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Gerenciamento de Serviços de Tecnologia de Informação

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GOVERNANÇA
DE TECNOLOGIA 
DA INFORMAÇÃO
Izabelly Soares
de Morais
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
M827g Morais, Izabelly Soares de.
 Governança de tecnologia da informação [recurso
 eletrônico] / Izabelly Soares de Morais, Glauber Rogerio 
 Barbieri Gonçalves; [revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon]. 
 – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
 ISBN 978-85-9502-343-7
 1. Tecnologia da informação. I. Gonçalves, Glauber
 Rogerio Barbieri. II.Título.
CDU 004
Revisão técnica:
Jeferson Faleiro Leon
Graduado em Desenvolvimento de Sistemas
Especialista em Formação Pedagógica
O que é a governança de TI
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as principais definições que norteiam a governança de TI.
 � Compreender o que é a governança de TI.
 � Elencar as etapas que conduzem a governança de TI.
Introdução
Você já imaginou a quantidade de processos existentes em um contexto 
corporativo? Tente conceber a quantidade de transações que ocorre a 
cada minuto, as quais envolvem compra de matéria-prima, controle de 
produção, preenchimento de controles financeiros, planilhas, entre outros. 
Muita coisa, não é? A governança de TI auxilia a gerenciar os recursos 
tecnológicos que contribuem para que haja organização e gestão das 
atividades em uma empresa. 
Neste capítulo, estudaremos sobre a governança de TI, que é respon-
sável por apoiar o universo executivo diante dessa enorme demanda 
de gerenciamento. Para isso, você aprenderá conceitos, definições e as 
principais etapas que norteiam a governança de TI.
Principais conceitos que norteiam a governança 
de TI
Antes de abordarmos a governança de TI, precisamos entender que ela traz 
diversos fatores novos para o ambiente corporativo organizacional. Então, 
podemos voltar um pouco no tempo e imaginar, caso você não tenha vivido 
essa época, o momento em que os primeiros maquinários começaram a chegar 
nas empresas, quando trabalhos que eram realizados antes de forma totalmente 
manual passaram a ter o auxílio de máquinas. Qual fora a reação da maioria dos 
trabalhadores fabris da época? E quando os primeiros computadores e telefones 
passaram a ser implantados nas grandes corporações? Arrisca-se imaginar 
que, na época, tornaram-se o assunto do momento, e todos provavelmente 
passaram a se questionar como aquilo tudo funcionava, ou, até mesmo, como 
aquele maquinário contribuiria com o trabalho que estava sendo desenvolvido. 
A organização pode ser compreendida como um grupo de indivíduos 
associados com um objetivo comum, e é geralmente organizada de forma 
hierárquica com atividades que abrangem as características do negócio. De 
simples definição, mas de complexa realidade, as organizações são um campo 
de infinitas possibilidades para modelos, tendências e focos que, algumas vezes, 
são influenciados pelo contexto histórico ou por resultados de pesquisas ou es-
tudos. Desde o início do século XX começaram a surgir teorias organizacionais 
com a função de apoiar gerencialmente as organizações, de modo a torná-las 
mais efetivas e eficientes em seu contexto (MOLINARO; RAMOS, 2011, p. 
4). A Figura 1 cita os tipos de governança e, a seguir, veremos de que forma 
os diferentes tipos de governança agem no contexto de negócios e tecnologias.
Figura 1. Diferentes tipos de governança.
Fonte: Molinaro; Ramos (2011).
Apesar de o interesse em sistemas ter começado em meados da década de 
1960, foram nos anos 1980 que a tecnologia da informação ocupou seu lugar. 
A TI era uma novidade para a grande maioria dos trabalhadores, e, por essa 
razão, havia, falta de maturidade, capacidade e habilidade dos usuários em 
relação à melhor forma de explorar os novos recursos. Como consequência, os 
setores que adotaram intensamente TI não estavam colhendo ganhos signifi-
cativos de produtividade. Com o aumento dos investimentos em treinamento, 
conhecimento e talento no final dos anos 1980 e seguintes, tais setores passa-
ram a obter, nos últimos quinze anos, os resultados dos investimentos em TI 
O que é a governança de TI2
por meio de elevados ganhos de performance corporativa (MANSUR, 2011, 
p. 10). Com o tempo, diversos termos e práticas começaram a surgir, como 
Governança Corporativa, Governança Empresarial, Governança de Negócios 
e Governança de TI, além de diversos outros que acabam sendo inseridos no 
contexto dos já citados, como gestão, estratégias, etc.
A governança corporativa “[...] fundamentou-se para criar um conjunto 
eficiente de mecanismos para assegurar que o comportamento dos executivos 
esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas, e também para evitar 
fraudes, erros estratégicos e abusos de poder” (TOMIATTI, 2012, p. 12). A 
definição de governança corporativa de acordo com o Instituto Brasileiro de 
Governança Corporativa (IBCG) é:
[...] o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incen-
tivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselhos de 
administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança 
corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando 
interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, 
facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para sua longevidade. (IBGC, 
2012 apud TOMIATTI, 2012, p. 13).
A governança empresarial é um sistema pelo qual as entidades são dirigidas 
e controladas. Os problemas referentes à governança não podem ser resolvidos 
sem a TI, uma vez que o negócio é altamente dependente da tecnologia. A go-
vernança empresarial deve, portanto, dirigir e contribuir para o estabelecimento 
da governança de TI. A TI, por sua vez, pode influenciar as oportunidades 
estratégicas da empresa, fornecendo informações valiosas para a elaboração 
de planos estratégicos. Dessa forma, a governança de TI ajuda a empresa a 
tirar o máximo proveito da informação e é vista como um fator propulsor 
da governança empresarial (SANTOS; BARUQUE, 2010, p. 17). Para 
Palma (2017, p. 20), a governança empresarial se divide em governança de 
negócios, que está preocupada com aspectos de performance da área de 
negócio, como lucratividade, redução de custos e cumprimento de 
expectativas do cliente; e governança corporativa, que está preocupada com 
conformidade e envolvendo cumprimento de regulamentos internos e/ou 
externos.
3O que é a governança de TI
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lançou o primeiro “Código 
das Melhores Práticas de Governança Corporativa” do país, abordando temas como o 
relacionamento entre controladores e minoritários e diretrizes para o funcionamento 
do Conselho de Administração (MOLINARO; RAMOS, 2011, p. 24).
O que é a governança de TI?
Estima-se que o termo “governança de TI” tenha sido mencionado pela primeira 
vez no âmbito tecnológico no início da década de 1990, em meados de 1991. 
A princípio, era definido apenas como uma forma de mensurar as relações 
que englobavam as regras de negócios por meio de um sistema de tecnologia 
da informação. Atualmente, a tecnologia da informação remete aos procedi-
mentos aplicados por alguma tecnologia, os quais visam ao direcionamento 
das informações. 
Alguns autores, como Lunardi et al. (2014, p. 49), fizeram um breve levan-
tamento sobre a trajetória da governança de TI. Segundo eles, em 1992, Hen-
derson e Venkatraman (apud LOH, 1993) expandem a definição anterior para 
abranger escolhas de mecanismos estruturais (como joint ventures, contratos de 
longo prazo e boas parcerias) que seriam utilizados para obter as capacidades 
de TI. Ainda conforme os autores, o conceito é novamente revisado em 1999 
e caracterizado por Sambamurthy e Zmud (1999) como a implementação de 
estruturas e arquiteturas (e padrões de autoridade associadas) relacionadas à 
TI para atingir com sucesso atividades em resposta ao ambiente e à estratégia 
organizacional. Weill e Ross (2004) definem a governança de TI como o sistemaque especifica a estrutura de responsabilidades e os direitos de decisão para 
encorajar comportamentos desejáveis no uso da TI. Entretanto, é a partir de 
2001, com o conceito proposto por Korac-Kakabadse e Kakabadse (2001 apud 
LUNARDI et al., 2014, p. 49), que a governança de TI passa a se concentrar 
também na necessidade de definir processos e mecanismos de relacionamento 
– e não apenas estruturas – para desenvolver, dirigir e controlar os recursos 
de TI, de modo a atingir os objetivos da organização.
Para Santos e Baruque (2010, p. 8), “[...] a governança de TI pode ser 
traduzida como a administração da Tecnologia da Informação (TI) de 
forma a garantir o total controle sobre os seus resultados, que devem 
O que é a governança de TI4
estar alinhados aos objetivos do negócio”. Já para Weill e Ross (2004), a 
governança de TI “[...] consiste em um ferramental para a especificação dos 
direitos de decisão e responsabilidade, visando encorajar comportamentos 
desejáveis no uso da TI”. De acordo com o IT Governance Institute (2007), 
a governança de TI é de responsabilidade da alta administração (incluindo 
diretores e executivos), na liderança, nas estruturas organizacionais e 
nos processos que garantem que a TI da empresa sustente e estenda as 
estratégias e objetivos da organização. 
A princípio, estamos falando de conceitos, e não de aplicações. Portanto, 
repare que podemos ter diversas definições dos termos, os quais podem ser 
adaptados de acordo com o contexto em que estão inseridos. A concepção dada 
pela ISO/IEC 38.500 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNI-
CAS, 2009) afirma que a governança de TI “[...] é o sistema pelo qual o uso 
atual e futuro da TI são dirigidos e controlados. Significa avaliar e direcionar 
o uso da TI para dar suporte à organização e monitorar seu uso para realizar 
planos. Inclui a estratégia e as políticas de uso da TI dentro da organização”.
É possível notar que, ao longo dos anos, o conceito passou por diversas 
mudanças, as quais estão relacionadas à ampliação do uso não só do termo, 
mas da aplicação da prática no âmbito corporativo. Perceba que, no início 
da década de 1990, a expressão era bem direcionada a algumas atividades 
relacionadas a regras de negócio, como a realização de joint venture. Já a partir 
dos anos seguintes, a gestão estratégica passou a fazer parte desse contexto, 
no qual era vista como algo fundamental para o sucesso do negócio. Logo, 
podemos dizer que, atualmente, a governança engloba todos esses fatores que 
foram sendo adicionados à sua definição ao longo dos anos, e um pouco mais. 
Ainda dentro dessa ótica, para Fernandes e Abreu (2012, p. 13), a gover-
nança de TI deve:
 � promover o alinhamento da TI ao negócio (suas estratégias e objeti-
vos), tanto no que diz respeito a aplicações como à infraestrutura de 
serviços de TI;
 � providenciar a implantação de mecanismos que garantam a continuidade 
do negócio contra interrupções e falhas (manter e gerir as aplicações 
e a infraestrutura de serviços);
 � viabilizar, com áreas de controle interno, compliance e gestão de riscos, 
o alinhamento da TI a marcos de regulação externos como a Sarbanes-
-Oxley (empresas que possuem ações ou títulos, papéis sendo negociados 
em bolsas de valores norte-americanas), Basileia II (no caso de bancos) 
e outras normas.
5O que é a governança de TI
De acordo com Wolffenbüttel (2006), na tradução literal, a expressão “joint venture” quer 
dizer “união com risco”. Ela, de fato, refere-se a um tipo de associação em que duas 
entidades se juntam para tirar proveito de alguma atividade, por um tempo limitado, 
sem que cada uma perca a identidade própria.
Por essa definição, qualquer sociedade, mesmo envolvendo pessoas físicas, poderia 
ser classificada como joint venture. Porém, a expressão se tornou mais conhecida para 
definir a associação entre duas empresas.
O modelo mais comum é aquele em que um fabricante forma uma joint venture 
com uma firma comerciante de outro país para explorar o mercado estrangeiro. Mas 
não precisa ser necessariamente assim.
Fonte: Wolffenbüttel (2006). 
Ciclos da Governança de TI 
Segundo Weill e Ross (2004), a governança de TI busca atender às práticas 
definidas pela governança corporativa, e visa responder às seguintes questões:
1. As capacidades da TI melhoram a competitividade da sua empresa? 
2. Todos os gerentes da empresa reconhecem suas responsabilidades com 
o gerenciamento e o uso efetivo da TI – ou eles assumem que este é um 
problema apenas da área de TI?
3. Os investimentos em TI de sua empresa visam atender aos objetivos 
estratégicos ou sua empresa desperdiça recursos e investimentos apenas 
para atender às iniciativas táticas e necessidades operacionais?
Diante desses questionamentos podemos complementar com as se-
guintes perguntas: onde estamos tentando inserir a melhoria? Qual é o 
nosso objetivo com as metodologias que estamos querendo adotar? O que 
devemos fazer para atingir nossos objetivos? Conseguimos chegar aonde 
planejamos? Se sim, podemos ver brevemente o resultado de melhoria. 
Porém, devemos sempre estar em busca de melhorias, devemos lembrar 
que, na era tecnológica em que vivemos, a cada dia que passa a compe-
titividade se torna mais acirrada. A partir daí, podemos nos questionar: 
e agora, aonde queremos chegar? Quanto queremos evoluir e para que 
direção iremos? Caso o ciclo não tenha dado certo, podemos iniciar tudo 
novamente realizando as mudanças necessárias.
O que é a governança de TI6
Para Fernandes e Abreu (2012, p. 14), o ciclo da governança de TI possui 
quatro grandes etapas: o alinhamento estratégico; um momento para decisão; 
uma fase para estrutura e processos; e, por fim um período para gestão do valor 
e desempenho. Podemos ver mais claramente essas etapas na Figura 2, a seguir.
Figura 2. Ciclo da governança de TI.
Fonte: Fernandes e Abreu (2012).
Para Fernandes e Abreu (2012), o alinhamento estratégico e compliance 
refere-se ao planejamento estratégico da tecnologia da informação que leva 
em consideração as estratégias da empresa para seus vários produtos e seg-
mentos de atuação, assim como os requisitos de compliance externos, como 
o Sarbanes-Oxley Act e o Acordo da Basileia.
A etapa de decisão, compromisso, priorização e alocação de recursos 
refere-se às responsabilidades pelas decisões relativas à TI em termos de 
arquitetura de TI, serviços de infraestrutura, investimentos, necessidades de 
aplicações, etc., assim como à definição dos mecanismos de decisão, ou seja, 
em que fóruns da empresa são tomadas essas decisões. Além disso, trata da 
obtenção do envolvimento dos principais tomadores de decisão da organização, 
assim como do conceito de prioridades de projetos e serviços e da alocação 
efetiva de recursos monetários no contexto de um portfólio de TI.
A etapa de estrutura, processos, operações e gestão diz respeito à estrutura 
organizacional e funcional de TI, e aos processos de gestão e operação dos 
produtos e serviços de TI, alinhados com as necessidades estratégicas e ope-
racionais da empresa. Nessa fase, são definidas ou redefinidas as operações de 
7O que é a governança de TI
sistemas, infraestrutura, suporte técnico, segurança da informação, governança 
de TI e outras funções auxiliares ao CIO (chief information officer), etc.
A etapa de gestão do valor e do desempenho refere-se à determinação, 
coleta e geração de indicadores de resultados dos processos, produtos e ser-
viços de TI, à sua contribuição para as estratégias e objetivos do negócio e à 
demonstração do valor da TI para o negócio.
Com base nessas informações, passamos a compreender que esses fatores 
trazem para o contexto corporativo a possibilidade de abertura a possíveis 
mudanças. Por meio delas, a empresa tem como se programar para eventuais 
imprevistos, até porque, por meio da gestão de seus processos, é possível 
indicar possibilidades positivas e negativas para o negócio. 
A China facilita a entrada no país para companhias que formemjoint ventures com 
empresas chinesas do mesmo setor, de modo a oportunizar a transferência de tec-
nologia. Caso algum empreendedor queira se estabelecer na China sem se associar a 
uma companhia local, enfrentará barreiras quase intransponíveis. No Brasil, em 1987, 
foi feita uma clássica joint venture: a união entre a Volkswagen e a Ford, dando origem 
à Autolatina. Ambas mantiveram suas identidades e marcas, e a sociedade tinha um 
prazo determinado para se dissolver. Existem muitas joint ventures conhecidas. Uma 
delas é a prestadora de telefonia móvel Vivo, fruto de uma fusão entre a organização 
portuguesa Telecom e a espanhola Telefonica Móviles.
Fonte: Wolffenbüttel (2006).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009: 
governança corporativa de tecnologia da informação. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão 
de processos e serviços. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2012.
IT GOVERNANCE INSTITUTE. COBIT QuickStart. 2nd ed. Rolling Meadows: ITGI, 2007.
LOH, L. The economics and organization of information technology governance: sourcing 
strategies for corporate information infrastructure. 1993. 241 f. Thesis (Ph. D.)–Massa-
chusetts Institute of Technology, Cambridge, 1993.
O que é a governança de TI8
LUNARDI, G. L. et al. Análise dos mecanismos de governança de TI mais difundidos 
entre as empresas brasileiras. Revista Alcance Eletrônica, Rio Grande, v. 21, n. 1, jan./mar. 
2014. Disponível em: <http://www.repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/5286/4727-
16728-1-PB.pdf?sequence=1>. Acesso em: 26 out. 2017.
MANSUR, R. Governança de TI verde: o ouro verde da nova TI. São Paulo: Ciência 
Moderna, 2011.
MOLINARO, L. F. R.; RAMOS, K. H. C. Gestão de tecnologia da informação: governança 
de TI. São Paulo: LTC, 2011. 
PALMA, F. Governança de TI na prática: uma visão direta, clara e simplificada. [S.l.]: 
Portal GSTI, 2017. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/fernando.palma/ebook-
-governana-de-ti-na-prtica>. Acesso em: 03 dez. 2017.
SAMBAMURTHY, V.; ZMUD, R. Arrangements for information technology governance: a 
theory of multiple contingencies. MIS Quarterly, Minneapolis, v. 23, n. 2, p. 261-290, 1999.
SANTOS, L. C.; BARUQUE, L. B. Governança de tecnologia da informação. Rio de Janeiro: 
Fundação CECIERJ, 2010.
TOMIATTI, T. S. Governança de TI. 2012. Monografia–Faculdade de Tecnologia de São 
Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.fatecsp.br/dti/tcc/tcc00048.
pdf>. Acesso em: 30 out. 2017.
WEILL, P.; ROSS, J. W. IT governance: how top performers manage IT decision rights 
for superior results. Boston: Harvard Business, 2004.
WOLFFENBÜTTEL, A. O que é? Joint-venture. Desafios do Desenvolvimento, Brasí-
lia, DF, ano 3, n. 25, 2006. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/desafios/index.
php?option=com_content&id=2110:catid=28&Itemid=23>. Acesso em: 28 out. 2017.
Leituras recomendadas
AUDY, J. L.; BRODBECK, Â. F. Sistemas de informação: planejamento e alinhamento 
estratégico nas organizações. Porto Alegre: Bookman, 2003.
BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; ALLEN, F. Princípios de finanças corporativas. 10. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013. 
FUSCO, C. Governança de TI: o que ela (não) faz por você. [S.l.]: Computerworld, 
2007. Disponível em: <http://computerworld.com.br/gestao/2007/10/15/idgnoti-
cia.2007-10-11.4971729199/>. Acesso em: 27 out. 2017. 
9O que é a governança de TI
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
GOVERNANÇA DE 
TECNOLOGIA 
DA INFORMAÇÃO 
Glauber Rogério
Barbieri Gonçalvez
ITIL – Information Technology 
Infrastructure Library
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conhecer o framework ITIL.
 � Reconhecer as principais vantagens do ITIL.
 � Compreender a relevância do ITIL para o gerenciamento de TI nas 
organizações.
Introdução
A Tecnologia da Informação (TI), com o passar do tempo, começou a 
assumir papel de protagonista dentro das organizações. O que antes 
era um complemento, hoje figura-se como um importante ativo para a 
permanência da empresa no mercado.
Ela é um fator crítico de sucesso para a organização, e assume, tam-
bém, um importante diferencial de mercado na busca por melhores 
resultados. Há empresas que são TI pura e outras que dependem de um 
bom gerenciamento dessa área para considerar e consolidar a TI como 
fator-chave para o negócio.
O apoio aos stakeholders (partes interessadas) é buscado pelo 
atendimento aos desafios da TI dentro das organizações, como o 
alinhamento dos serviços com as necessidades atuais e futuras da 
organização, a complexidade dos cenários e a dependência da TI 
para o negócio.
Tudo isso, correlacionado com investimentos corretos, redução de 
custos e riscos, transformou a TI em um grande campo para sustentar 
as organizações. A TI é um parceiro estratégico, sendo assim, necessita 
de ferramentas que auxiliem na utilização e no gerenciamento dessa 
área nas organizações, para que o nível de serviço seja adequado às 
necessidades organizacionais.
Nesse contexto, surgem os frameworks (conjunto de regras = etapas 
padronizadas para a resolução de um ou vários problemas), que têm a 
função de auxiliar a gestão no gerenciamento dos serviços de TI dentro 
da empresa.
Neste capítulo, você conhecerá o ITIL, seus princípios, estrutura, im-
plementação e capacidade de processos, aliados ao gerenciamento de TI.
O gerenciamento de TI
Com o advento do aumento da importância da área de TI nas organizações, 
surge também a necessidade de gestão dessa área.
Concordando com o Nelson (ANTÓNIO, 2006) sobre a importância do 
gerenciar, destaco o conceito de Peter Drucker (2008), que, em seus estudos, 
faz alusão ao fato de gerenciar e administrar pessoas e processos pode levar a 
empresa a ter melhores resultados, sem gerenciamento não há como alcançar 
os objetivos empresariais. A área de TI cada vez mais está dentro das orga-
nizações e, com isso, torna a necessidade de gerenciamento desse ativo um 
importante fator de sucesso empresarial (Figura 1).
Figura 1. Gerenciamento de serviço de TI (GSTI).
Fonte: Portal GSTI (c2018). 
O gerenciamento de serviços de TI, também conhecido por GSTI, ganhou 
notoriedade, pois vem auxiliando as organizações nos desafios dessa nova 
fase de evolução.
ITIL – Information Technology Infrastructure Library214
Além do importante alinhamento da TI com as necessidades atuais e 
futuras da empresa, o gerenciamento deve adequar os investimentos ao nível 
de serviço requerido pela organização no atendimento às necessidades dos 
usuários ou clientes. Dessa forma, gera valor à organização justificando o 
retorno ao investimento.
Também cabe ressaltar que o gerenciamento auxilia a empresa a ter conformi-
dade com as leis e os regulamentos aos quais está submetida, de maneira a agir com 
transparência na governança em TI e corporativa, buscando manter e promover 
a segurança das informações e consolidando o conhecimento organizacional.
A otimização dos processos e das melhores práticas servirá às organizações 
quanto ao alcance dos objetivos. Sozinhos, os colaboradores não têm mais 
condições de processar essa quantidade de informações necessárias ao dia a 
dia empresarial. Desse modo, a TI pode e deve utilizar os frameworks para 
auxílio no atendimento às suas necessidades.
Um bom exemplo de gerenciamento é a segurança. Segundo Renato Leite (2018), “[...] 
instituições financeiras terão de se adequar a uma série de novidades no Brasil”. Isso 
porque o Banco Central anunciou consulta pública sobre políticas de segurança da 
informação para o setor. O escopo abrange também os requisitos para contratação 
de serviços de computação em nuvem. As principais exigências levarão em conta o 
modelo de negócio de cada instituição e seu perfil de risco. Também serão conside-
radas acomplexidade de seus produtos/serviços e a sensibilidade dos dados com os 
quais lida. Segundo a proposta, a política implementada deverá prever, no mínimo, o 
seguinte: os controles e as tecnologias adotadas pela instituição para evitar incidentes 
de segurança da informação; os controles voltados à rastreabilidade das informações, 
sobretudo as de natureza sensível, durante todo o seu ciclo de vida; medidas para 
analisar a causa e o impacto de eventuais incidentes, além de planos para garantir a 
continuidade dos negócios. 
Fonte: Leite (2018).
ITIL versão 3
O ITIL – “Information Technology Infrastructure Library”, ou ITIL (biblioteca 
composta das boas práticas para gerenciamento de serviços de TI) é atualmente 
utilizado para dar suporte e entrega de serviços de TI.
215ITIL – Information Technology Infrastructure Library
Foi desenvolvido, inicialmente, pela CCTA (Central Computing and Tele-
communications Agency) e está sob o domínio do OGC (Office of Government 
Commerce), órgão do Reino Unido responsável por ações comerciais.
A biblioteca ganha espaço pela grande necessidade de gerenciamento dos 
serviços de TI nas organizações, pois oferece uma estrutura de processos para 
manter uma infraestrutura de TI.
Esses processos podem ser o desenvolvimento de serviços, gerenciamento 
de infraestrutura ou fornecimento de serviços. Todos podem e devem buscar 
melhores práticas, afinal, as boas práticas são fator-chave para um bom ge-
renciamento e governança em TI.
Figura 2. Certificação ITIL.
Fonte: Management Mania (c2011-2016).
As boas práticas do ITIL têm como objetivos:
 � servir de fonte para melhorar os processos de TI nas organizações;
 � basear as metas para aprimorar os processos de TI, verificando essas 
boas práticas em outras empresas;
 � fundamentar instruções sobre processos e práticas;
 � respaldar decisões sobre a adoção de processos e práticas.
Assim, a organização ganha uma melhor adequação às boas práticas padro-
nizando os processos para ganhar eficiência, eficácia e efetividade na entrega 
adequada de soluções à organização.
Estruturação da biblioteca ITIL V3
O ITL V3 (CESTARI FILHO, 2011) auxiliará as organizações a cumprir o 
atendimento do serviço de TI, ou seja, a organização entregará valor aos seus 
ITIL – Information Technology Infrastructure Library216
clientes, com resultados positivos constantes no planejamento estratégico. 
Isso com a utilização do gerenciamento desses serviços buscando a melhoria 
contínua, que é alcançada pelo uso do conjunto de capacidades organizacionais 
(processos e métodos de trabalho, funções, papéis e atividades) com o objetivo 
unificado dentro da organização.
Possui uma estrutura única composta de um eixo (núcleo) de condução 
de atividades “estratégia de serviços” que norteiam os demais: desenho de 
serviço; transição de serviço e operação de serviço. Por fora, está a “melhoria 
contínua de serviços” (Figura 3).
Figura 3. Estruturação da biblioteca ITIL.
Fonte: Dorow (2010).
A biblioteca, hoje, conta com cinco livros que fazem parte do chamado 
ciclo de vida do serviço, da estratégia no centro à melhoria contínua, que é a 
parte mais afastada do núcleo (ITIL TRAINING ACADEMY, c2017). Como 
217ITIL – Information Technology Infrastructure Library
todo ciclo, há o nascimento, o período de maturação e a morte ou parada de 
atividade. A proposta é, então, gerenciar todas as fases e não só na maturação 
do serviço. Com isso, as organizações podem agregar valor desde a criação 
do serviço até as fases posteriores (Quadro 1).
Fonte: Adaptado de ITIL Training Academy (c2017).
Livro Conteúdo
Estratégia de Serviços Identifica os requisitos e as necessidades 
do negócio a serem contemplados 
pelos serviços de TI.
Desenho de Serviços De acordo com a necessidade, são 
projetadas as soluções de TI para o 
atendimento das necessidades.
Transição de Serviços Trata da implantação do serviço propriamente dito.
Operação de Serviços Analisa a manutenção no nível de 
serviço estabelecido para a organização 
alcançar seus objetivos.
Melhoria Contínua 
de Serviços
Desenvolve a possibilidade de melhoria contínua.
Quadro 1. Ciclo da vida dos serviços.
Livro 1 – Estratégia de Serviços
Tem como objetivo o desenvolvimento de estratégias e modelos organiza-
cionais baseados nos serviços de TI, contendo a descrição dos serviços que 
serão ofertados, como esses serviços criarão valor para os clientes, como eles 
irão perceber esse valor e como serão desenvolvidos os planos de negócios de 
modo a obter os recursos necessários aos serviços otimizando os recursos e 
mensurando o desempenho de todo o serviço.
Nele, são encontrados os conceitos de competitividade, riscos, fatores 
críticos de sucesso, contabilidade orientada a serviços e valor do serviço, que 
é a combinação da utilidade com a garantia de que devem crescer proporcio-
nalmente (Figura 4).
ITIL – Information Technology Infrastructure Library218
Figura 4. Resultado da estratégia de serviços.
Fonte: Adaptada de ITIL Training Academy (c2017).
Conforme a Figura 4, os serviços são resultado da sua utilidade e garantia 
adequados ao propósito e ao uso, com objetivo de criar valor à organização.
Os serviços podem ter três tipos de provedores, um servindo a uma unidade 
de negócio apenas, outro atendendo a várias unidades de negócio, e um terceiro 
que responda a várias organizações. A escolha dependerá dos resultados 
esperados para uma melhor adequação, afinal, a TI deve figurar-se como um 
ativo, ou seja, deve ser utilizada para prover serviços confiáveis.
Para o desenvolvimento do serviço, esses ativos se dividem em recursos 
(capital financeiro, infraestrutura, aplicações, informação e pessoas) e habi-
lidades (gerenciamento, organização, processos, conhecimento e pessoas).
Os processos, no Livro 1, são encontrados em quatro mnemônicos conforme 
o Quadro 2 a seguir.
219ITIL – Information Technology Infrastructure Library
Fonte: Adaptado de ITIL Training Academy (c2017).
“Est” geração da 
estratégia
Define o mercado a ser atendido e os 
recursos necessários para o atendimento 
das necessidades desse mercado.
“Fin” gestão financeira Compreende as atividades de orçamento, 
contabilização e cobrança.
“Port” gerência 
de portfólio
Descreve os serviços que geram valor ao 
negócio. Aqui são definidos, analisados, 
aprovados e controlados os processos em 
atendimento à estratégia do serviço.
“Dem” gestão de 
demandas
Estuda a demanda para a correta 
aplicação dos serviços.
Quadro 2. Processos detalhados do Livro 1.
Livro 2 – Desenho de Serviços
Tem como objetivo o desenho e a evolução de serviços para atender aos re-
quisitos atuais e futuros da organização. Traduz o processo final do livro 
Estratégia de Serviços chamado SLP (Service Level Package), o qual define 
o valor dos serviços em termos de utilidade e garantia.
Nesse livro, o SLP é visto em um conjunto de especificações: produz e 
mantém planos, processos, políticas, padrões e arquiteturas para criação dos 
serviços; desenha serviços que forneçam resultados adequados ao negócio; 
concebe processos para suportar o ciclo de vida dos serviços; desenvolve 
habilidades e capacidades de TI; projetam recursos seguros e resilientes de 
infraestrutura, ambiente, aplicações e dados; e cria métodos de mensuração 
e métricas.
Nele, são encontrados os papéis de pessoas, produtos, processos e parceiros, 
tudo para realizar as atividades de desenvolvimento, produção, gerenciamento 
e alinhamento dos serviços com políticas e estratégias.
Na Figura 5 e no Quadro 3, você verá os processos desse livro.
ITIL – Information Technology Infrastructure Library220
Figura 5. Esquema do livro 2.
Fonte: Adaptada de ITIL Training Academy (c2017).
Fonte: Adaptado de ITIL Training Academy (c2017).
“Cat” gerenciamento do 
catálogo de serviços
Atua como fonte centralizada de informações 
sobre todos os serviços acordados e assegura 
que estejam disponíveis aos usuários 
autorizados a trabalhar com eles.
“Niv” gerenciamentode nível de serviço
Garante que os serviços tenham o 
desempenho esperado pela organização.
“Disp” gerenciamento 
da disponibilidade
Assegura que os serviços sejam entregues 
de acordo com o projetado.
“Cap” gerenciamento 
da capacidade
Mantém os níveis de entrega de serviços 
a custos acessíveis, assegurando que a 
capacidade da infraestrutura de TI fique 
alinhada às necessidades do negócio.
“Cont” gerenciamento da 
continuidade de serviço
Tem como objetivo manter continuamente 
a capacidade de recuperação dos serviços 
de TI para o atendimento a necessidades, 
requisitos e prazos do negócio.
“SI” gestão de segurança 
da informação
Alinha a segurança de TI ao negócio e às boas 
práticas de governança em TI e corporativa.
“For” gerenciamento 
de fornecedor
Gerencia os fornecedores e serviços ofertados 
à organização de acordo com as metas de TI.
Quadro 3. Processos detalhados do Livro 2.
221ITIL – Information Technology Infrastructure Library
Livro 3 – Transição de Serviços
Tem como objetivo o planejamento e gerenciamento dos recursos para a entrega 
dos objetivos empresariais, assegurando o menor impacto possível nos servi-
ços e departamentos da empresa. Além disso, gera uma maior satisfação dos 
clientes internos e externos com os novos projetos alinhados a transparência 
da informação, propostas de mudanças e projetos compreensivos e de fácil 
condução ajustados aos planos de transição de serviço.
Nele, são encontrados os sistemas de gerenciamento de configuração, que 
são utilizados para gerenciar os serviços de TI no que tange ao sistema de 
suporte, deixando mais robusto o nível de atendimento. Esse sistema tem quatro 
camadas (camada de apresentação, camada de processamento de conhecimento, 
camada de integração de informação e camada de dados).
A seguir no Quadro 4, veremos os processos desse livro:
Fonte: Adaptado de ITIL Training Academy (c2017).
“Mu” gerenciamento 
de mudança
Assegura que as mudanças sejam feitas 
de forma controlada e sejam avaliadas, 
priorizadas, planejadas, testadas, 
implantadas e documentadas.
“Conf” gerenciamento 
da configuração e de 
ativo de serviço
Identifica todos os itens de configuração 
necessários para que a TI entregue os serviços.
“Conh” gerenciamento 
do conhecimento
Garante que as pessoas certas tenham o 
conhecimento adequado para entregar 
e suportar os serviços requeridos.
“Sup” planejamento e 
suporte da transição
Aprimora as habilidades e a eficiência 
do provedor de serviços.
“Lib” gerenciamento de 
liberação e implantação
Trata da liberação do serviço no ambiente de 
produção para sua implantação de fato.
“Val” validação de 
serviço e testes
Cuida das evidências de que o serviço 
novo ou alterado suportará os requisitos 
planejados para o negócio.
“Aval” avaliação Assegura que o serviço continue sendo relevante 
ao atingimento das metas propostas.
Quadro 4. Processos detalhados do Livro 3.
ITIL – Information Technology Infrastructure Library222
Livro 4 – Operação de Serviços
Tem como objetivo a entrega, aos clientes e usuários, dos níveis de serviço 
planejados e desejados pela direção da empresa, cuidando do gerenciamento 
da aplicação, tecnologia e infraestrutura que suportam a entrega da TI para 
a governança.
Aqui, alguns cuidados devem ser estudados, como os objetivos que podem 
ser conflitantes (visão interna versus visão externa, estabilidade versus tempo 
de atendimento, qualidade versus custos e atividades proativas versus reativas), 
para que a organização tenha evolução nos níveis de atendimento sem que 
algum desses objetivos fique distante do planejado pela empresa.
Nele, são encontrados os conceitos de requisição de serviço, evento, alerta, 
incidente, problema, solução de contorno (workaround), erro conhecido (known 
error), base de erros conhecidos, impacto, urgência e prioridade e importância 
da comunicação. Tudo isso para a prevenção dos problemas que podem ocorrer 
durante a entrega do serviço à organização.
A seguir, veremos os processos desse livro (Quadro 5).
Fonte: Adaptado de ITIL Training Academy (c2017).
“In” gerenciamento 
de incidentes
Restaura o serviço ao normal o mais rápido 
possível em caso de incidentes.
“Ev” gerenciamento 
de eventos
Refere-se a qualquer ocorrência identificável que 
seja significativa para a gestão de TI que possa 
vir a alterar o nível de atendimento do negócio.
“Cump” cumprimento 
de requisições
Permite ao usuário requerer e receber 
serviços, fornecendo-os e entregando-os, 
provendo informações sobre eles 
com um suporte adequado.
“Ace” gerenciamento 
de acesso
Providencia acesso necessário aos serviços ou 
grupo de serviços para os usuários autorizados.
“ Prob” gerenciamento 
de problemas
Previne problemas e incidentes resultantes 
de problemas, bem como demais incidentes 
que possam ocorrer no atendimento das 
necessidades do serviço ao negócio.
Quadro 5. Processos detalhados do Livro 4.
223ITIL – Information Technology Infrastructure Library
Nesse livro, também surgem as principais funções de operação de contenção 
de incidentes como a central de serviços (Service Desk), o gerenciamento 
técnico, e o gerenciamento de aplicações e operações de TI.
Livro 5 – Melhoria Contínua de Serviços
Tem como objetivo oferecer um guia prático de avaliação e melhoria da qua-
lidade de serviço, assim como as boas práticas de melhoria geral do ciclo de 
gerenciamento do serviço de TI para assegurar os objetivos da governança de 
TI e a governança corporativa, não só para o serviço atual da empresa, mas para 
as necessidades futuras da organização. Assim, os serviços poderão ser aperfei-
çoados, com investimentos corretos a custos adequados, e serviços mensurados 
por indicadores de controle, ou seja, a melhoria contínua propriamente dita.
Nesse livro, há o fechamento do ciclo de controle, pois ele trata do acompa-
nhamento pelas métricas, analisando os resultados obtidos com os desejados 
e tomando as devidas ações de correção ou melhoria, o que conhecemos na 
administração como ciclo PDCA.
O ITIL recomenda três tipos de métrica, a de serviço, a de processo e a de 
tecnologia, para serem utilizados continuamente na verificação de resultados 
dos processos, a fim de propor melhorias e aperfeiçoar as atividades que 
aumentem a qualidade, a eficiência, a eficácia e a efetividade dos serviços, 
com o intuito de atender às necessidades dos clientes.
A seguir, veremos os processos desse livro (Quadro 6).
Fonte: Adaptado de ITIL Training Academy (c2017).
“7p” melhoria em 
sete passos
Baseado no ciclo PDCA, tem como objetivo propor 
as melhorias seguindo os passos (definir o que deve 
ser medido, definir o que se pode medir, coletar 
dados, processar dados, analisar dados, apresentar 
e usar a informação, implantar ação corretiva).
“Mens” mensuração 
de serviços
Tem como objetivo validar decisões, direcionar 
atividades para o alcance das metas e 
fornecer evidências que justifiquem ações e, 
eventualmente, tomar ações corretivas.
“Rel” elaboração de 
relatórios de serviços
Aqui, são gerados e fornecidos relatórios 
sobre os resultados alcançados e o 
desenvolvimento nos níveis de serviço.
Quadro 6. Processos detalhados do Livro 5.
ITIL – Information Technology Infrastructure Library224
A biblioteca ITIL figura-se, por intermédio de seus livros e profissionais 
habilitados, como um instrumento de grande importância para o gerencia-
mento de TI. Não é o único e deve ser utilizado com os demais frameworks 
disponíveis para o atingimento das melhores práticas. Lembre-se de que as 
ferramentas devem ser empregadas corretamente para que os objetivos possam 
ser atingidos, permitindo às organizações gerar valor percebido pelos clientes 
e obter, assim, retorno positivo ao capital investido.
O Ciclo PDCA – Plan, Do, Check, Action –, ou SDCA (planejar, fazer, verificar e agir), é 
um método que tem a função de garantir que a empresa organize seus processos, 
não importando a sua natureza. Esse ciclo foi criado por Walter A. Shewart, na décadade 1920, mas se tornou conhecido quando William Edward Deming, um dos gurus 
da gestão de qualidade, espalhou o conceito pelo mundo. Por esse motivo, o ciclo 
PDCA ficou conhecido a partir da década de 1950 como “Ciclo Deming”. Conforme 
essa teoria, cada processo da empresa passa por quatro fases. Na fase Planejar (Plan) 
são definidos os objetivos de cada processo até chegar ao produto/serviço finais 
requeridos pelo cliente, levando em consideração a política da empresa. Baseado 
nessa política, o planejamento deve ser composto pelos seguintes passos: identificação 
do problema, estabelecimento de metas, análise do fenômeno, análise do processo, 
e plano de ação. A fase Fazer (Do) é o momento em que o plano será executado, 
assim, os indivíduos que participarem da implantação do ciclo PDCA deverão realizar 
treinamentos de acordo com o método. Cada processo é realizado conforme aquilo 
que foi definido na primeira fase. Desse modo, são coletados dados para uma análise 
posterior. Na fase Verificar (Check), com a implantação, os processos são analisados 
por meio de ferramentas próprias, a fim de verificar se cada processo cumpre aquilo 
que foi proposto no planejamento. É nessa fase que poderão ser encontrados erros 
ou falhas no processo. De acordo com o resultado da etapa “Verificar”, na fase Agir 
(Action) serão observadas as falhas nos processos e será analisado se os objetivos 
foram atingidos. Em caso negativo, os processos devem ser melhorados e as etapas 
devem se reiniciar. Fonte: Gestão de Qualidade (c2018).
225ITIL – Information Technology Infrastructure Library
ANTÓNIO, N. S. Estratégia organizacional: do posicionamento ao movimento. 2. ed. 
Lisboa: Sílabo, 2006.
CESTARI FILHO, F. ITIL v3 fundamentos. Rio de Janeiro: RNP/ESR, 2011. Disponível em: 
<https://pt.scribd.com/doc/50809607/ITIL-v3-Fundamentos>. Acesso em: 16 fev. 2018.
DOROW, E. Conhecendo a versão 3 da ITIL. [S.l.]: Profissionais TI, 2010. Disponível em: 
<https://www.profissionaisti.com.br/2010/05/conhecendo-a-versao-3-da-itil/>. Acesso 
em: 16 fev. 2018.
DUCKER, P. F. Management Cases: revised edition. Nova York: HarperCollins, 2008.
GESTÃO DE QUALIDADE. PDCA. [S.l.]: Kerdna, c2018. Disponível em: <http://gestao- 
de-qualidade.info/ferramentas-da-qualidade/pdca.html>. Acesso em: 03 fev. 2018.
ITIL TRAINING ACADEMY. ITIL® Training: leading IT service management training 
provider and ITIL® bookshop. London, c2017. Disponível em: <https://www.itil.org.
uk>. Acesso em: 02 fev. 2018.
LEITE, R. Segurança da informação: os novos requisitos para bancos. [S.l.]: IT Manage-
ment, 2018. Disponível em: <http://www.itmanagement.com.br/2018/seguranca- 
da-informacao-nos-bancos/>. Acesso em: 03 fev. 2018.
MANAGEMENT MANIA. Logo. Cambridge, c2011-2016. Disponível em: <https://ma-
nagementmania.com/uploads/article_image/image/5425/itil-logo.JPG>. Acesso 
em: 03 fev. 2018.
PORTAL GSTI. Gerenciamento de serviço de TI (GSTI). [S.l.], c2018. Disponível em: <https://
www.portalgsti.com.br/media/uploads/fernandopalma/gerenciamento-de-servicos- 
de-ti.png>. Acesso em: 03 fev. 2018.
PORTAL GSTI. Valor. [S.l.], 2016. Disponível em: <https://img.portalgsti.com.
br/3LXaz6wsSkTK0sdNKGvpPI_QKjg=/700x260/https://www.portalgsti.com.br/media/
uploads/article/25/2016/10/09/valor.png>. Acesso em: 03 fev. 2018.
Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Conheça a ABNT. Rio de Janeiro: 
ABNT, c2014. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt>. Acesso 
em: 29 jan. 2018.
FREITAS, M. A. S. Fundamentos do gerenciamento de serviços de TI. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Brasport, 2013.
INFNET TRAINING. Certificação ITIL® Foundation. [S.l.], c2018. Disponível em: <https://
www.infnet.edu.br/training/cursos/itilcobit/certificacao/itilr-foundation>. Acesso 
em: 04 fev. 2018.
ITIL – Information Technology Infrastructure Library226
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO/IEC 38500:2015. Geneva: 
ISO, 2015. Disponível em: <https://www.iso.org/standard/62816.html>. Acesso em: 
30 jan. 2018.
ITIL TRAINING ACADEMY. Benefits of ITIL. London, c2017. Disponível em: <https://www.
itil.org.uk/itil-benefits>. Acesso em: 04 fev. 2018.
ITIL TRAINING ACADEMY. ITIL books. London, c2017. Disponível em: <https://www.
itil.org.uk/itil-books>. Acesso em: 03 fev. 2018.
ITIL TRAINING ACADEMY. What is ITIL? London, c2017. Disponível em: <https://www.
itil.org.uk/what-is-itil>. Acesso em: 03 fev. 2018.
TRANSPARENCY International. Berlin, c2017. Disponível em: <https://www.transpa-
rency.org/>. Acesso em: 30 jan. 2018.
227ITIL – Information Technology Infrastructure Library
GOVERNANÇA DE 
TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO
Glauber Rogério
Barbieri Gonçalves
COBIT – Control Objectives 
for Information and related 
Technology
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o framework COBIT.
 � Reconhecer as principais vantagens do COBIT.
 � Compreender a relevância do COBIT para a governança em TI nas
organizações.
Introdução
A transparência deixou de ser algo que tangencia as organizações para ser 
necessária à manutenção da empresa no mercado, O relacionamento da 
empresa com seus públicos exige cada vez mais atitudes transparentes, 
e os gestores devem incorporar os conceitos da governança corporativa 
para mapear suas ações e decisões.
O atendimento à governança corporativa garantirá a busca por 
melhores resultados, o que inclui uma maior valorização da empresa, 
agregando valor ao produto e à marca. Para que a governança seja 
alcançada, as empresas também necessitam da governança em TI, 
visto que a quantidade de informações a serem processadas cresce 
em progressão geométrica.
A TI cada vez mais figura-se como suporte obrigatório para que a 
organização alcance seus objetivos e metas. Para que a governança em 
TI seja evidenciada e aplicada, necessita de ferramentas para sustentar a 
grande carga de trabalho à qual estará submetida. Entre essas ferramen-
tas surgem os frameworks (conjunto de regras = etapas padronizadas 
para a resolução de um ou vários problemas), que vêm para auxiliar as 
organizações na criação de valor para TI.
Neste capítulo, você conhecerá o COBIT, seus princípios, estrutura, 
implementação e capacidade de processos, aliados à governança em TI.
A governança em TI
Para introduzir o conceito de framework, cabe ressaltar a importância da 
governança em TI para as organizações. Não se trata do meio, mas do fim no 
que tange ao alcance dos objetivos e metas, devido à grande complexidade do 
processamento de informações e grau de transparência exigido pelo mercado 
das empresas. Mesmo empresas de pequeno porte, se não estiverem bem 
estruturadas e planejadas, tendem a não permanecer no mercado. Hoje, a 
velocidade de adaptação tem que ser muito grande, pois há uma exigência 
para tal, estamos vivendo a era do nanossegundo. E a governança em TI 
deve ficar em consonância com a governança corporativa para melhorar as 
práticas empresariais focadas no melhor relacionamento da empresa com os 
seus públicos.
Se os recursos fossem ilimitados, possivelmente a governança em TI não 
fosse hoje como conhecemos, mas essa premissa não é verdadeira, os recursos 
são limitados e devem cumprir com o planejado para serem realmente apro-
veitados ao máximo para maximizar os resultados esperados.
Nesse contexto, é a governança que dará o suporte necessário à empresa 
para o cumprimento do planejamento estratégico definido pela alta direção 
(Figura 1).
A norma técnica que estabelece um modelo para 
a governança corporativa em TI é a norma ISO/IEC 
38500 (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR 
 STANDARDIZATION, 2015), disponível em:
https://goo.gl/RioYK1
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology196
Figura 1. Tarefas organizacionais existentes em governança em TI.
Fonte: IT Governance Network (c2008-2018). 
A norma pede que a governança em TI, na organização, seja composta de 
três tarefas (INTERNATIONAL ORGANIZATIONFOR STANDARDIZA-
TION, 2015). A primeira é mensurar o uso atual e futuro dos componentes 
da TI, a segunda é planejar a implementação de projetos de TI para que 
contemple os objetivos traçados pela organização, e a terceira é monitorar se 
esses objetivos e metas estão sendo cumpridos de acordo com o investimento 
feito na área.
Cabe ressaltar, caro leitor, os três itens a serem buscados pelos gestores de TI:
 � Avaliar: planejar corretamente as necessidades atuais da empresa e
também as projeções de crescimento para que os investimentos cum-
pram com seu papel, que é a manutenção do nível de serviço desejado 
pela organização.
 � Dirigir: após o planejamento, os gestores responsáveis pela preparação e
implementação dos planos e políticas devem fazer cumprir o que foi alo-
cado de recursos para o correto direcionamento proposto pela alta direção.
197COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
 � Monitorar: devem acompanhar todo o projeto com indicadores de de-
sempenho, para, assim, tomar ações de correção ou melhoria para que 
a TI fique em conformidade com as necessidades da organização.
No Brasil, seguem informações sobre o ente máximo das normas técnicas: A ABNT é 
o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira desde 
a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo federal por 
meio de diversos instrumentos legais. 
Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da International 
Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização – ISO), 
da Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas 
Técnicas – Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul 
de Normalização – AMN). Desde a sua fundação, é também membro da International 
Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional – IEC). 
A ABNT é responsável pela produção das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas 
por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/
ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (c2014). 
COBIT 5
O Control Objectives for Information and Related Technology, ou sim-
plesmente COBIT, é um framework focado na governança em TI nas or-
ganizações. É desenvolvido pela Information Systems Audit and Control 
Association (ISACA).
Acesse o link ou o código QR a seguir para saber 
mais sobre o COBIT.
https://goo.gl/tUKFE8
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology198
A ISACA é um organismo de classe mundial composto de várias empresas 
de TI que efetua certificações de segurança, e auditoria de governança e risco 
internacionalmente reconhecido.
O COBIT realiza a integração de outros frameworks publicados pelo insti-
tuto, caracterizando-se por ser um conjunto de boas práticas e recomendações 
de governança em TI. Hoje em sua quinta versão, conta com uma arquitetura 
formada por quatro domínios que auxiliam as organizações a criar valor 
para as soluções de TI, mantendo a obtenção de resultados pelo investimento 
destinado à TI nas empresas e otimizando a utilização dos recursos e os níveis 
de governança planejados (Figura 2).
Foi concebido conforme as exigências do COSO – Committe of Sponsoring 
Organisations of the Treadway Commission’s Internal Control – Integrated 
Framework, padrão de controles internos adotado por organizações de todo 
o mundo no que tange a gerenciamento e gestão de riscos.
Figura 2. COBIT 5 como framework da ISACA.
Fonte: Architecture Center (c2018).
Tem como objetivos centrais ofertar um framework abrangente para 
otimizar o valor gerado pela TI nas organizações e permitir o gerenciamento 
da TI de forma transparente e integrada, criando sinergia entre a TI e os 
demais departamentos da empresa, focada no alcance das metas propostas 
pela direção da empresa. A Figura 3 mostra a evolução do framework, 
desde o começo, quando foi utilizado para auditoria e controles de TI, até 
o momento atual, em que se alinha a outros padrões de mercado como
ITIL (Information Technology Infrastructure Library), ISO, Body Project
199COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
Management of Knowledge, PRINCE2 e The Open Group Architecture 
Framework (TOGAF).
Figura 3. Gráfico demonstrando a evolução do framework.
Fonte: MindMeister (c2018).
Sendo assim, promove para as organizações um melhor gerenciamento 
das informações, mantendo qualidade e segurança necessárias para gerar 
conhecimento e os riscos sobre controle. Além disso, otimiza os custos e 
deixa a empresa adequada com as leis, regulamentos e acordos nos quais está 
inserida, atendendo, assim, a todos os stakeholders (partes interessadas) da 
organização.
Princípios do COBIT
O COBIT é composto por cinco princípios, sobre os quais faremos uma breve 
explicação (Figura 4).
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology200
Figura 4. Princípios que compõem o COBIT 5.
Fonte: Bissong (2014).
Princípio 1: Atender às necessidades dos stakeholders
A empresa existe para criar valor aos públicos a ela relacionados (stakehol-
ders), como acionistas, fornecedores, clientes, colaboradores e a socie-
dade, entre outros. Criar valor significa obter resultados por intermédio 
de recursos aplicados aos processos, controlando os riscos e atuando com 
transparência.
Nesse princípio, o COBIT definirá quem receberá os benefícios, quem 
assumirá os riscos e quais serão os recursos necessários (Figura 5).
201COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
Figura 5. Necessidades relacionadas ao princípio 1.
Fonte: Kolb (2014a).
As necessidades viram objetivos e metas da estratégia corporativa, e são 
bem aderentes ao conceito de alinhamento estratégico de TI e do negócio 
em si.
O COBIT aplica o conceito de cascata, a fim de, assim, colocar os objetivos 
em ordem lógica para viabilizar seu atingimento. Desse modo, são alcançados 
os objetivos pela sua definição tangível, pois ela alinha o conhecimento do 
COBIT com o conhecimento do negócio, permanecendo, então, o objetivo 
comum entre as áreas (Figura 6).
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology202
Figura 6. Objetivos de áreas segundo o COBIT.
Fonte: Redbelt (2017).
Princípio 2: Cobrir a organização de ponta a ponta
Este segundo princípio diz respeito a deixar toda a organização amparada pela 
integração da governança corporativa em TI dentro da governança corpora-
tiva. Integrando, nela, todos os processos e funções requeridos, a TI deve ser 
visualizada como um grande ativo da empresa. O nível gerencial assume o 
papel de responsável por esse alinhamento (Figura 7).
203COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
Figura 7. Necessidades relacionadas ao princípio 2.
Fonte: Kolb (2014b).
O objetivo central é a criação de valor, quando os facilitadores de go-
vernança (recursos organizacionais usados na governança, como princí-
pios, estruturas, processos e práticas) são correlacionados com o escopo da 
governança (local de aplicação da governança) e os papéis, as atividades 
e o relacionamento que são a base (mostra quem, como e o que faz cada 
participante dentro do escopo).
Princípio 3: Aplicar um framework único e integrado
Esse é o fundamento da integração, ser uma solução única e globalizada, pois 
incorpora as demais na busca pela governança transparente em TI, ou seja, o 
COBIT figura-se como integrador para governança e gestão (Figura 8).
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology204
Figura 8. Mapeamento do CoBIT® 5.
Fonte: Swart (c2018). 
Princípio 4: Possibilitar uma abordagem holística
A abordagem holística dentro da organização significa que o projeto deve 
abranger a empresa como um todo, áreas não podem ser deixadas de lado. O 
COBIT apoiará a governança e gestão em TI por intermédio de sete viabiliza-
dores (fatores que individual e coletivamenteinfluenciarão o funcionamento 
da governança) (Ver Quadro 1 e Figura 9).
Viabilizadores Explanação
Princípios, políticas 
e frameworks
São os itens que traduzem o funcionamento 
desejado à organização.
Processos São os processos descritos de uma forma prática, 
utilizados para atingir as metas e os objetivos 
propostos.
Estruturas organizacionais Representam como a organização está 
organizada em níveis de decisão e execução.
Quadro 1. Fatores que influenciam o funcionamento da governança.
(Continua)
205COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
Fonte: Adaptado de ISACA (c2018b).
Viabilizadores Explanação
Cultura, ética e 
comportamento
São a base para a formatação da TI. Têm 
que focar no mesmo objetivo.
Informação A informação deve ser única, protegida e ter 
ampla circulação dentro da empresa para 
o bom funcionamento da governança.
Serviços, infraestrutura 
e aplicações
Incluem todos os recursos de TI que 
fornecem serviços à organização.
Pessoas, habilidades 
e competências
São chave para o sucesso da governança, 
principalmente na tomada de decisão.
Quadro 1. Fatores que influenciam o funcionamento da governança.
Figura 9. Necessidades relacionadas ao princípio 4.
Fonte: Bakshi (2017). 
Esses viabilizadores têm, em conjunto, algumas dimensões para que 
forneçam uma estrutura simples que permita o gerenciamento na busca de 
resultados bem-sucedidos.
As dimensões são os stakeholders (todos os públicos a serem contemplados 
com a governança e a transparência), os objetivos (que devem ser alcançados e 
(Continuação)
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology206
criar valor à organização), o ciclo de vida (pois cada viabilizador é planejado, 
executado e monitorado para manter a melhoria contínua), e as boas práticas 
(papel fundamental para a governança, pois são mensuradas também seguindo 
o fluxo da melhoria contínua).
Tudo isso é gerenciado e acompanhado pela gestão, por exemplo, se as
necessidades foram atingidas, se os objetivos foram alcançados, se o ciclo 
ainda está acontecendo, se as boas práticas realmente estão sendo seguidas 
ou se deve se fazer alguma intervenção para melhorar algum processo.
Princípio 5: Separar a governança da gestão
Neste momento, devem ser separadas gestão de governança, para que as duas 
sejam atingidas. A governança, para assegurar que as necessidades sejam aten-
didas, ou seja, obrigação da alta direção da empresa para garantir os recursos 
necessários, tudo bem planejado. A gestão, por sua vez, para certificar que as 
atividades alinhadas com a direção estratégica estabelecida pela governança 
sejam planejadas, construídas, executadas e monitoradas. Veremos mais sobre 
governança e gestão no modelo de referência do COBIT.
Modelo de referência de processos do COBIT 5
Aqui, o COBIT subdivide os 37 processos de TI nas duas áreas – governança 
e gestão –, as quais são divididas em domínios de processos, conforme mostra 
a Figura 10.
Figura 10. Processos de TI nas áreas de governança e gestão. 
Fonte: Malcher Jr. (2017).
207COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
A governança tem um domínio de “avaliar, dirigir e monitorar” (EDM) 
com cinco processos de governança os quais ditam as responsabilidades da 
alta direção para a utilização dos recursos de TI.
Ficam cobertos os processos de uso do framework de governança, o estabe-
lecimento das responsabilidades, os fatores de risco e recursos e a transparência 
exigida por todos os stakeholders.
Já o processo de gestão contém quatro domínios de acordo com as áreas de 
responsabilidade de planejar, criar, executar e monitorar (PBRM), explicados 
no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de ISACA (c2018b).
Domínio Explanação
APO – Alinhar, Planejar 
e Organizar
Diz respeito à forma como a TI contribuirá 
melhor com o alcance dos objetivos do negócio. 
Aqui encontram-se os processos referentes à 
estratégia e às táticas de TI e os gerenciamentos 
(orçamento, qualidade, riscos e segurança).
BAI – Construir, Adquirir 
e Implementar
Refere-se a operacionalizar a estratégia 
montada em TI, cuida do gerenciamento da 
disponibilidade e capacidade, das mudanças 
organizacionais, transição de processos, enfim, 
auxilia a tornar a TI um ativo da organização.
DSS – Entregar, 
Servir e Suportar
Trata da entrega dos serviços para atendimento 
aos objetivos da organização. O domínio 
tem poder de gerenciar processos, garantir 
a segurança da informação, ou seja, 
controlar os processos do negócio.
MEA – Monitorar, 
Avaliar e Medir
Mensura o desempenho dos processos de TI, 
avaliando a conformidade com os objetivos 
e com os requisitos externos, garantindo 
a transparência e a criação de valor.
Quadro 2. Quatro domínios de acordo com as áreas de responsabilidade.
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology208
Veja o quadro-resumo na Figura 11.
Figura 11. Resumos dos processos gerenciais de TI. 
Fonte: Veras (2015). 
Esses processos são desdobrados em práticas de governança ou práticas 
de gestão, que perfazem os objetivos do COBIT. Os processos, por sua vez, 
seguem estruturas e modelos baseados na metodologia de projetos.
Enfim, a governança em TI e a governança corporativa podem auxiliar 
muito as organizações na criação de valor, permitindo que as informações 
gerem conhecimento por meio de boas práticas e transparência. Sem isso, as 
organizações encontram barreiras no seu crescimento.
209COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
A ISACA dispõe de um guia de implementação do 
COBIT 5, que é baseado em um ciclo de melhoria 
contínua. O conteúdo é bastante importante para 
que o COBIT tenha aderência dentro da organização, 
é documento indispensável para que o framework 
funcione adequadamente. O guia é apoiado por um 
conjunto de ferramentas de implementação que 
contém uma variedade de recursos. Acesse o site 
da ISACA (c2018a) e obtenha maiores informações, 
ainda mais se gostar e for exercer papel de gestor ou 
facilitador dentro de uma organização. Disponível em:
https://goo.gl/TA6yP4
ARCHITECTURE CENTER. COBIT5-logo. London, c2018. Disponível em: <https://archi-
tecture-center.com/images/course-logo/COBIT5-logo.jpg>. Acesso em: 16 fev. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Conheça a ABNT. Rio de Janeiro: 
ABNT, c2014. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt>. Acesso 
em: 29 jan. 2018.
BAKSHI, S. Portfolio, program and project management using COBIT 5. [S.l.]: ISACA, 2017. 
Disponível em: <http://www.isaca.org/COBIT/focus/Pages/portfolio-program-and- 
project-management-using-cobit-5.aspx>. Acesso em: 31 jan. 2018.
BISSONG, J. COBIT 5 key principles. [S.l.]: ISACA COBIT5 Fundermentals, 2014. Disponível 
em: <http://jobenoncobit5.blogspot.com.br/2014/01/cobit-5-key-principles.html>. 
Acesso em: 16 fev. 2018.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO/IEC 38500:2015. Geneva: 
ISO, 2015. Disponível em: <https://www.iso.org/standard/62816.html>. Acesso em: 
30 jan. 2018.
ISACA. COBIT 5 publications directory. [S.l.], c2018a. Disponível em: <http://www.isaca.
org/COBIT/Pages/Product-Family.aspx>. Acesso em: 31 jan. 2018.
ISACA. What is COBIT 5? [S.l.], c2018b. Disponível em: <http://www.isaca.org/cobit/
pages/default.aspx>. Acesso em: 31 jan. 2018.
COBIT – Control Objectives for Information and related Technology210
IT GOVERNANCE NETWORK. Implementing the ISO 38500 standard for corporate gover-
nance. [S.l.], c2008-2018. Disponível em: <http://www.itgovernance.co.za/3/index.
php/ict-governance/88-it-governance/161-implementing-the-iso-38500-standard- 
for-corporate-governance>. Acesso em: 16 fev. 2018.
KOLB, J. J. Cobit 5: princípio 1. [S.l.]: Compartilhando, 2014a. Disponível em: <http://
jkolb.com.br/wp-content/uploads/2014/11/Cobit-5-princ%C3%ADpio-1.png>. Acesso 
em: 16 fev. 2018.
KOLB, J. J. Cobit 5: princípio 2. [S.l.]: Compartilhando, 2014b. Disponível em: <http://
jkolb.com.br/wp-content/uploads/2014/11/Cobit-5-princ%C3%ADpio-2.png>.Acesso 
em: 16 fev. 2018.
MALCHER JR., J. Necessidades do negócio. [S.l.], 2017. Disponível em: <http://josemalcher.
net/wp-content/uploads/2017/02/image11-1.png>. Acesso em: 31 jan. 2018.
MINDMEISTER. Governance of enterprise IT. San Francisco, c2018. Disponível em: 
<https://www.mindmeister.com/generic_files/get_file/7568876?filetype=image_
file&img=22974780&cb=80b221>. Acesso em: 16 fev. 2018.
REDBELT. Visão geral da cascata de objetivos do COBIT 5. São Paulo, 2017. Disponível 
em: <https://www.redbelt.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/11/Bobit-5-2.
jpg>. Acesso em: 16 fev. 2018.
SWART, D. COBIT 5 mapping. [S.l.]: Pinterest, c2018. Disponível em: <https://br.pinterest.
com/pin/480126010250017229/>. Acesso em: 16 fev. 2018.
VERAS, M. Governança de TI corporativa. [S.l.], 2015. Disponível em: <http://manoelveras.
com.br/blog/wp-content/uploads/2015/04/image004.png>. Acesso em: 31 jan. 2018.
Leituras recomendadas
ANTÓNIO, N. S. Estratégia organizacional: do posicionamento ao movimento. 2. ed. 
Lisboa: Sílabo, 2006.
BRASIL. Conheça seu direito. Brasília, DF, c2018. Disponível em: <http://www.acesso-
ainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito>. Acesso em: 30 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>. Acesso em: 30 
jan. 2018.
BRASIL. Planalto. Presidência da República. Brasília, DF, c2018. Disponível em: <http://
www2.planalto.gov.br/>. Acesso em: 30 jan. 2018.
TRANSPARENCY International. Berlin, c2017. Disponível em: <https://www.transpa-
rency.org/>. Acesso em: 30 jan. 2018.
211COBIT – Control Objectives for Information and related Technology
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
M827g Morais, Izabelly Soares de.
 Governança de tecnologia da informação [recurso
 eletrônico] / Izabelly Soares de Morais, Glauber Rogerio 
 Barbieri Gonçalves; [revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon]. 
 – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
 ISBN 978-85-9502-343-7
 1. Tecnologia da informação. I. Gonçalves, Glauber
 Rogerio Barbieri. II.Título.
CDU 004
Revisão técnica:
Jeferson Faleiro Leon
Graduado em Desenvolvimento de Sistemas
Especialista em Formação Pedagógica
O modelo de 
governança de TI
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o modelo de governança de TI.
 � Identificar os aspectos fundamentais do modelo de governança de TI.
 � Reconhecer os principais modelos de governança de TI.
Introdução
Diante da diversidade que temos ao nosso redor, a qual não se limita a um 
contexto específico, devemos ter, no mínimo, um modelo de governança 
de TI para que possamos nos basear em suas métricas e, até mesmo, 
adaptar o que já está sendo aplicado às regras do negócio e à cultura 
adotada pela organização empresarial.
Neste capítulo, estudaremos o Modelo de Governança de TI. Esse 
instrumento é responsável por proporcionar uma estrutura que poderá 
ser adaptada ao contexto da empresa, e seu intuito sempre será o de 
alinhar as regras do negócio e o uso dos recursos tecnológicos.
O contexto do modelo da governança de TI
Podemos afirmar que, hoje em dia, por estarmos imersos a tantos recursos 
tecnológicos, debater sobre a tecnologia da informação já não é mais um assunto 
limitado a profissionais da área. Claro que, em algumas situações, um profissional 
saberá lidar melhor com determinadas situações, bem como terá propriedade 
suficiente para tratar o assunto. Contudo, é interessante deixar claro que, por 
exemplo, em um contexto corporativo, todos os indivíduos estão ligados a uma 
tecnologia, nem que seja ao uso do smartphone ou ao acesso ao e-mail.
Quando mencionamos o termo “modelo”, pode dar a impressão de que é 
algo que virá com todas as normas e uma estrutura que deverá ser seguida 
fielmente para que, nesse caso, a governança de TI seja aplicada em um 
determinado contexto. Mas não. A ideia de ter um modelo de governança 
é trazer apenas alguns dos pontos mais relevantes, tendo em vista que cada 
negócio possui suas particularidades.
O desenvolvimento e a implantação de um modelo de governança de TI 
só acontecem de forma satisfatória quando a empresa passa a adotar todas as 
medidas cabíveis referentes ao modelo que escolherá. Não adianta a empresa 
querer aderir a apenas algumas métricas. A governança de TI só ocorre quando 
todos os pontos são inseridos na cultura e no cotidiano daquela organização.
De acordo com Santos e Baruque (2010), a governança é simplesmente uma 
filosofia, que é pautada em uma séria de medidas efetivas e propõe fornecer 
um controle do negócio de acordo com os recursos disponíveis. Os autores 
trazem o seguinte questionamento: quais fatores afetam o plano estratégico 
de uma organização? Antes de responder essa pergunta, devemos ressaltar 
que a governança de TI nada mais é que um conjunto de métricas que são 
direcionadas a promover harmonia entre as regras de negócios da empresa e as 
habilidades e os recursos tecnológicos presentes na execução de suas atividades.
Agora que levantamos um questionamento e ressaltamos o objetivo da 
governança de TI, podemos dar continuidade ao debate, no qual estamos 
querendo mostrar que, dentro de um modelo de governança de TI, temos 
diversos outros fatores, pois a tecnologia da informação está enraizada em toda 
a empresa. Para Santos e Baruque (2010, p. 63), as entradas para a elaboração 
de um plano estratégico costumam ser de vários tipos:
 � demandas externas (como imposições econômicas, pressões por ino-
vação, diretrizes da matriz e novos concorrentes);
 � demandas internas (solicitações de novos serviços, projetos em anda-
mento em diversos departamentos, resultados de vendas que viram 
projetos, etc.);
 � pressões sociais (acessibilidade, inclusão digital, TI Verde, etc.).
Os autores (SANTOS; BARUQUE, 2010) levantam outra indagação: quais 
outros fatores podem afetar o plano estratégico? Aí vem, novamente, a questão 
de que, realmente, “a empresa deve estar ciente de sua missão e visão”, já que 
todas as estratégias de negócio e, como consequência, de governança serão 
traçadas a partir dessa confirmação da empresa. Então, podemos concluir, 
incialmente, que não é suficiente a empresa decidir adotar a governança de 
TI, ela deve estar aberta a mudanças e à transparência dos processos que 
envolvem as atividades da empresa.
O modelo de governança de TI2
Características do modelo de governança de TI
Na Figura 1, podemos visualizar as etapas que norteiam o modelo de gover-
nança. Lembremos, novamente, que jamais devemos pensar que modelos, 
métricas, conceitos, entre outros, devem ser limitados ao que comentamos aqui. 
Tudo é muito relativo, e pode variar bastante, pois estamos falando de algo 
que será inserido em um contexto, e cada contexto tem suas particularidades.
Figura 1. Etapas do modelo de governança.
Fonte: Santos e Baruque (2010, p. 64).
Continuando nossa breve análise das etapas do modelo de governança, 
podemos perceber que o passo primordial para iniciar o desenvolvimento de 
um modelo é o planejamento estratégico da empresa. Posteriormente, quando 
falamos do alinhamento de compliance, que é uma política que estabelece 
diversa diretrizes para a empresa em relação à área financeira, por exemplo, 
o cumprimento dos marcos regulamentários, entre outros, estamos nos refe-
rindo, também, aos riscos a que a organização estará susceptível em relação 
ao negócio.
Cabe, dentro desse contexto, analisarmos a constante avaliação que é 
realizada de maneira independente, mas que busca averiguar as possíveis 
conformidades da tecnologia da informação e da política de compliance. Esses 
fatores abrangem também a gestão da mudança organizacional e, consequen-
temente, o alinhamento estratégico do negócio, sugerindo sempre que você 
3O modelo de governança de TI
faça a ligação entre o contexto da TI e as regras de negócio das empresas, 
que, aqui,na governança de TI, trabalham juntos. 
Em um plano maior, diante dessas etapas elencadas na Figura 1, podemos 
ter em mente, também, componentes que fazem parte da gestão e das opera-
ções. Conforme Fernandes e Abreu (2012, p. 40), esses componentes são os 
descritos a seguir.
 � Estratégia do negócio: consiste nos direcionamentos estratégicos do 
negócio, objetivos, planos funcionais de outras áreas da organização, 
mapa estratégico, além do plano estratégico de médio e longo prazos, 
que devem ser considerados pela TI para o desenvolvimento de sua 
estratégia de serviços.
 � Estratégia de TI: fundamenta-se na elaboração do plano de TI, que 
pode ter uma visão externa, para os projetos, serviços e inovações para 
o negócio, e uma visão interna, composta dos projetos e inovações que 
a TI deve implantar para poder atender aos seus clientes e usuários 
da organização. Esse plano pode conter o mapa estratégico e o BSC 
(Balanced Scorecard) da TI.
 � Plano de TI – negócios: trata-se em projetos, serviços e inovações da 
TI para o negócio, como implantação de novas aplicações, manuten-
ções de aplicações, e implantação de sistemas integrados de gestão, de 
serviços de TI e de projetos de infraestrutura para apoiar os processos 
de negócio da organização.
 � Plano de TI – internos: integra projetos e inovações que a TI deve 
implantar para atender ao Plano de TI – negócios, como a implantação 
de processos operacionais e gerenciais, desenvolvimento de recursos 
humanos, capacitação de pessoal, estratégia de sourcing, segurança 
da informação, arquitetura da informação, arquitetura tecnológica, 
organização, estabelecimento de objetivos de desempenho, etc.
 � Mecanismos de decisão: resume-se no estabelecimento e no apoio 
a comitês requeridos para tomada de decisões sobre a TI (que são os 
mecanismos de direitos decisórios), nos critérios de priorização e na 
priorização dos investimentos em TI, visando estabelecer o portfólio 
de TI.
 � Portfólio de TI (orçamento e investimentos): contempla o estabe-
lecimento do Portfólio de TI aprovado a partir da priorização e os 
mecanismos de seu gerenciamento.
 � Clientes/usuários: são os processos de relacionamento da TI com os 
seus clientes e usuários.
O modelo de governança de TI4
 � Operações de serviços: respaldam-se no gerenciamento e na execução 
dos projetos, serviços e inovações de TI para o negócio e para a própria 
TI.
 � Fornecedores: consiste no gerenciamento de contratos e serviços for-
necidos por terceiros.
 � Resultados da TI: compõem-se dos indicadores de desempenho e 
de resultados da TI em função da execução de projetos, serviços e 
inovações.
 � Resultados para o negócio: engloba os resultados da TI para o negócio, 
em termos de apoio ao aumento da rentabilidade, à redução de custo, ao 
lançamento de novos produtos, à ampliação de participação no mercado, 
à expansão física do negócio, etc.
 � Comunicação e reporte de resultados: abrange a comunicação às 
partes interessadas (geralmente os executivos de negócio e alta ad-
ministração) sobre o desempenho da TI, o atendimento dos níveis de 
serviço acordados e os objetivos do negócio.
Perceba o quanto a estratégia envolvida no negócio está associada à Tec-
nologia da Informação e, consequentemente, à governança de TI. Veremos, 
a seguir, particularidades inseridas em alguns dos principais modelos e fra-
meworks da governança de TI.
Modelos e frameworks de governança de TI
Como mencionamos anteriormente, o modelo da governança de TI determina 
algumas diretrizes, porém, como o modo irá operar dependerá de como ele 
será utilizado na empresa. Dessa forma, como o próprio nome já diz, o modelo 
compreenderá uma estrutura que norteará a aplicação da governança de TI no 
processo de execução das principais atividades da corporação.
5O modelo de governança de TI
Figura 2. Os modelos de melhores práticas no contexto da governança de TI.
Fonte: Fernandes e Abreu (2012, p. 202).
A Figura 2 ilustra os principais componentes da governança de TI, quais 
sejam:
 � alinhamento estratégico e compliance - englobam processos como o 
alinhamento estratégico da Tecnologia da Informação, os princípios de 
TI, a gestão da demanda que está relacionada ao negócio, as necessidades 
de aplicações, a infraestrutura de TI, a capacidade de atendimento da 
TI, a estratégia de sourcing, a política de segurança da informação, as 
competências, os processos e a organização e até o plano de TI;
 � decisão, compromisso, priorização e alocação de recursos - abrange 
processos como mecanismos de decisão, critérios de decisão e até o 
portfólio de TI;
 � estrutura, processos, organização e gestão - compreendem processos 
relacionados aos projetos, serviços, e relacionamento com o cliente e 
com os fornecedores;
 � gestão do valor e do desempenho -, como o nome já diz, determina 
métodos para a gestão do valor da TI e da gestão do desempenho.
O modelo de governança de TI6
Agora perceba que a Figura 2 demonstra, também, alguns dos principais 
modelos de governança de TI, os quais estão atrelados a algum desses compo-
nentes da governança. Fernandes e Abreu (2012, p. 202) afirma que, para usar 
esses modelos, é importante que a organização elabore sua própria arquitetura 
de processos de TI, priorizando o que é importante para a agregação de valor 
para o negócio e balanceando com os riscos de TI para o negócio, assim 
como os riscos para a continuidade, a flexibilidade futura dos processos e o 
desenvolvimento de novos produtos e serviços. Ao definir a cadeia de valor 
e sua arquitetura de processos, podemos empregar várias diretrizes e práti-
cas de diversos modelos ao mesmo tempo. Como se propaga no mercado, a 
governança de TI não se restringe somente à implantação desses modelos de 
melhores práticas. Entretanto, é importante conhecê-los em termos de objetivos, 
estruturas e aplicabilidade. Em complemento à Figura 2, Fernandes e Abreu 
(2012, p. 202) descrevem uma pequena síntese dos principais modelos, os 
quais estão representados pela Figura 3 e são mencionados como “melhores 
práticas”, uma vez que a governança de TI é vista também como uma filosofia.
7O modelo de governança de TI
Figura 3. Principais modelos de melhores práticas.
Fonte: Adaptada de Fernandes e Abreu (2012, p. 202).
O modelo de governança de TI8
Os modelos trazem todas as métricas detalhadamente. Dessa forma, abor-
daremos os principais detalhes de alguns dos modelos elencados pela Figura 
2 e pela Figura 3. Devemos lembrar que esses modelos são formados por 
frameworks, guias e até normas, por isso, são muitas vezes chamados apenas 
de “boas práticas”.
CobiT® – Control Objectives for Information and related Technology 
– foi criado em meados de 1994 pela ISACF (Information Systems Audit 
and Control Foundation, ligada à ISACA (ISAC Association), “[...] possui 
informações sobre os controles que devem ser perseguidos e os indicadores-
-chave de desempenho em todas as áreas da TI, mas não possui informações 
sobre como a organização suprirá as lacunas (gaps) para amadurecer em 
alguma área” (SANTOS; BARUQUE, 2010, p. 70). Ainda pelas palavras 
dos autores,
costumamos dizer que o conteúdo do CobiT é baseado em controles para a área 
de TI diretamente relacionados à gestão do negócio. Não é arriscado dizer que 
a governança de TI é implementada por meio do CobiT®, ou seja, dentro do 
âmbito da TI são os seus objetivos de controle que guiarão quaisquer outras 
iniciativas da TI, por exemplo, com relação à utilização ou não da ITIL® v3, 
do PMBOK® v4, ou de qualquer outra norma, padrão ou conjunto de boas 
práticas voltados para a TI.” (SANTOS; BARUQUE, 2010, p. 70). 
Para Fernandes e Abreu (2012, p. 211), o principal objetivo das práticas 
do CobiT é contribuir para o sucesso da entrega de produtos e serviços de 
TI a partir da perspectiva das necessidades do negócio, com um foco mais 
acentuado no controle que na execução. Os autores salientam, ainda, que 
O CobiT está totalmente alinhado com a estrutura integrada

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