Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUESTÃO Nº 09 Cidades e áreas urbanas históricas são compostas por elementos tangíveis e intangíveis. Segundo a Recomendação de Nairóbi, elaborada em 1976, cada conjunto histórico ou tradicional e sua ambiência deveria ser considerado em sua globalidade, como um todo coerente, cujo equilíbrio e caráter específico dependem da síntese dos elementos que o compõem e que compreendem tanto as atividades humanas como as construções, a estrutura espacial e as zonas circundantes. IPHAN. Recomendação de Nairobi. 1976 (adaptado). Em 2011, os arquitetos Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramon Vilalta realizaram uma intervenção no espaço vazio gerado pela demolição do Teatro La Lira, situado no bairro histórico de Ripoll, em Girona, na Espanha. Segundo esses arquitetos, o objetivo da proposta foi possibilitar a reapropriação do lugar a parir de uma praça coberta, sem perder o espírito do teatro. Transformada em uma varanda sobre o rio, a praça se abre para o outro lado do canal, proporcionando uma continuidade aos fluxos da cidade historicamente industrial. A imagem a seguir mostra a intervenção vista do rio; o desenho indica a sua implantação. Disponível em: <https://www.archiizer.com>. Acesso em: 20 jul. 2017 Confrontando as imagens do projeto, o discurso de seus autores e o entendimento de área histórica segundo a Recomendação de Nairóbi, avalie as afirmações a seguir. I. A introdução de elementos arquitetônicos contemporâneos em áreas históricas deve ser desencorajada, porque cada pormenor pode contribuir para o empobrecimento do conjunto arquitetônico e de seu valor histórico e simbólico. II. A obra é coerente com a Recomendação de Nairóbi, pois, mesmo mantendo o vazio da demolição do Teatro La Lira, justapõe ao ambiente histórico, recompõe a continuidade do conjunto de edificações e mantém as características de um espaço público. III. A intervenção deveria recompor a continuidade do conjunto de edificações históricas com a reconstrução do Teatro La Lira. IV. Na intervenção, a uilização do aço corten contrasta com o padrão construtivo da arquitetura tradicional do entorno e distingue o novo do antigo, qualificando a preservação do patrimônio. É correto apenas o que se afirma em A) I. B) IV. C) I e III. D) II e III. E) II e IV. Gabarito: letra E Tipo de questão: média Conteúdo avaliado: Recomendações internacionais sobre áreas urbanas históricas, intervenção em áreas históricas considerando novos elementos formais e materiais contemporâneos Autor(a): Ana Paula Zimmermann Comentário: O projeto apresentado baseia-se no princípio da integração de áreas históricas ao uso cotidiano das cidades. Na recomendação de Nairóbi indica-se que a ação de recuperação e restauração deve estar ligada a revitalização dos espaços, para que estes sejam apropriados pela população e mantenham viva a memória e cultura do local. Ainda em concordância com as recomendações, o projeto se enquadra no local em termos de escala e proporção das edificações, sem descaracterizar o entorno. Referências: Cartas Patrimoniais da UNESCO SESSÃO UNESCO, 19., 1976, Nairóbi. Recomendação relativa à salvaguarda dos conjuntos históricos e sua função na vida contemporânea. Nairóbi: UNESCO, 1976. QUESTÃO Nº 10 Disponível em: <http://www.archdaily.com.br>. Acesso em: 1 jul. 2017. A imagem acima representa a Casa de Vidro, projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi e construída em 1950, em concreto armado. Sua estrutura não possui vigas, graças ao emprego do sistema de laje cogumelo. Algumas das principais vantagens das lajes cogumelo são: maior simplicidade na execução das formas e na concretagem dos elementos; maior racionalização e padronização de cimbramentos; maior pé direito livre com redução da altura total do edifício; flexibilidade do arranjo de alvenarias, divisórias e forros. Contudo, essas lajes são suscetíveis a uma forma de ruína conhecida por punção, caracterizada pelo deslocamento vertical da laje ao longo de uma superfície tronco-cônica, cujas geratrizes possuem inclinação de aproximadamente 30° em relação ao plano médio da laje. Os esforços produzidos na junção da laje com o pilar podem provocar a perfuração da laje, conforme se observa na figura a seguir. Disponível em: <http://www.web.set.eesc.usp.br>. Acesso em: 3 jul. 2017 (adaptado). Considerando as imagens e o exposto acima, avalie as afirmações a seguir. I. O uso de capitéis na ligação laje-pilar pode evitar a ruptura por punção. II. O aumento da espessura da laje na zona de contato com o pilar constitui medida para se evitar a ruptura por punção. III. O uso de armadura transversal, também conhecida como armadura de punção, nas áreas da laje próximas ao pilar, pode evitar a ruptura por punção. IV. A redução da seção do pilar no contato com a laje está entre as medidas a serem adotadas no projeto estrutural para se evitar a ruptura por punção. É correto apenas o que se afirma em A) I e IV. B) II e III. C) II e IV. D) I, II e III. E) I,III e IV. Gabarito: D Tipo de questão: Média Conteúdo avaliado: Laje cogumelo de concreto armado moldado “in loco” Autor(a): Mauro César de Brito e Silva Comentário: A norma NBR 6118/2003, item 14.7.8 define lajes cogumelo e lajes lisas: “Lajes cogumelo são lajes apoiadas diretamente em pilares com capitéis, enquanto lajes lisas são as apoiadas nos pilares sem capitéis”. Nos edifícios com tabuleiros sem vigas, as lajes se apoiam diretamente nos pilares, sendo denominadas lajes lisas. Se nas ligações das lajes com os pilares houver capitéis, elas recebem o nome de lajes- cogumelo. Nas lajes lisas, há casos em que, nos alinhamentos dos pilares, uma determinada faixa é -faixa. Referências: PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Paulo: EESC, 2007. BASTOS, P. S.S. Fundamentos de concreto armado. São Paulo: Editora da USP, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004. QUESTÃO Nº 11 Treliças são sistemas triangulados formados por elementos rígidos e conectados entre si por meio de articulações/nós. As treliças planas são estruturas simples, práticas e econômicas, que podem suportar cargas elevadas comparativamente ao seu peso e que conferem um aspecto de leveza à edificação. Disponível em: <https://www.researchgate.net>. Acesso em: 20 jul. 2017 (adaptado). O uso do sistema em treliça plana pode ser observado nas imagens a seguir, do novo edifício Milstein Hall, pertencente à Universidade de Cornell, no qual observa-se um grande balanço e uma laje livre com cerca de 2 300 m2 e 3,60 m de pé direito. Disponível em: <htp://www.archdaily.com>. Acesso em: 21 jul. 2017 (adaptado). A respeito do sistema estrutural em treliça plana, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. Nas treliças, as cargas são aplicadas somente nos nós, não havendo qualquer transmissão de momento fletor entre os seus elementos e, assim, as barras ficam sujeitas apenas a esforços normais de tração ou compressão. PORQUE II. Os nós, considerados articulações perfeitas, devem estar isentos de qualquer possibilidade de atrito ou outras forças que impeçam a livre rotação das barras em relação ao nó. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. Gabarito: A Tipo de questão: médiaConteúdo avaliado: Sistema estrutural em treliça plana Autor(a): Mauro César de Brito e Silva Comentário: O texto afirma que: Treliças são sistemas triangulados formados por elementos rígidos e conectados entre si por meio de articulações/nós. As treliças são formadas por barras lineares que devem ser rígidas quando estão solicitadas a esforços de compressão e podem ser flexíveis, tais como: barras maciças de seção circular, quando estivem solicitadas à tração. Segundo a NBR 8800 as barras flexíveis devem ser evitadas nos sistemas estruturais principais das edificações devido à possibilidade de vibração. Vale lembrar, no entanto, que nos sistemas de contraventamentos das estruturas de coberturas de aço estas barras normalmente são formadas por elementos flexíveis de aço em diagonais, barras de seção transversal circular de diâmetro de aproximadamente de 12 mm em “X”, que estabilizam o plano da estrutura da cobertura. Referências: Kulak G.L. and Grondin G.Y. Limit States Design in Structural Steel. Toronto: Quadratone, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. QUESTÃO Nº 12 Moradores urbanos experienciam as suas cidades no que chamamos “esferas públicas”. Tem um significado maior do que somente “espaço público”; inclui fachadas de prédios e tudo que pode ser visto ao nível dos olhos. KARSSENBERG, H; LAVEN, J. A cidade ao nível dos olhos: estratégia do plinths. In: KARSSENBERG, H et. al. A cidade ao nível dos olhos: lições para os plinths. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015 (adaptado). Uma das grandes preocupações da atual prática do projeto de arquitetura da cidade é o que convencionou a chamar “a cidade ao nível dos olhos”. Ruas com térreos ativos e um bom projeto da cidade ao nível dos olhos, as ruas ficam mais povoadas, a população tem o interesse em parar, realizar atividades, enfim, ocupá-las. Considerando o texto apresentado, avalie as afirmações a seguir: I. Ruas convidativas são criadas a partir do conforto físico que elas proporcionam às pessoas (vento, som, sol, sombra), variação de prédios, possibilidades de sentar e permanecer e diversidade de usos nas edificações. II. Prédios com térreos ativos criam boas oportunidades para o comércio varejista, contribuindo para a dinamização econômica e para a segurança das pessoas, já que, quanto mais as ruas são usadas, maior é a sensação de segurança que elas proporcionam. III. Térreos ativos podem ser criados, na escala do edifício a partir de uma variedade de funções, de fachadas transparentes e do estabelecimento de zonas híbridas junto à testada. É o correto o que se afirma em A) II, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) I e III, apenas. E) I, II e III. Gabarito: E Tipo de questão: fácil Estrutura da questão: Interpretação; Resposta: múltipla Conteúdo avaliado: Urbanismo tático, intervenções urbanas, humanização do espaço urbano. Autor(a): Sandra Catharinne Pantaleão Resende Comentário: A partir da citação apresentada e das considerações comentadas, é possível analisar as assertivas e verificar a relação entre os espaços urbanos e os edifícios reforçando o conceito arquitetura da cidade. Referências: GEHL, Jan. La humanización del espacio urbano. Barcelona: Editorial Reverté, S.A., 2009. HUET, Bernard. A Cidade como espaço habitável (alternativas à carta de Atenas). Arquitetura e Urbanismo, dez./jan. 86/87. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. KARSSENBERG, H et. al. A cidade ao nível dos olhos: lições para os plinths. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. QUESTÃO Nº 13 A compatibilização de projetos é fundamental para se evitarem erros devido a interferências entre diferentes especialidades e se minimizar o retrabalho, reduzindo-se prazos de projeto e execução, bem como desperdícios e custos. É, também, um dos maiores desafios enfrentados no dia a dia dos escritórios de arquitetura e das empresas construtoras. Na compatibilização, projetos de diferentes especialidades são sobrepostos de modo que as interferências entre eles sejam detectadas pelo coordenador de projeto e, assim, resolvidas antes de os projetos serem encaminhados à obra. Na imagem a seguir, que apresenta a visão tridimensional gerada em software de uma parte de projeto de edificação, observa-se um caso típico de conflito entre projetos, marcado pelas elipses, onde nota-se que as instalações hidrossanitárias atravessam as vigas da estrutura, o que impossibilita a execução do referido projeto. A) A modelagem tridimensional apresenta falhas e deve ser refeita, de modo a se evitar o conflito entre estrutura e instalações. B) O projeto arquitetônico deve ser alterado, adotando-se uma nova altura do forro, abaixo das instalações. C) A visualização da integração entre os projetos no software auxilia a detecção prévia de conflito e a identificação de potenciais problemas. D) O software adotado para projetar as instalações hidrossanitárias não atende à norma, que estabelece altura máxima para as tubulações. E) O projeto de instalações deve ser enviado à obra, para que sejam realizados os cortes nas vigas para a passagem das tubulações. Gabarito: C Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: Compatibilização de projetos utilizando o sistema de gerenciamento na plataforma BIM (Building Information Modeling) – Modelagem de Informações da Construção que permite melhor compreensão, análise e controle durante a modelagem tridimensional. Autor(a): Guilherme de Andrade Bento Comentário: Utilizando um modelo tridimensional, a questão avalia a capacidade de observação e resolução de uma situação problema, o que possibilita a tomada de decisões durante os conflitos gerados entre diferentes disciplinas na compatibilização do processo de projeto, desenvolvido pela tecnologia BIM, desde a concepção projetual até estudos de pós- ocupação. Referências: ANDRADE, Max L. V. X., RUSCHEL, Regina C. Building Information Modeling (BIM) in: KOWALTOWSKI, D. K.; et. al. O Processo de Projeto em Arquitetura: da teoria á tecnologia. São Paulo: Oficina de textos, 2011. NARDELLI, Eduardo Sampaio, Arquitetura e projeto na era digital. in: arquiteturarevista, Campinas-SP – Vol. 3 n°1: p. 28-36 Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/arqs/ 20090520023020-T2-ART_Nardelli.pdf> Acesso em: 18 Mai. 2017. QUESTÃO Nº 14 As cidades são lugares dinâmicos com diversas atividades econômicas, tanto industriais como comerciais. Trocas materiais (mercadorias, fluxos de pessoas etc.) e imateriais (fluxo de informações) ocorrem entre as cidades, o que forma a rede urbana, na qual cada cidade tem um poder diferente de influência. De acordo com sua importância econômica e política, e com a oferta de equipamentos públicos e serviços para a população, a cidade ocupa uma posição na hierarquia urbana. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou um estudo denominado Rede de Influência de Cidades, que mostra como estão estruturadas a hierarquia e a rede urbana brasileiras. A imagem a seguir representa parte do mapa da estrutura urbana e das redes de influência das cidades A partir do texto e do mapa apresentados, avalie as afirmações a seguir. I. As metrópoles nacionais possuem influência que gira em torno da escala regional, geralmente municípios circunvizinhos. II. As grandes metrópoles nacionais possuem como caracterísitca oferecer bens e serviços que não são encontrados nos outros aglomerados urbanos. III. As metrópoles costumam agregar, no entorno, duas ou mais cidades, o que, quase sempre, caracteriza o processo de conurbação. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e II.Gabarito: D Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: conteúdo relativo ao planejamento urbano e regional - metrópole e regiões metropolitanas; lugares centrais, rede de cidades e hierarquia urbana. Autor(a): Maria Diva Araujo Coelho Vaz Comentário: O conteúdo abordado nesta questão é pertinente para os arquitetos e urbanistas, que atuam no campo profissional do planejamento urbano e regional e, consequentemente, é importante que faça parte da formação dos futuros profissionais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem realizado vários estudos sobre a influência das cidades e a rede urbana brasileira, considerando o papel de centralidade das cidades, as ligações entre elas e a intensidade destas ligações, as áreas de influência das cidades, que, em algumas situações, se sobrepõe à divisão territorial oficial, com forte influência sobre cidades situadas em diferentes unidades da federação. A partir disso, identifica-se a articulação das redes no território. As cidades foram classificadas em cinco grandes níveis: metrópole, capital regional, centro sub-regional, centro de zona e centro local. Estes níveis são, por vezes, subdivididos em dois ou três subníveis. No Brasil, no primeiro nível, foram identificadas 12 metrópoles, de maior porte, com ligações importantes entre elas e extensa área de influência direta. Elas foram subdivididas em: Grande metrópole nacional – São Paulo; Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília; Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre Em que pese a complexidade das questões abordadas, o texto e a imagem possibilitam que a resposta correta seja identificada com relativa facilidade. A primeira afirmação é incorreta, uma vez que a metrópole nacional é uma grande aglomeração urbana, dotada de significativa concentração populacional, riqueza, serviços, equipamentos etc. que a faz assumir uma relevância econômica e política, portanto, de centralidade, capaz de influenciar cidades, por vezes, muito distantes e localizadas em outros estados, não se restringindo às cidades de municípios circunvizinhos. As duas afirmações seguintes são corretas uma vez que a presença de bens e serviços mais especializados e sofisticados dificilmente são encontrados em outros aglomerados e uma das características da metrópole é vivenciar a fusão de áreas urbanas de municípios distintos, desconsiderando os seus limites políticos- administrativos ou seja o processo de conurbação. Referências: Série Caracterização e Tendências da Rede Urbana do Brasil. Configurações Atuais e Tendências da Rede Urbana / IPEA, IBGE, UNICAMP. Brasília: IPEA, 2001. v.1; 396p. versão online. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livro_ caracterizacao_tendencias_v01.pdf. Acesso em: 07 mai. 2019. Regiões de Influências das Cidades: 2007/IBGE, Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 201p. versão online. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/livros/liv40677.pdf. Acesso em: 05 mai. 2019. QUESTÃO Nº 15 As cidades, de maneira geral, constituem o cenário das contradições econômicas, sociais e políticas. Seu sistema viário é um espaço em constante disputa entre distintos atores, tais como pedestres, usuários e condutores de bicicletas, automóveis, caminhões, ônibus e motos. Os principais problemas relacionados à mobilidade urbana são: congestionamentos; conflitos entre diferentes modos de transportes; redução na segurança para pedestres e ciclistas; eliminação de parte de áreas verdes com vistas à ampliação de espaços para a circulação e estacionamentos de veículos; aumento do número de acidentes de trânsito e dos níveis de poluição sonora e do ar. Tais impactos afetam, de alguma forma, a sustentabilidade urbana, a mobilidade, a acessibilidade e o conforto espacial e ambiental, comprometendo a qualidade de vida da população. Disponível em: http://inclusao.coppetec.coppe.ufrj.br/ Acesso em 2 jul.2017 (adaptado). http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livro_%20caracterizacao_tendencias_v01.pdf http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livro_%20caracterizacao_tendencias_v01.pdf https://biblioteca.ibge.gov.br/%20visualizacao/livros/liv40677.pdf https://biblioteca.ibge.gov.br/%20visualizacao/livros/liv40677.pdf Gabarito: D Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: Conceituações acerca de acessibilidade, mobilidade urbana, espaços públicos, sustentabilidade e expansão urbana. Autor(a): Fernando Camargo Chapadeiro Comentário: A questão trata de conceituações acerca de acessibilidade, mobilidade urbana, espaços públicos, sustentabilidade e expansão urbana. Segundo Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável, elaborada pelo Ministério das Cidades (2004), a mobilidade urbana pode ser definida como um atributo relacionado aos deslocamentos realizados por indivíduos nas suas atividades de estudo, trabalho, lazer e outras. Nesse contexto, as cidades desempenham um papel importante nas diversas relações de troca de bens e serviços, cultura e conhecimento entre seus habitantes, mas isso só é possível se os espaços públicos possuírem condições adequadas para que os cidadãos se desloquem com qualidade, de maneira segura e legível. Em linhas gerais, Alves e Raia Jr. (2010) definem que mobilidade urbana pode ser compreendida como a facilidade de deslocamento de pessoas e bens dentro de um espaço urbano e, acessibilidade como o acesso da população para realizar suas atividades e deslocamentos. Já o conceito de a acessibilidade para Vasconcellos (2012) é entendido como a facilidade maior ou menor de acesso real direto aos destinos desejados. A Lei Federal 12.587/2012, conhecida como Lei da Mobilidade Urbana, traz instrumentos fundamentais para garantir sustentabilidade urbana e eficiência nos deslocamentos e, consequentemente controlar a expansão urbana. Assim, é indispensável propiciar os planos de mobilidade integrados aos planos diretores dos municípios, na busca do desestímulo de seu aumento territorial desenfreado, propugnando o desenvolvimento de cidades mais adensadas, compactas, cujo território haja melhor distribuição das funções. Desta forma, os itens I, II e III trazem conceituações corretas enquanto o item IV é o distrator, pois apresenta o termo “expansão urbana” relacionando-o com sustentabilidade http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/04/13/entra-em-vigor-nesta-sexta-13-lei-que-melhora-mobilidade-urbana-nas-grandes-cidades urbana de maneira equivocada. Referências: ALVES, P., RAIA Jr, A. A. Mobilidade e Acessibilidade Urbanas Sustentáveis: A Gestão da Mobilidade no Brasil. São Carlos: UFSCar, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana - PPGEU, 2010. BRASIL. 2012. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. BRASIL. Ministério das Cidades. Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável: Princípios e Diretrizes. Brasília, 2004. VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade urbana e cidadania. Rio de Janeiro: SENAC NACIONAL, 2012. QUESTÃO Nº 16 A figura a seguir corresponde à carta solar de Goiânia, situada na latitude 16,5 graus sul. Disponível em: <http://www.imagensdosol.blogspot.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2017. Considerando uma edificação situada nessa ltaitude, avalie as afirmações a seguir. I. Em fachadas voltadas para o norte, os brises horizontais são mais eficientes em face da incidência solar no início da manhã e ao final da tarde, enquanto os brises verticais são mais eficientes em face da incidência solar próxima ao meio-dia. II. No solstício de verão, as fachadas voltadas para o norte recebem insolação direta. III. Uma fachada voltada para o norte recebe, ao longodo ano, mais horas de exposição solar que as fachadas voltadas para o sul, leste e oeste. IV. mais fácil garantir a proteção solar com brises, sem prejuízo da visibilidade horizontal, nas fachadas norte que nas leste ou oeste. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e IV. C) III e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV. Gabarito: C Tipo de questão: média Conteúdo avaliado: Conhecimento e interpretação da Carta Solar; entendimento da insolação e dos tipos de brises e suas respectivas eficiências. Autor(a): António Manuel Corado Pombo Fernandes Comentário: Partindo do entendimento da carta solar (e desta latitude específica) e de sua aplicação a questão é bastante apropriada; as assertivas estão bem formuladas, tanto as corretas quanto os distratores Na assertiva I, o texto, apesar de considerar uma proteção mista, com brises horizontais e brises verticais, que oferece excelente proteção para a fachada norte, inverte a efetiva capacidade de proteção de cada um dos tipos de brise; o leitor/estudante pode se deixar levar por uma leitura desatenta ou não interpretar corretamente a carta disponibilizada. A assertiva é incorreta. A assertiva II afirma uma inverdade: no solstício de verão o sol não atinge a fachada norte e sim a fachada a sul. Uma observação simples da carta pode constatar isso. Portanto a assertiva é incorreta. A assertiva III: as fachadas leste e oeste, embora tenham sol todos os dias são ensolaradas apenas pela manhã ou apenas pela tarde respectivamente; e se compararmos a fachada norte com a sul percebe-se que a norte teremos sol o dia inteiro metade do ano e, ainda, embora parcialmente durante algum mais algum tempo. Essa diferença decorre diretamente da latitude pois estamos 16,5° a sul e, portanto, o sol estará 16,5° mais para norte. Portanto a assertiva é correta. A assertiva IV trata da posição relativa do sol com essas fachadas: podemos simplificar dizendo que tanto a leste quanto a oeste – e sendo 16,5° uma latitude pequena – o sol caminha quase verticalmente, ou “subindo” do nascer até ao meio dia, ou “descendo”, simetricamente, até se pôr. Daí os brises verticais serão necessários e, como tal, “fatiarão” a linha do horizonte. Na fachada norte, pode-se ter boa proteção solar utilizando apenas brises horizontais que deixaram a visão do horizonte livre. Portanto a assertiva é correta. Referências: Fernandes, A. M. C. F. Arquitetura e sombreamento: Parâmetros para Goiânia e estudos de caso. Dissertação. Mestrado Acadêmico, PROPAR-UFRGS, 2006. Frota, A. B.; Schiffer, S. R. Manual de conforto térmico. 2ª Ed. Studio Nobel; São Paulo. 1995 QUESTÃO Nº 17 Para vãos entre 7 m e 10 m, é comum a execução de dois tipos de lajes: nervurada ou lisa. Em ambos os tipos, são possíveis a aplicação de protensão e a utilização de modelagem in loco ou pré-fabricação. Considerando essas opções de laje para um projeto, avalie as afirmações a seguir. I. As lajes nervuradas com caixão perdido de blocos de isopor são mais eficientes do ponto de vista do isolamento térmico e acústico, ao passo que as feitas com fôrmas reutilizáveis permitem explorar esteticamente a solução estrutural adotada. II. Nas construções com estruturas metálicas ou pré-moldadas em concreto, geralmente se empregam lajes protendidas pré-fabricadas, dada sua compatibilidade com obras planejadas na lógica industrializada. III. A aplicação de lajes lisas protendidas in loco, em comparação com a de lajes nervuradas, demanda mão de obra com maior nível de especialização e resulta em menor altura total. IV. As lajes lisas protendidas são, normalmente, empregadas para vencerem vãos maiores do que as lajes nervuradas protendidas. É correto apenas o que se afirma em A) I e III. B) II e IV. C) III e IV. D) I, II e III. E) I, II e IV. Gabarito: D Tipo de questão: Média Conteúdo avaliado: Lajes de concreto armado nervuradas e lisas. Protendidas moldadas in loco e pré-fabricadas. Lajes nervuradas com caixão de blocos de isopor. Construções industrializadas, tais como: estruturas metálicas de aço. Autor(a): Mauro César de Brito e Silva Comentário: As lajes protendidas são mais econômicas para vãos superiores a 7,0 m, mas convém trabalhar com vãos estruturais em torno de 6,0 a 8,0 m. O conceito da pré-fabricação das estruturas metálicas de aço e das estruturas de concreto armado pré-moldado indicam um sistema estrutural industrializado. Normalmente este conceito é estendido a todos os elementos componentes da edificação, inclusive os componentes sem função estrutural. As operações de protensão exigem equipamento e pessoal especializados, com controle permanente dos esforços aplicados e dos alongamentos dos cabos. O concreto protendido também permite projetar seções mais esbeltas que no concreto armado convencional, sobretudo se o comportamento em serviço é um fator predominante, uma vez que toda a seção de concreto pode trabalhar à compressão. Assim, normalmente as peças de concreto protendido possuem menor peso próprio, em relação a peças equivalentes de concreto armado, o que viabiliza economicamente o projeto de estruturas para grandes vãos. Os blocos de EPS vêm ganhando espaço na execução de lajes nervuradas, sendo utilizados principalmente junto com as vigotas treliçadas pré-moldadas. As principais características desses blocos são: Permite execução de teto plano; Facilidade de corte com fio quente ou com serra; Resiste bem às operações de montagem das armaduras e de concretagem, com vedação eficiente; Coeficiente de absorção muito baixo, o que favorece a cura do concreto moldado no local; Baixo módulo de elasticidade, permitindo uma adequada distribuição das cargas; Isolante termo-acústico. Referências: SCHIERLE, G. G. Structure and Design. San Diego: Cognella - University Readers, 2012. ABNT, NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004. MACDONALD, A.J. Structural and Architecture. London: Reed Educational and Professional Publishing, 2001. ABNT, NBR 8800 – Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Paulo: EESC, 2007. QUESTÃO Nº 18 A falta de moradias é um dos principais problemas enfrentados pela população das grandes cidades brasileiras. Em uma das maiores capitais do país, é grande o número de pessoas que invadem e ocupam prédios abandonados no centro da cidade. Disponível em: http://www.g1.globo.com Acesso em: 23 jul. 2017 (adaptado) O texto apresentado evidencia que a questão habitacional é tema de discussão indispensável no país. A Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001, Estatuto da Cidade, estabelece que o objetivo da política urbana municipal é, entre outros aspectos, definir as funções sociais da cidade e da http://www.g1.globo.com/ propriedade urbana, de forma a garantir o acesso à moradia e aos serviços urbanos a todos os cidadãos. Considerando o exposto, assinale a opção em que é apresentado instrumento previsto no Estatuto da Cidade que pode ser incorporado aos Planos Diretores Urbanos Municipais para induzir forçosamente a utilização de imóveis que não cumprem sua função social. A. Direito de preempção B. Estudo de impacto de vizinhança C. Transferência do direito de construir D. Outorga onerosa do direito de construir E. Imposto predial territorial urbano progressivo no tempo Gabarito: E Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: No âmbito do planejamento urbano, esta questão avalia o Estatuto da Cidade e os instrumentos ali especificados, que se constituem em ferramentas para fazer cumprir princípios básicos da Constituição Brasileira de 1988, quais sejam a função social da cidade e da propriedade. Autor(a): Maria Diva Araújo CoelhoVaz Comentários: O enunciado da questão menciona o Estatuto da Cidade e chama atenção para o fato de que ao se formular a política urbana municipal é essencial “definir as funções sociais da cidade e da propriedade, para garantir o acesso à moradia e aos serviços urbanos a todos os cidadãos.” Diante disso, é necessário que alguns assuntos sejam examinados, com destaque para o Estatuto da Cidade e seus instrumentos. O ESTATUTO DA CIDADE é uma lei federal – Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que compõem o Capítulo da Política Urbana. Neste capítulo, a Constituição traz o conceito de função social da cidade e da propriedade, assim como alguns instrumentos como o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios, IPTU Progressivo no Tempo e Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida Pública e, por fim, a Usucapião. O Estatuto da Cidade representou e, ainda hoje, representa uma nova ordem jurídico- urbanística no Brasil, que veio respaldar uma outra maneira de realizar o planejamento urbano e reforçar a atuação do poder público local na busca de solução ou minimização dos problemas urbanos, incluindo a habitação de interesse social. O Estatuto da Cidade dedica grande parte de seu conteúdo aos instrumentos para a promoção da política urbana ou, metaforicamente, às ferramentas capazes de dar efetividade aos princípios, diretrizes e estratégias estabelecidos quando da formulação do Plano Diretor. O Instituto Polis (Boletim Dicas, 2001) traz uma organização desses instrumentos privilegiando as suas finalidades, situando-os em três campos: Instrumentos voltados à indução de desenvolvimento urbano como aqueles de natureza urbanística adotados para induzir (mais do que normatizar) as formas de uso e ocupação do solo; os que possibilitam coibir a retenção especulativa de terrenos e que intervêm sobre o livre uso da propriedade privada; e, os que buscam a redistribuição dos benefícios decorrentes da urbanização. Instrumentos de regularização fundiária de áreas ocupadas e não tituladas da cidade e de Incentivo à produção de moradia que viabilizam tornar lícitas as áreas ocupadas de forma irregular, como são os assentamentos irregulares, ilegais ou clandestinos, que contrariam de alguma maneira as formas legais de urbanização, especialmente aqueles que abrigam a população de baixa renda; aqueles que incentivam a produção de habitação de interesse social, possibilitando o desenvolvimento de uma política habitacional de inclusão social. Instrumentos de gestão democrática da cidade que procuram assegurar a participação direta (e universal) dos cidadãos nos processos decisórios, portanto, voltados para a democratização da gestão e do direito à moradia. No grupo de instrumentos voltados à indução do desenvolvimento urbano ganham relevância o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Progressivo no Tempo e a Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida Pública. Eles devem ser adotados com o intuito de: A) Otimizar os investimentos públicos; penalizar o uso inadequado para que a propriedade cumpra sua função social; ampliar a oferta de imóveis no mercado de imóveis; promover o uso de imóveis em situação de abandono, incluindo a habitação (área central → revitalização do centro). B) Estimular a utilização socialmente justa e adequada dos imóveis ou sua venda; combater a ocupação excessivamente dispersa. C) Promover a transformação na cidade, utilizando a área desapropriada para: . implantação de unidades habitacionais; . criação de espaços públicos para atividades culturais, de lazer e de preservação do meio ambiente; . destinação para atividades econômicas voltadas à geração de emprego e renda para população pobre. O que se entende sobre cada um deles? Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios - PEUC É um instrumento que induz o uso de terrenos ou edificações vazios ou subutilizados, que se localizem em áreas cuja urbanização e ocupação forem prioritárias. IPTU Progressivo no Tempo O IPTU é um instrumento tributário e financeiro que incide sobre todos os imóveis urbanos, principalmente os regulares (ITU – lote sem edificação). O IPTU Progressivo no Tempo tem como ideia central punir com um tributo de valor crescente, ano a ano, os proprietários de terrenos cuja ociosidade ou mal aproveitamento acarrete prejuízo à população. Aplica-se aos proprietários que não atenderam à notificação para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios. O objetivo é estimular a utilização socialmente justa e adequada desses imóveis ou sua venda. Neste caso, os novos proprietários se responsabilizarão pela adequação pretendida. Desapropriação com Pagamento em Títulos da Dívida Pública Esse instituto já existe há muito na legislação brasileira e prevê a perda do direito de propriedade por utilidade ou necessidade pública, que passa ao patrimônio da entidade que realizou a desapropriação. No caso previsto pelo Estatuto da Cidade, esse instrumento é adotado depois que tenham decorridos cinco anos de cobrança do IPTU Progressivo no Tempo e, mesmo assim, o proprietário não tenha dado nenhum uso à sua propriedade. Somente depois de aplicados os dois instrumentos anteriores, o poder público municipal poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/texto-da-lei-ilustrado/ Por fim, o Estatuto da Cidade tem a finalidade de fazer cumprir o que determinou a Constituição Federal de 1988: que a cidade e a propriedade cumpram sua função social. A https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/texto-da-lei-ilustrado/ cidade cumpre sua função social quando assegura a democratização do território, o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social, incluindo o direito à terra urbana, à moradia digna, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho, ao lazer, à segurança. Já a propriedade cumpre sua função social ao apresentar uso condizente com os interesses da sociedade, que deve prevalecer aos interesses dos proprietários, e este uso deve ser compatível com a infraestrutura, equipamentos e serviços públicos disponíveis e, simultaneamente, colaborar para a segurança, o bem-estar dos moradores, vizinhos, usuários e, por fim, da população como um todo. Isto posto, dentre os instrumentos discriminados nas alternativas o que atende ao enunciado é o Imposto Predial Territorial Urbano Progressivo no Tempo, uma vez que se afirma claramente que o instrumento, que pode ser incorporado pelo Plano Diretor, deve induzir forçosamente a utilização de imóveis que não cumprem sua função social. No Brasil existe um número expressivo de população que consegue pagar para morar apenas em locais muito distantes de áreas consolidadas ou em consolidação, ou que destituídas de quaisquer condições econômicas ocupam áreas públicas ou privadas, adequadas ou não à urbanização, às vezes em áreas de risco. Diante deste quadro, uma propriedade ociosa não cumpre sua função social e, portanto, pode ser inserida nas áreas sujeitas à aplicação do IPTU progressivo no tempo para aumentar a oferta de áreas para habitação popular ou equipamentos e serviços indispensáveis à qualidade de vida urbana. Esta não é a finalidade de nenhum dos outros instrumentos, como: o direito de preempção (a prefeitura tem o direito de preferência na compra de imóveis em áreas determinadas pelo PlanoDiretor, e delimitadas, assim como indicadas as finalidades, em lei específica); o estudo de impacto de vizinhança (avalia os efeitos positivos e negativos que empreendimentos e atividades podem gerar para moradores da área onde eles se localizam e, também, das proximidades); transferência do direito de construir (permite que o proprietário venda ou passe para outra propriedade dele, ou de outro, o direito de construção que não pode mais exercer no terreno original, que teve limitações ao direito de construir em prol do interesse público – proteção histórica ou ambiental, por exemplo); e, outorga onerosa do direito de construir (instrumento que possibilita que o município autorize, de forma onerosa, a construção de áreas acima daquela estabelecida pela relação entre área edificável e a área do terreno, expressa pelo coeficiente de aproveitamento). Referências: OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras de. Estatuto da Cidade; para compreender…. Rio de Janeiro: IBAM/DUMA, 2001. 64p. versão online. Disponível em: http://polis.org.br/wp- content/uploads/estatuto_cidade_compreender.pdf. Acesso em: 05 de mai. 2019. BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/ http://polis.org.br/wp-content/uploads/estatuto_cidade_compreender.pdf http://polis.org.br/wp-content/uploads/estatuto_cidade_compreender.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/%20l10257.htm l10257.htm. Acesso em: 09 de mai. 2019. QUESTÃO Nº 19 Os vazios urbanos são fenômenos recorrentes nos médios e grandes centros urbanos brasileiros. Segundo o Manual de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais, o vazio urbano pode ser definido como espaços localizados dentro da malha urbana consolidada, em uma área caracterizada por grande diversidade de espaços edificados, que podem ser zonas industriais, armazéns e depósitos industriais desocupados ou subutilizados, edifícios centrais abandonados ou corredores e pátios ferroviários desativados. BRASIL, Ministério das Cidades. Manual de Reabilitação de Áreas urbanas centrais. Brasília - DF, 2008. Na figura a seguir, observa-se o mapeamento dos vazios urbanos realizados pelo Observatório de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para a cidade de Campo Grande-MS. A respeito dos vazios urbanos e seu impacto nas cidades brasileiras, avalie as afirmações a seguir. I. A compreensão dos vazios urbanos perpassa pela observação das relações sociais desenvolvidas em determinado espaço e do modo como elas influenciam a constituição do espaço e moldam a malha urbana. II. Os vazios urbanos podem dificultar a estruturação do tecido urbano, impossibilitando a adequada distribuição de infraestrutura, equipamentos e serviços públicos urbanos. III. A existência de vazios urbanos permite maior flexibilidade na transformação do solo, garantindo a expansão ordenada da cidade e a adequada distribuição de densidades demográficas no espaço urbano. IV. Os vazios urbanos em zonas centrais são desejáveis, pois possibilitam a reserva http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/%20l10257.htm fundiária para que o mercado imobiliário e o setor da construção civil possam atuar para promover o desenvolvimento da economia do lugar. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e IV. C) III e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV. Gabarito: A Tipo de questão: média Estrutura da questão: Interpretação; Resposta: múltipla Conteúdo avaliado: paisagem urbana; expansão urbana; cidade contemporânea; políticas públicas e planejamento urbano; Autor(a): Sandra Catharinne Pantaleão Resende Comentário: Possibilita uma reflexão sobre a interpretação do ambiente construído com ênfase aos desafios do planejamento urbano mediante às dinâmicas da cidade contemporânea. Também, por meio das imagens, é possível avaliar a ocupação urbana e suas relações quanto a aspectos econômicos e sociais. Referências: VARGAS, H. C.; CASTILHO, A. L. H.. Intervenções em centros urbanos: objetivos, estratégias e resultados". Barueri: Manole, 2008. VÁZQUEZ, Carlos García. Ciudad Hojaldre: visiones urbanas del siglo XXI. Barcelona: Gili, 2004. ROSA, Marcos (org). Planejamento: práticas urbanas criativas. São Paulo: Ed Cultura, 2011. QUESTÃO Nº 20 O comportamento térmico dos materiais e elementos construtivos decorre de suas propriedades térmicas e a principal fração dos ganhos térmicos em ambientes é dada pela parcela de radiação transmitida para o interior. Assim, com base nos conceitos de transmissão de calor e no comportamento térmico dos fechamentos, pode-se dimensionar e especificar corretamente os materiais a serem empregados na obra. LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência Energétca na Arquitetura. São Paulo: PW Editores, 2014 (adaptado). Com base no texto acima, avalie as afirmações a seguir. I. Os vidros simples incolores são altamente transparentes às ondas longas e absorventes das ondas curtas do espectro solar, o que causa o chamado efeito estufa. II. As películas ou vidros reflexivos à onda curta da radiação solar reduzem o ingresso de calor ao interior e os reflexivos à onda longa reduzem as perdas de calor para o exterior. III. Os vidros espectralmente seletivos permitem a penetração da luz natural, bloqueando, simultaneamente, a maior parte dos ganhos solares de calor no verão ou prevenindo as perdas de calor no inverno. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Gabarito: D Tipo de questão: média Conteúdo avaliado: Transferência de calor pelas aberturas envidraçadas; características dos vidros Autor(a): António Manuel Corado Pombo Fernandes Comentário: A questão é contemporânea ao abordar o comportamento dos vidros, tendo em vista a enorme quantidade de alternativas desse material. Faz isso em relação ao clima quente (ou à estação de verão) quando se necessita de reduzir a entrada de radiação solar assim como ao clima frio (ou à estação de inverno) quando se pode reduzir a saída do calor radiante. No entanto, na assertiva III, coloco em discussão, embora aceite como correta, certa afirmativa do texto. Na assertiva I, o conceito de efeito estufa está equivocado – não são altamente transparentes às ondas longas e as ondas curtas do espectro solar não são absorvidas mas passam por transparência – e, portanto, assertiva incorreta. A assertiva II explica com clareza porque os vidros reflexivos à onda curta são eficientes para reduzir a entrada de radiação solar (clima quente) e como os vidros reflexivos à onda longa reduzem as perdas de calor (clima frio). Daí a assertiva é correta. É importante salientar que o verbo usado é reduzir, isto é, vão ser favoráveis mas nem sempre suficientes para garantir o conforto. A assertiva III traz uma conceituação correta quanto a eficiência seletiva, tanto para clima frio como para clima quente. No entanto, embora concorde com os termos “prevenindo perdas” no inverno e bloqueando “a maior parte dos ganhos solares” no verão acho que, na segunda afirmativa só se consegue com alta refletividade dos vidros mas, obrigatoriamente, com um espelhamento intenso com sérias consequências urbanísticas e de vizinhança. Isto é, internamente se conseguem resultados expressivos, e assim considero a assertiva correta. Mas os “estragos” nos arredores põem em questão tal correção. Referências: Lamberts, R.; Dutra, L.; Pereira, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW editores,1997. QUESTÃO Nº 21 O condomínio residencial BedZED, ilustrado na imagem a seguir, localizado na Inglaterra e projetadopelo arquiteto Bill Dunster com vistas ao baixo consumo de energia e à autossustentabilidade, proporciona aos moradores uma boa qualidade de vida. Nesse condomínio, as casas foram construídas para se manter a 18 °C. Os escritórios ficam voltados para a face norte, à sombra das residências de três pavimentos, o que dispensa o uso do ar- condicionado, e recebem iluminação através dos panos de vidro triplo das fachadas e das aberturas zenitais. O edifício possui jardins e placas fotovoltaicas na cobertura. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br> Acesso em: 2 jul. 2017. A partir das informações e da imagem apresentadas, assinale a opção correta com relação às estratégias bioclimáticas. A) Os escritórios estão localizados na fachada que recebe maior incidência de luz solar direta. B) O uso do vidro transparente triplo é uma estratégia para reduzir a entrada de radiação solar direta. C) O resfriamento evaporativo é uma estratégia utilizada para diminuir a umidade relativa do ar e a temperatura do ambiente. D) A presença de jardins sobre os telhados aumenta o calor na cobertura, o que é desejável em países de clima temperado. E) A utilização de componentes construtivos com boa inércia térmica faz com que a amplitude da temperatura interior diminua em relação à exterior. Gabarito: E Tipo de questão: média Conteúdo avaliado: Estratégias bioclimáticas; soluções arquitetônicas; opções sustentáveis. Autor(a): António Manuel Corado Pombo Fernandes Comentário: A questão é muito interessante e toma como tema um projeto arquitetônico contemporâneo e emblemático tendo em vista as inúmeras características a favor do conforto humano, da economia de energia e da sustentabilidade. Quanto à dificuldade de resposta podemos dizer que as três primeiras assertivas, A, B e C são bastante óbvias; apenas as duas últimas merecem maior atenção e cuidado. A assertiva A afirma que os escritórios estão virados para norte. Ora, Londres está no hemisfério norte, e com latitude elevada, portanto com pouca insolação ao longo do ano na fachada norte e muito maior insolação na fachada sul, a assertiva é incorreta. A assertiva B: sendo vidro e, portanto, transparente, colocar dois ou mesmo três, quase nada reduz a passagem da radiação. Vidros duplos ou triplos são solução para reduzir a passagem de calor por convecção e para reduzir a passagem de ruído. Daí a assertiva é incorreta. A assertiva C é um detrator bastante óbvio pois o resfriamento evaporativo ocorre pela evaporação da água que se transforma em vapor e, portanto, aumentando a umidade relativa. Logicamente a assertiva é incorreta. A assertiva D é incorreta pois nos jardins ocorrerá o resfriamento evaporativo do qual decorre a redução da temperatura e não seu aquecimento. A assertiva E é a correta. Em climas frios como Londres o benefício específico e importante é o aumento da massa ou inércia térmica cujo benefício é o explicitado nesta assertiva: redução das amplitudes térmicas interiores tendo como resultado, principalmente, maiores temperaturas mínimas interiores no inverno reduzindo significativamente a necessidade de calefação e reduzindo gastos energéticos. Referências: Lamberts, R.; Dutra, L.; Pereira, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW editores,1997. Mascaró, L. R. Energia na edificação: estratégia para minimizar seu consumo. São Paulo: Projeto Editores, 1991. QUESTÃO Nº 22 De acordo com a Carta de Veneza, de 1964, a restauração constitui uma operação de caráter excepcional, cujo objetivo é conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento, fundamentando-se no respeito ao material original e aos documentos autênticos. A operação termina onde começa a hipótese: no plano das reconstituições conjeturais. Todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo. Disponível em: <http://www.portal.iphan.gov.br>. Acesso em: 4 jul. 2017 (adaptado). Disponível em: <http://www.disfrutandodemadrid. Disponível em: <htp://www.shift.jp.org>. blogspot.com.br>.Acesso em: 6 jul. 2017. Acesso em: 6 jul. 2017. Com base nas imagens e no texto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A obra de intervenção realizada no edifício Caixa Forum atende à recomendação presente na Carta de Veneza no que diz respeito às obras de restauração arquitetônica, dado que se respeitou a unidade potencial da edificação, que não se tornou em um falso histórico ou estético. PORQUE II. A obra de intervenção busca devolver ao edifício sua volumetria original e fundir as novas construções à antiga, fazendo uso de materiais distintos, o que deixa evidente tratar-se de uma intervenção posterior. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. Gabarito C Tipo de questão: média Conteúdo avaliado: Cartas patrimoniais e a evolução do conceito de restauração e preservação dos monumentos, formas admitidas de intervenção em patrimônio histórico. Autor(a): Ana Paula Zimmermann Comentário: A Carta de Veneza não prevê a possibilidade de construção de novos elementos da forma como apresentada neste projeto. Há um claro acréscimo de volume, apresentando no processo uma simplificação/alteração dos elementos componentes da fachada do edifício patrimonial. A Carta de Veneza claramente cita, no seu artigo 6º, “a conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala. Enquanto subsistir, o esquema tradicional será conservado, e toda construção nova, toda destruição e modificação que poderiam alterar as relações de volumes e de cores serão proibidas.” Referências: ASSEMBLEIA DO CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, 1933. Carta de Atenas. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em 6 jun 19. II CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETOS E TÉCNICOS DOS MONUMENTOS HISTÓRICOS, 1964. Carta de Veneza. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em 6 jun 19. QUESTÃO Nº 23 A renovação consiste em substituir as formas urbanas existentes por outras, contemporâneas. Historicamente diversas intervenções têm ocorrido nas áreas centrais das cidades brasileiras em busca de renovação urbana. Contudo, essa renovação vem alterando a dinâmica dessas áreas e exigindo altos investimentos, ao mesmo tempo em que se caracteriza, principalmente, pela sobreposição de interesses imobiliários. Confrontando a série ilustrativa com o texto apresentado, avalie as afirmações a seguir. I. As ações de renovação urbana no Brasil são marcadas pela disputa pelo espaço urbano, com forte atuação do mercado imobiliário, mas também com uma complexa interação de forças sociais, políticas e econômicas. II. A renovação urbana engloba processos de alteração em uma área urbana geralmente com o propósito de lhe dar nova função, diferente daquela pré- existente, promovendo uma nova imagem para a cidade ou para parte dela. III. As experiências de renovação urbana no Brasil são pautadas na valorização do patrimônio histórico, dos valores simbólicos e da participação comunitária na concepção dos projetos, por isso, consistem em estratégia bem-sucedida de fixação da população tradicional em seus locais originais de moradia. IV. A criação de novas oportunidades de emprego e comércio paraas áreas renovadas, bem como a valorização imobiliária dos imóveis, geralmente são benéficas para a cidade, pois oportunizam a substituição de determinados grupos sociais empobrecidos por outros de maior renda. V. A forma usual de possibilitar que um programa de renovação urbana seja lucrativo é conferir substancial prestígio social à área renovada, o que pode significar, para as famílias de baixa renda que vivem no local, uma ameaça de gentrificação. É correto apenas o que se afirma em A) I, II e III. B) I, II e V. C) I, IV e V. D) II, III e IV. E) III, IV e V. Gabarito: B Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: O tema tratado e a discussão que a pergunta apresenta: Intervenções arquitetônicas e urbanísticas - a renovação em áreas urbanas centrais. Autor(a):Maria Heloisa Veloso e Zárate Comentário: As intervenções em centros urbanos é tema frequente de discussões e de críticas, nas últimas décadas, por aqueles profissionais que se dedicam a análise urbana e à concepção espacial para áreas centrais, principalmente nas médias e grandes cidades. Quais os limites a serem considerados nas propostas de mudanças para os espaços centrais e como garantir e o respeito às pré-existências? Quais são as transformações que podem ocorrer nestas áreas e quais suas consequências sócio espaciais? As perguntas trazem à tona as polêmicas sobre o tema, em razão dos pontos de vistas distintos entre os agentes sociais envolvidos, que tem interesses divergentes, especialmente, sobre os limites das propostas de mudanças para os espaços, o respeito às pré-existências e à população moradora do lugar. A abordagem holística ou os pontos de vistas mais específicos são encontrados em dissertações e teses, anais de seminários e congressos, e livros publicados sobre os centros urbanos e suas transformações, as degradações espaciais, os problemas sociais neles presentes e as necessárias intervenções para a superação do quadro de degradação espacial ou perda de qualidade de vida ali identificados. Estas reflexões exigem dentre outros, um conhecimento sobre assuntos relativos à preservação de ambientes urbanos e de seus valores identitários, históricos e culturais, assim como a inclusão, no debate, da população moradora e trabalhadora destes locais, em virtude de possíveis transformações sociais, da elevação do valor econômico das unidades imobiliárias, além das alterações paisagísticas e ambientais que as intervenções podem acarretar. Os debates sobre o tema devem estar contemplados na formação do estudante e ser permanentemente atualizados no exercício profissional do arquiteto urbanista. Referências: ARANTES, Otília; VAINER, Carlos; MARICATO, Hermínia. A cidade do Pensamento único: Desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes, 2000. BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. SECRETARIA NACIONAL DE PROGRAMAS URBANOS. BALBIM, Renato Nunes; CAVALCANTI, Carolina Baima; TEIXEIRA, Letícia Miguel. Reabilitação de Centros Urbanos. Brasília: Ministério das Cidades. 2005. VARGAS, Heliane Comin e CASTILHO, Ana Luisa Howard. Intervenções em centros urbanos: objetivos, estratégias e resultados. Barueri: Manole, 2006. QUESTÃO Nº 24 O século XX foi dominado por duas angústias: o medo da hiperconcentração de pessoas nas megacidades e o pavor do desaparecimento da cidade, dissolvida por territórios cada vez mais amplos, extensos e fragmentados. SECCHI, B. A cidade do século vinte. São Paulo: Perspectiva, 2009 (adaptado). O paradigma da cidade dispersa retrata uma realidade que não se restringe ao contexto brasileiro ou latino-americano; é global. Segundo estudo do New Climate Economy, realizado em 2015, cidades dispersas custam à economia americana US$ 1 trilhão por ano. A análise indica que a dispersão garante muitos benefícios (aumenta a renda per capita de terreno urbanizado e o desenvolvimento de infraestrutura, por exemplo), direcionados às pessoas que lá vivem, mas gera muitos custos ao restante da sociedade (maiores distâncias a serem percorridas, necessidade de mais quilômetros de infraestruturas para saneamento, iluminação, etc.). A figura a seguir apresenta dois modelos de cidades: o de cidade dispersa e o de cidade compacta. No que se refere às cidades dispersas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. Em uma cidade dispersa e com presença de vazios urbanos, os padrões de localização - sobretudo dos locais de residência, trabalho e lazer - obrigam a população a percorrer caminhos mais longos para chegar aos seus destinos. PORQUE II. A grande proporção de lotes não edificados e de glebas vazias nos interstícios das aglomerações urbanas ocasionam descontinuidades que tornam o padrão de deslocamento fortemente dependente do transporte motorizado. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. Gabarito: A Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: A expansão urbana nas cidades contemporâneas e a estrutura espacial decorrente; as relações entre das formas de crescimento das cidades e o princípio da sustentabilidade urbana. Autor(a):Maria Heloisa Veloso e Zárate Comentário: A questão aborda aspectos referentes a conformação da estrutura espacial urbana em decorrência dos processos de crescimento e expansão urbana. Apresenta uma discussão bastante atual a respeito da contraposição entre os dois “modelos”: a cidade dispersa e a cidade compacta, que revelam a complexidade do território urbano e das possibilidades de ordena-lo. Tendo em vista as diferentes características da cidade compacta e da cidade dispersa, o tema também suscita outras questões: quais as densidades adequadas para a formação de cidades sustentáveis? Quais aspectos no planejamento e projeto urbano devem ser observados por contribuirem para a sustentabilidade urbana? A ideia de sustentabilidade rebatidas nas propostas do ecourbanismo ou urbanismo sustentável, tão necessária para fundamentar análises e proposições urbanísticas, permeia o assunto em pauta e aponta também a complementaridade de questões diversas e relevantes, neste início de século, como são: 1. o planejamento e a gestão territorial urbana; 2. o crescimento das cidades, a acessibilidade aos bens e serviços de consumo coletivo e a mobilidade urbana; e 3. O adensamento urbano, a multifuncionalidade e os custos da urbanização. Referências: Acioly, C. e Davidson, F. Densidade Urbana: um instrumento de planejamento e gestão urbana, tradução Claudio Acioly, Rio de Janeiro: Mauad, 1998. BEZERRA, Maria do Carmo de Lima e GENTIL, Caroline Duarte Alves . Elementos da forma urbana relacionados à mobilidade sustentável, in: Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, v.20, n.26, 1º sem. 2013.p129 Disponível em: http://www. periodicos .pucminas.br/ index.php/Arquiteturaeurbanismo/article/download/p129./6296 ALEJANDRO, Carlos, SILVA, Geovany Jessé Alexandre, SILVA, Samira Elias. Densidade, dispersão e forma urbana. Dimensões e limites da sustentabilidade habitacional. Revista arquitextos, 189.07 ano 16, fev. 2016. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/arquitextos/16.189/5957 MASCARÓ, Juan YOSHINAGA, Mario. Infra-estrutura urbana. Porto Alegre: MasQuatro Editora, 2005. SILVA, G.J.A. O urbanismo sustentável no Brasil: a revisão do conceito urbano para o século XXI. Revista arquitextos, 129.08 ano 11, fev. 2011. REIS, Nestor Goulart. Notas sobre urbanização dispersa e novas formas de tecido urbano. São Paulo: via das artes,2006. ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Gustavo Gilli, 2001. QUESTÃO Nº 25 Qualquer pessoa, em uma família de classe média, pode viver razoavelmente bem em moradia que tenha em torno de 70 a 80 metros quadrados. Porém, o que ocorre se o dinheiro não é suficiente, seja na forma de poupança familiar ou de financiamento público, para pagar uma casa padrão de classe média? As políticas públicas e o mercado têm desenvolvido duas estratégias para enfrentar a escassez de recursos: reduzir e afastar. Quando não há dinheiro suficiente, tende-se a construir casas onde o solo custa pouco, nas periferias carentes de serviços, à margem das oportunidades que as cidades concentram e, por outra parte, a escassez de recursos faz com que o tamanho da moradia se reduza até chegar a superfícies entre 30 e 40 metros quadrados. Diante da escassez de tamanho, as famílias reagem ampliando as habitações como podem, em geral, apesar do projeto da residência e não graças a ele, com os consequentes riscos estruturais, deterioração urbana e superlotação populacional. Contra às distâncias, há pouco que possam fazer. ARAVENA, A; IACOBELLI, A. Elemental: Manual de Vivienda Incremental Y Diseno Participativo. Osfildern: Hatje Cantz, 2012 (adaptado) Considerando os dois problemas de moradia popular mencionados no texto, avalie quais afirmações a seguir estão relacionadas as soluções propostas pelos autores. I. É necessário otimizar o emprego dos recursos escassos entre a construção das moradias e o local de sua implantação, evitando, assim, oferecer casas pequenas, em conjuntos de baixa densidade e localizados nas periferias urbanas. II. É possível resolver a restrição de orçamento construindo, não uma casa pequena, mas a metade de uma casa confortável, tratando de proporcionar aos futuros moradores um frame ou um substrato ao qual podem acrescer espaços segundo suas necessidades, possibilitando, assim, que se alcance densidades adequadas, sem superlotação do espaço. III. A utilização de parte dos recursos para implantar conjuntos de moradia popular, não nas periferias, mas em áreas urbanas mais estruturadas (senão centrais), possibilita que os habitantes participem das oportunidades de interações sociais e econômicas que a cidade oferece. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Gabarito: E Tipo de questão: MÉDIA Conteúdo avaliado: custo de produção de habitação para as classes mais pobres da sociedade. Autor(a): DIOGO ANTONIO DA PAIXÃO Comentário: o texto adaptado para análise apresenta dois problemas estruturais para a disponibilização de moradias para as famílias de média-baixa renda: custo da terra e preço de produção da moradia. Atualmente, mais um elemento poderia ser enquadrado como solução adotada tanto pelo poder público como pelo mercado para viabilizar a produção deste tipo de moradia: as soluções tecnológicas adotadas para baixar seu custo – utilização de paredes de concreto e revestimentos sem boa performance de isolamento térmico e acústico, por exemplo. As alternativas apresentadas para análise como “soluções propostas pelos autores” não estão presentes no texto adaptado. A primeira e a última são soluções genéricas e cabíveis em qualquer parte do mundo onde os problemas detectados são os mesmos, e a segunda é uma alternativa típica da produção arquitetônica dos autores. Esta solução pode ser questionável a partir do momento em que produzir “a metade de uma casa confortável” passe a justificar a produção de unidades habitacionais que, quando ocupadas, ocasionem em adensamento excessivo da unidade (mais de três pessoas por quarto). Ou seja, “acrescer espaços segundo suas necessidades” deve ser substituído por “acrescer espaços segundo necessidades futuras”, pois as necessidades atuais, do momento da aquisição da morada, devem ser atendidas de imediato, para que este processo não se constitua numa troca de problemas – a falta de uma casa por uma casa pequena para o tamanho da família. No Brasil, a maioria das unidades habitacionais de interesse social executadas são financiadas e/ou subsidiadas pelo Governo Federal, e a maior parte destas unidades vem sendo produzida pelo setor privado. As regras estabelecidas pelos programas habitacionais, assim como as estratégias para produção em larga escala com redução de custos direcionam a definição de projetos para soluções extremamente padronizadas tanto em aspectos formais como funcionais e tecnológicos. A unidade habitacional a ser ofertada deve ter o tamanho da necessidade da família que vai adquiri-la, com valores de subsídio e financiamento públicos proporcionais a renda destas famílias. Quanto menor a renda, maior o subsídio. E nos casos onde a baixa renda, ou ausência dela, associada a alta situação de vulnerabilidade da família impossibilitam a aquisição da unidade, o poder público deve apresentar formas alternativas de se ofertar moradias com tamanho, qualidade construtiva e adequadamente inseridas na cidade consolidada. Referências: http://www.agehab.go.gov.br/planos-e-a%C3%A7%C3%B5es-sociais/plano-estadual-de- habitacao-e-interesse-social.html http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/prodtos-e-servicos1/2742-deficit-habitacional-no- brasil-3 https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/habitacao/9127-pesquisa-nacional-por- amostra-de-domicilios.html?=&t=o-que-e QUESTÃO Nº 26 Devido à valorização dos transportes motorizados individuais ao longo do século XX, os espaços urbanos mudaram de configuração afetando a oferta de espaços de qualidade para as pessoas, e, consequentemente, a importância do pedestre nas cidades. As ruas, muitas vezes associadas à circulação de veículos, têm uma papel importante enquanto palco da vitalidade urbana, do encontro das pessoas e convívio social; no entanto, têm se tornado diariamente cenário para tráfego e estacionamento de veículos. Observam-se, ainda, nas cidades contemporâneas, situações de vazios urbanos, fenômeno que evidencia o estado de abandono e a subutilização do solo urbano. Como forma de enfrentar essas questões, a abordagem emergente do Urbanismo Tático se desafia a manter cidades ativas através de iniciativas de pequena escala, rápidas e de fácil execução para evidenciar possibilidades de transformação do espaço urbano. BARATA, A. F.; FONTES, A. S. Urbanismo Tático: experiencias na ativação urbana. Habitar, 2016 (adaptado) Considerando o texto e a imagem apresentados, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. Diante da valorização massiva dos veículos automotores individuais e de consequente degradação dos espaços destinados aos pedestres, o Urbanismo Tático aparece como uma importante contribuição para a releitura dos espaços públicos e dos modos de vida urbanos. PORQUE II. A ênfase rodoviarista do desenho urbano e os desequilíbrios entre carros e pedestres, somados às situações de esvaziamento urbano, abandono ou subutilização de espaços públicos e privados, causam impactos expressivos na dinâmica urbana e vêm sendo fatores motivadores da busca por melhores condições de urbanidade e vitalidade das cidades contemporâneas. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. Gabarito: A Tipo de questão: Tipo de questão: média Estrutura da questão: Interpretação; Resposta: múltipla Conteúdo avaliado: cidade contemporânea; infraestrutura urbana; espaço urbano; espaço público; intervenções urbanas; urbanismo tático; dinâmicaurbana Autor(a): Sandra Catharinne Pantaleão Comentário: As assertivas se relacionam à medida que há uma relação de causa e efeito, sendo fundamental a leitura atenta desse tipo de questão, principalmente por se tratar de uma interpretação a partir da relação entre as assertivas, prescindindo uma interpretação de textos e das imagens, vinculadas às mudanças entre a visão moderna de cidade e a contemporânea. Referências: BARATA, A. F.; FONTES, A. S. Urbanismo Tático: experiências na ativação urbana. Habitar, 2016 GEHL, Jan. La humanización del espacio urbano. Barcelona: Editorial Reverté, S.A., 2009. KARSSENBERG, H et. al. A cidade ao nível dos olhos: lições para os plinths. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. VARGAS, H. C.; CASTILHO, A. L. H.. Intervenções em centros urbanos: objetivos, estratégias e resultados". Barueri: Manole, 2008. VÁZQUEZ, Carlos García. Ciudad Hojaldre: visiones urbanas del siglo XXI. Barcelona: Gili, 2004. QUESTÃO Nº 27 A avaliação pós-ocupação (APO) é um conjunto de procedimentos metodológicos aplicados ao edifício no decorrer do uso, com o objetivo de fundamentar diagnósticos e recomendações para realimentar o programa de manutenção da edificação. A APO integra o ciclo de produção do edifício e pode contribuir para a qualidade do projeto, da construção, do uso, da operação e da manutenção do edifício, na medida em que destaca a relevância do usuário nesse processo. Disponível em: http://www.cebic.org.br. Acesso em: 12 jul. 2017 (adaptado). A respeito desse conjunto de procedimentos metodológicos, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A APO deve ser aplicada logo após a entrega das chaves do imóvel aos usuários, sendo imprescindível o preenchimento de uma lista de itens técnicos (checklist) para a verificação de possíveis incongruências entre o que foi projetado e o que foi executado. II. Na APO, utilizam-se diversos instrumentos de avaliação, tais como entrevistas, questionários, walkthrough, poema dos desejos, matriz de descobertas, como forma de compreensão de expectativas e insatisfações do usuário do imóvel. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. Gabarito: D Tipo de questão: Média Conteúdo avaliado: Avaliação Pós-Ocupação (APO) Autor(a): Profª. Camilla Pompêo de Camargo e Silva Comentário: A questão em debate inicia-se com um pequeno texto sobre o que é a APO, um procedimento de gestão e monitoramento da evolução e da qualidade, com o objetivo de avaliar um dado programa, um produto ou até mesmo um indivíduo. No setor da construção civil, a APO visa mensurar o desempenho de edificações em uso, e quando bem realizada, pode gerar diagnósticos para fundamentar recomendações e intervenções no edifício, além de fornecer informações importantes para respaldar projetos similares no futuro. A avaliação geralmente é feita por meio de análises técnicas e comportamentais, apoiando- se em entrevistas com os usuários. Porém, a avaliação pode exigir adaptação na forma de obtenção das informações do usuário, uma vez que isso pode depender da escala do edifício ou ainda de situações específicas. Não há regras no que diz respeito a data ou a periodicidade de realização de uma APO, pois isso varia em cada caso, sendo uma oportunidade para observar como cada material e sistema especificado se comportou, até mesmo para redefinir seu aproveitamento em outros projetos. Neste sentido, na questão comentada a asserção I é uma proposição falsa porque na afirmação delimita o prazo de realização da APO (logo após a entrega das chaves). Esse prazo é variável, já que a etapa de uso do ciclo de vida do edifício é a fase mais longa e não se resume logo após a entrega do mesmo, e sim a todo o período de uso, operação e manutenção desse edifício. Na mesma asserção I estipula-se que a APO deve ser feita por meio de um cheklist (imprescindível), com a verificação de não conformidades entre o que foi projetado e o que foi executado. Isso não é verdade, uma vez que os métodos de obtenção de informações dos usuários podem ser adaptáveis. Somado a isso, não é papel da APO somente a verificação das não conformidades entre o que foi projetado e o que foi executado, e sim o monitoramento da evolução e da qualidade do edifício e seus sistemas. Já a asserção II é uma proposição verdadeira, uma vez que indica vários instrumentos de avaliação que podem ser usados na APO, cada um com suas especificidades, mas utilizadas com um mesmo objetivo, avaliar um programa, um produto ou um edifício, gerando diagnósticos e recomendações para realimentar o programa de manutenção da edificação. Portanto, a alternativa correta é a D. Referências: FABRICIO, M.M.; ORNSTEIN, S.W. (org.). Qualidade no Projeto de Edifícios. São Carlos: RIMA, 2010. ROMÉRO, Marcelo de Andrade; ORNSTEIN, Sheila Walbe. (coordenadores/ editores). Avaliação Pós-Ocupação. Métodos e Técnicas Aplicados à Habitação Social. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído; Financiadora de Estudos e Projetos, 2003. QUESTÃO Nº 28 As wetlands construídas, conhecidas também como jardins filtrantes, são sistemas naturais de tratamento de esgoto, compostos por plantas aquáticas macrófitas que fazem a fitodepuração dos dejetos. Se comparadas com os sistemas convencionais de tratamento, são de baixo custo, de fácil operação e manutenção e não geram odores. Atualmente, a construção de wetlands tem sido utilizada em vários países para tratamento de esgotos e recuperação de rios degradados e seu entorno. Um ótimo exemplo de sucesso desse sistema é o projeto Parc du Chemin de Il͛le, na cidade de Nanterre, França. Inaugurado em 2006 e ampliado em 2012, o parque é parte de um amplo programa municipal de revitalização urbana no entorno do Rio Sena, e suas águas são tratadas por meio de uma rede de wetlands construídas, que tem por objetivos a regeneração da biodiversidade local, a despoluição da água do Rio Sena e a criação de áreas e conexões verdes entre bairros. O projeto, que revitalizou não somente a área, mas também todo o seu entorno, atrai novos empreendimentos para o local. Considerando as informações e as imagens apresentadas, avalie as afirmações a seguir e a relação proposta entre elas. I. A associação de wetlands construídas e parques oferece a possibilidade de construção de um espaço esteticamente atraente, ao contrário do que se obtinha com estações de tratamento de esgoto convencionais. PORQUE II. O sistema de wetlands construídas é uma alternativa interessante para tratamento de esgoto por seu baixo custo de instalação e operação e por não se utilizarem produtos químicos no processo. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. Gabarito: B Tipo de questão: fácil Conteúdo avaliado: urbanismo; sustentabilidade Autor(a): Adriana Mikulaschek Comentário: Os jardins filtrantes, tema da questão, são uma forma de tratamento de águas residuais ainda pouco explorada no Brasil. É
Compartilhar