptação global da região torácica média, denominada Lift Off. PACIENTE, MATERIAL E MÉTODO: se realizou um ensaio clínico randomizado, com 60 voluntários adultos jovens saudáveis e assintomáticos, todos do sexo masculino entre 19 e 42 anos. Se mensurou os dados vitais de PA, FC, através de um esfigmomanômetro digital (Onrom), a sensibilidade dos processos espinhosos de T6, T9 e T12 através de um algômetro (FDX-50) e a atividade do SNA através do aparelho Nerve Express. RESULTADOS: se obteve uma diminuição do limiar doloroso do processo espinhoso de T6 (p= 0,040) em favor do grupo experimental, Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 9 sendo que os outros dados como os dados vitais nem para a atividade do SNA, não tiveram mudança significativa. CONCLUSÃO: a técnica global em decoaptação da região torácica média, não muda o estado da atividade do SNA. PALAVRAS CHAVE: SNA, disautonomia, Lift Off, algômetro, Nerve Express. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 10 3. ABSTRACT Introduction: Most chronic diseases have as common characteristic a malfunction of the autonomic nervous system (ANS) called dysautonomia. Among common causes of dysautonomia are internal or external stimuli like physical illness, stress or emotional tension. Objectives: The purpose of this study is to identify if there is any change in basal activity of the ANS through a technique of decoaptation of the mid-thoracic region known as Lift Off. Subjects, Materials, and Methods: A randomized clinical trial with 60 healthy and asymptomatic young volunteers, all males between 19 and 42 years of age was performed. The following measurements were taken: vital signs, including blood pressure (BP) and heart rate (HR) using a digital blood pressure monitor (Onrom), sensitivity to pain produced by pressure of T6, T9, and T12 spinous processes using an algometer (FDX- 50), and the ANS activity using a Nerve Express (fully automatic, computer-based system designed for quantitative assessment of the ANS based on heart rate variability). Results: there was a decrease in pain threshold in T6 spinous process (P = 0.040) in favor of the experimental group; however, no significant changes were observed in vital signs or ANS activity. Conclusion: the technique of decoaptation of the mid-thoracic region does not change ANS activity. Key words: ANS, dysautonomia, Lift Off, algometer, Nerve Express. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 11 4. INTRODUÇÃO Muito se fala das reações reflexas metaméricas das manipulações articulares com cavitação articular (1,2,3,4) e das reações que ocorrem; uma excitação do SNA simpático (SNS) (5,6,7) ou até ação alguma na realização das técnicas (8). Os estudos já realizados procuraram de certa forma dar maior atenção aos efeitos do SNA, com a realização de técnicas, na maioria das vezes realizadas na região cervical e dorsal (1,5,6,7,8,9,10), com estímulos químicos e mecânicos, fundamentadas na localização de gânglios simpáticos ou cadeia látero vertebral simpática. Agindo metamericamente, uma manipulação vertebral com impulso pode causar efeitos reflexos em todo o metâmero, estimulação do SNA simpático ou equilibrando uma potencial disfunção somática causadora de facilitação medular (2,11), tudo isso de forma segmentar. Se isso ocorre, uma manipulação de um grupo de vértebras, como é no caso da técnica denominada Lift Off, vai ter uma repercussão ainda maior, atingindo mais metâmeros e equilibrando informações de mais segmentos medulares. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 12 Quando isso ocorrer na região segmentar da glândula suprarenal, além da manipulação ocorrer ao nível dos núcleos medulares simpáticos (12), a manipulação pode agir ao nível do nervo esplâcnico torácico maior, o qual inerva a glândula suprarenal (13) podendo ter sua função equilibrada e alterar a atividade tônica do SNA (Sistema Nervoso Autônomo) do indivíduo. Este trabalho tem como propósito, verificar se a técnica de liberação global da região torácica, através da técnica denominada “Lift Off”, causa alguma alteração quantitativa nos dados vitais como PA (Pressão Arterial), FC (Freqüência Cardíaca) e na atividade do SNA, em indivíduos saudáveis. 4.1. ESTADO TUAL DO PROBLEMA A noção de que o Sistema Nervoso Simpático (SNS) coordena as funções corporais originou-se, provavelmente com um médico grego, Galeno (130-200 d.C.). Este propôs que “os espíritos dos animais” fluíam do encéfalo por meio de cavidades nervosas para os tecidos, criando uma “simpatia” entre as diferentes partes do corpo (14, 15,16). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas OsteopáticasPaulo Roberto Dobruski C.O. 13 Em fins do século XIX, o termo Sistema Nervoso Autônomo (SNA) foi cunhado por Langley para designar a porção do sistema nervoso responsável pelo controle involuntário e inconsciente das funções dos órgãos internos, em contraste com a porção voluntária e consciente das funções externamente percebidas dos músculos esqueléticos (14), ou seja, de todas as funções vitais do organismo humano. Distribuído por todos os órgãos do corpo, cria uma “simpatia” estre eles tendo um papel de modulação e de regulação da vida vegetativa, ou seja, da vida inconsciente (16). Este sistema é crítico para a sobrevivência do indivíduo e da espécie porque regula a homeostasia , a reprodução (17) e a função dos órgãos viscerais dentro de seu alcance normal (18). Hoje se acredita que o SNA é o efetor de um sistema homeostático maior, cujos “painéis de controle” ficam situados em vários núcleos do tronco encefálico, estando então submisso à regulação de numerosas formações centrais, substância reticulada, sistema límbico, córtex cerebral entre outros, de efeitos múltiplos e complexos (16) e são supridos por sinais contínuos de todas as partes do organismo (14) sendo então de fácil entendimento que o SNA está envolvido com os processos mentais (18). As terminações nervosas do SNA têm como alvo fibras musculares (lisas na maioria, estriadas no coração) e células glandulares Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 14 e coordenam a função de diferentes sistemas do corpo, sendo separados por 3 partes: o simpático, o parasimpático e o entérico (18). Para este trabalho, será falado sobre o SNA simpático e parasimpatico apenas. O SNS é essencialmente dorsolombar e o sistema nervoso parasimpático (SNPS) essencialmente crâniosacral, ou seja, seus núcleos estão localizados nestas regiões; sendo que para ambos a organização se faz em dois neurônios. 1- neurônio pré ganglionar, ou neurônio conector, que conectam seus núcleos a um gânglio periférico e; 2- neurônio pós glanglionar, ou neurônio efetor, que vão deste o gânglio até o órgão que inervam, sendo que de forma geral os neurônios simpáticos liberam neurotransmissores adrenérgicos e os parasimpáticos neurotransmissores colinérgicos (16). O sistema caracteriza-se pela intensidade e rapidez de instalação e dissipação de suas ações, provendo ao organismo uma adaptação dinâmica, momento a momento, às alterações do ambiente interno e/ou externo do organismo (14), mas está associado também a funções rítmicas e cíclicas do organismo, como o ritmo circadiano, sendo o principal responsável o núcleo supraquiasmático, que utiliza vias neuronais endócrinas, mas principalmente via SNA para informações Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 15 correspondentes ao controle do ritmo, dando noção de dia e noite, onde na fase ativa, ou seja, o dia tem predomínio do SNS e na fase de repouso há a predominância do SNPS (19,20). Esta variação cíclica tem um importante papel não somente no mecanismo de sono vigília, mas também faz mediação na função cardio vascular e no controle da PA (20). Pela manhã, dentre vários fatores de variação, a atividade simpática se incrementa e eleva os níveis de catecolamina elevando a pressão arterial, que se associado a fatores externos como estresse emocional ou físico pode, por exemplo, jogar um papel essencial na instalação de arritmias cardíacas (21). A disautonomia refere-se a uma condição na qual a função autonômica alterada afeta adversamente a saúde. As condições em que a função autonômica está alterada podem variar desde episódios transitórios em pessoas saudáveis a doenças neurovegetativas progressivas; de condições nas quais a função autonômica alterada tem um papel fisiopatológico primário e outras nas quais a função alterada piora um estado patológico independente (14). O desequilíbrio entre o SNA simpático e parasimpático joga um papel determinante na regulação e controle da PA e pode estar associado a diabetes e doença renal crônica (20), pode estar envolvido com Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 16 distúrbios do sono (20,22), onde verifica-se que os pacientes com insônia geralmente apresentam elevada secreção de cortisol, fazendo crer que existe um distúrbio no eixo hipotálamo hipófise adrenal (HHA), geralmente associado a casos de depressão (23), pode estar associado com a síndrome da fadiga crônica (24); com a colite ulcerativa e doença de Crohn (25), com a artrite reumatóide juvenil (ARJ) e até fazendo parte das manifestações clínicas do tétano (26) sendo que o tratamento para tais afecções devem estar baseado também no equilíbrio do SNA (27). Dentro alguns sintomas associados a esta disfunção estão as palpitações, cabeça leve e atordoada, pré síncope e síncope (28). Existem várias enfermidades neurodegenerativas esporádicas, de causa desconhecida, que afetam aos neurônios do SNA, nas quais os pacientes apresentam hipotensão ortostática acompanhada de disfunção a nível vesical, sexual e sudomotor como na Falha Autonômica Pura (FAP), onde a sintomatologia se manifesta na esfera autônoma apenas, de forma incidiosa e progridem lentamente (29). Entre as manifestações clínicas da disautonomia estão: hipotensão ortostática idiopática, atrofia multisistêmica, disautonomia familiar; síndromes vasomotoras como algoneurodistrofia, causalgia, eritromelalgia, cefaléias vasculares e dishidroses como: hiperhidrose Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 17 focal, hiperhidrose difusa e anidrose; Há ainda as manifestações associadas a outras afecções encefálicas como o mal de Parkinson e mal de Alzheimer, afecções medulares como os traumas medulares, esclerose em placas e seringomielia, afecções do nervo periférico como neuropatias metabólicas, neuropatias alcoólicas e ainda disautonomia por infecção por vírus (16), além de que são muitas as evidências de que o SNA desempenha um papel chave na fisiopatologia das complicações do diabetes mellitus, tanto em humanos como em animais (30). Dentre estas afecções, o diagnóstico pode ser demorado agravando o problema (29). De todas estas síndromes ou doenças citadas, de forma geral os sinais de uma diminuição do tônus simpático são: hipotensão ortostática, perda da sudorese, falta de dilatação pupilar, falta da ejaculação e perda da piloereção; e os sintomas de uma diminuição do tônus parasimpático são: falta da secreção lacrimal, salivar, nasal e orofaríngea, falta de constrição pupilar, diminuição da acidez e motilidade gastro intestinal, atonia vesical e perda da ereção (16), sendo que pode existir uma gama de combinações entre o estímulo ou inibição destes dois sistemas (31,32,33). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 18 As causas para a disautonomia podem ser variadas, estando então associadas aos problemas de SNC (Sistema Nervoso Central), SNP (Sistema Nervoso Periférico), intoxicação ou pode ser idiopática (16). A modulação de saída de impulsos do SNC acontece no nível pré ganglionar liberando o neurotransmissor evocando um potencial de ação, sendo que muitos neurotransmissores podem ser liberados dependendo da freqüência e duração dos sinais (34). As descargas anormais enviam as informações errôneas à medula espinhal, dando origem a reflexos anormais dos neurônios espinhais simpáticos que inervam os tecidos periféricos. Isso cria uma sensibilização central que dá origem à reações patológicas sensitivas e autonômicas (16). O termo estresse denota o estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbar a homeostasia, dissipamum processo de adaptação caracterizado, entre outras alterações, pelo aumento de secreção de adrenalina produzindo diversas manifestações sistêmicas com distúrbios fisiológicos e psicológicos, sendo os fatores estressantes eventos ou estímulos que provocam ou conduzem ao estresse (35). Dentre este conceito, não podemos deixar de atentar para estímulos aferentes somáticos aberrantes que aferem para a medula e podem causar Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 19 alterações da função simpática metaméricamente, como no caso das ditas “lesões osteopáticas”. O termo lesão osteopática é de origem obscura, que pouco se utiliza hoje, sendo mais utilizado o termo disfunção somática: que define como um prejuízo ou alteração da função dos componentes do sistema somático: músculo esquelético, artrodial, estruturas miofasciais, rede vascular, linfática e elementos neurais (11), alterando então a textura dos tecidos circunvizinhos configurando então uma das principais formas de avaliação do osteopata; a palpação destes tecidos (36,37) onde existe uma disfunção somática, ou seja, uma falta de mobilidade que altere as informações aferentes à medula pode alterar as respostas simpáticas (2), causando então a dita alteração na textura dos tecidos. As disfunções somáticas, podem alterar a PA, RH (Rate Heart), ou seja, a taxa cardíaca e atividade elétrica dos nervos e músculos (38), tendo ação no sistema motor e autonômico. Em experimentos com animais anestesiados, verifica-se que existe a relação de estímulos no sistema locomotor, estímulos nocivos químicos ou estimulação elétrica e respostas no SNA, como alteração da PA , dilatação de vasos, alteração de fluxo respiratório, diminuição seguida de aumento da atividade da glândula suprarenal (3,4,5,9). Dentre várias pesquisas neste campo, muito se verificou. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 20 Manipulações torácicas são associadas com mudanças na taxa de variabilidade cardíaca- HRV (Heart Rate Variability) (6); manipulações quiropráticas aplicadas em áreas sintomáticas alteram a atividade autonômica do sistema cardio vascular (7); que a manipulação quiropática cervical não muda o nível basal de cortisol em indivíduos assintomáticos (8). Frente a estas possibilidades, este estudo pretende verificar se existe alteração e em que grau dos dados vitais de PA e FC, e da atividade do SNA em indivíduos sadios, através de uma técnica inespecífica na região torácica onde se encontram parte dos núcleos simpáticos, dentre os quais os núcleos do nervo esplâcnico torácico maior, o qual inerva a glândula suprarenal (39) e os núcleos da cadeia látero vertebral simpática. 4.2. REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA 4.2.1 Generalidade dobre o SNA: Antigamente chamado de Sistema Neuro Vegetativo (SNV), hoje chamado de Sistema Nervoso Autônomo pelo fato de se auto governar, Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 21 foi descrito primeiramente pelo médico Grego Claudius Galen (130- 200 d.c) que escreveu que os “espíritos dos animais” fluíam do encéfalo por meio de cavidades nervosas aos tecidos criando uma “simpatia” entre as diferentes partes do corpo, originando assim o termo Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNS). O prefixo “para” de parassimpático (SNPS), vem de “ao lado” ou “junto de”. (15). O SNA é crítico para a sobrevivência do indivíduo e da espécie porque regula a homeostasia e a reprodução. A homeostasia é a manutenção de um meio ambiente interno ótimo, incluindo a temperatura corporal e a composição química dos tecidos e dos líquidos. Desta forma regula a respiração, a circulação, a digestão, o metabolismo, as secreções, a temperatura corporal e a reprodução. Possui a função de regular a as vísceras e a vasculatura (17). Os aspectos deste sistema incluem os receptores sensoriais, suas vias aferentes, sua regulação central e suas vias eferentes para os efetores, sendo estas vias eferentes divididas em duas porções, uma denominada SIMPÁTICA e outra PARASIMPÁTICA (17). Estas duas porções têm sua origem, organização funcional e distribuição totalmente diferente, além de serem mediados por substâncias químicas Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 22 diferentes; uma possui ação de luta ou fuga e a outra ação de repouso e digestão (15). 4.2.2 Anatomia do SNA Simpático,: Existe um sistema de controle superior comandado pelo córtex suborbitário e pré frontal, tálamo, hipotálamo, hipófise e as vias de associação inter hemisféricas pela substância reticulada e núcleos autônomos dos pares cranianos e pelos núcleos medulares simpáticos, localizados na coluna intermédio lateral, compreendidos entre os segmentos de T1 até L2 (12) ou T1 até L3 (40), que formam os troncos látero vertebrais e pré vertebrais simpáticos e ainda os núcleos parassimpáticos entre S2 até S4 (12). Fig- 1. Haste intermédio lateral da medula. Extraída de Keith Moore. Anatomia orientada para a clínica. Ed. Guanabara Koogan. 4º edição. 1999. Fig. 1-30 pág. 40. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 23 Fig. 2: da esquerda é a representação da divisão simpática e a da direita é a divisão parasimpática. Extraída de Keith Moore. Anatomia orientada para a clínica. Ed. Guanabara Koogan. 4º edição. 1999. Fig.I.33 e I.35 ds págs: 42 e 44. Os troncos simpáticos são dois cordões nervosos paralelos que se estendem da cada lado da coluna vertebral da base do crânio ao cóccix (13) ao longo da fáscia prévertebral (39). Na parte superior do tórax, o tronco simpático está anterior à cabeça das costelas, enquanto na parte inferior estão lateralmente aos corpos vertebrais (13); estão a uma pequena distância das raízes espinhais anteriores e correspondem ao nervo espinhal adjacente (39). Ao longo dos troncos simpáticos, pequenas áreas emergentes são visualizadas. Estas coleções de corpos neuronais fora do sistema nervoso central são os gânglios simpáticos paravertebrais, que somam em um total 3 na região cervical, 11 ou 12 na Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 24 região torácica, 4 na lombar, 4 ou 5 sacral e 1 coccígeo (13) e daqui cada fibra segue a estruturas somáticas e viscerais (39). Estas fibras vão se diferenciar em fibras somáticas, não mielinizadas, para cada um dos 31 nervos espinhais e ter função vasoconstritora para arteríolas, função secretora nas glândulas sudoríparas e piloereção (15,17,40,41). Fibras viscerais simpáticas se dirigem para as vísceras torácicas por fibras posganglionares cardíacas, esofageana e plexo pulmonar e fibras préganglionares para as vísceras abdominais, através dos nervos esplâcnicos (40). Há fibras que vão para a medula adrenal através do nervo esplâcnico torácico maior e fibras que seguem trajeto craniano e facial acompanhando a artéria carótida, laringe e faringe (39). Os nervos esplâcnicos conduzem fibras eferentes autônomas e aferentes viscerais, passam pelos gânglios simpáticos ao longo do tronco simpático no tórax para plexos pré vertebrais, gânglios associados à aorta abdominal, chamados então de gânglios pré vertebrais (40). Os nervos esplâcnicos são denominados de acordo com seu tamanho, ou seja: maior (do 5ª ao 10ª gânglio torácico) e vai ao gânglio celíaco no abdome, o menor (do 9ª ao 10ª ou 11ª) e vai para o gânglio aórtico renal e o inferior (12ª e vai para o plexo renal) (13). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 25 Todas as vísceras simpáticas pré ganglionares envolvidas na inervação das vísceras abdominopélvicas, excetoas para a inervação da glândula suprarenal, fazem sinapse nos gânglios prévertebrais. As fibras pós ganglionares formam plexos periarteriais que seguem os ramos da parte abdominal da aorta para seu órgão alvo (40). Já as fibras pré ganglionares que suprem as glândulas suprarenais, seguem pelo trajeto dos nervos esplâcnicos torácicos maiores, passam pelos gânglios pré vertebrais (celíacos) e vão direto para as células situadas na medula suprarenal (39,40), assim como nos ratos , onde 90% da inervação eferente segue por este nervo (42). 4.2.3 Fisiologia do SNS,: O SNA simpático é mediado pela adrenalina a suas derivações (41); podem ser estimuladas através de agentes estressores internos como fatores psicológicos e externos como fatores ambientais, levando o organismo a um estado de alerta para a proteção do possível perigo, dando prioridade aos órgãos de defesa, ataque e fuga (15,41). DEll y Bonvallet (citado por Irvin Korr, 1982) entre outros, demonstraram que os agentes adrenérgicos tem um efeito profundo sobre Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 26 o estado de excitação do Sistema Nervoso. Com a estimulação simpática, há a facilitação da transmissão sináptica nos neurônios do SNC, tendo como resultado que o sistema simpático é um mediador entre as vísceras e os tecidos somáticos. De modo, geral o sistema nervoso somático reage de forma rápida as estimulações, enquanto o sistema nervoso autônomo responde em período mais prolongado (43). A descarga maciça adrenérgica, realizada pela glândula suprarenal, em situações simpáticas, ou seja, em situações de estresse, é mediada pelo hipotálamo (15,43,44). A estimulação dos nervos simpáticos para a medula suprarenal, faz com que sejam liberadas grandes quantidades de epinifrina e norepinifrina no sangue circulante, hormônios estes que são levados a todos os tecidos do corpo (41). As células da medula suprarenal funcionam como um neurônio pós ganglionar do tipo especial que em vez de liberar substância neurotransmissora para as células do órgão executor, a libera na corrente sanguínea produzindo uma resposta simpática espalhada, difusa (40). São estimuladas por fibras colinérgicas pré ganglionares com origem em T6 a T9, e assim liberam adrenalina e noradrenalina no sistema cardiovascular, que as distribui por todo o corpo (43). No Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 27 interior da medula da glândula suprarenal há cerca de oito células que liberam adrenalina para cada célula que libera noradrenalina. Exercem quase os mesmos efeitos nos órgãos que quando há estimulação direta simpática, exceto que seus efeitos duram cerca de 5 a 10 vezes mais devido a sua lenta remoção do sangue (41). Os transmissores liberados pela medula das glândulas suprarenais atuam em conjunto com a noradrenalina liberada por fibras simpáticas pós ganglionares (43). A disseminação e persistência dos efeitos simpáticos devem-se à lenta desativação da noradrenalina e à distribuição sistemática desta (43) Isto significa que quando existe estimulação das glândulas suprarenais, há liberação de hormônios por todo o corpo com efeitos prolongados por até 1 a 2 minutos após sua estimulação (41). Os hormônios adrenérgicos são liberados quase sempre pela medula suprarenal, ao mesmo tempo em que os órgãos são estimulados diretamente pela ação simpática generalizada. Por conseguinte, a um só tempo, estes órgãos são estimulados por duas formas distintas: diretamente pelos nervos simpáticos e indiretamente pelos hormônios medulares. Os dois se reforçam e cada um deles pode substituir o outro. (41). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 28 O sistema nervoso parassimpático está relacionado diretamente com as vísceras e é mediado pela acetilcolina (41), controla as funções de repouso e digestão enquanto o simpático as reações de luta ou fuga (14,15,41). Possui fibras pré ganglionares longas e pós ganglionares curtas, tendo então uma função muito mais localizada e de curta duração, devido à desativação feita pela acetilcolinesterase (43). A manutenção homeostática é o resultado do balanceamento dos 2 sistemas: O simpático e o parassimpático (15). 4.2.4 Funções do SNA: O SNA é crítico para a sobrevivência do indivíduo e da espécie (17). Regula as funções vitais que mantém o ambiente interno, ou seja, a homeostasia. Dentre estas funções vitais estão; a respiração, a circulação sanguínea, o metabolismo, a temperatura corporal, o metabolismo hídrico, a digestão, a secreção e a procriação (17,44). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 29 Muitas vezes é chamado de sistema eferente visceral geral ou sistema motor vegetativo porque os efetores estão associados aos sistemas viscerais, sobre os quais o controle consciente que se pode exercer é mínimo (43). Tem como papel fundamental influenciar as atividades viscerais que visam à manutenção de um meio interno relativamente estável no corpo (43). Na periferia, o SNA é formado por duas componentes funcionalmente diversas, emitindo impulsos facilitadores ou inibidores. Estas componentes são os nervos simpáticos (SNS), o qual possui como substância transmissora a noradrenalina e parasimpaticos (SNPS) o qual possui como substância transmissora a acetilcolina (43,44). A parte simpática estimula as atividades que são mobilizadas pelo organismo durante a ocorrência de situações de estresse; são as chamadas respostas de “luta ou fuga” que compreendem o aumento da FC e força de contração cardíaca, elevação da concentração de açúcar no sangue e a elevação da PA. Já o parassimpático estimula as atividades ligadas à conservação e restabelecimento dos recursos do organismo, que compreendem a redução da FC e a elevação das atividades gastrointestinais para o aumento da digestão e absorção de alimentos (43). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 30 O hipotálamo é quem regula e governa a função dos dois sistemas, por meio de ligação com o sistema reticular descendente do mesencéfalo e por via humoral, ou seja, através da hipófise. As fibras periféricas dos neurônios tanto pré como pós ganglionares inervam os músculos lisos de todos os órgãos internos, o miocárdio e todas as glândulas (15,43,44). As fibras que caminham juntamente com os nervos cranianos motores e com as raízes anteriores da medula, exercem funções víscero motoras. O corpo do neurônio pré ganglionar localiza-se no SNC e seu axônio é mielinizado, o qual estabelece ligação com um gânglio paravertebral ou prévertebral, o qual transmite impulso a um neurônio pós ganglionar não mielinizado, sendo que o axônio deste neurônio dirige-se ao respectivo órgão alvo (44). O SNS é funcional e estruturalmente organizado para exercer influências sobre muitas regiões do corpo ou mesmo sobre todo o corpo durante longos períodos. Cada neurônio pré ganglionar tem um axônio relativamente curto que forma sinapse com muitos neurônios pós ganglionares, formando numerosas junções neuroefetoras sobre uma vasta área (43). O SNPS possui como função a conservação e o armazenamento de energia (17), é organizado para responder primordialmente a estímulos específicos em regiões localizadas e bem definidas de maneira transitória Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 31 e por curto tempo. Cada neurônio pré ganglionar, cujo longo axônio forma sinapse com alguns neurônios pós ganglionares com axônios curtos, exerce influência sobre uma pequena área. A rápida desativação da acetilcolina pela acetilcolinesterase diminui o seu tempo de atuação (43).O SNPS possui os corpos dos neurônios pré ganglionar, localizados em núcleos do tronco encefálico e na medula espinhal sacral, que diferentemente do sistema simpático, são separados e não interconectados. Além disso, ainda contrastando com o sistema simpático, não inerva os membros nem a parede corporal. Seus gânglios ficam situados próximos aos seus órgãos alvos (17). Há ainda o sistema entérico que abrange as redes neurais intrínsecas formadas por neurônios sensitivos, interneurônios e neurônios motores. Atua na motilidade do intestino, na absorção de nutrientes, na velocidade de proliferação das células do revestimento epitelial do tubo digestivo e na secreção de hormônios e neuropeptídeos pelas células cromafins do sistema endócrino entérico (43), que não será abordado neste trabalho. Em geral os efeitos da estimulação simpática pode ser considerado catabólicos e os da estimulação parasimpática anabólicos (40) e ainda antagônicos, conforme o quadro I. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 32 FUNÇÃO DO SNA Órgão, Trato ou Sistema Ação Simpática Ação Parasimpática Bulbo do olho Pupila Dilata (Admite mais luz, melhora a cuidade à distância) Contrai (protege da Luz) Corpo Ciliar Contrai o músc. Ciliar (aumenta o volume da lente melhorando a visão de perto) Pele Músc. Eretor Contrai,pelo fica em pé Sem efeito Vasos Periféricos Contrai o vaso Sem efeito Gl. Sudoríparas Promove sudorese Sem efeito Outras Glândulas Lacrimais Diminui a secreção Aumenta a secreção Salivares Diminui a secreção, fica mais espessa Aumenta a secreção Coração Aumenta o Ritmo e força de contração Diminui o Ritmo e força de contração Pulmão Dilata Brônquios e diminui a secreção Contrai os brônquios e promove a secreção Trato Digestório Diminui o peristaltismo e contrai os esfíncteres Aumenta o peristaltismo e relaxa os esfíncteres Fígado e Vesícula Biliar Promove o fracionamento do glicogênio para glicose (aumenta a energia) Promove a construção de glicogênio; aumenta a secreção de bile Trato urinário Contrai vasos renais, diminuindo a formação de urina e contrai o esfíncter Inibe a contração do esfíncter e contrai o músculo detrussor Sistema genital Causa ejaculação e vasoconstrição Produz ingurgitamento dos tecidos eréteis Medula supra renal Libera adrenalina Sem efeito Quadro I: retirado de Keith Moore. Anatomia orientada para a clínica. Ed. Guanabara Koogan. 4º edição. 1999.Quadro I.2. pág 45 Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 33 4.3. DISFUNÇÃO SOMÁTICA E FACILITAÇÃO CENTRAL O termo lesão osteopática é de origem obscura, que pouco se utiliza hoje, sendo mais utilizado o termo disfunção somática. Definido como um prejuízo ou alteração da função dos componentes do sistema somático: músculo esquelético, artrodial, estruturas miofasciais, rede vascular, linfática e elementos neurais (11). O glossário da terminologia osteopática a define como: “deterioração ou alteração dos componentes do sistema somático vinculados entre si: estruturas esqueléticas, articulares e miofasciais; elementos vasculares, linfáticos e neurais associados”. O diagnóstico da disfunção somática está sustentado por achados visuais e palpáveis de mudanças na textura dos tecidos, assimetria estrutural, restrição de mobilidade e dor à palpação (45). A disfunção somática consiste em adaptações neurais, vasculares e do tecido conectivo. A atividade e o estado dos tecidos corporais estão influídos em parte pela excitação e inibição dos nervos que emergem do SNC. A rigidez articular e alterações tônicas musculares podem produzir-se por atividade excessiva do SNC mediada pelos Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 34 motoneurônios alfa, capaz de causar um estado maior de contração dos músculos inervados por este nervo. Isso pode ocasionar alterações no fluxo sanguíneo e linfático dos tecidos contraturados e a possibilidade que apareçam estados de isquemia e hipóxia relativa e alterações no meio químico do tecido (45). A evidência clínica da disfunção somática é geralmente obtida por métodos físicos como a inspeção e palpação, que podem ser comprovadas por procedimentos como RX, termografia ou eletromiografia (11). Em pesquisa, exames palpatórios e termografia da coluna torácica, revelaram significância alta na freqüência de segmento em disfunção e áreas de temperatura elevada da pele na região da vétrbra T9-T12 em grupos de pacientes com doenças renais (46). A disfunção somática não é uma doença do tecido, mas sim um distúrbio da função dos componentes do sistema músculo esquelético (47), uma anormalidade biomecânica no sentido da restrição ou excesso de mobilidade (3). A disfunção somática intervertebral é tida como a precursora de distúrbios clínicos e síndromes dolorosas (38,47) e que seu tratamento em indivíduos assintomáticos previne distúrbios clínicos (47). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 35 As estruturas espinhais tais como, músculos, ligamentos, facetas articulares, pele e meninges, são ricamente inervadas, sendo que estes receptores são responsivos aos estímulos mecânicos, como posição, mobilidade, inflamação e mudanças de temperatura. Os impulsos gerados pela estimulação das estruturas espinhais, ativam os centros neurais reflexos na medula espinhal e os centros superiores, sendo a causa de respostas somatoviscerais (respostas autonômicas metaméricas) se agindo pelos sistemas simpático e parasimpático, ou somatosomática se agindo pelos nervos espinhais, levando a alterações somáticas como espasmos musculares (48). Em áreas de disfunção somática existe uma grande proporção de neurônios próximos de seu ponto de despolarização, sendo que se tornam mais sensíveis a produção do potencial de ação, que seriam transmitidos mediante os axônios dos nervos até o órgão final. Este conceito foi denominado facilitação na bibliografia osteopática e sensibilização por outros autores (2,11,45). Os neurônios aferentes do corno posterior da medula devem ser ativados para desencadear uma reação, propriedade que forma parte do sistema de amortecimento que nos permite viver com economia de energia. Se este sistema é muito exigido por qualquer motivo, como quando uma estrutura afere informações de baixa intensidade, mas de forma Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 36 constante, todas as outras informações que chegam a esta zona têm um potencial de atuação que resulta prejudicial para a homeostasia (49). O fenômeno de facilitação central é conhecido por aumentar o campo receptivo de neurônios centrais e habilita os impulsos inócuos ter acesso aos trajetos de dor central. Uma alteração biomecânica vertebral, ou seja, uma disfunção somática, produz uma sobrecarga a qual pode alterar as propriedades de sinalização mecânica dos neurônios nos tecidos paravertebrais (1), e que “deslocamentos” vertebrais transitórios, podem alterar a PA, RH e atividade elétrica dos nervos e músculos (38), ou seja, tem ação no sistema motor e autonômico. O fenômeno de Orbeli, evidenciado através de experiências em ratos, onde se estimulou a inervação periférica motora e mensurou-se a intensidade da contração muscular, verificou-se que quando foi estimulado juntamente o gânglio simpático em relação ao nervo, a intensidade da contração foi muito maior chegando à conclusão que o estímulo simpático melhora os mecanismos de acoplamento do metabolismo celular do processo contrátil (2). Estudos com EletroMiografia (EMG), em áreas de disfunção somática, o achado de potenciais de ação mostrariaa presença de contração dos músculo; estímulos aplicados nas áreas de disfunção somática ou em outras áreas, iniciam potencial de ação nestas. Esta observação sugere Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 37 que os motoneurônios que suprem a área da disfunção somática se mantêm em estado subliminar de excitação (11). Experiências do século anterior, freqüentemente utilizavam de estímulos nocivos verificando alterações como pressão sanguínea, de fácil mensuração. Modelos experimentais utilizavam de animais anestesiados para evitar o fator emocional levando então a resultados satisfatórios na investigação dos fenômenos somatoautonômicos, criando o modelo de resposta autonômica a estímulos nocivos de “luta ou Fuga” (3,4). Em um destes experimentos em gatos, a estimulação das glândulas suprarenais causavam a contração dos tecidos próximos à 13ª vértebra torácica, assim como estimulação desta vértebra era seguida de dilatação dos vasos das glândulas suprarenais e logo após por uma elevação da pressão arterial (4). Em pesquisas mais recentes utilizando animais, verificou-se que estimulação elétrica dos tecidos moles no pescoço, produzem mudanças no tônus simpático e fluxo respiratório (9); em outra, viu-se que empregando uma simples estimulação lateral nos tecidos da região lombar ou dorsal, causa uma excitação seletiva de aferentes mielinizados dos tecidos interespinhosos com um inicial decréscimo da atividade da glândula suprarenal (com diminuição da PA e FC) seguido de subseqüente incremento da atividade suprarenal, ou seja; estímulos Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 38 somáticos, são capazes de causar alterações reflexas na atividade simpática adrenal (5). E ainda que estímulos químicos nóxicos em ratos ao nível dos tecidos interespinhosos da região torácica média, foi acompanhada com um aumento da atividade simpática gástrica e inibição de sua motilidade (10). 4.4. AVALIAÇÃO DO SNA A avaliação do SNA joga um importante papel para elucidar diversos processos clínicos, associados a disautonomias. A avaliação da função autonômica cardiovascular é a base da investigação clínica (50). O SNA é afetado em uma grande variedade de desordens neurológicas (26). Já está bem estabelecido que a oscilação das freqüências de ondas cardíacas, correspondem especificamente a atividades do sistema Simpático ou Parasimpático. Por esta razão a avaliação do sistema cárdio vascular é uma forma de se avaliar o estado do SNA. Entre tipos de avaliação do SNA, existem os testes de função adrenérgica simpática que consistem em resposta da pressão sanguínea Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 39 no tilt teste, na manobra de valsalva, no teste do exercício isométrico, à pressão fria e estresse mental; além dos testes do Tilt teste prolongado para síncope vasovagal e massagem do seio carótido (50). Fora as formas citadas acima, existem ainda algumas técnicas de pesquisa avaliando a função autonômica cárdio vascular, entre as quais; a microneurografia que mensura diretamente a função simpática, testes farmacológicos da função autonômica, avaliação da função do baroreflexo, avaliação da função vasoconstritora periférica, mensuração de catecolamina, avaliação da função venosa, imagem simpática cardíaca e análise da força espectral, a qual é a interpretação da oscilação da RH e HRV, sendo este base do exame utilizado para este estudo. 4.4.1 Análise da taxa cardíaca e variabilidade da freqüência cardíaca A flutuação da taxa cardíaca é o reflexo da modulação do nodo sinoatrial pela atividade do SNA e por outros mecanismos homeostáticos. A análise desta flutuação é uma técnica não invasiva de análise do SNA. O pico de alta freqüência- HF (High Frequency) compreendido em 0,15Hz reflete as oscilações da RH que ocorre na respiração. A Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 40 quantificação destas oscilações promove a mensuração da resposta do nodo sinoatrial pela modulação vagal, ou seja, mensura a função do SNPS. A dupla, vago e nervo simpático cardíaco, oscilam a frequência da RH em freqüência abaixo de 0,15 Hz. A baixa freqüência- LF (low Frequency) de intervalo R-R é um índice da atividade do SNS (50). O incremento ou redução da taxa da HRV vem sendo reportada como um fator de risco para doenças cardíacas em alguns estudos (51). Estas análises podem ser feitas através do EletroCardioGrama (ECG), verificando-se os intervalos R-R, ou através do equipamento chamado Nerve Express, que permite analisar quantitativamente a atividade do SNA. 4.4.2 Nerve Express (51,52,53) A análise da HRV computada pelos algoritmos, é uma ferramenta não invasiva que avalia os mecanismos do SNA e ainda pode ajudar na escolha da terapia a ser utilizada. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 41 O Nerve-Express (NE) é um sistema computadorizado totalmente automático e não-invasivo, destinado à análise quantitativa da atividade do SNS e SNPS baseado na análise da HRV. O NE possibilita a identificação de três tipos de padrão como resposta: equilíbrio autonômico (homeostase vegetativa), prevalência simpática e prevalência parassimpática. O sistema reconhece automaticamente 74 estados do SNA que representam diferentes relações entre as atividades do SNS e SNPS e as variações em seu equilíbrio. No sistema cartesiano de eixos do sistema nervoso simpático/parassimpático, o princípio básico é que os parâmetros exibidos no ponto de equilíbrio autônomo (SNPS ≥ 0) ou a sua direita representam basicamente pessoas saudáveis, enquanto aqueles que se colocam à esquerda (SNPS < 0) em sua maioria representam disfunções temporárias ou pessoas cronicamente doentes. Na leitura dos ritmogramas constata-se que quanto mais agudo e regular o padrão de flutuação, mais saudável é a pessoa que está sendo avaliada e, da mesma forma, quanto menos aguda e irregular for à flutuação, menos saudável será a pessoa detentora deste ritmograma. O equipamento registra a atividade parassimpática no eixo X ou horizontal e a atividade simpática no eixo Y ou vertical. O ponto de Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 42 intersecção dos eixos simpático e parassimpático é o ponto de equilíbrio autonômico. Para a direita e acima deste ponto de equilíbrio, o NE mostra uma área de atividade simpática e parassimpática aumentada em 4 graduações. As diminuições nas atividades do SNS e SNPS são mostradas à esquerda e abaixo do ponto de equilíbrio. Fig. 3 – Interpretação fisiológica do estado do SNA. Alexander Riftine- Quantitative assessment of the autonomic nervous system based on heart rate variability analisys. 2007. Fig. 4.b pág: 4-2 Os 74 estados do SNA categorizados pelo NE são subdivididos em 9 categorias: • Categoria 1 – Prevalência do SNPS com nível médio de atividade do SNS. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 43 Esta categoria representa dominância do SNPS. É normalmente observada em pacientes em repouso ou durante a primeira fase do sono (N-REM). Na segunda fase do sono (REM), a atividade do SNS geralmente aumenta. Assim, esta categoria é subdividida em 4 subcategorias, dependendo do nível de dominância do SNPS (leve, moderada, significante ou aguda). Esta categoria é de certo modo limitada, já que só pode ser observada em pacientes com valores estritamente médios de atividade do SNS. • Categoria 2 – Aumento nas atividades do SNS e SNPS. Esta categoria é subdividida em 16 combinações diferentesde atividade do SNS e SNPS. É caracteristicamente uma das mais ricas divisões. Uma área distintiva nesta categoria representa o que pode ser chamado de estado “simpato-adrenérgico alto”, correspondente a um aumento significante do SNS (pontos [3.1], [3.2], [3.3], [3.4], [4.1], [4.2], [4.3] e [4.4], mostrados na área de linhas diagonais da figura 3). Uma pessoa alcança este estado quando experimenta uma maior amplificação de energia (um aumento agudo do SNS). O estado “simpato-adrenérgico alto” é caracterizado por uma repentina Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 44 liberação de adrenalina similar ao qual um atleta experimenta antes da competição. As categorias de 1 a 3 representam basicamente pessoas saudáveis, entretanto, temos que ter em mente que pessoas saudáveis podem apresentar dois estados fisiológicos diferentes. Um estado possui nível baixo de atividade simpática e o outro tem um aumento significante da atividade simpática, sendo que ambos os estados são distinguidos por um aumento da atividade parassimpática. Um aumento no SNPS associado a um aumento significante no SNS reflete o estresse positivo, enquanto que uma diminuição no SNPS associada a um aumento significante no SNS reflete “distress” ou estresse negativo. A condição de uma pessoa saudável com um aumento significante no SNS e aumento do SNPS (estado simpato- adrenérgico alto) correspondem à idéia de um estresse positivo. • Categoria 3 – Prevalência do SNS. Esta categoria representa um aumento do SNS associado a um valor médio de atividade do SNPS. Do ponto de vista fisiológico, esta categoria representa um estado transicional entre as categorias 2 e 4. • Categoria 4 – Diminuição do SNPS com aumento de SNS. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 45 Esta categoria pode aplicar-se tanto para indivíduos clinicamente saudáveis como para indivíduos clinicamente doentes. Entretanto, o uso do termo “saudável” não é sempre apropriado já que o desequilíbrio funcional do estresse, exaustão física, tensão nervosa, infecção, intoxicação (incluindo drogas e álcool), exacerbação de condições crônicas e muitas outras causas ainda podem estar presentes. Nestes casos, uma diminuição no SNPS devido à depressão dos seus centros nervosos pode ser observada, com uma ativação simpática simultânea disparada pela tentativa do sistema nervoso em equilibrar-se. Quando a ativação simpática é elevada (pontos [-2.3], [-2.4], [- 3.3], [-3.4], [-4.3] e [-4.4], mostrados na área verde da figura 3), o indivíduo alcança um estado “agudo” característico de uma doença grave ou extremo estresse ou disfunção. Esta seção “aguda” da categoria 4 corresponde claramente à idéia de “distress” ou “estresse negativo”. • Categoria 5 – Diminuição do SNPS com nível médio de atividade do SNS. Esta categoria, como a terceira, é uma fase transicional. Tudo o que pertence à quarta categoria pode ser relacionado a ela, mas aqui a Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 46 atividade do SNS aparece com valores médios. Isto significa que o estresse ou sobrecarga nervosa é irrelevante. Esta categoria pode freqüentemente refletir uma depressão do sistema receptor do SNPS, indicando a possibilidade de uma patologia crônica. • Categoria 6 – Diminuição das atividades do SNS e SNPS. A sexta categoria, especialmente em torno do ponto – 3 dos dois eixos, reflete uma degeneração involuntária geral dos centros nervosos do SNS e do SNPS (área de degeneração do SNA mostrada na área de cor laranja da figura 3). A maioria dos casos encontrados nesta categoria se encontrão pacientes muito idosos ou aqueles cujas patologias causam uma diminuição significante na sensibilidade de todo o sistema receptor aliada à degeneração parcial dos centros nervosos. Os exemplos são pacientes que sofrem de câncer ou outras doenças que causem uma depressão similar dos centros do SNA. Os pontos [-1.-2], [-1.-3] e [-1.-4] são usualmente, mas não exclusivamente, observados em pacientes com níveis excessivos de íons potássio, o que altera o estado polarizado usual das fibras do músculo cardíaco levando a uma diminuição da freqüência e da força de suas contrações. Se a concentração de íons potássio for muita elevada, a transmissão dos impulsos cardíacos pode ser bloqueada e a Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 47 atividade cardíaca pode cessar repentinamente (parada cardíaca). Esta seção da sexta categoria é mostrada na área amarela da figura 3. • Categoria 7 – Equilíbrio autonômico. Esta é uma categoria, apesar de formalmente ser apenas um ponto. Todos os outros pontos em torno dela pertencem às outras oito categorias devendo ser interpretados como valores de borda do equilíbrio autonômico. O ponto central é o valor zero e a área de equilíbrio autonômico está circulada por uma linha vermelha na figura 3. • Categoria 8 – Diminuição do SNS com nível médio de atividade do SNPS. Esta categoria, como a terceira e a quinta, é transicional. Tudo o que pertence às categorias 6 e 9 pode ser relacionado a ela, mas aqui a atividade do SNPS adquire valores médios. • Categoria 9 – Aumento do SNPS com diminuição do SNS. A ocorrência da nona categoria não é comum, pois normalmente um aumento do SNPS é acompanhado de um aumento do SNS. Esta condição rara é encontrada em atletas de pólo aquático, corredores de longa distância, marinheiros e pessoas com treinamento cardíaco especial para mergulho profundo no mar. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 48 Quando se utiliza o NE é necessário atentar para o fato de que qualquer reação esperada do SNA não depende somente do tipo e intensidade do fator impactante, mas também, é determinada pelo estado funcional do próprio SNA e de sua habilidade de reagir. 4.5 ALGOMETRIA Pelo fato de disfunções somáticas estarem associadas com processos localizados de dor (1,2,11,38,47,48), a palpação pode ser uma forma de avaliação mas sem capacidade de quantificação do limiar doloroso, sendo que em alguns outros estudos utilizando a algometria, foi verificado que as regiões de tensão palpadas possuem sim um limiar de pressão dolorosa mais baixo (54). A avaliação subjetiva da dor é uma experiência difícil, mas que pode ser utilizada com um sinal verbal, escala numérica ou escala analógica, além de se utilizar questionários. A algometria por pressão é um outro método bastante utilizado para mensurar e quantificar a experiência individual de dor, pois estudos demonstram que os resultados obtidos com algômetro, satisfazem o padrão de testes estatísticos (55). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 49 Pode ser utilizado como validação de estudos, e método conveniente de monitoração e efeitos no tratamento (56,57). Verificado em estudos que os resultados de limiar de pressão dolorosa é reprodutível , variando de moderado a bom em muitos locais (56,58). 4.6 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO A prevalência de doenças crônicas como; diabetes, reumatismo, hipertensão, câncer, tuberculose, cardiopatias e problemas de coluna, entre outros, na população brasileira foi de 29,9% da população, próximo de 52 milhões de pessoas, em dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (59) de 2003, sendo que esta porcentagem cresce com a idade: de 9,1% na faixa de 0 a 4 anos, até 77,6%, na faixa dos 65 anos ou mais e que entre estas, 18,5%, ou seja, 9,7 milhões de pessoas informaram ter 3 ou mais doenças crônicas (46). Como já visto, a fibromialgia (14), a fadiga crônica (60,61,62), asma, artrite reumatóide (27), câncer, diabetesmellitus (30), doenças da tireóide, esclerose múltipla, câncer oculto, infecções, hepatites ou doença renal crônica (61), entre outras, estão acompanhadas por distúrbios do Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 50 SNA, sem falar ainda em alterações no ciclo circadiano que pode estar associado à hipertensão arterial sistêmica (63), arritmias cardíacas (21), alterações no ritmos de melatonina (19), e ainda associado a doença de Crohn e colite ulcerativa (25). Já a prevalência do estresse provavelmente é bastante elevada no Brasil, pois chega a 32% em São Paulo (64), em uma amostra de 1818 pessoas que transitavam em um aeroporto nesta cidade. O estresse é uma reação psicofisiológica muito complexa e intensa do organismo frente a qualquer evento bom ou mau que altere a vida do indivíduo. Tem em sua gênese, a necessidade de o organismo lidar com algo que ameaçe sua homeostase ou equilíbrio interno. Essa reação ocorre, em geral, frente à necessidade de adaptação exigida do indivíduo em momentos de mudança (64). O processo de estresse foi descrito por Selye (citado por Lipp 2003) em três fases: alerta, resistência e exaustão. A fase de alerta se caracteriza por reações do sistema nervoso simpático, quando o organismo percebe o estressor (o evento). Esta fase é caracterizada por sensações típicas como sudorese excessiva, taquicardia e respiração ofegante. O organismo perde seu equilíbrio interno à medida que se prepara para enfrentar a situação à qual necessita se adaptar. Esta reação é fundamental para a existência do indivíduo. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 51 A fase de resistência apresenta-se quando esse estressor permanece presente por períodos prolongados ou se é de grande dimensão. O organismo tenta se recuperar do desequilíbrio sofrido na primeira fase. Com isso gasta-se muita energia e com isso surgem sinais de desgaste, como cansaço excessivo e esquecimentos. Esta fase pode ser recuperada quando o organismo se adapta ou elimina os agentes estressores. Na fase de exaustão, o estresse ultrapassou a possibilidade do indivíduo conviver com ele, se adaptar (65), e está associado a diversos problemas como úlceras, gengivites, psoríase, hipertensão arterial, depressão, ansiedade, problemas sexuais, dentre outros. Cada fase envolve uma sintomatologia diferenciada que é acompanhada de mudanças hormonais correspondentes (64). A associação do estresse e ansiedade, com todas as reações do organismo como a reação do córtex pré frontal, leva a ativação do sistema septo hipocampal que passa a funcionar com aumento do nível de vigília que juntamente com a substância periaquedutal cinzenta e hipotálamo, programam as manifestações comportamentais, hormonais e neurovegetativas das reações de defesa (35). Se distinguem 3 eixos de resposta fisiológica ao estresse: - o eixo neural, o qual se ativa imediatamente, que implica na ativação principalmente do SNA (feixe simpático) e do sistema nervoso Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 52 periférico. Seus efeitos são aumento da FC, da PA, secura na boca, sudorese intensa, formigamento dos membros, dilatação das pupilas e dificuldade de respirar. - eixo neuroendócrino, mais lento e sua ativação necessita de situações de estresse mais duradouras. Seu disparo ativa a medula das glândulas suprarenais o que ajuda a aumentar ou manter a atividade adrenérgica somática, produzindo efeitos similares aos do eixo neural. - eixo endócrino, se caracteriza por disparo mais lento e por efeitos mais duradouros e necessita de situações estressantes mais duradouras ainda. Seus efeitos são o aumento da glicogênese, da produção de corpos cetônicos, exacerbação de lesão gástrica, aumento da produção de uréia, da liberação de ácidos graxos livres no sistema circulatório, aumento da suscetibilidade de processos ateroscleróticos, à necrose miocárdica, supressão dos mecanismos imunológicos e diminuição do apetite (35). Muitas das enfermidades neurodegenerativas, de causa desconhecida afetam os neurônios do SNA, dando sintomatologia apenas na esfera autônoma, sendo que os sintomas aparecem de forma incidiosa e progridem lentamente, onde o diagnóstico pode ser demorado agravando o problema (29). Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 53 No tratamento das alterações do SNA, é dado muita atenção aos fatores psicológicos (64,65), e pouca ou nenhuma importância no equilíbrio biomecânico que pode estar estimulando neurofisiologicamente o SNA (2), ou seja, ser um agente estressor ou estar associado a ele. Já se descreve técnicas de compensação autonômica geraisl que servem para equilibrar o sistema SNA simpático e parasimpático (66) e muitas citações associando as disfunções biomecânicas com disfunções do SNA alterando o funcionamento das vísceras (67) ou criando-se tensões musculares; sendo então o tratamento osteopático um potencial coadjuvante nos tratamentos do estresse e doenças crônicas, visando equilibrar a biomecânica atuando na atividade do SNA, onde a cadeia látero vertebral simpática é crucial devido sua localização e possibilidade de alteração, devendo ser uma preocupação do osteopata, pois o SNA pode ser o causador de distonias e disfunções no organismo (12). Devido à carência científica sobre o assunto e o pouco conhecimento de acadêmicos e pacientes sobre o mesmo, fez surgir um grande interesse para a elaboração desse projeto. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 54 5. HIPÓTESES E OBJETIVOS 5.1. HIPÓTESES Acredita-se que a manipulação da região Torácica e consequentemente do tronco simpático, visando suprimir uma possível facilitação central, apresente como resultado uma alteração quantitativa da atividade do SNA. 5.2 OBJETIVOS 5.2.1 Objetivos gerais Verificar se a técnica osteopática proposta neste trabalho, possui o efeito de alterar quantitativamente a atividade do SNA, os dados vitais como PA e FC e ainda se altera a sensibilidade dolorosa dos processos espinhosos de vértebras torácicas. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 55 5.2.2 Objetivos específicos � Verificar se a técnica altera os dados vitais como PA e FC � Verificar se a técnica possui alguma ação no limiar doloroso vertebral � Verificar a eficiência da técnica � Verificar se a cavitação é importante para a resposta das variáveis analisadas � Demonstrar a associação do aparelho músculo esquelético e equilíbrio do SNA. � Propor um protocolo de tratamento osteopático para pacientes com disautonomia. � Verificar a ação preventiva da osteopatia nos casos de estresse, doenças crônicas e doenças relacionadas. � Divulgar a ação coadjuvante da osteopatia nos tratamentos de estresse, doenças crônicas e doenças relacionadas. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 56 6. VOLUNTÁRIOS, MATERIAIS E MÉTODOS 6.1. DESENHO O estudo consistiu em um ensaio clínico controlado randomizado. 6.2. VOLUNTÁRIOS População alvo: pacientes saudáveis, militares da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro. População de estudo: Pacientes saudáveis que cumpram os critérios de inclusão. 6.2.1. Critérios de inclusão Outorgar consentimento informado. Será garantida a confidencialidade de seus dados de acordo com a lei 15/1999 de Proteção dos dados de caráter pessoal , os dados pessoais que se requer (idade, sexo, peso, altura, dados de saúde) são os necessários para cobrir os objetivos do estudo. Em nenhum Alteração daAtividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 57 dos informes do estudo aparecerá o nome nem a identidade (a exceção da lista de controle). Nenhum dos dados será revelado a alguma pessoa externa ao estudo e só será requerido em situações imprescindíveis (como identificação de cada participante com objeto de novas medições). Será incluído neste estudo o indivíduo que apresentar as demais características: • com idade entre 18 e 50 anos • que apresente condições físicas favoráveis, como integridade óssea no local a ser realizada a técnica de manipulação osteopática. • que tenha assinado o termo de consentimento (anexo 1) • que não apresente confusão no entendimento de como será feita a pesquisa. • com a pressão arterial dentro do critério publicado no sétimo relatório da Junta Norte Americana Nacional e comitê da prevenção, detecção, avaliação e tratamento da pressão alta (68) , que consiste. • Estar com FC entre 45 e 75 batimentos por minuto; • Pressão arterial sistólica entre 90 e 140 mmHg; 6.2.2.Critérios de exclusão Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 58 Será excluído deste estudo o individuo que apresentar uma das seguintes características: � acima de 50 ou abaixo de 18 anos. � com doença cardiovascular segundo prontuário médico militar. � com freqüência cardíaca ou pressão arterial alterada, baseado no critério publicado no sétimo relatório da Junta Norte Americana Nacional e comitê da prevenção, detecção, avaliação e tratamento da pressão alta (68), ou seja: o Pacientes com FC acima de 75 ou abaixo de 45 batimentos por minuto, no primeiro teste. o Pressão arterial sistólica acima de 140 ou abaixo de 90 mmHg, no primeiro teste. � que esteja tratando de depressão, ansiedade ou tomando segundo prontuário médico militar. � com fraturas recentes, tumores ou dores que impossibilitem a realização das técnicas de manipulação osteopática. � que não tenha assinado o termo de consentimento � confuso no entendimento de como será realizado o trabalho. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 59 6.3. RANDOMIZAÇÃO E OCULTAÇÃO DOS DADOS Os voluntários foram aleatorizados após sua inclusão no estudo. Foram sorteados envelopes pardos, de igual número e tamanho, onde dentro havia um papel com a inscrição de “GI” e “GII”. Não foi informado ao voluntário o que significava as inscrições e nem o que pretendia o estudo. As pessoas que ajudaram na pesquisa e fizeram as avaliações da PA, FC, algometria e NE não souberam em momento algum o que representava o “GI” e “GII”. As pessoas que ajudaram na pesquisa e realizaram as técnicas controle placebo (GI) e “Lift Off” na região torácica média (GII) , não sabiam dos objetivos do estudos, apenas realizaram as técnicas. Os pacientes nunca haviam sido manipulados e nem estavam fazendo nenhum tipo de tratamento manual ou postural. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 60 6.4 GRUPOS DE ESTUDO Grupo experimental. Em número de 30 voluntários, respeitando o sorteio inicial. Os voluntários incluídos neste grupo foram submetidos a uma manipulação de decoaptação inespecífica e global da região torácica média, denominada técnica “Lift Off”. Grupo controle. Em número de 30 voluntários, respeitando o sorteio inicial. Os voluntários incluídos neste grupo foram submetidos a uma técnica de mobilização passiva em região Tóraco Lombar, sem nenhum tipo de impulso. 6.5. TRATAMENTOS APLICADOS 6.5.1. O grupo experimental Os voluntários que sortearam o “GII”, realizaram o preenchimento dos dados pessoais, leram e assinaram o termo de consentimento, sendo depois levados para a Avaliação que consistiu em verificar a FC, PA e Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 61 sensibilidade dos processos espinhosos. Após foram encaminhados para a análise quantitativa da atividade do SNA pelo NE. Ao término da primeira análise pelo NE, forma encaminhados a outra sala e receberam a manipulação “Lift Off” para a região torácica média e ficaram por 10 minutos deitados sem receber estímulos, voltando após para uma nova análise quantitativa do SNA, feita pelo NE e finalizaram com uma nova avaliação da FC, PA e sensibilidade dos processos espinhosos. 6.5.2 Grupo controle placebo Os voluntários deste grupo foram submetidos a idênticas medições, posições e manobras do grupo experimental, com exceção da manobra de manipulação osteopática vertebral. Em seu lugar, foi realizada uma manobra de controle placebo, onde se realizou uma mobilização em rotação da região TL, estando também o voluntário sentado a cavalo na cabeceira da maca. 6.5.3 Tratamentos concomitantes Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 62 Aos voluntários de ambos os grupos, foi realizado a Avaliação pré e pós procedimento PA, FC e sensibilidade dolorosa dos processos espinhosos das vértebras Torácica T6, T9 e T12, conforme ficha de avaliação em anexo (anexo 2). 6.6. VARIÁVEIS 6.6.1.Variaveis independentes Idade. Peso corporal. Altura. Valores pré procedimentos. Atividade laboral. 6.6.2. Variáveis dependentes 1. Variação da Pressão arterial. Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 63 2. Variação da freqüência cardíaca. 3. Variação da sensibilidade dos processos espinhosos. 4. Variação quantitativa da atividade do SNA. 6.7. CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA Pelo do fato de ter sido 30 indivíduos para cada grupo, permitiu-se utilizar o teste t de médias, o nível de significância utilizado nos testes, de 95%, será mais importante que a preocupação de aumentar o tamanho da amostra. Para se ter certeza dos resultados, foi realizado outro teste estatístico, índice de Skewnes, para determinar se a distribuição das variáveis é paramétrica ou não paramétrica; quando o valor varia entre -1 e +1 a amostra tem distribuição normal, permitindo ser aplicado o teste t de Student. 6.8 DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTO Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 64 6.8.1. Pressão arterial e frequência cardíaca Voluntário sentado confortavelmente, foi colocado o aparelho digital de pulso no pulso D; pedido para que o mesmo colocasse sua mão D em seu ombro E para que o aparelho ficasse a altura do coração e que com a mão E segurasse o cotovelo D (vide orientação do fabricante), conforme foto 1. Foi ligado o aparelho e aguardado a conclusão para a anotação da PA, FC e hora em que foi realizado o exame, sendo que foi realizado antes (pré) e após (pós) o procedimento. Foto 1: posicionamento para coleta dos dados de PA e FC. 6.8.2. Algometria Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto Dobruski C.O. 65 Voluntário em pé, foi circulado com lápis dermográfico os processos espinhosos das vértebras T6, T9 e T12, a qual marcação ficou até o final do experimento. Após a marcação o paciente deitou confortavelmente em Decúbito Ventral (DV); foi-lhe explicado que ao menor sinal de desconforto à pressão fizesse um sinal, e foi feita então a pressão com o algômetro nos processos espinhosos estabelecidos, sendo que ao sinal do voluntário, foi verificado quantos Kgf foram suficientes para tal, sendo realizado desta mesma forma pré e pós procedimento. 6.8.3. Análise quantitativa da atividade do SNA Foto 2a: Proc. espinhosos marcados Foto 2b: Procedimento de algometria Alteração da Atividade do SNA através de Técnicas Osteopáticas Paulo Roberto
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