Buscar

Bloqueio do Adulto - Material do Curso de Criatividade - Murilo Gun

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bloqueio do Adulto	
Vamos lá, Bloqueio do Adulto! Bloqueio do Adulto a gente continua dentro daquela estrutura dos bloqueios mercadológicos, esse é o bloqueio seis. 
Cê lembra daquele livro que eu falei, Act of Creation, lá no mito da criação? Pois vê que louco, nesse mesmo ano do Act of Creation foi lançado um outro livro chamado Games People Play. Um livro sobre um assunto que chegou a ser muito da moda Análise Transacional. 
Há uns vinte anos atrás era um assunto super falado no mundo do RH ,da psicologia, da coisa comportamental, era uma espécie de PNL, que PNL teve uma moda também há uns dez anos, isso foi antes de PNL e tal. Chegou a ser lançado no Brasil, um pouco depois, com o nome Análise Transacional. 
Esse é um assunto que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida até que através do Roberto Menna Barreto, falei dele, lembra? Fiz uma homenagem à ele. E ele abordou esse assunto porque na época que ele atuava com curso de criatividade era um assunto forte e eu achei muito interessante e queria compartilhar. 
Seguinte, o Eric Berne, o autor da teoria, ele foi o cara que meio discípulo de Freud. Então, quem conhece as paradas de Freud vai perceber que esse framework dele é totalmente inspirado, é uma “combinatividade” do Ego, Superego e ID de Freud, né. Então, seguinte, o Eric Berne, ele fala que a gente tem três estados dentro da gente tá, o estado pai, o estado adulto e o estado criança. Não é você como pai, você como adulto, não. Todo mundo tem o momento pai, o momento adulto e o momento criança: P, A e C. 
Então, o que é o estado pai? O estado pai, ele é dividido em pai protetor e pai crítico, é o estado que dita as grandes normas, a questão médica, a questão moral, os grandes valores, essa coisa mais macro, essas regras mais macros, essas crenças macro que ditam o que você pensa. 
O estado do adulto é uma parada mais racional, o adulto, o lógico, o que usa os dados e tal. 
E o criança é o lado mais louco, o lado mais lúdico, o lado mais viajado. A criança pode ser livre ou pode ser a criança modificada, adaptada que subdivide em criança rebelde e criança submissa.
O grande lance da análise transacional é que são transações. Não é uma questão de você ter o pai assim ou o adulto assim e a criança assim e tá decidido que é assim, não. A cada momento, cada vez que você tem conversas internas com você mesmo ou cada coisa que você faz, você transaciona de um estado pra outro e naturalmente alguns tipos de pai automaticamente chamam em você alguns tipos de criança e por aí vai. 
Todos esses estados tem a versão que eles chamam de ok e não ok. É a versão meio que certa e errada, do bem e do mal, né. Então, por exemplo, o pai crítico tem a versão ok que é o crítico exigente, ordenador, justo, sério e ético. Já o pai crítico não ok, ele é agressor, preconceituoso, déspota, desrespeita. 
O pai protetor tem a versão ok que é o protetor apoiador, orientador, afetuoso, dá autonomia. E o protetor não ok que é superprotetor, muito meloso, permite dependência e por aí vai. Aí todos tem a versão ok e não ok, o adulto ok ele é objetivo, é responsável, autônomo. O não ok já é desligado, meio avoado. Aqui a criança livre ok é a criança alegre, a criança curiosa, afetuosa e a livre não ok, ela é egoísta, ela é cruel e por aí vai. 
Mas assim, eu não sou expert em análise transacional, esse assunto é bem profundo, mas eu queria chegar nessa parada aqui. Roberto Menna Barreto, ele dá um exemplo de como seria a distribuição desses estados, né, numa média, do que seria uma pessoa criativa, espontânea e independente. Então, teoria dele é a seguinte: 
A pessoa criativa, espontânea e independente, ela tem um pai crítico médio. Faz sentido? Porque faz parte também, você ter um olhar crítico das coisas, crítico sobre você mesmo, sobre os outros e tal, para você contestar as coisas. O pai protetor mais baixo, protecionismo normalmente, é, gera um zona de conforto, e veja que não é zerado, apenas mais baixo. Claro, em algum momento tem que ter um pai protetor também, a gente precisa. 
O adulto médio também, mais pra baixo, ou seja, menor que o pai crítico, ou seja, a parte lógica, racional, bem mais ou menos da metade até a baixo. Criança livre boom, criança livre, espontânea, curiosa, bloqueio do especialista. A criança adaptada, submissa baixa também, porque submissão também lembra, é, se contentar com as coisas do jeito que são, não questionar. E a criança rebelde, questionadora alto também, bastante alto. 
Vê que louco, esse é o exemplo de uma pessoa, não é uma criança, uma pessoa, um adulto, que ele é criativo, espontâneo e independente. Resumidamente, ele é muito criança e pouco adulto, pouco pai.
 A gente já falou mil vezes né? Nós nascemos criativos, desaprendemos a ser criativos, e aí quando a gente vira adulto, qual o problema? Temos que virar adulto, mas é porque “a gente vira adulto e a gente vira adulto demais”. O problema é o demais. 
Sabe o que acontece analisando em relação a análise transacional, vamos supor que se tivesse a mesma quantidade de bloquinhos aqui cinzinha apenas para realocar, ou seja, eu não posso simplesmente subir um nível desse, eu tenho que redistribuir. Vamos supor essa redistribuição, eu diria que o que acontece com as pessoas é quando elas ficam adultas, esse criança livre desce e meio que vai pro adulto, há uma troca aqui. Adulto demais, muito lógico, muito racional, muito sério. Quando a gente vira adulto, o pai também sobe bastante, talvez tire aqui da criança rebelde e vai pro pai crítico. E essa distribuição, já bem diferente do que ele entende como a descrição perfeita da pessoa criativa que é o ser criança.
	Queria voltar agora aquelas quatro etapas: Input, combinação, output, masterização e analisar como o adulto e a criança se saem em cada uma daquelas etapas. Então vamos supor aqui, oh, aqui tão as quatro etapas.
 A criança ela é boa nessa e nessa, ela é boa nessas duas. A criança, ela é boa em combinar e misturar coisas e fazer combinações não imagináveis, diferentes. Ela é boa em output, em si expor, claro, têm crianças mais tímidas, mas na média, criança se expõe mais que os adultos, na média também. Mas criança, ela não tem repertório ainda, não tem input e ela não consegue masterizar porque ela não consegue julgar as coisas, não sabe pegar um feedback e avaliar, retroalimentar, não entende de método. Então, ela é ruim nessas duas partes, ou seja “criança é um expert em combinações e em se expor, mas não tem inputs para combinar e nem tem razão para poder avaliar, retroalimentar, masterizar”. 
E o adulto? O adulto é o contrário. O adulto, velho, ele é bom nessas duas, ou seja, naturalmente, o adulto tem muitos inputs. Mesmo que você não tem aquele olhar curioso, aquele look set, né, mas você adquire inputs com a vida. E tem a capacidade de julgar as coisas, de pegar feedback, de entender, mas aqui vem um problema.
 A gente vira adulto demais e a gente perde muito a nossa capacidade de combinar coisas. A gente vira adulto e só aceita combinações meio óbvias. Não aceita que tal coisa se misture com tal coisa, a gente também, é, tem dificuldade de se expor, se expõe cada vez menos, né, bloqueio do sucesso. Ou seja, o “adulto tem os inputs suficiente para combinar, a razão para avaliar, mas ele perdeu a expertise de combinar de forma louca e de se expor” e aí, ficou assim. 
O ideal é você ser bom em todas as etapas e como esse curso é para adultos. Eu queria analisar as duas deficiências do adulto. Focar mais nessa aqui (combinação) por que nessa aqui? Porque essa aqui (masterização) foi muito falada lá no bloqueio do sucesso, a questão do expor, a técnica Lean Start Up, essa aqui (combinação) eu quero aprofundar mais nessa aula, me inspirando em quem? Em quem é bom nisso, nas crianças.
Se parar para pensar, qual é a coisa que crianças mais fazem? Qual é a atividade que as crianças mais querem fazer? E mais fazem, qual é o verbo que elas gostariam de tá conjugando toda hora? Brincar. Crianças são obcecadas a brincar. Elas querem brincar toda hora, irritam agente, “ah, tá bom de brincadeira já”, “aí, para que continuar brincando?” “essa bateria não acaba” e quer brincar, quer brincar. É uma motivação intrínseca e não dá pra entender de onde vem tanta vontade de brincar. E claro que brincar é bom, não precisa de estudo.
Tem um livro interessante do Eduardo Sá, Brincar faz bem à saúde, mas nem precisava, a gente sabe, a gente consegue entender que brincar é bom para as crianças. Agora, e pros adultos? Será que brincar também num é bom? Será que quando a gente deixa de ser criança e vira adulto demais a gente num perde essa grande capacidade infantil? Então, eu vou começar com o por quê: por que que brincar é importante? Por que? Porque “brincar é imaginar”, num concorda? 
Quando você brinca, você está imaginando um contexto, você pega aquele objeto, aquele boneco junto com a boneca, o carrinho e você brinca com aquele carrinho aqui e você imagina que isso aqui é uma cidade e você bota obstáculos e você cria imagens brincando. “Brincar é combinar” porque você mistura coisas de universos diferentes, um objeto que é usado pra tal coisa, você vira aqui e já vira a base dos soldados e tal. “Brincar é viajar”, brincar é você aceitar qualquer coisa viajada, de qualquer jeito, você pode... na hora da brincadeira, não tem limites, se você quiser você pode viajar e pirar e tal. Resumindo, “brincar é imaginar combinações viajadas” é imaginar, criar imagens de combinatividades viajadas. Brincar é brincar de What If?
Já parou pra pensar que a criança é um “What Ifer” profissional? Ela passa o dia inteiro brincando de What If..., ela passa o dia brincando de What If… eu jogar esse carrinho dentro disso aqui. What If… eu pegar a comida e fizer num sei o quê. What If… eu fizer isso aqui com essa caixa, ela passa o dia brincando de What If… Ela passa o dia viajando, viajando na maionese, né.
No livro do Arthur Koestler, ele fala da bissociação que é o nome dele pra combinatividade. E ele fala que a bissociação é o que? É quando dois sistemas de referência, dois universos se cruzam. É o que mais ocorre quando a criança brinca. Ela pega dois universos loucos ou três ou quatro e sai misturando porque “brincar é imaginar combinações viajadas” e “quando a gente vira adulto, a gente vira adulto demais e quando vira adulto demais, a gente deixa de brincar e deixando de brincar, a gente deixa de imaginar combinações viajadas”. Então esse é o Bloqueio do Adulto. 
Como já disse algumas vezes “nós nascemos criativos e desaprendemos a ser criativos”, “nós nascemos cientistas e desaprendemos a ser cientistas”, “nós nascemos exploradores e desaprendemos a ser explorados”, “nós nascemos corajosos e desaprendemos a ser corajosos”, “nós nascemos curiosos e desaprendemos a ser curiosos”, “nós nascemos questionadores e desaprendemos a ser questionadores”, “nós nascemos brincativos e desaprendemos a ser brincativos”.
Eu gosto de brincativos porque é uma mistura de brincador criativo, é um brincativo. A gente quando criança era brincativo, algumas crianças mais, outras menos, mas, assim, toda criança é em essência, pelo menos, mesmo que ela seja extremamente podada, bloqueada, ela teve, um grande tempo, de extrema brincatividade durante sua vida e vai crescendo e vai perdendo isso “e quem é que nos ‘desensina’ isso?” 
Muitas pessoas começam, é claro, o processo educacional, né. Essa chargezinha, é uma mãe falando “Meu filho já sabe inglês, francês, japonês, violino, xadrez, judô, futebol e karaokê!” e mãe pergunta “ah, sim, e sabe brincar também?”. 
Acontece muito? Criança pequena já é adultizada, muita agenda cheia de coisas e tal, e faz um monte de coisa, mas esquece de brincar. Ai começa já virar adulto cedo demais, enquanto que era pra virar criança eternamente e não ficar tão adulto.
	É, eu gosto muito de riscar as paredes e tal. Uma vez eu postei minha parede riscada e alguém colocou assim “ele não teve infância kkk, escreve nas paredes até hoje”. Ou seja, a sociedade em geral tem essa visão de que adultos é “ah, se você faz coisas de criança porque você não teve infância”, sabe, ou seja, próprio sociedade já meio que contesta você, “parece que não teve infância” e tal, mas o principal bloqueio ocorre quando a gente entra no mercado de trabalho.
	Quando a gente entra no mercado de trabalho é que essa mensagem de seja adulto, não seja criança vem muito, muito, forte para gente. O próprio ambiente das empresas, ele convida a gente a ser muito adulto, a ser muito sério, a ser muito pai.
 E se você ousa brincar é capaz de você ouvir assim “oh, aqui trabalha, aqui tem tempo pra ficar brincando não, aqui o bagulho é sério, tem tempo de ficar viajando, brincando nas coisas, num sei o quê não, aqui é sério”. Tem uma coisa que a gente fala até meio que sem querer, quando a gente tá falando uma coisa que é mais brincadeira e aí a gente uma hora fala “ah, brincadeiras à parte…” porque brincadeiras tem que tá a parte. 
É importante deixar claro, oh, vou deixar a parte aqui as brincadeiras. A gente fala uma coisa mais infantil tem que “oh, tô brincando”, tem que já desculpar, tem que dizer tô brincando, o just kidding em inglês né, kidding kids.
	Eu tenho muita experiência em reuniões corporativas. Desde a minha empresa que eu tinha uma produtora de sites, até como comediante, fazia muito evento pra empresa, ia nos eventos. Quase toda reunião que eu participo tem como um padrão que no começo tem aquelas amenidades, o pessoal “opa”, “num sei o quê”, “e aí, pá”, rola umas piadas uma coisa meio informal, “isso aí, ah, fui num show, blá, blá, blá”, até que chega uma hora que o dono da reunião, o chefão lá, ele faz uma coisa que bem marcante, que quando ele dá o tapa na mesa e ele fala assim “vamos lá, vamos falar sério agora”. 
O que significa vamos falar sério agora? Significa que crianças, saiam da sala, saiam da sala que agora é hora dos adultos, que aqui num brinca, aqui trabalha sério, tem ninguém brincando aqui não, por favor se retirem pros outros poderem trabalhar e aí, é nessa hora que a criatividade vai embora, tchau…
	Essa frase eu acho massa, “o adulto criativo é a criança que sobreviveu”, muito louco, né? Isso aqui eu tinha postado no meu Instagram, é, esse bonequinho, todo empacotado, né, de adulto e ele meio que triste lembrando como era bom ser criança. 
Esse aqui também achei engraçado “ser adulto é chato”, não deveria ter que ser, mas acaba virando porque a gente fica adulto demais e esse é o bloqueio do adulto. 
	As grandes lições erradas que a gente aprendeu são, primeiro, “as brincadeiras devem estar à parte da vida profissional”. Não, aqui não é lugar de brincar e quando a gente deixa a brincadeira a parte, a gente deixa de imaginar combinações e viajadas e vai no caminho padrão.
 “Tem coisas que não podem, nem devem ser misturadas e combinadas”, a gente tem muito isso que parece que não, isso com isso não se mistura, eu vou dar vários exemplos aqui de como o jeito infantil aplicado ao mundo real, adulto, ele traz pra você a possibilidade de misturar coisas aparentemente não misturáveis. 
E também “evitar se expor falando ou fazendo ‘bobagens’” entre aspas, porque quando eu falo bobagens, num é coisas ridículas, é ser mais informal, é ser mais normal, é ser mais lúdico, sabe? E tudo isso é mentira. Tá tudo errado isso aí, uma versão positiva é que “as brincadeiras podem fazer parte da vida profissional”, “tudo pode e deve ser misturado e combinado”, “você pode sim se expor mais falando e fazendo ‘bobagens’”. 
É, eu falo muito da Singularity, meio, eu falo pacaralho, fica meio repetitivo porque pra mim foi uma experiência, é... não foram três meses normais, foram três meses intensos, segunda a sábado, doze horas por dia. 
Lá tinha uma parada que ninguém queria muito sair, tinha um negócio chamado F.O.M.O. F.O.M.O é fear of missing out, é medo de ir tomar um sorvete ali e acontecer alguma coisa, aparecer alguém ali e você perder, medo de perder, então fica todo mundo lá. E cara, eu em três meses, em três meses, eu saí do lugar, de onde a gente dormia, estudava, trabalhava,fazia as coisas lá, eu saí daquele ambiente, talvez umas dez, quinzes vezes em três meses, era muito intenso.
	Lá na Singularity, logo na primeira semana rolou um desafio dos alunos darem uma aula pros outros, é… falando sobre algum conhecimento que ajude na missão da Singularity que é resolver grande problemas globais de impacto mundial, blá, blá, blá. Quando veio essa coisa da palestra, era a primeira semana ainda, eu meio inseguro no inglês, minha primeira ideia foi putz, nem fudendo. 
Mais, logo depois, acho que um segundo depois, eu falei “não, tenho que fazer, porra. Tenho fazer pô, dar palestra, eu sou comunicador, agora é a hora que eu preciso fazer uma coisa legal”. Mas era aquela coisa de primeira semana, todo mundo se conhecendo ainda e tal e eu meio até que constrangido de me apresentar. 
Eu ia falar com os cara assim “ô velho, tudo bom? Que que cê faz?” Ai o cara falava, tinha um cara lá, Iran, cara de Israel “não, eu sou de Israel, sou das Forças Armadas de Israel, fui piloto de caça e agora eu tenho uma Start Up que a gente criou uma tinta que você pinta a casa e ela capta energia solar, e você, faz o quê?” Que que eu vou dizer pro cara, mano? “Faço pegadinha no SBT, Amigos da Onça”, vou dizer isso, sabe? Eu ficava meio constrangido, mas eu ia fazer.
 E eu fiz uma palestra lá que foi muito massa, é um ambiente informal assim, foi no próprio laboratório, foi uma palestra “Três formas que a comédia pode te ajudar a resolver problemas”. Fiz isso num tempo recorde, foi uma das palestras mais bem avaliadas. Isso aqui era um mural que tinha lá com todas as palestras de todo mundo, aqui tinha horários e as salas e a minha é essa aqui oh, a minha é essa aqui, é a mais votada, quase que empatada com essa aqui, mas a minha ganha ainda, que era do italiano lá, Ricardo, e acabei repetindo minha palestra.
E o que era essa palestra? Eu simplesmente peguei a minha experiência como comediante e me fiz a pergunta: tá, o que eu como comediante posso falar de relevante para esse seres humanos aqui, cada um um universo diferente, que pode ajudá-los a resolver problemas? E aí surgiu o que eu chamo de Comedy Thinking, foi nesse dia que surgiu essa conexão de pegar as coisas do universo de comediante e aplicar pra galera. É muita coisa que surgiu nesse dia é a base desse curso aqui, esse curso Comedy Thinking. Acabei fazendo isso na Argentina, workshop nos Estados Unidos, virou minha palestra de trabalho em eventos em empresas e tal. 
E o Comedy Thinking em poucas palavras é “pense como um comediante”, velho, é isso, pense como um comediante pra ser mais criativo, porque o comediante, ele é muito bom em todas as etapas do processo criativo, porque ele é adulto, ou seja, ele tem repertório, ele tem capacidade de julgar, de masterizar, mas ele tem uma criancice. 
	Todo comediante é uma criança que sobreviveu, todo comediante, ele pode ser sério, num quer dizer que só os comediantes podem ser bem infantis não, ele pode ser sério, mas ele tem a mente de. Rafinha Bastos é um cara muito sério, mas ele tem mente de criança. Diferente do Victor Sarro, Murilo Couto, que são bem crianças mesmo. 
Mas a questão não é nem como você se comporta, mas como você pensa. É o quão você é capaz e costuma frequentemente imaginar combinações viajadas e é só isso que comediante fazem a toda hora.
	Uma grande referência minha é o John Cleese, um dos caras do Monty Python, um dos maiores grupos de humor da história da humanidade, da Inglaterra. Ele foi humorista, ainda é humorista, num deixa de ser humorista, mas algumas décadas ele também virou professor e um palestrante em criatividade. E ele fala “Criatividade não é uma posse ou talento especial, você já sabe, Mito do Dom, criatividade é sobre o desejo, a vontade de brincar”. Play, brincar. 
É engraçado… Porque play em inglês significa brincar e também significa um peça de teatro, um play. Engraçado... É uma palavra que o brincar tá ligado também ao teatro. Por que, cara, qual que é a expressão, é… de tipo de teatro, é uma brincadeira. O que que é ser ator? Ser ator é brincar de ser alguém. Eu sou ator, eu tô brincando de ser alguém, é imitar, é imitar, criança adora imitar. Crianças são imitadoras natas. E atuar é isso, é brincar, é imitar os outros, é um exercício de empatia, porque pra você imitar o outro tem que saber se colocar no lugar do outro, é um exercício de empatia, de criatividade, de como você entender o outro e fazer a sua versão, a gente quando imita, principalmente no lado cômico, a gente imita e distorce, dá uma distorcida, adiciona uma camada, faz uma combinação com outro universo, enfim, isso não é dessa aula não.
	John Cleese, isso aqui ele lançou um livro e saiu no jornal aqui no Brasil “a sátira faz as pessoas pensarem”, afirma John Cleese. “o que é importante é as pessoas estarem abertas às novas possibilidades”, Bloqueio do Gabarito, lembra da aula de bloqueio, abertura às possibilidades. 
“Nada vai te impedir de ser criativo mais eficientemente do que o medo de cometer um erro”, Bloqueio do Sucesso. Frases do cara que resumem o curso todo, por quê? Porque a mentalidade do comediante, ela é mentalidade criativa, não tem jeito.
	O bobo da corte é comediante, muita gente não sabe, mas o bobo da corte não era só um idiota que ficava lá fazendo macaquice. Ele era um idiota sim, mas ele era um idiota que tinha uma função estratégica para alguns reis. Ele era a única pessoa que tinha autorização de questionar o rei, autorização de falar de assunto que ninguém podia falar lá no reinado. E ele era o cara que ele era louco, de vez em quando, morria, cortava a goela de um ou outro, mas enfim, ele tinha meio que essa autorização de falar coisas. 
Ele era o cara que dava um toque na cuca do rei, como gosta de falar o grande Roger Voegue, aquele cara que dava uma chacoalhada no rei e ajudava o rei, a de repente, perceber algo que ele não tava percebendo e as pessoas meio que “esse cara é louco, hein? Ele gosta de falar isso e tal”. Inclusive, tem um livro chamado o O bobo da Corte Corporativo porque isso acabou virando uma profissão.
 	Tem um cara, o Paul Birch, o Linkedin dele, oh, ele foi bobo da corte corporativo da Britsh Airways por um ano. 
Era um cara que a função dele, junto com o CEO lá era desafiar algumas coisas que existiam da organização, usando humor, usando criatividade e foi um grande sucesso e blá, blá, blá. Fizeram uma matéria sobre ele, oh, “ele não é bobo, mas ele faz papel de bobo dentro das empresas”. As empresas contratavam o cara pra ser o bobo da corte, acho que todo empresa tinha que ter um comediante. Toda empresa devia contratar um comediante, consultor pra ir uma vez por mês lá, só pra dar umas ideias, pra trazer o olhar comediante e como eu falei, tem as coisas do adulto, input e masterização, mas também tem as da criança que é combinação e o output.
	Mas você pode perguntar, “oh, murilo, adianta mesmo o cabra ficar falando loucura, e dá pra colocar em prática, falar só falando loucura é muito fácil, como é que eu coloco em prática?”.
 Cara, eu vejo o seguinte oh, se tem um problema, tem vários caminhos pra resolver esse problema, tem sempre um caminho óbvio, esse aqui é o caminho convidativo, a primeira resposta certa, é aquilo que você olha e dá vontade de, ah já sei, vou pra ali. Como é que faz, problema, pra ir dali até aqui? Já sei, por ali, acabou, não tem o que pensar. 
Existem muitas outras possibilidades de ir até o lado de lá e o comediante, através da brincadeira, do humor, do pensamento idiota, ele é sempre o cara que quando vê isso, ele já desconsidera isso aqui e ele quer inventar um jeito idiota de ir por aqui, de ir pulando, de pegar o pong pong, de sei lá, de inventar um jeito novo, que talvez, o jeito que ele inventar não sirva, não esteja pronto para ser executado, mas pelo menos abre novas possibilidades, abre novos caminhos, novas portas que nem sequer estavam sendo consideradas, mas quando você abre essas portas, abre a mente também. Sabe aquela história “toda brincadeira tem um pingo de verdade”? Toda piadatem um pingo de verdade, toda bobagem tem um pingo de verdade. Dá pra trocar verdade por utilidade, toda brincadeira tem um pouco de utilidade.
	Se você olhar um olhar advogado do anjo, daquela brincadeira, em vez de olhar pra parte da brincadeira que não presta realmente porque é loucura demais, se você fizer aquele Will ™ — What I Like The Most —, o que eu gosto dessa brincadeira, essa partezinha aqui é interessante. Como eu pego essa partezinha da brincadeira e combino com o mundo real, com o que é viável, com os recursos e tal. Toda piada tem um pouco de utilidade, toda bobagem tem um pouco de utilidade.
	Roberto Menna Barreto, que eu homenageei, ele dizia que tem três ingredientes pra criatividade. Primeiro ingrediente: “Bom Humor”. Esse não dá pra fazer coisas criativas sem bom humor, sem o cenário infantil, que aceita as coisas, de dá uma pirada, que é meio maluco né.
	Isaac Asimov, grande escritor de ficção científica, ele falava que “A expressão mais empolgante para se ouvir em ciência, aquela que proclama novas descobertas, não ‘Eureca!’ é ‘Engraçado…”. Sabe quando você fala, tá falando alguma coisa e faz “rapaz, engraçado… eu misturei esse produto químico com aquele e eu achava que, caralho”. Engraçado, engraçado é tipo engraçado isso hein… É uma espécie de Eureca! é quando você percebe que ocorreu alguma combinação nunca antes combinada, alguma mistura louca né.
	Lembra que eu falei do Andre Geim, o cara lá que ganhou o IgNobel e Nobel ao mesmo tempo, ele falou “Na minha experiência se a pessoa não tem senso de humor, normalmente não é uma boa cientista”.
	Então, pense como um comediante que também podia dizer pense como criança. O comediante, ele é um adulto que sobreviveu, uma criança que sobreviveu. É… uma vez eu fui visitar o Walter Longo, Presidente da Grey Brasil da Agência, e ele me contou que ele havia feito isso aqui oh, ele juntou crianças pra fazer um brainstorm na agência, vê que louco. 
Pegou alguns clientes, combinou com os pais das crianças, é lógico, e tal e juntou as crianças pra começar a provocar elas com questões que claro, as crianças não têm repertório, input pra entender direito qual era o problema da empresa, mas elas tem a loucura infantil, de falar as coisas nada a ver e você tentar extrair ali um insight, daquilo que as crianças falaram. Olha aqui oh, ele postou a foto das crianças reunidas. 
Na época a gente chegou a discutir pra criar um comedy board, juntar uns comediantes e falar sobre problemas em empresas pra trazer na mente do comediante que já tem a parte boa do adulto e a parte boa pra criança. Acabou que ele saiu da Grey, foi pra Abril e não falamos mais nisso. 
E eu queria abrir um parênteses rápido, só pra falar uma pequena coisa. Eu falei lá atrás sobre a ideia de gravar essas aulas agora com essa TV vertical, uma ideia simples que a gente teve, mas que ficou diferente e tal, ficou interessante e abriu novas possibilidades pra gente. E a ideia da TV vertical, uma das inspirações foi lá na Grey, eu cheguei lá e olha o que tem na recepção, uma TV vertical escrito “Bem-vindo, Murilo Gun!”. E dessa pequena experiência, eu tava com um look set de tudo que é solução criativa, seja qual for o problema, não interessa, porque eu posso dar um zoom out, tanto me interessa que tirei foto e postei no Instagram e disso aí o meu zoom out não foi nem TV vertical, porque isso aí é um input que nem, muito mais comum, no aeroporto tem muito, mas foi a parada de putz, como você pode usar uma TV para comunicar coisas, para personalizar alguma coisa e tal, isso tá aqui incubado, tá no meu repertório, um dia quem sabe eu utilizo. 
É interessante eu falar isso porque o Einstein falava que “O segredo da criatividade é saber esconder as suas fontes”. É não revelar quais são suas referências e inputs que você utilizou pra ter tal ideia e quando você revela parece que “ah, então foi fácil demais”. É fácil quando você tem as referências certas, quando você passa a vida inteira com um look set alinhado para soluções criativas e como estão disposto a fazer combinações, a se expor pra testar, aí é fácil, fecha parêntese.
Pense como criança, ai eu te pergunto, isso aqui ajuda a pensar como criança? 
Não muito, por isso que o Google da vida, o Facebook cria esses escritórios com essas num sei o quê, mesa de ping pong, de pebolim, essas coisas loucas. Muita gente acha que isso é migué, ah isso é migué, migué. Quem acha isso é porque normalmente trabalha numa cultura corporativa que eu chamo de experiência corporativa muito adulta e num contexto e numa cultura adulta, realmente, não adianta fazer isso. 
O fato do Google, do Facebook ter sentido descontraído é a pontinha do iceberg de uma coisa muito maior que é todo uma cultura corporativa e todo mundo ali recrutado já com essa mentalidade infantil menos adulta e aquele ambiente é apenas um complemento a toda uma cultura infantil, louca, não uma adulta já instalada. Não adianta meter uma mesa de ping pong, de não sei o que, num lugar que não tem essa cultura, não adianta.
“Criatividade é a inteligência se divertindo”, Einstein. Essas frases a gente nunca sabe se é do cabra mesmo, mas a frase é tão boa que podia ser dele. E criatividade é a inteligência se divertindo. É… poucas pessoas eu acho que entendem essa frase profundamente, entende o que é se divertir. E se divertir não é necessariamente, ah, se divertindo, jogando um jogo, é a inteligência livre, espontânea, criança. O que é muito difícil, ter, se divertir num ambiente assim, né?
Eu acho essa charge engraçada, o chefe falando “volte lá pro seu cubículo e comece a pensar fora da caixa”.
 É ruim pensar fora da caixa quando você trabalha numa caixa. É danado. Esse ambientes de empresas, o objetivo é trazer criança, é fazer a pessoa brincar pra trazer aquela mentalidade infantil. Inclusive foi esse o objetivo da gente quando a gente criou o nosso kit, o nosso kit físico, bem infantil também e deu resultado. Muitas pessoas que recebem o kit, elas postam “tô parecendo uma criança que acabou de ganhar um brinquedo”, “estou encantado com tudo, feito criança mesmo”. Aqui, “estou me sentido feito criança quando os pais compravam material escolar do ano letivo”. “Mais feliz que criança com brinquedo novo”. Essa aqui eu achei engraçado que “diálogo aqui em casa, ela falou ‘Eba, meu kit chegou’. Ai o ‘marido faz cara de quem não tá curioso’.” Faz cara de quem não tá curioso é ótimo, como é cara de quem tá curioso, hein. Como é, Bruno? A cara de quem não tá curioso. Cara que tá… “Cara que tá cagando”. Não sei fazer a cara não, não sou tão bom ator não. Aí ela falou “ah, amei meu avatar, olha amor, eu sou o Einstein ‘Que porra é essa, tá ficando maluca?’” Maluca, louca né, que maluco o quê? Vai virar criança agora depois de adulto, é? Rapaz, tá parecendo criança. Essa a pessoa colocou “virei nerd pela primeira vez na vida”. Em outras palavras, quando ela fala nerd, quando fala maluco, pode trocar por criança.
Sabe o que eu acho interessante? Tava falando dos escritórios infantis, cheios de coisinhas, o pessoal fala muito em escritório infantil? Mas poucos falam da casa ser assim. Por que a nossa casa, ninguém, tem que ser normal? Tem que ser careta? Eu sou um cara que gosta de riscar parede, quem disse que paredes tem que ser brancas? Quem disse que riscado pode ser o novo padrão das paredes. 
Eu sempre me preocupei, putz, eu quero ter um escritório também legal, mas uma casa também legal, que me traga meu eu criança porque é difícil. A gente vira adulto, o mundo pede que a gente seja adulto, a gente precisa de lembretes pra ser criança e o adulto, a casa infantil. Meu apartamento era assim, tinha um ambiente só de criação, eu nem tinha filho nessa época ainda e tinha um quarto de brinquedo, um quarto de criação, com lego, com monte de coisa, pra me ajudar a pensar como criança.
Eu tive uma grande oportunidade de entender de perto a mentalidade de uma criança funcionando. É… porque durante seis meses, o irmão da minha mulher, Gabriel, veio morar comigo em São Paulo. Eu sempre tivemuito contato com ele desde pequeno. Mas quando ele mora com você por seis meses, com onze anos de idade, onze anos ele já tem alguns inputs, ele já tem um pouco de, do que é necessário pra poder ter as quatro etapas, mas também tem uma mentalidade bem de criança ainda e foi o experiência massa os seis meses com o Gabriel. O Israel também, virou amigo dele, o Israel oh, “Hard Work Papai 2”, fica de olho nesse moleque, filho da Tânia Mujica, minha coach, moleque muito louco, muito legal. 
Na mesma época, meu pai veio passar uns meses com a gente, ficou meio com a Família Buscapé, cheio de gente em casa, é... quem tem babá, ai tem a bebê e tal. E… uma coisa interessante que rolou, eu tava falando pra, comentando com a Dani que é, putz, a gente quer ter mais filho, como que vai ser quando tiver mais filho pra gente se deslocar de carro? Num cabe esse povo todo no carro, considerando Gabriel, meu pai, babá, como é que faz? Tem que trocar de carro já, mais um filho tem que trocar de carro já, comprar aqueles carro com sete lugares né, com dois lugares atrás. 
E eu até comecei a ver, um amigo meu Sutt com um carro de sete lugares e aí já vê preço, tá, num sei o quê, enfim já comecei a ficar atento a isso aí. Ai Gabriel pegou, ouviu a conversa e falou assim “Por que você não compra uma van?” Na hora, Dani falou “que van, Gabriel” e na hora eu falei “Porra, uma van, velho…” Pode ser, na hora a reação da Dani, na hora, foi meio “não, que loucura, van”. E eu van, me lembrei do Pequena Miss Sunshine, sabe? Essa van louca, essa família maluca, uma van que invada por que não? Tem van confortável aí sim, pode ter uma van bacana, adesivar legal, ao fim eu me abri essa possibilidade.
 E eu fiquei pensando, isso é típico ideia de mentalidade infantil. É típica ideia do comediante, talvez, daria, eu não dei, eu me contentei com a primeira resposta certa nesse caso, eu, é isso que eu falo muito velho. Criatividade não é só pra empresa, pra promovido, pra ganhar dinheiro, pra num sei o quê, criatividade é para os pequenos problemas da vida também.
E aí é difícil você adquirir o hábito de, lá no Bloqueio do Gabarito, de mediante de os problemas, abrir possibilidades, divergir, o já sei, ele é muito louco, ele é muito convidativo. Foi o que eu tive “ah, tem que ter um carro maior, sete lugares, ah, já sei, o carro do Sutt, ah vai ser esse caro, num sei o quê”. E eu tava pronto, não abri e na hora a mente infantil ela já abre, e já, talvez a van é uma coisa que as pessoas podiam pensar mas talvez nem falariam porque já julgariam internamente que não pode, porque não pode combinar o universo família com o universo van, porque van é uma coisa mais profissional, mais esporte. 
Não, pode sim, você pode ter uma van na sua família tranquilamente, ser o único carro da casa, o carro principal da casa, não tem problema. Essa ideia da van é uma ideia meio viajada, ele imaginou uma combinação meio viajada.
E eu queria dar alguns exemplos, exemplos são sempre poderosos, exemplos de pequenas ideias, pequenas soluções de problemas que usam essa mentalidade infantil, essa mentalidade de comediante, são ideias que Gabriel daria, Gabriel talvez chegaria nessa ideia. Ou um comediante chegaria e provavelmente o cara que teve essa ideia. 
Por exemplo, raquete de matar mosquito, porra, Gabriel teria essa ideia. Pô, Gabriel, a gente sempre vem com esse problema de putz, quero tanto criar um acessório pra matar mosquito, ah num sei o que e ouvi sua conversa e “ah, por que você não faz igual o tênis, uma raquete mesmo, tal num sei o quê, sabe, o que é a raquete de matar mosquito?” É você imaginar uma combinação viajada, é você pegar um universo tênis e um universo mosquito, que aparentemente não tem nada a ver e você aceitar que eles podem ser misturados. É isso. E adultos, normalmente, nem sequer, se abrem a essa possibilidade, eles já julgam, antes de sequer falar, nem deixa chegar na superfície do consciente, já barra logo.
Outro exemplo, fui comer um sanduíche, aí oh, eles enrolam o sanduíche como se fosse um bombom. Gabriel teria essa ideia, se eu falasse, “Gabriel, a gente tá querendo criar um jeito melhor”, tem que ter um problema né? Tudo começa com um problema, que a gente tinha uma lanchonete aqui e aí tá lá com a gente convivendo, a gente cria um jeito criativo de enrolar o sanduíche. “Ah, por que não enrola feito o bombom?” Uma criança teria essa ideia, um comediante talvez daria essa ideia. 
É… porque é uma ideia brincadeira, é uma ideia que eu imaginei uma combinação viajada, eu peguei o universo sanduíche com o universo bombom, bala, sei lá como é que chama que ao que seja mais próximo de comida, mas são diferentes. 
Outro exemplo, fui no bar, uma caipirinha, caipiroska, meteu um picolé aqui, puff, porra, deu um puta H pro negócio, um sabor diferente. O picolé vai derretendo, eu posso chupar o picolé, aí vira tangerina com num sei o quê, num sei o quê, típica ideia que Gabriel daria. Se tivesse um problema, a gente num bar, putz, bebida, como que faz bebida diferente, num sei o que, ele tá ali chupando picolé, “ah como que faz diferente Gabriel?” Ah, faz assim, ele meteria, criança daria essa ideia. Um comediante talvez chegaria nessa ideia.
Outra coisa que eu vi, é uma escadaria, aí tinha a escada normal e a escada rolante. E aí as pessoas querem ir pela rolante, é… Tem até o negócio fun theory, que é uma teoria, é uma teoria que o pessoal da Volkswagen criou, uma campanha pra mostrar como o fun, como o divertimento, como as coisas lúdicas conseguem mudar o comportamento das pessoas. E um dos experimentos foi uma escada, uma escada que eles queriam que as pessoas fossem pra escada normal e não pra escada rolante e colocaram um piano na escada, puta viagem. 
E isso aqui é uma versão mais simples, simplesmente colocou um adesivo que era legal dizendo “Economize energia, 5.4 calorias”, aí no outro degrau, 5.6 calorias, ou seja, uma piada, claro que uma escada não vai economizar tantas calorias mas pela piada nos adesivos, também legal, também ideia de criança, uma ideia infantil.
Eu fui com minha esposa num bazar, né, de roupa de mulher, não sei o que, roupas usadas, sei lá. E aí, é tinha vários andares assim e um cara no terceiro andar, ele começou a conversar comigo, começou a conversar e ele falou “puts, o elevador tá ruim o pessoal não sobe, pessoal para no segundo andar, ali no pé da galera”. E aí eu peguei, “ah, mas por que que não sobe?” “Ah, acho que é preguiça, não sei o que e tal”, aí falei pra ele, velho, por que tu não bota um adesivo assim tirando ondas das calorias? De repente mulher, essa piada de ah, quero emagrecer, sei lá e na hora ele falou assim “não, não”, tipo assim, ele nem sequer quis ouvir e aí na hora eu pensei, ah deixa pra lá, não vou, se eu fosse fazer uma consultoria pra ele eu me empenharia em evangelizar melhor.
Tem uma parada velho, que assim, pra ser criativo não tem jeito, a gente tem que ser evangelizador. A gente tem realmente que ficar tentando sempre trazer pessoas ao nosso redor para o lado criativo da força, porque se não, você fica sempre aqui. 
Então, assim, pra forma de evangelizar não pegar e dar uma ideia criativa e a pessoal não gostou e falar, ah, você é bloqueado, isso é o Bloqueio do Adulto, hein? É assim que funciona, se começar eliminando os mitos básicos, um trabalho devagarzinho que vai fluindo e tal, que você pode fazer na sua empresa, na sua família e por aí vai.
Bem, alguns exemplos nossos aqui da Keep Learning School. Pequenas coisas que a gente fez nos últimos anos que mostram um pouco da nossa cultura, da nossa mentalidade infantil, comediante. A nossa última confraternização interna, nosso evento, big coffee de planejamento, o tema era Hulk. Era tudo festa infantil, coisinhas de criança e isso surge de um What If...? What If a gente pegar o universo do Hulk, e a gente tem uma analogia do Hulk, é claro, não é por nada e trazer pra nossa festinha da empresa e ela ser Hulk.
Outra coisa, a gente quando eu começou a fazer o GunCast, criei esse bordão no final “ah,se você não fizer isso vai na brincadeira na tomateira”. Isso surgiu de uma música de pagode dos anos 90, isso, esse tá de brincadeira na tomateira surgiu de uma música desconhecida de uma banda de pagode dos anos 90, Art Popular, que muitas pessoas diriam que não, não pode misturar um universo, uma música que ninguém conhece, dos anos 90 de pagode com o universo negócio de inovação, criatividade. Pode, pode sim, tudo pode ser misturado e aí você simplesmente bota num contexto legal e vira um bordãozinho né. “Ah, Murilo Gun fala que tá de brincadeira na tomateira”. Aí teve gente fazendo camisas tomateira. Ai eu encontrei isso aqui, um site de inglês “como dizer brincadeira na tomateira em inglês”, aí é um cara tentando dar uma solução pra isso ai, explicando Art Popular, enfim, tudo isso surgiu de What If…? What If eu pegar o refrão de uma música de pagode e transformar num bordão de um podcast de criatividade e inovação, por que não?
Ai o tomateira acabou explodindo. Ai montou uma tomateira de verdade, virou cenário pra gente gravar coisas, virou um negócio no Hard Work Papai virou um negócio pra tirar foto. E aí a gente foi mais ainda e a loja de roupa da gente chamou Tomatêra, você pega uma brincadeira, é o contrário, você começa a levar a sério a brincadeira. Tudo porque a gente se permite fazer o What If, esse gatilho da imaginação.
O Hard Work Papai a gente combinou o universo Praça é Nossa. Um evento pra adultos, é que podia aparecer uma coisa, “ah, Praça é Nossa, num sei o que é, é um programa que num é nem um programa que o público alvo do evento costuma assistir”. Então é uma coisa que muita gente diria não, não, não, não vamos misturar isso aí não.
E mais uma vez, apesar de Einstein dizer “o segredo é saber esconder suas fontes”, eu vou revelar minhas fontes, parêntesinho rápido.
Eu fui fazer um evento da empresa de energia do Maranhão, a SEMAR, fui ser o mestre de cerimônias. E você pode pensar, porra, evento de empresa de energia, né, qual o primeiro pensamento, é, é clichê, é num sei o que, é careta, empresa de energia, negocio chato né e tal. Os caras pegaram os próprios funcionários e fizeram uma meio que uma divulgação do planejamento estratégico em forma de Escolinha do Professor Raimundo. Foi genial, com o Professor Raimundo já amarocava, cara já levantava bordãozinho da área, genial, genial, fecha parênteses. 
Esse input ficou lá incubado e aí, a ideia da Praça é Nossa sem dúvida teve uma influência de trazer um universo de programa de televisão combinando com o nosso evento.
Ah, voltando do Maranhão, eu trouxe, claro, o Guaraná Jesus, lógico. E aí, eu fiz uma combinação What If eu misturar Guaraná Jesus com vodka? Sensacional isso aqui, pode ser sucesso na balada. As pessoas começarem aqui em São Paulo, porra, negócio rosinha, pa, style na balada, entendeu. Você bota Jesus com Absolut, fica Jesus Absoluto e de repente é uma combinação que muita gente não se aceita. Não, não se mistura Jesus com Absolut. Mistura sim e é bom.
Você pode perguntar, Murilo, mas, aí tem os mas, “mas é porque você é comediante. Ah, você é comediante, você pode fazer essas coisas, você pode fazer essas loucuras.” Concordo, que tem algumas coisas que por eu ser comediante, eu tenho essa permissão de fazer. Por exemplo, isso “Eu sempre fui muito fã de Batman porque o Batman é um dos únicos super heróis que não tem de fato super poder, se bem que ele é rico, né, mas...”. Realmente, isso talvez seja um pouco demais pra um na maioria dos contextos. 
Agora, vê como o mesmo Batman pode ser trazido pra um contexto de uma forma muito mais viável pra qualquer pessoa. “E eu queria falar sobre três coisas, eu queria falar sobre esteira rolante, eu queria falar sobre o cinto do Batman, eu queria falar sobre a cauda longa. Só que antes de começar a falar sobre as três coisas…”. Nesse caso, o cinto do Batman, quem quiser, vou deixar aqui o link desse TED, é só uma metáfora e metáforas todos podem fazer. Talvez não se vestir de Batman, mas usar uma metáfora que venha de um outro universo mais distante. 
A gente sempre fica achando que esse pensar como comediante significa “ah, então só imitar o Batman da história, só imitar o Super Herói da história, só imitar o desenho animado da história, só representar tudo colorido, isso aí, só pensar como comediante”, não! Nesses exemplos que eu dei não tem nada de super herói aqui, é simplesmente misturar universos aparentemente não misturáveis, cê fez aqui.
 A gente foi fazer a nossa primeira contratação, contratamos o Matoso, a gente fez uma combinatividade. A gente pegou um vídeo estagiário que eu tinha feito há um tempão e trouxe de novo o estagiário contrata um estagiário e ainda fez uma viagem de ficar comparando as vantagens de trabalhar com a gente e trabalhar no Google. Enfim, uma apelação.
Exemplos interessantes também de coisas pequenas, tá? Não tô falando de ai, as soluções da humanidade. Não, coisas pequenas mas que surgiram nessa mentalidade de pensar comediante, pensar infantil.
Por exemplo, o meu apartamento em Recife, a gente colocou um chuveirão, um banheiro, lá na varanda. É uma coisa infantil, uma vontade minha, de ter aquele chuveirão, aquela coisa de casa de campo na varanda legal e isso é uma coisa que Gabriel diria. Cê fala, “Gabriel, problema, o que seria legal colocar na varanda, uma coisa diferente pra ter na varanda, o que que você gosta de ter na varanda?”.
 Nessa hora, muitos adultos nem sequer trazem a ideia do chuveirão porque já consideram que chuveiro não se coloca em varanda de apartamento, isso é coisa de casa, de ter no quintal. Mas a criança não, ela não tem esses filtros e talvez ela diria “ah, eu queria um chuveirão”. E aí a gente pode ouvir mais as crianças e aceitar o que eles digam, o viés é esse, que chuveiro não, não adianta, você se fecha. Se você se abre, ok, legal botamos o chuveirão. 
Outra coisa bem simples, tá? A gente fez uma turma, que era uma turma que a gente divulgou apenas para um grupo de pessoas que não conseguiram se inscrever na turma anterior porque as vagas fecharam em duas horas. Então, ficou muita gente querendo participar do curso, mas encerrou muito rápido. A gente abriu, alguns meses depois, uma turma fechada, só pra essa galera e a gente chamou de turma secreta. E é engraçado como a gente, até a comunicação aqui, Matoso fez turma secreta. Não era uma turma normal, era uma turma normal mas a gente trata ela meio que secreta, turma secreta. 
E aí essa coisa é uma coisa do comediante, porque o normal seria, não, essa é a turma 3.2, não, essa turma, não, turma secreta. E nos eventos, pessoal turma secreta taí? Não, fala baixo que é turma secreta. Ou seja, você aceita que pode ter uma turma secreta, é legal ter uma turma secreta.
Aí você pode perguntar, Murilo, “mas será que brincar não faz deixar de ser levado a sério?”, ficar brincando, você não é levado a sério. Velho, tem alguns exemplos de universos que são sérios mas conseguiram trazer o brincar. Melhor exemplo pra mim, jornal do Rio de Janeiro, Extra. Genial, cara, isso aqui, só comediante trabalha lá. “A Maratona olímpica continua. Agora é tiro”. Ficam fazendo piadas com coisas sérias, tiro, guerra civil na rua, fazem piadas meio ousadas, alguma vez até demais.
 “Fidel chama o Raul”, porra, Fidel já morrendo já, chama o Raul é tipo vomitar, sei lá. “Mulher oferece bola gato como propina para PM”. “Sem Hulk, jogo ficou meio bunda”. Enfim, é um jornal, é sério, mas ele... é sério no sentido que é notícia, são fatos importantes, mas ele não se leva muito a sério.
 Eu descobri também uma marca de shampoos para mulheres. Shampoo pra mulher é um assunto sério, cabelo pra mulher é um assunto sério. Pra mim também é que cabelo grande começa a achar cabelo um assunto sério, tem que ter cuidados, mas é o assunto sério. Mas essas marcas, oh, começando tirando onda, Forever Liss, U.T.I, T.P.M, Desmaia Cabelo, minha mulher usa esse aqui, desmaia cabelo, vi no box e que porra é essa? Anabolizante, ai tem o concorrente já, a Lola. Eu sei o que você fez na químicapassada, aperte o cinto que a ponta dupla sumiu, abaixo a ditadura dos lisos, Lola de farmácia o shampoo, isso já é outra empresa já. Já existe dois players no mercado de shampoo pra mulher que resolveram não se levar a sério.
Vê o menu do site da Lola, é assim: home, por produto, contato, e tem aqui por drama. Por drama, ou seja, por situação, drama, “pra quem andou fazendo besteira e está com tranquila mas não favorável”. “Pra quem andou fazendo mais besteira e tá começando a se preocupar”. “Pra quem tem problema de queda”, pra quem não sei o que, enfim, ela conseguiu, prum negócio que é sério, cabelo, sério, trazer uma parada engraçada.
Uma Start Up de um amigo meu 99 Jobs, Dudu, eles fizeram um evento que todos os títulos dos debates, em vez de ser, debate sobre viralização de vídeos, não, “meu deus, nosso vídeo de programa de estágio ficou igual o da empresa concorrente”, “foda-se os puffs coloridos e as mesas de pebolim, seja bem-vindo ao futuro do trabalho”. Como você pode, sabe, simplesmente aceitar, fazer uma analogia com algum outro universo e tal. Aí você pode perguntar ah “mas isso só funciona em empresa pequena”, start up, é difícil num negócio grande e tal.
Você lembra o que aconteceu no encerramento dos Jogos Olímpicos no Brasil? Num é um negócio pequeno, é um negócio grande, é o maior evento esportivo do mundo. No encerramento das Olimpíadas do Rio, rolou isso aqui oh. Vídeo. Eu fico imaginando a reunião que o primeiro cara deu essa ideia. Cara fala rapaz, tive uma ideia… E se… a gente bota o primeiro ministro fantasiado de Mário, saindo pelo cano, em muitos contextos… primeiro, ele nem falaria isso, porque ele já julgaria antes ou ele falaria e receberia um “tá louco, rapaz?”. Cara, sempre que alguma idéia gerar um “tá louco?” Fica atento, tem alguma coisa aí, porque o tá louco significa essa ideia quebra padrões, essa ideia combina universos incombináveis, como assim, primeiro ministro fantasiado. Fantasia e Primeiro Ministro do Japão já não combinam. Combinam sim, podem combinar sim e criam um negócio como o narrador falou lá, o cara do Canal Tech, sensacional.
Já que eu resolvi esculhambar o negócio do Einstein e revelar a fonte das coisas, eu vou abrir um parênteses só pra revelar a fonte desse negócio aí, do Mário, do Japão. Na olimpíada anterior, de Londres, na cerimônia de abertura, no caso a do mário foi a de encerramento, na abertura, rolou isso aqui, lembra? Vídeo. 
Incrível também e aparentemente não é a mesma coisa, mas se você der um zoom out, você pode extrair o que? O conceito de misturar uma grande autoridade, uma autoridade séria como primeiro ministro, como rainha e misturar com o universo ficcional. Mário e James Bond, apesar de não ser desenho animado, James Bond também é ficcional, ligado ao cinema e como você pode misturar os dois universos e através de um jogo de telão e coisa real criar uma mistura de ficção com realidade, usando autoridade. É a mesma coisa se você der um zoom out, taí a inspiração deles, fecha parênteses. 
Então, “pense como um comediante”, pode ser “pense como criança” e também pode ser “pense como louco”, comediante é louco, criança são meio loucas também. E os loucos são criativos, cientistas são sempre retratados como loucos, sempre ah, de volta pro futuro, professor Beakman, todos criativos e todos loucos. 
O próprio Einstein é sempre essa coisa visto como louco. Cê lembra da história do Arquimedes lá, o processo criativo, quando Arquimédes grita Eureca! e sai correndo, sabe o que dizendo dele? Vídeo. “Não bate bem, hehehe”. Ou seja, é louco. Pessoas criativas loucas, aqui oh, tudo doido. Monk é um doido, Sherlock é um doido, House é um doido, doidos criativos. Comediantes são doidos, os palhaços são todos loucos. 
Essa frase aqui tinha no meu antigo apartamento “as pessoas que são loucas o suficiente pra pensar que podem mudar o mundo são aquelas que mudam o mundo”. Tem que ser meio louco. Tem dois livros que falam sobre isso, da Linda, que é fundadora da Endeavor, De empreendedor e louco, todo mundo tem um pouco. Esse livro aqui, Seja Insensato, seja meio louco, claro que estamos falando da loucura boa, da loucura que a gente usa só pra abrir novos caminhos e claro que depois a gente combina com as leis, né, combina com a ética, com a moral e por aí, vai.
A loucura ruim pra mim é essa aqui “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Isso pra mim é loucura, fazer as coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes, é muita loucura. É tratamento psiquiátrico urgente. Porra, as coisas não melhoram, não consigo fazer nada diferente. Cara, você faz as coisas do mesmo jeito, as mesma combinações, as mesmas tentativas de sempre? E espera mágica? Isso é loucura, tem que procurar especialista pra resolver.
“Toda loucura tem um pouco de utilidade”, Osho dizia “Ficar louco de vez em quando, é necessidade básica para se manter são”. Ficar louco é necessidade pra se manter são. Einstein “Se, a princípio, a ideia não é absurda, não há esperança pra ela”. É a história do tá louco? Que loucura, tá louco? Que é isso aí? Que a princípio, a princípio ela parece não possível porque ela mistura coisas não misturáveis, porque ela quebra padrões, mas alguns segundos depois você pode concluir que ela merece ser evoluída.
Júlio Ribeiro, da Agência Talent, “sempre é tempo de darmos mais espaço ao marinheiro bêbado que temos dentro de nós, em lugar de ficarmos sob o comando do implacável pastor protestante.” Dá espaço pro marinheiro bêbado, marinheiro bêbado, esse cara, ele luta normal ou ele luta de forma criativa? Ele não luta assim “ah, vou lutar” e dá um tiro na cara, mete a espada aqui. Ele joga a espada ali pra cortar o fio pra cair em cima do cara, ele luta do jeito criativo, ele é o tal do marinheiro bêbado.
Vê esses personagens aqui: Jack Sparrow, Coringa, Máscara, Pernalonga, Pica-pau, Saci Pererê. Que que eles têm em comum? Pode falar, fala aí, a gente escuta, tem uma tecnologia que… Que que eles têm em comum, todos são personagens ficcionais, são personagens, todos são cultura pop, é… todos são meio cômicos, não são? Meio loucos, meio diferentes, meio malandros. Concorda que todos esses caras, eles dão soluções criativas pros problemas deles, seja qual for. Alguns mais do mal, outros menos do mal, mas todos criativos. 
E não é atoa que esses personagens parecem tanto porque todos são baseados no mesmo arquétipo, uma comédia antiga na Itália, Commedia DellArte, uma comédia de rua, uma comédia muitas vezes improvisada de rua, que tinha um jogo de máscaras muito interessante.
 Vê que louco, cada máscara representava um personagem, então, quando entrava um cara com a tal máscara, você já sabia que aquele cara tinha algumas características. Ou seja, num precisava tá acompanhando a história tipo Friends que você precisa acompanhar alguns episódios pra descobrir que Ross é meio assim, que Chandler é engraçadinho, que Mônica tem mania de arrumação, você precisa de um tempo. Lá não, na Commedia DellArte a máscara já trazia um monte de informação, já trazia um arquétipo pra aquele personagem que quando entrava, você já conhecia. 
E uma das máscara da Commedia DellArte era essa daqui, que essa máscara era o personagem Brighella, que era uma das subdivisão do Zani, que em inglês tem um nome muito interessante que é Trickster. O cara com essa máscara, ele era o cara que faz tricks, que faz, era o malandro, era, no bom sentido, o carioca, o cara que desenrola as paradas e tal. E todos aqueles personagens são trickster, alguns mais do mal, como eu falei, mas todos soluções criativas e todos são meio comediantes, meio infantis, meio loucos.
 Tem até um livro, A economia dos desajustados, que só extraindo lições criativas dos desajustados que no caso são piratas, bandidos, criminosos, traficantes, mas que muitas vezes são criativos.
Lembra? O homem que vestiu de Papai Noel que roubou um helicóptero? Porra, isso é uma ideia que uma criança daria. “Oh, deu problema, precisa roubar um helicóptero, como é que faz?”A criança chega querendo, “bota ele de Papai Noel, papai, diz que vai alugar pro natal”, é uma ideia de comediante né.
Esse filmes de assalto a banco, esse filme aqui incrível. 
Assaltos a banco são sempre soluções criativas. Por favor, eu não estou pregando fazer coisas erradas, apenas estou dizendo que a gente pode aprender até com os criminosos, com os desajustados, é. Bem, de tudo isso, muita gente quando ouve isso tudo pensa “ah, mas o que vão pensar de mim?. Assim, se eu começar a ser assim, se eu começar a ficar muito infantil”. Primeiro que de fato tem que ir aos poucos, tem que ir devagarzinho, não pode mudar de um dia pro outro né, mas “será que vão deixar eu ser assim?”, ah, num sei o que, como é que eu faço pra ser assim e eu queria lembrar uma coisa. 
Lembra o livro lá, os quatro compromissos, eu falei do primeiro compromisso “seja impecável com a sua palavra”. Eu falei depois, pulei pro quarto compromisso que é “sempre faça seu melhor” e agora eu vou revelar o segundo compromisso. O segundo compromisso é “não leve nada para o lado pessoal”. 
É muito profundo isso aí, eu vou explicar por alto. Em outras palavras, é... releve um pouco, alguns tipos de críticas, comentários de outros. Quando alguém fala sobre você ou crítica porque você tá agindo de um jeito diferente e tal, é sempre lembrar que essa é uma crítica baseado nos inputs daquela pessoa. 
Cada um, cada pessoa vive uma realidade, cada pessoa vive uma realidade baseado no que ela acha, no que ela sabe e as pessoas quando elas falam algo é de acordo com a realidade delas, entendeu? Então a gente pode levar menos as coisas pro lado pessoal e quando você começar a se mostrar diferente, é… e ver que as pessoas tão começando a lhe criticar, entenda isso como uma confirmação de que você está passando por uma formação de ser um pouco menos adulto e um pouco mais criança livre.
É… essa frase é muito interessante, de um humorista, Ricky Gervais, “é melhor criar alguma coisa que os outros criticam do que não criar nada e criticar os outros”. Então, pense como comediante, pense como criança, pense como louco, pense como pirata, pense como artista. Livro incrível esse aqui Pense como um artista, tem vários livros de criatividade que pegam a mentalidade do artista no sentido clássico de artista de belas artes, de pintor, de escultor. Esse livro aqui fala sobre isso, o jeito do artista e mostra como o artista também tem essa mente que se abre a imaginar combinações viajadas.
Bloqueio do Adulto, esqueça essas lições, a gente tem que reaprender que as brincadeiras podem fazer parte, devem, da vida profissional. Dá pra misturar tudo, papai, tudo pode ser combinado, tudo pode ser misturado. Tem que se expor mais.
É, esse Bloqueio do Adulto se fosse resumir em uma palavra eu resumiria em “pense como um comediante”, simples assim. Inclusive, pense como um comediante virou a razão social da empresa, a razão Pense como um Comediante LTDA., que a ideia de colocar uma frase, como razão social veio, já que tô revelando minhas fontes, por causa da Perestroika, que é uma escola de atividades criativas de amigos meus, cujo CNPJ deles é uma frase que é meio que o mantra deles, o CNPJ é “vai lá e faz LTDA.” 
Inclusive vai lá e faz é um mantra incrível, virou um livro também Vai lá e faz, tá disponível VLEF.ME em e-book gratuito. Esse é um mantra incrível, um mantra de planejar um pouco menos, não é deixar de planejar, é planejar um pouco menos e executar mais. É sair da camada das ideias e vai lá e faz. Vai lá e faz é começar mesmo antes de estar pronto. É vai lá e faz, sabe? Num precisa estar tão pronto demais. O mundo hoje em dia permite, usando Lean Start Up, aquele, aquele jeito enxuto de medir, executar as coisas, permite a gente, sabe, parar de falar que vai fazer, parar de planejar demais, vai lá e faz, vai lá e faz! Não fica esperando um sinal eterno chegar. Tem gente que parece que quer fazer uma coisas mas fica esperando o dia que vai amanhecer e vai ouvir uma voz dizendo assim “hoje é o dia de você fazer as coisas” e aí a parada nunca chega esse sinal e ela nunca faz, então assim, vai lá e faz! Vai lá e faz. Acabou. É isso.
Pra finalizar, queria deixar uma reflexão que eu vi um adesivo uma vez no computador, tirei a foto e postei no Instagram, reflexão é “o que a criança que você já foi acharia do adulto que você se tornou?” O que a criança que você já foi acharia do adulto que você se tornou agora? Criança, imagine você, na idade de Gabriel, 11 anos, aqui na sua frente agora, olhe pra você, o que ela acharia do adulto que você se tornou? É uma reflexão interessante.
Finalizar com uma musicazinha, eu lembrei daquela imagem lá do adulto lembrando como era bom essas brincadeiras aqui de criança e ai eu conectei com Molejão aqui, oh, quando eu era adolescente, encontrei o Anderson Leonardo e pra finalizar essa aula, brincadeira de criança, Molejão! Vídeo.

Continue navegando