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Bloqueio do Implícito - Material do Curso de Criatividade - Murilo Gun

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Bloqueio do Implícito
	Parabéns! Parabéns por estar assistindo essa aula porque significa que você assistiu as outras oito aulas de bloqueios e agora você está aqui para nossa última e importante aula, desse Curso de Reaprendizagem Criativa. Parabéns!
	Bloqueio do Implícito, a gente passou já: educacionais, mercadológicos, cerebrais. É, lembrando que eu falei muito já, mas não custa nada reforçar, é, aquele lance de que criar soluções gasta muita energia, nosso cérebro é pilhado em poupar energia. Portanto, usar soluções já conhecidas, testadas, gasta menos energias, portanto, fica mais convidativo pra gente. E aí vem aquela conclusão, meio paradoxal, que o cérebro não gosta de pensar criativamente. Apesar dele ser extremamente capaz em fazer isso, ele num gosta muito, ele prefere ficar de boa na lagoa.
	O cérebro gosta de acessar padrões, somos obcecados por padrões, padrões antigos, como no Bloqueio das Tradições que a gente viu que a gente tem que passar a conferir o pensamento crítico, se os nossos padrões antigos não estão velhos. Os padrões lógicos também, na hora de construir soluções, consultar o padrão antigo é a tensão para concatenar logicamente demais e virar previsível, então aceitar também o sem sentido, o ilógico, ouvir um pouco a intuição, chegamos agora no nono bloqueio. 
E o que isso tem a ver com o nosso nono bloqueio, que como eu falei, é o mais importante de todos. E por que ele é o mais importante? Porque a gente começou esse curso, lá no começo, primeira aula, primeira coisa que eu falei, depois da aula inaugural, da aula start, foi falar que criatividade é uma ferramenta para resolver problemas, lembra? Esse é o, tudo começou assim.
 A gente acabou os mitos, matou aqueles quatro mitos e construiu uma definição um pouco mais complexa e completa, passando pelos quatro mitos, lembra? “Criatividade é uma capacidade inata, da espécie, que precisa ser desenvolvida de Hardwork, Papai, Noriogun, estudo e treino. Cuja utilidade é resolver problemas através da combinatividade de idéias e seguindo as etapas do processo criativo.
Vimos no processo criativo básico: preparação, incubação, iluminação, verificação. A minha adaptação: input, combinação, output, feedback, que eu trouxe pra essa representação gráfica e essa é a aula mais importante porque essa é a aula que vai adicionar uma nova etapa no processo criativo.
A essa altura do campeonato, depois de 20 horas de aulas, um turbilhão de coisas, na última aula, eu venho com essa história que tem uma etapa a mais, bicho? Agora tu fala nisso, velho? É. E vou usar a etapa mais, a etapa mais importante. Tchanananan, um suspense, tchanananan, tchanananan.
Então a parada é um seguinte, aqui: input, repertório, Bloqueio do Especialista, abertura à curiosidade, a gente viu lá, né. A Combinatividade, o choque, conflito, abertura às possibilidades, abertura à criança interior, essas coisas bobas, diferentes, aparentemente improváveis as paradas. 
É, a combinação inconsciente também, lá da incubação que rola, o output que é jogar pro mundo, testar, fazer, tem a ver com coragem, Bloqueio do Sucesso, se abrir ao fracasso e experimentar as paradas. O feedback que é o que faz a gente alimentar tudo, tem a ver com o tesão, realização, a paixão pelo negócio, que faz isso aqui conseguir girar sem você enlouquecer.
Mas chegou a hora de adicionar uma nova etapa, que é a mais importante de todas, quer conhecer a etapa mais importante de todo o processo criativo? PARA, PARA, PARA. Vídeo. Vamos pro intervalo e voltamos depois com a etapa mais importante do processo criativo, direto dos estúdio da Rede TV, vamos lá.
Voltamos pra conhecer a etapa mais importante do processo criativo. Vou até pegar essa pessoa aqui e jogar pra baixo, porque aqui vem a etapa mais importante do processo criativo: Definir o problema, ou como o pessoal fala em inglês, frame the problem. Frame the problem perfeitamente. Lembra de Applied Imagination, Alex Osborn, bíblia da criatividade moderna, tem um trecho que ele fala “a formulação do problema é distantemente mais constantemente essencial, tradução escrota, do que a sua solução, muito mais essencial que sua solução, porque sua solução, ela pode surgir meramente de uma questão matemática experimental, até lógica”. 
Se o problema for de forma genialmente, claramente, bem definido, a solução pode virar até ridiculamente fácil, porque a própria pergunta desencadeia o próprio caminho da resposta diferente, da resposta criativa.
É, lá no Bloqueio do Especialista eu falei que problemas de output são problemas de inputs, né? Tudo começa no input. Na verdade, problemas no output são problemas, formas de definição do problema. Tudo começa na definição do problema e nós pra poupar energia, temos uma mania de não parar pra analisar profundamente o problema e sair buscando soluções sem a certeza, a clareza 100% de que o problema está perfeitamente definido.
Então, nesse caso aqui, o que acontece com muitas pessoas, ao ver o I e o X, muita gente subentende que era pra responder com algarismos romanos. O um é I, X é dez, aí é nove, como que eu faço pra colocar, muita gente subentende isso e se bloqueia e fixa em como que eu boto algarismo romano aqui pra resolver.
Nesse exemplo aqui, muita gente subentende que é que tinha que submeter os limites do quadrado imaginário, mesmo sem ninguém ter falado nada sobre isso, ninguém falou nada, ninguém falou nada, assim como ninguém falou antes que tinha que ser algarismo romano, a gente subentende.
Lembra lá que eu falei no Bloqueio do Gabarito, daquele exemplo, né, encontre o X, o X tá aqui, calcule X. Nesse caso, o aluno, ele é obrigado a subentender que era pra responder o valor de X. Professor colocou encontre o X, encontrei o X, tá errado porque era pra encontrar o valor de X, mesmo que não tenha dito isso para solucionar o problema, ele é obrigado, treinado, a subentender o problema.
Por isso, que esse último bloqueio, eu chamo de Bloqueio do Subentendido, na verdade, eu chamo de Bloqueio do Implícito, sabe porque do implícito, eu quero que fique mais implícito. E subentendido faz as pessoas, só ouvirem o nome e meio que entenderem e eu quero que elas subentendam, então implícito fica mais implícito, fica mais como assim implícito?
E outro detalhe, subentendido é um tipo de implícito. As coisas implícitas, elas podem ser basicamente de dois tipos: Ela podem ser pressupostas ou subentendidas. Qual é a diferença? Em ambos os casos é implícito, ou seja, não está explícito. 
Essa ideia de pressuposto, o pressuposto ele é um pouco mais verdadeiro, tende a ser estatisticamente mais verdadeiro que o subentendido. O pressuposto é o seguinte: se eu falo assim “eu acho que amanhã vai continuar chovendo”, o pressuposto é que hoje está chovendo, se não, o cara que falou é doido. Amanhã vai continuar chovendo, não está posto que hoje está chovendo, mas está pressuposto que se eu falei continuar chovendo, tá pressuposto que hoje tá chovendo. Enquanto o pressuposto surge principalmente na forma como o emissor fala as coisas, o subentendido tem muito a ver na forma como o receptor recebe e as partes que ele não entendeu, ele ocupa elas com o que ele acha, é meio que o Bloqueio do Achismo.
Vou dar um exemplo mais prático: vamos supor que aqui tem um problema. Isso aqui é seu problema, um problema tem várias facetas, vários dados que compõe aquele problema. 
Então, de cara, o problema tem alguma coisa que estão explícitas, verdades, é explícito, os explícitos verdadeiros. São algumas partes do problema que é isso mesmo, é explícito. 
Só que, o problema também tem aquelas coisas implícitas pressupostas, que não estão explícitas, mas que a gente pressupõe que é isso porque o emissor fez a gente pressupor isso, não tá posto, tá implícito, mas tá pressuposto e a gente preenche também isso aí com os nossos entendimentos, pressupostos. 
Aí começa o problema, esses aqui que sobraram, que que se faz com esses aqui que sobraram? Aí nessa hora entra o grande perigo que é o implícito subentendido, é ahora que você pegaas lacunas do problema e em vez de buscar conhecê-las profundamente a verdade, você simplesmente substitui, preenche com seus achismos, com o que você acha que é, com o seus pré-conceitos. Lembra da aula start, não preconceito discriminatório, racial, falando seus conceitos pré-estabelecidos que você simplesmente ocupou os espaços em brancos porque você quis.
Por isso, eu falei lá no começo, esquecer é muito importante. Começamos com a aula do esquecer porque a gente precisa esquecer alguns conceitos que a gente tem pra ocupar com as lacunas dos problemas com os conceitos que a gente acha, porque a gente é muito bom em enrolar a gente mesmo.
Eu falei muito no Bloqueio das Tradições do pensamento crítico. Pensamento crítico, não aceitar as coisas, cuidado com essa era do pós-verdade. O pensamento crítico, ele também é muito importante assim que você recebe um problema, analisar criticamente tudo que está implícito, pressuposto e implícito, subentendido previamente.
Então, vamos lá! Chegou aqui, o problema, tem os explícitos verdadeiros, é isso. Algumas coisas são pressupostas, apenas por não pecar por omissão, pra garantir, vale a pena analisar criticamente pra transformar o pressuposto, o implícito pressuposto em verdade absoluta, é isso, chequei, conferi, é isso mesmo. Continua sobrando ainda essas partes lacunas aqui. Em vez de subentender, “ah, eu acho que deve ser assim, deve ser assim”, não, análise crítica também, investigação para também trocá-los por verdades e você ter exatamente a clareza sobre qual é o problema.
Grande parte das vezes em que as pessoas dão soluções erradas pros problemas e que o negócio dá errado, o troço não tá o desejado, sabe o que se ouve muito? “E aí, fulano? Porra, deu errado, num sei o quê, por que o que foi que houve?” A pessoa fala “ah, é porque eu imaginei que era pra isso, isso e isso”. Você imaginou o problema? O problema não é pra imaginar, o problema é pra investigar, a solução que tem que ser imaginada.
Então, esse papo de “ah, é porque eu imaginei que…” sabe que que tem depois desse que? Subentendidos, que é preconceitos e padrões sociais, que não é o imaginado e colocado com o que você acha, é o que você tem investigado e descobrido qual é a verdade. Quem disse que era pra imaginar? Mas imaginar num é criatividade aplicada pra resolver problemas? Sim, criatividade é imaginação aplicada pra resolver problemas, mas criatividade é uma ferramenta, solução de problemas na hora de solucionar, não na hora de definir o problema.
Aqui, oh, problema, solução. Simples. Pra encontrar uma solução, a gente usa imaginação, pra definir um problema a gente usa a investigação. A gente num fica imaginando aqui porque imaginar é criar imagens novas e criar imagens novas não é a verdade. Aqui ele precisa saber a verdade investigar. Sherlock investiga o problema profundamente. A gente até fez uma linha de camisas da Tomatêra, uma coleção chamada Sherlock, só batendo nessa tecla. “O problema não se imagina, problema se investiga”. Essa que eu tô usando, “99% investigando o problema, 1% imaginando a solução”. 
Tem uma coisa que foi atribuída à Einstein que se tivesse uma hora pra salvar o mundo, ele passaria 59 minutos entendendo o problema, porque se você entende o problema de forma perfeita, a solução muitas vezes vem rápida de tão bem definido que o problema está e eu vou dar alguns exemplos, tá?
	Cê lembra lá no Bloqueio do Sucesso, lá no começo que eu falei daquela história de encontrar o tesouro, lembra? Tal, a diferença de persistente. Hardwork é o cara que decide cavar hard. Aí tem o insistente que fica cavando no mesmo lugar, batendo com a cabeça na mesma tecla, sem parar. Tem o persistente que já é mais inteligente e cava em vários lugares. E o criativo que cria um jeito melhor pra achar o tesouro. 
Essa diferença do achar, antes eu colocava cavar. Aqui, eu não falei em cavar porque qual é o problema? O problema não é cavar, o problema é achar o tesouro. Se você define o problema como cavar, você vai ficar limitado a coisas que envolvam uma pá. Enquanto, muitas vezes, o problema pode ser jogar na terra lá, uma minhoca, é, modificada geneticamente que cheira ouro e que, sei lá, tem um bluetooth transmitindo. Se você ficar obcecado em cavar, você vai ficar obcecado em pá, em escavação, em coisas assim, né.
	É engraçado que nesse exemplo, em situações da vida muitas vezes, as pessoas começam a cavar pra procurar o problema, tão cavando lá, caça ao tesouro. Aí você fala assim, “velho, a gente acabou de descobrir que o tesouro não tá aqui, ele tá a um quilômetro pra lá”. Tem pessoas nessa hora, que depois te terem cavado lá 3 metros, tá embaixo do buraco lá, olha pra cima, lá, 3 metros. Tem gente que pode falar que o tesouro não tá ali, mas neguinho pensa “foda-se, vou continuar cavando aqui, vou começar cavar de novo não. Olha o tanto que eu cavei já, começar a cavar de novo?”
 Adianta? Adianta? Adianta cavar bem no lugar errado é cavar mal. Você tá utilizando o melhor método de escavação possível, a estratégia criativa de escavação, mas se o tesouro não está naquela direção, não adianta. Cavar bem no lugar errado é cavar mal, por isso é melhor passar 99% do tempo tendo clareza do problema, tendo certeza de onde está o tesouro, maior probabilidade e depois começar a cavar. A gente fez uma camisa “cavar bem no lugar errado é cavar mal”.
	Tem uma história interessante, umas décadas atrás nos Estados Unidos quando surgiram os primeiros prédios arranha céu, aqueles prédios muito altos, 40 andares, 50 andares. O pessoal reclamava do elevador, reclamava que demorava muito pra ir do 1 até o 40 e tal, tecnologia de antigamente, lógico, diferente da de hoje, tecnologia diferente, era mais lento, lógico. Demorava meia hora? Lógico que não, demorava pelo menos um minuto, enfim, um tempo que demorava muito. 
Reclamação chegando, chegando, chegando e tal. Quando você, trabalha lá, administração do prédio, infraestrutura da empresa e recebe essa reclamação, esse problema de o elevador está lento, o elevador está lento, o elevador está lento, o elevador está lento. 
Qual é a primeira resposta certa pra esse problema? A primeira resposta certa é aumentar a velocidade do elevador. Então, vamos abrir uma licitação de novos elevadores, trocar o motor, fazer manutenção. Vira uma obsessão em aumentar a velocidade, já que o problema é o elevador estar lento. Pois bem, sabe qual foi a solução adotada pra esse problema lá trás? A solução foi simplesmente, simplesmente, colocar um espelho no elevador, um espelhozinho. 
Elevadores não nasceram com espelho, nasceram assim, sem espelho. Depois tiveram que colocar o espelho. E por que o espelho resolveu? Porque o problema das pessoas não era exatamente com o tempo gasto e sim a falta do que fazer naquele tempo, qual a ociosidade, a falta de valor daquele tempo. Agora, com espelho, você vê o cabelo, a bundinha, a gravatinha, tira uma espinha, tira uma selfie bacana. Passa a ter valor aquele tempo.
 É, e aí vem a importância da frase do problema. Se você chama o problema de como aumentar a velocidade do elevador para chegar mais rápido que os elevadores atuais, X segundos. Se esse for o problema que você coloca na mesa, pra sua equipe, a tendência é que todas as respostas, as soluções fiquem dentro do universo de velocidade. 
Se você pega e investiga mais o problema, aí tem muito o design thinking de você entrar na jornada do cliente. Será que você, responsável por esse problema, vive esse problema? Será que você talvez não chegue num horário que não é muito cheio ou você num costuma sair muito do escritório, e aí não tem essa dor. Porque o cara que só entra de manhã e sai a noite, aí, porra, elevador é um negócio que pra ele só acontece duas vezinhas só e pá, morreu. E o cara que trabalha numa área, talvez de vendas, que tá entrando e saindo do escritório cinco vezes por dia. 
Será que você não deveria tentar viver a jornada desse cliente pra você entender mais as dores dele e, quem sabe, chegar na frase que defina o problema, que frame the problemcom perfeição.Se você usa a frase, como reduzir a ansiedade das pessoas durante aqueles X segundos do elevador, abre-se um novo universo de possibilidade de respostas só com a mudança da pergunta. 
Educador americano, John Dewy, ele falava, “A problem well stated is half solved”, um problema bem definido está metade solucionado. Uma coisa legal é tentar pegar o problema, tentar reduzí-lo a uma única palavra, uma. Se você pudesse usar uma palavra, não pode ser duas, uma só pra definir o problema, qual seria? 
É legal ficar pensando nessa palavra porque essa redução a uma palavra te faz “será que é isso mesmo?”. Por exemplo, temos um problema de velocidade, pessoal, temos um problema de velocidade. É velocidade a palavra chave, essa redução me faz pensar, será que velocidade mesmo? Ou temos um problema de ansiedade? O que já abriria um novo universo. Sabe qual é a evolução daquele espelho no elevador? A evolução daquilo é elevador panorâmico. 
Ele transformou a experiência de andar no elevador tão legal porque em lá Recife tem um hotel, na Praia de Boa Viagem, o Atlântico Plaza, sempre que eu vou lá, eu aperto o cobertura pra passear. Eu quero que aumente o meu tempo no elevador, vê que diferença do problema inicial, só porque a experiência ficou boa demais, passear. Em São Paulo, como não tem paisagens bonitas, eles metem ali uma TV com bolsas de valores pra dentro e o povo acha legal. Talvez, pra chegar nessas ideias, talvez a pergunta tenha sido: Como adicionar valor para a experiência de X segundos no elevador? Já é outra pergunta, nesse caso, temos um problema de experiência. Não é de velocidade, nem ansiedade, é de experiência. 
Provavelmente, foi essa a pergunta que o Walt Disney quando foi desenhar os parques e sempre se preocupou que as filas dos brinquedos tivessem algum tipo de experiência. Sempre as filas na Disney, sempre tem um negocinho pra você ver, simplesmente poder ver o brinquedo dos outros saindo, porque aí você vê, já tá meio que contando a experiência só de você tá podendo ver o outro ali embaixo no carrinho ou ter uma brincadeira legal, um palhaço, um personagem na fila. É o mesmo conceito do elevador só que com a pergunta: como adicionar valor àquele tempo? Então, essa é a pergunta mais importante que você tem que fazer a si mesmo pra resolver um problema, a pergunta é: você está resolvendo o problema do jeito certo?
Tem um artigo na Harvard Business Review com o nome: Você está resolvendo o problema certo? Esse cara desse artigo, ele é o criador dessa plataforma InnoCentive, a forma que as empresas, as pessoas submetem problemas, desafios. Ou seja, como criar um jeito de otimizar o cano do num sei o que do petróleo, um nome propriamente científico, matemáticos, técnicos também de saúde, medicina, biológicas e tal. 
E aí tem centenas de milhares de pesquisadores, cientistas no mundo que entram aqui, tentar as soluções e aí vem as obrigações pra isso: escolha o seu caminho: escolha problem solver ou eu quero run challange, eu quero criar uma competição, um desafio.
Nesse artigo, o senhor dessa plataforma fala o seguinte “já recebemos mais de 2 mil problemas, problemas fodas, grandes, científicos e resolvemos mais de metade deles. Agora sabemos que com essa experiência, ele conclui que o rigor com o qual um problema é definido é o fator mais importante para a descoberta de uma solução adequada. O intuito de rodar muitos problemas, o exemplo que rolou lá, isso aqui: 
Derramamento de petróleo em zonas subárticas. 20 anos depois do derramamento que teve em 89, em 89 que aconteceu esse derramamento e até hoje equipes de petróleo de zonas subárticas ainda tavam penando porque o petróleo tava tão viscoso, em baixa temperatura que tava difícil levar o líquido pras barcaças que coleta pra tirar o petróleo. Como o problema foi definido? 
Na busca da solução, a empresa lá formulou o problema como problema de viscosidade de material, e não como problema de limpeza de derramamento de petróleo. Porque se você diz que o problema é, temos um problema de limpeza. É um problema de como limpar derramamento de petróleo, por que? Isso eles levam pra um caminho. Mas eles perceberam que o grande barato era a viscosidade do líquido, então resolveram definir o problema sobre viscosidade de materiais porque se focassem nisso e descobrissem um jeito de alterar a viscosidade, com certeza resolveria o problema de limpeza do derramamento lá de óleo.
E aí, um químico, da indústria do cimento, de outro universo, o cara era. Talvez esse cara percebesse, tivesse lá na hora de buscar o problema, “ah, derramamento de petróleo, entendo porra nenhuma disso, industria do cimento, químico, entendo porra nenhuma de, mas como era de viscosidade da matéria, ele falou “porra, isso eu entendo, trabalho com vários materiais diferentes aqui, entendo de viscosidade”. Ganhou 20 mil dólares porque propôs modificação de alguns equipamentos lá do mercado que fariam vibrar o óleo congelado, mantendo o estado líquido do óleo. Ele encontrou um caminho pra alterar a viscosidade, alterar o processo, o projeto de limpeza. Um exemplo da importância da definição do problema.
Lembra lá no Bloqueio das Tradições que eu lancei aquele exercício provérbios que atrasam o mundo. Espero que você tenha feito lá, hein? Vai lá fazer o exercício, submete o seu porque você vai ter acesso a todos os exercícios feito pelos colegas e é uma parada bem rica, pra você navegar lá e ver o que você gosta.
E tem um provérbio também que atrasa o mundo relacionado ao Bloqueio do Implícito/Subentendido que é “para bom entendedor, meia palavra basta…”. Ou seja, pra bom entendedor não precisa explicar o problema direito, basta explicar meia boca que ele vai entender. 
É bem arriscado isso aqui, isso é um provérbio que incentiva a falta de clareza, incentiva o subentendido, porque na verdade, meias palavras deixam o subentendido e o subentendido gera mal entendido. Então, é possível sim que a pessoa seja bom entendedor e entenda, mas há sempre um risco ali de que ele complete as lacunas com seus padrões pessoais, pré-conceitos, e não resolva com clareza. A gente também fez uma camisa “o subentendido gera mal entendido”.
É interessante que essa questão de definição do problema, ela é tão importante, é a aula mais importante mesmo, não é João Klebice, atoa não, é a aula mais importante. 
Tão importante que quando a gente se juntou, a equipe inteira da Keep Learning School pra fazer, definir nossos valores, a gente criou nosso código de cultura, essa foi a primeiro versão Keep Learning School for Dummies, versão feita nas coxas, é e a gente definiu quais são os 7 valores não negociáveis da empresa, coletivamente definimos e “criatividade, comprometimento, masterização, clareza, flow, verdade e serumanidade. Clareza é a palavra única que eu acho que resume tudo que eu tô falando nessa aula, a importância de ter clareza do problema, total, sem o subentendido.
 A gente colocou uns exemplos aqui, oh, exemplos de como exercer o valor clareza: levantar a mão para o subentendido. Agora mesmo, antes de começar a gravar, tava tendo uma conversa aqui e eu falei pessoal, se tiver precisando de clareza, fala com a Solléro lá, vamo ver. 
Fazer rituais de alinhamento, alinhamento já é clareza, alinhamento macro, nós, alinhamento micro de cada área e alinhamento pessoal, alinhamento gera clareza, desalinhamento gera subentendido, subentendido gera mal entendido. 
Ferramentas visuais de comunicação, a gente tá começando a implementar já, já estão a vista porque ajudam na clareza quando você tem coisas visuais no escritório para ajudar nisso, né. 
Já que eu chamei de clareza, talvez com esse exemplo aqui eu devia trocar pra branquinho, bonitinho, tá claro. Esqueci de falar lá, você viu a sacada aqui, superentendimento. Então, tem subentendido e o subentendimento. Superentendido, tá claramente entendido.
 É, umas das inspirações nossa também pra, é, esse valor da empresa é o livro que eu sempre falo Os quatro compromissos quem tá atento aí, percebeu que eu falei 3 ao longo dasaulas. Eu falei: seja impecável com a sua palavra, sobre o poder da palavra, falei não leve nada pro lado pessoal, a importância de você filtrar o que as pessoas falam sobre você porque lembrando que o que elas falam tá de acordo com o repertório delas, com as crenças delas, não necessariamente a verdade, faz parte do mundo imaginário que cada um de nós vive. 
Todo mundo vive um mundo imaginário que seus inputs nenhum é igual o outro e quando eu me expresso ao outro é meu mundo imaginário, é minha imaginação, a minha loucura.
 Sempre faça seu melhor, a busca pela excelência, tudo que merece ser feito, merece ser bem feito. Isso é uma palestra que eu falei lá no segredo do fracasso, há mais de cinco anos atrás, esse era uma das mensagens da minha palestra, sempre faça o seu melhor.
E o quarto compromisso da filosofia toutecas: não faça suposições. O que é isso? Não subentenda, não aceita o que está implícito, nem pressuposto, nem subentendido, solicite clareza, não suponha nada, não imagine o que não tem que ser imaginado, imagine as novas soluções, não o problema.
A gente também falou no Bloqueio do Especialista, voltando aqui algumas aulas, tudo se conecta, né. A gente falou, lembra? Nós nascemos criativos e desaprendemos a ser criativos, nós também nascemos cientistas e desaprendemos, nascemos exploradores e desaprendemos, nascemos corajosos e desaprendemos, nascemos curiosos e desaprendemos, nascemos questionadores e desaprendemos. 
E esse questionadores tem dois sentidos. Tem o sentido de questionar padrões antigos, bem ligado com o Bloqueio da Tradição, abertura, disrupção, questionar por quê, por que tem que ser assim, por que sempre foi assim? Não, mas também esse questionador tem um outro sentido, o sentido da arte de formular questões, a arte de formular problemas e formular perguntas. 
Nós nascemos perguntadores e naturalmente você pergunta muito, você vira bom em fazer perguntas mas desestimula isso e fez a gente ficar obcecado em só respostas. Achando que saber a resposta das coisas é o que garante o nosso futuro, enquanto, na verdade, não é, é saber fazer as perguntas que fazem a diferença.
Tem um livro maravilhoso sobre esse assunto A More Beautiful Question, é um livro muito legal, aqui diz, oh, nós estamos todos famintos hoje em dia por melhores respostas, mas primeiro a gente tem que aprender a fazer as perguntas corretas. Eu queria até passar aqui meio que um trailerzinho que o autor fez que dá uma resumida no livro e ele é só visual, eu vou narrando por trás, explicando. Vídeo. Legal, hein? O livro é muito bom, o livro é foda, num chegou no Brasil, não tem em português ainda não. 
Isso conecta com aquela técnica Sétimo Chapéu, lembra, lá? Perto do Bloqueio do Adulto, em que eu falo aquele exemplo da charadas. Crianças adoram charadas, porque charadas são perguntas, o que é o que é, qual é a diferença, qual é a semelhança e é engraçado que no mundo das charadas, você pode investigar os problemas. 
O que é, o que é? Que cai em pé e corre deitado? Você não pode chegar e peraí, quero investigar o problema, quando você fala corre, significa exatamente correr com as pernas ou qualquer tipo de deslocamento no mesmo plano considerado curvilíneo. 
E cair, você considera cair de um lugar alto? Não vale isso, no mundo das charadas não vale investigar porque é piada, é brincadeira de criança. E até isso é uma coisa que talvez mal acostuma a gente a querer dar a solução pras coisas, não não, a pergunta foi dada, tem que ver qual é, tem que responder agora, e não precisa ser assim, a gente pode investigar o problema.
Todo mundo conhece o velho Roda Roda de Silvio Santos, “Roda Roda, ê êee”, eu imito bem o Silvio Santos. E não foi que inventou. A gente tem o Merv Griffin, grande gênio do entretenimento dos Estados Unidos que criou a wheels, spinner fortune, sei lá como é o nome. E esse mesmo cara criou o Game Show de maior sucesso da TV americana de todos os tempos que é o Jeopardy!, que é uma parada que não veio pro Brasil e que muitos países têm, mas não desse jeito porque o Jeopardy! ele tem um detalhe que faz a diferença. 
Diferentemente de um Game Show normal que você faz uma pergunta e os participantes têm que ver quem consegue responder, no Jeopardy! o apresentador dá as respostas e os participantes, competidores têm que adivinhar qual é a pergunta que gera essa resposta. Pequena diferença, mas que faz toda diferença e acaba, apesar de ser um produto de entretenimento, acaba treinando a arte de pensar nas perguntas. E nesse caso é uma cultura americana, tem várias décadas que rolam esse programa já, então é um bom treino, um bom treino de valorizar as perguntas.
Inclusive, eu falei muito do IBM Watson, inteligência artificial, tecnologia da IBM, o IBM Watson participou do Jeopardy! a máquina e dois participantes, o apresentador dava as respostas e rolava uma competição e o Watson conseguiu ganhar dos melhores participantes do Jeopardy! ele conseguiu ganhar adivinhando que pergunta geraria aquela resposta que foi dada, viagem isso aí.
Esse assunto de fazer perguntas é uma das coisas que me admira muito o coaches, os bons coaches porque coach, se eu pudesse resumir, eu resumiria coach como uma pessoa que sabe fazer boas perguntas. Coach é isso, é o cara que já tem algumas perguntas lá, de repertório, de algumas ferramentas, ele tem a habilidade de fazer as perguntas que desencadeiam as melhores respostas. 
Quem quiser saber mais sobre esse assunto, tem o podcast meu, 36, que eu falo sobre coach e meu grande parceiro meu, Gerônimo Temel, fantástico que tem um curso de formação de coaches e também tem sobre produtividade, cara incrível, GunCast 140, vai tá disponível também, quem quiser ver o vídeo de criatividade em que ele fala sobre clareza, clareza e fazer boas perguntas tão extremamente conectados. 
Como sempre, eu gosto de trazer pro lado micro, microcriatividade, problemas, fracassos, padrões, tradições, paradigmas, lógicas e micro implícitos também. Como assim? Microhistórias, a gente fala muito sempre em histórias, as empresas grandes, o elevador nos Estados Unidos, arranha céu, eu gosto de trazer pra exemplos mais do dia a dia porque a minha filosofia é fazer com que as pessoas coloquem criatividade em todos os problemas, de todas as esferas, não só na hora de criar o novo produto na empresa e tal, mas em qualquer tipo de coisa que demanda uma solução, você pode usar os conceitos aqui do curso e as técnicas. 
Por exemplo, sempre tive cabelo meio grande, meio cumprido assim e aí eu tinha uma mania de quando eu dormia, eu dormia e ficava mexendo no meu cabelo, ficava mexendo pra trás assim, de noite dormindo teoricamente. Aí acordava com um monte de cabelo na cama, aí cabelo oleoso, tá errado ficar assim e eu pensei, porra, vou dar um jeito de resolver isso. Aí comecei a dormir com a touca de banho de Dani na cabeça, só que a touca, ela tem aquele elástico meio forte, né, aí quando ele começa a sair, porra, vai embora, aí ia embora. 
Aí pensei, tenho que fazer uma coisa diferente, comecei a dormir com a cueca na cabeça, a cueca tem um elástico um pouco mais frouxo pra proteger e tal, mesmo assim saía. Até que eu mudei o problema, eu descobri que eu estava atacando o problema errado e cavar bem no lugar errado é cavar mal. E eu mudei o problema e tive a sacada de dormir com meia nas mãos porque o problema não era proteger o cabelo, era acalmar as mãos. 
O cabelo coitado era vítima, o vilão é a mão, eu tava muito focado em como proteger a vítima e não em como eliminar o vilão que são as mãos loucas. Então, se você diz que o problema é como proteger o cabelo para que ele caia, essa é uma frase que define o problema que vai te levar pro universo de cabelo, de proteção, de touca, de num sei o quê, de proteger. 
Se você chama o problema de como acalmar as mãos para que não atrapalhem meu sono. Nem teve a palavra cabelo aqui, não é sobre cabelo o problema. E é aquela história um problema bem definido, é metade resolvido. Quando você define o problema assim, você já parte mais pra acalmaras mãos ou até uma coisa mais profunda porque temos um problema de cabelo, é uma opção, temos um problema de mão, é uma opção, temos um problema de sono, é outra opção, ter um problema de ansiedade é outra opção porque a visão mais profunda, por que as mãos tão assim? Pode cavar mais profundo e descobrir que é problema de ansiedade. 
Ansiedade, Augusto Cury define como o mal do século, ansiedade. Você vê que lá no elevador a conclusão foi problema de ansiedade das pessoas, aqui novamente, ansiedade. Por isso que a gente trouxe pra Keep Learning School, Os Inquietos Meditam, foi o primeiro curso propriamente dito de criatividade que a gente trouxe pra escola, porque entendemos que meditação é uma ferramenta, dentre muitas, importante, né. E não é algo meditação só pra galera que já é muito zen, essa é a galera que não precisa, meditação é pros inquietos, sim.
Outro exemplo nesse mundo micro, eu mudei pra uma casa em Alphaville e a gente tava acertando a questão da internet da casa e da TV a cabo da casa, aí o pessoal da NET foi lá e deu um problema porque não tinha cabos da NET passados pela casa e o lugar de passar cabos já estava ocupado por muitos cabos, teria que revisar todos os cabos da casa e a casa era alugada, então, seria um puta rolo fazer isso. 
Então, a gente ficou com um problema, porra, não conseguimos ter TV a cabo nessa casa, só se for, a não ser se a gente revisasse tudo ou se colocasse a TV Alphaville, que é uma TV a cabo, tipo a NET do Alphaville que ela já tinha cabos passados lá. Então, beleza, vamos por TV Alphaville. TV Alphaville foi lá em casa e quando foram instalar as coisas descobrimos que a internet deles era uma bosta, era ruim demais a internet. E assim, bosta pro meu padrão porque eu preciso de muita internet na minha casa. Eu trabalho, dou hangouts, dou aulas ao vivo, dou Skype com a equipe, preciso de uma internet, uma internet empresarial na minha casa e eles não tinham. O problema, eu, minha mulher, Kamila, nossa secretária, como é que vamos resolver? 
Aí começou a ver um orçamento de uma pessoa pra revisar todos os cabos da casa, começou um rolo e tal. E aí, nessa discussão toda, eu falei pra minha mulher assim “amor, que que a gente quer? Qual a nossa necessidade? A nossa necessidade é ter uma TV a cabo normal, pra mim a nível de menu de programação, foda-se. Eu quero poder ter um Sport TV ali, um Fox Sport, assistir um futebol, umas TV a cabo, os reality show tosco lá pra ficar vendo de vez em quando. Internet, precisamos de uma internet pica. A TV Alphaville supre nossa necessidade de TV a cabo, mas não supre de internet e a NET ou VIVO não supre a outra e eu fiz a pergunta: como podemos ter o melhor de cada um?”.
 E aí, Dani falou, “ah, simples, só a gente pedir pra NET pra contratar só internet da NET”, acabou sendo VIVO e a Alphaville só a TV a cabo. E aí temos os dois fornecedores e temos o melhor de cada um”. 
Um exemplo simples, não é genial, mas esses são os que eu mais gosto, esses simples, pequeno problema doméstico. E se você, pra cada pequeninho problema desse não se contenta com a primeira resposta certa, busca formular as perguntas corretas, você vai ter uma mudança de melhoria de soluções na sua vida gigante. Então não só na vida profissional, mas na pessoal também. E aí a importância de você evangelizar, trazer sua família, quem tá perto de você, sócios, equipe pra tá acompanhando esses assuntos, isso de criatividade também.
Então, como podemos ter o melhor de cada um deles e aí, meu amigo, a ideia nessa hora fica fácil. E aí, conversando com minha mulher depois, ela falou, falei “ah, porra, encontramos uma boa solução”, ela falou, “ah, a ideia foi minha” também com a pergunta que eu fiz, com a pergunta que eu fiz é fácil, né não, mô? Uma pergunta dessa, papai, aqui oh. Problema well stated, half solved.
Portanto, Bloqueio do Implícito, eu acho que a grande lição errada é que a gente aprendeu a preencher as lacunas de um problema com os nossos padrões pessoais. Então, o problema não tá claro, em vez de solicitar clareza a gente fica “não, é assim, eu acho que é assim”, vem o achismo, vem imaginação na hora errada e a gente não pode fazer isso, a gente precisa ter clareza, a reprendizagem é que a gente não pode aceitar menos do que 100% de clareza, 100% da clareza possível, lógico, de um problema. Temos que ser inconformados, questionadores, e não aceitar nada menos que a clareza total dos problemas.
Então, Bloqueio do Implícito resumido numa frase: clareza sobre o problema. E pra fechar essa nossa última aula, eu trouxe uma música que fala sobre subentendido num contexto diferente, num contexto romântico de amor, mas que eu queria que vocês observassem o clipe, o clipe é muito interessante, é uma história contada, nem tem muita relação com indireta, a letra da música, é uma indireta, claro, mas não perfeita. Mas é um clipe muito legal sobre um subentendido, um mal entendido na verdade, é a música Missunderstood, John Bon Jovi.

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