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TRABALHO SOBRE TRAGÉDIA BRASILEIRA AUTOR: Carlos Fernando Mendonça Vidal Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, estava tomando sua cerveja como de costume de toda sexta-feira no bar do seu Joaquim, em uma esquina próxima do local estava Maria Elvira na Lapa, 35 anos, sentada com sentimento triste no rosto, prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Ainda com uma aparência não tão agradável da mulher, Misael se sentiu atraído por ela, que a convidou para junto com ele acompanhar da bebida clássica de bar, a partir daí, criou-se uma paixão recíproca, que logo depois, tornou-se um relacionamento estável. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Já não se sentia mais a mesma, o passado dela juntamente com suas imperfeições estéticas tinham ficado para trás, Maria já conseguia chamar atenção de outros caras, homens jovens alastrados para encontrar um par com a intenção de compartilhar de seus amores. Assim, ela conseguiu encontrar um namorado chamado Marcos Sety, Misael sentia que estava sendo traído, sua esposa se arrumava, perfumava-se, saia cedo da noite e voltava só no fim dela, o senhor não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa e viveram três anos dessa forma, toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... Por fim na Rua da Constituição, onde Misael na volta para sua casa depois de ter ido comprar pães e leite, encontrou sua esposa na cama com seu primeiro amante Marcos, Maria tentando juntar as palavras para conseguir uma explicação para seu marido, só conseguiu dizer: “calma amor, eu posso explicar”, seu namorado sem reação apenas olhava toda a cena calado e apreensivo, privado de sentidos e de inteligência, Misael matou-a com seis tiros, Marcos conseguiu fugir com sorte, pois a arma do marido só estava carregada com seis balas. A polícia a encontrou caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. Logo após a retirada do corpo com o IML, a polícia iniciou as investigações, viu uma arma deixada no local, pegaram as digitais e adicionaram mais algumas informações deixadas no local. Concluíram que o crime foi praticado pelo marido da vítima já falecida, em seguida, iniciaram a busca por Misael, que se encontrava desaparecido. Por coincidência, o mesmo estava tomando sua cerveja no bar do seu Joaquim, sem emblemas de sentimentos em seu rosto, a polícia o pegou para ser preso na penitenciária mais próxima. Passados 7 dias, chega o dia da audiência de custódia para definir seu futuro, o advogado do senhor com agora 66 anos de idade, utilizou bases emocionais, construiu sua defesa dizendo que Misael não deveria ser julgado por assassinato, e sim por homicídio culposo. Segundo ele, não houve crime premeditado, e sim uma resposta exagerada quando o senhor pensou que sua casa estava sendo invadida. De acordo com o advogado, o fato de ter ele ser já um homem de idade avançada fez com que o mesmo desenvolvesse uma "sensação de vulnerabilidade" ao longo desses últimos anos. Para a tese da defesa, esse fator psicológico fez com que ele entrasse em pânico e agisse sem pensar quando escutou um barulho em sua casa. Apesar de concordar com o argumento, o juiz criticou duramente o réu. Ele disse que uma pessoa "razoável" não atiraria seis vezes contra sua mulher. O discurso pode indicar de que ele não tinha a intenção de matar, mas que foi negligente ao disparar em um momento de pânico. O promotor escolhido no caso, aproveitou que o Tribunal do Júri era majoritariamente composto por mulheres, e utilizou também argumentos emocionais como o aumento dos casos de feminicídio e a empatia das mulheres que poderiam estar no mesmo lugar de Maria Elvira, usou para condená-lo a Lei n.º 13.104 de forma que se a pessoa, a praticou o crime de homicídio contra mulher por razões da condição de sexo feminino responderá por feminicídio, ou seja, homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2º, VI, do CP. No Art. 121 do Código Penal inciso 2 deixa muito bem claro suas consequências. Portanto, Misael acabou sendo condenado a 30 trinta anos por feminicídio culposo à sua esposa sem opções de fiança.
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