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Proposta de Modelo de Governança de TI Enxuta

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Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 250
Proposta de um Modelo de Governança de TI Enxuta 
Framework Proposal of Lean IT Governance 
Mauro Gonçalves Pinheiro (mauro@newsoft.com.br, NEWSOFT, SC, Brasil) 
• Rua Albano Schmidt, 3333, 89206001, Joinville, SC 
Mehran Misaghi (mehran@sociec.org.br, UNISOCIESC, SC, Brasil) 
Resumo: Tecnologias e Informações são vitais para o sucesso das empresas. Para 
potencializar os sucessos em projetos de TI, as empresas têm à sua disposição, referências 
mundialmente aceitas, como boas práticas (COBIT, ITIL, PMBOK, ISO, TOGAF, etc.). 
Apesar disso, ainda é grande a magnitude dos gastos em projetos de TI mal concebidos ou 
erroneamente implementados. O presente artigo apresenta uma breve descrição de modelos e 
padrões relacionados à TI, conceitua o Pensamento Enxuto, o Gerenciamento de Processos e 
o Sistema de Trabalho e destaca o propósito deles, evidencia as características que os 
distingue nos casos de sobreposição e sugere um Modelo de Governança de TI Enxuto 
demonstrando como os modelos e padrões apresentados podem trabalhar em conjunto, pois 
defende que o Pensamento Enxuto, o Gerenciamento de Processos e o Sistema de Trabalho 
complementam os modelos e padrões de TI com uma abordagem não referenciada nos 
modelos e padrões de TI. 
Palavras-chave: Governança de TI, TI Enxuta, Sistema de Informação. 
Abstract: Technology and information are vital for the success of companies. To enhance the 
success in IT projects, worldwide-recognized references are available to the companies 
(COBIT, ITIL, PMBOK, ISO, TOGAF, etc.). In spite of this, the magnitude of expenses on 
IT projects poorly designed or improperly implemented is still high. This article presents a 
brief description of models and standards related to IT, defines and highlights the purpose of 
Lean Thinking, Process Management, and Work System. Besides, the characteristics that 
distinguish them in cases of overlap is pointed out, suggesting a Model of Lean IT 
Governance by demonstrating how the models and patterns presented can work together. This 
model states that the Lean Thinking, Process Management and the Work System complement 
the models and standards of IT with an approach that is not referenced in current IT models 
and standards. 
Keywords: IT Governance, Lean IT, Information System. 
1. Introdução 
Apesar do amadurecimento no uso de padrões e metodologias, conforme Bell e Orzen 
(2011), ainda é grande o número de projetos de Tecnologia de Informação (TI) que resultam 
em altos investimentos e resultados abaixo do esperado, como: sistemas instáveis e 
inflexíveis, morosidade na operacionalização dos serviços, custos elevados com pessoas e 
recursos, desalinhamento entre TI e o negócio, falta de visibilidade entre outros. 
Além disso, as áreas de TI, de modo geral, seguem a mesma estrutura organizacional 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 251
adotada pela empresa. Como a maioria das empresas possuem estruturas funcionais, Paim, et 
al. (2009), as áreas de TI tendem a estarem organizadas da mesma forma. Porém, os modelos 
de referências reconhecidos pelo mercado como boas práticas nas áreas de Governança e 
Gerenciamento Empresarial de TI são organizados por processos, como por exemplo o ITIL 
(2012), COBIT (2012) e o PMBOK (2013). A implementação de boas práticas orientadas à 
processos em estrutura organizacionais funcionais é uma barreira adicional aos projetos dessa 
natureza. 
A Gestão de Processos, Pain (2009), BPM CBOK (2013), e o Pensamento Enxuto, 
Greef, Freitas e Barreto (2012), Tapping e Shuker (2010), Dennis (2008), Bell e Orzen 
(2011), são conhecimentos que vêm sendo utilizados em um número cada vez maior de 
empresas para se tornarem ou se manterem competitivas. O Sistema de Trabalho (ALTER, 
2008; ALTER, 2013), apresenta um modelo que evidencia com clareza a relação entre 
Cliente, Ofertas (Produtos e Serviços), Processos, Participantes (Pessoas), Informações e 
Tecnologias. 
São apresentadas definições sobre o Pensamento Enxuto, TI Enxuta, padrões para 
Governança de TI, padrões para Gerenciamento de Serviços de TI, Gerenciamento de 
Projetos, Gerenciamento de Processos e Sistemas de Trabalho. É mostrado que o COBIT 
funciona com um modelo que cobre os principais modelos e padrões relacionados a TI. 
Esse trabalho defende a hipótese que os princípios de TI Enxuta, o Gerenciamento de 
Processos e o Sistema de Trabalho complementam os modelos e padrões de Governança e 
Gerenciamento de TI, com uma abordagem não existente nos modelos e padrões de TI, e com 
isso sugere o modelo de Governança de TI Enxuta. 
Através do modelo de Governança de TI Enxuta, se pretende obter melhorias em 
programas e projetos de Governança e Gerenciamento de Serviços de TI. Essas melhorias 
estão relacionadas com a potencialização da conquista dos resultados esperados para o 
negócio da empresa através de TI, com a melhoria no desempenho e redução de desperdícios 
nos processos para entrega dos serviços de TI e com um melhor entendimento, 
comportamento e engajamento das pessoas durante todo o programa e projetos para a 
implantação da Governança e implementações dos Serviços de Gerenciamento de TI. 
Futuramente, após refinamentos, o modelo proposto será aplicado numa empresa da 
região norte catarinense. Os resultados da aplicação do modelo proposto serão analisados, 
discutidos e apresentados 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
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2. Referencial Teórico 
2.1 Pensamento Enxuto e TI Enxuta 
O termo “Lean”, LIB (2014), em português “Enxuto”, foi adotado no final da década 
de 80, pelo Massachsetts Institute of Technology (MIT), em um projeto de pesquisa sobre a 
indústria automobilística mundial. A pesquisa revelou que a Toyota havia desenvolvido um 
novo e superior paradigma de gestão nas principais dimensões dos negócios (manufatura, 
desenvolvimento de produtos e relacionamento como os clientes e fornecedores). 
O Pensamento Enxuto é uma filosofia e estratégia de negócio para aumentar a 
satisfação dos clientes através da melhor utilização dos recursos. A gestão enxuta procura 
fornecer, de uma forma consistente, valor aos clientes com os custos mais baixos, 
identificando e sustentando melhorias nos fluxos de valor primários e secundários 
(Processos), por meio do envolvimento das pessoas qualificadas, motivadas e com iniciativa. 
De uma forma resumida, o pensamento Enxuto sugere cinco passos para melhorar um 
ambiente produtivo (COSTA e JARDIN, 2010): 
1. identificar o que é valor para o Cliente; 
2. mapear o fluxo de operação e identificar os desperdícios; 
3. implantar um fluxo contínuo; 
4. deixar o cliente puxar a operação, e; 
5. buscar a perfeição. 
Segundo Bell e Orzen (2011), estabelecer, manter e fazer crescer uma empresa está 
cada vez mais difícil. A concorrência aumenta todos os dias, com concorrentes nacionais e 
internacionais, a pressão por novos produtos e serviços, personalizados, com melhor 
qualidade e menores preços é maior, a complexidade dos negócios e as exigências legais e de 
conformidades com padrões mundiais aumentaram, as novas tecnologias estão transformando 
os modelos de negócios (a Internet para encontrar conteúdos relevantes, as redes sociais como 
facebook, LinkedIn, Twitter, etc., a computação nas nuvens, os Smartphones, Tablets, e muito 
mais), reduzir os intermediários, o time-to-marketing, com produtos e serviçode qualidade a 
preços justos não é mais um diferencial é uma questão de sobrevivência. 
 A área de TI dentro deste contexto, também possui seus desafios: Entregar Valor para 
o Negócio através de Serviços de TI de qualidade com níveis de investimentos, custos, 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
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segurança e riscos, adequados ao negócio. A área de TI precisa ser um agente provocador de 
mudanças, de melhoria contínua, inovação e agilidade, não só para TI como para toda a 
organização, demonstrar transparência nos resultados obtidos para o Negócio e no 
desempenho operacional e financeiro de TI. 
Como conseguir atender a esses desafios, que competem entre si, com limitações de 
recursos? Na manufatura, muitas empresas encontraram no pensamento Enxuto as respostas 
que precisavam para serem competitivas. Da mesma forma a área de TI, com o Lean IT, que é 
a aplicação do pensamento Enxuto na área de TI, Bell e Orzen (2011). 
O que é TI Enxuta (Lean IT)? 
Existem questionamentos se a melhoria dos processos de negócio é parte da TI 
Enxuta, se desenvolvimento ágil de software é uma prática de TI Enxuta, se a excelência 
operacional de TI e os modelos de gerenciamento de serviços do ITIL são também 
considerados pela TI Enxuta? E sobre os painéis de gerenciamento de desempenho e 
indicadores, as técnicas para gerenciamento de projetos e a computação em nuvens são 
relevantes para TI enxuta? 
Segundo Bell e Orzen (2011), a respostas para todas estas questões é sim, mas a TI 
Enxuta é mais do que um conjunto de ferramentas e práticas, é uma profunda transformação 
comportamental e cultural que encoraja as pessoas e a organização a pensar diferente sobre o 
papel da qualidade da informação na criação e entrega de valor para os clientes. O 
pensamento Enxuto, além de buscar o alinhamento para a integração, que é fundamental, 
cultiva uma inseparável e colaborativa parceria com o negócio. 
A TI Enxuta aborda como o poder do pensamento enxuto impacta na funções críticas 
de TI, explorando todos os aspectos de TI Enxuta dentro de duas dimensões primárias: 
TI Enxuta voltado para fora: Engajar informação, sistema de informação e a 
organização de TI em parceria com o negócio para continuamente melhorar e inovar os 
processos de negócio e os sistemas de gerenciamento. 
TI Enxuta voltado para dentro: Auxiliar a organização de TI a obter excelência 
operacional, aplicando os princípios e ferramentas para a melhoria contínua da operação, 
serviços, desenvolvimento de software e projetos de TI. 
Estas duas dimensões não são separadas e sim complementares. Elas dão suporte ao 
principal objetivo da transformação de TI Enxuta que é criar valor para a empresas e seus 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 254
clientes. 
A Jornada para TI Enxuta é conduzida por Pessoas 
Figura 1 – Balanceando Pessoas, Processos e Tecnologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Bell e Orzen (2011) 
 
A jornada “Enxuta” deve começar nas pessoas. A Figura 1 ilustra os três elementos 
essenciais – Pessoas, Processos e Tecnologia – que devem ser mantidos balanceados. Nenhum 
desses elementos deve ser dominante ou fraco, porém são as pessoas que devem conduzir a 
transformação. O sucesso da implementação de TI Enxuta e a suas sustentabilidades recaem 
nas pessoas, processos e tecnologias, nessa ordem (BEEL, 2011). 
Os Processos dos 8 passos para Conduzir Mudanças 
De acordo com pesquisa realizada por Kotter (1996), 70% dos principais esforços para 
mudança nas empresas falhavam e Bell e Orzen (2011) afirma que ainda são grandes os 
investimentos realizados na área de TI que não produzem resultados ou produzem resultados 
abaixo dos esperados. Segundo Kotter, isso acontece porque as organizações não utilizam 
uma abordagem holística que permita compreender a mudança como um todo. 
Em sua pesquisa, Kotter sugere os Processos de 8 passos para conduzir mudanças que 
irão auxiliar as organizações a realizarem mudanças bem sucedidas em qualquer área de 
interesse, são eles: 
Passo 1: Estabelecer um senso de urgência. Ajudar aos envolvidos a enxergarem a 
necessidade da mudança de modo a ficarem convencidos da importância de agirem 
imediatamente. 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
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Passo 2: Criar um Time de Coalizão. Montar um grupo com poder suficiente para 
conduzir os esforços de mudança e encorajar o grupo a trabalhar como um time. 
Passo 3: Desenvolver a Visão da Mudança. Criar uma visão que ajude a dirigir o 
esforço de mudança e a desenvolver estratégias para atingir a visão. 
Passo 4: Comunicar a Visão para Conquistar Adesão. Assegurar que todos os 
envolvidos entendam e aceitem a visão e as estratégias. 
Passo 5: Dar poder para as Pessoas Agirem. Remover os obstáculos para a 
mudança, mudar os sistemas ou estruturas que comprometam a conquista da visão, encorajar a 
correrem riscos controlados e estimular ideias, atividades e ações não convencionais. 
Passo 6: Gerar Ganhos de Curto-Prazo. Planejar ações que resultem em conquistas 
de curto prazo, torne as conquistas visíveis, reconheça e premie os esforços das pessoas 
envolvidas. 
Passo 7: Consolidar Ganhos e Produzir mais Mudanças. Usar a credibilidade para 
mudar sistemas, estruturas e políticas que não atendam a visão. Contratar, promover e 
desenvolver o pessoal responsável por implementar a visão. Revigorar o processo com novos 
projetos, temas e agentes de mudanças. 
Passo 8: Incorporar as Mudanças na Cultura. Articular a conexão entre o novo 
comportamento e o sucesso organizacional e desenvolver os meios para assegurar o 
desenvolvimento de lideranças e a sucessão. 
Roteiro para a Transformação de TI Enxuta 
O Roteiro para Transformação de TI Enxuta é uma abordagem para auxiliar os 
profissionais na transformação de uma organização em uma empresa enxuta, habilitada pela 
TI Enxuta. O roteiro não fala tudo que precisa ser feito, ele sugere uma direção geral para ser 
seguida e pontos que devem ser observados ao longo do caminho. 
O time deve ser capaz de entender facilmente a intensão do roteiro, fazer ajustes 
rapidamente em resposta a novos fatos e circunstâncias. 
Os três estágios de transformação: Estratégia, Planejamento e Execução não são 
totalmente sequenciais, mas são cíclicos, continuamente realimentando cada um dos outros 
como num ciclo PDCA (Planejar, Executar, Controlar e Agir), promovendo correções a cada 
novo experimento e ciclo de aprendizagem. 
 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 256
Figura 2 – Roteiro de Implementação de TI Enxuto 
 
Fonte: Bell e Orzen (2011) 
O roteiro para a transformação de TI enxuta não pode ser separado do plano que dá 
suporte a transformação enxuta na empresa como um todo. O negócio e TI devem fazer essa 
viagem juntos e um roteiro efetivo deve refletir isso. A Figura 2 ilustra um roteiro 
recomendado por Bell e Orzen (2011). 
2.2 COBIT 5: Governança Empresarial de TI 
O principal objetivo da Governança de TI é alinhar a Tecnologia e a Informação aos 
requisites do negócio, levando em consideração soluções que agreguem valor, com garantia 
de continuidade dos serviços, minimizando as ameaças, potencializando as oportunidades que 
TI pode proporcionar ao negócio,assegurando a otimização dos recursos (FERNANDES, 
ABREU, 2014) e COBIT (2012). 
O objetivo principal da Governança de TI pode ser desdobrado nos seguintes objetivos 
específicos (FERNANDES, ABREU, 2014): 
• promover o posicionamento mais claro e consistente da TI em relação às 
demais áreas da empresa; 
• promover o alinhamento e a priorização das iniciativas de TI com a estratégica 
do negócio; 
• promover o alinhamento da arquitetura de TI, sua infraestrutura e aplicações às 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
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Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 257
necessidades do negócio, em termos de presente e futuro; 
• promover a implantação e melhoria dos processos operacionais e de gestão 
necessários para atender aos serviços de TI, conforme padrões que atendam às 
necessidades do negócio; 
• prover a TI da estrutura de processos que possibilite a gestão do seu risco e 
conformidades (compliance) para a continuidade operacional da empresa; 
• promover o emprego de regras claras para as responsabilidades sobre decisões 
e ações relativas à TI no âmbito da empresa. 
COBIT (Control Objectives for Information and related Technology), é um guia de 
boas práticas apresentado como framework, dirigido para a gestão de tecnologia de 
informação (TI), (COBIT, 2012). Mantido pelo ISACA (Information Systems Audit and 
Control Association), possui uma série de recursos que podem servir como um modelo de 
referência para gestão da TI. Especialistas em gestão e institutos independentes recomendam 
o uso do COBIT como meio para otimizar os investimentos de TI, melhorando o retorno 
sobre o investimento (ROI) percebido, fornecendo métricas para avaliação dos resultados 
(Key Performance Indicators KPI, Key Goal Indicators KGI e Critical Success Factors CSF). 
O COBIT ajuda as empresas a criarem valores a partir de TI através da manutenção e 
do equilíbrio entre realizar os benefícios e otimizar os níveis de riscos e uso dos recursos. 
COBIT permite que a informação e a tecnologia sejam governadas e geridas de uma maneira 
holística, completa, de ponta a ponta do negócio, considerando os interesses relacionados com 
TI dos envolvidos internamente e externamente. Os princípios e habilitadores do COBIT são 
genéricos e úteis para empresas de todos os tamanhos e de qualquer setor, público ou privado. 
COBIT está baseado em cinco princípios chaves e sete habilitadores. Os princípios 
chaves são: 
P1) atender as Necessidades das Partes Interessadas; 
P2) cobrir a Empresa de Ponta a Ponta; 
P3) aplicar um Framework Único, Integrado; 
P4) capacitar uma Abordagem Holística, e; 
P5) separar a Governança do Gerenciamento. 
Os habilitadores do COBIT são: 
H1) princípios, políticas e modelos – São os instrumentos para traduzir os 
comportamentos desejados em um guia prático para o gerenciamento no dia a dia; 
 
 
 
Centro Universitário SOCIESC - UNISOCIESC 
Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 258
H2) processos – Descreve um conjunto organizado de práticas e atividades para 
atingir determinados objetivos e produzir um conjunto de saídas de apoio para atingir metas 
globais relacionadas com as TI; 
H3) estruturas organizacionais – São importantes entidade chaves que tomam 
decisões dentro de uma organização; 
H4) cultura, ética e comportamento – dos indivíduos e da organização; muitas 
vezes, são subestimadas, como um fator de sucesso em matéria de governança e de gestão; 
H5) informação – é difundida em toda a organização, ou seja, lida com todas as 
informações produzidas e utilizadas pela empresa. Informações que são necessárias para 
manter a organização funcionando e bem governada, mas a nível operacional, a informação é 
muitas vezes a chave do produto da própria empresa; 
H6) serviços, infraestrutura e aplicações – Incluem a infraestrutura, a tecnologia e 
os aplicativos que fornecem a empresa com tecnologia da informação e transformação dos 
serviços; 
H7) pessoas, habilidades e competências – Estão ligadas as pessoas e são necessárias 
para a conclusão bem-sucedida de todas as atividades e para tomar decisões corretas e a 
executar as ações corretivas. 
COBIT 5 e seus Processos - O COBIT 5 apresenta 37 processos distribuídos em 5 
grupos de processos, conforme Tabela 1. 
Tabela 1 – Modelo de Referência dos Processos COBIT 5 
COBIT 5 - Processos para a Governança de TI Empresarial 
Avaliar, dirigir e monitorar 
EDM01 – Garantir a definição e 
manutenção do Modelo de 
Governança 
EDM02 – Garantir a Realização 
de Benefícios 
EDM03 – Garantir a Otimização 
do Risco 
EDM04 – Garantir a 
Otimização dos Recursos 
EDM05 – Garantir transparência 
para as partes interessadas 
 
COBIT 5 - Processos para o Gerenciamento de TI Empresarial 
Alinhar, planejar e organizar 
APO01 – Gerenciar a Plataforma 
de Gestão de TI 
APO02 – Gerenciar a Estratégia APO03 – Gerenciar a Arquitetura 
Corporativa 
APO04 – Gerenciar a 
Inovação 
APO05 – Gerenciar o portfólio APO06 – Gerenciar Orçamento 
e Custos 
APO07 – Gerenciar Recursos 
Humanos 
APO08 – Gerenciar as 
Relações 
APO09 – Gerenciar os acordos 
de serviços 
APO10 – Gerenciar os 
Fornecedores 
APO11 – Gerenciar a Qualidade APO12 – Gerenciar os Riscos 
APO13 – Gerenciar a segurança 
 
 
 
 
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Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 259
Construir, adquirir e implementar 
BAI01 – Gerenciar Programas e 
Projetos 
BAI02 – Gerenciar Definição de 
Requisitos 
BAI03 – Gerenciar Identificação 
e Desenvolvimento de Soluções 
BAI04 – Gerenciar 
Disponibilidade e Capacidade 
BAI05 – Gerenciar Capacidade 
de Mudança Organizacional 
BAI06 – Gerenciar Mudanças BAI07 – Gerenciar Aceitação e 
Transição da Mudança 
BAI08 – Gerenciar 
Conhecimento 
BAI09 – Gerenciar Ativos BAI10 – Gerenciar 
Configuração 
 
Entregar, servir e suportar 
DSS01 – Gerenciar Operações DSS02 – Gerenciar Solicitações 
e Incidentes de Serviços 
DSS03 – Gerenciar Problemas DSS04 – Gerenciar 
Continuidade 
DSS05 – Gerenciar Serviços de 
Segurança 
DSS06 – Gerenciar Controles do 
Processo de Negócio 
 
Monitorar, avaliar e analisar 
MEA01 – Monitorar, Avaliar e 
Analisar Desempenho e 
Conformidade 
MEA02 – Monitorar, avaliar e 
analisar o Sistema de Controle 
Interno 
MEA03 – Monitorar, avaliar e 
analisar o Sistema de Controle 
Externo 
 
Fonte: COBIT 5 (2012) 
 
O COBIT também é caracterizado por ser um modelo que cobre vários outros modelos 
e padrões relacionados com a Governança e com o Gerenciamento de Serviços de TI como 
mostra a Figura 3. 
Figura 3 – Cobertura do COBIT de outros padrões e modelos 
 
Fonte: COBIT 5 (2012) 
 
 
 
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Joinville, Santa Catarina, Brasil 
ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 260
2.3 ITIL – Information Technology Infrastructure Li brary 
O ITIL (2012), é o mais reconhecido modelo de Gerenciamento de Serviços de TI 
(ITSM – Information Technology Service Management) no mundo. Nasceu de uma iniciativa 
do governo do Reino Unido na busca de um padrão para contratação de serviços de TI que 
resultassem numa maior eficiência, então documentou como as melhores e mais bem-
sucedidas organizações abordavam o gerenciamento de serviços de TI. Entre o final dos anos 
1980s e início dos anos 1990s foi produzido uma série de livros documentando uma 
abordagem para o gerenciamento de serviços de TI necessários para suportar os usuários de 
negócio. Essa biblioteca foiintitulada biblioteca de infraestrutura de TI. 
Figura 4 – Processos e Funções do ITIL 
Estratégia de 
Serviços 
Projeto de 
Serviços 
Transição de 
Serviços 
Operação de 
Serviços 
Melhoria Con nua 
de Serviços 
Gerenciamento da 
Estratégia 
Projeto de 
Coordenação 
Plano de Transição e 
Suporte 
Gerenciamento de 
Eventos 
Sete Passos de 
Melhoria Con nua 
Gerenciamento de 
Por ólio 
Gerenciamento 
Financeiro 
Gerenciamento da 
Demanda 
Gerenciamento do 
Relacionamento 
Empresarial 
Gerenciamento do 
Catálogo de Serviços 
Gerenciamento do 
Nível de Serviços 
Gerenciamento da 
Disponibilidade 
Gerenciamento da 
Capacidade 
Gerenciamento da 
Con nuidade 
Gerenciamento da 
Segurança Informação 
Gerenciamento de 
Fornecedores 
Gestão de Mudanças 
Gerenciamento de 
A vos e Configuração 
Gerenciamento de 
Liberação e 
Implantação 
Validações e Testes 
de Serviços 
Avaliação de 
Mudanças 
Gerenciamento do 
Conhecimento 
Gerenciamento de 
Incidentes 
Gerenciamento de 
Requisições 
Gerenciamento de 
Problemas 
Gerenciamento de 
Acesso 
Central de Serviços 
Gerenciamento 
Técnico 
Gerenciamento de 
Operações de TI 
Gerenciamento de 
aplicações 
Funções 
Fonte: ITIL (2012) 
 
As práticas de gerenciamento de serviços do ITIL estão incluídas num conjunto 
produtos e serviços. Os guias principais do ITIL consistem de seis publicações: 
• introdução às Práticas de Gerenciamento de Serviços ITIL; 
• estratégia de Serviços (Service Strategy); 
 
 
 
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ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 261
• projeto de Serviços (Service Design); 
• transição de Serviços (Service Transition); 
• operação de Serviços (Service Operation); 
• melhoria de Serviços Contínua (Continual Service Improvement). 
O ITIL também é orientado à Processos. A força do ciclo de vida do ITIL reside no 
constante retorno que é fornecido em cada estágio do ciclo de vida. Este retorno assegura que 
a otimização dos serviços será gerenciado na perspectiva do negócio e a medida, em termos 
de valor para o negócio, deriva dos serviços em qualquer ponto e a qualquer tempo dentro do 
ciclo de vida dos serviços. 
Os principais Processos e Funções relacionadas com os macroprocessos do ITIL estão 
apresentadas na Figura 4, ao todo são 26 Processos e 4 Funções. 
2.4 Gerenciamento de Processos 
Há diversas definições sobre Processos, uma das melhores definições no modo de ver 
de Paim, et al. (2009) é a apresentada por Zarifian, citado por Salerno (1999), que pode ser 
assim adaptada: uma cooperação de atividades e recursos voltados à realização de um objetivo 
global, orientado para o cliente final. 
Os processos são disparados pelos mais variados tipos de eventos e apresentam 
resultados que podem conduzir ao término do processo e/ou transferir o controle para outro 
processo. Eles se repetem de maneira recorrente dentro das empresas e seus desempenhos 
podem, e devem ser medidos e estão relacionados com o atingimento de seus objetivos 
globais em termos de qualidade, prazo de entrega, custos entre outros. 
Paim ainda distingue os processos em finalísticos, gerenciais e de suporte, como: 
• processos Finalísticos: Os resultados gerados são produtos e serviços para os clientes 
externos da organização; 
• processos Gerenciais: Este tipo de processos promovem o funcionamento da 
organização de seus processos; 
• processos de Suporte: São aqueles processos que prestam apoio aos demais processos 
da organização, ou seja, para os clientes internos. 
Os processos possuem responsáveis por seu desempenho global e responsáveis locais 
que monitoram e promovem ajustes em busca do melhor desempenho de suas partes 
constituintes. Os processos estão relacionados com os fluxos de objetos na organização, sejam 
 
 
 
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DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 262
eles materiais, informações, conhecimento, ideias, capital, ou qualquer outro objeto que 
demande a coordenação do seu fluxo. 
Nas empresas com estrutura funcional por processo, aos processos cabe a execução 
dos fluxos de objetos enquanto às funções, ou unidades organizacionais, cabe a concentração 
do conhecimento por semelhança. 
Os Processos são objetos de controle e melhoria, eles são a organização em 
movimento e também uma estruturação para a ação, para a geração e entrega de valor. 
Para Paim, et al. (2009) Gestão de Processos é um conjunto articulado de tarefas 
permanentes para projetar e promover o funcionamento e o aprendizado sobre os processos. 
Estas tarefas podem ser agrupadas em: 
• desenhar processos com o objetivo de definir como os processos devem ser projetados 
para serem melhorados e implantados; 
• gerir os processos no dia-a-dia com o objetivo de assegurar a efetiva implementação 
dos processos e a realização de alocação de recursos para sua execução, bem como a 
realização de mudanças e adaptações de curto prazo; 
• promover a evolução dos processos e o constante aprendizado com o objetivo de 
registrar o conhecimento gerado sobre os processos e construir uma base para que seja 
criado conhecimento para sustentar a evolução dos processos. 
2.5 Gerenciamento de Projetos 
 Projeto, PMBOK (2013), é um conjunto de atividades temporárias, realizadas em 
grupo, destinadas a produzir um produto, serviço ou resultado únicos e Gerenciamento de 
Projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para a execução de projetos 
de forma efetiva. 
O PMI (Project Management Institute) é uma instituição internacional, sem fins 
lucrativos, de profissionais de Gerenciamento de Projetos com mais 2,9 milhões de membros 
ao redor do mundo. 
O PMBOK é um guia do conjunto de conhecimentos em Gerenciamento de Projetos 
do PMI, ele está na quinta edição. Ele contém as práticas fundamentais que todos os gerentes 
de projetos precisam para obter sucesso nos seus empreendimentos. 
Resumidamente o guia PMBOK apresenta 5 grupos de processos de gerenciamento de 
projetos que são: Iniciação; Planejamento; Execução Monitoramento e Controle e 
 
 
 
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DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 263
Encerramento. 
O conhecimento em gerenciamento de projetos é composto de dez áreas: 
Gerenciamento da Integração; Gerenciamento de Escopo; Gerenciamento de Custos; 
Gerenciamento de Tempo; Gerenciamento de Qualidade; Gerenciamento de Recursos 
Humanos; Gerenciamento de Comunicações; Gerenciamento de Riscos; Gerenciamento de 
Aquisições; e Gerenciamento dos Envolvidos. 
2.6 Sistema de Trabalho e Sistema de Informação 
Conforme definido por (Alter, 2008; Alter 2013), um Sistema de Trabalho, Figura 5, é 
um sistema no qual os Participantes humanos e/ou as máquinas executam trabalho (Processos 
e Atividades) usando Informações, Tecnologias e outros recursos para produzir Produtos e/ou 
Serviços para Clientes internos ou externos. 
Figura 5 – O Modelo de Sistema de Trabalho 
 
Fonte: Alter (2008); Alter (2013) 
O trapezoide que abrange o Trabalho (Processos e Atividades), Participantes, 
Informações e Tecnologias na Figura 6 indica que esses quatro elementos constituem o 
sistema que executa o trabalho. Soma-se a esses elementos internos, outros cinco elementos 
requeridos para o entendimento de um sistema de trabalho. 
O trabalho executado dentro do sistema pode ser resumido em termos de um ou mais 
Processos e Atividades. As Pessoas que executam algum Trabalho são os Participantes do 
Sistema de Trabalho. As Informaçõessão usadas e criadas pelos Participantes durante a 
 
 
 
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DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 264
execução do Trabalho. Tecnologias incluem ferramentas (celulares, projetores, planilhas, etc.) 
e outras tecnologias que os Participantes utilizam durante a execução dos seus trabalhos. Os 
Clientes são as pessoas que recebem benefícios diretos dos Produtos e Serviços produzidos 
pelo Sistema de Trabalho, incluindo clientes externos e internos. Os Produtos e Serviços são a 
combinação de coisas físicas, informações e serviços que o Sistema de Trabalho produz. O 
Ambiente inclui os ambientes organizacional, cultural, competitivo, técnico e regulatório 
dentro do qual o Sistema de Trabalho opera. A Infraestrutura inclui os recursos humanos, 
informacional, material e técnico, que o Sistema de Trabalho precisa. Esses recursos devem 
existir, e são gerenciados fora do Sistema de Trabalho e compartilhados com outros Sistemas 
de Trabalho. A Estratégia utilizada pela empresa e a Estratégia utilizada pelo Sistema de 
Trabalho devem convergir e ajudar a justificar porque o Sistema de Trabalho opera do jeito 
que ele foi definido. 
A Enciclopédia Britânica (2013) define Sistema de Informação como sendo um 
conjunto de componentes integrados para coletar, armazenar e processar dados para entregar 
informação, conhecimento e produtos digitais. Os principais componentes de um Sistema de 
Informação são hardware, software, telecomunicação, banco de dados, data warehouses, 
recursos humanos e procedimentos. O hardware, software e telecomunicações constituem a 
Tecnologia de Informação (TI). 
Alter (2008) analisou diversas definições de Sistema de Informação (SI) e concluiu 
que ele constitui um caso especial de um Sistema de Trabalho. Sendo assim definiu que SI é 
um sistema no qual os Participantes humanos e/ou as máquinas executam trabalho (Processos 
e Atividades) usando Informações, Tecnologias e outros recursos para produzir Produtos e/ou 
Serviços de Informação para Clientes internos ou externos. 
2.7 Outros Modelos e Padrões Relacionados 
ISO/IEC 38500:2008 – Governança Corporativa de Tecnologia de Informação 
O objetivo da ISO/IEC 38500 (2008), é fornecer uma estrutura de princípios para 
diretores (incluindo os proprietários, os membros do conselho de administração, diretores, 
parceiros e executivos seniores) para utilizar na avaliação, orientação e acompanhamento do 
uso de TI em suas organizações. 
Esta norma fornece uma estrutura de governança eficaz da TI para ajudar aqueles que 
estão no mais alto nível de organizações a compreender e cumprir as suas disposições 
 
 
 
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DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
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legislativas, regulamentares e obrigações éticas em relação ao uso de TI em suas 
organizações. O escopo da norma fornece para os diretores um guia de princípios para o uso 
eficaz, eficiente e aceitável de TI dentro de suas organizações. É aplicável a todas as 
organizações, desde as menores até as maiores, independentemente da finalidade, projeto ou 
estrutura de propriedade. 
ISO 31000 – Gestão de Riscos 
A norma ISO 31000 (2009) fornece os princípios e diretrizes genéricas para a gestão 
de riscos, ela pode ser utilizada por qualquer empresa pública, privada ou comunitária, 
associação, grupo ou individuo. Portanto, não é especifica para qualquer indústria ou setor. A 
norma ISO 31000 pode ser aplicada ao longo da vida de uma organização e a uma ampla 
gama de atividades, incluindo estratégias, decisões, operações, processos, funções, projetos, 
produtos, serviços e ativos, ela pode ser aplicada a qualquer tipo de risco, independentemente 
de sua natureza, quer tenha consequências positivas ou negativas. 
Esta norma fornece diretrizes genéricas, mas ela não pretende promover a 
uniformidade da gestão de riscos entre organizações. A concepção e a implementação de 
planos e estruturas para gestão de riscos precisarão levar em consideração as necessidades 
variadas de uma organização especifica, seus objetivos, o seu contexto, a sua estrutura, suas 
operações, seus processos, suas funções, seus projetos, seus produtos, seus serviços ou ativos 
e suas práticas especificas empregadas. 
Esta norma não substitui outras normas específicas, pretende-se que ela seja utilizada 
para harmonizar os processos de gestão de riscos tanto em normas atuais como em futuras 
normas. A norma ISO 31000 fornece uma abordagem comum para apoiar outras normas que 
tratem de riscos. 
TOGAF – The Open Group Architecture Framework 
O TOGAF (2009) é um modelo de arquitetura que fornece os métodos e ferramentas 
para ajudar na aceitação, produção, utilização e manutenção de uma arquitetura empresarial. 
 Ele é baseado em um modelo de processo iterativo baseado nas melhores práticas e na 
reutilização do conjunto de arquitetura existente. 
A norma ISO/IEC 42010 (2011) define arquitetura como “A organização fundamental 
de um sistema, materializado em seus componentes, suas relações com os outros e com o 
ambiente, e os princípios que regem a sua concepção e evolução”. 
 
 
 
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ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
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Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 266
O TOGAF abraça, mas não respeita rigorosamente, a terminologia da norma ISO/IEC 
42010 (2011). Para o TOGAF, "arquitetura" tem dois significados dependendo do contexto: 
1) Uma descrição formal de um sistema, ou um plano detalhado do sistema ao nível dos 
componentes para orientar sua aplicação; 
2) A estrutura dos componentes, suas inter-relações, e o princípios e diretrizes que regem 
a sua concepção e evolução ao longo do tempo. 
Existem 4 (quatro) domínios de arquitetura que são aceitos como subconjuntos de uma 
arquitetura empresarial: 
• a Arquitetura de Negócios define a estratégia da empresa, governança, 
organização e os processos chaves dos negócios; 
• a Arquitetura de Dados descreve a estrutura lógica e física dos dados de uma 
organização e recursos para gerenciamento dos dados; 
• a Arquitetura de Aplicações fornece um modelo para os sistemas de aplicação 
individuais serem implantados, suas interações e seus relacionamentos com os 
principais processos de negócio da organização; 
• a Arquitetura Tecnológica descreve a capacidade dos softwares e hardwares que 
são necessários para apoiar a implantação de negócios, dados e serviços de 
aplicações. Isso inclui a infraestrutura de TI, software de apoio, redes, 
comunicações, processamento, normas, etc. 
PRINCE2 – Projects IN Controlled Environments 
PRINCE2, de acordo com PRINCE2 (2009) e MURRAY (2011), é um método 
universal para gerenciar um projeto independente da escala, complexidade, cultura, nível de 
inovação ou geografia do projeto. Trata-se de um método universal porque ele baseia-se em 
sete princípios que, se aplicadas, irão maximizar a capacidade do projeto ser bem sucedido. 
Os princípios são muitas vezes considerados como "guia de obrigações" de boa conduta ou 
prática. O PRINCE2 é baseado em um conjunto de princípios (derivado de lições aprendidas 
de projetos bons e ruins) que fornecem um quadro de boas práticas para as pessoas envolvidas 
com o projeto. 
Os sete princípios do PRINCE2 são aqueles que um projeto deve: 
• ter justificativa contínua do negócio (princípio de justificação de negócio); 
• aprender com experiências anteriores: as lições são procuradas, registrados e colocadas 
 
 
 
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DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 267
em ação durante toda a vida do projeto (princípio da aprendizagem a partir da 
experiência); 
• ter as funções e responsabilidades definidas e acordadas dentro de uma estrutura de 
organização que envolva os interesses da empresa, usuários e fornecedores (princípio 
das funções e responsabilidades definidas); 
• ser planejada, monitorada e controlada em todas as fase do projeto (princípio do 
gerenciamento por estágios); 
• ter definido as tolerâncias para cada objetivo do projeto para estabelecer os limites de 
delegação de autoridade (princípio de gerenciamento por exceção); 
• focar na definição e entrega de produtos, em especial as suas exigências de qualidade 
(princípio do foco em produtos); 
• ser adaptado para se adequar o projeto ao meio ambiente, tamanho, complexidade, 
importância, capacidade e risco (princípio da adaptabilidade). 
Uma base de boa governança em projeto é obtida usando o PRINCE2 em 
conformidade com seus 7 (sete) princípios 
ISO/IEC 27000 – Sistema de Gestão da Segurança da Informação 
A família ISMS (Information Security Management Systems – Sistemas de 
Gerenciamento da Segurança da Informação – de acordo com ISO/IEC 27000 (2014) tem a 
intensão de orientar as organizações de todos os tipos e tamanhos na implementação e 
operação de um Sistema de Gerenciamento de Segurança da Informação. A família de normas 
ISO/IEC 27000 consiste de várias normas internacionais, sob o título geral “Tecnologia de 
Informação – Técnicas de Segurança”. A Figura 6 apresenta o relacionamento entre as normas 
da família ISMS. 
Um ISMS fornece um modelo para o estabelecimento, implementação, operação, 
monitoramento, revisão, manutenção e melhoria da proteção dos ativos de informação para 
alcançar os objetivos do negócio com base em uma avaliação de risco e a aceitação dos níveis 
de riscos projetados da organização para tratar efetivamente e gerenciar os riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
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ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 268
 
Figura 6 – Relacionamento entre as normas da família ISMS 
 
 Fonte: Disterer (2013) 
Analisar os requisitos para a proteção dos ativos de informação e aplicar controles 
apropriados para assegurar a proteção dos ativos de informação, conforme necessário, 
contribui para o sucesso da implementação de um SGSI. 
Os seguintes princípios fundamentais também contribuem para o sucesso da 
implementação de um SGSI: 
a) consciência da necessidade de segurança da informação; 
b) a atribuição de responsabilidade para a segurança da informação; 
c) incorporar comprometimento da gerência e dos interesses das partes interessadas; 
d) reforçar os valores sociais; 
e) as avaliações de risco determinar os controles apropriados para atingir níveis 
aceitáveis de risco; 
 
 
 
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DOI 10.14521/P2237-5163.2015.0008.0003 
 
 
 
Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 269
f) a segurança incorporada, como um elemento essencial das redes e dos sistemas de 
informação; 
g) prevenção ativa e detecção de incidentes relacionados à segurança das informações; 
h) assegurar uma abordagem abrangente para a gestão da segurança da informação; e 
i) uma constante reavaliação da segurança da informação e fazer as alterações conforme 
o caso. 
Segurança da Informação inclui três dimensões principais: confidencialidade, 
disponibilidade e integridade. Com o objetivo de garantir sucesso nos negócios de forma 
sustentada, garantindo a continuidade e minimizando os impactos, a segurança da informação 
envolve a aplicação e gestão de medidas de segurança adequadas que envolve apreciação de 
uma ampla gama de ameaças. 
CMMI – Capability Maturity Model Integration 
Existem três modelos CMMI, Phillips e Shrum (2011). Parte de cada modelo 
compartilha práticas muito parecidas com as práticas dos outros dois porque essas práticas são 
aplicáveis a qualquer negócio. Porém, cada modelo possui práticas únicas por terem focos 
diferentes. 
O modelo CMMI para Aquisição é projetado para empresas que trabalham com 
fornecedores para montar produtos ou fornecer serviços. Este modelo se concentra na criação 
efetiva de solicitações, contratos de fornecimento, em efetivamente reunir e comunicar os 
requisitos para fornecedores, no monitoramento das atividades e dos artefatos dos 
fornecedores, e em garantir que os resultados dos fornecedores atendam as necessidades dos 
usuários finais. 
O modelo CMMI para Desenvolvimento é projetado para empresas que têm como 
foco o desenvolvimento de produtos e serviços. Este modelo se concentra em detalhes sobre a 
conversão das necessidades dos clientes em requisitos para serem utilizados pelos 
desenvolvedores, em efetivamente integrar os componentes do produto no produto ou serviço 
final, em realizar a análise técnica e o desenvolvimento dos trabalhos para projetar o produto 
ou serviço, e assegurar que o trabalho desenvolvido atenda as necessidades dos usuários finais 
e as especificações elaboradas durante o projeto. 
O modelo CMMI para Serviços é projetado para empresas que têm como foco a 
criação, gestão e prestação de serviços. Este modelo se concentra em detalhes sobre o 
 
 
 
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Recebido 14/05/2015; Aceito 18/09/2015 270
planejamento, gestão de capacidade e disponibilidade de serviços, no tratamento das 
reclamações e problemas, no planejamento para interrupções de serviços, em decidir quais os 
serviços prestar, e assegurar que tudo está no lugar para oferecer um serviço, incluindo 
pessoas, processos, materiais e equipamentos. 
ISO/IEC 20000:2005 – Sistema de Gerenciamento de Serviços de Tecnologia da 
Informação 
Segundo APMG-International (2012), A família ISO/IEC 20000, publicado pela 
primeira vez em 2005, é o padrão internacional para o gerenciamento de serviços de TI. Ela é 
publicada pela ISO (International Organization for Standardization), com sede em Genebra, 
e tem sido utilizada mundialmente. Ela descreve um conjunto integrado de processos de 
gerenciamento para a prestação eficaz de serviços de TI para empresas e clientes. 
A norma é baseada, e substitui, o BS 15000 - um padrão desenvolvido pela British 
Standards Organization. Ele se baseia nas melhores práticas contidas no framework do ITIL e 
é compatível com outras abordagens de gerenciamento de serviços de TI, incluindo os 
componentes do COBIT. 
Tudo isto está contido dentro de um sistema de gestão da qualidade que se alinha com 
outras normas pertinentes, tais como a ISO 9001 (2008) e ISO/IEC 27000 (2014), etc. 
O padrão é composto por várias partes. A Parte 1, ISO/IEC 20000-1 (2011), é a 
especificação formal e detalha os requisitos para um sistema de gerenciamento de serviços 
que permita que o prestador de serviços cumpra os requisitos do serviço e forneça valor tanto 
para o cliente quanto para o provedor de serviços. 
A Parte 2, ISO/IEC 20000-2 (2012), fornece orientação sobre a aplicação do sistema 
de gerenciamento de serviços. Ele descreve as melhores práticas para o gerenciamento de 
serviços dentro do escopo da norma e fornece mais detalhes sobre os processos que as 
organizações devem seguir para alcançar os requisitos estabelecidos na Parte 1. 
A Parte 3, ISO/IEC 20000-3 (2012), dá orientações sobre definição de escopo e 
aplicabilidade da norma. Isso é necessário para ajudar a compreender as, muitas vezes 
complexas, cadeias de suprimento envolvidasno gerenciamento de serviços de TI, em 
especial onde há muitas áreas de processos e funções terceirizadas. Várias outras partes 
completam essas três com orientações e informações sobre aspectos específicos e uso do 
padrão. 
 
 
 
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3. Modelo de Governança de TI Enxuta Proposto 
O modelo de Governança de TI Enxuta proposto (Figura 7), é suportado inicialmente 
pelos conhecimentos e boas práticas de Gerenciamento de Processos, Pain (2009), BPM 
CBOK (2013), Alter (2008), Alter (2013), organizados em três blocos: 1) Promover a 
Governança dos Processos, 2) Promover o Planejamento, Evolução e Transição dos Processos 
e 3) Promover a Operação e a Gestão do Dia a Dia dos Processos. Os processos nos três 
níveis são norteados pelos Princípios, Ferramentas e Roteiro de Implementação do 
Pensamento Enxuto, em especial TI Enxuta (BELL E ORZEN, 2011). 
Figura 7 – Modelo de Governança de TI Enxuta 
 
 Fonte: Os Autores (2014) 
As boas práticas de Gerenciamento de Processos não são exclusividades da área de TI, 
muito pelo contrário, devem estar disseminadas por toda a organização, e a área de TI tem a 
obrigação de aderir a essas boas práticas uma vez que elas sejam definidas como uma diretriz 
da organização. 
O primeiro bloco da Figura 7, Promover a Governança dos Processos, visa o 
alinhamento dos processos de TI com o direcionamento estratégico do negócio. A revisão dos 
processos de TI deverá estar alinhado com o macro processo empresarial e atender as 
políticas, aos padrões, a metodologia e as ferramentas definidas nesse nível. Contudo, há 
diretrizes de TI que devem ser consideradas e também devem ser obedecidas por toda a 
organização, e nesse sentido, as boas práticas de Governança Empresarial de TI do COBIT e 
 
 
 
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do ISO/IEC 38500 (2008) e parte relacionada á governança da Gestão de Riscos do ISO 
31000 (2009), devem ser levadas em conta, como evidenciado no primeiro bloco da Figura 7. 
Este bloco é o que está mais ligado à “Governança Empresarial” e com a TI Enxuta voltada 
para fora, ou seja, é onde fica claro como TI irá agregar valor ao Negócio, balanceando os 
riscos e a utilização dos recursos, monitorando e demonstrando os resultados de forma 
transparente. 
O segundo bloco da Figura 7, Promover o Planejamento, Evolução e Transição dos 
Processos, asseguram que os processos de TI adotarão os padrões e metodologias definidas 
para serem aplicadas durante as mudanças dos processos. Ao mesmo tempo é necessário 
adotar boas práticas ligadas à excelência operacional de TI, e por essa razão nesse segundo 
bloco é destacado as boas práticas dos processos: Planejar, Construir e Monitorar 
Gerenciamento Empresarial de TI do COBIT, dos processos: Estratégia, Projeto e Transição 
de Serviços de TI do ITIL e ISO/IEC 20000-2 (2012), os processos de Gerenciamento de 
Projetos do PMBOK e PRINCE2, a Gestão da Arquitetura Empresarial do TOGAF, a 
Segurança da Informação do ISO 27000 (ISO, 2009), o Desenvolvimento de Produtos e 
Serviços do CMMI e a Gestão de Riscos do ISO 31000 (2009), entre outros modelos e 
padrões. 
O terceiro bloco da Figura 7, Promover a Operação e a Gestão do Dia a Dia dos 
Processos, garantem que os processos assim que implementados serão gerenciados no dia a 
dia e que serão continuamente melhorados. Esta prática é válida para todos os processos da 
empresa, inclusive os processos de TI. E para TI também existem boas práticas referenciadas 
nos processos: Executar e Monitorar o Gerenciamento Empresarial de TI do COBIT, a 
Operação e a Melhoria Contínua de Serviços de TI do ITIL. A Gestão do Dia a Dia gera 
informações e evidências que devem ser refletidas em indicadores de controle. Essa base 
histórica e indicadores são insumos que irão auxiliar nas correções de problemas e nas 
melhorias dos processos. 
A utilização do Pensamento Enxuto em todos os níveis privilegia os aspectos 
comportamentais, culturais, as pessoas, os clientes, através da aplicação dos princípios do 
pensamento enxuto e de suas ferramentas na prática. 
O pensamento enxuto se faz presente desde o nível estratégico, alinhando com a 
organização como a área de TI agregará valor para a empresa e seus clientes, qual o nível de 
prestação de serviços de TI é necessário para atender aos requisitos do negócio. 
 
 
 
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ISSN 2237-5163 / v. 05, n. 02: p. 250-276, ano 2015 
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O pensamento enxuto aplicado à TI passa pela excelência operacional de TI onde os 
processos que agregam valor serão desdobrados em suas respectivas cadeias de valor para 
identificar e eliminar desperdícios, mesmo quando esses processos sejam baseados em boas 
práticas aceitas pelo mercado como o COBIT, ITIL e PMBOK, entre outras, pois essas boas 
práticas não são manuais de uso e sim referências que servem de base, mas precisam ser 
adequadas ao uso de cada organização. 
4. Considerações Finais 
Quando se fala de governança, e isso inclui a governança empresarial de TI, é 
mandatório a sua ligação com o nível estratégico, pois essa é a natureza da governança. A 
governança, entre outras coisas, busca o alinhamento estratégico entre todos os processos, de 
todas as áreas, em todos os níveis. Isso significa na prática que as políticas, padrões, normas, 
conformidades de governança empresarial de TI norteiam as ações de TI, mas também 
norteiam as ações de todas as áreas funcionais da organização. Por outro lado, a área de TI, 
seus processos e serviços também são norteados pela governança financeira, pela governança 
de recursos humanos, ou seja, por todos os aspectos relacionadas à governança empresarial. 
O artigo apresentou no seu referencial teórico várias disciplinas, algumas delas são 
válidas para todas as áreas funcionais da empresa e que também devem ser aplicadas à TI para 
ganhar sinergia entre as áreas. Entre essas disciplinas citamos o gerenciamento de processos, 
o pensamento enxuto, o sistema de trabalho, o gerenciamento de projetos, o gerenciamento da 
segurança de informação e o gerenciamento de riscos. 
Também foram apresentadas disciplinas ligadas a TI, como são os casos da 
governança empresarial de TI, gerenciamento de serviços de TI, gestão da arquitetura 
empresarial e gestão de desenvolvimento de produtos e serviços de TI. 
Algumas das disciplinas apresentadas tratam do mesmo assunto, como são os casos de 
governança de TI com o COBIT 5 (2012), ISO 38500 (2008) e ISO 31000 (2009), o 
gerenciamento de serviços de TI com o ITIL (2012), COBIT (2012) e a ISO 20000-1 (2011), 
e o gerenciamento de projetos com o PMBOK e PRINCE 2. 
Também foram apresentadas disciplinas que são superficialmente tratadas no COBIT e 
no ITIL, mas são exploradas mais profundamente em material específicos como o TOGAF 
para arquitetura empresarial, CMMI para desenvolvimento de produtos e serviços, ISO 27000 
(ISO, 2009) para segurança de informação e o PMBOK e PRINCE2 para gerenciamento de 
 
 
 
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projetos. 
Os padrões e metodologias estão amadurecidos, mas como mencionado por Bell e 
Orzen (2011), muitos projetos de TI ainda estão relacionados com altos valores de 
investimentos e baixos resultados para o negócio. O Modelode Governança de TI Enxuto 
reforça a importância que deve ser dada as Pessoas, aos aspectos comportamentais, e os 
princípios do pensamento enxuto dão suporte para isso. O Sistema de Trabalho, (ALTER, 
2008; ALTER, 2013), enfatiza o Cliente no topo da pirâmide, que demanda produtos e 
serviços. Produtos e serviços que são entregues através de Processos. Processos que entendam 
as reais necessidades e desejos dos clientes e entreguem aquilo que os clientes enxergam 
valor. 
O modelo de Governança de TI Enxuta proposto inicia com uma visão geral dos 
processos, organizados em três blocos. O primeiro bloco para alinhar TI com o negócio 
através dos processos ligados a governança, o segundo bloco para promover as mudanças nos 
processos de forma efetiva e o terceiro bloco para garantir e melhoria contínua dos processos. 
Em paralelo aos processos estão os princípios, ferramentas e roteiro de implantação do 
pensamento enxuto. Pois é através dos Processos que os produtos e serviços serão entregues, 
mas é através das Pessoas que os Processos serão executados e que a transformação enxuta 
será concretizada. As tecnologias e metodologias complementam o modelo, aplicando as boas 
práticas relacionadas com os modelos e padrões de referência apresentados, promovendo os 
ajustes necessários para adequar essas práticas as necessidades e perfil de cada organização. 
O modelo de Governança de TI Enxuta está sendo aplicado em uma indústria 
mecânica da região norte catarinense, em breve novas descobertas serão divulgadas sobre a 
aplicação e sobre o amadurecimento do modelo proposto. 
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