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Questões Dissertativas - Introdução à Filosofia

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Questões Dissertativas de Introdução à Filosofia 
 
Aula 01 
01) Que diferenciação podemos fazer do uso popular do termo 
“filosofia” da atividade filosófica? 
Resposta: Deve-se diferenciar a filosofia, enquanto atividade 
intelectual do pensamento, do uso corriqueiro que se faz do termo 
como visão de mundo, isto é, “filosofia de vida”. Ter uma “filosofia de 
vida” de maneira alguma se equipara a fazer filosofia. Este tipo de 
percepção está ligada à tendência atual de perceber a filosofia como 
uma espécie de auto-ajuda sofisticada, que é uma percepção 
equivocada sobre o que seja a filosofia. (p. 02) 
02) Por que um problema filosófico não é empírico? 
Resposta: Os problemas da filosofia são problemas perenes e não há 
possibilidade de confirmação ou refutação observacional das possíveis 
respostas. Quando um problema se mostra empírico, ele se mostra 
como um problema científico, não filosófico. (p. 02) 
03) Onde reside a importância do estudo da história da filosofia para 
sua própria compreensão? 
Resposta: O estudo da história da filosofia possibilita a percepção da 
grande variedade de abordagens e perspectivas desenvolvidas pelos 
inúmeros pensadores através dos tempos, assim como as várias 
definições por eles dadas à filosofia. (p. 02) 
04) O que há de comum às diversas abordagens históricas dos 
problemas filosóficos? 
Resposta: O diálogo constante, mesmo que com enorme distância 
temporal; a argumentação, desenvolvida por meio das regras lógicas 
do pensamento; a coerência, que foge da contradição com os fatos e 
entre as idéias; o questionamento constante sobre tudo; e os 
problemas, que permanecem os mesmos com respostas diferentes e 
contraditórias ao longo do tempo. (p. 02) 
 
Aula 02 
01) O que significa dizermos que os primeiros filósofos tinham uma 
“preocupação cosmológica”? 
Resposta: A filosofia ocidental nasceu na Grécia, entre os séculos VII 
e VI a.C., com uma preocupação eminentemente cosmológica. Os 
primeiros pensadores gregos estavam tomados pela preocupação em 
responder à questão da ordem do universo (cosmos). (p. 01) 
02) Quais os mal-entendidos acerca da passagem do mito ao logos? 
Resposta: Dentre os mal-entendidos comuns, pode-se destacar a 
suposição de que a passagem do “mito” ao “logos” se deu de maneira 
definitiva, com o abandono total de referências sobrenaturais, assim 
como achar que a explicação filosófica é dotada de razão, ao passo 
que o mito seria destituído dela. (p. 01) 
03) Como a obra dos poetas gregos Homero e Hesíodo mostram as 
características mutantes da sociedade grega durante o período de 
passagem do mito ao logos? 
Resposta: Na obra de Homero se evidencia a hierarquia dos deuses 
gregos e percebe-se que, por mais que a vontade divina submeta o 
curso da vida humana, esse processo de interferência não é 
misterioso. Dada a grande preocupação com o arbítrio dos deuses, os 
gregos antigos procuravam utilizar todos os processos naturais a seu 
dispor para obter algum controle sobre a ação divina. Na Teogonia de 
Hesíodo, tem-se a apresentação da árvore genealógica da mitologia 
grega, desde os primeiros deuses até o apogeu e comando final de 
Zeus. Expressas mitologicamente em termos de procriação e 
consangüinidade, as idéias lógicas de implicação, dedução e 
associação permeiam todo o texto do poeta. Assim, até mesmo os 
deuses passam a fazer parte da mesma “natureza”, na qual, os 
homens se encontram e começam a ser percebidos como submetidos 
aos mesmos princípios. 
Tanto na Ilíada quanto na Odisséia, Homero apresenta uma 
concepção de virtude (areté) como um traço distintivo da origem por 
nascimento do indivíduo; o aristoi é o nobre, e ele o é, porque possui 
areté (virtude). Temos a expressão de uma sociedade aristocrata, 
onde a virtude é de alguns em função do nascimento e isto os torna 
superiores. Em Hesíodo, especificamente no poema Os trabalhos e os 
dias, a virtude é resultado do esforço, do trabalho empreendido pelo 
indivíduo; não é mais uma questão de sangue. Nesta sociedade, 
qualquer homem pode ser virtuoso, contanto que se esforce para 
isso. Homero é a voz de um mundo aristocrático e Hesíodo fala de um 
mundo onde a experiência com os princípios democráticos começa a 
acontecer. 
A democracia supõe a igualdade entre indivíduos, isto é, estão no 
mesmo nível quanto aos direitos políticos. A palavra, a opinião e o 
voto dos iguais têm o mesmo valor dentro do grupo democrático. Mas 
o mais importante é que uma vez que o voto iguala os homens, é 
necessário convencer o outro de suas idéias. Mais do que nunca, 
torna-se necessário desenvolver a argumentação, a lógica e a 
retórica, que serão não somente instrumentos da prática política, mas 
o instrumento do desenvolvimento intelectual (p. 01-02) 
04) Em que a democracia grega era paradoxal em relação ao 
entendimento que hoje temos de democracia? 
Resposta: A democracia grega era restrita aos cidadãos adultos, 
deixando de fora além dos escravos, jovens, mulheres e estrangeiros. 
Quando existiu, a democracia grega foi acompanhada pela 
escravidão. Para muitos gregos, a escravidão era uma condição 
natural de alguns indivíduos. Assim, alguns indivíduos nunca estariam 
no mesmo patamar que outros; como era o caso não só dos 
escravos, mas também das crianças e mulheres. (p. 02) 
05) Por que os filósofos pré-socráticos são também chamados 
filósofos da natureza e são representantes do período de passagem 
do mito à filosofia? 
Resposta: A preocupação destes primeiros pensadores (physis) é 
cosmológica, isto é, procuravam neste mundo um princípio que 
explicasse sua existência e ordem, daí “filósofos da natureza”. De 
alguns destes pensadores, pouco ou nada restou de seus escritos, 
mas da leitura dos fragmentos que sobreviveram ao tempo, é 
possível perceber como seu pensamento filosófico está permeado de 
mito (religião), pois seus argumentos são apresentados como 
verdade revelada pelos deuses. Em conjunto com um linguajar 
poético, esta verdade revelada, ao mesmo tempo filosófica e 
religiosa, é de difícil compreensão e exige uma hermenêutica 
sofisticada. Mas suas explicações não fazem mais referência aos 
deuses como sendo a causa única dos acontecimentos deste mundo. 
(p. 04) 
 
Aula 03 
01) Qual a importância dos sofistas na história da filosofia? 
Resposta: Modificaram a perspectiva do pensamento que até então 
se centrava na questão sobre a natureza, a chamada questão 
cosmológica, e se deslocou para a questão antropológica, a questão 
sobre o homem e tudo que o envolve. Os sofistas além de serem 
responsáveis por essa virada na percepção do pensamento, foram 
responsáveis por: desenvolver a idéia de difusão do ensino (eram 
professores remunerados) para todos e não só para alguns; 
estabelecer com seu nomadismo (viajavam de cidade a cidade) uma 
perspectiva cultural ampla; consolidar um espírito de liberdade de 
pensamento; despertar o interesse pela linguagem, revalorizando a 
retórica e a lógica. (p. 01) 
02) Qual a razão da conotação negativa que o termo “sofista” 
adquiriu? 
Resposta: Foram mal aceitos pela sociedade ateniense, que não via 
com bons olhos estrangeiros que vendiam o conhecimento, 
apresentavam novos e diferentes costumes e que, em geral, não 
acreditavam na verdade e na possibilidade de se atingir um 
conhecimento certo. Estas posições levaram pensadores como 
Sócrates, Platão e Aristóteles a realizar uma crítica das idéias dos 
sofistas. Aliado a isto, está a ligação do nome aos ensinamentos de 
um grupo deles preocupados apenas com técnicas de convencimento 
político e persuasão pessoal. (p. 01-02) 
03) Qual a importância da alma para o pensamento de Sócrates? 
Resposta: Para Sócrates, o homem se define em função de sua alma 
(psyché) e não de seu corpo; a matéria corporal atrapalha o pleno 
desenvolvimento da alma que é a fonte do que o homem tem de 
característico, a razão. Acreditando na imortalidadeda alma humana, 
compreendia a filosofia como uma preparação para a morte, uma vez 
que esta propiciava o aprimoramento do espírito, em detrimento da 
satisfação corporal. Preparada, a alma se livra do corpo e passa a 
viver em um mundo livre da matéria. (p. 03-04) 
04) O que caracterizava o método socrático de ensinar? 
Resposta: Sócrates acreditava que todos possuíam já dentro de si a 
verdade eterna e única e o conhecimento não era adquirido, e sim, 
lembrado. Esse método socrático, denominado maiêutica, era 
dialético e irônico, pois trabalhava para promover uma síntese a 
partir de posições contrárias e com o uso do gracejo; Sócrates 
procedia por meio de uma série de perguntas que desfaziam a ilusão 
do conhecimento tradicional e impensado (refutação), e procuravam 
construir, a partir do reconhecimento da ignorância, o conceito a ser 
estudado. A dialética procedia de definições menos adequadas, ou de 
exemplos particulares, até a definição universal. Ou seja, do 
raciocínio particular para o universal. Neste sentido, a sabedoria 
consiste em se reconhecer ignorante. (p. 04) 
05) No que consiste o chamado “problema socrático”? 
Resposta: Como nada escreveu, o pensamento de Sócrates deve ser 
percebido dentro dos escritos de seus discípulos, que sobre ele 
escreveram apresentando visões diversas e desenvolvendo escolas 
filosóficas de inspiração socrática. O principal de seus discípulos foi 
Platão, que escrevia diálogos nos quais Sócrates era sempre sua 
personagem principal. Reside nessa situação a dificuldade de 
diferenciar o que pensamento de Sócrates e o que é pensamento de 
Platão colocado na boca da personagem Sócrates. Além dos 
discípulos, Aristófanes, comediógrafo grego contemporâneo de 
Sócrates, escreveu As nuvens, onde ridiculariza Sócrates como um 
sofista. (p. 04) 
06) O que caracteriza a teoria das idéias de Platão? 
Resposta: Platão defendia a existência de um mundo das 
idéias/formas. Esse mundo eterno, perfeito e imaterial é o modelo do 
mundo material perecível em que vivemos e que é composto por 
cópias imperfeitas das idéias (formas). Existe uma hierarquia no 
mundo perfeito da idéias e, em função disso, inúmeras relações entre 
elas podem ser traçadas. (p. 05) 
07) Qual o reflexo da teoria das idéias para a concepção de 
conhecimento no pensamento de Platão? 
Resposta: Platão distingue a episteme (conhecimento) da doxa 
(opinião). Na episteme se tem o conhecimento verdadeiro e confiável, 
em contrapartida, na doxa, o mutável e inconsistente. O objeto do 
conhecimento deveria ser real e seguro, o que não podia ser 
garantido pelas coisas que percebemos pelos sentidos, mutáveis. 
Assim, o objeto do conhecimento não são as coisas físicas, mas as 
Idéias imutáveis. Há em Platão a “reificação” dos objetos do 
conhecimento, isto é, são coisas, mas o são de maneira diferente das 
coisas materiais. Como Platão assume a posição socrática de 
inferioridade da matéria - que é amorfa (sem forma) e só possui 
determinação por que é limitada pelas formas/idéias -, a alma é o 
elemento eterno e espiritual aprisionado no corpo, que teve sua 
origem no mundo das idéias. As almas perceberam, então, as idéias 
em sua perfeição e, após sua prisão em um corpo cujas janelas são 
os sentidos, as almas conhecem por reminiscência (lembrança), pois 
identificam as formas das coisas com as idéias eternas específicas. 
Essa percepção ocorre com o uso da razão, já que os sentidos, 
porque são materiais, falham constantemente e nos fornecem apenas 
opinião (doxa) e não a ciência (episteme), fornecida somente pela 
razão. (p. 05) 
08) Qual a visão de sociedade perfeita defendida por Platão, em 
especial em sua obra República? 
Resposta: Em sua interpretação do mundo social, Platão via com 
desconfiança a democracia, uma vez que foi nesse sistema de 
governo que Sócrates foi condenado à morte. A sociedade ideal de 
Platão possuía três estratos: trabalhadores, guerreiros e magistrados, 
cada um deles composto por indivíduos que já nasciam com um tipo 
de alma com a predisposição a um dos tipos de atividade. As uniões 
são permitidas e determinadas pelo Estado, que escolhe os cidadãos 
com a beleza, inteligência e destreza suficientes para procriar. As 
crianças são criadas e educadas em conjunto, em separado dos pais, 
para que sejam formadas em hábitos saudáveis. Nessa sociedade, os 
que se destacam em inteligência farão parte da classe dirigente, a 
dos chamados "reis-filósofos". (p. 06) 
09) Qual a diferença central do pensamento de Aristóteles do de seu 
mestre Platão? 
Resposta: Foi a crítica e recusa da existência do "mundo das idéias". 
Para Aristóteles, as idéias não se encontram em um mundo em 
separado; as idéias são produto da abstração que a mente faz do que 
é percebido pelos sentidos. Só há este mundo material no qual 
vivemos, e assim, os sentidos não são de todo enganadores, pelo 
contrário: são a porta de entrada de qualquer conteúdo que a razão 
trabalha. O que ocorre é que nossa razão passa, em um processo de 
gradativa complexidade e abstração, daquilo que é material para 
aquilo que não é. Desse modo, as idéias são resultado da apreensão 
daquilo que há de essencial nos objetos do mundo, aquilo que os 
define no que são. A idéia de "cadeira" é uma abstração daquilo que 
faz de alguns objetos cadeiras. (p. 07) 
10) No que o pensamento de Aristóteles é uma retomada do tema 
cosmológico iniciado pelos pré-socráticos? 
Resposta: Aristóteles desenvolve a física e a metafísica iniciadas 
pelos pré-socráticos. Determina a análise do mundo pelo que ele tem 
de geral, desenvolvendo os conceitos de causa (material, formal, 
eficiente, final), substância, acidentes, ato, potência, etc. Dentro de 
sua perspectiva, o ser humano é definido como uma composição de 
matéria e forma, onde seu corpo é a matéria e sua alma é sua forma. 
A alma é princípio de vida e qualquer ser vivo possui um tipo de 
alma. Só o ser humano tem alma intelectiva, responsável por sua 
capacidade racional, além das almas vegetativa (permite a 
alimentação) e locomotora (permite o movimento). Em algumas 
partes da obra de Aristóteles, ele dá a entender a possibilidade de a 
alma intelectiva ter existência desvinculada do corpo, mas em outras 
fala da indissociabilidade entre corpo e alma. (p. 07) 
11) O que caracteriza a ética aristotélica e como ela está ligada à 
política? 
Resposta: Considerando que o ser humano se distingue dos demais 
animais por sua racionalidade, o fim do ser humano deve satisfazer 
essa característica. Todos os indivíduos desejam a felicidade, 
compreendida das mais diversas formas, mas apenas o 
desenvolvimento do intelecto e das virtudes propicia a máxima 
felicidade, o que não caracteriza um desprezo aos aspectos corporais, 
pois, para Aristóteles, as necessidades materiais têm de ser 
satisfeitas para atingirmos a contemplação. Só se atinge a felicidade 
por meio da virtude que é uma disposição para agir prudentemente 
entre posições extremadas. Segundo Aristóteles, a ação é imperfeita 
por falta ou por excesso e a virtude está no meio. Ao mesmo tempo 
em que o ser humano é um animal racional, também é um animal 
político, social; o ser humano somente consegue sobreviver em grupo 
e é nele que pode desenvolver sua potencialidade. A pólis (cidade) é 
uma extensão natural do primeiro núcleo social, a família. Sendo 
assim, o indivíduo tem na política, na arena social, o ambiente 
propício para o desenvolvimento das virtudes. A política é vista como 
uma extensão da ética, pois o Estado existe para o bem-comum e é 
necessário à felicidade. (p. 07-08) 
 
Aula 04 
01) O que caracteriza os estóicos, os epicuristas e os céticos (escolas 
de filosofia do período helenístico)? 
Resposta: Os estóicos defendiam a apatia, isto é a eliminação dos 
desejos como caminho da felicidade; os epicuristas procuravam a 
ataraxia, ausência de preocupações e perturbações, e umequilíbrio 
dos prazeres; e os céticos desconfiavam não somente da 
compreensão do que leva à felicidade, mas também duvidavam da 
possibilidade de se atingir a verdade. (p. 01) 
02) O que no Cristianismo foi responsável pela aversão primeira 
causada nos pensadores gregos e romanos? 
Resposta: O mundo greco-romano rejeitou o cristianismo por causa 
de sua mensagem universal e monoteísta, sua nova idéia de amor 
(caridade), sua concepção de virtude, a idéia da encarnação divina na 
figura de Cristo, a importância da liberdade humana como fonte da 
responsabilidade moral e o sentido exterior ao mundo da vida 
humana. (p. 02) 
03) Qual a razão do nome “patrística” dado à primeira filosofia 
cristã? 
Resposta: Os pensadores cristãos encontraram na filosofia o 
instrumento para a defesa racional de sua fé. Os chamados Padres 
Apologistas tinham como preocupação a defesa sistemática da fé 
cristã frente aos ataques da filosofia pagã; em razão disso a filosofia 
dos primeiros séculos do cristianismo foi chamada Patrística 
(pater=pai). (p. 02) 
04) Como Agostinho tratou a questão do mal? 
Resposta: Agostinho negou a existência do mal como uma 
substância. O maniqueísmo defendia que o universo é regido pelos 
princípios do bem e do mal, ambos com existência real. Segundo 
Agostinho, o mal é privação do bem. Ele deslocou o mal do campo 
cosmológico e da constituição do mundo, para o campo ético, o agir 
humano. Foi grande defensor da idéia do livre arbítrio em 
contraposição ao fatalismo do pensamento greco-romano. (p. 03) 
05) Por qual razão a filosofia medieval posterior ao século XIII se 
chamou “escolástica”? 
Resposta: A partir do século XIII, dois tipos de corporações 
existiam: a de estudantes, universitas scholarum (Bolonha), e a de 
professores e alunos, universitas magistrirum et scholarum (Paris). 
Era o aparecimento da universidade pela reunião das escolas. Os 
títulos, até hoje existentes, são o resultado de privilégios 
conquistados pelos cooperados, que na universidade já não se 
diferenciavam mais pelo nascimento, mas pela capacidade 
intelectual; formaram um grupo heterogêneo que se distinguia do 
resto da sociedade. Nas escolas e universidades era produzida a 
cultura de então; daí o nome da filosofia da época, Escolástica. (p. 
04) 
06) Como Tomás de Aquino tratou o problema das relações entre fé 
e razão? 
Resposta: Tomás de Aquino se preocupou em estabelecer as 
relações entre fé e razão. Para ele, a razão e a fé são modos distintos 
de se conhecer, mas não podem se contradizer. A razão é incapaz de 
compreender por si só os mistérios revelados, mas presta um serviço 
inquestionável à fé, demonstrando, ilustrando e defendendo. (p.05) 
 
Aula 05 
01) Que condições históricas, sociais e culturais diferenciaram o 
Período Moderno do Medievo? 
Resposta: Inicia-se a constituição dos Estados nacionais europeus, o 
que é a superação do sistema feudal, com seu poder político 
desagregado. A filosofia desvincula-se da teologia, adquirindo 
autonomia e tratando de uma quantidade maior de temas e 
perspectivas. O período moderno se mostra fecundo de descobertas 
científicas e técnicas observacionais que aumentam o campo de visão 
da humanidade. As descobertas de novas terras - financiadas pela 
burguesia que havia custeado também o aparecimento dos Estados - 
ampliam a percepção cultural do homem moderno. A modificação do 
sistema social estabelece cada vez mais as relações econômicas como 
as principais dentro do grupo social; as relações pessoais são 
relegadas a um plano secundário. As relações com Deus, 
intermediadas pela Igreja, passam a ser contestadas. (p. 01) 
02) Por que chama-se “dúvida metódica” a tentativa de Descartes 
refundar a filosofia em novos termos? 
Resposta: Descartes via na matemática o modelo que deveria ser 
seguido pela filosofia. Os avanços que a astronomia e a física 
obtiveram com a utilização da matemática instaram Descartes a 
estabelecer uma filosofia baseada na razão e em princípios 
incontestáveis. Em sua procura pelo ponto de partida que garantiria o 
conhecimento correto, o pensador francês começa um processo de 
dúvida que tinha como objetivo descartar qualquer coisa que pudesse 
ser objetável; é o que se convencionou chamar "dúvida metódica", 
pois era apenas um caminho para a certeza, não uma desconfiança 
quanto às possibilidades do conhecimento humano. (p. 03) 
03) Qual o ponto de partida (a certeza absoluta) da filosofia 
cartesiana? 
Resposta: A certeza absoluta a que Descartes chega é a constatação 
da própria existência como ser pensante (res cogitans), o que 
traduziu em sua frase mais famosa: se duvido, é porque penso, e 
se penso, existo (cogito ergo sum). A certeza da existência da alma 
possibilitará a reconstrução do conhecimento humano. (p. 03) 
04) Por que a filosofia de Descartes é dita dualista? 
Resposta: Em sua filosofia, Descartes distingue duas substâncias no 
mundo: a res cogitans, "a coisa pensante" (alma), e a res extensa, "a 
coisa extensa" (matéria). O mundo, que é matéria, se rege por leis 
mecanicistas, como as engrenagens de um relógio. A alma não é 
regida por essas leis e, no pensamento de Descartes, as relações 
entre corpo e alma são apenas ocasionais, pois não se influenciam 
mutuamente. (p. 02) 
05) Qual a relação, no pensamento de Hobbes, entre sua concepção 
antropológica (de ser humano) e sua filosofia política? 
Resposta: Hobbes defende que apenas existe a substância material, 
ou seja, aquilo que pode ser percebido pela mente humana através 
dos sentidos. Esse ser material, que é o homem, tem como traço 
natural o egoísmo. Seu estado natural é o da "guerra de todos contra 
todos", mas sua racionalidade faz ver que a existência da sociedade 
lhe propiciaria uma vida mais longa e segura. Entrega, após um 
contrato natural tácito, seus direitos naturais nas mãos de um poder 
soberano, que passa a exercê-los de maneira despótica para garantir 
a existência da sociedade e a preservação de seus membros. (p. 04) 
06) Por que a idéia de democracia representativa está ligada ao 
pensamento de Locke? 
Resposta: Locke é um contratualista, mas não acredita que em 
estado natural a situação seja a de guerra de todos contra todos. 
Locke argumenta que pela própria condição racional, as pessoas 
decidem por estabelecer um pacto implícito para a constituição da 
sociedade. Ao ceder parte de seus direitos para o governo, essa 
cessão não é incondicional; se o governante não prestar contas de 
suas obrigações para com aqueles de onde emana seu poder, então, 
ele perde a representatividade, pode ser destituído e substituído. (p. 
05) 
07) O que caracteriza Hume como um filósofo empirista? 
Resposta: Hume, como os demais empiristas, defendia que a única 
fonte de idéias em nossa mente eram os sentidos. Aquelas 
percepções mais próximas no tempo e no espaço formam as 
impressões, que possuem mais força e vivacidade. Quando essas 
impressões não possuem mais as percepções para lhes garantir a 
força, se tornam idéias guardadas na memória, mais fracas e tênues. 
(p. 06) 
08) O que é a alma/mente para Hume? 
Resposta: A mente humana liga idéias vindas da percepção e cria 
seres imaginários. A alma humana é apenas o conjunto dessas 
impressões e idéias e, uma vez que cessa a atividade dos sentidos, 
cessa a alma. (p. 06) 
09) Que crítica Hume faz à ideia tradicional de causalidade? 
Resposta: Na opinião de Hume, nossa mente tem por hábito criar 
relações entre fenômenos observados, isto é, estabelece uma relação 
que não está no fato em si, mas apenas na nossa disposição em vê-
los assim. A relação de causalidade - básica para a ciência - é uma 
construção mental, não a apreensão da realidade. Todo conhecimento 
é conjetural, uma interpretação que a mente humana realiza sobre os 
fenômenos individuais que observa. (p. 06) 
10) O que é o conhecimento para Kant? 
Resposta: Segundo Kant, a intuiçãosensível nos fornece os 
fenômenos indeterminados, o que por si mesmo não constitui 
conhecimento, dado serem percepções específicas sem traços de 
universalidade e necessidade. O conhecimento somente se constitui 
pela organização dos dados da intuição sensível por um elemento a 
priori que lhes dá forma e ordem. Esta estrutura racional ordenadora 
é uma lógica do entendimento e é vazia em si mesma, sem conteúdo. 
Sua função é objetivar o dado sensorial fornecendo a síntese (união) 
entre o particular sensorial e a universalidade da estrutura a priori 
que permite a própria constituição do conhecimento. Tanto espaço e 
tempo – formas a priori da intuição sensível que ordenam os 
fenômenos percebidos – quanto as categorias – conceitos puros que 
permitem a ligação dos fenômenos – constituem, ao mesmo tempo, o 
modo próprio daquele que conhece e o objeto conhecido. (p. 07) 
11) Que posição Kant toma em relação à existência de Deus? 
Resposta: Deus não pode ser conhecido pela razão, pois está além 
de seus limites. Entretanto, Kant argumenta que a razão, quando se 
refere ao agir, deve pressupor a existência da liberdade, da alma e de 
Deus, sob pena de não possuir critérios para determinar o 
comportamento, a responsabilidade e a punição. (p. 08) 
 
Aula 06 
01) Que críticas Hegel fazia ao pensamento de Kant? 
Resposta: Hegel criticava a idéia de Kant segundo a qual temos 
acesso ao fenômeno, mas não temos acesso ao númeno, a coisa em 
si. Para Hegel, não podemos nem mesmo afirmar a existência da 
coisa em si; nosso conhecimento se resume às idéias em nossa 
mente, em nossa consciência. Na filosofia de Hegel tudo que é 
racional é real e tudo que é real é racional, isto é, não há separação, 
como em Kant, das esferas teórica e prática. (p. 02) 
02) O que é a dialética hegeliana? 
Resposta: Em Hegel, há uma identidade entre o pensamento e a 
realidade; as regras do pensar são também as regras do mundo. 
Essas regras são regidas pelo princípio de contradição, que afirma 
que nada é idêntico a si mesmo e tudo se subordina à afirmação e à 
negação; é a dialética hegeliana que se mostra como princípio de 
ordenação do mundo material, da história da humanidade e, 
principalmente, como processo pelo qual o Espírito (Deus) se 
desenvolve e se mostra. Assim, Hegel vê sua época - em todos os 
seus aspectos econômicos, políticos, religiosos, artísticos, científicos e 
filosóficos - como o momento de culminância do processo dialético de 
desenvolvimento do Espírito; dessa posição, Hegel advogava o "fim 
da história", no sentido de que a partir de então, nada mais haveria 
de relevante a ser revelado. (p. 02-03) 
03) Por que se afirma como existencialista o pensamento de 
Kierkegaard? 
Resposta: O que é primário para todo ser é sua existência e é nela 
que o indivíduo de define. A existência, Kierkegaard a define como a 
subjetividade derivada da escolha. Assim, no pensamento do 
dinamarquês é correto se referir aos existentes com suas existências 
deliberativas, e não à “existência” em si mesma. Não há essência do 
ser humano; ela é construção existencial de cada indivíduo, que faz a 
si mesmo durante sua vida. Percebendo o quanto a posição única da 
existência do indivíduo causa angústia e desespero, Kierkegaard 
indicava como solução o salto no absurdo da fé, que possui princípios 
incompreensíveis à razão. (p. 03) 
04) Qual a crítica de Nietzsche à visão da religião (em especial, o 
cristianismo) e o que ele advoga em seu lugar? 
Resposta: Os homens fracos e incapazes se defendem frente 
àqueles que são superiores por meio de duas armas poderosas: a 
moral e a religião. Assim como todas as grandes religiões, o 
Cristianismo prega uma moral de cordeiros onde os medíocres - a 
maioria das pessoas - oprimem aos superiores; os pobres, fracos e 
humildes merecem tudo e aos fortes, orgulhosos e aristocráticos é 
reservada a condenação. Nietzsche prega o advento do super-
homem, aquele que é senhor de sua própria vontade, criador de sua 
própria moral. Uma vez que "Deus está morto", somente aquele que 
é superior aos demais tem a capacidade de assumir sua vontade, até 
então aprisionada. Esse homem está "além do bem e do mal", porque 
não é mais a sociedade que lhe impõe o certo e o errado, mas é ele 
que cria as virtudes necessárias a sua vida. (p. 03-04) 
05) O que caracteriza o positivismo de Comte? 
Resposta: Para Comte somente a observação é fonte de 
conhecimento científico e todos os demais conhecimentos não 
passam de ilusão, são “metafísica”. O termo "metafísica" adquire uma 
conotação pejorativa dentro do positivismo, fruto da crítica ao 
conhecimento humano nascida com a modernidade. O positivismo 
defendia a idéia de progresso contínuo e irreversível da humanidade 
(as civilizações passam por três fases de desenvolvimento), cuja face 
mais visível era o desenvolvimento da ciência e da técnica. Assim 
como a física tinha a função de explicar o mundo físico, uma 
disciplina própria deveria cuidar do mundo social, que deveria ser 
explicado por leis similares às das ciências naturais. Era a física 
social, dividida em estática social e dinâmica social. A primeira 
tratava da ordem social e a outra do progresso social. (p. 04) 
06) Qual a relação que o pensamento de Marx mantém com o 
pensamento de Hegel? 
Resposta: Ao mesmo tempo que nega o hegelianismo - afirmando 
que não há o Espírito, somente a matéria -, mantém do pensamento 
de Hegel o esquema dialético de desenvolvimento da matéria e da 
humanidade. A luta de classes, na filosofia de Marx, desempenha o 
papel visível de contraposição dos contrários que resulta em uma 
situação síntese que conterá dentro de si mesma sua contradição. A 
filosofia dentro da perspectiva marxista possui a função de incitar a 
mudança; não basta entender o mundo, é necessário modificá-lo. (p. 
05) 
07) Qual a mecânica de transformação da realidade material e social 
defendida por Marx? 
Resposta: Em consonância com o positivismo, Marx assume a crença 
no progresso inevitável da humanidade. As leis dialéticas são leis da 
matéria e por isso mesmo, determinantes de uma mudança contínua. 
A situação do modo de produção capitalista produz as condições para 
superação desse mesmo sistema, pois o capitalista maximiza os 
lucros através da exploração do trabalho do proletariado, mas isso 
tem um limite na capacidade física do trabalhador. O capitalismo 
aumenta a produção e os lucros maximizando a técnica, que exige 
cada vez menos trabalho assalariado, aumentando a produtividade. 
Ao mesmo tempo, desemprega uma massa de trabalhadores que não 
terá renda para consumir, o que leva a crises sucessivas de excesso 
de produção. Nesse momento, o proletariado assume o poder, 
preparando o caminho para a sociedade comunista, onde cada um 
receberia conforme suas necessidades e contribuiria conforme suas 
capacidades. (p. 06) 
08) O que caracteriza o pragmatismo? 
Resposta: O princípio básico é de que a verdade se define pelo 
critério da ação bem sucedida; o que dá resultados determina a 
aceitação como verdadeiro. O pragmatismo afirma de maneira clara 
que o método pragmático consiste no estudo de várias doutrinas do 
ponto de vista de suas conseqüências práticas e seus resultados. (p. 
06) 
09) O que é o “critério de demarcação” defendido pelos 
neopositivistas (positivismo lógico)? 
Resposta: Esse critério estabelece que somente proposições 
(sentenças) que possam ser reduzidas ao que é observacional 
possuem significado. Se uma proposição não se verifica por 
observação, ela é destituída de sentido; sentenças não verificáveis 
são sentenças metafísicas. Segundo os positivistas lógicos, somente 
são consideradas ciências aquelas áreas de conhecimento, cujas 
sentenças são verificáveis. (p. 08) 
10) O que é a filosofia para os neopositivistas? 
Resposta: Os positivistas lógicos chamavam a atenção para o fato 
de que a linguagem comum não seriaadequada para o conhecimento 
científico; defendiam, então, que somente uma linguagem artificial 
lógica e simbólica poderia tratar do conhecimento. O trabalho da 
filosofia estaria resumido à análise da linguagem das ciências por 
meio da lógica simbólica. Era essa linguagem que propiciaria a 
unificação das ciências, um ideal dos neopositivistas. (p. 08) 
11) O que é o falsificacionismo defendido por Karl Popper contra o 
critério de demarcação dos neopositivistas? 
Resposta: Popper defendeu um novo critério de demarcação, que 
segundo ele, não estaria na verificação, mas no caráter falsificável de 
uma teoria. Somente uma teoria que se coloca à prova - dizendo 
exatamente o que admite ou não e como isso pode ser testado - é 
tida como científica. Teorias que nunca podem ser falsificadas são 
teorias metafísicas. Mas, ao contrário dos positivistas lógicos, Popper 
não dizia que teorias metafísicas não possuíam sentido; eram plenas 
de sentido e muitas vezes fonte de teorias científicas. (p. 09) 
12) O que é a filosofia para Wittgenstein em sua segunda fase? 
Resposta: Wittgenstein defende a idéia de que o trabalho da filosofia 
é o de análise da linguagem comum; somos assombrados por 
fantasmas que nossa linguagem cria e a filosofia deve exorcizá-los, 
isto é, a filosofia é terapia lingüística que revela os significados. Nós 
estamos inseridos em diversos jogos de linguagem e somente por 
meio do contexto podemos apreender os significados. (p. 09) 
 
Aula 07 
01) O que Aristóteles entendia por “filosofia primeira”? 
Resposta: A "filosofia primeira", ou metafísica, seria a área da 
filosofia que abordaria as causas primeiras de toda a existência, o ser 
em si mesmo, que Aristóteles identificava com Deus. Em sua 
perspectiva, a metafísica equivalia a uma teodiceia, uma ciência de 
Deus, a primeira causa incausada de toda existência. (p. 02) 
02) Que tipos de problemas são próprios da metafísica? 
Resposta: De maneira introdutória pode-se dizer que a metafísica 
trata dos problemas do ser e da existência. O que existe? O que 
define a existência específica de algo e do todo? Que tipo de 
existência pode-se advogar da essência das coisas? Existem causas e 
quais? O que é necessário e o que é contingente? Todas estas são 
questões metafísicas. (p. 02) 
03) Como a morte está relacionada ao problema metafísico do 
sentido da vida? 
Resposta: A razão da existência pessoal e da existência é um 
problema metafísico e com reflexos imediatos para o nosso viver 
cotidiano, como por exemplo, os objetivos que você traça em sua 
vida e as ações que realiza para alcançá-los. Em especial este 
problema se coloca quando o homem se defronta com condição 
mortal. A morte apressa as questões acerca do significado da vida, 
além da definição de que é algo bom ou ruim. Procurar sentido no 
que fazemos pode estar nos desejos pessoais, nas preocupações 
sociais, ou em algo fora desse mundo. Alguns filósofos argumentam 
que não há sentido na existência pessoal, que se daria pelo acaso e 
demandaria a produção livre e pessoal de um significado, sob pena 
de se admitir até mesmo o suicídio como resposta à falta de 
significado da existência. (p. 03) 
04) O que dizem aqueles que advogam a subjetividade do sentido da 
vida? 
Resposta: Mesmo que se produza significado, este é apenas 
subjetivo, pois o universo demonstra uma indiferença constante à 
existência e ao que o ser humano produz, já que tudo será 
consumido pelo tempo e desaparecerá para sempre, mesmo as 
lembranças que tenham de nós e de nossas ações. Talvez o ser 
humano não devesse se preocupar tanto com sua existência como 
um ser único, achando que ele é especial. (p. 03) 
05) O que é a epistemologia e do que trata? 
Resposta: A epistemologia, ou teoria do conhecimento, trata de 
todas as questões acerca do conhecimento humano: como procede; 
de onde parte; seus limites; seus tipos. Ao procurar conhecimento, 
pretende-se encontrar crenças verdadeiras justificadas. Dentro desta 
definição encontram-se dois conceitos que devem ser clarificados: 
verdade e justificação. (p. 04) 
06) Sobre o problema epistemológico da verdade (o que é?), quais 
são as teorias expostas no texto? 
Resposta: Existem diversas "teorias da verdade", em outras 
palavras, teorias que definem o que é a verdade. Dentre elas temos a 
mais comum, que podemos chamar de "teoria da correspondência" 
ou "teoria especular". O termo "especular" se refere a espelho, pois 
supõe que os conhecimentos que cada pessoa possui se espelham a 
realidade ou correspondem ao mundo como ele é. Assim, verdadeira 
é a crença que reproduz a estrutura do mundo e falsa é a crença que 
não reflete esta estrutura. Uma outra teoria é a pragmatista. 
Segundo esta teoria, a verdade é uma característica provisória das 
crenças, ou seja, enquanto estas produzem o resultado esperado em 
termos de finalidades práticas, elas sustentam o status de 
verdadeiras. Esta posição está freqüentemente ligada ao 
instrumentalismo em ciência, que percebe as teorias científicas como 
instrumentos de manipulação da realidade que podem ser 
substituídos. (p. 04) 
07) Quais são as exigências epistemológicas de uma afirmação 
justificada? 
Resposta: Quanto à justificação, sua definição está ligada ao tipo de 
conhecimento que se pretende advogar, o procedimento necessário 
para atingi-lo e as evidências relevantes. A justificativa deverá 
possuir não só uma argumentação logicamente correta, mas também 
apresentar fatos plausíveis e não contraditórios em defesa do que se 
pretende afirmar como verdade. A plausibilidade dos fatos aventados 
e das crenças deve obedecer também ao critério de coerência. A 
exigência de coerência é a necessidade de que o conjunto de nossas 
crenças não inclua crenças contraditórias. (p .05) 
08) Por quais razões a filosofia da ciência se tornou área importante 
da epistemologia (teoria do conhecimento)? 
Resposta: O conhecimento científico, em especial o das ciências 
naturais, se desenvolveu enormemente a partir do início da 
modernidade com a Revolução Científica e a Revolução Industrial, 
tributária da primeira. A ciência se tornou, durante o século XIX e 
ainda hoje para alguns, o conhecimento privilegiado. A ciência tem 
uma enorme importância na sociedade de hoje, o que pode ser 
apreciado ao notar o grande interesse e dependência que se possui 
das questões científicas e tecnológicas. Aos filósofos interessam 
indagar o que caracteriza o conhecimento científico, seu método ou 
métodos, suas teorias e a realidade da qual pretende falar. (p. 06) 
09) O que o ceticismo advoga? 
Resposta: O ceticismo chama atenção para o fato de que 
constantemente o ser humano erra: nosso raciocínio se mostra 
errado, somos enganados pelos sentidos, confundimos sonho e 
realidade, e nossas teorias estão permanentemente se mostrando 
falhas. Em suma, não podemos dar crédito às nossas percepções e 
crenças, pois não possuímos garantia alguma da correção delas; no 
máximo podemos afirmar que temos opiniões acerca do mundo, 
nunca conhecimento de como ele realmente é. (p. 07) 
10) O que é a ética e quais os problemas de que trata? 
Resposta: As questões éticas são relativas ao agir humano. O que é 
certo fazer? O que não devemos fazer? Qual ou quais são as fontes 
da moralidade? Há alguma relação entre o certo e o útil? A felicidade 
pessoal é a justificativa final das ações humanas? Além das questões 
éticas de cunho geral referidas acima, existem as questões mais 
específicas, relativas à época em que se vive, em especial aquelas 
que dizem respeito à vida. (p. 07) 
11) O que são o relativismo e o subjetivismo moral? 
Resposta: O relativismo moral. A percepção de que existem variadas 
concepções morais que variam com o tempo, o lugar e os grupos é a 
base do relativismo moral. Ao se prestar atenção à história da 
humanidade percebe-se como os diferentes povos e civilizações 
possuíam concepçõescontraditórias acerca do certo e do errado; 
quando se observa as sociedades hoje existentes, pode-se notar que 
a percepção do bem e do mal também varia muito. A conclusão 
destas observações para o relativista moral é a de que a norma moral 
depende da sociedade em que se vive; o que é certo é aquele tipo de 
ação que a sociedade procura incentivar ou toma como normal, e o 
que é errado é a ação que aquela sociedade tenta coibir. Deste modo, 
para o relativista moral não podemos condenar moralmente as ações 
de determinado povo, pois este está simplesmente fazendo aquilo 
que pensa estar certo. Qualquer tipo de repreensão moral seria 
derivada de uma atitude etnocêntrica. A posição chamada 
"subjetivismo moral" é uma derivação do relativismo, pois defende 
que o certo e o errado são relativos ao sujeito, isto é, é aquilo que o 
indivíduo toma como o melhor e o pior para ele. (p. 08) 
12) No que as mais variadas críticas ao relativismo moral coincidem? 
Resposta: Há uma coincidência nas diversas respostas dadas ao 
relativismo moral, mesmo quando estas respostas não derivam 
teorias éticas comuns. Platão, Aristóteles, os filósofos cristãos da 
Idade Média, os racionalistas modernos, os empiristas, os 
utilitaristas, Kant e diversos outros pensadores não coincidiram em 
suas propostas de uma teoria ética definidora do certo e do errado no 
agir humano, mas todos eles coincidiram em suas críticas ao 
relativismo e na possibilidade de chegarmos racionalmente ao que 
usualmente chamamos de "regra áurea", uma norma moral universal. 
Nisto estão ao lado das maiores tradições religiosas da história da 
humanidade. As críticas ao relativismo e ao subjetivismo estão 
centradas na idéia da impossibilidade de crítica moral, de educação 
moral e reforma social ao admitirmos a posição relativista. Segundo 
os críticos do relativismo, basta que você se pergunte quais seriam as 
razões para condenar um ato em um grupo social diferente do seu ou 
em um subgrupo social da sociedade em que se está inserido. (p. 08-
09) 
13) Qual o problema com o subjetivismo moral? 
Resposta: Imagine você se o certo e o errado fossem os objetos do 
desejo dos indivíduos. A responsabilidade moral, assim como a 
imputação de culpa, não poderiam ocorrer dentro da sociedade. 
Novamente, como pais e educadores agem? Dizem a seus filhos e 
alunos "façam o que desejam"? A idéia de educação moral está 
justamente baseada no controle dos desejos subjetivos. (p. 09) 
14) Qual a tentativa kantiana para controlar o subjetivismo moral? 
Resposta: Há uma tentativa, com base no pensamento de Kant, de 
controlar o subjetivismo. Esta teoria faz referência ao conceito de 
"observador ideal". Um dos principais pensadores contemporâneos 
que advoga esta posição teórica foi o filósofo americano John Rawls 
em seu livro "Uma teoria da Justiça". Ao decidir sobre a ação, o 
indivíduo deve se colocar na posição de um observador ideal que 
procuraria ter o máximo conhecimento possível sobre a ação a ser 
realizada – inclusive as possíveis conseqüências – e procurar agir 
com total imparcialidade nas ações, isto é, levando os interesses de 
todas as pessoas – incluso ele próprio – igualmente em consideração. 
Uma das críticas a esta posição está ligada à exigência de total 
imparcialidade. Imagine. Você levaria igualmente em consideração os 
interesses de seus familiares e de um desconhecido? (p. 09) 
15) Como a questão do livre-arbítrio está ligada à ética, em especial, 
em sua relação com a noção de responsabilidade? 
Resposta: Toda nossa ação cotidiana e tomada em sociedade está 
baseada na crença que se possui no livre-arbítrio. Ao chamar atenção 
para ações humanas que estariam certas ou erradas; louva-se ou 
condena-se as próprias as ações e a dos outros; recompensa-se ou 
pune os atos realizados. A liberdade humana deve ter como 
característica básica a autonomia na escolha. Em algum momento 
nossa capacidade de decisão ou nossa vontade devem poder escolher 
sem nenhum constrangimento, sem nada que as determine. 
Diversos autores defenderam o determinismo como a posição teórica 
mais apropriada ao nosso conhecimento sobre o mundo e sobre o ser 
humano. Como o próprio nome já indica, o determinismo defende 
que todas as ações no mundo estão determinadas por causas 
anteriores a elas, incluso as ações humanas. Quando o ser humano 
age, estaria sujeito às habilidades biológicas inatas, aos valores 
instruídos pela família, aos preceitos e noções sociais em nós 
inseridos pelo grupo, às condições econômicas impostas pelos modos 
de produção e até mesmo aos inúmeros e desconhecidos fatores 
inconscientes que possuímos. (p. 10) 
16) Que paradoxo o determinismo traz à ética, e que resposta ele dá 
a este paradoxo? 
Resposta: Se o ser humano é livre, ao condenar alguém por fazer 
algo errado, o que se esta fazendo é dizer que se você estivesse em 
sua posição não faria o mesmo. Se o indivíduo é livre para agir, então 
tem responsabilidade por suas ações. Mas se o indivíduo não é livre, 
como defende o determinismo, então ele não possui responsabilidade 
moral sobre o que faz. Como poderia justificar uma punição por seus 
atos? Como poderia premiar e enaltecer suas ações, já que ele 
simplesmente fez o que fez determinado por causas anteriores? Este 
seria um resultado socialmente perverso do determinismo e alguns 
diriam que é motivo racional suficiente para se recusar o 
determinismo e admitir o livre-arbítrio. A resposta de alguns 
deterministas torna o problema mais complexo e perturbador. 
Segundo eles pode-se continuar premiando e punindo as pessoas, 
não porque elas tenham algum tipo de responsabilidade moral pelo 
que fazem, mas porque o prêmio e a punição servirão como mais um 
fator causal para que elas e as outras que vêem o fato o realizem ou 
não o cometam de novo. Em outras palavras, punir e louvar serve 
para condicionar as pessoas a determinados comportamentos. (p. 11) 
17) Qual a importância do conceito “virtude” para algumas 
concepções éticas, como a de Aristóteles? 
Resposta: O conceito de "virtude" será básico para inúmeras teorias 
éticas ao longo do tempo e por isso mesmo variará dentro de cada 
uma. A principal teoria ética das virtudes é a de Aristóteles , que via 
a ética como uma ciência prática. Como ciência prática ela não possui 
a precisão do conhecimento que se obtêm da natureza, mas é um 
indicativo e uma disciplina norteadora da ação humana. Para 
Aristóteles, a virtude é uma ação entre ações extremadas pela falta 
e pelo exagero; a virtude é uma ação entre dois extremos, como por 
exemplo, a coragem é a ação virtuosa entre aquela que erra pela 
falta – a covardia, que tudo receia – e a que erra pelo excesso – a 
temeridade, que nada teme. Para cada indivíduo envolvido, em cada 
ação específica e a cada objetivo almejado, a ação virtuosa variará. A 
teoria de Aristóteles influenciou a maior parte das teorias éticas 
cristãs a partir da apropriação da noção de virtude, que difere na 
abordagem grega e na abordagem cristã. Atualmente, o filósofo 
escocês Alasdair MacIntyre é o principal responsável pelo 
desenvolvimento de uma teoria ética das virtudes. (p. 11-12) 
18) Qual a importância da noção de “dever” para a ética de Kant? 
Resposta: Kant é responsável por uma das mais influentes 
elaborações éticas da filosofia. A pretensão kantiana foi a de 
estabelecer uma regra moral de aplicação universal que permitiria a 
determinação da correção de qualquer ação humana. Esta regra se 
configurou no chamado "imperativo categórico": age de tal maneira 
que seja seu desejo que todos ajam da mesma forma. Aplicada tal 
regra, o agente se defrontará com uma ação que é boa em si mesma, 
despreocupada de suas conseqüências. Independente dos resultados 
da ação, o que é categórico é bom e o é sem relação aos desejos 
pessoais e aos resultados efetivos para aquele que age e para 
aqueles relacionados à ação. Aética de Kant é extremamente rígida 
e vinculada à noção do "dever"; se você faz o que é certo, mas o faz 
almejando algo mais além de fazer o que é certo, então a ação foi 
viciada. (p. 12) 
 
Aula 08 
01) Do que trata a filosofia política e quais as contraposições 
clássicas dentro da disciplina? 
Resposta: A filosofia política é o questionamento filosófico acerca da 
estrutura política, dos sistemas de governo e da justiça. Os filósofos 
sempre se interessaram pela justificação das formas de governo, pela 
definição do que é a justiça e sua distribuição, pelas relações entre a 
política e a ética, pelos processos evolutivos e revolucionários dentro 
das estruturas políticas, pela liberdade e opressão políticas. 
Há dois tipos de contraposições teóricas clássicas na filosofia política 
que são exemplares na compreensão desta disciplina filosófica. A 
primeira diz respeito à origem da sociedade e está dividida entre 
naturalistas e contratualistas. A segunda fala das relações entre ética 
e política que apresenta aqueles que defendem uma regulação ética 
da política e aqueles que defendem uma regulação exclusivamente 
política. (p. 01) 
02) O que defendem os naturalistas? 
Resposta: Os naturalistas são pensadores que afirmam o aspecto 
natural e evolutivo do aparecimento e desenvolvimento das 
sociedades. O pensador naturalista por excelência foi Aristóteles que 
definia o ser humano como um animal político. Para este filósofo 
grego, o Estado é apenas o ápice do desenvolvimento social e 
gregário da natureza humana. O ser humano não é um ser solitário; 
pelo contrário, é um animal político, que vive, se define e aprimora 
somente dentro da sociedade. O núcleo social básico é a família, e 
dela vêm as demais organizações sociais, a tribo, a aldeia e o Estado, 
que para o grego antigo era a cidade. Esta progressão é natural e 
evolutiva, pois o homem não é uma besta que vive solitária, nem um 
deus que não precisa dos outros para existir. (p. 01) 
03) O que defendem os contratualistas? 
Resposta: Os contratualistas afirmam que qualquer sociedade surge 
em função de um pacto implícito entre os indivíduos que a comporão. 
As pessoas possuiriam diversos direitos que são naturais e por meio 
de uma decisão racional decidem por viver em grupo, abdicando de 
todos ou de alguns direitos naturais. A noção de "contrato", implícita 
no contratualismo, é abordada para mostrar o aspecto de tomada 
racional de decisão ao se formar o grupo social. A mesma noção 
serve para que percebamos que existem obrigações e direitos 
inerentes à participação de uma pessoa em uma sociedade. Como 
nos demais contratos, para que a associação continue existindo é 
necessário que o pacto social tácito que determina a coexistência 
dentro do grupo seja respeitado. (p. 02) 
04) Por que Aristóteles se mostra defensor das relações intrínsecas 
entre ética e política? 
Resposta: Para Aristóteles, a pólis (cidade em grego) é não só a 
sociedade formada, mas a própria estrutura organizacional de poder 
constituído, qualquer que seja. Aristóteles analisou as diversas 
estruturas de poder existentes em sua época e percebeu a grande 
variedade de formas de organização. Estas formas são boas ou más 
conforme as características do povo que as adota e a justiça que 
tragam para esse povo. Para Aristóteles, a política é a continuação 
da ética. Um ser humano somente se define em sociedade, pois é 
nela que deve se esforçar por adquirir hábitos virtuosos. A virtude 
não é inata, deve ser fruto do esforço individual em relação ao grupo. 
A virtude e a justiça existem apenas em sociedade, e a compreensão 
de Aristóteles a respeito da política inclui qualquer relação social. 
Como a pólis é o máximo desenvolvimento da natureza social do 
homem, seria no aplicar-se às coisas do Estado o topo do progresso 
humano. Não há aqui a idéia ingênua de que aqueles que participam 
da política são pessoas virtuosas, mas há a normatização ética dos 
procedimentos políticos. Assim, existe em Aristóteles a 
recomendação de certas formas de governo que promovem a virtude 
e a justiça, e a condenação daquelas que não o fazem. (p. 02) 
05) Por que Maquiavel é o principal defensor da separação entre 
ética e política? 
Resposta: Para Maquiavel, a política possui regras próprias e o agir 
político deve ser definido pelos seus fins inerentes, que para ele são a 
manutenção do poder e da ordem na sociedade. Maquiavel 
estabelece uma diferença entre o que hoje chamamos "razão de 
Estado" e as razões pessoais do governante. O fim da ação política 
não deve se confundir com os desejos do governante; aquilo que 
individualmente para uma pessoa seria o correto fazer, não é 
necessariamente certo para um governante. Se necessário aos fins 
específicos do Estado, o governante deve agir na sua dependência, 
mesmo que pessoalmente em sua vida particular não o fizesse. O 
lema "os fins justificam os meios" é a expressão da desvinculação 
entre os preceitos éticos pessoais e os preceitos políticos públicos. (p. 
03) 
06) Qual a posição de John Rawls sobre a justiça distributiva e sua 
relação com o papel do Estado? 
Resposta: Rawls defendeu – em uma sofisticada teoria de bases 
kantianas – a importância do Estado como o elaborador e realizador 
de mecanismos sociais e econômicos que produzam justiça social. 
Caberia ao Estado diminuir as distâncias das diferenças entre as 
condições materiais dos indivíduos que compõem uma sociedade. 
Defendendo a idéia de que somente o aparato estatal deveria e 
poderia tratar os interesses individuais de todos de igual maneira, 
Rawls afirmava a necessidade da máxima diminuição das 
desigualdades não-naturais – aquelas que não são derivadas das 
aptidões biológicas de nascimento – por meio do deslocamento de 
bens e serviços daqueles que mais têm para os que menos têm. Com 
o dinheiro advindo de impostos e prestação de serviços estatais de 
saúde e educação, a sociedade seria mais justa. (p. 03) 
07) Em que Robert Nozick se opunha à teoria de Rawls? 
Resposta: Nozick era frontalmente contra qualquer tipo de ação que 
interferisse nos direitos naturais de uma pessoa. Qualquer 
intervenção estatal seria uma ação espúria e para ele o Estado seria 
apenas uma agência de segurança que teria como responsabilidade 
aplicar a força para a manutenção dos contratos e proteger os 
cidadãos de violência gratuita. A idéia de Nozick – de inspiração 
anárquica – seria a de que ninguém pode interferir em direitos 
naturais ou adquiridos por meio de contratos legalmente 
estabelecidos. A ação dos indivíduos dentro da sociedade deve ser 
livre de qualquer constrangimento, conquanto não procure atingir 
direitos pessoais. O pensamento de Nozick se liga à percepção de 
que apenas um Estado mínimo se justifica e que nenhuma justiça 
distributiva pode ser realizada, pois não há maneira de que algum 
mecanismo distributivo possa ser defendido. (p. 03) 
08) O que é a estética e quais seu problemas? 
Resposta: A estética é a área da filosofia que trata da beleza e da 
arte. A apreciação estética é parte do nosso cotidiano. Pode-se dizer 
que certas composições musicais são belas; aprecia-se o quão bonita 
é uma paisagem; fala-se sobre a beleza de algumas pessoas; 
encanta-se com os quadros e as esculturas como belas. A beleza é 
uma referência normal em nossas percepções e em nosso discurso 
diários. Mas o que há de comum em uma paisagem, uma música, 
uma pessoa e um quadro quando dizem que todos são belos? (p. 04) 
09) Quais as diferenças de julgamento da arte como imitação feitas 
por Platão e Aristóteles? 
Resposta: A mais usual perspectiva estética é a da imitação. Em 
Platão, todo o mundo físico é imitação do mundo das idéias, o que 
percebemos através da nossa capacidade racional que ultrapassa o 
sensorial e apreende a idéia imaterial e eterna do belo, a beleza em si 
mesma. Essa percepção levou Platão a condenar todo equalquer 
tipo de arte imitativa; já que mundo físico é cópia do mundo das 
idéias, então a arte imitativa copia o que já é imperfeito, afastando 
mais ainda o homem da contemplação pura da beleza e do bem. 
A perspectiva de Aristóteles se diferenciou da de Platão, pois para 
ele a arte é por definição arte imitativa. Quanto mais perfeita a 
imitação realizada, mais a arte permite o aprimoramento humano, 
pois possibilita a percepção e a vivência de experiências múltiplas. A 
arte é necessária por elevar – por meio de sua imitação da realidade 
– o homem à condição de vivenciador de papéis múltiplos. (p. 05) 
10) Qual a principal crítica que se faz à perspectiva da arte como 
imitação? 
Resposta: A perspectiva imitativa padece da critica de que muito do 
que é majoritariamente reconhecido como arte não ser imitação ou 
representação de nada. O que uma sinfonia representa ou copia? A 
arte abstrata se constitui na negação da representação do mundo e 
diversas de suas obras são usualmente tidas como belas. (p. 05) 
11) Qual a proposta da teoria emotivista da arte e seus problemas? 
Resposta: Alguns outros teóricos se concentraram na emoção, tanto 
a que o artista pretenderia expressar, quanto aquela que ocorre em 
quem aprecia. Mas os problemas logo aparecem. Como posso ter 
certeza da apreensão correta da emoção do artista? Não poderia 
dizer que algo é belo ou arte, mesmo que não tenha mínima idéia da 
emoção do artista ao realizá-la? Um artista deve necessariamente 
estar imbuído de alguma emoção específica ao realizar seu trabalho? 
Se não existe autor para expressar emoções em paisagens naturais, 
com a exceção do tempo e das condições climáticas e geológicas, 
então não poderíamos dizer que aquela é bela? Quanto à emoção 
produzida naquele que percebe a situação não é menos problemática. 
Se a emoção estética produzida por algo é diferente em duas pessoas 
é porque aquilo é falho? Não posso admitir que algo seja arte sem 
que aquilo produza em mim algum tipo de emoção? (p. 05) 
12) O que propõe a teoria sociológica e histórica da arte? 
Resposta: Um outro tipo de posição em estética advoga uma posição 
sociológica e histórica. Esta concepção afirma que a beleza e a arte 
são definidas em função das condições psicológicas e sociais 
existentes em determinados períodos e locais. Arte é aquilo que foi 
estabelecido como arte pelos manuais de história, pelos artistas, 
pelos marchands e pelos críticos. O mesmo ocorreria com a 
concepção de beleza. Dentro desta perspectiva há uma coincidência 
com o relativismo moral em ética e com o ceticismo em 
epistemologia. (p. 06) 
13) O que dizem certos evolucionistas sobre a arte e a percepção da 
beleza? 
Resposta: Existem teóricos mais recentes que procuram a 
objetividade da beleza nas noções de "harmonia" e "simetria". A 
abordagem é biológica e evolucionista. Para os representantes dessa 
análise de psicologia evolucionista existe uma constância na 
percepção de padrões harmônicos e simétricos como relacionados 
com a beleza em todas as diferentes culturas analisadas. Este padrão 
de identificação do que é belo estaria ligado ao fato de 
evolutivamente as espécies reconhecerem a relação entre saúde e 
organismos de corpos simétricos. Esta hipótese explicativa é fruto de 
uma aliança nem sempre aceita entre estética e biologia 
evolucionista. (p. 06)

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