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S E G U N DA- F E I R A 6 de julho de 2020 Ano 48, nº 15.764 w w w . j o r n a l d e b ra s i l i a . c o m . b r Assinaturas: 0800-612221 R$1 6 Olavistas e m i l i ta res deixam MEC vazio de novo Atacado pela ala ideológica, Renato Feder desiste de ser ministro 9 R E P RO D U Ç Ã O Fo ra m - s e as duas p o l egad a s a mais Martha Rocha, a primeira Miss Brasil, morre no Rio aos 87 anos 3 S e b rae - D F mostra que é possível se reerguer Valdir Oliveira diz como pequenas empresas podem superar a crise GABRIEL JABUR/AGÊNCIA BRASÍLIA B i c h i n h os ta m b é m e stão s of re n d o ONG do Distrito Federal diz que, na quarentena, disparou o número de pessoas que abandonam seus animais de estimação. Problema atinge o país inteiro. 9 CONFINAMENTO ELEVOU NÚMERO DE DIVÓRCIOS NEM O AMOR ESCAPA Em Brasília, escritórios de advocacia registraram aumento de 30% nas separações de casais durante a pandemia. Muitos não teriam sabido lidar com o convívio durante o dia inteiro. 2 Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 20202 C I DA D E S . Pandemia impacta em divórcios CRISES FAMILIARES Escritórios de advocacia acreditam em uma média de 30% de casos de separação nos quatro meses iniciais da doença VÍ TO R M EN D O N Ç A /J O RN A L D E BR A SÍ LI A Convívio por 24 horas fez com que casais decidissem seguir rumos diferentes em suas vidas no isolamento social Preço da assinatura (DF e GO): A N UA L : R$ 260,00 – SEMESTRAL: R$ 135,00 Vendas avulsas (DF e GO): R$ 1,00 Vendas avulsas (Outros Estados): R$ 3,00 C l a s s i f i cad os : (61) 3343-8008 Dep. Comercial: (61) 3343-8180 Atendimento ao leitor : (61) 3343-8012 e 3343-8134 Atendimento ao assinante: (61) 3253-9257 e 3254-3947 A Editora Jornal de Brasília Ltda. não comercializa diretamente os exemplares do jornal ao público, fazendo-o unicamente por meio de bancas de jornais devidamente credenciadas e com a empresa juridicamente constituída que, por sua vez, revendem os exemplares por meio de vendedores avulsos, com idade acima de 16 anos, conforme norma legal vigente, por ela diretamente contratados. As assinaturas são vendidas diretamente na sede social da empresa ou por intermédio das pessoas físicas ou jurídicas para isso au to r i zad a s . Sucursal São Paulo: (11) 5097-6777 Sucursal Rio de Janeiro: (21) 3459-8848 D I R E TO R- S U P E R I N T E N D E N T E Renato Matsunaga EDITOR CHEFE - IMPRESSO Rudolfo Lago (rudolfo.lago@grupojbr.com) Editora JORNAL DE BRASÍLIA Ltda. CNPJ - 13.846.483/0001-91 TELEFONE GERAL: (61) 3343-8000 ENDEREÇO: SIG/Sul - Qd. 01 - Lote 765 Brasília - DF - CEP.: 70.6 1 0 - 41 0 EDITORA EXECUTIVA - IMPRESSO Vanessa Lippelt (vanessa.lippelt@grupojbr.com) Ricardo Nobre (ricardo.nobre@grupojbr.com) Grace Perpetuo (grace.perpetuo@grupojbr.com) Tatiane Barbosa (tatiane@grupojbr.com) EDITOR EXECUTIVO - ON LINE Miguel Alves (miguel.alves@grupojbr.com) Telefones: (61) 3343-8000 e 3343-8100 E-mail: re d acao @ g r u p o j b r.c o m EDITOR CHEFE - ON LINE Lindauro Gomes (lindauro.gomes@grupojbr.com) Fundado em 10 de dezembro de 1972 S A I BA MAIS » Para Allan Nunes Guerra, presidente da Associação de Notários e Registradores (Anoreg), um dos motivos para a diferença entre os números dos advogados e dos cartórios se dá pela demora desde o início da solicitação nos escritórios até a efetivação do pedido nos cartórios. De acordo com ele, os aumentos registrados em escritórios refletirão nos cartórios depois de aproximadamente 60 dias. » “Quando um casal decide que vai se divorciar, primeiro procura os advogados, depois reúne a documentação e só aí leva para o cartório. Esse reflexo vai chegar somente nos próximos m es es”, entende. » De acordo com a Anoreg/DF, em abril foram 105 pedidos nos ofícios do DF – mais de 50% a menos que em abril do ano passado, quando 249 divórcios foram registrados. VÍTOR MENDONÇA re d acao @ g r u p o j b r.c o m Apesar dos cartórios do Distrito Federal regis-trarem baixos índices de pedidos de divórcio– segundo último levantamento feito em abril – escritórios de advocacia especializados em família relatam aumento nestas solicitações em pelo menos 30%. No escritório Célia Arruda Advogados Asso- ciados, especialista em Direito da Família, o crescimento de 30% dos pedidos de divórcio tem por razão o desgaste dentro das casas, em decorrência do novo coronavírus. O confina- mento devido à pandemia, segundo Célia, ma- ximizou divergências que existiam no relacio- namento anteriormente. “Na rotina em que os clientes viviam antes, o fato de sair pra tra- balhar ou a relação com os filhos ia fazendo com que a tomada de decisão pelo divórcio fos- se postergada. Com o isolamento, esses espa- ços de alívio ficaram escassos, e o convívio se tornou muito forte”, afirmou. A especialista explica que a maioria dos ca- sos que tem recebido são de casamentos con- servados há pelo menos 20 anos. Depois de tan- to tempo, acordos extrajudiciais ou processos surgem. Quando há filhos, as principais ques- tões a serem discutidas são guarda, convivên- cia e pensão alimentícia. Com relação aos côn- juges, há opção de continuar ou não com o no- me adotado em casamento, além da verifica- ção se há necessidade ou não de fixação de pen- são. Esta última será baseada no tempo de rela- cionamento e no grau de dependência finan- ceira entre as partes. “Fiz um divórcio durante a pandemia, por exemplo, em que a senhora tem 72 anos. Com essa idade, ela e o marido são de uma outra ge- ração, e ela não trabalhava fora, era completa- mente dependente do marido, e eles viveram juntos há mais de 40 anos. Nesse caso em espe- cial, a pensão é essencial para ela”, explicou a advogada. Quando o casal que está se divor- ciando é novo, com menos de 30 anos, não tive- ram filhos e cada qual tem condições de se sus- tentar, a pensão não cabe. Mesmo número Outro escritório de advocacia que também teve média de crescimento em 30% nos pedidos de divórcio foi o Marques e Fernandes, onde a advogada Isabella Marques trabalha. Segundo ela, a inovação do divórcio virtual tem sido uma das chaves nos acordos extrajudiciais que tem feito. “Como eles [cônjuges] não querem nem se ver pessoalmente, esse é um meio que a justiça e os cartórios encontraram de fazer a separação de uma maneira mais rápida. Se morarem em cidades distintas, essa opção também pode ajudar”, afirmou. Na página que administra em uma rede social sobre questões jurídicas, a advogada Isabella Marques afirma que recebeu muitas mensagens e dúvidas com rela- ção ao tema. “Na pandemia, recebi muitas mensagens. Com aproxima- ção, as pessoas passam mais tem- po em casa na família. Muitos não souberam lidar com o convívio durante quase o dia inteiro.” Jornal de Brasília Brasília, segunda-feira, 6 de julho de 2020 3C I DA D E S Existem duas formas de se en- carar um momento de crise co- mo o que estamos vivendo. As pessoas podem ficar se lamen- tando, ou buscar alternativas para, mesmo na dificuldade, tentar tirar o melhor proveito. Esse parece ser o melhor cami- nho, não? E, nesse sentido, como o Sebrae pode ajudar? No Sebrae, nós procuramos sem- pre apoiar no caminho do empre- endedorismo, que é o nosso cam- po. A discussão sobre a questão de saúde, a gente se coloca fora dela. A gente não tem competência nem conhecimento para travar discus- são em torno disso. Então, qual é a nossa grande contribuição? Agora, o governo anuncia a abertura de praticamente tudo em Brasília. En- tão, novamente, como é que a gen- te pode ajudar aos micro e peque- nos empresários para esse novo movimento, essa nova construção que eles vão ter que fazer. É assim que o Sebrae se comporta. E como o Sebrae pode ajudar neste momento os micro e pe- quenos empresários? A primeira medida importante é a nossa própria transformação di- gital. Não faz sentido a gente pre- gar isso e não fazer. A gente precisa neste momento fazer um grande movimento de transformação di- gital. O Sebrae-DF passou a atender de forma remota, e com isso, as "Juntos, nós vamosvencer essa crise" RUDOLFO LAGO r u d o l fo. l ago @ g r u p o j b r.c o m A crise da pandemia do novo coronavírus criou uma nova realidade, que exige de todos re-siliência, criatividade e reinvenção. A encruzilhada em que vivemos aponta para duas ati-tudes, que levam a dois caminhos. A primeira atitude é ficar lamentando as perdas de oportunidades que vieram com os novos tempos. Essa atitude leva ao caminho do fracasso. A se- gunda atitude é buscar da melhor forma se adaptar aos novos tempos, na verdade acelerando alternativas que, mesmo sem a pandemia, já estavam postas. Esse é o espírito que pode levar ao caminho do sucesso. Assim, diante da covid-19, a seção brasiliense do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF) primeiro se reinventou para poder dar subsídio aos pequenos empreendedores da cidade para que se reinventassem também. Com a pandemia, o Sebrae-DF deixou de dar consultoria presencial aos empresários, ela passou a ser somente remo- ta. E, por incrível que pareça, em vez de diminuir, o percentual de atendimento cresceu 5%. Nesta entrevista ao Jornal de Brasíla, o superintendente do Sebrae-DF, Valdir Oliveira, explica e deta- lhe todos os serviços que estão sendo oferecidos aos micro e pequenos empresários do DF para que saiam melhores e mais fortes da crise. nossas duas grandes intervenções, que são de consultoria e de capaci- tação nós passamos a fazer através desses instrumentos, dessas ferra- mentas que vão nortear o novo mercado. Nós passamos a oferecer todo o nosso portfólio de capacita- ção a partir de ensino à distância e de ferramentas simples, como o Whatsapp. Nesse momento de pandemia, nós nos esforçamos muito com orientações, dicas que são muito importantes. Nós de- mos quatro grandes conselhos pa- ra que nossos empreendedores pu- dessem passar por esse momento de pandemia. Que conselhos foram esses? Primeiro: renegociação de dívi- das. É muito importante, principal- mente do custo fixo. Então, olhe seu custo fixo, veja aquilo que você pode renegociar, para ajustar seu novo fluxo de caixa. Segunda dica que é muito importante: foco no ti- me. E isso é importante porque a empresa não é formada só do em- presário e dos seus interesses. Ago- ra, neste momento de crise, é im- portante que o time esteja todo unido. E que cada um no time con- siga compreender que é parte da solução, e não parte do problema. O terceiro grande conselho que a gente deu foi: conectividade. Não perca a conectividade com o seu cliente. Isso é fundamental. Se você não está em rede social: não se BRENO ESAKI/ CEDOC preocupe: pegue o telefone e ligue para o seu cliente. Você precisa sa- ber como ele está consumindo, co- mo está se comportando. Porque é ele quem vai proporcionar a reto- mada do seu negócio. E, como ele está mudando os seus hábitos de consumo, é importante que você saiba disso para você ajustar o seu n e g ó c i o. E o último conselho: crédito. Pa- ra ter acesso a crédito, você precisa ter um cadastro atualizado. Corra para o seu banco, entre em contato com seu gerente, veja se seu cadas- tro está atualizado. Porque aí nós vamos lhe preparar - e a partir de agora é que vamos fazer isso - para este novo momento, que é o novo mercado. Por isso é que o Sebrae es- tá lançando 30 mil horas de consul- toria gratuita para os nossos em- preendedores. Em dois grandes fo- cos: financeiro, porque ele precisa reajustar as finanças da sua empre- sa, a realidade mudou, e, principal- mente no marketing digital, para que ele possa se ajustar ao novo mercado. Aquele que quer operar com e-commerce, se utilizar dos serviços de delivery, aquele que quer fazer um modelo de relacio- namento nas redes sociais, como deve compreender o Instagram, o Facebook, Whatsapp, como canais de negócio. E como os micro e pequenos empresários podem ter acesso a ENTREVISTA VALDIR OLIVEIRA todo esse conteúdo? Através dos nossos canais digi- tais e de atendimento remoto. Eles podem procurar através do telefo- ne 0800-5700800. Ou nosso canal de atendimento no Whatsapp 3362-1701. Ou www.df.sebrae.br, através do banner "Fale com o Se- brae". Tem uma novidade que nós lançamos que é fantástica e que to- dos terão aceso e, importante, tudo gratuito: oficinas por Whatsapp. Já colocamos em funcionamento 23 oficinas e já atendemos a 1.063 pe- quenos empresários nos últimos 30 dias em oficinas através do Whatsapp. A oficina vai de 9h até as 18h, parando duas horas para al- moço, monitorada por um espe- cialista do Sebrae. Dos 1.063 partici- pantes, nós fizemos uma pequisa, 93% aprovaram e recomendam que outros façam. Então, isso é a trans- formação digital. Como o próprio Sebrae se re- novou no sentido de se tornar mais digital e conseguir passar todo esse conteúdo para o seu público? O mais importante foi a gente compreender no primeiro instan- te, quando o governo decretou o isolamento social, que era impor- tante que fizéssemos o isolamento de forma rigorosa, mas que não perdêssemos essa conectiivade com o cliente. Aí, nós estruturamos nossa equipe para que ela conti- nuasse esse trabalho de atendi- mento com o segredo da conectivi- dade. Então, no primeiro instante, com a conectividade, a gente en- tendeu qual era a nova necessida- de do nosso pequeno empresário. A gente compreendeu como ele es- tava buscando as novas orienta- ções, eles que iam antes fisicamen- te no Sebrae, como estavam bus- cando, como a gente podia chegar neles. Quando nós descobrimos tu- do isso, nós passamos a desenvol- ver oficinas, formas de orientação, enfim, nós conseguimos desenvol- ver modelos de capacitação e de consultoria, que são as duas trans- formações que a gente faz em ne- gócios e em empreendedores na forma digital, na forma que eles precisavam. Nós entendemos a ne- cessidade deles no primeiro ins- tante, adaptamos de forma muito rápida, com ferramentas de que a gente precisava, e conseguimos de forma rápida também. E sabe qual foi a nossa surpresa? Nós fizemos um comparativo com esse período no ano passado e neste ano do nos- so atendimento no Sebrae. No ano passado, a gente tinha um atendi- mento presencial e um atendi- mento remoto. Este ano, nós esta- mos só com o atendimento remo- to. E qual não foi nossa surpresa de descobrir que nós crescemos em 5% o nosso atendimento. Com toda essa situação que a gente está vi- vendo, dos negócios fechados, dos negócios quebrando, dos negócios em dificuldade, dos negócios sem perspectiva, crescemos em 5% o nosso atendimento. Sabe por quê? Porque empreendedor não desiste nunca. Essa á característica dele. O empreendedor não se entrega na primeira barreira. E, nós do Se- brae-DF, existimos para ser parcei- ros desse empreendedor. Enquan- to ele acreditar nele, nós vamos acreditar e apostar nele também. E, assim, nós transformamos o Se- brae nos dois primeiros meses des- ta crise, e conseguimos junto dos nossos empreendedores e fazer to- da essa transformação, que tem nos trazido um prazer enorme. Não só porque consolida o novo Se- brae neste momento. Mas porque a gente está vendo que os nossos empreendedores estão construin- do essa volta por cima, e nós esta- mos ajudando eles nisso. Porque nós temos uma certeza disso tudo: a gente não entende desse negócio de vírus, de doença, isso os médi- cos, os pesquisadores é que enten- dem. Mas a gente tem uma certeza: isso tudo vai passar. Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 20204 C I DA D E S E-commerce tem lucro de 56% ESTUDO Estilo de venda alavancou faturamento de produtos de beleza, móveis e eletro e l et rô n i c os A loja Mundo Pluto, de M a rc i a Mendonça, descobriu o u n i ve rs o on-line para a venda de produtos para os pets, em i s o l a m e nto com seus d o n os PEDRO MARRA re d acao @ g r u p o j b r.c o m Vender pela internet tem sidouma boa saída durante a pan-demia do novo coronavírus. Um estudo feito pelo Movimento Compre&Confie em parceria com a Associação Brasileira de Comér- cio Eletrônico (ABComm) eviden- cia essa realidade, tendo em vista que esse estilo de comercializaçãogerou faturamento de 56,8% a mais nos cinco primeiros meses de 2020 em comparação com igual perío- do do ano passado. Apesar da queda no valor do tí- quete médio – de R$ 420,78 para R$ 398,03 –, o aumento do faturamen- to foi possível porque houve cresci- mento de 65,7% no número de pe- didos, de 63,4 bilhões para 105,06 bilhões. As três categorias que re- gistraram as maiores variações de crescimento foram Beleza e Perfu- maria, que apurou alta de 107,4%, com faturamento de R$ 2,11 bilhões no período; Móveis, com alta de 94,4% e faturamento de R$ 2,51 bi- lhões; e Eletroportáteis, com 85,7% e faturamento de R$ 1,02 bilhão. Nova realidade Dona do Mundo Pluto, loja de móveis para pets, Márcia Mendon- ça, 34 anos, é uma das microempre- sárias que aproveitou o isolamen- to social para fortalecer as vendas pelo e-commerce. Desde 2017 à frente do negócio, ela reconhece que teve facilidade para utilizar es- sa plataforma de vendas pois é for- mada em marketing com especia- lização em gestão empreendedora de negócios. "Acredito que as minhas expe- riências profissionais tem ajudado bastante e msm assim sempre bus- co mais conhecimento quando te- nho alguma dificuldade. Em Brasí- lia temos um público com mais co- nhecimento, então muitos se adaptaram facilmente às vendas online. E a venda online é uma rea- lidade já. Quem não usava teve que aprender e pelo jeito gostaram, en- tão digo que boa parte vai perma- necer com esse hábito", opina Már- cia. Segundo ela, os produtos que mais têm saído são arranhadores, circuitos de parede e banheiros (um móvel para colocar a caixa de areia dentro). "Com a convivência mais próxima e diária com os pets, os donos têm percebido mais as necessidades dos bichinhos e estão investindo no bem estar deles. Também tem o fator da troca de in- vestimento. Antes gastava-se com muitos outros produtos que no isolamento não são necessários. Com isso, sobra uma verba para cuidar do membro pet da família. "Márcia detalha ainda as estraté- gias que tem adotado para atrair clientes. "Temos investido em post patrocinado. Fizemos parceria com Cat Influencer, promoção e criamos uma seção “Qual a boa da semana?”, onde destacamos um produto com desconto semanal- mente, assim podemos dar vazão aos que ficam mais parados", con- ta. Na opinião do Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm, os empresários que não souberem se especializar no e- c o mm e r ce t e rã o dificuldade durante e após a pan- demia. “A capacitação faz muita di- ferença sim. Mas tem a questão cul- tural do negócio, pois temos o mi- cro e o pequeno empreendedor que nunca se especializaram. Isso mostra que são bons consumido- res, mas não são bons vendedores. Pedimos comida pelo d el iv er y, po r exemplo. Então somos praticantes do consumo, mas não tão engaja- dos em empreender”. "O E-COMMERCE É O FUTURO, QUEM NÃO ESTIVER LÁ, NÃO ESTARÁ NO MERCADO. É UM MERCADO NOVO QUE ASSUSTA INICIALMENTE, MAS A PANDEMIA AJUDOU MUITOS EMPREENDEDORES A ENTENDER A N E C E S S I DA D E . ” ADRIANA RIBEIRO, dona da Afro&Cia Ponto Chic Na pandemia, começou o d e l i ve r y Outra microempresária que não quis ficar para trás neste período é Adriana Ribeiro, 41 anos, dona da Afro & Cia Ponto Chic, inaugurada em 2005 no Riacho Fundo I. Além do salão com 24 funcioná- rios, voltado para cabelos afros, ela vende produtos para fios cachea- dos, que renderam lucro de 30% ao negócio dela. "A gente não tinha trabalho de d e l iv e r y e vendia só na loja física. Acredito que é uma grande ajuda no momento de pandemia, mas uma comodidade a mais para nos- sos clientes que estão cada dia mais conectados com a internet e não desgrudam do celular em tempo algum", brinca. "O e-commerce é o futuro, quem não estiver lá, não estará no merca- do. Por isso tenho uma equipe que tem capacitação para essa área. É um mercado novo que assusta ini- cialmente, mas a pandemia aju- dou muitos empreendedores a en- tender a necessidade”, alerta Adria- na. André Dias, diretor executivo do Compre&Confie, afirma que a mu- dança de comportamento do con- sumidor ao passar a comprar mais na internet deve permanecer mes- mo com o fim da pandemia. Uma nova realidade que veio para ficar. S A I BA MAIS » Entre as regiões do país, a Centro-Oeste teve alta de 47,1% e participação de 6,6% no faturamento deste ano. » Em primeiro, está o Nordeste, com alta de 60,9% sobre o desempenho de 2019. A região respondeu por 15,3% da receita no período de janeiro a maio de 2020. » Numa projeção futura, o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta, considera uma tendência nas vendas por e-commerce, ainda mais durante a pandemia. » “Com esse isolamento social mudou um pouco o tipo de consumo no comércio de B ra s í l i a”, comenta Abritta. “Se vendeu muito equipamento para exercícios em casa, em função do fechamento das academias, por exemplo”. R E P RO D U Ç Ã O/ I N STA G R A M SAÚDE. Jornal de Brasília Brasília, segunda-feira, 6 de julho de 2020 5 Coronavírus atual é versão mais contagiosa do que original ESTUDO Depois de deixar a China e entrar na Europa, variante do vírus tornou-se dominante e talvez "mais transmissível" RONALDO SCHEMIDT / AFP Os pesquisadores analisaram, primeiramente, dados de 999 pacientes hospitalizados por covid-19 e observaram que aqueles com a variante tinham mais partículas virais " E S TA M O S TESTEMUNHANDO UM TRABALHO CIENTÍFICO EM TEMPO REAL: ESSA É UMA DESCOBERTA INTERESSANTE QUE AFETA POTENCIALMENTE MILHÕES DE PESSOAS, MAS CUJO IMPACTO FINAL AINDA NÃO É CONHECIDO. DESCOBRIMOS ESSE VÍRUS HÁ SEIS MESES E APRENDEREMOS MUITO MAIS NOS PRÓXIMOS SEIS MESES." ESPECIALISTAS da Universidade de Yale, EUA A variante do novo coronavírusdominante infecta célulascom mais facilidade do que o que apareceu na China, o que pro- vavelmente o torna mais contagio- so entre os seres humanos, embora isso ainda deva ser confirmado, re- vela um estudo publicado na últi- ma quinta-feira (2) na revista Cell. "Parece que o vírus se replica me- lhor e pode ser mais transmissível, mas ainda estamos na etapa de tentar confirmar isso. Existem ge- neticistas de vírus muito bons tra- balhando nisso", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto de Doen- ças Infecciosas dos Estados Unidos à revista Jama na quinta-feira. Depois de deixar a China e entrar na Europa, uma variante do novo coronavírus, que constantemente sofre mutações como qualquer ví- rus, tornou-se dominante e foi essa versão europeia que se estabeleceu nos Estados Unidos. A variante cha- mada D614G refere-se a uma única letra no DNA do vírus, em um local onde controla a entrada nas célu- las humanas. Pesquisadores rastreiam muta- ções genéticas no coronavírus em todo o mundo. Aqueles que se- quenciam o genoma do vírus o compartilham em um banco de dados internacional (Gisaid), um tesouro de mais de 30 mil sequên- cias contabilizadas até o momen- t o. O novo estudo, realizado pelas universidades Sheffield e Duke Universities e pelo Laboratório Na- cional Los Álamos, estabeleceu em abril que o D614G é dominante e mais tarde determinou que a mu- tação tornava o vírus "mais trans- missível". Os resultados do estudo já ha- viam sido publicados on-line em um site de pré-publicação científi- ca. Essa afirmação atraiu críticas porque a equipe não demonstrou que a mutação foi a causa de ter se tornado dominante. A versão do ví- rus poderia ter se beneficiado de outros fatores ou do acaso. Por es- sas críticas, os cientistas realizaram trabalhos e experimentos adicio- nais, a pedido dos editores da pu- blicação especializada Cell. Um vírus mais eficiente? Os pesquisadores analisaram, primeiramente, dados de 999 pa- cientes britânicos hospitalizados por covid-19 e observaram que aqueles com a variante tinham mais partículas virais, mas isso não mudou a gravidade de sua doença. Por outro lado, experimentos de la- boratório mostraram que a varian- te é três a seis vezes mais capaz de infectar células humanas. "Parece provável que seja um vírus mais eficiente",diz Erica Ollmann Saphi- re, que conduziu um desses experi- mentos no Instituto de Imunolo- gia La Jolla. No entanto, um experimento in vitro não pode reproduzir a dinâ- mica real de uma pandemia. Por- tanto, a conclusão mais estrita é que, embora o coronavírus atual- mente em circulação seja provavel- mente mais "infeccioso", não é ne- cessariamente mais "transmissí- vel" entre humanos. Em qualquer cenário, "essa variante é agora a pandemia", diz Nathan Grau- baugh, da Universidade de Yale, junto com colegas em um artigo separado. "O D614G não deve alte- rar nossas medidas de restrição ou piorar as infecções individuais", acrescenta. A conclusão dos especialistas é que "estamos testemunhando um trabalho científico em tempo real: essa é uma descoberta interessante que afeta potencialmente milhões de pessoas, mas cujo impacto final ainda não é conhecido. Descobri- mos esse vírus há seis meses e aprenderemos muito mais nos próximos seis meses", concluem. Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 20206 POLÍTICA. Feder anuncia que não quer comandar o MEC PRESSÃO CONSERVADORA Secretário de Educação é rejeitado por olavistas e militares do governo R E P RO D U Ç Ã O Renato Feder usou as redes sociais para se defender dos ataques que sofreu antes de assumir o cargo S A I BA MAIS » Após o presidente ter confirmado a escolha de Renato Feder a aliados, setores da base de Jair Bolsonaro entraram em campo para tentar revertê-la. De acordo com pessoas ligadas a militares do Planalto, líderes de grandes igrejas evangélicas ligaram para o presidente questionando-o sobre a decisão. » Um dos principais nomes da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) escreveu na sexta em uma rede social que a escolha do novo ministro é do presidente, mas que "minha única observação é que o escolhido só não deve ser um ideologicamente 'neutro', tem que ser um conservador de raiz! Que Deus ilumine nosso presidente nesta escolha!". Defesa pela privatizaçaõdo ensino Em recente entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Renato Feder havia dito que não acredita mais na visão de que é preciso extiguir o Ministério da Educação e a privati- zar a rede de ensino no Brasil. On- tem, pelas redes sociais, reforçou o posicionamento mais uma vez. "Es- crevi um livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opinião so- bre as ideias contidas nele." Na mesma sequência de mensa- gens, o secretário de Educação do Paraná comemorou um dado inco- mum: a transferência de alunos de 10 mil famílias das escolas particu- lares para o ensino público no esta- do. A migração foi um efeito da pandemia de covid-19 e da crise econômica que se intensificou nes- te ano. Para o secretário, porém, "não existe melhor prova do que is- so de que estamos em um bom ca- m i n h o. " Feder é formado em administra- ção, tem mestrado em economia e já dirigiu escolas. Contando com Decotelli, o secretário de educação paranaense seria o quarto minis- tro da Educação no governo Bolso- naro, que já está procurando outro nome para o cargo. I ta m a raty vira ‘bunker ’ de olavistas Mais de duas toneladas de materiais de combate ao coro- navírus foram doadas pelo em- baixador chinês Yang Wanming ao Brasil, na última quinta-feira (2). A cerimônia online contou com a presença de parlamenta- res e assessores do governo. A ausência do chanceler Ernesto Araújo, porém, provocou incô- modo, especialmente por se tra- tar de um parceiro comercial importante para o país. Essa postura do chanceler tem desagradado a políticos aliados e a integrantes do pró- prio governo, que buscam con- vencer Jair Bolsonaro a desmon- tar um dos últimos bunkers ideológicos da sua gestão como saída para melhorar a péssima imagem que o mundo tem hoje do seu governo. O presidente da Frente Parla- mentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP-SP), não per- doou a falta de Araújo no encon- tro organizado há dois meses. O chanceler foi representado pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Ruy Pereira. "Apareceram três diplo- matas. Um representando o Ita- maraty; outro, o Ministério da Saúde e um terceiro, a Vice-Presi- dência. O senhor Ernesto Araújo não foi", contou Pinato, que par- ticipou da videoconferência. "Esse cara vai quebrar o País. A Europa e Israel já o criticaram. Es- tamos sendo mal vistos na ques- tão do meio ambiente e ele aju- da. Tem que buscar investimen- tos fora, botar esses embaixado- res para trabalhar, mas ele só fica preso na parte ideológica." Ba st i d o res Nos bastidores, o vice-presi- dente, Hamilton Mourão, e a mistra da Agricultura, Tereza Cristina, são vistos como chan- celeres paralelos. Tanto é assim que a ministra procurou o em- baixador chinês na quarta-feira (1), assumindo uma interlocu- ção para resolver o problema de frigoríficos que tiveram a venda suspensa para a China. A pressão para a substituição do chanceler não é de hoje, mas se intensificou com a demissão de Abraham Weintraub do Mi- nistério da Educação. A avalia- ção de parlamentares e da ala mais moderada do governo, que vê seu trabalho prejudicado pelas ações do Itamaraty, é que seria o momento oportuno para Bolsonaro se livrar dos repre- sentantes do olavismo. PREJUÍZO PARA O PAÍS O secretário de Educação do Pa-raná, Renato Feder, avisou quenão vai ser ministro da Educa- ção após convite do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Planalto foi pressionado pela ala ideológica do governo e por militares para não co- locar Feder no comando do MEC. "Agradeço ao presidente Jair Bol- sonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite re- cebido. Sigo com o projeto no Para- ná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação", escreveu Renato Feder em suas redes sociais. Ele relatou que recebeu o convite de Bolsona- ro para ser ministro na noite da úl- tima quinta-feira (2). Alas ligadas ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares no gover- no pressionam o presidente Jair Bolsonaro a reverter o convite feito ao secretário. Com isso, ele ficou de fora antes mesmo de ser anuncia- do oficialmente e é o segundo cota- do da pasta que cai sem nunca ter sido ministro efetivamente. A pasta do MEC está sem titular desde a saída de Abraham Wein- traub, no último dia 18, após o go- verno ser pressionado a fazer um gesto de trégua ao Supremo Tribu- nal Federal (STF). O ex-ministro cha- mou integrantes da Corte de "vaga- bundos" em uma reunião ministe- rial. Bolsonaro chegou a escolher o economista Carlos Alberto Decotel- li para a pasta. O governo, porém, pediu que ele deixasse o cargo após questionamentos a seu currículo. Reaç ão Antes de anunciar o "não" ao convite de Bolsonaro, o secretário Renato Feder usou as redes sociais para reagir à pressão de alas liga- das ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares no governo federal. Pelo Twitter, o paranaense publi- cou uma série de mensagens on- tem com seu currículo e se defen- deu de ataques que recebeu. Uma das respostas dadas por ele foi à suposta divulgação de livros com "ideologia de gênero" — um te- ma caro a bolsonaristas — no Para- ná. "Não existe nenhum material com esse conteúdo aprovado ou dis- tribuído pela Secretaria", escreveu. Os militares também foram sur- preendidos com o convite do presi- dente e querem um nome ligado a eles. Dessa forma, a nomeação de Renato Feder era uma dúvida no Palácio do Planalto. O paranaense também escreveu no Twitter ontem que gostaria de ser avaliado pelos índices da Educa- ção no Paraná, e não por manifesta- ções feitas no passado. Em 2007, Fe- der escreveu um livro defendendo a extinção do MEC e a privatização da rede de ensino no Brasil. Jornal de Brasília Brasília, segunda-feira, 6 de julho de 2020 7POLÍTICA PROSPECÇÃO O desembarque inesperado do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (foto ), ao Recife, teve um quê de mistério e indica busca de apoio para a PEC que pode lhe permitir disputar novamente a eleição para presidente da Casa, um drible que está na filado plenário. Ele esteve com o governador Paulo Câmara (PSB), a vice-governadora e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, e deputados da oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Maia também passou na residência do deputado federal Luciano Bivar (PSL), presidente da sigla e inimigo de Bolsonaro. PSB e PSL têm bancadas fortes no Congresso Nacional. PCdoB pode puxar partidos de oposição para a pauta. CELSO PUPO/ FOTOARENA/AE E S P L A N A DA Leandro MazziniCom equipe DF, SP, RJ e PE re p o r tage m @ c o l u n aes p l a n ad a .c o m . b r Blogueiro bolsonarista deixa prisão ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou soltar da prisão neste do- mingo o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito que apura o financia- mento de atos antidemocráticos no país. Moraes determinou que Eustá- quio não use redes sociais, 'aponta- das como meios da prática dos cri- mes ora sob apuração', além de proibir que o investigado fique a menos de 1 quilômetro da Praça dos Três Poderes ou das residências dos ministros do STF. Pela decisão, Eustáquio também não pode manter contato com ou- tros investigados no processo e mobilizar ou integrar manifesta- ções de 'cunho ofensivo' a Poderes ou que incitem 'animosidade das Forças Armadas'. Ele também fica proibido de sair do Distrito Federal sem autorização da Justiça. O blogueiro foi preso em 26 e ju- nho, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na última terça-feira (30), Moraes prorrogou por cinco dias a prisão temporária. Em depoimento à Polícia Federal prestado na quinta-feira, Eustá- quio, disse que 'fez parte do gover- no executivo federal de transição do atual presidente da República até 31 de janeiro de 2019'. O bloguei- ro não detalhou quem o teria con- vidado para trabalhar na gestão do governo Jair Bolsonaro, nem quan- do iniciou seu trabalho com a equi- pe de transição. "Verifico estar demonstrado o risco à investigação e a necessidade de restrição à atuação de OSWAL- DO EUSTÁQUIO FILHO com relação aos fatos aqui investigados", afir- mou Mores na decisão. A Polícia Federal vê indícios de envolvimento do blogueiro com ações de 'potencial lesivo conside- rável'. Ele é apontado como parte do 'núcleo produtor de conteúdo' na investigação. Para a polícia, suas publicações instigam uma parcela da população a 'impulsionar o ex- tremismo do discurso de polariza- ção e antagonismo, por meios ile- gais, a Poderes da República', se- gundo manifestação citada na de- c i s ã o. Paulo Goyaz, um dos advogados de defesa de Eustáquio, disse que a decisão de Moraes é perigosa e cria 'jurisprudência de censura à im- prensa'. O blogueiro foi detido no mesmo inquérito que levou à pri- são a extremista de direita Sara Gi- romini, solta após dez dias de pri- são provisória. S A I BA MAIS » Oswaldo Eustáquio negou à Polícia Federal que tivesse participado de manifestações antidemocráticas e incentivado atos contra instituições como o STF e Congresso Nacional. Ele atribuiu a infiltrados ofensas dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito dos atos antidemocráticos. R E P RO D U Ç Ã O Eustáquio não poderá usar redes sociais e nem chegar perto do STF Voz do p ovo Uma sondagem nacional exclusiva da Coluna E s p l a n ad a / Pa ra n á Pesquisas, há dois meses, indicou que 77% dos brasileiros são contra Maia tentar brecha para 3º mandato. Aval oficial Com o aval do TCU, agora oficialmente José Dirceu voltou a receber como deputado federal aposentado, mesmo cassado e condenado pela Justiça. São R$ 30 mil/mês. At ra sad o n a O comando da Caixa teve ordens para, agora, salvar empresários que pediram crédito – e esperam há três meses a liberação. Mas muita gente já quebrou. Sem noção Circula por whatsapp há uma semana folder sobre a “M a n i festaç ão N ac i o n a l ” em frente ao QG do Exército dia 19 de julho, às 9h, pela “intervenção militar com Bolsonaro no Poder”, uma “nova Constituição”, e “criminalização do Comunismo”. Avisa que movimentos de Brasília, Goiás, Ceará, Rio, São Paulo e Paraná já aderiram. Peso do malhete A TV Globo, que não dorme no ponto e sabe bater pênalti, prepara o bote no Flamengo. É tido como certo no Congresso que vai ‘caducar ’ a Medida Provisória que liberou o time para negociar transmissões dos jogos. V i l ão Antes herói da companheirada, o senador Humberto Costa (PT-PE) vai virar vilão. A direção nacional do PT já ‘s u ge r i u ’ entrega de todos os cargos que a legenda ocupa no governo de Paulo Câmara (PSB). São mais de 400 no governo de Pernambuco. Cova cavada Aplauso para a desistência da ministra do TCU Ana Arraes em ser a relatora da compra dos respiradores com suspeita de superfaturamento pela Prefeitura do Recife, reduto do PSB de sua família. Mas oposicionistas do alcaide Geraldo Julio (PSB) apostam como certa a condenação pelo tribunal administrativo. Planos A e B João Pessoa poderá ter dois candidatos que já passaram pelas mãos Justiça paraibana. Um deles é o ex-governador Ricardo Coutinho. Se não conseguir a legenda, pode indicar a esposa, Amanda Rodrigues. Eles são réus na Justiça e com bens bloqueados. Mais um Cícero Lucena é o nome do Progressistas para governador em 2022. O ex-governador também foi citado nos crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, fraude de licitação e superfaturamento de obras. E abolvido em todas as acusações. Vai explodir Os bancos privados, prevendo uma bolha no mercado de crédito, não facilitam. Barraram empréstimos a muitas empresas grandes e médias. Os que ousam assinar contrato, pagam até 65% (!!) em apenas 3 anos sobre o capital injetado na conta. Res i stê n c i a Pais de alunos em Brasília estão resistindo à volta às aulas. Folder online circula com a frase “Nenhum aluno na Escola, todos com vida em casa”. Tem mercado A Cyrela comprou o prédio que era de Eike Batista no Flamengo, no Rio. Retrofitou e vendeu a R$ 18 mil o metro quadrado. Um apartamento de 150 m² saiu a R$ 3 milhões. ES P L A N A D E I R A • Louvre Hotels Group – Brazil inaugura Tulip Inn Rio de Janeiro Ipanema, com foco no hóspede executivo e lazer. • O site Vakinha registra mais de R$ 15 milhões de arrecadação em campanhas criadas na pandemia. • Plataforma VidaClass oferece consultas, descontos em farmácias e seguro hospitalar. • Grupo SOS DENTAL, através da Odontocase, passou a exportar para Estados Unidos. • Ambev e Z-Tech fecham parceria com o app Get In para auxiliar reabertura de bares e restaurantes. • Correios e Serasa fecharam parceria que facilita baixa de restrições f i n a n c e i ra s . Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 20208 POLÍTICA. Jovens empresários A RT I G O S Ter acesso ao ensino superior éainda o sonho de inúmerosjovens brasileiros e, estatisti- camente, o de empreender tam- bém. Esse movimento a favor da educação, sobretudo, empreen- dedora, colabora para um país ca- da vez mais competitivo, sob pa- tamares do desenvolvimento econômico e social. Quando colocamos os jovens no papel de protagonistas, conse- guimos ver ainda mais o valor deste movimento. Se pararmos para analisar as empresas unicór- nio ou até mesmo as que já estão consolidadas no mercado e são atrativas do ponto de vista do consumidor, provavelmente, ve- remos um jovem à frente dela. Existem estudos que apontam que pessoas estão atingindo a marca do primeiro milhão antes de completar 30 anos, isso já faz parte da mudança no mundo dos negócios. Segundo uma pesquisa realiza- da pela Fundação Telefônica Vivo, em parceria com o Ibope, 60% dos jovens têm como propósito de vi- da empreender. Acredito que pre- cisamos voltar os olhos para esta realidade. Quando falamos deste perfil dentro do empreendedo- rismo, afetamos diversos pata- mares que vão além do lucro, pois alcançamos, aos poucos, uma equidade de oportunidades, a possibilidade de uma mudança social e o desenvolvimento de so- luções inovadoras para proble- mas, tanto aqueles mais supér- fluos como os estruturais. Portanto,penso que precisa- mos criar um ambiente que, além de valorizar, também fo- mente essa atitude entre os jo- vens. Eu, como jovem, acredito que realmente o Brasil tem a ca- pacidade de aproveitar muito mais do potencial da juventude, e se tornar um berço para novos negócios. O mercado está cada vez mais aquecido e a disputa por mentes brilhantes não para. O empreen- dedorismo é o estopim para nos- sa história, afinal, foi a audácia de grandes empreendedores que deu à luz a grandes avanços no nosso país. ANA BEATRIZ CESA, presidente da Brasil Júnior, instância que representa as empresas juniores b ra s i l e i ra s CHARGE C O M E N TA R I O S DO M á s ca ra s Para que? Bolsonaro acha que não precisa usar. HECTOR ALFREDO, PELO FACEBOOK, SOBRE A MATÉRIA “DF recebe mais de 556 mil máscaras cirúrgicas do Min. da Saúde” Vac i n a Bolsonaro deve ser o primeiro a t e s t a r. JUSTINA DOIT, PELO FACEBOOK, SOBRE A MATÉRIA “Anvisa libera testes de vacina chinesa contra o novo coronavírus; UnB participará da p es q u i sa” F l a m e n go Facada nas costas da torcida! ALAN ALAN SIQUEIRA, PELO FACEBOOK, SOBRE A MATÉRIA “Sede do Flamengo é pichada após anúncio de cobrança por transmissão de jogo” I l u são A ratazana está levando a econo- mia ladeira abaixo, segue engana- do só os iludidos. FATIMA SOUSA, PELO FACEBOOK, SOBRE A MATÉRIA “Guedes: abril foi fundo do poço, maio teve ligeira recuperação e junho acelerou” C o n c u rs os Como tem gente safada nesse país. A maioria de estourando de estudar, as vezes prejudicando a própria saúde, e os vagabundos de sempre comprando e achando ata- lhos nas mãos de outros vagabun- dos bem posicionados. LIMA LIMA, PELO FACEBOOK, SOBRE A MATÉRIA “Máfia dos concursos: PCDF cumpre quatro mandados de p r i são” N o rd este E se fosse o Nordeste? NILTON ABINO, PELO FACEBOOK, SOBRE A MATÉRIA “Liberação de Recursos para SC ainda depende de levantamentos dos estragos” Nova advocacia A nova advocacia é mais céle-re, mais ágil, mais inteligen-te, ligada e colaborativa. Na pandemia não há lugar para rou- pas caras nem caras e bocas, nem fotão no fórum nem ninguém melhor do que ninguém. A advo- cacia mudou, a Justiça mudou, as pessoas mudaram e todo mundo só pensa em sobreviver a esse mo- mento caótico que igualou cada ser vivente sobre a Terra. Instinto? Pode ser, mas vou mais longe: empatia. Desta vez estamos mais ocupa- dos com o que podemos fazer uns pelos outros do que uns contra os outros. Ensinamos o que sabemos, ain- da que sem perceber. E gostamos de sermos referência, inspiração, m o d e l o. Mais ainda: nos acostumamos a ajudar, a dar a mão para quem está longe, do outro lado da tela, precisando comer, viver, respirar: tememos estar no lugar de quem sofre e por isso entendemos que sem empatia morreremos todos. Quanto tempo durará a pande- mia? Quando as vacinas começa- rão a ser comercializadas? Como meu corpo reagirá à covid? Cada vez mais rostos conheci- dos passam para o lado de lá e isso nos preocupa e nos torna mais humildes, cientes de que pode acontecer o pior com qualquer um e rezamos para que não che- gue em nossa casa. As pessoas estão mais genero- sas, essa é a realidade. A morte nos ensina lições que a vida jamais imaginou conhecer. Ser imortal não é mais uma ver- dade – sim, nos achamos imortais quando deixamos de ver o outro, de nos preocupar com quem não conhecemos “por não ser proble- ma nosso”. Esquecemos que tudo que vai, volta, o que damos, recebemos, o que semeamos, brota e dá frutos que colhemos à exaustão. A nova humanidade me mara- vilha mas não me surpreende: é feita de gente como eu, como vo- cê, como cada um que respira e crê num amanhã melhor. Quando tudo isso terminar, que a empatia tenha sido incor- porada por cada um de nós como uma verdadeira fonte da vida. PATRICIA GARROTE, es c r i to ra , advogada e autora C A RTA S DOLEITOR Há esperança? Um retrato dos retratos cruéis da realidade brasileira pode ser delineado pela principal reivindi- cação dos responsáveis pelas crianças de comunidades da peri- feria, sem aulas há mais de três meses, e que consiste no escanca- ramento da necessidade premen- te do restabelecimento da distri- buição de merenda escolar, na medida que tal recurso constitui a única refeição substancial diá- ria de muitos dos alunos. A prioridade seguinte, confor- me transparecido pela imprensa, consiste na expectativa da ação de iniciativas humanitárias que visam à concessão de cestas bási- cas de sustento diário das respec- tivas famílias. Acidentalmente, no decorrer das eventuais entrevistas, é lem- brada a dificuldade de acesso das crianças a plataformas digitais que permitam cobrir as lacunas de conteúdos pedagógicos cujas perdas certamente se tornam, a esta altura, irreversíveis, repre- sentando um lamentável déficit c o g n i t i v o. Infelizmente, é o que temos ho- je. Há esperança de modificação do cenário, mesmo a longo pra- zo? PAULO ROBERTO GOTAC, Rio de Ja n e i ro Frentes políticas A história política do século passado nos trouxe uma série de exemplos de frentes pela esquer- da (trabalho) para enfrentar a di- reita (o capital). São inúmeras as variáveis, cau- sam muitas polêmicas e dificul- dades de se visualizar. No Brasil de 2020 se vive esse imbróglio. A direita apoiou a ul- tradireita (uma frente antipetis- ta) que está conduzindo o país pa- ra o caos, tragédia anunciada pa- ra todos. Tanto para a direita quanto para a esquerda não há meio termo: tirar ou não Bolsona- ro? Nesse interim, uma agravante no processo decisório: Covid-19 mata milhões. Quem cede? O PT tem limites. Republicanos: demo- cracia, Estado de Direito, sobera- nia do voto. Economia e futuro dependem dessa decisão. A bola está com a direita, avança ou re- cua na tragédia Bolsonaro? ANTONIO NEGRÃO DE SÁ, Rio de Ja n e i ro Envie suas sugestões de reportagem, imagens e vídeos para o nosso WhatsApp (61) 99606.4199 SIG trecho 1 - Lote 765 - Brasília - DF - CEP 70610-400. Inclua nome completo, endereço e identidade As charges, artigos e comentários publicados nesta página são a opinião de seus autores. E não refletem necessariamente a opinião deste jornal ca r ta s @ g r u p o j b r.c o mCARTAS PARA A REDAÇÃO: Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 20209 BRASIL. Bichos também sofrem MUNDO ANIMAL Abandono e maus-tratos de cães, gatos e até cavalos aumentam na pandemia D I V U LG A Ç Ã O Mel, doente de câncer, foi encontrada em Planaltina com seus quatro filhotinhos. Ela é um triste retrato do que está ocorrendo em meio à pa n d e m i a . Uma mulher perde o empregoe decide deixar 27 gatos paratrás em um apartamento. Em outra família, os filhos querem que os pais se desfaçam de um cachor- ro por medo que o bicho contami- ne os humanos da casa com a co- vid-19. Já seis cavalos são abandona- dos à própria sorte em um mesmo domingo. E 11 filhotes de um coe- lho de estimação iam para a panela por falta de recursos financeiros para sustentá-los. Os relatos são verdadeiros, de di- ferentes ONGs espalhadas pelo Bra- sil, e mostram um retrato que se in- tensificou durante a pandemia do novo coronavírus: o abandono ani- mal e os maus-tratos. Justificativas como desemprego, diminuição da renda, mudança de casa por conta da pandemia, término do casa- mento causado pelo distancia- mento social e até medo de con- trair o novo coronavírus dos bi- chos são justificativas das pessoas. Não existem dados oficiais sobre o abandono no Brasil, mas ONGs e instituições ouvidas pela reporta- gem têm registros parecidos du- rante a pandemia e apontam para um aumento de até seis vezes no número de abandonos. Que não se resumem a cachorros e gatos, mas também a outros bichos, como ca- valos e coelhos. No Distrito Federal, a Associação Protetora dos Animais (ProAnima), registrou nos últimos três meses um crescimento de 60% na quantidade de pessoas que querem se desfazer dos seus próprios bi- chos de estimação. A organização acredita que o distanciamento social, que motivou as pessoas a se isolarem emcasa, contribuiu para esse cenário. "Achamos que é porque todos os familiares estão em casa, em am- biente antes tranquilo e que pas- sou a ser difícil de suportar, e cul- pam os bichos, e o que percebemos é que o animal muda de comporta- mento quando o ritmo da casa mu- da", apontou Mara Moscoso, 50 anos, diretora da ProAnima. Mara aponta que tem recebido aumento nos relatos de maus tra- tos durante o distanciamento so- cial, principalmente em famílias com histórico de violência domés- tica. Também surgiram denúncias de pessoas que querem se livrar dos bichos por medo de que pas- sem covid-19 aos parentes. "As pessoas querem que idosos se desfaçam de animais, pois como a covid começou na China por um animal, acham que gatos e cachor- ros transmitem. Também tinha gente passando álcool em gel nos cachorros. Pedimos até para o nos- so veterinário e um infectologista fazerem um vídeo explicando que não existe trabalho científico no mundo que comprove que cão e gato passa- ram covid para huma- nos", disse Mara. Além disso, mudou também a justificati- va e forma como os do- nos procuram a insti- tuição. Em um cenário normal, quase 100% deles são demovidos da ideia pela ONG. Du- rante a pandemia, porém, os pro- prietários de animais procuram a ProAnima decididos a se desfaze- rem dos bichinhos. "É uma imposi- ção, que se não pegarmos os bi- chos, vão jogar na rua." A Associação Brasileira Protetora dos Animais da Bahia apontou que quase todos os dias ninhadas são largadas no abrigo. "Os animais são abandonados debilitados, com pulgas e carrapatos, verminoses e anêmicos, com problemas de pele e desnutrição. Se forem idosos, são entregues com doenças crônicas", disse Alexandre Costa, coordena- dor da ONG. Adote um filhotinho da Mel A mais recente ação da ProAni- ma é o carinho e o cuidado que a instituição vem dedicando à cade- la Mel. Ela foi encontrada em Pla- naltina do DF há duas semanas abandonada na rua, recém-pari- da, apática e muito fraca, num dia de muito frio. Foi acolhida por uma moradora da cidade que a encon- trou e posteriormente diagnostica- da com anemia profunda e com tu- mores mamário e venéreo (TVT). É uma cadela extremamente do- ce e educada, provavelmente já te- ve um lar. Está amamentando qua- tro filhotes que em breve estarão disponíveis para adoção. A ProAnima está fazendo uma campanha de arrecadação de re- cursos para pagar as despesas na clínica veterinária, para as sessões de quimioterapia da Mel e para va- cinar e castrar a mãe e os filhotes. É importante esclarecer que a ProAnima não tem abrigo, não acolhe e não resgata animais. A ONG estimula o acolhimento dos bichinhos em lares temporários até que a adoção seja efetuada e, enquanto isso, ajuda nas despesas de alimentação, tratamento veteri- nário, etc. Daí a importância das doações. Se você deseja colaborar com a campanha para ajudar a custear o tratamento da Mel ou adotar um filhote dela, os contatos são: proa- nima@proanima.org.br; Insta- gram: @proanimadf ou Facebook: ProAnima S A I BA MAIS » Segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), a população pet no Brasil é de cerca de 140 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves e répteis e pequenos mamíferos. A maioria é de cachorros, com 54,2 milhões de bichos, e gatos, com 23,9 milhões). » Desses, 3.9 milhões — 2,7 milhões de cães e 1,2 milhões de gatos — estão em condição de vulnerabilidade, vivendo sob tutela de famílias abaixo da linha de pobreza ou nas ruas, mas recebendo cuidados de pessoas. 60% DE CRESCIMENTO NO NÚMERO DE PESSOAS QUE QUEREM SE DESFAZER DE BICHOS NO DF Morre em Niterói a 1ª Miss Brasil Morreu no último sábado, aos 87 anos, a baiana Martha Rocha, a primeira Miss Brasil. Nascida em Salvador, ela morava em Ni- terói, região metropolitana do Rio de Janeiro, e teve insuficiên- cia respiratória. "A vida dela foi muito sofrida nos últimos anos, ela estava aca- mada há muito tempo e não conseguia andar. Morreu sem muito sofrimento. Ela já estava cansada. Rodeado de pessoas que cuidavam dela", disse o filho Álvaro Piano ao site G1. "Esses úl- timos meses a gente só se falava através de contatos telefônicos. Sinto falta da minha mãe, mas ela descansou. Fica na memória uma pessoa que, apesar da fama toda, ela era super simples, brin- calhona, moleca", contou. "Adorava natureza. Viveu 12 anos em Volta Redonda perto do meu irmão. Saiu de lá porque a saúde dela começou a se deterio- rar. Trouxe ela para Niterói há 6 anos”, completou Álvaro. O corpo da ex-miss foi enterrado ontem. Maria Martha Hacker Rocha foi eleita Miss Brasil em junho de 1954, no primeiro ano de rea- lização do concurso no país. No Miss Universo daquele ano, ela ficou em 2º lugar, atrás da ameri- cana Miriam Stevenson. Uma lenda dizia que ela só perdeu o título por "duas polegadas" do quadril, fato que ela mesmo des- mentiu. Martha teve três filhos e foi ca- sada com o banqueiro portu- guês Álvaro Piano, que morreu em um desastre aéreo, e com Ro- naldo Xavier de Lima. Nas redes sociais, em 2019, ela divulgou que, por questões financeiras, estava vivendo num lar de ido- sos em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Segundo seu rela- to, a ex-modelo perdeu todo o seu dinheiro para o cunhado. MARTHA ROCHA R E P RO D U Ç Ã O Martha Rocha tinha 87 anos e estava bastante doente Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 202010 BRASIL PRONTIDÃO E AMOR O futuro não é dos fracos ou dos fortes. O futuro e a vitória são dos que estão prontos. Se você não está pronto para enfrentar a adversidade e até mesmo o ânimo para prosseguir com a rotina e a vida, muito menos estará para servir aqueles que já estão p ro ntos . Prontidão é uma ferramenta poderosa para esses dias em que tudo acontece muito rápido e não temos real perspectiva do amanhã. Não confunda prontidão com per feição. Pessoas prontas não perdem oportunidades, não reclamam destas, mas criam circunstâncias para produzi-las. Permita-se a estar pronto. Mensagem do Pastor Adriano Mendes G I L B E RT O AMARAL Com Lia Dinorahg i l b e r toa m a ra l .c o m . b r Assembleia da ONU Mais uma vez o Brasil, como sempre acontece todos os anos, será o primeiro a discursar, em setembro, na abertura da Assembleia Geral da ONU. O presidente Jair Bolsonaro (foto) deve estar pensando na sua oratória, só não tem certeza se o evento será de fato realizado por conta da pandemia do novo c o ro n av í r u s . P i o n e i ro Oswaldo Aranha (foto) — que foi ministro de Relações Exteriores de Getúlio Vargas, levando o Brasil à Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, e depois chefe da delegação brasileira na ONU — teve papel relevante nas negociações que levaram à criação da organização. Novos voos As operações aéreas no Aeroporto de Brasília estão sendo intensificadas neste mês com a retomada de novos voos e mais frequências diárias. São 12 novos destinos nacionais partindo da capital federal. A perspectiva é de um crescimento de 640% em relação ao mês de abril, que apresentou o pior fluxo de passageiros dos últimos 25 anos. Ainda não há previsão de retomada de viagens para o exterior. Campus Party Nos dias 9, 10 e 11 de julho, acontecerá em mais de 50 países, simultaneamente, uma edição totalmente digital e gratuita da Campus Party. Serão 24 horas ininterruptas de palestras e experiências virtuais, além da realização de um hackathon global, o Reboot the Planet, que tem como objetivo desenvolver soluções tecnológicas que ajudem a atingir as metas traçadas dos 17 Objetivos de Desenvolvimentos Sustentáveis propostos pela ONU. ITBI e custos cartorários A Caixa Econômica Federal anunciou a inclusão, a partir de hoje, do valor do Impostos sobre a Transmissão de Bens Imóveis e os custos cartorários para novos contratos de financiamento imobiliário assinados em todas as suas agências no país. Até então, o mutuário precisava arcar com essas despesas sozinho. Além disso, o banco público anunciou que o registro de imóveis passará a ser eletrônico, o que deve reduzir o tempo de espera de 45 para cinco dias. Romanceem Veneza No dia 10 de julho acontecerá o lançamento do livro A Gôndola Vermelha, romance de estreia da jornalista Andreia Salles (foto). A obra conta o relacionamento tórrido entre uma aristocrata e um gondoleiro, numa Veneza do século XVI. Tudo começa em um Carnaval de máscaras e, por vezes, possibilita ao leitor sentir o balanço das gôndolas e a brisa de um passeio no Gran Canale, ao mesmo tempo que fala da história de Veneza da época, tanto da vida de pessoas comuns quanto da alta sociedade. Queda acentuada Em decorrência da crise causada pelo coronavírus, as vendas do comércio brasiliense registraram queda de 11,63% no mês de maio, quando comparado com abril. O setor de serviços também apresentou redução. Caiu 15,81% em relação ao mês anterior. Já o turismo, que engloba agências, artigos de viagem, hotel e serviços de turismo, teve recuo de 52,02% em maio. Hotéis, academias, eventos, bares e restaurantes foram alguns dos segmentos mais prejudicados, o que agrava a crise com demissões, falências e prejuízos. Museus online A busca por alternativas possíveis de entretenimento aumentou neste período de isolamento e muitas atividades tiveram que ser reinventadas. Programas culturais como shows e cinemas passaram a ser feitos de forma online, para incentivar a população a ficar em casa. Uma opção que tem sido muito procurada é a visita virtual aos museus. O Oscar Niemeyer (MON) teve um aumento de 1.200% entre março e abril, em comparação com o mesmo período em 2019. Para quem quer conhecer novos lugares e períodos da história, o Museu Van Gogh e a Casa de Anne Frank, em Amsterdã, são ótimas opções por meio do Google Arts & Culture. Prejuízo pela... O Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA está pedindo ao Congresso U$ 1,2 bilhão em fundos de emergência, para compensar as taxas que não foram recolhidas em razão de uma redução do número de processos, por conta da pandemia. Houve, praticamente, uma paralisação nos serviços e era evidente que o apuro financeiro viria. ...paralisação de visto A USCIS pediu esse valor para manter as suas operações e sem essa ajuda ficaria sem fundos para funcionar durante o verão americano. Desde março, alguns processos vêm sendo suspensos, inclusive os de urgência em ações consulares, onde as pessoas pagam uma taxa extra para que o pedido fosse atendido em até 15 dias e, certamente, isso reduziu ainda mais a receita deles. ECONOMIA. Jornal de Brasília Brasília, segunda-feira, 6 de julho de 2020 11 Um escárnio contra os pobres PENTE-FINO DO TCU Servidores com altas aposentadorias e até mortos podem ter recebido o auxílio de R$ 600 RICARDO MORAES/REUTERS Quem mais precisa do auxílio se aglomerou para conseguir o benefício “Maior crise é a moral”, diz ministro Durante o julgamento do dia 1º, três ministros também protesta- ram sobre os achados da área téc- nica do TCU. "A maior crise que a gente enfrenta é a crise moral e es- se caso mostra bem isso", disse o ministro Augusto Sherman. Na semana retrasada, a Justiça do Rio Grande do Sul tentou bar- rar a veiculação pelo programa Fantástico, da TV Globo, de nomes de beneficiários que receberam indevidamente a ajuda do gover- no. A reportagem apresentava a comerciante gaúcha Ana Paula Brocco como exemplo dos que não tinham direito ao auxílio. Ela foi à Justiça, mas a decisão, consi- derada censura prévia, foi derru- bada em recurso da emissora a tempo da exibição. O relatório do TCU será enviado ao Congresso Nacional e à Casa Ci- vil da Presidência. O monitora- mento do auxílio emergencial é uma das medidas do TCU para veri- ficar os gastos públicos durante a pandemia. S A I BA MAIS » Atores, cantores e até um vencedor do Big Brother Brasil solicitaram o auxílio emergencial de R$ 600 concedidos pelo governo durante a pandemia do novo coronavírus. A maior parte, no entanto, afirma que nunca fez o pedido e teve os dados usados de forma fraudulenta. » Esse tipo de crime já tinha sido denunciado pelo jornalista William Bonner, 56 anos, que afirmou em maio, que o CPF do filho, Vinícius Bonemer, 22, tinha sido usado também para pedido do auxílio. » Agora, também parecem ter sido vítimas da fraude nomes como o da cantora Manu Gavassi, 27, dos atores Thammy Miranda, 37, e Theo Becker, 43, do humorista Batoré, 60, e do ex-BBB Cezar Lima, que ganhou R$ 1,5 milhão no programa em 2015. Dessas, apenas a solicitação feita em nome de Thammy foi rejeitada pelo governo. Mais de 8 milhões de pagamentos indevidos O Tribunal de Contas da União(TCU) decidiu enviar ao Minis-tério Público Federal (MPF) uma lista com os beneficiários que supostamente cometeram fraudes para receber indevidamente o au- xílio emergencial de R$ 600 do go- verno federal. Os auditores identi- ficaram pagamentos para aposen- tados, servidores e até mortos. Diante das graves irregularida- des, o ministro relator do processo, Bruno Dantas, decidiu enviar os "casos mais escandalosos" ao MPF para que os beneficiários sejam processados criminalmente. O auxílio emergencial é um be- nefício financeiro destinado a tra- balhadores informais, microem- preendedores individuais (MEI), autônomos, desempregados e pes- soas de baixa renda e tem por obje- tivo fornecer proteção emergen- cial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. “Re p u g n a ntes” Entre as irregularidades identifi- cadas pelo TCU, há, por exemplo, aposentados da Justiça Federal e do Banco Central na lista do socorro do governo. Pessoas com aposenta- dorias que vão de R$ 25 mil a até R$ 50 mil por mês. Caberá ao MPF in- vestigar cada situação e, eventual- mente, processá-los criminalmen- te caso se confirme o dolo. "Essa decisão se dirige apenas ao grupo de pessoas repugnantes, in- sensíveis e desprovidas de senso de ética, empatia e solidariedade com os que verdadeiramente depen- dem desses R$ 600 para comprar comida para si e para suas famí- lias", disse Bruno Dantas. No julgamento do caso, ocorrido na última quarta-feira (1º), Dantas afirmou que a área técnica respon- sável (Secretaria de Previdência) ve- rificou a existência de pagamentos a 17 mil pessoas que faleceram, 235 empresários com faturamento ele- vado, servidores, dentre outros. Os números foram obtidos após cru- zamento com mais de 70 bases de dados disponíveis. Res sa rc i m e nto O plenário acompanhou o voto do relator, que também determi- nou aos ministérios envolvidos, particularmente o da Cidadania, que conduza ações para o ressarci- mento dos valores pagos indevida- mente. Essa proposta não foi diferente daquela dada em um outro proces- so envolvendo o Ministério da De- fesa, que já recuperou R$ 16 mi- lhões até meados de junho pagos indevidamente a 25 mil militares que receberam a ajuda emergen- cial. Ainda faltam cerca de 28 mil oficiais a devolverem os recursos aos cofres públicos. Situação similar está em anda- mento com os casos envolvendo pessoas de alta renda, parentes de empresários ou de servidores que tiveram o nome aprovado pelo go- verno para a ajuda. A proposta de Dantas é que esca- pem da devolução somente aque- les que comprovarem terem sido alvo de fraudes ou que, ao contrá- rio, tenham como demonstrar o di- reito ao recurso. Segundo o relató- rio da área técnica do TCU, os valo- res pagos indevidamente podem chegar a R$ 1,3 bilhão caso não se- jam interrompidos logo. 17 MIL MORTOS PODEM ESTAR ENTRE OS BENEFICIÁRIOS Segundo o TCU, conforme infor- mações consolidadas de abril, fo- ram pagos, somente no primeiro mês de vigência do socorro do go- verno, R$ 35,8 bilhões a 50,2 mi- lhões de beneficiários. Em 2019, so- mente com o Bolsa Família, foram gastos R$ 32,5 bilhões. Em maio de 2020, foram pagos R$ 41 bilhões a 58,5 milhões de beneficiários, con- siderando pagamentos da primei- ra e segunda parcelas. Um desses relatórios de monito- ramento já havia apontado que cerca de 8,1 milhões de pessoas po- deriam ter recebido indevidamen- te o auxílio emergencial, por erro de inclusão. Outros 2,3 milhões de pessoas poderiam ter tido o auxílio emergencialnegado indevida- mente, neste caso por erro de ex- c l u s ã o. Além dos problemas com os pa- gamentos, o TCU também apontou "falta de diretriz" do governo nas despesas com saúde por causa, principalmente, da inexistência de coordenação das ações federais com a dos governadores. Uma primeira triagem do TCU no auxílio emergencial de R$ 600 identificou 17 mil mortos entre os beneficiários. Os recursos gastos com mortos chega a R$ 11 milhões. Os estados onde mais mortos re- ceberam a ajuda foi São Paulo (2.674), seguido de Minas (1.761), Ceará (1.512), Bahia (1.358), Pernam- buco (1.308) e Maranhão (1.299). Os seis estados concentraram 58% (R$ 6,4 milhões) dos pagamentos a mortos no país. Além dos casos de óbitos, os au- ditores também identificaram o recebimento de R$ 97,7 milhões por 134,2 mil servidores (federais, estaduais e municipais), embora tenham estabilidade de emprego e não sofreram cortes de jornada e salário. Aposentados pelo INSS também ganharam recursos do governo – 221,3 mil receberam R$ 141,6 milhões. (Julio Wiziack, Folha- press) Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 202012 ECONOMIA. Angústia e desesperança em uma Buenos Aires confinada PA N D E M I A Estudo constata que ânimo caiu acentuadamente na cidade após cem dias de dista n c i a m e nto JUAN MABROMATA / AFP Ansiedade, angústia e depres-são são alguns do impactosdo confinamento em Buenos Aires, um dos mais longos do mun- do. A quarentena ultrapassa cem dias e entrou em uma fase mais ri- gorosa esta semana, devido ao au- mento exponencial dos casos de c o r o n av í r u s . A pandemia não poderia ter acontecido em um momento pior para a Argentina. Após dois anos de recessão, a economia do país regis- trou uma queda de 26,4% em abril. "Hoje surtei e comecei a limpar tudo freneticamente!! Me virei de uma vez e dei de cara na porta. Es- tou entrando em um poço cada vez mais escuro e profundo, cheio de crianças pisando em mim", escre- veu Maria em uma conversa com as amigas. A professora, 42 anos, vi- ve entre aulas virtuais e seus três fi- lhos pequenos. No mesmo grupo do WhatsApp, Lídia, que mora sozinha, anuncia: "Vou beber um vinho agora". "Que- ro pegar covid, assim não toco mais no meu computador", diz Graciela, professora de pré-escola, que passa horas no Zoom com seus alunos pequenos, pais ansiosos e diretores exigentes. A vida passa em compasso de es- A médica e presidente da Asso- ciação Psicanalítica Argentina (APA) diz que as consultas são di- versas, mas coincidem em angús- tia, depressão, distúrbios do sono, insônia", diz Claudia Borensztejn, . Os mais resilientes mantêm au- las virtuais de ioga, meditação, dança e ginástica, como suporte para atravessar o confinamento. Ainda assim, 53,5% disseram apoiar a extensão do confinamento até 17 de julho, convencidos de que a me- dida "salva vidas", como reitera o presidente Alberto Fernández. Em um país que cultiva amiza- des e laços familiares, "é grande a saudade do abraço, apesar da tec- nologia disponível, faz falta o con- tato físico e sentar perto um do ou- tro", diz Esteban Korovsky, enge- nheiro industrial de 30 anos. pera com a quarentena obrigató- ria iniciada na Argentina em 20 de março e endurecida a partir de 1º de julho em Buenos Aires e arredo- res. A região concentra mais de 90% dos mais de 67 mil casos e 1.363 mortes e é lar de quase um terço dos 44 milhões de argentinos. "É muito difícil separar o efeito do confinamento da crise econô- mica e das incertezas sobre o traba- lho no futuro", diz a psicóloga Ali- cia Stolkiner, professora de Saúde Pública e Saúde Mental da Faculda- de de Psicologia da UBA e da Uni- versidade de Lanús. Em muitos casos, os auxílios es- Em um país que cultiva amizades e laço s familiares, "é grande a saudade do abraço, apesar da tecnologia d i s p o n í ve l “ Alguns adolescentes se tornaram mais noturnos para ocupar os espa- ços sem a presença de adultos. "Que- ro ver meus netos, quero abraçá-los, ter a vida familiar de antes. Isso me deixa muito triste", admite Virginia Barrientos, de 76 anos. "Quando a vó vai sair do telefone celular?" per- gunta um menino à sua mãe. "A angústia nem sempre é uma doença. Como uma pessoa não vai S A I BA MAIS » O governo espanhol anunciou ontem que vai retomar o confinamento para os moradores da região de Galícia, no noroeste da Espanha, por causa do aumento de novos casos do novo c o ro n av í r u s . » Ao menos, 70 mil pessoas ficaram em quarentena na cidade de La Marina até sexta-feira. De acordo com as autoridades locais, a exceção é só para os trabalhadores de cidades vizinhas, mas terão que comprovar o motivo da sa í d a . » O aumento de novos casos, segundo autoridades de saúde, aconteceu por causa dos bares reabertos na região, que levou ao acumulo de pessoas nos l o ca i s . » A Galícia foi a primeira região da Espanha a sair do confinamento no início de junho. No sábado, a região da Catalunha a também anunciou o confinamento de 200 mil pessoas. » No total, a Espanha registrou, até o momento, 205 mil casos confirmados do novo coronavírus, com 28 mil mortes. Maioria apoia extensão do confinamento tatais de quase 3% do PIB são insufi- cientes. Tristeza e ansiedade Após cem dias de confinamento parcial, o ânimo caiu acentuada- mente, de acordo com um estudo do Observatório Social da Universi- dade Nacional de La Matanza (UNML) realizado entre 27 e 29 de junho em Buenos Aires e periferia. Em um país famoso por ter qua- se 200 psicólogos para cada 100 mil habitantes, a pesquisa revelou que 43,8% dos entrevistados disseram que precisavam de atendimento psicológico devido à tristeza, de- sesperança, ansiedade, angústia e instabilidade emocional. Eles também apresentam intole- rância ao confinamento, senti- mento de solidão e pensamentos de morte. Psicólogos realizam ses- sões virtuais e associações de tera- peutas oferecem "cuidado e escuta" gratuitos. As ligações para a linha direta de prevenção do suicídio do- braram. No final de março, 80,7% disse- ram que estavam de bom ou muito bom humor e apenas 5,2% estavam de mau ou muito mau. Agora, as ta- xas estão em 39,5% e 34,4%, respecti- vamente. se angustiar em um momento de luto, de perda? Como pode não per- ceber a incerteza, se não houver cer- teza sobre o planejamento do futu- ro, sabe-se que nada jamais será co- mo antes?", alerta Alicia Stolkiner. Segundo a analista, "há uma par- te importante do mal-estar que vai além da quarentena, causada pela situação de catástrofe global. Isso altera a vida de todos". Jornal de Brasília Brasília, segunda-feira, 6 de julho de 2020 13 S A I BA MAIS » Após inúmeros problemas relatados por torcedores com a plataforma MyCujoo, o Flamengo liberou a transmissão da semifinal da Taça Rio pelo canal oficial no YouTube. » Rubro-negros vinham indicando diversos obstáculos com o aplicativo, desde login até adquirir ingressos. » Diante do cenário, a diretoria resolveu, então, exibir o jogo ao vivo na FlaTV. Surpresas e protestos na volta da Fórmula 1 GP DA ÁUSTRIA A Fórmula 1 abriu a temporada de 2020 com uma vitória tranquila de Valtteri Bottas, da Mercedes, mas com muita emoção para o res- tante dos pilotos. O finlandês conquistou sua oita- va vitória na carreira e ficou à frente de seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton, durante toda a cor- rida. Hamilton chegou a se aproxi- mar do líder algumas vezes, mas não ameaçou a vitória de Bottas. “Lewis foi muito rápido hoje, mas eu consegui gerenciar tudo. Não há melhor maneira de come- çar a temporada”, disse Bottas. Apesar de terminar em segundo na pista, Hamilton ficou apenas na quarta posição, fora do pódio. O britânico recebeu uma polêmica punição de cinco segundos por evi- tar a ultrapassagem de Alexander Albon, da Red Bull Racing (RBR). Al- bon acabou saindo da pista e per- deu a possibilidade de pontuar. A segunda colocação ficou com Charles Leclerc. Largando na séti- ma posição, o monegasco de 22 anos fez uma boa corrida e acele- rou no fim, mesmo com uma Fer- rari com muitosproblemas e lon- ge de ser a ideal. Quem completou o pódio foi Lando Norris, da McLaren. O piloto largou em quarto e, e após um due- lo com Sergio Perez, da Racing Point, recuperou a posição. Além das ultrapassagens, aban- donos e de surpresas, o GP da Áus- tria também foi marcado por um protesto anti-racismo. Vestindo uma camisa com a frase end racism (fim ao racismo, em inglês), os pilo- tos se reuniram em duas filas e se ajoelharam. Hamilton, único piloto negro da Fórmula 1, utilizou a cami- sa com a frase Black Lives Matter (Vi - das negras importam, em inglês). A Fórmula 1 volta no próximo fim de semana, no mesmo circuito de Spielberg, na Áustria. Fla e Flu na disputa pela Taça Rio CARIOCA Vitória do Rubro-negro e empate do Tricolor colocaram os times na final do campeonato Sem sustos, o Flamengo confir-mou o seu enorme favoritis-mo dentro de campo e está na final da Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca. Na tarde de ontem, no Maracanã vazio, a equipe superou o Volta Redonda por 2 x 0, com dois gols de Bruno Henrique. O adversário do Flamengo na de- cisão será o Fluminense, que empa- tou sem gols com o Botafogo e avançou por ter melhor campanha na fase de grupos. O jogo será dis- putado na quarta-feira no Maraca- nã. Na final, não haverá vantagem do empate para ninguém e, caso o confronto termine empatado, a de- cisão acontecerá nos pênaltis. O mando de campo será definido por sorteio. Caso conquiste a Taça Rio, o Flamengo será declarado campeão estadual, porque também venceu a Taça Guanabara primeiro turno — e tem a melhor campanha geral. Mais solto no jogo, o Flamengo conseguiu passar pela forte marca- ção do Volta Redonda com passes rápidos para marcar o primeiro gol aos 21 minutos. Filipe Luís tocou pa- ra Gabriel, que de primeira acionou Bruno Henrique pelo lado esquer- do da área. Uma bela assistência. Bruno passou o pé direito na bola e tocou no lado oposto do goleiro. Na volta do intervalo, antes dos dois minutos, Gerson finalizou den- tro da área, mas parou na excelente defesa de Douglas. Aos quatro, po- rém, o goleiro não conseguiu evitar o gol. Gabriel deu nova assistência perfeita. Desta vez ele tocou em pro- fundidade para Bruno Henrique, que driblou o goleiro e tocou rastei- ro para fazer o segundo. O Flamengo seguiu dominando totalmente a partida e só não am- pliou por conta de repetidas defe- sas do goleiro adversário. Ele evi- tou, pelo menos dois gols em chu- tes de Gabriel e Michael. A primeira boa chance do Volta Redonda no segundo tempo sur- giu aos 22 minutos, quando Saulo Mineiro foi lançado atrás do setor defensivo e chutou de esquerda pa- ra fora. Apesar de continuar no ata- que, o Flamengo diminuiu o ritmo. Nem precisava forçar. Sem emoção Fluminense e Botafogo fizeram um jogo sem muitas emoções na tarde de ontem. Melhor para o time tricolor, que garantiu vaga na final da Taça Rio com o empate sem gols. Por ter realizado melhor campa- nha na fase de grupos, o Fluminen- se tinha a vantagem do empate. Antes da bola rolar, jogadores de Fluminense e Botafogo posaram juntos com uma faixa dizendo: "Respeitem nossa história". Os dois clubes eram contrários a retomada do Campeonato Carioca neste mo- m e n t o. ALEXANDRE DURÃO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Na tarde de ontem, no M a raca n ã va z i o, F l a m e n go superou o Volta Redonda por 2 x 0, com gols de Bruno Henrique MARK THOMPSON /POOL/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO GP da Áustria foi marcado por protesto anti-racismo na manhã de ontem Mesmo tendo a vantagem do empate, o Fluminense começou a partida em cima do Botafogo e as- sustou logo aos três minutos. Nenê cobrou falta na marca do pênalti e Nino desviou com muito perigo Gatito Fernández só acompanhou. Depois de muito tempo sem con- seguir chegar com perigo, o Flumi- nense voltou a assustar aos 37 mi- nutos em chute de Yago pela linha de fundo. Logo depois, Nenê co- brou falta e viu a bola passar ras- pando a trave de Gatito Fernández. Na volta do intervalo, o Botafogo chegou logo aos sete minutos em finalização de Pedro Raul por cima do gol. Em uma das melhores oportunidades, Fred recebeu de Wellington Silva e chutou "masca- do". A bola passou perto da trave. Precisando da vitória para se classificar, o Botafogo só não abriu o placar aos 26 minutos porque a fi- nalização de Bruno Nazário explo- diu na trave. Nos minutos finais, o Botafogo partiu com tudo para ci- ma e o Fluminense passou a explo- rar o contra-ataque. Em um desses lances, Evanilson foi travado por Marcelo Benevenuto na hora do chute. Aos 45, o atacante tricolor cabeceou e Gatito Fernández espal- mou para escanteio. Jornal de BrasíliaBrasília, segunda-feira, 6 de julho de 202014 CARLOS ALBERTO JR. rote i r i c es @ g m a i l .c o m “T o the worm that first gnawed at the cold flesh of my cadaver I dedicate as a fond remembran - ce these posthumous memoirs.” A frase que você acabou de ler é a versão em inglês da famosa e surreal dedicatória do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”. A monumental obra — lançada origi- nalmente em 1881 — ganhou em junho uma nova edição em inglês pela Penguin, com tradução da norte-americana Flora Thomson-DeVeaux, que agora vive no Brasil. Nos EUA, The Posthumous Memoirs of Brás Cubas esgotou nas primeiras 24 horas após o lançamento. Nesta entrevista — ori - ginalmente do meu podcast, Roteirices —, Flora fala do inesperado sucesso e dos desafios de ver- ter Machado ao inglês. “Espero que o Machado seja lido em toda a sua plenitude” Flora, qual sua relação com o Brasil e com o português? Qual chegou primeiro à sua vida? Olha, nenhum dos dois estava na minha vida antes de eu entrar na faculdade. Eu cresci na Virgínia [EUA], sou de lá; estudei espanhol no Ensino Médio — e, quando en- trei na faculdade, só sabia vaga- mente que queria fazer algo de Hu- manas. Pensei que talvez a literatu- ra latino-americana figurasse, mas não era a prioridade. E acabei cain- do num open house do departa- mento — em Princeton — e o povi- nho, muito simpático, chegou lá com panfletos, falando que ia ser superfácil aprender português, já que eu já falava espanhol — es sa s mentiras. Até porque todo mundo que fala português certamente fala espanhol, não é? [risos] Ah, sim: uma vez que você fala es- panhol, é um pulo — são seis sema- nas. Então primeiro foi a língua; antes disso, tinha tido pouquíssi- mo contato com o Brasil, o que dirá com a literatura brasileira. Passei o primeiro semestre sofrendo com a língua, um pouco indignada com aquele pessoal simpático... Mas você já tinha lido algum autor brasileiro naquela época? Não. A minha porta de entrada para a literatura latino-americana foi [Jorge Luis] Borges. E qual foi o primeiro livro bra- sileiro, de autor brasileiro, an- tes de você começar a dominar o português? PAULA SCARPIN Cara, não me lembro, porque a gente foi tendo contato com a lite- ratura através das aulas de língua. Trechos de obras. Trechos. A gente chegou a ler Dois Irmãos [romance de Milton Ha- toun] e fiquei muito chateada, por- que era muito vocabulário; eu pre- ciso voltar a ler Dois Irmãos já como falante de português, porque é muita planta, muita coisa, tinha que ficar abrindo o dicionário toda hora... Mas o primeiro livro que realmente me impactou foi a bio- grafia que o Ruy Castro escreveu da Carmen Miranda. Traduzi e me apaixonei. Foi muito difícil — eu lia cada frase 15 vezes —, mas acabei me apaixonando, não só pela prática da tradução, como também por to- do aquele mundo da música brasi- leira dos anos 30. Carmen continua uma grande paixão na minha vida. O português que você apren- deu na universidade era o brasi- leiro? Era misturado. A primeira pro- fessora de português que eu tive era uma norte-americana que ti- nha sotaque meio baiano, meio pernambucano, porque estudava Luiz Gonzaga. Depois, tive aula com uma inglesa que estudou em Coimbra, então peguei um pouco do sotaque
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