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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
UNIRIO/CEDERJ
PRIMEIRA AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2020.1
DISCIPLINA: HISTÓRIA MODERNA I
COORDENAÇÃO: CLÁUDIA SANTOS
Nome: Edson de Oliveira Santos
Matrícula: 10216090198
Polo: Resende- Centro
Caro(a) aluno(a):
 Essa é a sua primeira avaliação presencial. Leia os enunciados com atenção e procure ser claro e objetivo na elaboração de suas respostas.
Leia atentamente as instruções abaixo:
•	Leia atentamente todas as questões;
•	Escreva com letra legível;
•	Revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras;
•	Esta avaliação é individual e sem consulta;
•	Responda com caneta azul ou preta;
•	Utilize o caderno de resposta.
 
Boa prova!!!
Prezado(a) aluno(a), 
Os critérios de avaliação das questões dissertativas da sua avaliação presencial são os seguintes: 
•	Correção do português; 
•	Clareza e qualidade da argumentação (coesão/coerência)
Questão 1: (5,0)
A partir das leituras das aulas 2 e 15 e do texto de Lucien Febvre, “Influências da religião sobre a vida”, identifique e comente algumas das transformações operadas pela cultura renascentista e responda à seguinte questão:
Essas rupturas significam o rompimento com a religião cristã e um retorno ao paganismo? Explique.
R: Não! O período moderno é marcado por grandes transformações, em diversos setores como economia, cultura e religião, porem para compreender este processo é necessário salientar que estas transformações estão envoltas a rupturas e permanências ligadas ao período medieval.
Seguindo neste contexto, é preciso ter em mente que o período medieval tem como uma de suas principais características, a centralidade da vivência religiosa, ou seja, o homem medieval tinha como referência a igreja e seus dogmas, o caminho e a verdade única para a salvação, mesmo existindo diferentes representações da vida religiosa.
 A Teologia possuía uma estrutura única de produção referente a todo o conhecimento, a qual a verdade se encontraria apenas nas escrituras sagradas, a teologia estava acima de todos os saberes, deste modo a Física, a Moral, o Direito, a Medicina, tratavam do mundo das criaturas, enquanto a Teologia procurava dar conta do plano da criação. 
Na cultura e na arte medieval, a maior parte da população fazia o uso da linguagem oral, sendo ela também a principal fonte de difusão principalmente entre camponeses e artesãos transmitindo as por suas gerações, o uso da leitura e da escrita, em sua maioria é praticada apenas nas atividades ligadas as igrejas, mosteiros e conventos através de copistas que utilizavam o latim como idioma oficial.
Durante um longo período e de forma equivocada o período medieval, foi considerado como a idade das trevas, atreladas ao atraso e o obscurantismo, principalmente no campo da arte e arquitetura, porem cabe frisar que este período possui suas próprias características e particularidades assim como importantes contribuições ao período moderno.
Sendo assim o mundo moderno, permeava a emergência de fissuras definitivas na unidade religiosa, apoiado pelo movimento humanista ao qual possuía grande influência nas atividades mercantis das cidades renascentistas, estas cidades possuíam forte estrutura comercial, que através dos mercadores buscavam um desenvolvimento cultural e econômico, cada vez mais amplo e estruturado, diminuindo o poder e a centralização da igreja, financiando escolas e universidades, dando início a um processo de laicização que significa excluir o elemento religioso ou eclesiástico de organização estatal, do ensino etc...
Este processo tem como uma das principais transformações a difusão e o uso da cultura letrada, e, principalmente, a expansão da escrita fora dos círculos da Igreja, na forma vulgar ou seja não mais no latim, e sim na língua falada, este processo permitiu, novos conhecimentos e novas técnicas como a Cartografia, Direito, produção de Dicionários, Contabilidade, Aritmética etc. 
Os humanistas defendiam a Livre Interpretação das Escrituras, porem não negavam o valor e a verdade contida na Bíblia, que continuava sendo vista como o lugar da verdade revelada aos homens, além disso, o conhecimento continuou sendo o resultado de um processo de interpretação.
 Porem a capacidade de interpretar não é um privilégio dos homens da Igreja e não deve se submeter à rede de comentários legitimada e autorizada pela Igreja, sendo assim a bíblia deveria chegar ao alcance de todos e de forma a qual as pessoas pudessem ler, sendo assim ela se torna o primeiro livro impresso e em língua vulgar.
Os humanistas e reformadores dos séculos XV e XVI acreditam numa proximidade maior entre o homem e Deus, para eles, tanto a salvação quanto o conhecimento podem ser constituídos sem a mediação da Igreja e sem referência à noção de autoridade.
 Mas isso não significa o fim da percepção religiosa do homem e do mundo, o que de fato ocorre é o início de um processo que pode ser identificado pela diminuição do poder da Igreja Católica e pela emergência de múltiplos saberes e concepções em confronto com essa mesma Igreja. 
Portanto tais rupturas não podem ser consideradas um rompimento com a religião cristã e um retorno ao paganismo, pois este processo não significa o afastamento ou a exclusão de interpretações religiosas do mundo e da natureza humana, pelo contrário, as ciências do mundo moderno estão amparadas na existência de Deus e nos valores cristãos, ainda que em confronto direto com os métodos e referências dos teólogos medievais.
Questão 2: (5,0)
A partir da aula 16 e do texto de Quentin Skinner As fundações do pensamento político moderno. pp. 285-301. (texto 4) responda às seguintes questões:
- A Reforma pode ser entendida exclusivamente como uma reação aos “Abusos do clero”? 
R: Não! A Reforma, assim como todos os “grandes acontecimentos”, é objeto de diferentes interpretações historiográficas, num contínuo e sempre inacabado processo de reformulações.
Sendo necessário compreender que no período moderno haviam características distintas como um forte processo de valorização do indivíduo, característico da Renascença, e a falta de distinção entre questões públicas e privadas, especialmente quando se tratava de religião, já que as próprias leis dos reinos deveriam espelhar os valores e os cânones da Igreja Católica Ortodoxa Romana.
 Assim sendo os súditos dos reinos também eram obrigados a seguir a religião de seu rei, que também era a religião oficial do país, constituído no princípio jurídico chamado de usus regio cujus religio.
 Neste contexto a Igreja Católica era peça fundamental no caminho dos homens para a “salvação”. Ninguém podia “ser salvo” sem a mediação da Igreja e de seus sacramentos, dessa forma, os sacramentos e rituais católicos, como, por exemplo, o batismo, a crisma e a extrema-unção, reuniam os cristãos de toda a Europa.
Com o início da Reforma protestante em 1520, inicia-se também um longo processo que coloca fim à unidade católica e dividi a Europa em Estados com religiões diferentes, gerando reações e conflitos, provocando uma ruptura definitiva na Europa Moderna, que anteriormente se reunia em torno de uma religião comum, apesar de todas as suas diferenças de línguas, costumes e de instituições políticas, a Europa guardava uma certa unidade no que diz respeito à centralidade da Igreja Católica.
Sendo assim o Movimento reformista foi analisado de formas diferentes, entre os mais comuns estudos sobre a História Moderna, a Reforma foi explicada como uma reação aos abusos da Igreja Católica, que, na época de Lutero, apresentava um papado totalmente imerso na cultura renascentista e voltado para os assuntos temporais.
Marcado pela corrupção e pelo distanciamento em relação a certos valores centrais do cristianismo, a venda das indulgências pelo pregador dominicano Johann Teztel no Sacro Império, terra de Lutero, teria sido o estopim para a reação contra os abusos da Igreja Católica, assim como simonia prática comum mas disseminada,mas que provocava reações negativas em diversas partes da Europa.
 Dessa forma, aos olhos de muitos religiosos, a Igreja não possuiria mais a dignidade necessária para cumprir o seu papel de levar os homens à salvação, essa explicação para a Reforma estrutura-se em torno de um recorte cronológico relativamente curto e privilegia, sobretudo, os fatores eclesiásticos.
Outros estudos apontam para uma concepção marxista da História, entendendo o fenômeno religioso como expressão ou efeito de fatores socioeconômicos que privilegiaram as transformações econômicas da Europa Moderna nas suas análises sobre a Reforma, sendo assim a Reforma seria o resultado do processo de ascensão econômica da burguesia.
Em uma terceira concepção fundada para explicar a reforma, está ligada ao processo de centralização política operado pelas monarquias europeias, onde o poder temporal da Igreja Católica em tributar, fazer justiça e de compor exércitos, desencadeava a insatisfação por ser um obstáculo ao aumento do poder dos reis. 
Em diversas ocasiões, os reis da França indispuseram-se contra o papado, principalmente no que diz respeito à nomeação da hierarquia eclesiástica em “território francês”.
 Nesse sentido, a explicação para a ruptura definitiva provocada pela Reforma, que ao contrário de outros movimentos heréticos deu origem a novas “religiões oficiais”, teria sido o interesse político dos monarcas e príncipes europeus.
Culminado com a tese da livre interpretação das Escrituras, defendida pelos reformadores do século XVI, é o desdobramento dessa busca cada vez mais acentuada por uma religião mais centrada no indivíduo e menos dependente da mediação da Igreja.
 Já Roland Mousnier, entende que os desdobramentos da Reforma e resultado da confluência de outros fatores, principalmente políticos, ressaltando que provavelmente, sem o apoio político, militar e econômico dos príncipes do Sacro Império, Lutero seria “apenas” mais um herege, perseguido e condenado pela Igreja Católica e sem a decisão política de Henrique VIII de fundar uma nova igreja, os reformadores ingleses do século XVI teriam o mesmo destino que os seguidores de John Wycliffe no século XIV.
- Lutero e Erasmo compartilham da mesma ideia sobre a natureza humana?
R: Não, Lutero e Erasmo apresentam concordância apenas em alguns pontos em relação a tese da livre interpretação das Escrituras, onde também negavam à Igreja o papel de única mediadora entre o homem e Deus, ambos também passaram pela Ordem agostiniana, e vieram a rejeitar métodos hermenêuticos da Igreja Romana, bem como muitas de suas superstições e crendices, ambos ofereceram grande contribuição à disseminação do texto bíblico em sua época. 
Considerando que o caminho para a “salvação” estava nas mãos de cada homem e não sob a responsabilidade dos sacramentos e rituais da Igreja, este seria o ponto de partida que reunia a Reforma, o humanismo e a Renascença.
Erasmo teve como principal objetivo reformar e renovar o cristianismo, pelo retorno às Escrituras, pelo combate às superstições e à escolástica, Erasmo havia apoiado as primeiras manifestações de Lutero contra a Igreja Católica, mas não aceitou o seu convite, em 1519, para se tornar o chefe do seu movimento, pois não aceitava a ideia de fundar uma nova igreja, pois acreditava que essa medida geraria mais conflitos e intolerância.
Afastando-se de Lutero em razão de suas concepções sobre a natureza humana, o livre-arbítrio, a graça e o papel das obras, Erasmo considerava que o livre-arbítrio seria como um poder da liberdade humana, graças ao qual o homem pode aplicar-se a tudo o que o leva à salvação eterna ou, ao contrário, desviar-se dela. 
Erasmo também defendia que a salvação era conquistada com a devoção privada, de maneira direta, sem intermediários, para ele a Igreja, precisava reduzir a teologia ao mínimo, de modo a simplificar a fé e a salvação. 
Os crentes poderiam ou não aceitar as definições oficiais dos teólogos, usando o próprio discernimento para solucionar as dúvidas, Erasmo defendia uma reforma moral, pura e simples.
Para Martinho Lutero, uma reforma moral da Igreja era importante, mas não podia parar por aí, ela só faria sentido se ocorresse dentro de um contexto de mudança institucional e correções drásticas na doutrina, não sendo apenas questão de simplificar a doutrina, mas sim de corrigi-la o que significava ter  mais doutrinas, e não menos.
Esta ruptura ideológica manteve Erasmo fiel à ideia da unidade católica, e Lutero acabou sendo excomungado e perseguido pelo papado, e fundando uma nova igreja, Lutero, era mais conservador, apegou-se à linguagem da física medieval, mas tentou fazer, com que o mistério da eucaristia se conformasse mais à experiência sensorial, reformulando-o como ”consubstanciação”, segundo a qual tanto o pão do sacrifício quanto o corpo do Cristo estavam realmente presentes após a consagração” (CARLTADT apud FERNÁNDEZ-ARMESTO, 1997, p. 106
Erasmo prefere ser moderado quando há risco de tumulto e tem um compromisso com a ordem na Igreja, isso o levará a defender que certos tópicos não convêm expor ao público, Lutero parece apaixonado por sua fé, ao ponto de não medir as consequências que sua nova teologia possa gerar, assim irá acusar Erasmo de dar maior valor a certa paz e tranquilidade carnal do que à verdade, “mesmo que o mundo todo não só tivesse que ser envolto em conflito e tumulto, mas também ruísse num só caos e fosse reduzido ao nada” (LUTERO, 1993, p. 38).
Erasmo compreendia que a vontade humana era livre para seguir o caminho do mal ou do bem, podendo inclusive influenciar na sua salvação. Desta forma, o homem não é totalmente depravado, pois sua razão com ajuda de Deus ainda pode realizar ações virtuosas. 
Sobre a depravação humana, Lutero entendia que o ser humano nasce e vive totalmente no pecado, não há capacidade alguma para realizar qualquer ação que agrade a Deus, todas as suas obras são más por necessidade.
Tais separações colaboraram para uma distinção das igrejas protestantes principalmente nas ações e estruturas, enquanto as igrejas ou templo católicos teatralizavam esses espaços.
sua arquitetura e a arte religiosas nas igrejas orientavam os fiéis por meio de seus lugares específicos, até o foco central, o altar; educavam e evangelizavam pelas imagens pintadas e esculpidas; deviam maravilhar e aterrorizar o indivíduo com a magnificência da divindade alheia a riqueza e a opulência dessas construções
Já para os reformistas, a igreja ou templo era o lugar da suficiência da fé, nada deveria distrair o fiel de sua comunhão pessoal com a divindade, Igrejas austeras, sem opulência, sem imagens, Era o espaço da exortação do pastor.
Todos esses princípios foram criando barreiras intransponíveis ao objetivo primeiro de Lutero em reformar (purificar) e moralizar a Igreja Romana, Cada um desses pontos foi capaz de gerar outras dissidências religiosas que possuíam entre elas próprias a mesma distância entre luteranos e católicos. 
Todas elas se afirmando portadoras da única verdade, da única autoridade, eliminando e punindo quem duvidava ou quem não seguia suas diretrizes.
Relação das aulas e dos textos: 
Aula 2: "História Moderna como história da transição: as transformações culturais, políticas e religiosas". 
Aula 15: A arte renascentista. 
Aula 11: Humanismo, Ideias políticas e Absolutismo.
Aula 16: Reforma e Contrarreforma.
Texto 1: Burke, Peter. O renascimento italiano. Cultura e sociedade na Itália. São Paulo: Nova Alexandria, 1999, pp. 249-259.
Texto 2: Febrve, Lucien. O problema da incredulidade no século XVI. A Religião de Rabelais. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, pp. 291-306.
Texto 3: Quentin Skinner. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, pp. 62-69; 98-123.
Texto 4: SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. pp. 285-301.

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