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E SUA PROTEÇÃO 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Os direitos humanos sempre surgiram das necessidades de cada tempo e da luta empreendida para conseguir efetivá-los através de leis. 2 normas e de pactos para a sua organização econômica política, social e até religiosa Conforme a sociedade foi se tornando mais complexa, foi evidenciando a necessidade do estabelecimento de: 3 O direito, para ser o instrumento social direcionado à construção de uma sociedade justa e pacífica, tem que evoluir conforme os anseios e demandas da sociedade. VALE DIZER QUE: É necessário, dentro de uma perspectiva histórica que haja uma identificação entre a aquisição de direitos e a constante evolução na formação de identidades coletivas. É nesse sentido que os direitos humanos, pilares fundamentais da construção da democracia, vêm se construindo e aprimorando. 4 • Código de Hamurabi (Khammu-rabi, rei da Babilônia, séc. 18 A.C.); • Código de Manu (séc. 11 A.C. legislação do mundo Indiano); • Lei Mosaica (Lei de Deus (dez mandamentos) e Lei de Moisés); • Lei das XII Tábuas (Plebeus em Roma) que foi a expressão do povo através dos tribunos romanos. No contexto histórico as normas que regiam o comportamento dos homens durante séculos tiveram um caráter religioso provido de inspiração divina. Assim foram elaborados (o) (a): 5 Com a conquista dos direitos humanos delimitou-se a expansão e afirmação dos direitos civis (aqui incluído o direito à liberdade, sua principal bandeira), direitos políticos e de proteção da propriedade e da vida numa perspectiva de enfrentamento ao poder do Estado, que, ao tempo, era opressor. PRIMEIRO MOMENTO 6 Vieram os direitos relacionados à participação política, de universalização dos direitos à livre organização, expressão e voto (a perspectiva, aqui, já seria de inserção no Estado). SEGUNDO MOMENTO 7 No século XVIII esses direitos tinham um cunho individualista (primeira geração), mas a partir do séc. XIX surge a vertente social dos direitos humanos, juntamente com a industrialização. A Declaração de Independência (1776) dos Estados Unidos da América e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) da Assembleia Constituinte Francesa, constituem a vertente liberal e individualista da história dos Direitos Humanos. 8 Pode-se, numa evolução histórica, atribuir os direitos humanos ao surgimento do Estado de bem-estar social, das medidas de proteção social (dos desempregados, dos menores, dos idosos e dos inválidos) e dos mecanismos de universalização à educação, à saúde, e à moradia. TERCEIRO MOMENTO O Estado figurou, nessa etapa, como parceiro dos indivíduos, como garantidor de seus direitos. 9 Após a Segunda Guerra Mundial, foi criada a ONU – Carta da ONU, tendo como principal objetivo a proteção da paz e segurança internacional e a disseminação e encorajamento do respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais. 10 Em 10 de dezembro de 1948, proclamou-se, em São Francisco da Califórnia, na Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que no caráter abrangente dos seus trinta artigos visam garantir não somente os direitos civis, mas também os direitos sociais. Os direitos humanos são atualmente uma concepção universal. Estes direitos emanam da dignidade do homem, conceito aceito por todas as civilizações. 11 Direitos Difusos, para alguns autores, seria a associação dos direitos humanos a uma perspectiva ecológica, em princípio. Há, porém, uma tendência a ampliar essa visão se considerarmos a realidade social. QUARTO MOMENTO Inserção de muitos e novos sujeitos e objetos do direito, como grupos sexuais, étnicos, etários, que também, e de igual importância, são titulares de direito. 12 CONCEITOS E DEFINIÇÕES Conjunto de normas e regras impostas ou convencionadas, com a finalidade de disciplinar a convivência das pessoas na sociedade. DIREITO 13 Derivam da dignidade e do valor inerente à pessoa humana. DIREITOS HUMANOS universais inalienáveis igualitários 14 São inerentes a cada ser humano, não podem ser tirados ou alienados por qualquer pessoa; Todos têm os direitos humanos em igual medida – independente do critério de: raça; cor; sexo, idioma, religião, política ou outro tipo de opinião, nacionalidade ou origem social, propriedades, nascimento ou outro status qualquer. DIREITOS HUMANOS 15 “Direitos humanos”, “direitos do homem”, ”liberdades públicas” ou “direitos fundamentais”, são todos aqueles direitos inerentes e universais destinados ao ser humano. 16 É o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na constituição. CIDADANIA 17 Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que, ao cumprirmos nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus direitos. Exercer a cidadania é: ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. estar em pleno gozo das disposições constitucionais. 18 A Constituição da República Federativa do Brasil, intitulada Constituição cidadã promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Constituinte, consolidou a democracia, após os anos da ditadura militar no Brasil. 19 A cidadania está relacionada com a participação social, porque remete para o envolvimento em atividades em associações culturais (como escolas) e esportivas. A ideia de cidadão aparece junto com a ideia de democracia representativa, que é a primeira manifestação real do cidadão, que queria participar da vida política de forma ativa. Cidadão era aquele a quem se atribuía os direitos políticos, o direito de participar ativamente da vida política do país em que vive. 20 A ideia de cidadão vai sendo modificada quando inicia a internacionalização dos direitos humanos, em 1948. A criação da ONU (Organização das Nações Unidas) surge principalmente para assumir um papel de controle da paz. 21 Passam então a figurar como cidadãos aqueles que não somente possuíam direitos e deveres civis e políticos, mas aqueles que habitavam o âmbito da soberania de um estado e deste estado recebiam uma carga de direitos. 22 Ir e vir em todo território nacional em tempo Paz; Igualdade perante a Lei; Não ser torturado e de não receber tratamento desumano ou degradante; Ter preservada a sua intimidade, vida particular, honra, imagem, inviolabilidade de seu domicílio, correspondência, comunicações telegráficas, de dados e telefônicas; COMO CIDADÃO VOCÊ TEM DIREITO DE: 23 Liberdade de expressão de atividade artística, intelectual, cientifica, literária e de comunicação; Reunião e às liberdades políticas e religiosas; Receber Informação; Propriedade. 24 Votar para escolher nossos governantes e nossos representantes nos poderes executivos e legislativo; Cumprir a leis; Respeitar os direitos sociais de outras pessoas; Prover o seu sustento com o seu trabalho; alimentar parentes próximos que sejam incapazes; COMO CIDADÃO VOCÊ TEM O DEVER DE: 25 Educar e proteger nossos semelhantes; Proteger a natureza; Proteger o patrimônio comunitário; Proteger o patrimônio público e social do país; Colaborar com as autoridades. COMO CIDADÃO VOCÊ TEM O DEVER DE: 26 Os direitos fundamentais não se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são sempre exercíveis e exercidos, não sendo perdidos pela falta de uso (prescrição). CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS IMPRESCRITIBILIDADE 27 São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são de conteúdo econômico-patrimonial; Se a ordem constitucional os confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são indisponíveis. INALIENABILIDADE 28 Não se renunciam direitos fundamentais; Alguns deles podem até não ser exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas não se admite quesejam renunciados.” IRRENUNCIABILIDADE 29 Os direitos de outrem não podem ser desrespeitados por nenhuma autoridade ou lei infraconstitucional, sob pena de responsabilização civil, penal ou administrativa. INVIOLABILIDADE 30 Está vinculada ao princípio da liberdade, conduzido pela dignidade da pessoa humana, os mesmos devem possuir como sujeito ativo, todos os indivíduos, independente da raça, credo, nacionalidade, convicção política, a coletividade jurídica em geral. UNIVERSALIDADE 31 Ao desenvolver seu papel de agente garantir das políticas sociais, o Estado deve garantir o máximo de efetivação dos direitos fundamentais. EFETIVIDADE 32 Direitos fundamentais estão vinculados uns aos outros, não podendo ser vistos como elementos isolados, mas sim como um todo, um bloco que apresenta interpenetrações; As várias previsões constitucionais, apesar de autônomas, possuem diversas intersecções para atingirem suas principais finalidades. Exemplo: a liberdade de locomoção está relacionada à garantia do habeas corpus e ao devido processo legal. INTERDEPENDÊNCIA 33 Os direitos fundamentais devem ser interpretados em conjunto, e não de forma isolada, não havendo hierarquia entre eles, com a finalidade de se alcançar os objetivos previstos pelo legislado constituinte. COMPLEMENTARIDADE 34 A IMPORTÂNCIA E A VALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO VALIDADE NO MUNDO QUEM DEVE PROTEGÊ-LOS? A QUEM SE DESTINAM? 35 A QUEM SE DESTINAM OS DIREITOS HUMANOS? A todos os seres humanos, indistintamente, independentemente de sexo, raça, cor, nacionalidade ou religião. QUEM DEVE PROTEGÊ-LOS? O Estado e todos os seres humanos, pois os direitos e deveres são de todos. O encarregado da aplicação da lei é a figura emblemática do Estado e tem o papel de proteger e garantir os direitos humanos. 36 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS A Declaração aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 1948, em Paris, proclama os direitos fundamentais da humanidade. 37 Que o RECONHECIMENTO da dignidade inerente a todos os membros da família humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; CONSIDERANDO PREÂMBULO 38 Que o DESPREZO e o DESRESPEITO pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade; 39 SER ESSENCIAL que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão; SER ESSENCIAL promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações; 40 QUE OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla; QUE OS ESTADOS MEMBROS se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades; 41 QUE UMA COMPREENSÃO COMUM desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso. 42 A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos Direitos do Homem”(...): 43 Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. ARTIGO 1 44 ARTIGO 2 I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 45 ARTIGO 2 II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. 46 Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. ARTIGO 3 47 Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas. ARTIGO 4 48 Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. ARTIGO 5 49 Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. ARTIGO 6 50 Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. ARTIGO 7 51 Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. ARTIGO 8 52 Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. ARTIGO 9 53 Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. ARTIGO 10 54 I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido assegurada todas as garantias necessárias a sua defesa. ARTIGO 11 55 II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. ARTIGO 11 56 Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. ARTIGO 12 57 I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. ARTIGO 13 58 I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. ARTIGO 14 59 I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. ARTIGO 15 60 Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. ARTIGO 16 61 I) Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. ARTIGO 16 62 I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. ARTIGO 17 63 Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada oucoletivamente, em público ou em particular. ARTIGO 18 64 Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras. ARTIGO 19 65 I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. ARTIGO 20 66 I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. ARTIGO 21 67 III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. ARTIGO 21 68 Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade. ARTIGO 22 69 I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. ARTIGO 23 70 III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses. ARTIGO 23 71 Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. ARTIGO 24 72 I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família, saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. ARTIGO 25 73 II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. ARTIGO 25 74 Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. I) A instrução técnica profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. ARTIGO 26 75 II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. ARTIGO 26 76 I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios. II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. ARTIGO 27 77 Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. ARTIGO 28 78 I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. ARTIGO 29 79 II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. ARTIGO 29 80 Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos. ARTIGO 30 81 CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E OS DIREITOS HUMANOS A dignidade da pessoa humana é considerada como o fundamento último do Estado brasileiro que existe para garantir e promover a dignidade de todas as pessoas. 82 Tratamento digno significa - tratamento apropriado, adequado, decente. Todos os direitos humanos decorrem da dignidade da pessoa humana. 83 Para que uma pessoa, desde sua infância, possa viver, crescer e desenvolver suas potencialidades decentemente, ela precisa de: adequada saúde, alimentação, educação, moradia, afeto. liberdade para fazer suas opções profissionais, religiosas, políticas, afetivas, etc. Esse conjunto de necessidades e capacidades nada mais é que o conteúdo dos direitos humanos, reconhecidos, por essa razão, como princípios e direitos fundamentais na Constituição Brasileira. 84 O princípio da dignidade da pessoa humana está previsto na Constituição de 1988, no Título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais:” Direitos individuais e coletivos (Capítulo I, Artigo 5º); Direitos sociais (Capítulo II, Artigos 6º a 11); Direitos de nacionalidade (Capítulo III, Artigos 12 e 13); Direitos políticos (Capítulo IV, Artigos 14 a 16). 85 A Constituição de 1988 em seu Artigo 4º, inciso II, é a primeira em nossa história a estabelecer a prevalência dos direitos humanos como princípio do Estado brasileiro em suas relações internacionais. Ao afirmar esse princípio, o Estado brasileiro compromete-se a respeitar e a contribuir na promoção dos direitos humanos de todos os povos, independentemente de suas nacionalidades. 86 Essa orientação internacionalista se traduz nos princípios da(o): prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos povos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. 87 O PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS 88 A Segurança Pública é atualmente um dos maiores problemas que afetam a qualidade de vida dos brasileiros. A violência, antes limitada aos grandes centros urbanos, avança aceleradamente até nas mais distantes localidades do interior do Brasil. 89 Aliado a esse crescimento da criminalidade, realça- se o papel dos Direitos Humanos no contexto atual de Segurança Pública, frente a necessidade de combate à criminalidade crescente e ao respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, erigido a objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. 90 As garantias legais previstas durante a execução da pena, assim como os direitos humanos do preso, estão previstos em diversos estatutos legais. Em nível mundial: convenções, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos; Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a proteção das garantias do homem preso. PROMOÇÃO E PROTEÇÃO 91 Legislação Brasileira específica: Lei de Execução Penal – os incisos de I a XV do art. 41, que dispõem sobre os direitos infraconstitucionais garantidos ao sentenciadono decorrer da execução penal. Estatuto executivo-penal: a execução da pena privativa de liberdade deve ter por base o princípio da humanidade; qualquer modalidade de punição desnecessária, cruel ou degradante será de natureza desumana e contrária ao princípio da legalidade. 92 CONDUTA ÉTICA E LEGAL NA APLICAÇÃO DA LEI O CCEAL foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 17 de dezembro de 1979, através da Resolução 34/169. Não é um tratado, mas pertence à categoria dos instrumentos que proporcionam normas orientadoras aos governos sobre questões relacionadas com Direitos Humanos e justiça criminal. 93 Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, a todo o momento, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer. ARTIGO 1.º 94 ARTIGO 2.º No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas as pessoas. 95 Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever. ARTIGO 3.º 96 As informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento. ARTIGO 4.º 97 Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. ARTIGO 5.º 98 ARTIGO 6.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da saúde das pessoas à sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja necessário. 99 ARTIGO 7.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem cometer qualquer ato de corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos desta índole. 100 Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitá-la presente Código. Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente a quaisquer violações da lei ou do Código. ARTIGO 8.º 101 Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que se produziu ou irá produzir uma violação deste Código, devem comunicar o fato aos seus superiores e, se necessário, a outras autoridades com poderes de controle ou de reparação competentes. 102 Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei podem deparar com o uso da força em determinados momentos, porém o uso arbitrário da força constitui violações do Direito Penal e dos Direitos Humanos. Não importa como as violações sejam vistas, elas prejudicarão de fato o sensível relacionamento entre a organização e toda a comunidade a que estiver servindo. O abuso não pode e não deve ser tolerado. 103 Quando uma organização recorre a violações da lei para aplicá-la ou manter a ordem pública, perde sua credibilidade e sua autoridade. Um agente responsável pela aplicação da lei que exceda no uso da força ou que seja corrupto, pode fazer com que a organização inteira seja denominada violenta ou corrupta, porque o ato individual será visto como ato da Instituição. 104 Ato Discricionário Ato Legítimo Ato Legal PROFISSIONAL Uso da Violência Uso da Força Impulso Arbitrário Ato Ilegal Ato Ilegítimo AMADOR Atividade Profissional 105 As palavras chaves na aplicação da lei serão negociação, mediação, persuasão, resolução de conflitos. Comunicação é o caminho preferível para se alcançar os objetivos de uma aplicação da lei legítima. 106 Uso de Armas de Fogo O uso de armas de fogo com o intuito de atingir objetivos legítimos de aplicação da lei deve ser considerada uma medida extrema. Os encarregados da aplicação da lei não usarão armas de fogo contra indivíduos, exceto: 107 legítima defesa ou defesa de outrem contra ameaça iminente de morte ou ferimento grave; para impedir a perpetração de crime particularmente grave que envolva séria ameaça à vida; efetuar a prisão de alguém que represente tal risco e resista à autoridade, ou para impedir a fuga de alguém que represente tal risco; 108 Uso de Armas de Fogo apenas nos casos em que outros meios menos extremos se revelem insuficientes para atingir tais objetivos. Uso de Armas de Fogo O uso letal intencional de armas de fogo só poderá ser feito quando for estritamente inevitável para proteger a vida. 109 O uso arbitrário de força e armas de fogo pelos encarregados da aplicação da lei constitui violações do direito penal de um país e dos direitos humanos cometidas por aqueles que são chamados a manter e preservar esses direitos. 110 Conjunto de pessoas pertencentes a uma minoria que, por motivação diversa, tem acesso, participação e/ou oportunidade igualitária dificultada ou vetada, a bens e serviços universais disponíveis para a população. São grupos que sofrem tanto materialmente como social e psicologicamente os efeitos da exclusão, seja por motivos religiosos, de saúde, opção sexual, etnia, cor de pele, por incapacidade física ou mental, gênero, dentre outras. CONCEITO GRUPOS VULNERÁVEIS 111 Mulheres Crianças e Adolescentes Idosos Portadores de deficiências ou necessidades especiais Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travesti e Transexuais PRINCIPAIS PÚBLICOS 112 Diz respeito a determinado grupo humano ou social que esteja em inferioridade numérica ou em situação de subordinação sócio econômica, política ou cultural, em relação a outro grupo, que é majoritário ou dominante em uma dada sociedade. MINORIA X GRUPOS VULNERÁVEIS MINORIA 113 Uma minoria pode ser étnica, religiosa, linguística, de gênero, idade, condição física ou psíquica. Minorias não são necessariamente perseguidas ou dizimadas pelo grupo dominante, mas historicamente existem numerosos casos de perseguições. 114 Conjunto de pessoas que por questões ligadas a gênero, idade, condição social, deficiência e orientação sexual, tornam-se mais suscetíveis à violação de seus direitos. GRUPOS VULNERÁVEIS 115 • Mulheres; • Crianças e adolescentes; • Idosos; • População de rua; • Pessoas com deficiência física ou sofrimento mental; • Comunidade LGBTT. São classificados em seis categorias: 116 Existem outros grupos na sociedade em situação de risco, porém, a vulnerabilidade neste caso é a sujeição constante ao preconceito e à discriminação, independente de outros fatores. 117 A discriminação racial e étnica continua a ser um dos maiores problemas de direitos humanos no mundo atual, atingindo tanto minorias étnicas quanto, em alguns casos, populações inteiras. MINORIAS ÉTNICAS 118 Muito da atenção internacional recaiu sobre o apartheid na África do Sul, extinto em 1994. A luta contra o ódio étnico e racial continuou durante a década de 1990 violentamente acometida pelos piores conflitos étnicos jamais vistos nos Bálcãs e na região dos Grandes Lagos na África. 119 MINORIAS ÉTNICAS “Grupo de pessoas de comum ancestralidade, diferenciada dos outros por características físicas tais como tipo de cabelo, cor dos olhos e pele, estatura, etc" (Dicionário Inglês Collins). “Relativo ou característico de um grupo humano que tem certostraços raciais, religiosos, linguísticos, entre outros, em comum" (Dicionário Inglês Collins). Raça Étnico 120 A Convenção Internacional sobre a Eliminação Racial (Artigo1º) não define "raça", mas define "discriminação racial" para designar: "qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseadas na raça, cor, descendência, nacionalidade ou origem étnica com o propósito ou efeito de anular ou impedir o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em pé de igualdade, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos campos políticos, econômicos, sociais e culturais ou qualquer outro da vida pública". 121 Etnia é explicitamente entendida sob esta definição pelo termo "raça". Muitos tratados sobre os direitos humanos se referem a "raça" e não utilizam a terminologia "etnia". EXEMPLOS: Índios Ciganos Judeus, dentre outros. Comunidades negras remanescentes de quilombos 122 São aquelas que usam uma língua (independentemente de ser escrita) diferente da língua da maioria da população ou da adotada oficialmente pelo Estado. Não é considerado língua mero dialeto com sutis diferenças em relação à língua predominante. MINORIAS LINGUÍSTICAS 123 São grupos que professam uma religião distinta da professada pela maior parte da população, mas não apenas uma outra crença, como o ateísmo. No Brasil existem as seguintes minorias: budistas, muçulmanos, espíritas, praticantes de candomblé (religião jeje-nagô ouioruba), dentre outras. MINORIAS RELIGIOSAS 124 DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA PRISIONAL A Declaração de Direitos Humanos prevê as garantias fundamentais da pessoa humana, traz os princípios de igualdade entre todos os homens, além de liberdade, paz e justiça. 125 O princípio de respeito ao preso considerado pela Carta Magna de 1988 busca reprimir os maus tratos, as torturas, as condições desumanas, consoante o Capítulo III, do Art. 5º, além da discriminação da própria sociedade. 126 Lei de Execução Penal (lei nº 7.210/84) A assistência aos presos é dever do Estado: Material Saúde Educacional Jurídica Social Religiosa 127 A dignidade do preso é de fato um elemento inalienável e irrenunciável, que reconhece, respeita e os protege, pois é inerente a todo e qualquer ser humano. 128 O Estado tem a função de guiar os indivíduos para preservá-lo e deve criar condições para seu pleno exercício. De acordo com Muakad (1998, p. 24): “A prisão deve ter o mesmo objetivo que tem a educação da infância na escola e na família; preparar o indivíduo para o mundo a fim de subsistir ou convier tranquilamente com seus semelhantes”. 129 Segundo Albergaria (1993, p.50), a base para o desenvolvimento do individuo encontra-se enraizado no conhecimento. “Um dos objetivos da política criminal integrada na política social será tentar a transformação da instituição penitenciária em escola de alfabetização e profissionalização do preso, para inseri-lo no processo de desenvolvimento da Nação, a serviço do bem comum. A administração penitenciária tem o dever de ofertar ao preso todas as possibilidades de instrução escolar e formação profissional.” 130 Educar ou reeducar o presidiário é uma forma de inclusão do mesmo ao âmbito social, fomentando nele a vontade de promover algum desenvolvimento para sua comunidade, através de mérito próprio, contribuindo de alguma forma para a criação de uma nova personalidade. 131 Como regra para todos os cidadãos, os direitos do preso são invioláveis, imprescritíveis e irrenunciáveis” e devem ser garantidos pelo Estado visando assim diminuir o regresso destes e consequentemente o índice de violência e de criminalização no nosso país. 132 REFERÊNCIAS ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do Sistema Penitenciário Mineiro. Revista CEJ, Brasília, Ano XI, n. 39, p. 74-78, out./dez. 2007; Bastos, R. L. Patrimônio Arqueológico, Preservação e Representação Sociais: Uma proposta para o País através da análise da situação do Litoral Sul de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação de arqueologia. Museu de Arqueologia e etnologia. Faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. São Paulo: 2002; BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; _______ Ministério da Justiça. Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária. Brasília, 2007; _______ Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948; _______ Ministério da Justiça. Matriz Curricular Nacional para Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública. Versão modificada e Ampliada. Brasília, 2008; D’ÁVILA, Manuela. Os desafios do sistema prisional brasileiro. Artigo Congresso em Foco, 2011; FRANZOI, Jackeline Guimarães Almeida. Dos Direitos Humanos: breve abordagem sobre seu conceito, sua história e sua proteção segundo a Constituição Brasileira de 1988 e a nível internacional. Revista Jurídica Cesumar – v.3, n. 1 – 2003; MOURA, Danieli Veleda. A crise do Sistema Carcerário Brasileiro e sua consequência na ressocialização do apenado; PRUX, Paula. As ações afirmativas sob o enfoque dos Direitos Fundamentais. Fundação Escola do Ministério Público do Paraná; SILVA, Mazukyevicz R. S. N. O Papel do Agente Penitenciário na prevenção da violência e promoção dos Direitos Humanos. Revista do Conselho de Criminologia e Política Criminal. Belo Horizonte: Ano 16 V.11, Nov/2010. 133
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